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EXPERIÊNCIAS DE AMIZADE
A lógica familialista como semelhança e o
      Espaço Público como diferença


       Andressa Almada Marinho Pontes
        (Graduanda em Psicologia/UFS)

             Kleber Jean Matos Lopes
       (Professor Dr. Orientador DPS/UFS)
O que inspirou esta
 monografia? os objetivos desta monografia?
  Quais são
Refletir sobre as experiências de amizade na
sociedade ocidental para conhecer, problematizar e
suscitar questões sobre modo dominante de
organização da amizade.

De acordo com Ortega (2000), o ideal ocidental
predominante de amizade é aquele que se associa a
intimidade e sustenta a necessidade de familiaridade
entre os amigos. Foi resultado do processo de
esvaziamento do espaço público e conseqüente
despolitização da experiência nesse espaço.
Procurou-se observar também as peculiaridades de experiências de diferentes
períodos históricos:

• propostas de amizade do teórico Cícero;
• o conteúdo bibliográfico do século XVIII e XIX observado por Vicent-Buffault;
• e os discursos de uma pesquisa vinculada ao PIBIC realizada entre estudantes
recém-admitidos na Universidade Federal de Sergipe.
O ESPAÇO PÚBLICO COMO CONDIÇÃO PARA
A A DIFERENÇA
  partir da obra “Condição Humana” (1997), Arendt traz :

• Com a ascensão da esfera social no mundo moderno, as atividades
econômicas passam a ter importância pública;

• As formas de sociabilidade foram traduzidas em metáforas familiares, sob ideal
de intimidade, promove sensação de segurança e conforto;

• Mercantilismo promove a laborização – faz surgir a Sociedade de Massas –
homogeneização das condutas;

• Ação e discurso perdem a utilidade de revelar singularidades, pois ficam retidas
na esfera privada;

• Arendt acredita que o contexto intersubjetivo do espaço público é o lugar para
atuar, aprender a lidar com a diferença, cultivar a distância;

• Busca pela recuperação do espaço público, tendo a amizade como um
mecanismo para tanto.
PARA ALÉM DA LÓGICA FAMILIALISTA DE
 AMIZADE
• Com a obra Para uma política da amizade: Arendt, Derrida, Foucault,
Francisco Ortega trata principalmente sobre influência da semântica
familialista no modo de organizar a amizade no contemporâneo;

• Na Antiguidade Aristóteles acreditava que a percepção do amigo é uma
forma privilegiada da consciência de si, que iniciou o processo de
fraternização;

• A fraternidade se baseia em lógica particularista, que privilegia as
afinidades e marginaliza a diferença;

• A ênfase na esfera privada, a decomposição do espaço público, o
enaltecimento da idéia de intimidade provocam a fluidez e a fragilidade
dos laços humanos (Bauman);

• Ortega traz a questão: “Somos incapazes de pensar a amizade além da
• Levinás mostra o desafio que é do encontro com o outro em sua
alteridade, que provoca transformações, questionamentos, desestabiliza;

• Foucault e Ortega buscam por uma ética da amizade que visa
intensificar a experimentação, amizade como uma forma de vida livre, um
programa vazio de caráter imprevisível e inúmeras formas de ser;

• Procuram pensar na amizade como uma relação aberta ao outro em
sua alteridade, na troca de opiniões com o aprimoramento e relativização
do pensamento;

• A amizade se constitui como um espaço de experimentação política
imanente de irrupção do imprevisto, desde que seja deslocada da esfera
privada (intimidade), para o espaço público;
EXPERIÊNCIAS DISCURSIVAS DA AMIZADE

Sobre a Amizade em Cícero

A obra Lélio ou A Amizade traz uma série de considerações sobre a amizade:

• Afirma que amizade ultrapassa a morte, perpetuada na memória dos que vivem;

• Acredita que a amizade só se estabelece entre os homens de bem;

• Atrela amizade a virtude como inerente a natureza;

• Questiona o utilitarismo nas relações, sendo a reciprocidade uma manifestação
da amizade;

• Admite a vantagem de compartilhar tudo de si na amizade;

• Dificuldade em conservar as amizades quando decepcionam por não mais se
tolerar abusos e defeitos. Causa possível quando há temperamentos e interesses
divergentes entre as pessoas;
A Intimidade nas amizade dos séculos XVIII e XIX

• Com o livro Da Amizade , Vicent-Buffault    trata de correspondências,
diários íntimos, tratados, ensaios e autobiografias escritos de maneira
íntima dentro de um domínio privado;

• Tratados traziam normas e conselhos de boa conduta como um guia para
a vida em sociedade, pautado na Antiguidade, afim de aproximar as
pessoas e melhor conduzir as amizades;

• O Sistema Mercantil provocou a hierarquização dos laços sóciais e os
tratados colaboraram em distinguir e classificar as amizades em busca do
amigo ideal;

• Desaparecimento do discurso da amizade durante o séc. XIX, as
transformações econômicas trouxeram a rivalidade entre as pessoas, o que
limita o exercício da amizade e multiplicou-se a publicação de ensaios
Família como referência identitária no contemporâneo

• Projeto   “Psicologia, tecnologia   e   modos    de   subjetivação
contemporâneos” - plano de trabalho “Amizade mediada por dispositivos
tecnológicos”;

• Foram 19 alunos entrevistados entre 17 e 20 anos recém-ingressos na
UFS em 2007;

• A Família contribui: para produção de identidades individualizadas na
contemporaneidade, na formação do indivíduo, influenciando decisões e
ações e como uma forte referência identitária para as relações de amizade
como quando o sentimento que se tem por um amigo tal qual por alguém
da família;

• As amizades são consideradas como apoio ou ajuda;
CONSIDERAÇÕES FINAIS

• Destacam-se alguns pontos da análise:

   • A partir da idéia de Cícero que não existe amizade entre pessoas
   diferentes. Será que só entre pessoas semelhantes se constrói uma
   amizade duradoura?;

   • Amizade superando a morte - remete a lógica do epitáfio criticada por
   Derrida, pois reduz o amigo a si mesmo;

   • A importância do Espaço Público para Arendt;

   • Para oportunizar os encontros, torna-se interessante reabilitar o
   espaço público, estimular inclusive o exercício da amizade em
   espaços diferentes e assim desenvolver a arte de negociar as
   diferenças, nesse sentido, desvincular a amizade das metáforas
   familiares;
• Mostra-se difícil imaginar estabelecer uma relação de amizade com
alguém que não se tenha nada em comum;

   • Será que só é possível ser amigo de quem é intimo ou semelhante?;
   • Será possível ser amigo de alguém com quem não se tenha
   afinidades?;
   • Será que a amizade íntima também não traz benefícios para quem
   dela usufrui?;

• Não se pretende na monografia e nem se consegue definir amizade,
devido a pluralidade e plasticidade humana;

• Acredita-se ter concluído entre os propósitos desta monografia: o de
contribuir para compreensão das relações da amizade e complexificação
das relações humanas, problematizar e suscitar questões sobre o tema da
amizade, colaborando inclusive para a produção de novos trabalhos.
OBRIGADA PELA PRESENÇA DE TODOS!!

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Apresentação monografia experiências de amizade

  • 1. EXPERIÊNCIAS DE AMIZADE A lógica familialista como semelhança e o Espaço Público como diferença Andressa Almada Marinho Pontes (Graduanda em Psicologia/UFS) Kleber Jean Matos Lopes (Professor Dr. Orientador DPS/UFS)
  • 2. O que inspirou esta monografia? os objetivos desta monografia? Quais são Refletir sobre as experiências de amizade na sociedade ocidental para conhecer, problematizar e suscitar questões sobre modo dominante de organização da amizade. De acordo com Ortega (2000), o ideal ocidental predominante de amizade é aquele que se associa a intimidade e sustenta a necessidade de familiaridade entre os amigos. Foi resultado do processo de esvaziamento do espaço público e conseqüente despolitização da experiência nesse espaço. Procurou-se observar também as peculiaridades de experiências de diferentes períodos históricos: • propostas de amizade do teórico Cícero; • o conteúdo bibliográfico do século XVIII e XIX observado por Vicent-Buffault; • e os discursos de uma pesquisa vinculada ao PIBIC realizada entre estudantes recém-admitidos na Universidade Federal de Sergipe.
  • 3. O ESPAÇO PÚBLICO COMO CONDIÇÃO PARA A A DIFERENÇA partir da obra “Condição Humana” (1997), Arendt traz : • Com a ascensão da esfera social no mundo moderno, as atividades econômicas passam a ter importância pública; • As formas de sociabilidade foram traduzidas em metáforas familiares, sob ideal de intimidade, promove sensação de segurança e conforto; • Mercantilismo promove a laborização – faz surgir a Sociedade de Massas – homogeneização das condutas; • Ação e discurso perdem a utilidade de revelar singularidades, pois ficam retidas na esfera privada; • Arendt acredita que o contexto intersubjetivo do espaço público é o lugar para atuar, aprender a lidar com a diferença, cultivar a distância; • Busca pela recuperação do espaço público, tendo a amizade como um mecanismo para tanto.
  • 4. PARA ALÉM DA LÓGICA FAMILIALISTA DE AMIZADE • Com a obra Para uma política da amizade: Arendt, Derrida, Foucault, Francisco Ortega trata principalmente sobre influência da semântica familialista no modo de organizar a amizade no contemporâneo; • Na Antiguidade Aristóteles acreditava que a percepção do amigo é uma forma privilegiada da consciência de si, que iniciou o processo de fraternização; • A fraternidade se baseia em lógica particularista, que privilegia as afinidades e marginaliza a diferença; • A ênfase na esfera privada, a decomposição do espaço público, o enaltecimento da idéia de intimidade provocam a fluidez e a fragilidade dos laços humanos (Bauman); • Ortega traz a questão: “Somos incapazes de pensar a amizade além da
  • 5. • Levinás mostra o desafio que é do encontro com o outro em sua alteridade, que provoca transformações, questionamentos, desestabiliza; • Foucault e Ortega buscam por uma ética da amizade que visa intensificar a experimentação, amizade como uma forma de vida livre, um programa vazio de caráter imprevisível e inúmeras formas de ser; • Procuram pensar na amizade como uma relação aberta ao outro em sua alteridade, na troca de opiniões com o aprimoramento e relativização do pensamento; • A amizade se constitui como um espaço de experimentação política imanente de irrupção do imprevisto, desde que seja deslocada da esfera privada (intimidade), para o espaço público;
  • 6. EXPERIÊNCIAS DISCURSIVAS DA AMIZADE Sobre a Amizade em Cícero A obra Lélio ou A Amizade traz uma série de considerações sobre a amizade: • Afirma que amizade ultrapassa a morte, perpetuada na memória dos que vivem; • Acredita que a amizade só se estabelece entre os homens de bem; • Atrela amizade a virtude como inerente a natureza; • Questiona o utilitarismo nas relações, sendo a reciprocidade uma manifestação da amizade; • Admite a vantagem de compartilhar tudo de si na amizade; • Dificuldade em conservar as amizades quando decepcionam por não mais se tolerar abusos e defeitos. Causa possível quando há temperamentos e interesses divergentes entre as pessoas;
  • 7. A Intimidade nas amizade dos séculos XVIII e XIX • Com o livro Da Amizade , Vicent-Buffault trata de correspondências, diários íntimos, tratados, ensaios e autobiografias escritos de maneira íntima dentro de um domínio privado; • Tratados traziam normas e conselhos de boa conduta como um guia para a vida em sociedade, pautado na Antiguidade, afim de aproximar as pessoas e melhor conduzir as amizades; • O Sistema Mercantil provocou a hierarquização dos laços sóciais e os tratados colaboraram em distinguir e classificar as amizades em busca do amigo ideal; • Desaparecimento do discurso da amizade durante o séc. XIX, as transformações econômicas trouxeram a rivalidade entre as pessoas, o que limita o exercício da amizade e multiplicou-se a publicação de ensaios
  • 8. Família como referência identitária no contemporâneo • Projeto “Psicologia, tecnologia e modos de subjetivação contemporâneos” - plano de trabalho “Amizade mediada por dispositivos tecnológicos”; • Foram 19 alunos entrevistados entre 17 e 20 anos recém-ingressos na UFS em 2007; • A Família contribui: para produção de identidades individualizadas na contemporaneidade, na formação do indivíduo, influenciando decisões e ações e como uma forte referência identitária para as relações de amizade como quando o sentimento que se tem por um amigo tal qual por alguém da família; • As amizades são consideradas como apoio ou ajuda;
  • 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS • Destacam-se alguns pontos da análise: • A partir da idéia de Cícero que não existe amizade entre pessoas diferentes. Será que só entre pessoas semelhantes se constrói uma amizade duradoura?; • Amizade superando a morte - remete a lógica do epitáfio criticada por Derrida, pois reduz o amigo a si mesmo; • A importância do Espaço Público para Arendt; • Para oportunizar os encontros, torna-se interessante reabilitar o espaço público, estimular inclusive o exercício da amizade em espaços diferentes e assim desenvolver a arte de negociar as diferenças, nesse sentido, desvincular a amizade das metáforas familiares;
  • 10. • Mostra-se difícil imaginar estabelecer uma relação de amizade com alguém que não se tenha nada em comum; • Será que só é possível ser amigo de quem é intimo ou semelhante?; • Será possível ser amigo de alguém com quem não se tenha afinidades?; • Será que a amizade íntima também não traz benefícios para quem dela usufrui?; • Não se pretende na monografia e nem se consegue definir amizade, devido a pluralidade e plasticidade humana; • Acredita-se ter concluído entre os propósitos desta monografia: o de contribuir para compreensão das relações da amizade e complexificação das relações humanas, problematizar e suscitar questões sobre o tema da amizade, colaborando inclusive para a produção de novos trabalhos.