SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
Baixar para ler offline
As Delegações e o seu valor
Olhar o passado é importante para perceber o presente, ajudando a
construir um futuro melhor e por isso não será demais recordar que:
A Ordem dos Advogados, criada como pessoa jurídica em 1938, pelo
Decreto n:º 11 715, com sede em Lisboa, era formada por todos os
Advogados portugueses, organizada em Assembleias, Conselhos e
Delegações, órgãos a quem cabia a realização dos seus fins.
Previa-se a criação de um Conselho Geral em Lisboa, Conselhos
distritais nas sedes das então designadas Relações e Delegações em
todas as comarcas que contassem com 20 Advogados, eleitas pelos
Advogados da respetiva área territorial. Caso o número de inscritos
fosse inferior a 20, procedia-se ao agrupamento de comarcas limítrofes
até se constituir uma Delegação.
A relevância atribuída às Delegações, manifestava-se por, com poucas
exceções, lhe serem atribuídas funções semelhantes às dos Conselhos.
Advogada
M A N U E L A F R I A S
Mais tarde, com o Estatuto aprovado pelo DL n.º 84/84 de 16 Março,
determinava-se a existência de Delegações, em cada comarca que
não sendo sede de distrito, contasse com pelo menos 10 Advogados
inscritos e caso assim não fosse, cabia haver um Delegado, nomeado
pelo respetivo Conselho Distrital de entre Advogados inscritos por
essa comarca.
O decurso do tempo, revelava por parte dos órgãos centrais da OA,
um afastamento e uma falta de reconhecimento das Delegações e
Delegados, esquecendo que sendo órgãos de proximidade dos
Advogados, melhor conheciam os seus problemas e anseios.
A situação conheceria uma reviravolta, com o Bastonário Júlio Castro
Caldas (1993-1998), que no final do seu primeiro mandato, convoca as
Delegações e Delegados da área da circunscrição de Lisboa, para
uma reunião (seguida de um jantar, no restaurante então existente no
último andar) na sede da Ordem, no Largo de S. Domingos, onde foi
possível aos mais próximos representantes doa Advogados, falar das
suas dificuldades e anseios, conhecerem-se entre si e trocarem
impressões, sobre o que, afinal, eram os problemas comuns a todos.
Seria da troca de impressões entre os então Presidentes das
Delegações de Loures e Vila Franca de Xira (respetivamente, Manuela
Frias e António Pinto Paiva), que surgiria a ideia de realizar reuniões
de trabalho regulares, com os vários representantes das Delegações,
sobre as questões candentes da prática da Advocacia, o que veio a
acontecer, dando lugar à designada InterDelegações que se afirma
como “um espaço de livre reflexão, discussão e debate das
Delegações, em torno da Advocacia e da administração da Justiça”.
De uma situação em que as sedes das Delegações eram no escritório
do Presidente da Delegação ou Delegado, com custos integralmente
suportados pelos próprios, havia que trilhar um caminho de
valorização, nem sempre fácil, mas que as Delegações da
circunscrição de Lisboa, através do trabalho realizado no âmbito da
InterDelegações, trilharam e continuam a trilhar, com motivação,
empenhamento, insistência e resultados.
Ao longo do tempo, muito tem sido o trabalho das Delegações da
circunscrição de Lisboa, através da “Inter-Delegações”, com propostas
e recomendações, que acolhem os anseios e a defesa dos interesses e
direitos da Advocacia e dos Advogados que representam e bem
conhecem; pareceres sobre projetos legislativos (ainda mais num
tempo em que ainda se ouvia a Ordem...), num valioso contributo para
as posições assumida pelos demais órgãos da Ordem.
Numa outra vertente, percebeu-se a necessidade de representação
das Delegações no seu Conselho Regional (então designado por
Distrital), como forma de lhes ser reconhecido o valor e o quanto são
imprescindíveis a uma Ordem viva e forte, o que começou por
acontecer, de modo muito expressivo, no mandato do Bastonário
António Pires de Lima, com um Conselho Distrital presidido pelo Dr.
Fernando Fragoso Marques (ele próprio ex Presidente da Delegação
do Barreiro).
Mas as Delegações, ao menos as da circunscrição de Lisboa, se
onquistaram e continuam a ter um excelente relacionamento e
trabalho de equipa , com o seu Conselho Regional, vento diferente
lhes sopra dos lados de S. Domingos.
Por regra lembradas em tempos eleitorais, são depois esquecidas,
não vendo aceite, reconhecido e valorizado, o seu papel e trabalho de
proximidade junto dos Advogados e demais elementos do judiciário,
sendo-lhe negado um exercício de competências para as quais estão,
quase todas, devidamente e melhor habilitadas, tomando-se como
mero exemplo, questões relacionadas com escalas de prevenção, no
âmbito do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais
O papel das Delegações é também essencial, na abertura, necessária
de aproximação e contributo à comunidade, como modo de
valorização e respeito pela Advocacia, pelos Advogados e a sua
Ordem.
Em ano de realização da Convenção de Delegações, em Almada, não
será demais lembrar o que terá sido um dos maiores frutos do
trabalho desenvolvido pelas Delegações da InterDelegações, com a
concretização do sonho de se conhecer a realidade de outras
Delegações do país, discutir ideias e trabalhar em conjunto, quando
numa das suas regulares reuniões (no Cadaval, em Março de 1997), se
logrou “convencer” o Bastonário Castro Caldas, a acolher a ideia de
realização da Primeira Convenção de Delegações, que se realizaria
em Viseu, a 9, 10 e 11 de Maio de 1997, um momento alto de afirmação
das Delegações de todo o país.
Foi um tempo de entusiasmo, em que nasceram polos de trabalho em
Leiria, Guarda, Viana do Castelo e Santarém, por exemplo, em que as
Convenções de Delegações eram cuidadosamente preparadas e com
uma tal antecedência, que finda uma Convenção se começava a
preparar a próxima, sempre no intuito de atingir maiores e melhores
resultados.
Infelizmente, com o tempo, as Convenções de Delegações viriam a
perder a força impulsionadora e a independência, esmagada pelo
poder do órgão central da Ordem, numa postura de que “quem paga
manda”, regulamentando de forma limitadora, um momento que se
sonhou de independência, solidariedade e amizade, como sentimentos
de um trabalho profícuo no sentido da dinamização e valorização da
vida das Delegações e consequentemente, da Ordem e da Advocacia.
Que ninguém duvide do papel essencial das Delegações, na defesa
dos direitos dos Advogados, no encontrar de soluções para as
dificuldades no exercício da profissão, que a posição de proximidade
lhes permitem conhecer de modo privilegiado, num contributo único
para a dignificação da Advocacia e o pulsar de uma Ordem que se
quer viva, atuante, escutada e respeitada...
Longa e profícua vida, tenham as Delegações da Ordem dos
Advogados!

Mais conteúdo relacionado

Mais de Delegação de Cascais

Contributo para uma Reforma da Justiça- Dr. Jorge Bleck
Contributo para uma Reforma da Justiça- Dr. Jorge Bleck Contributo para uma Reforma da Justiça- Dr. Jorge Bleck
Contributo para uma Reforma da Justiça- Dr. Jorge Bleck Delegação de Cascais
 
Celeridade com qualidade nos Tribunais - Dra. Branca Corrêa
Celeridade com qualidade nos Tribunais - Dra. Branca CorrêaCeleridade com qualidade nos Tribunais - Dra. Branca Corrêa
Celeridade com qualidade nos Tribunais - Dra. Branca CorrêaDelegação de Cascais
 
Reforma da Justiça nos Tribunais Administrativos e Fiscais - Dra. Maria Paula...
Reforma da Justiça nos Tribunais Administrativos e Fiscais - Dra. Maria Paula...Reforma da Justiça nos Tribunais Administrativos e Fiscais - Dra. Maria Paula...
Reforma da Justiça nos Tribunais Administrativos e Fiscais - Dra. Maria Paula...Delegação de Cascais
 
Reforma na Justiça - Dra. Inês Nunes
Reforma na Justiça - Dra. Inês NunesReforma na Justiça - Dra. Inês Nunes
Reforma na Justiça - Dra. Inês NunesDelegação de Cascais
 
Justiça eficiente e rápida- Dr. Bruno Bobone
Justiça eficiente e rápida- Dr. Bruno BoboneJustiça eficiente e rápida- Dr. Bruno Bobone
Justiça eficiente e rápida- Dr. Bruno BoboneDelegação de Cascais
 
Artigo do Prof. Doutor Germano de Sousa
Artigo do Prof. Doutor Germano de SousaArtigo do Prof. Doutor Germano de Sousa
Artigo do Prof. Doutor Germano de SousaDelegação de Cascais
 
Artigo de Opinião - Dra. Francisca Castro
Artigo de Opinião - Dra. Francisca CastroArtigo de Opinião - Dra. Francisca Castro
Artigo de Opinião - Dra. Francisca CastroDelegação de Cascais
 
Editorial - Novo Ano Judicial/ Nova Era
Editorial - Novo Ano Judicial/ Nova EraEditorial - Novo Ano Judicial/ Nova Era
Editorial - Novo Ano Judicial/ Nova EraDelegação de Cascais
 
Relatório de actividades desenvolvidas até 15 de Julho de 2021
Relatório de actividades desenvolvidas até 15 de Julho de 2021Relatório de actividades desenvolvidas até 15 de Julho de 2021
Relatório de actividades desenvolvidas até 15 de Julho de 2021Delegação de Cascais
 
Artigo do Dr. Luís Paulo Relógio - É a hora de se defender a dignidade da adv...
Artigo do Dr. Luís Paulo Relógio - É a hora de se defender a dignidade da adv...Artigo do Dr. Luís Paulo Relógio - É a hora de se defender a dignidade da adv...
Artigo do Dr. Luís Paulo Relógio - É a hora de se defender a dignidade da adv...Delegação de Cascais
 

Mais de Delegação de Cascais (20)

Contributo para uma Reforma da Justiça- Dr. Jorge Bleck
Contributo para uma Reforma da Justiça- Dr. Jorge Bleck Contributo para uma Reforma da Justiça- Dr. Jorge Bleck
Contributo para uma Reforma da Justiça- Dr. Jorge Bleck
 
Editorial - Pilares da Justiça
Editorial - Pilares da Justiça Editorial - Pilares da Justiça
Editorial - Pilares da Justiça
 
Celeridade com qualidade nos Tribunais - Dra. Branca Corrêa
Celeridade com qualidade nos Tribunais - Dra. Branca CorrêaCeleridade com qualidade nos Tribunais - Dra. Branca Corrêa
Celeridade com qualidade nos Tribunais - Dra. Branca Corrêa
 
Reforma da Justiça nos Tribunais Administrativos e Fiscais - Dra. Maria Paula...
Reforma da Justiça nos Tribunais Administrativos e Fiscais - Dra. Maria Paula...Reforma da Justiça nos Tribunais Administrativos e Fiscais - Dra. Maria Paula...
Reforma da Justiça nos Tribunais Administrativos e Fiscais - Dra. Maria Paula...
 
Reforma na Justiça - Dra. Inês Nunes
Reforma na Justiça - Dra. Inês NunesReforma na Justiça - Dra. Inês Nunes
Reforma na Justiça - Dra. Inês Nunes
 
Justiça eficiente e rápida- Dr. Bruno Bobone
Justiça eficiente e rápida- Dr. Bruno BoboneJustiça eficiente e rápida- Dr. Bruno Bobone
Justiça eficiente e rápida- Dr. Bruno Bobone
 
Quem quer viver na Venezuela?
Quem quer viver na Venezuela?Quem quer viver na Venezuela?
Quem quer viver na Venezuela?
 
Editorial - Um Natal mágico
Editorial - Um Natal mágico Editorial - Um Natal mágico
Editorial - Um Natal mágico
 
Novidades Legislativas
Novidades Legislativas Novidades Legislativas
Novidades Legislativas
 
Artigo do Prof. Doutor Germano de Sousa
Artigo do Prof. Doutor Germano de SousaArtigo do Prof. Doutor Germano de Sousa
Artigo do Prof. Doutor Germano de Sousa
 
Editorial - Estatizar a Ordem
Editorial - Estatizar a OrdemEditorial - Estatizar a Ordem
Editorial - Estatizar a Ordem
 
Artigo de Opinião - Dra. Francisca Castro
Artigo de Opinião - Dra. Francisca CastroArtigo de Opinião - Dra. Francisca Castro
Artigo de Opinião - Dra. Francisca Castro
 
Novidades Legislativas
Novidades LegislativasNovidades Legislativas
Novidades Legislativas
 
Editorial - Novo Ano Judicial/ Nova Era
Editorial - Novo Ano Judicial/ Nova EraEditorial - Novo Ano Judicial/ Nova Era
Editorial - Novo Ano Judicial/ Nova Era
 
Novidades Legislativas
Novidades LegislativasNovidades Legislativas
Novidades Legislativas
 
Relatório de actividades desenvolvidas até 15 de Julho de 2021
Relatório de actividades desenvolvidas até 15 de Julho de 2021Relatório de actividades desenvolvidas até 15 de Julho de 2021
Relatório de actividades desenvolvidas até 15 de Julho de 2021
 
Novidades Legislativas
Novidades LegislativasNovidades Legislativas
Novidades Legislativas
 
Editorial - Referendar
Editorial - ReferendarEditorial - Referendar
Editorial - Referendar
 
Novidades Legislativas
Novidades LegislativasNovidades Legislativas
Novidades Legislativas
 
Artigo do Dr. Luís Paulo Relógio - É a hora de se defender a dignidade da adv...
Artigo do Dr. Luís Paulo Relógio - É a hora de se defender a dignidade da adv...Artigo do Dr. Luís Paulo Relógio - É a hora de se defender a dignidade da adv...
Artigo do Dr. Luís Paulo Relógio - É a hora de se defender a dignidade da adv...
 

As Delegações e o seu valor - Dra. Manuela Frias

  • 1. As Delegações e o seu valor Olhar o passado é importante para perceber o presente, ajudando a construir um futuro melhor e por isso não será demais recordar que: A Ordem dos Advogados, criada como pessoa jurídica em 1938, pelo Decreto n:º 11 715, com sede em Lisboa, era formada por todos os Advogados portugueses, organizada em Assembleias, Conselhos e Delegações, órgãos a quem cabia a realização dos seus fins. Previa-se a criação de um Conselho Geral em Lisboa, Conselhos distritais nas sedes das então designadas Relações e Delegações em todas as comarcas que contassem com 20 Advogados, eleitas pelos Advogados da respetiva área territorial. Caso o número de inscritos fosse inferior a 20, procedia-se ao agrupamento de comarcas limítrofes até se constituir uma Delegação. A relevância atribuída às Delegações, manifestava-se por, com poucas exceções, lhe serem atribuídas funções semelhantes às dos Conselhos. Advogada M A N U E L A F R I A S
  • 2. Mais tarde, com o Estatuto aprovado pelo DL n.º 84/84 de 16 Março, determinava-se a existência de Delegações, em cada comarca que não sendo sede de distrito, contasse com pelo menos 10 Advogados inscritos e caso assim não fosse, cabia haver um Delegado, nomeado pelo respetivo Conselho Distrital de entre Advogados inscritos por essa comarca. O decurso do tempo, revelava por parte dos órgãos centrais da OA, um afastamento e uma falta de reconhecimento das Delegações e Delegados, esquecendo que sendo órgãos de proximidade dos Advogados, melhor conheciam os seus problemas e anseios. A situação conheceria uma reviravolta, com o Bastonário Júlio Castro Caldas (1993-1998), que no final do seu primeiro mandato, convoca as Delegações e Delegados da área da circunscrição de Lisboa, para uma reunião (seguida de um jantar, no restaurante então existente no último andar) na sede da Ordem, no Largo de S. Domingos, onde foi possível aos mais próximos representantes doa Advogados, falar das suas dificuldades e anseios, conhecerem-se entre si e trocarem impressões, sobre o que, afinal, eram os problemas comuns a todos. Seria da troca de impressões entre os então Presidentes das Delegações de Loures e Vila Franca de Xira (respetivamente, Manuela Frias e António Pinto Paiva), que surgiria a ideia de realizar reuniões de trabalho regulares, com os vários representantes das Delegações, sobre as questões candentes da prática da Advocacia, o que veio a acontecer, dando lugar à designada InterDelegações que se afirma como “um espaço de livre reflexão, discussão e debate das
  • 3. Delegações, em torno da Advocacia e da administração da Justiça”. De uma situação em que as sedes das Delegações eram no escritório do Presidente da Delegação ou Delegado, com custos integralmente suportados pelos próprios, havia que trilhar um caminho de valorização, nem sempre fácil, mas que as Delegações da circunscrição de Lisboa, através do trabalho realizado no âmbito da InterDelegações, trilharam e continuam a trilhar, com motivação, empenhamento, insistência e resultados. Ao longo do tempo, muito tem sido o trabalho das Delegações da circunscrição de Lisboa, através da “Inter-Delegações”, com propostas e recomendações, que acolhem os anseios e a defesa dos interesses e direitos da Advocacia e dos Advogados que representam e bem conhecem; pareceres sobre projetos legislativos (ainda mais num tempo em que ainda se ouvia a Ordem...), num valioso contributo para as posições assumida pelos demais órgãos da Ordem. Numa outra vertente, percebeu-se a necessidade de representação das Delegações no seu Conselho Regional (então designado por Distrital), como forma de lhes ser reconhecido o valor e o quanto são imprescindíveis a uma Ordem viva e forte, o que começou por acontecer, de modo muito expressivo, no mandato do Bastonário António Pires de Lima, com um Conselho Distrital presidido pelo Dr. Fernando Fragoso Marques (ele próprio ex Presidente da Delegação do Barreiro). Mas as Delegações, ao menos as da circunscrição de Lisboa, se
  • 4. onquistaram e continuam a ter um excelente relacionamento e trabalho de equipa , com o seu Conselho Regional, vento diferente lhes sopra dos lados de S. Domingos. Por regra lembradas em tempos eleitorais, são depois esquecidas, não vendo aceite, reconhecido e valorizado, o seu papel e trabalho de proximidade junto dos Advogados e demais elementos do judiciário, sendo-lhe negado um exercício de competências para as quais estão, quase todas, devidamente e melhor habilitadas, tomando-se como mero exemplo, questões relacionadas com escalas de prevenção, no âmbito do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais O papel das Delegações é também essencial, na abertura, necessária de aproximação e contributo à comunidade, como modo de valorização e respeito pela Advocacia, pelos Advogados e a sua Ordem. Em ano de realização da Convenção de Delegações, em Almada, não será demais lembrar o que terá sido um dos maiores frutos do trabalho desenvolvido pelas Delegações da InterDelegações, com a concretização do sonho de se conhecer a realidade de outras Delegações do país, discutir ideias e trabalhar em conjunto, quando numa das suas regulares reuniões (no Cadaval, em Março de 1997), se logrou “convencer” o Bastonário Castro Caldas, a acolher a ideia de realização da Primeira Convenção de Delegações, que se realizaria em Viseu, a 9, 10 e 11 de Maio de 1997, um momento alto de afirmação das Delegações de todo o país.
  • 5. Foi um tempo de entusiasmo, em que nasceram polos de trabalho em Leiria, Guarda, Viana do Castelo e Santarém, por exemplo, em que as Convenções de Delegações eram cuidadosamente preparadas e com uma tal antecedência, que finda uma Convenção se começava a preparar a próxima, sempre no intuito de atingir maiores e melhores resultados. Infelizmente, com o tempo, as Convenções de Delegações viriam a perder a força impulsionadora e a independência, esmagada pelo poder do órgão central da Ordem, numa postura de que “quem paga manda”, regulamentando de forma limitadora, um momento que se sonhou de independência, solidariedade e amizade, como sentimentos de um trabalho profícuo no sentido da dinamização e valorização da vida das Delegações e consequentemente, da Ordem e da Advocacia. Que ninguém duvide do papel essencial das Delegações, na defesa dos direitos dos Advogados, no encontrar de soluções para as dificuldades no exercício da profissão, que a posição de proximidade lhes permitem conhecer de modo privilegiado, num contributo único para a dignificação da Advocacia e o pulsar de uma Ordem que se quer viva, atuante, escutada e respeitada... Longa e profícua vida, tenham as Delegações da Ordem dos Advogados!