O documento discute várias doenças de relvados, incluindo fusário fria, pitium, fio encarnado, ferrugem, anéis de bruxas, helmintosporioses, rizoctonia, antracnose e leptosphaerulina. Fornece informações sobre os sintomas de cada doença, fatores que as favorecem e medidas de prevenção e tratamento.
1. As doenças dos relvados
Como reconhecê-las e enfrentá-las
Ana Caldeira Cabral
Conferência ESPAÇOS VERDES E JARDINAGEM | NOVAS ABORDAGENS E TECNOLOGIAS
23 de Outubro 2014
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2. FUSARIOSE FRIA
Microdochium nivale
Risco mais elevado em Outubro –
Novembro, incluindo períodos de gelo
• Manchas de 2,5 a 30 cm de diâmetro,
em média.
• Placas branco/rosa pálido, depois cor
de palha com um anel exterior
castanho - alaranjado. Centro +/-
verde.
• Manchas castanhas nas folhas e no
colo das plantas.
• Em estado avançado da doença
folhas “empapadas”/podres, depois
secas como palha
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3. FUSARIOSE FRIA
Microdochium nivale
Medidas a tomar:
• Adubos à base de Potássio (P)
• Evitar os adubos excessivamente
ricos em Azoto (N)
• Eliminar a “manta morta”
Tratamento:
• Iprodiona
• Azoxistrobina
• Clorotalonil + Propiconazol (....)
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4. PITIUM
Pythium sp
Mais de 20 espécies diferentes
Favorecida por temperaturas altas (> 30° C),
humidade e excesso de adubos azotados
• Manchas oleosas de amarelo-acinzentado
a castanho-escuro de 2 a 15cm de
diâmetro, que podem coalescer até cerca
de 3m de diâmetro.
• Folhas primeiro como que cheias de água
que depois “murcham” e adquirem um
aspecto que vai de “bronzeado” a
completamente amarelo.
• Doença responsável também por elevada
taxa de mortalidade de semente nas
ressementeiras além de elevada
mortalidade de jovens plântulas.
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5. PITIUM
Pythium sp
Medidas a tomar:
• Favorecer um crescimento racional (fertilização
equilibrada)
• Evitar as regas excessivas e promover a boa
drenagem do solo (evitando assim fenómenos
de encharcamento)
• Promover a descompactação do solo.
Tratamento:
• Fosetil de alumínio
• Azoxistrobina
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6. FIO ENCARNADO
Laetisaria fusiformis
Favorecida pela falta de crescimento e pelo
“stress”
• Placas esbranquiçadas +/- rosadas de 3 a 30 cm.
As folhas infectadas ficam castanhas no meio de
zonas sãs.
• As folhas castanhas tornam-se depois secas e
com aspecto palha.
• O micélio do fungo é muito característico e dá o
nome vulgar à doença já que se tratam de
filamentos vermelhos que saem das folhas
infectadas, pela feridas do corte e penetram na
mesma zona de folhas adjacentes.
• O micélio adquire um aspecto “pegajoso” em
condições de humidade persistente.
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Risco mais elevado em Outubro –
Novembro, incluindo períodos de gelo
7. FIO ENCARNADO
Laetisaria fusiformis
Medidas a tomar
• Fertilização à base de Azoto (N) e Potássio (K)
equilibrada.
Tratamiento:
• Azoxistrobina
• Clorotalonil + Propicinazol(...)
• Iprodiona
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8. FERRUGEM
Puccinia sp.
Favorecida por um crescimento deficiente,
provocado por falta de nutrientes, e pela
alternância de períodos secos e húmidos.
• Relva “rala”, que amarelece em placas
irregulares. O aspecto geral da relva é
castanho amarelado.
• O aspecto mais típico da doença é a
presença de manchas pulvurolentas
alaranjadas (“ferrugem”) nas folhas
infectadas especialmente ao longo das
nervuras.
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9. FERRUGEM
Puccinia sp.
Medidas a tomar:
• Fertilização bem equilibrada à base de
Azoto (N) e Potássio (K).
• Eliminar o “feltro”
• Regar de forma equilibrada
Tratamiento:
• Clorotalonil + Propiconazol (.....)
• Azoxistrobina
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10. ANÉIS DE BRUXAS
Manchas em forma de círculo, com aros de cor
verde mais escura.
Com frequência presença de cogumelos sobre os
aros, sobretudo em condições de tempo húmido.
• Trata-se não de uma doença mas da
manifestação de Basidiomicetas (cogumelos),
que se alimentam de matéria orgânica e que se
manifestam fisicamente nos relvados.
• A cor verde mais escuro vem da libertação de
azoto pela decomposição da matéria orgânica
feita pelos fungos.
• Os seus efeitos nefastos prendem-se com a
libertação de substâncias que tornam o solo
hidrófobo, podendo por isso provocar algum
dessecamento do relvado assim como o aspecto
inestético que os Basidiomicetas (cogumelos)
provocam num relvado.
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11. ANÉIS DE BRUXAS
Medidas a tomar:
• Arejar o solo (“charutagem”) seguida de injeção
de água
• Eliminar o feltro (manta morta)
• Promover uma adequada gestão de água nos
relvados (boa drenagem)
Tratamento:
• Azoxistrobina
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12. “HELMINTOSPORIOSES”
Favorecida pelo excesso de humidade sobre
tudo nas condições frescas da Primavera e
Outono
• Em condições de temperaturas mais frescas
e húmidas (Primavera)a doença manifesta-se
como manchas nas folhas, de coloração
castanha a castanho – avermelhado que
podem ser a toda a largura da folha e cortar
a passagem da alimentação para a parte
superior da folha que assim seca.
• A relva atacada no período de 3 semanas vai
definhar pelo ataque a coroa e
raízes(“melting out”) e morre
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Dreschslera sp.
13. “HELMINTOSPORIOSES”
• Com o aumento das temperaturas (Verão)
e com tempo mas seco a relva que não
morreu começa a recuperar.
• No Outono existem novamente condições
para a instalação da doença como manchas
nas folhas mas nesta altura não evolui para
a forma mais mortal de ataque às coroas e
raízes (“melting out”).
• O ataque é mais severo quando a relva
cresce lentamente, quer por condições
climatéricas, quer por práticas de
manutenção inadequadas.
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Dreschslera sp.
14. “HELMINTOSPORIOSES”
Medidas a tomar:
• Evitar os tratamentos herbicidas à base de 2,4 – D, MCPP e Dicamba, sobretudo em
período húmido na Primavera e Outono (aumento da suscetibilidade das plantas)
• Não aplicar mais do que 5g/m2 de Azoto (libertação rápida) numa única aplicação
• Utilizar altas quantidades de Potássio e ter atenção para que não falte Fósforo.
• Utilizar variedades resistentes e preferir misturas com “blends” variedades
Tratamento:
• Iprodiona
• Clorotalonil + Propiconazol (...)
• Azoxistrobina
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15. RHIZOCTONIA
Doença de Primavera – Verão - Outono
• Manchas redondas no relvado, de relva seca de
5cm a mais de 1 m com o interior verde (olho
de sapo).
• Manchas de cor palha sobre as folhas com o
contorno castanho escuro a preto
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Rhizoctonia sp.
16. RHIZOCTONIA
Medidas a tomar:
• Evitar as regas noturnas, sobretudo de Verão
(filme de humidade nas folhas durante a
noite).
• Evitar a aplicação de adubos azotados líquidos
de Verão
• Utilizar preferencialmente ternários com
rácios de 3:1:2
Tratamento:
• Iprodiona
• Clorotalonil + Propiconazol (....)
• Azoxistrobina
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Rhizoctonia sp.
17. ANTRACNOSE
Ataques foliares (Verão):
• Manchas irregulares de cor amarela a bronze que podem
medir de alguns centímetros a mais de 1m.
• Mancha ao longo das folhas inicialmente castanho-avermelhadas
que se recobrem de esporos negros,
• com o desenvolvimento da doenças.
Ataques radiculares (Primavera e Outono):
• As folhas adquirem um aspecto, alaranjado a bronzeado,
uniforme sem esporos visíveis,
• a relva morre em manchas sem padrão definido.
• As raízes apresentam manchas negras e podem mesmo
apodrecer totalmente
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Colletotrichum graminicola
18. ANTRACNOSE
Medidas a tomar:
• Ligeiras aplicações de Nitrato de Potássio ajudam a
controlar e evitam o desenvolvimento dos ataques Foliares
(despoletados por calor seco)
• Aplicações de Sulfato de amónio são muito eficazes para a
redução do impacto dos ataques às raízes (despoletados
por temperaturas amenas e humidades relativas muito
elevadas – efeito “capacete”-)
Tratamento:
• Clorotalonil + Propiconazol (...)
• Azoxistrobina
• Clortalonil + Tebuconazol (...)
• Mancozebe
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Colletotrichum graminicola
19. LEPTHOSPHAERULINA
Doença de Primavera – Verão - Outono
• Fungo vive como saprófita no solo e coloniza tecidos
enfraquecidos e em fase senescente de inúmeras
plantas
• Condições de calor húmido, relva stressada o e solos
compactados são especialmente favoráveis ao seu
desenvolvimento
• Apesar de não ser considerado como um agente não
patogénico dos relvados causa uma perda de cor
generalizada e extremamente severa em folhas mais
velhas podendo causar danos graves no caso de solos
compactados, ou com outros agentes patogénicos
presentes
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Leptosphaerulina australis
20. LEPTHOSPHAERULINA
Medidas a tomar:
• Evitar situações de stress hídrico
• Evitar alturas de corte baixas
• Não fazer tratamentos herbicidas em condições e tempo
quente e húmido
• Adubações equilibradas e utilização de Cálcio (Ca) liquido
Tratamento:
• Azoxistrobina
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Leptosphaerulina australis