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APOSTILA DO
CUIDADOR
Anotações:
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O PAPEL DO CUIDADOR
Caro cuidador, cuidar significa ter uma atitude constante de ocupação,
preocupação, responsabilidade, envolvimento e ternura para com o semelhante.
Requer, por isso, estar atento às necessidades de outra pessoa e auxiliar com solicitude,
tratando a bem.
Todo ser humano necessita ser cuidado ao longo de toda a vida, em maior ou menor
intensidade e de diversas maneiras, conforme a fase da vida e as circunstâncias pessoais.
Ao mesmo tempo, todas as pessoas cuidam de outras também, de forma natural e
espontânea, pois o cuidado é essencial ao desenvolvimento de quem o oferece e de
quem o recebe.
Cuidar é, portanto, algo natural do ser humano, que pode passar a constituir um
papel social, como por exemplo, o de mãe ou de pai ou mesmo uma profissão: a de
cuidador.
Em 1999, a Portaria Interministerial nº 5.153 instituía o primeiro Programa Nacional
de Cuidadores de Idosos, coordenado por uma comissão composta pela Secretaria de
Estado de Assistência Social do Ministério da Previdência e Assistência e pela Secretaria
de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, com o intuito de formar cuidadores em
todo o território nacional (Groisman, 2013).
Foi graças a esse programa que, em 2002, o Ministério do Trabalho e Emprego
incluiu, na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), a ocupação de cuidador de
idosos, sob o código 5162. (GG DEBERT, 2015)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária define cuidador de idosos como a "pessoa
capacitada para auxiliar o idoso que apresenta limitações para realizar atividades da vida
diária" (ANVISA, 2005).
Como toda profissão, cuidar é uma tarefa a ser aprendida e aprimorada ao longo do
tempo. Portanto, para ser cuidador, é necessário primeiro, conhecer os aspectos
normativos e conceituais que envolvem a profissão, além de adquirir habilidades
práticas, como por exemplo, auxiliar no banho, conduzir uma cadeira de rodas ou cuidar
de um aparelho auditivo.
Vale ressaltar que cuidar é algo dinâmico e complexo, que varia conforme as
necessidades individuais de cada um, que por sua vez variam ao longo do tempo. É
fundamental que o cuidador saiba atender a cada idoso conforme suas características
próprias, valorizando sua história de vida, preferências e interesses. É preciso, ainda,
estar atento às possíveis mudanças no estado psicológico e de saúde de cada idoso com
o passar do tempo.
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Dentre as tarefas realizadas pelo cuidador, citamos algumas:
o Prestar cuidados essenciais e elementares à manutenção do bem-estar do
indivíduo, que compreende aspectos pessoais como: banho, vestimenta, higiene
e alimentação.
o Proporcionar conforto/bem-estar físico e psíquico.
o Auxiliar nas atividades básicas e instrumentais da vida diária, estimulando
independência e autonomia.
o Auxiliar na mobilidade.
o Estimular comunicação: conversar, valorizar o que diz, ajudar a mantê-lo
informado dos acontecimentos
o Acompanhar/estimular em atividades sociais, culturais e de lazer.
o Acompanhar em consultas médicas e terapias, exames, procurando seguir as
orientações dadas pelos profissionais de saúde.
o Estimular a participação e relacionamento social, bem como das funções
motoras cognitivas (sob orientação profissional).
o Auxiliar manutenção dos pertences dos idosos.
o Monitorar adequação do ambiente.
o Estimular a autoconfiança, valorização e aceitação do idoso.
o Observar alterações (de saúde e comportamento) dos idosos, registrá-las e
informar ao familiar ou profissional de saúde responsável pelo idoso.
Dentre as atribuições do cuidador, destacamos:
o Manter capacidade e preparo físico, emocional e espiritual
o Cuidar da sua aparência e higiene pessoal
o Demonstrar educação e boas maneiras
o Adaptar-se a diferentes estruturas e padrões familiares e comunitários
o Respeitar a privacidade da CJAI
o Demonstrar sensibilidade e paciência
o Saber ouvir
o Perceber e suprir carências afetivas
o Manter a calma em situações críticas
o Demonstrar discrição
o Observar e tomar resoluções
o Em situações especiais, superar seus limites físicos e emocionais
o Manter otimismo em situações adversas
O uso do caderno/agenda
É muito importante que o cuidador tenha um caderno/agenda para que anote tudo
o que acontece com o paciente, desde alterações básicas no comportamento,
alimentação e etc, como também a evolução, quedas, acidentes e toda a rotina do idoso,
caderno/agenda deve ser individual para cada paciente.
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Adotar essa medida, garante segurança quanto ao que acontece no seu plantão,
além de ficar mais organizado na hora da consulta, ao passar alguma informação para o
médico ou para a família.
Concluímos, conforme exposto anteriormente, que o papel do cuidador é de
fundamental importância no atendimento às necessidades cotidianas do idoso, no
seguimento das orientações para sua saúde, bem-estar, segurança e conforto e ainda
no respeito e estímulo à sua autonomia e independência.
De fato, no atendimento ao idoso temos o objetivo de mantê-lo o mais ativo e
independente possível por mais tempo, e promover a autonomia, ou seja, possibilitar
que o indivíduo faça escolhas e que estas sejam respeitadas. Nesse sentido, o cuidador
deve garantir a prestação de auxílio necessário, mas estimular a independência e
autonomia, o que na prática significa respeitar as opiniões, preferências e decisões do
idoso, sempre que isso não acarrete nenhum risco para ele, motivar o idoso a se manter
ativo e participante no seu círculo social; e permitir que se esforce para realizar tarefas
cotidianas com o menor auxílio possível, pois quanto mais o idoso exercita uma
habilidade, mais ele mantém essa habilidade preservada.
A seguir, serão expostos os conceitos de autonomia e independência:
AUTONOMIA INDEPENDÊNCIA
Autogoverno, liberdade individual,
privacidade, livre escolha e
independência moral. A capacidade de o
indivíduo fazer escolhas sobre as
questões relacionadas à sua vida.
Capacidade de viver sem ajuda nas
atividades de subsistência básica, no
domicílio e na comunidade, dependendo
das demandas do meio ambiente.
As condições de autonomia, independência e dependência envolvem uma relação
dinâmica expressa de forma diferente nas diversas fases do desenvolvimento da pessoa
(infância, juventude, vida adulta e velhice) e circunstâncias sociais e de saúde. Por isso
devemos prestar atendimento considerando as necessidades individuais de cada idoso,
garantindo que desenvolva suas atividades cotidianas de forma segura e satisfatória,
preservando sua identidade e privacidade.
Numa instituição de longa permanência para idosos, há residentes com diversas
necessidades e graus de dependência, de tal maneira que os cuidadores devem prestar
auxílio proporcional às necessidades de cada um.
Em instituições grandes, é importante que cada idoso seja avaliado por profissional
competente e o gerenciamento de recursos humanos, bem como a organização de
rotinas de cuidados e de atividades sejam dimensionados de acordo com o grau de
dependência do grupo de idosos.
Os cuidadores familiares e os profissionais que atendem em domicílio geralmente
cuidam de apenas um idoso, porém como o envelhecimento é um processo dinâmico, é
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importante observar, ao longo do tempo, possíveis mudanças nas necessidades e
mesmo no grau de dependência do idoso.
COMO AVALIAR O GRAU DE DEPENDÊNCIA DO IDOSO
Com o processo de envelhecimento o idoso pode adquirir limitações para execução
de atividades simples como banhar-se sozinho ou escovar os dentes e essas limitações
pode ser avaliado com algumas escalas dentre as mais usadas podemos ressaltar a
Escala de Katz.
A ANVISA (2005) define a dependência como "condição do indivíduo que requer o
auxílio de pessoas ou de equipamentos especiais para a realização de atividades da vida
diária". Os graus de dependência são os seguintes:
GRAU DE DEPENDÊNCIA I GRAU DE DEPENDÊNCIA II GRAU DE DEPENDÊNCIA III
Idosos dependentes,
mesmo que requeiram uso
de equipamentos de
autoajuda;
Idosos com dependência
em até três atividades de
autocuidado para a vida
diária tais como:
alimentação, mobilidade,
higiene; sem compromisso
cognitivo ou com alteração
cognitiva controlada;
idosos com dependência
que requeiram assistência
em todas as atividades de
autocuidado para a vida
diária e ou com
comprometimento
cognitivo.
Indivíduo autônomo - é aquele que detém poder decisório e controle sobre sua vida.
Outro modo semelhante de se classificar o grau de dependência é o que
apresentaremos a seguir, comentando brevemente qual a atuação correspondente do
cuidador.
Independente - Idosos que realizam as atividades de vida diária sem auxílio, mesmo
que requeiram uso de equipamentos de autoajuda.
Atuação geral do cuidador: oferecer auxílio na execução das atividades quando
perceber dificuldade e informar equipe; estar atento para dificuldades mentais, sociais
e emocionais; auxiliar na manutenção de ambiente organizado e seguro, e que favoreça
a execução das atividades; auxiliar na divulgação sobre atividades oferecidas pela
instituição e acompanhar até os diferentes locais da instituição aqueles que precisarem.
Semi-dependentes - Idosos com dependência em até três atividades de
autocuidado para a vida diária tais como: alimentação, mobilidade, higiene; sem
comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada.
Atuação geral do cuidador: população com maior risco, dobrar a atenção! Oferecer
a quantidade de auxílio necessária e estimular a manutenção das funções; informar a
equipe sobre alterações observadas; auxiliar na manutenção de ambiente organizado e
seguro, e que favoreça a execução das atividades, auxiliar na divulgação sobre atividades
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oferecidas pela instituição e acompanhar até os diferentes locais da instituição aqueles
que precisarem.
Dependentes - Idosos com dependência que requeiram assistência em todas as
atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo.
Atuação geral do cuidador: estar atento para não subestimar a capacidade do idoso;
estimular a participação, mesmo que não seja possível realizar a tarefa completa
sozinho; é necessário "ser" para o idoso as funções que estão comprometidas: crítica,
percepção do meio, etc; manter o ambiente organizado e seguro, e que favoreça a
execução das atividades; buscar manter na rotina não só as atividades de autocuidado,
mas também estimular o convívio social e a participação nas atividades voltadas para
este público e em outras orientadas pela equipe, sempre acompanhar aos diferentes
locais da instituição.
Cada idoso irá atribuir um significado ao seu processo de envelhecimento e às
possíveis limitações e dependência para realizar suas atividades cotidianas. Isto
dependerá de características da personalidade e história de vida, do suporte social, do
seu quadro clínico e de recursos econômicos e sociais que se dispõe.
De acordo com a forma que este idoso encara suas dificuldades e com as limitações
reais que apresentar, ele pode precisar de mais ou menos auxílio, e o cuidado oferecido
terá características diferenciadas, podendo variar em tipo e intensidade. É o que
comentaremos a seguir, recordando, antes que, de forma geral, devemos sempre
estimular que o idoso busque utilizar todas as funções preservadas, pois assim
estaremos auxiliando-o a manter-se mais ativo e evitar um declínio ainda maior de sua
capacidade funcional.
TIPOS DE CUIDADOS
o Físicos: quando é preciso utilizar seus movimentos e força para auxiliar o idoso
a executar uma tarefa. Ex: empurrar cadeira de rodas, auxiliar na transferência,
ofertar dieta, trocar fralda.
o Cognitivos: quando é preciso orientar e auxiliar na tomada de decisões para o
idoso executar uma tarefa. Ex: lembrar o idoso de qual atividade ele precisa
executar naquele momento, como refeições, tomar banho ou ir ao médico.
o Sociais e emocionais: além de cuidar para que o idoso realize as atividades de
autocuidado, o cuidador também oferece cuidado nos aspectos sociais e
emocionais. Ex: conversar com o idoso sobre assuntos gerais, estimular que
participe dos passeios, eventos sociais e atividades de lazer, oferecer um sorriso
e uma palavra de conforto quando estiver chateado. Afinal os profissionais
acabam se tornando as pessoas de convivência diária desses idosos, e é possível
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manter uma relação afetiva e social sem perder o profissionalismo e o foco no
seu papel.
Intensidade dos cuidados
o Sem auxílio: idoso realiza a atividade por iniciativa própria e o faz de forma
segura e eficiente, com independência.
o Supervisão: idoso precisa de alguém próximo a ele enquanto executa uma
tarefa, para lembrá-lo do que precisa ser feito, preparar o ambiente ou para
certificar-se de que o desempenho foi satisfatório. Não é preciso tocar no idoso.
o Auxílio parcial: já é necessário tocar no idoso para auxiliá-lo na execução de uma
tarefa, mas ele executa a maior parte do esforço. Auxílio total: quando é preciso
executar toda ou mais da metade da tarefa pelo idoso. O maior esforço é do
cuidador.
É possível através do acompanhamento médico e multidisciplinar, estabelecer
orientações específicas que guiem o cuidador/familiar a auxiliar e estimular cada idoso
dentro de suas particularidades e fases. A orientação geral é sempre "fazer junto com o
idoso, ou seja, compensando pelas suas limitações, e não "fazer pelo" idoso, ou seja,
sem que esteja participando também ativamente, e o máximo que puder da tarefa. A
proposta principal é que o conhecimento sobre o processo de envelhecimento e a
aquisição de habilidades para o manejo dos idosos permitam ao cuidador desenvolver
seu trabalho com maior qualidade e evitando sobrecarga.
Importante para atuação do cuidador:
o Promover a autonomia e independência e minimizar o impacto negativo que a
aquisição de dependência pode ter sobre o idoso.
o Garantir a oferta de cuidados na intensidade necessária ao idoso.
o Evitar desestímulo ou comportamento dependente do idoso.
Depoimento do cuidador:
O fato de pôr a mão nas costas, o idoso já se refere: "não preciso de ajuda, vou sozinho".
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SEGURANÇA DO IDOSO
É de suma importância abordar aqui sobre a prevenção dos idosos, tanto em casa,
na rua, nos parques e no telefone.
Prevenção em casa
o Lembre sempre de trancar portas e janelas;
o Janelas perto da porta;
o Jamais abra a porta sem ter certeza de quem bate;
o Guarde seu dinheiro em lugar seguro;
o Procure manter contato regular com vizinhos;
o Tenha um telefone no seu quarto;
o Esteja sempre atento (a) ao entrar e sair de sua residência.
Prevenção na rua
Ir ás ruas é o momento em que se requer mais atenção!
o Como os delinquentes escolhem suas vítimas: de acordo com a facilidade que
cada um deles tenha a oferecer naquele exato momento.
o Procure sempre andar acompanhado(a);
o Nunca aceite ajuda de estranhos;
o Sempre esteja atento(a) ao que acontece ao seu redor;
o Deixe gravados no seu celular números de emergência;
Prevenção no banco
É muito comum hoje em dia vermos muitos idosos caindo em diversos golpes, é
importante que você, cuidador, conheça e previna o seu paciente. Listemos abaixo
alguns deles:
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Deixando objetos caírem
Golpe da abordagem
Golpe do SMS que anuncia prêmio
Golpe nas compras
Até onde você menos imagina!
Golpe utilizando a pessoa idosa Golpe da Cirurgia
Golpe da bolsa aberta
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Golpes envolvendo a previdência
Golpe do falso prestador de serviço
Segurança contra acidentes
o A instalação de corrimão;
o Evitar manter tapetes;
o Fazer caminhadas e exercícios físicos;
o O uso de bengalas é importante;
o Desligue o gás no botijão ou na fonte;
o Use algum tipo de despertador ou
cronômetro.
Golpe do bilhete de loteria
Golpe no transporte público
Golpe do Falso sequestro
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AUTOCUIDADO
Autocuidado significa cuidar de si próprio, são as atitudes, os comportamentos que
a pessoa tem em seu próprio benefício, com a finalidade de promover a saúde,
preservar, assegurar e manter a vida. Nesse sentido, o cuidar do outro representa a
essência da cidadania, do desprendimento, da doação e do amor. Já o autocuidado ou
cuidar de si representa a essência da existência humana. A pessoa acamada ou com
limitações, mesmo necessitando da ajuda do cuidador, pode e deve realizar atividades
de autocuidado sempre que possível. O bom cuidador é aquele que observa e identifica
o que a pessoa pode fazer por si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as
atividades. Cuidar não é fazer pelo outro, mas ajudar o outro quando ele necessita,
estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em
pequenas tarefas. Isso requer paciência e tempo. O autocuidado não se refere somente
àquilo que a pessoa a ser cuidada pode fazer por si. Refere-se também aos cuidados que
o cuidador deve ter consigo com a finalidade de preservar a sua saúde e melhorar a
qualidade de vida.
BIOSSEGURANÇA
Os profissionais de saúde ao longo de sua história têm enfrentado vários desafios.
Desde os primeiros relatos da infecção pelo vírus da Imunodeficiência Humana e da
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/aids), expondo a fragilidade e
possibilidade de transmissão de doenças em nível ocupacional, têm sido obrigados a
repensar suas práticas de controle de contaminação cruzada. A partir de então, os
diversos tipos de hepatites virais e outras doenças passíveis de transmissão no ambiente
de trabalho passaram a merecer destaque e esta preocupação tem se traduzido em
medidas de redução de riscos. Isso trouxe a necessidade de se discutir e adotar
mecanismos de proteção, tanto para os profissionais envolvidos no atendimento em
saúde, quanto para os usuários
Higienização das mãos
Lavar as mãos frequentemente é, isoladamente, a ação mais importante para a
prevenção do risco de transmissão de microrganismos para clientes, pacientes e
profissionais de saúde. O método adequado para lavagem das mãos depende do tipo de
procedimento a ser realizado. As mãos devem ser lavadas: - Ao início e término do turno
de trabalho; - Antes e após atividades que eventualmente possam contaminá-las, antes
de calçar luvas e após a remoção das mesmas; - Quando as mãos forem contaminadas
por material biológico e/ou químico.
Atenção:
o O uso da luva não exclui a lavagem das mãos;
o As unhas devem ser tão curtas quanto o possível;
o Todos os adornos (anéis, pulseiras, relógio e etc.) devem ser removidos antes da
higienização;
o Todas as partes devem ser limpas igualmente;
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o A pia de higienização das mãos deve ser distinta da pia de lavagem de
instrumental.
O CUIDADO
O processo de envelhecimento é considerado uma etapa natural e gradual do ciclo
da vida, dentre todas as maneiras de chegar a essa etapa se pode garantir ou não um
envelhecimento saudável e ativo. O envelhecimento também é definido como uma
mudança etária da população que a partir de 60 anos de idade considera-se o início da
velhice. Uma vez que o processo do envelhecimento se inicia o desenvolvimento de
doenças na velhice também aparece. Segundo o IBGE em 2008 foi realizado um estudo
de projeção da população brasileira por sexo e idade, espera-se que em 2025 o Brasil
seja o sexto país do mundo com o maior número de idosos em sua população.
O cuidado nessa etapa da vida se torna crucial para contribuir e garantir que esse
envelhecimento seja saudável. Cuidado significa atenção, precaução, cautela,
dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. Cuidar é servir, é oferecer ao outro, em
forma de serviço, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas; é praticar o cuidado.
Cuidar é também perceber a outra pessoa como ela é, e como se mostra, seus gestos e
falas, sua dor e limitação. Percebendo isso, o cuidador tem condições de prestar o
cuidado de forma individualizada, a partir de suas ideias, conhecimentos e criatividade,
levando em consideração as particularidades e necessidades da pessoa a ser cuidada.
Esse cuidado deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento
físico decorrente de uma doença ou limitação, devemos levar em conta as questões
emocionais, a história de vida, os sentimentos e emoções da pessoa a ser cuidada.
“Respeito e carinho com os idosos é essencial para uma sociedade harmoniosa.”
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ALIMENTAÇÃO SAÚDAVEL
Anatomia digestiva
O sistema digestivo ou gastrointestinal inclui o tubo digestivo que é constituído por:
boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e anus, e
órgãos glandulares - glândulas salivares, glândulas estomacais, fígado e pâncreas - que
segregam substâncias que lançam no interior desse tubo. Um conjunto de órgãos que
têm por função a realização da digestão.
A função do aparelho digestivo é transferir as moléculas orgânicas, água e sais
minerais que constituem a alimentação para o meio interno do organismo, de modo a
que os átomos e moléculas que os constituem possam ser distribuídos pelas células
através do sistema circulatório. Ou seja, é o sistema responsável por obter dos alimentos
ingeridos o nutriente necessário às diferentes funções do organismo, como
crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc. O tubo digestivo de um adulto
mede aproximadamente de 8 à 9 metros de comprimentos desde a boca até ao ânus, e
o seu interior está em contato com o exterior através desses dois orifícios, o que quer
dizer que, em sentido estrito, o conteúdo do tubo digestivo é exterior ao corpo humano.
Ao contrário do que geralmente se imagina, a eliminação de produtos
desnecessários (excreção) não é uma função principal do aparelho digestivo. O maior
responsável pela eliminação dos resíduos é, no corpo humano, o aparelho renal,
enquanto as fezes são constituídas por materiais não digeridos e por bactérias que
residem no tubo digestivo, isto é, por materiais que nunca penetram, de facto, no corpo
humano.
Uma alimentação saudável, isso é, adequada nutricionalmente e sem
contaminação, tem influência no bem-estar físico e mental, no equilíbrio emocional, na
prevenção e tratamento de doenças.
Durante doenças graves e de longa duração pode ocorrer sangramento nas gengivas,
por isso é preciso que o cuidador tenha uma atenção redobrada com a higiene da boca
da pessoa cuidada. Ao observar sangramento mais constante e presença de pus nas
gengivas o cuidador precisa comunicar o fato à equipe de saúde.
É comum a pessoa idosa ter uma diminuição da estrutura óssea da boca. Essa perda
óssea faz com que a prótese fique frouxa, aumentando o movimento, o desconforto e a
possibilidade de lesões na gengiva. Lembrar que dentes quebrados podem ferir a boca.
Geralmente as pessoas doentes têm o apetite diminuído, mas é preciso estar
atento, a recusa em se alimentar ou a agitação no horário das refeições pode ser
decorrente de prótese mal adaptada, cárie, dentes fraturados, feridas, alterações e
inflamação das gengivas. É importante que a alimentação seja saborosa, colorida e
equilibrada, que respeite as preferências individuais e valorize os alimentos da região,
da época e que sejam acessíveis do ponto de vista econômico. Para se ter uma
alimentação equilibrada, com todos os nutrientes necessários para a manutenção da
saúde, é preciso variar os tipos de alimentos, consumindo-os com moderação. Os
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nutrientes são as substâncias químicas que o organismo absorve dos alimentos, esses
nutrientes são indispensáveis para o bom funcionamento do organismo. Os nutrientes
dos alimentos fornecem calorias, que são a quantidade de energia utilizada pelo corpo
para a manutenção de suas funções e atividades. Uma alimentação que fornece mais
calorias do que o organismo gasta em suas atividades diárias pode provocar o excesso
de peso e obesidade. Uma alimentação que fornece menos calorias que o necessário
pode levar à perda de peso e desnutrição.
Os dez passos para uma alimentação saudável
Os 10 passos para uma alimentação saudável é uma estratégia para buscar uma vida
mais saudável, recomendada pelo Ministério da Saúde. Esses passos podem ser
seguidos por toda a família.
1. Aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os 5 vezes por dia.
As frutas e verduras são ricas em vitaminas, minerais e fibras. Coma, pelo menos, 4
colheres de sopa de vegetais (verduras e legumes) 2 vezes por dia. Coloque os
vegetais no prato do almoço e do jantar. Comece com 1 fruta ou 1 fatia de fruta no
café da manhã e acrescente mais 1 nos lanches da manhã e da tarde.
2. Coma feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por semana. O feijão é um
alimento rico em ferro. Na hora das refeições, coloque 1 concha de feijão no seu
prato, assim você estará evitando a anemia.
3. Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente,
salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos, para no máximo 1 vez por semana. Retire
antes do cozimento a pele do frango, a gordura visível da carne e o couro do peixe.
Apesar de o óleo vegetal ser um tipo de gordura mais saudável, tudo em excesso faz
mal! O ideal é não usar mais que 1 lata de óleo por mês para uma família de 4
pessoas. Prefira os alimentos cozidos ou assados e evite cozinhar com margarina,
gordura vegetal ou manteiga.
4. Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa. O sal da cozinha é a maior fonte de
sódio da nossa alimentação. O sódio é essencial para o funcionamento do nosso
corpo, mas o excesso pode levar ao aumento da pressão do sangue, que chamamos
de hipertensão. As crianças e os adultos não precisam de mais que 1 pitada de sal
por dia. Siga estas dicas: não coloque o saleiro na mesa, assim você evita adicionar
sal na comida pronta. Evite temperos prontos, alimentos enlatados, carnes salgadas
e embutidos como mortadela, presunto, linguiça, etc. Todos eles têm muito sal.
5. Faça pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia. Não pule as refeições. Para lanche
e sobremesa prefira frutas. Fazendo todas as refeições, você evita que o estômago
fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite e de exagerar na
quantidade quando for comer. Evite “beliscar”, isso vai ajudar você a controlar o
peso.
6. Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar
para no máximo 2 vezes por semana.
7. Reduza o consumo de álcool e refrigerantes. Evite o consumo diário. A melhor
bebida é a água.
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8. Aprecie a sua refeição. Coma devagar. Faça das refeições um ponto de encontro da
família. Não se alimente assistindo TV.
9. Mantenha o seu peso dentro de limites saudáveis – veja no serviço de saúde se o
seu IMC está entre 18,5 e 24,9kg/m2. O IMC (índice de massa corporal) mostra se o
seu peso está adequado para sua altura. É calculado dividindo-se o peso, em kg, pela
altura, em metros, elevado ao quadrado.
10. Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade física todos os dias; caminhe pelo seu
bairro; suba as escadas; não passe muitas horas assistindo TV. Essas recomendações
foram elaboradas para pessoas saudáveis, mas servem como guia para planejar a
alimentação de pessoas que necessitam de cuidados especiais de saúde. Pessoas
que precisam de dietas especiais devem receber orientações específicas e
individualizadas de um nutricionista, de acordo com o seu estado de saúde.
COMO IDENTIFICAR ALTERAÇÕES DE DEGLUTIÇÃO NO IDOSO
"Desde a mãe que amamenta o bebê até a avó que serve um lanche da tarde,
promover a alimentação é uma maneira comum de demonstrar amor e afeto e os
cuidados com esta tarefa torna-se fundamental para possibilitar a deglutição funcional,
segura e prazerosa".
A deglutição é uma função natural que tem o papel de transportar a saliva e os
alimentos desde a cavidade oral até o estômago. Envolve um complexo grupo de
estruturas, conectadas ao mecanismo neural, sendo um processo dinâmico e tendo a
função de satisfazer os requisitos nutricionais e de prazer do indivíduo. Alguns fatores
como as habilidades cognitivas (atenção do idoso durante as refeições e percepção dos
utensílios e dos alimentos), fatores psicossociais, o volume do alimento ingerido, o
posicionamento do indivíduo durante as refeições e o ambiente em que as refeições
acontecem são essenciais para que a deglutição aconteça de forma segura.
A deglutição, embora seja um processo contínuo, também é dividido em fases: fase
preparatória oral, fase oral, fase faríngea e fase esofágica da deglutição.
A fase preparatória oral e a fase oral são voluntárias e responsáveis pela
mastigação, pela manipulação do alimento dentro da boca, pelo posicionamento do
alimento e pela condução deste até a faringe.
A fase faríngea e a fase esofágica da deglutição são involuntárias e envolve uma
sequência complexa de movimentos coordenados que levam o bolo alimentar para o
estômago. Na fase faríngea há um fechamento completo e automático da glote durante
a deglutição, não permitindo a entrada de nenhuma substância na via aérea.
A deglutição, embora seja um ato simples, torna-se complexa através do
aparecimento de alterações orais, podendo afetar a rotina e a qualidade de vida do
idoso
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Deglutição e o envelhecimento
Existem várias mudanças fisiológicas do sistema digestivo associadas ao
envelhecimento que podem descompensar o mecanismo da deglutição e muitas vezes
afetar diretamente o estado nutricional ou pulmonar do idoso (Fúria e Pelegrini, 2007).
A presença das modificações relacionadas às estruturas orais associadas com a
diminuição das papilas gustativas e da percepção olfativa pode também implicar a
aceitação alimentar do idoso.
CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS E DA DEGLUTIÇÃO DO IDOSO
o Redução da força e dos movimentos dos lábios, língua e bochecha.
o Diminuição do olfato e do paladar.
o Diminuição da saliva (decorrente de medicamentos).
o A mucosa oral (gengiva) permanece mais "fina" (dificuldade em adaptar as
próteses dentárias).
o Perda da dentição natural e diminuição da força mastigatória (mastigação
mais lenta).
o Alterações das estruturas da faringe e do esôfago como: redução da elevação
laríngea durante a deglutição, maior sensação do alimento "parado na
garganta", diminuição da movimentação peristáltica e trânsito alimentar mais
lento.
As características citadas anteriormente são inerentes ao envelhecimento e
geralmente não causam alterações significativas na deglutição do idoso. No entanto,
essas modificações associadas às doenças como: doenças vasculares (acidente vascular
encefálico), doenças degenerativas (demências), doenças do aparelho digestivo (refluxo
gasoesofágico) ou até mesmo o uso de medicamentos que afetam o mecanismo neural
podem prejudicar a deglutição.
DISFAGIA
É um distúrbio de deglutição, com sinais e sintomas específicos, que se caracteriza
por alterações em qualquer fase da dinâmica da deglutição, podendo ser congênita ou
após um comprometimento neurológico, mecânico ou psicogênico, podendo adquirida
trazer prejuízo aos aspectos nutricional, de hidratação, do estado pulmonar, prazer
alimentar e social do indivíduo (Furkim e Santini, 1999).
SINAIS E SINTOMAS
o Dificuldade em deglutir a saliva com escape desta pelos lábios. Dificuldade de
mastigação com escape dos alimentos pela boca.
o Dificuldade em deglutir os alimentos permanecendo parados na boca. Tosse e/ou
engasgos durante ou logo após a deglutição.
o Pigarro frequente
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o Regurgitação nasal
o Alteração da voz após a deglutição (presença de voz molhada).
o Dor ao deglutir.
o Sensação de alimento "parado na região da garganta".
o Cansaço e/ou alteração da respiração após as refeições.
o Diminuição ou recusa da aceitação alimentar.
o Aumento de tosse e secreções após as refeições.
Dentre as doenças mais comuns entre os idosos, destacam-se aquelas de natureza
neurológica como, por exemplo, as demências. As demências em estágios mais
avançados podem causar alterações importantes na dinâmica alimentar, interferindo na
deglutição e consequentemente no estado nutricional e pulmonar do indivíduo idoso.
Nesses casos, a dinâmica alimentar comprometida pelas alterações cognitivas, como
alterações do comportamento, dificuldade em realizar algumas tarefas simples (fazer
seu próprio prato ou levar o garfo até a boca) pode gerar conflito, cansaço e riscos para
o idoso e seus cuidadores. Assim, o papel do cuidador na tarefa de alimentar torna-se
muito importante, pois na maioria das vezes é ele quem observará primeiramente os
sinais e/ou sintomas iniciais da disfagia.
Características da deglutição do idoso com demência
o Dependência alimentar e tempo de refeição aumentado.
o Alterações do comportamento e dos hábitos alimentares.
o Recusa do alimento.
o Ato de cuspir os alimentos.
o Alteração do apetite.
o Problemas em funções básicas como abrir e fechar a boca, mastigar e deglutir.
A atuação fonoaudiológica nas disfagias tem como objetivo identificar, por meio da
história do individuo e da avaliação especifica da deglutição, as informações que
auxiliarão o planejamento das adaptações e condutas terapêuticas a serem utilizadas
como idoso disfágico.
Alguns instrumentos como a videofluoroscopia e a videoendoscopia da deglutição
também podem ajudar de forma mais objetiva a avaliação da dinâmica da deglutição.
O processo terapêutico consiste no gerenciamento dos distúrbios da deglutição e
da alimentação, que podem ser realizados por meio de orientações, adaptações,
reorganização dos hábitos alimentares do idoso e na reabilitação garantindo assim uma
alimentação segura e com boa qualidade.
O fonoaudiólogo juntamente com uma equipe interprofissional participará da
decisão das condutas alimentares estipuladas para o idoso disfágico
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CONDUTAS FONOAUDIOLÓGICAS ALIMENTARES
Sugestão do tipo de via alimentar
O tipo de via alimentar será decidido pelo médico conforme a necessidade,
desempenho e segurança do idoso. O fonoaudiólogo pode participar deste processo
com o auxilio das informações colhidas durante a avaliação. Os tipos de vias alimentares
são:
o Via oral: alimentos ingeridos pela boca.
o Via enteral: uso de sonda nasoenteral, nasogástrica, jejunostomias ou
gastrostomia
o Via mista: uso de sonda como a principal via de alimentação, porém com oferta
de alimentos por via oral para treino da deglutição.
Consistências alimentares
Juntamente com o nutricionista, e através da avaliação da deglutição, o
fonoaudiólogo estipula a consistência que oferece maior segurança para o idoso:
Dieta geral Dieta branda Dieta pastosa Dieta líquida
engrossada
Dieta liquida
Abrange
alimentos
duros,
mastigáveis
como pão
francês, carnes,
legumes crus,
maçã, biscoitos
e grãos.
Alimentos de
consistência
normal, porém
bastante
cozidos e em
pedaços
pequenos.
Alimentos
preparados em
forma de purê,
pastas ou
creme.
Vitaminas de
frutas, mingau,
iogurtes
(necessidade
do uso de
espessante).
alimentos
líquidos
(transparentes)
como sucos,
chás, café, água
e caldo de
vegetais.
Durante a alimentação é importante não oferecer alimentos em consistências
diferentes das estabelecidas pelo médico, fonoaudiólogo ou nutricionista, pois isso
implicará a segurança do idoso disfágico durante as refeições.
Utensílios para alimentação
Alguns utensílios podem facilitar a dinâmica alimentar do idoso como:
o Prato fundo: a borda do prato pode facilitar a independência do idoso durante
a alimentação sem que os alimentos caiam do prato.
o Colher de sobremesa: facilita a independência do idoso durante a alimentação
e faz que o idoso coloque na boca quantidades pequenas dos alimentos.
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o Ingerir líquidos em copo, colher ou com canudo: (de acordo com a facilidade e
segurança da deglutição).
o Uso de toalha lisa: alguns desenhos na toalha podem distrair ou confundir o
idoso durante a alimentação.
o Uso de seringa: caso o idoso esteja com dificuldade em abrir a boca para ingerir
os alimentos, podemos oferecer a dieta pastosa através da adaptação do uso da
seringa de 60 ml (é importante a avaliação e orientação do fonoaudiólogo para
esta adaptação).
Posicionamento
A postura adequada torna-se funcional e segura para alimentação, assim:
O idoso deve estar sentado, o mais ereto possível.
o O idoso deve estar com apoio no pescoço, nos braços e nos pés da cadeira.
o Nunca alimentar o idoso deitado, caso seja inevitável, a cabeceira da cama deve
ser elevada de 45 a 90 graus com apoio do travesseiro, fazendo que a cabeça do
idoso fique o mais vertical possível.
o Manter esse posicionamento também para idosos que utilizam a via enteral para
a alimentação, prevenindo, assim, o refluxo Gastroesofágico e possível
Broncoaspiração.
Ambiente
o O ambiente deve ser calmo.
o O idoso tem de estar atento e confortável durante a alimentação.
o Não devem existir interferências de rádio, televisão ou pessoas conversando a
sua volta.
o O ambiente deve ter poucos estímulos visuais.
o É importante preparar o idoso para o início da sua refeição, informando-o sobre
os alimentos que serão oferecidos.
Higiene oral
o É importante manter uma rotina de escovação realizando a higiene oral sempre
após as refeições.
o Escovar os dentes e retirar as próteses dentárias durante a escovação. • Limpar
a "gengiva", a língua, o assoalho da boca, o "céu da boca" e as bochechas.
o A higiene oral também pode ajudar na prevenção do câncer bucal e na
prevenção de pneumonias aspirativas dos idosos com disfagia.
o Manter a rotina quanto às visitas ao dentista.
ALERTAS E DICAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SEGURA
1. Concentre o idoso durante a alimentação.
2. Não tenha pressa para oferecer as refeições.
3. O idoso deve estar sentado, com os pés apoiados no chão e as mãos apoiadas
nos braços da cadeira.
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4. Mantenha a cabeça mais ereta possível.
5. Ofereça as refeições em um lugar sossegado. Desligue a TV e o rádio.
6. Evite conversar durante a alimentação.
7. Realize a higiene oral após as refeições.
8. Se a dentadura estiver solta, retire-a durante a alimentação e não ofereça
alimentos que necessitem de muita mastigação (solicite um dentista).
9. Espere o idoso engolir toda a comida antes de oferecer uma nova colherada do
alimento.
10. Durante a refeição, se observar que após a oferta do alimento o idoso não o
deglutiu, ofereça uma colher vazia para estimular a deglutição dos alimentos
que estão parados na boca.
11. Observe as tosses e engasgos durante e após a deglutição.
12. Observe também se o idoso está perdendo peso.
13. Fique atento ao estado febril
14. Observe e procure um médico, um fonoaudiólogo ou um nutricionista caso
perceba alguma alteração na dinâmica alimentar do idoso.
Orientações alimentares para aliviar sintomas:
Náuseas e vômitos
o Oferecer à pessoa com vômitos ou diarreia, 2 a 3 litros de líquidos por dia em
pequenas quantidades, de preferência nos intervalos das refeições.
o Oferecer refeições menores de 5 a 6 vezes ao dia.
o Os alimentos muito quentes podem liberar cheiros e isso pode agravar a náusea.
Os alimentos secos e em temperaturas mais frias são mais bem aceitos.
o É importante que a pessoa mastigue muito bem e devagar os alimentos.
o Logo após as refeições, o cuidador deve manter a pessoa sentada para evitar as
náuseas e vômitos.
o Enquanto durar as náuseas e vômitos, deve-se evitar os alimentos muito
temperados, com cheiros fortes, salgados, picantes, ácidos, doces e gorduras.
o Dificuldade para engolir (disfagia)
o Oferecer refeições em quantidades menores de 5 a 6 vezes por dia.
o Oferecer líquidos nos intervalos das refeições, em pequenas quantidades e
através de canudos.
o Manter a pessoa sentada ou em posição reclinada com ajuda de travesseiros
nas costas, para evitar que a pessoa engasgue.
o A pessoa com dificuldade para engolir aceita melhor os alimentos mais leves e
macios, os líquidos engrossados com leite em pó, cereais, amido de milho, os
alimentos pastosos como as gelatinas, pudins, vitaminas de frutas espessas,
sopas tipo creme batidas no liquidificador, mingaus, purê de frutas, polenta
mole com caldo de feijão.
o As sopas podem ser engrossadas com macarrão, mandioquinha, cará, inhame e
aveia.
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o Evitar alimentos de consistência dura, farinhentos e secos como a farofa e
bolachas. O pão francês e as torradas devem ser oferecidos sem casca,
molhados no leite.
Intestino preso (constipação intestinal)
o O intestino funciona melhor quando a pessoa mantém horários para se
alimentar e evacuar.
o Os alimentos ricos em fibras como o arroz e pão integrais, aveia, verduras e
legumes, frutas como mamão, laranja, abacaxi, mangaba, tamarindo, ameixa,
grãos em geral etc, ajudam o intestino a funcionar.
o Quando a pessoa está com intestino “preso” evite oferecer banana prata, caju,
goiaba, maçã, chá preto/mate, pois esses alimentos são ricos em tanino e
prendem o intestino.
o Cuidador, ofereça à pessoa uma vitamina laxativa feita com 1 copo de suco de
30 laranja, 1 ameixa seca,1 pedaço de mamão, 1 colher de sopa de creme de
leite, colher de sopa de farelo de aveia, milho, trigo, soja. O farelo de arroz deve
ser evitado, pois resseca o intestino.
Gases (flatulência):
A formação de gases causa muito desconforto às pessoas acamadas. Para evitar a
formação de gases é importante oferecer à pessoa mais líquida e uma alimentação
saudável, evitando alguns alimentos, como: agrião, couve, repolho, brócolis, pepino,
grãos de feijão, couve-flor, cebola e alho cru, pimentão, nabo, rabanete, bebidas
gasosas, doces concentrados e queijos amarelos. Os exercícios auxiliam na eliminação
dos gases.
ALIMENTAÇÃO POR SONDA
A dieta enteral é fornecida na forma líquida por meio de uma sonda, que colocada
no nariz ou na boca vai até o estômago ou intestino. Assim, é possível fornecer os
nutrientes que a pessoa necessita independente da sua cooperação, fome ou vontade
de comer.
A alimentação por sonda é usada nas seguintes situações:
o Para ajudar na cicatrização de feridas.
o Para controlar a diarreia, prisão de ventre e vômitos.
o Para preparar o organismo para algumas cirurgias e tratamentos de
quimioterapia, radioterapia e diálise.
o Quando a pessoa não pode se alimentar pela boca.
o Quando a quantidade de alimentos que a pessoa come não está sendo
suficiente.
o Quando há necessidade de aumentar a quantidade de calorias sem aumentar a
quantidade de comida.
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Em algumas situações a pessoa recebe alimentação mista, isso é se alimenta pela
boca e recebe um complemento alimentar pela sonda. A nutrição enteral pode ser
preparada em casa ou industrializada. As dietas caseiras são preparadas com alimentos
naturais cozidos e passados no liquidificador e coados, devem ter consistência líquida e
sua validade é de 12 horas após o preparo. A dieta industrializada já vem pronta para o
consumo, tem custo mais alto e pode ser utilizada por 24 horas depois de aberta. A
alimentação enteral deve ser prescrita pelo médico ou nutricionista e a sonda deve ser
colocada pela equipe de enfermagem. A fixação externa da sonda pode ser trocada pelo
cuidador, desde que tenha cuidado para não deslocar a sonda. Para fixar a sonda é
melhor utilizar esparadrapo antialérgico, mudando constantemente o local de fixação,
assim se evita ferir a pele ou as alergias.
O cuidador deve seguir os seguintes cuidados quando a pessoa estiver recebendo a
dieta enteral:
1. Antes de dar a dieta coloque a pessoa sentada na cadeira ou na cama, com as
costas bem apoiadas, e a deixe nessa posição por 30 minutos após o término da
alimentação. Esse cuidado é necessário para evitar que em caso de vômitos ou
regurgitação, restos alimentares entrem nos pulmões.
2. Pendure o frasco de alimentação enteral num gancho, prego ou suporte de vaso
em posição bem mais alta que a pessoa, para facilitar a descida da dieta.
3. Injete a dieta na sonda lentamente gota a gota. Esse cuidado é importante para
evitar diarreia, formação de gases, estufamento do abdômen, vômitos e também
para que o organismo aproveite melhor o alimento e absorva seus nutrientes.
4. A quantidade de alimentação administrada de cada vez deve ser de no máximo
350 ml, várias vezes ao dia; ou de acordo com a orientação da equipe de saúde.
5. Ao terminar a alimentação enteral injete na sonda 20 ml de água fria, filtrada ou
fervida, para evitar que os resíduos de alimentos entupam a sonda.
6. Para as pessoas que não podem tomar água pela boca, ofereça água filtrada ou
fervida entre as refeições, em temperatura ambiente, por meio de seringa ou
colocada no frasco descartável. A quantidade de água deve ser definida pela
equipe de saúde.
7. A sonda deve permanecer fechada sempre que não estiver em uso.
8. A dieta enteral de preparo caseiro deve ser guardada na geladeira e retirada 30
minutos antes do uso, somente a porção a ser dada.
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9. A dieta deve ser dada em temperatura ambiente, não há necessidade de aquecer
a dieta em banho-maria ou em micro-ondas.
Se a sonda se deslocar ou tiver sido retirada acidentalmente, não tente recolocá-la,
chame a equipe de saúde.
Para o preparo e administração de dieta enteral alguns cuidados de higiene são muito
importantes:
1. Lave o local de preparo da alimentação com água e sabão.
2. Lave bem as mãos com água e sabão antes de preparar a dieta.
3. Utilize sempre água filtrada ou fervida.
4. Lave todos os utensílios com água corrente e sabão.
5. Lave com água e sabão, o equipo, a seringa e o frasco e enxágue com água
fervendo.
Uma maneira simples de verificar se a nutrição enteral está ajudando na
recuperação da pessoa é observar frequentemente se ela está mais disposta, se o aperto
de mão é mais firme e se consegue caminhar um pouco mais a cada dia. Caso a pessoa
esteja inconsciente, o cuidador pode verificar se a pele está mais rosada, e menos
flácida, se os músculos estão ficando mais fortes. Sempre que for possível é bom pesar
a pessoa.
A diarreia pode ser uma ocorrência comum em pessoas que recebem alimentação
enteral. Por isso, é preciso ter muita higiene no preparo e administração da dieta.
ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR
A assistência ao idoso evoluiu significativamente nos últimos 20 anos, a busca por
conhecimento sobre o processo natural do envelhecimento e a disponibilidade de
técnicas diagnósticas e terapêuticas com certeza contribuíram para esta evolução.
Mas nada se compara ao entendimento de que a associação de conhecimentos.
antes restrita ou exclusiva a cada profissão ou disciplina, só agrega valor e incrementar
positivamente a atividade assistencial
Cada disciplina diz respeito a um conhecimento específico, por exemplo
fisioterapia, enfermagem, terapia ocupacional, medicina, etc. Podemos utilizar este
conhecimento específico para alcançar determinados resultados, mas muitas vezes
esses resultados são muito mais efetivos se acontecer uma interação entre essas
disciplinas. Por exemplo: o familiar percebe que o idoso está emagrecendo, a
nutricionista identifica que o idoso está sem apetite e não aceita toda a alimentação, a
fonoaudióloga nota que ele está engasgando muito e o enfermeiro identifica que o
hálito está com odor fétido. Se cada profissional atuar sozinho, o cuidador receberá uma
série de orientações de cada profissional e muitas vezes não conseguirá executá-las.
Demoraremos mais tempo para identificar o problema e propor a solução. Por outro
lado, quando trabalhamos em equipe, a proposta interdisciplinar propicia a interação
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entre as disciplinas e as informações colhidas servirão para subsidiar as ações a serem
tomadas em conjunto.
Prática interdisciplinar
Significa a interação de várias disciplinas em que o conhecimento técnico se difunde
não apenas em direção ao idoso ou cliente, mas também aos outros profissionais, com
o objetivo de incrementar o conhecimento do grupo. Resumidamente estamos falando
do trabalho em equipe com objetivo comum, trabalho em equipe articulado,
compartilhamento de normas, preservação das diferenças técnicas, flexibilização das
fronteiras entre as áreas profissionais.
A OPAS (Organização Pan-americana da Saúde) reafirmou a importância da
promoção de saúde entre os idosos, definindo-a como o conjunto de ações que
provocam mudanças no estilo de vida, objetivando a diminuição do risco de adoecer
morrer, estabilizando ou melhorando saúde dos indivíduos em sua totalidade, aliando a
saúde física a sua complexidade social. Ressalta que "quaisquer que sejam as atividades
de promoção de saúde planejadas, deverão incluir atuações no campo biológico,
psicossocial, político e legal". Enfatiza ainda que a promoção de saúde dos idosos deve
estar a cargo de uma equipe interdisciplinar. Falaremos a seguir um pouco sobre cada
disciplina:
Enfermagem
Enfermagem é uma das áreas da saúde cuja essência e especificidade é o cuidado
ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo
atividades de promoção, prevenção de doenças, recuperação e reabilitação da saúde,
atuando em equipes. A enfermagem se responsabiliza, através do cuidado, pelo
conforto, acolhimento e bem-estar dos pacientes, seja prestando o cuidado, seja
coordenando outros setores para a prestação da assistência e promovendo a autonomia
dos pacientes através da educação em saúde. Fazem parte da equipe de enfermagem:
o enfermeiro, o técnico e o auxiliar de enfermagem.
O enfermeiro é responsável pelo planejamento e execução do cuidado de
enfermagem:
o Identificação dos problemas - tomada de decisão. Prescrição das intervenções.
o Execução dos cuidados.
o Avaliação dos resultados obtidos.
o Modificação do plano quando necessário.
o Liderança e orientação dos técnicos e auxiliares de enfermagem na execução do
plano de cuidados.
o Prestação de cuidados a fim de promover, manter e recuperar a saúde e
reabilitar o indivíduo junto à família e comunidade, além de assistir no processo
de morte.
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Farmácia
Atenção farmacêutica é um conjunto de prática profissional no qual o paciente é o
principal beneficiário das ações do farmacêutico. A atenção é o compêndio das atitudes,
dos comportamentos, dos compromissos, das inquietudes, dos valores éticos, das
funções, dos conhecimentos, das responsabilidades e das habilidades do farmacêutico
na prestação da farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos
definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente.
o Prestar informações sobre medicamentos a outros profissionais da equipe de
saúde, colaborando para a prescrição de drogas eficazes e seguras e para a sua
adequada administração
o Garantir a ausência de não conformidades, no que diz respeito à via de
administração, frequência, posologia prescrita, compatibilidade entre
medicamentos, descrição do medicamento, interação droga a droga e alergias a
medicamentos
o Monitorização terapêutica de drogas
Fisioterapia
Ciência aplicada, cujo objeto de estudos é o movimento humano em todas as suas
formas de expressão e potencialidades, quer nas suas alterações patológicas quer nas
suas repercussões psíquicas e orgânicas, com objetivo de preservar, manter,
desenvolver ou restaurar a integridade de órgão, sistema ou função.
o Prevenção das disfunções físicas de pacientes vítimas de lesões ou doenças
o Prevenção ou tratamento de complicações respiratórias.
o Recuperação da função motora,
o Melhoria da mobilidade Melhoria da força muscular.
o Melhoria da amplitude de movimento.
o Melhoria de coordenação
o Melhoria do equilíbrio
o Postura
o Alívio da dor
Fonoaudiologia
O fonoaudiólogo é o profissional da área da saúde, legalmente credenciado para a
atuação na comunicação oral e escrita, voz, audição, fluência, articulação da fala,
sistema miofuncional orofacial, cervical e deglutição.
o Atua em pesquisa, prevenção, diagnóstico, habilitação e reabilitação
o Intervenção nos aspectos funcionais da alimentação/deglutição
o Disfagias mecânicas, neurogênicas, decorrentes da idade, iatrogênicas.
o Videodeglutograma.
o Intervenção nos aspectos funcionais da comunicação.
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o Trocas articulatórias, omissões e distorções na produção dos sons.
o Afasias, disartrias
o Disfonias, apraxias.
o Avaliação audiológica e reabilitação auditiva.
o Diagnóstico audiológico.
o Adaptação de próteses auditivas.
Medicina
A medicina é a ciência e a arte humana da cura, da manutenção da saúde, da
prevenção de doenças e outros males físicos, psíquicos; da identificação da qualidade
de vida coletiva e individual, do respeito à vida e à morte.
Nutrição
Atividade que estuda a fundo as propriedades dos alimentos e busca soluções para
promover a saúde a partir da alimentação.
A dietoterapia é a ciência que estuda e aplica a dieta com princípio terapêutico,
tendo a dieta normal como padrão. A finalidade básica da dietoterapia é ofertar ao
organismo debilitado nutrientes adequados ao tipo de doença, condições físicas,
nutricionais e psicológicas do paciente, mantendo ou recuperando o estado nutricional.
Para isso, o profissional nutricionista deve proceder à prescrição dietética.
Psicologia
É a ciência que estuda a estrutura psíquica e o comportamento humano. Promove
a saúde na prevenção, no tratamento e na reabilitação de distúrbios psíquicos,
estudando características individuais e aplicando técnicas adequadas para restabelecer
os padrões adaptativos de comportamento e relacionamento humano.
Serviço social
O serviço social caracteriza-se como prática ou disciplina profissional em virtude de
atuar em realidades sociais concretas mediante processos intencionais de ação
transformadora, podendo produzir conhecimentos e teorias voltados para esta ação e
seus resultados.
Trata-se de uma ação global de cunho socioeducativa ou socializadora, voltadas
para a maneira de ser, de sentir, de ver e agir dos indivíduos, que busca a adesão dos
sujeitos. Incide tanto sobre questões imediatas, como sobre a visão global do mundo
dos "clientes".
A assistência social é:
o Direito do cidadão e dever do estado;
o Política de seguridade social não contributiva,
o Provedora dos mínimos sociais, voltada para o atendimento das necessidades
básicas
Com objetivos de:
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o Proteção à família, à maternidade, à infância, a adolescência e à velhice,
o Amparo a crianças e adolescentes carentes;
o Habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência;
o Promoção da integração ao mercado de trabalho;
o Garantia de um salário mínimo de benefício mensal ao idoso e a pessoa
portadora de deficiência. (fonte: Lei Orgânica da Assistência Social-Lei n°
8742/93)
HIGIENE
A higiene corporal além de proporcionar conforto e bem-estar, é um fator
importante para a recuperação da saúde. O banho deve ser diário, no chuveiro, banheira
ou na cama. Procure fazer do horário do banho um momento de relaxamento.
Algumas pessoas idosas, doentes ou com incapacidades podem, às vezes, se recusar
a tomar banho. É preciso que o cuidador identifique as causas. Pode ser que a pessoa
tenha dificuldade para locomover-se, tenha medo da água ou de cair, pode ainda estar
deprimida, sentir dores, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhada de ficar exposta à
outra pessoa, especialmente se o cuidador for do sexo oposto. É preciso que o cuidador
tenha muita sensibilidade para lidar com essas questões. Respeite os costumes da
pessoa cuidada e lembre que confiança se conquista, com carinho, tempo e respeito. SÓ
FAÇA AQUILO QUE O IDOSO NÃO CONSEGUE FAZER, é de suma importância que o
cuidador estimule o Autocuidado no momento da higiene.
Como proceder no banho no leito
Quando a pessoa não consegue se locomover até o chuveiro o banho pode ser feito
na cama. Caso a pessoa seja muito pesada ou sinta dor ao mudar de posição, é bom que
o cuidador seja ajudado por outra pessoa no momento de dar o banho no leito. Isso é
importante para proporcionar maior segurança à pessoa cuidada e para evitar danos à
saúde do cuidador. Antes de iniciar o banho na cama, prepare todo o material que vai
usar: papagaio, comadre, bacia, água morna, sabonete, toalha, escova de dente, lençóis,
forro plástico e roupas. É conveniente que o cuidador proteja as mãos com luvas de
borracha. Existe no comércio materiais próprios para banhos, no entanto o cuidador
pode improvisar materiais que facilitem a higiene na cama.
1. Antes de iniciar o banho cubra o colchão com plástico.
2. Iniciar a higiene corporal pela cabeça.
3. Com um pano molhado e pouco sabonete, faça a higiene do rosto, passando o pano
no rosto, nas orelhas e no pescoço. Enxágue o pano em água limpa e passe na pele
até retirar toda a espuma, secar bem.
4. Lavagem dos cabelos:
- Cubra com plástico um travesseiro e coloque a pessoa com a cabeça apoiada
no travesseiro que deve estar na beirada da cama.
- Ponha, embaixo da cabeça da pessoa, uma bacia ou balde para receber a água.
-Molhe a cabeça da pessoa e passe pouco shampoo.
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-Massageie o couro cabeludo e derrame água aos poucos até que retire toda a
espuma.
-Seque os cabelos.
5. Lave com um pano umedecido e sabonete os braços, não se esquecendo das axilas,
as mãos, tórax e a barriga. Seque bem, passe desodorante, creme hidratante e cubra
o corpo da pessoa com lençol ou toalha. Nas mulheres e pessoas obesas é preciso
secar muito bem a região embaixo das mamas, para evitar assaduras e micoses.
6. Faça da mesma forma a higiene das pernas, secando-as e cobrindo-as. Coloque os
pés da pessoa numa bacia com água morna e sabonete, lave bem entre os dedos.
Seque bem os pés e entre os dedos, passe creme hidratante.
7. Ajude a pessoa a deitar de lado para que se possa fazer a higiene das costas. Seque
e massageie as costas com óleo ou creme hidratante para ativar a circulação.
8. Deitar novamente a pessoa com a barriga para cima, colocar a comadre e fazer a
higiene das partes íntimas. Na mulher é importante lavar a vagina da frente para
trás, assim se evita que a água escorra do ânus para a vulva. No homem é importante
descobrir a cabeça do pênis para que possa lavar e secar bem. A higiene das partes
íntimas deve ser feita no banho diário e também após a pessoa urinar e evacuar,
assim se evita umidade, assaduras e feridas (escaras).
Se durante a higiene você observar alteração na cor e na temperatura da pele,
inchaço, manchas, feridas, principalmente das regiões mais quentes e úmidas e
daquelas expostas a fezes e urina, assim como alteração na cor, consistência e cheiro
das fezes e da urina, comunique esses fatos à equipe de saúde.
É importante usar um pano macio para fazer a higiene e lembrar que as partes do
corpo que ficam em contato com o colchão estão mais finas e sensíveis e qualquer
esfregação mais forte pode provocar o rompimento da pele e a formação de feridas.
Trocas de fralda
A fralda de uma pessoa acamada deve ser verificada a cada 3 horas e trocada
sempre que estiver suja com urina ou fezes, para aumentar o conforto da pessoa e evitar
o surgimento de assaduras. Assim, é possível que sejam utilizadas, pelo menos, 4 fraldas
por dia.
Normalmente, a fralda geriátrica, que é facilmente encontrada em farmácias e
supermercados, só deve ser utilizada em pessoas acamadas que não conseguem
controlar a vontade de urinar ou defecar, como após um AVC, por exemplo. Nos outros
casos, é recomendado levar a pessoa ao banheiro ou usar uma comadre para que não
se perca o controle dos esfíncteres ao longo do tempo.
Para evitar que a pessoa caia da cama durante a troca da fralda, é aconselhado que
a troca seja feita por duas pessoas ou que a cama esteja encostada na parede.
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Passos para trocar a fralda
1. Descole a fralda e limpe a região genital com uma gaze molhada em água e sabão
ou lenços umedecidos, retirando a sujeira da região genital para o ânus, para evitar
infecções urinárias;
2. Dobre a parte da frente da fralda para que fique com a parte limpa para cima e vire
a pessoa para um dos lados da cama.
3. Limpe o bumbum e a região anal com outra gaze molhada em água e sabão ou use
os lenços umedecidos, retirando as fezes com um movimento da região genital em
direção ao ânus;
4. Retire a fralda suja e coloque uma limpa em cima da cama, encostada no bumbum.
Depois seque a região genital e a região anal com uma gaze seca, toalha ou fralda
de algodão;
5. Vire a pessoa para cima da fralda limpa e cole-a. Após secar a região genital e anal
é recomendado passar uma pomada para assadura, como Hipoglós ou Bepantol,
para evitar o surgimento de irritação na pele.
Caso a cama seja articulada, é aconselhável que esteja elevada ao nível do
quadril do cuidador e completamente na horizontal, para facilitar a troca da
fralda.
Troca de lençol
Os lençóis da cama de uma pessoa acamada devem ser trocados depois do banho
e sempre que estiverem sujos ou molhados, para manter o paciente limpo e confortável.
Além disso, utilizar esta técnica torna a tarefa mais fácil e rápida para o cuidador.
Geralmente, a técnica para trocar os lençóis da cama é utilizada no caso de pacientes
que não têm força para sair da cama, como é o caso de pacientes com Alzheimer e
Parkinson. No entanto, também pode ser utilizada após cirurgias em que é aconselhado
manter repouso absoluto.
Seis passos para a troca do lençol
1. Remova os lençóis de baixo do colchão para soltá-los
2. Retire a colcha, o cobertor e o lençol de cima do paciente, mas deixe o lençol ou o
cobertor, caso o paciente tenha frio
3. Vire a pessoa para um dos lados da cama.
4. Enrole os lençóis em direção às costas do paciente.
5. Estenda o lençol limpo na cama.
6. Vire o paciente para o outro lado e remova o lençol sujo, esticando o resto do
lençol limpo.
Caso a cama seja articulada, é aconselhável que a cama esteja ao nível do quadril do
cuidador, evitando, assim, dobrar muito as costas. Além disso, é importante que a
cama esteja completamente na horizontal para facilitar a troca dos lençóis.
Deve-se esticar bem o lençol de baixo, prendendo os cantos debaixo da cama. Isto
evita que o lençol fique enrugado, diminuindo o risco de aparecimento de escaras.
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Mudanças de Posição
A posição em que a pessoa permanece deitada pode causar dores na coluna e
dificuldades respiratórias e dessa maneira diminuir a qualidade do sono. A seguir é
descrito como deitar a pessoa cuidada da forma correta nas diversas posições.
Deitada de costas
Coloque um travesseiro fino e firme embaixo da cabeça da pessoa de maneira que o
pescoço fique no mesmo nível da coluna. Coloque um travesseiro ou cobertor fino
embaixo da barriga das pernas, assim diminui a pressão dos calcanhares sobre a cama.
Dobre os cotovelos levemente e coloque as mãos da pessoa apoiadas nos quadris.
Mantenha as pernas da pessoa esticadas e as pontas dos dedos voltadas para cima.
Apoie os pés em uma almofada recostada na guarda final da cama, a uma inclinação de
60º ou 90º.
Deitada de lado
Coloque a pessoa deitada de um dos lados. Coloque um travesseiro fino sob a
cabeça e o pescoço de modo que a cabeça fique alinhada com a coluna. Escore as costas
da pessoa com um travesseiro maior, para evitar que ela vire de costas, e coloque outro
travesseiro entre os braços da pessoa para dar maior conforto. A perna que fica por cima
deve estar levemente dobrada e apoiada em um travesseiro, a fim de mantê-la no nível
dos quadris. Dobre levemente o joelho e coloque uma toalha dobrada, ou cobertor ou
edredom fino, a fim de manter o tornozelo afastado do colchão.
Deitada de bruços
Deite a pessoa de bruços, vire a cabeça delicadamente para um dos lados,
acomodando-a com um travesseiro fino ou toalha dobrada. Ajude a pessoa a flexionar
os braços para cima de modo que os cotovelos fiquem nivelados com os ombros. Depois,
coloque toalhas dobradas embaixo do peito e do estômago. Por fim, ajeite as pernas
apoiando os tornozelos e elevando os pés com uma toalha ou lençol enrolado.
Ter maior cuidado no posicionamento da pessoa que apresenta parte do corpo que
não se movimenta (braço ou perna “esquecida”), para evitar surgimento de feridas e
deformidades. No caso de sequela de derrame, o braço comprometido deve estar
sempre estendido e apoiado em um travesseiro e a perna afetada deve ser colocada
ligeiramente dobrada e apoiada com um travesseiro embaixo do joelho, impedindo que
a perna fique toda esticada.
Se a pessoa consegue ficar em pé com ajuda do cuidador, mesmo que por pouco
tempo, é importante que o cuidador encoraje, apoie e estimule a pessoa a ficar nessa
posição, pois isso ajuda a melhorar a circulação do sangue e a evitar as feridas.
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HIGIENE ORAL
É muito importante fazer a higiene da boca das pessoas acamadas para evitar cáries,
dor de dente e inflamação da gengiva. Se a pessoa consegue escovar os dentes sozinha,
deve ser encorajada a fazê-lo. O cuidador deve providenciar o material necessário e
ajudá-la no que for preciso. A higiene bucal de adultos e idosos, independente da pessoa
ter ou não ter dentes, deve ser feita após cada uma das refeições e após o uso de
remédios pela boca. Se a pessoa cuidada consegue fazer a higiene bucal, o cuidador
deve estimulá-la e providenciar os materiais necessários, orientando, dando apoio e
acompanhando a atividade.
Se a pessoa não consegue fazer sua higiene bucal sozinha, o cuidador deve ajudá-la
da seguinte maneira:
1. Colocar a pessoa sentada em frente à pia ou na cama, com uma bacia.
2. Usar escova de cerdas macias e sempre que possível usar também o fio
dental.
3. Colocar pequena porção de pasta de dente para evitar que a pessoa engasgue.
4. Escove os dentes.
Como proceder quando o idoso usa prótese:
As próteses são partes artificiais, conhecidas como dentadura, ponte fixa ou ponte
móvel, colocadas na boca para substituir um ou mais dentes. A prótese é importante
tanto para manter a autoestima da pessoa, como manter as funções dos dentes na
alimentação, na fala e no sorriso. Por todos esses motivos e sempre que possível a
prótese deve ser mantida na boca da pessoa, mesmo enquanto ela dorme.
Quando for proceder a limpeza na boca da pessoa que usa prótese, realiza-se da
seguinte maneira:
o Retire a prótese e a escove fora da boca, com escova de dente de cerdas mais
duras e sabão neutro ou pasta dental;
o Para a limpeza das gengivas, bochechas e língua, o cuidador pode utilizar escova
de cerdas mais macias ou com um pano ou gaze umedecidas em água. O
movimento de limpeza da língua é realizado de dentro para fora, sendo preciso
cuidar para que a escova não toque o final da língua, pois pode machucar a
garganta e provocar ânsia de vômito.
o Enxaguar bem a boca e recolocar a prótese. Quando for necessário remover a
prótese, coloque-a em uma vasilha com água e em lugar seguro para evitar
queda. A água da vasilha deve ser trocada diariamente. Não se deve utilizar
produtos como água sanitária, álcool, detergente para limpar a prótese, basta
fazer a higiene com água limpa, sabão neutro ou pasta dental. A limpeza da boca
deve ser feita mesmo que a pessoa cuidada não tenha dentes e não use prótese.
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Doenças da boca
Algumas doenças e alguns medicamentos podem provocar sangramento e
inflamação nas gengivas. Além disso, a boca da pessoa doente ou incapacitada está mais
sujeita às feridas, às manchas esbranquiçadas ou vermelhas e cárie nos dentes.
Cárie dental
A cárie é a doença causada pelas bactérias que se fixam nos dentes. Essas bactérias
transformam em ácidos os restos de alimentos, principalmente doces, que ficam
grudados nos dentes. Os ácidos corroem e furam o esmalte dos dentes. A alimentação
saudável e boa higiene da boca e dentes ainda é a melhor e mais eficiente maneira de
se prevenir a cárie dos dentes.
Sangramento das gengivas
Quando não é feita uma boa limpeza da boca, dentes e prótese, as bactérias
presentes na boca formam uma massa amarelada que irrita a gengiva provocando
inflamação e sangramento. Para prevenir e tratar a irritação das gengivas e acabar com
o sangramento é necessário melhorar a escovação no local da gengiva que está
vermelha e sangrando. Durante a limpeza haverá sangramento, mas à medida que for
sendo retirada a placa de bactérias e melhorada a escovação, o sangramento diminui
até desaparecer.
Ferida na boca
Durante a limpeza da boca o cuidador deve observar a presença de ferida nas
bochechas, gengivas, lábios e embaixo da língua e comunicar à equipe de saúde.
É comum a pessoa idosa ter uma diminuição da estrutura óssea da boca. Essa perda
óssea faz com que a prótese fique frouxa, aumentando o movimento, o desconforto e a
possibilidade de lesões na gengiva. Lembrar que dentes quebrados podem ferir a boca.
- É comum que pessoas doentes tenham o apetite diminuído, mas é preciso estar atento,
a recusa em se alimentar ou a agitação no horário das refeições pode ser decorrente de
prótese mal adaptada, cárie, dentes fraturados, feridas, alterações e inflamação das
gengivas.
OSTOMIA
Ostomia é uma abertura cirúrgica realizada na parede do abdome para ligar o
estômago, ou parte do intestino ou a bexiga, com o meio externo. Existem dois tipos de
ostomia: para eliminação de fezes e urina ou para administrar alimentação. A ostomia
intestinal e urinária tem uma coloração rosada, brilhante e úmida e a pele ao seu redor
deve estar lisa e sem vermelhidão. Dependendo do lugar onde foi realizada a abertura
a ostomia recebe um nome:
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Gastrostomia ou
jejunostomia
Ileostomia ou colostomia Urostomia
Liga o estômago ou o
jejuno à parede do
abdome
e serve para alimentar a
pessoa por meio da sonda.
Liga uma parte do
intestino à parede do
abdome e serve para
eliminar fezes.
Liga a bexiga à parede do
abdome e serve para
eliminar urina
Cuidados com gastrostomia
1. Limpe com água filtrada sem esfregar a pele em volta da ostomia, retirando
secreção ou sujidade.
2. Lave a sonda com uma seringa de 50 ml com água, em um único jato.
3. Antes de alimentar a pessoa pela sonda, teste a temperatura do alimento no
dorso da mão.
4. Injete o alimento lentamente na sonda.
5. Observe se a pessoa apresenta barriga estufada, sensação de barriga cheia, ou
diarreia.
A diarreia pode ser causada pela composição do alimento ou pela administração
muito rápida do alimento. Essas ocorrências devem ser comunicadas à equipe
de saúde.
6. Atentar para não injetar líquidos, alimentos ou água na via da sonda que serve
para manter o balonete de fixação inflado.
7. Caso a sonda saia, não tente reposicioná-la. Entre em contato com a equipe de
saúde e feche o orifício.
8. Comunique também à equipe de saúde caso observe saída de secreção ou da
dieta pelo local de inserção da sonda.
Cuidados com ileostomia, colostomia e urostomia
Na abertura da ileostomia, colostomia ou urostomia é colada uma bolsa plástica para
coletar as fezes ou urina.
1. Usar a bolsa adequada para coleta de fezes ou urina seguindo as orientações do
profissional de saúde.
2. O recorte da bolsa deve ser sempre de acordo com o tamanho e formato da
ostomia.
3. As bolsas devem ser guardadas em locais limpos, secos e protegidos do sol para
evitar umidade e ressecamento que comprometam a capacidade adesiva da
bolsa.
4. A bolsa deve ser esvaziada sempre que estiver com 1/3 do espaço ocupado com
fezes ou urina.
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A bolsa coletora deve estar bem fixa na pele ao redor da abertura para evitar que
as fezes ou urina entrem em contato com a pele e causem irritações. A pessoa com
ostomia deve ser avaliada pela equipe de saúde quando a ostomia ou a pele ao redor
apresentar vermelhidão, coceira, feridas, pus ou dor e quando não houver eliminação
de fezes, gases ou urina.
Quando trocar a bolsa
A bolsa pode ser utilizada por cerca de três dias, devendo ser trocada antes disso
quando a resina que cola perder a cor amarela ou quando se perceber deslocamento ou
vazamento. Cuidador, no momento da troca observe os seguintes cuidados:
1. Umedeça a pele com água morna e descole delicadamente a bolsa para evitar
ferir a pele.
2. Não utilize álcool, benzina ou éter, pois esses produtos podem ser absorvidos
pela ostomia e ressecam a pele.
3. Lave a ostomia e a pele ao redor delicadamente com água e sabonete neutro
sem esfregar.
4. Seque com pano macio em toques leves. Não é necessário usar nenhum tipo de
produto.
5. Observe se a ostomia está com coloração saudável, isso é, vermelho vivo ou rosa
brilhante. Para colocar uma nova bolsa:
6. Recorte a bolsa de acordo com o tamanho e formato da ostomia.
7. Retire o papel que protege o adesivo.
8. Coloque a bolsa de baixo para cima e pressione até que esteja bem colada a pele.
9. Feche a parte de baixo com o clamp.
A bolsa que coleta fezes (colostomia e ileostomia) deve ser esvaziada sempre que
for necessário, geralmente uma ou duas vezes ao dia, sempre que estiver com 1/3 do
espaço ocupado com fezes ou urina.
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PRIMEIROS SOCORROS
Podemos definir primeiros socorros como sendo os cuidados imediatos que devem
ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo
estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar o
agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada de
assistência qualificada.
Crise convulsiva:
Na maior parte das ocasiões, as convulsões caracterizam-se pela perda súbita de
consciência, seguida de contração de todo o corpo e cianose da face (face arroxeada).
Podem ser seguidas de uma fase de movimentos bruscos de todo o corpo, respiração
ruidosa e perda de controle de urina e fezes. Têm uma duração que vai de poucos
segundos a muitos minutos.
O QUE FAZER AO PRESENCIAR UMA CONVULSÃO?
o Avaliar a cena;
o Adotar medidas de autoproteção como uso de luva
o Proteger a cabeça da pessoa cuidada e afrouxar a roupas apertadas
o Afastar a pessoa cuidada de objetos perigosos
o Lateralizar a cabeça da pessoa cuidada
o NÃO INTRODUZIR OBJETOS NA BOCA DA PESSOA CUIDADA
o Solicitar auxílio quando houver múltiplos episódios de convulsão.
Crise de hipoglicemia:
A diabetes é uma doença em que o pâncreas não produz uma quantidade suficiente
de insulina e os níveis de açúcar estão aumentados no sangue e na urina. A complicação
mais grave e frequente do diabético é a crise de Hipoglicemia (baixa de açúcar no
sangue). Esta ocorre habitualmente depois da realização de exercício físico, por jejum
prolongado ou por exagero da dose de insulina, surgindo alguns destes sinais e
sintomas:
o Palidez, suores e tremores das
mãos;
o Fome intensa ou enjoo e
vômitos;
o Confusão mental, raciocínio
lento, bocejos repetidos,
expressão apática,
“apalermada”;
o Voz entaramelada;
o Alterações de humor;
o Palpitações, pulso rápido;
o Perda da fala e dos movimentos
ativos;
o Desmaio, convulsão, coma.
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O que se deve fazer?
Lidar com a pessoa com calma (habitualmente há rejeição e teimosia em relação ao
que lhe é proposto);
IDOSO CONSCIENTE IDOSO INCONSCIENTE
Oferecer algo doce, porém, sempre
evitando alimentos muito gordurosos,
pois
dificulta a absorção da glicose.
Com uma colher de açúcar e uma colher
de água, deve-se fazer uma papa de
açúcar
e esfregar no interior da bochecha do
idoso até que o mesmo volte à
consciência
Hipotensão
Hipotensão, ou pressão baixa, significa que a pressão arterial é mais baixa do que o
esperado. Na maioria dos adultos saudáveis, a pressão baixa não causa problemas ou
sintomas. Em alguns casos, ela pode até ser normal. Mas se a pressão arterial cai
subitamente ou causa sintomas como tontura e desmaio, pode ser um problema de
saúde.
Sinais e sintomas
o Tonturas, vertigens ou desmaio.
o Batimento cardíaco rápido ou
irregular
o Náuseas e vômitos
o Sentir mais sede do que o
habitual
o Visão embaçada
o Fraqueza
o Confusão
o Cansaço
o Pele fria e pegajosa Respiração
ofegante
Hipotensão Ortostática (Postural)
Esse tipo de pressão baixa ocorre quando a pessoa se levanta depois de estar
sentada ou deitada. Ela pode fazer a pessoa se sentir tonta ou mesmo desmaiar.
Caso a pessoa comece a sentir sinais e sintomas de pressão baixa ela deve sentar
ou deitar imediatamente. Deve-se procurar elevar os pés acima do nível do coração. Se
os sintomas não forem embora rapidamente, deve-se chamar o atendimento médico
imediatamente.
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Queda:
Podem danificar várias estruturas corporais e a vítima corre o risco de sofrer lesões
irreversíveis (alterações de consciência, da sensibilidade e da mobilidade, ou até morte);
A primeira coisa a fazer é avaliar o estado da vítima. Feridas na boca, nariz, pescoço,
olhos, órgãos genitais ou quaisquer feridas extensas e/ou profundas, requerem
tratamento médico ou diferenciado. Consequência das quedas:
Fechadas – equimoses e hematomas;
Abertas – escoriações, feridas incisivas, perfurantes, entre outras.
O que fazer em cada uma delas:
EQUIMOSE HEMATOMA HEMORRAGIA
Aplicar frio (saco de gelo),
para diminuir o edema,
mas também a hemorragia
e a dor.
Além da aplicação do frio,
deve imobilizar a zona
afetada, para evitar o
agravamento da
hemorragia.
Agir em conformidade com
os procedimentos
indicados
para cada situação.
Hemorragia:
Para tentar travar uma hemorragia externa, a compressão direta sobre a lesão é a
forma mais simples, eficiente e a que sempre deve ser tentada em primeira instância.
Tal como o nome indica, consiste na compressão do ferimento.
O que fazer?
1. Tampar todo o ferimento com um pano limpo ou com uma compressa
esterilizada grossa. Podem também ser utilizados outros tipos de tecido, como,
por exemplo, toalhas limpas ou pedaços de lençol.
2. Colocar gelo ou uma compressa fria na ligadura para ajudar a parar a hemorragia
e diminuir o inchaço.
3. Comprimir com firmeza toda a zona ferida por 10 minutos, de forma
ininterrupta.
4. Assim que terminar a hemorragia deverá segurar a compressa firmemente, com
uma ligadura. Se o curativo for num membro, verifique periodicamente o pulso
arterial.
5. Se o sangramento não parar, vá ao Serviço de Urgência do Hospital mais
próximo.
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Hemorragia nasal
As hemorragias nasais geralmente não são graves e podem ser facilmente tratadas
por uma pessoa treinada em prestar os Primeiros Socorros. Este tipo de hemorragia é
causado, normalmente, por infecções, lesões na cabeça ou situações de tensão arterial
muito elevada.
O que fazer?
1. Sentar o paciente, inclinando-o para frente (nunca inclinar cabeça para trás);
2. Pedir ao paciente para respirar pela boca;
3. Pinçar o nariz, ou pedir ao paciente para fazê-lo, por 10 minutos, utilizando os
dedos polegar e indicador. Durante esse período, aplicar uma compressa fria no
nariz e zona em redor;
4. Em ocasiões em que a compressão não pare a hemorragia, deverá tamponar a
narina que está a sangrar, ou as duas, se for o caso.
5. Caso, mesmo assim, a hemorragia persistir, vá ao Serviço de Urgência do
Hospital mais próximo
Queimadura:
As queimaduras têm o potencial de desfigurar, causar incapacitações temporárias
ou permanentes ou até mesmo a morte. A pele é o maior órgão do corpo humano e tem
o papel importante na proteção contra infecção, quando essa pele é queimada se torna
porta de entrada para bactérias.
O que se deve fazer?
1. Se a roupa estiver aderida, envolver a vítima numa toalha molhada ou, na sua,
fazê-la rolar pelo chão ou envolvê-la num cobertor (cuidado com os tecidos
sintéticos);
2. Se a vítima se queimou com água ou outro tipo de líquido a ferver, despi-la
rapidamente;
3. Se a queimadura for de 1º ou 2º grau deve-se arrefecer a região queimada com
água fria corrente, até a dor acalmar;
4. Se as bolhas não estiverem rebentadas não as rebentar, aplicar gaze.
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1º GRAU 2º GRAU 3º GRAU
- Não sangra
geralmente seca
- Toda inervada
- Avermelhada
- Dolorosa
- Úmida
- Presença de bolha
- Avermelhada
- Dolorosa
- Cura espontânea
mais lenta.
- Atingem vasos, ossos,
pele,
músculo, nervos
- Pouca ou nenhuma
dor
- Úmida
-Esbranquiçada,
amarelada ou marrom
- Não cicatriza
Espontaneamente
Se as bolhas rebentarem, não cortar a pele da bolha esvaziada: tratar como
qualquer outra ferida. Deve manter-se 48 horas e só depois expor a zona queimada ao
ar para evitar o risco de infecção/tétano.
Na queimadura de 3º grau, para além de todos os outros procedimentos descritos
anteriormente, caso a queimadura seja muito extensa, deve-se envolver a vítima num
lençol lavado que não largue pêlos, previamente umedecido com soro fisiológico ou, na
sua falta, com água simples;
Uma queimadura profunda é uma situação grave que necessita urgentemente de
transporte para o Hospital.
O que não se deve fazer:
1. Retirar qualquer pedaço de tecido que tenha ficado agarrado à queimadura;
2. Espremer as bolhas ou tentar retirar a pele das bolhas que rebentam;
3. Aplicar sobre a queimadura outros produtos além dos referidos.
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Obstrução das vias aéreas: (Asfixia/Sufocação):
ASFIXIA (IDOSO INCONSCIENTE) ASFIXIA (IDOSO CONSCIENTE)
1. Efetuar a manobra de extensão da cabeça;
2. Desapertar roupas, colarinhos, gravatas,
cintos e lenços;
3. Abrir a boca e verificar se existe algum
corpo estranho. Se sim, retirá-lo.
4. Se não visualizar o corpo estranho, realizar
compressões na região epigástrica.
1. Junto da vítima, ao lado e ligeiramente por
trás, em posição de equilíbrio;
2. Com uma mão suster o tórax da vítima,
inclinando-a ligeiramente à frente;
3. Com a outra mão aplicar 5 pancadas entre
as omoplatas;
4. Assim que se observar a reversão da
obstrução interromper a manobra.
Manobra de Heimlich:
1. Junto da vítima, por detrás se deve colocar os braços em redor desta, na região
superior do abdômen, entre o apêndice Xifóide e o umbigo;
2. Cerrar o punho sobre esta região, agarrá-lo com a outra mão e aplicar 5
movimentos bruscos e secos, no sentido para dentro e para cima.
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Desmaio:
A lipotimia, mais frequentemente chamada de desmaio, é uma situação
caracterizada pela perda momentânea da consciência, sem que se
paralisem o coração e a respiração. Requer que o paciente seja
transportado para o Hospital, embora seja necessário administrar
alguns cuidados.
o Soltar toda a roupa que o paciente tenha ao nível da cintura;
o Dispor o paciente em posição horizontal, com as pernas
levantadas. Se necessário, empregar uma cadeira, por exemplo,
para manter as pernas elevadas;
o Ir comunicando com o paciente, de modo a perceber se
este recuperou a consciência;
o Tratar da deslocação ao Serviço de Urgência do Hospital
mais próximo.
Parada cardíaca
As causas mais frequentes são: Obstrução da laringe por corpos estranhos;
Afogamento; Choque Elétrico e Traumatismo Craniano.
O que se deve fazer:
1. Verificar a pulsação na artéria carótida
2. Certificar-se de que as vias respiratórias se encontram obstruídas e, se assim for,
desobstruí-las;
3. Deitar a vítima de costas;
4. Ajoelhar-se ao lado dos ombros da vítima
5. Colocar-lhe a cabeça o mais para trás;
6. Com uma mão puxar a testa da vítima para trás e com a outra mão apoiada na
nuca puxar-lhe o queixo para cima, levantando-lhe lentamente o pescoço, assim
facilita a respiração.
7. Entre os mamilos realizar a massagem cardíaca, até o socorro chegar;
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8. Verificar regularmente se o
coração bate se não bater, iniciar
de imediato, e em simultâneo com
a ventilação artificial, manobras
de compressão cardíaca externa.
9. Uma vez a respiração
restabelecida, manter a vítima
confortavelmente aquecida, na
Posição Lateral de Segurança
enquanto aguarda o transporte.
Posição lateral de segurança
o Evitar que a língua da vítima bloqueie os canais respiratórios;
o Forçar para que fluido como sangue ou vômitos sejam drenados da boca da
vítima;
o Manter a vítima numa posição segura, caso, por algum motivo, tenha de ser
deixada sozinha.
o A Posição Lateral de Segurança deve ser evitada em situações de suspeita de
fratura da coluna vertebral ou do pescoço. Em casos de fratura de braços ou de
pernas, ou se por qualquer razão um desses membros não puder ser movido,
coloque um cobertor enrolado debaixo do lado ileso da vítima, o que elevará o
corpo desse lado e deixará as vias respiratórias desobstruídas.
Como colocar uma vítima na posição lateral de segurança
1. Ajoelhe-se ao lado da vítima e remova do local qualquer objeto frágil, como,
por exemplo, óculos;
2. Vire a cabeça da vítima para si e
incline-a para trás, de forma a
desimpedir-lhe as vias respiratórias;
3. Ao longo do corpo da vítima, estenda
o braço que fica mais perto de si e
cruze o outro braço sobre o peito.
Cruze a perna mais afastada da vítima
sobre a que lhe está mais próxima.
4. Segure a cabeça da vítima com uma
das mãos e com a outra a agarre pela
nuca mais afastada;
SINAIS VITAIS
Os sinais vitais são aspectos simples das funções básicas do nosso corpo que
indicam se está tudo bem com a nossa saúde. Através de dados fisiológicos comparados
com valores de referência é possível avaliar as condições de saúde da pessoa. Com base
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nos resultados fica mais fácil tomar decisões sobre as intervenções médicas necessárias
para aquele quadro. De acordo com o Ministério da Saúde, os 4 sinais vitais mais
importantes e valores normais são:
Frequência
cardíaca (FC)
Pressão arterial
(PA)
Temperatura Frequência
respiratória (FR)
Entre 60 e 100
bpm
Sistólica entre 100
e 140 mm e
diastólica entre 60
e 90 mm;
Entre 36 º C e
37,5º;
Entre 16 e 20 irpm;
Frequência cardíaca (FC)
A frequência cardíaca é a pulsação que sentimos em diferentes partes do corpo a
partir da movimentação das artérias. A mudança nesses valores pode ser temporária e
afetada por fatores como a prática de exercícios físicos, alimentação, sustos, emoções,
uso de drogas, entre outros. Os valores são medidos em pulsação por minuto (bpm) e,
quando normais, podem variar entre 60 e 80 bpm. Dessa forma, fica implícito que ao
medir o pulso de alguém esse procedimento deve ser feito por pelo menos 60 segundos.
Frequência normal Entre 60 a 100 bpm
Bradicardia Menos de 60 bpm
Pulso acelerado Entre 90 a 100 bpm
Taquicardia Mais de 100 bpm
A maneira mais comum de medir o pulso é utilizando a artéria radial, que fica
literalmente na região do nosso pulso. Mas, a terminologia pulso pode fazer referência
a diferentes partes do corpo que também permitem medir a frequência cardíaca:
o Pulso temporal
o Pulso da carótida: pescoço abaixo da orelha;
o Pulso braquial: parte de dentro do cotovelo/braço;
o Pulso femoral: entre a coxa e a virilha;
o Pulso radial: pulso da mão;
o Pulso poplíteo: atrás do joelho;
o Pulso da artéria pediosa dorsal: peito do pé;
o Pulso da artéria tibial posterior
Pressão arterial (PA):
A pressão arterial popularmente é apenas conhecida como 'pressão' e é o sinal vital
que mede o bombeamento de sangue, através dos vasos, do coração para o resto do
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corpo. Esses valores são medidos com o auxílio de aparelhos específico para isso:
esfigmomanômetro e estetoscópio ou um aparelho digital. Os valores normais de
pressão arterial podem ser considerados:
Pressão sistólica Entre 10 e 14 cm de Hg (100 e 140
mm)
Pressão diastólica Entre 6 e 9 cm de Hg (60 e 90 mm)
Temperatura
A temperatura corporal controla o calor do nosso organismo, que é regulado pelo
nosso próprio sistema orgânico. Ela pode ser verificada em diferentes partes do corpo
com a ajuda de um termômetro. Antes de medir a temperatura é preciso considerar os
fatores que podem alterá-la, como emocional, roupas, ovulação, ambiente, distúrbios
da Tireoide, doenças, entre outros. Os valores de referência normais de temperatura
são:
TEMPERATURA NORMAL
TEMPERATURA ALTERADA
Axila: 35,8º C a 37ºC
Boca: 36,3ºC a 38ºC
Reto: 37ºC a 38º C
Febre: 37,6ºC e 38,9ºC
Hiperpirexia: Acima de 39ºC
Hipotermia: Abaixo de 36,5ºC
Frequência respiratória (FR)
Observar os sinais vitais de respiração implica em medir a frequência respiratória
(trocas gasosas entre o organismo e o ambiente exterior). Dessa forma consegue-se
garantir que a troca entre sangue e pulmões funcione corretamente. Nessa análise são
levados em conta 3 aspectos:
ESTETOSCÓPIO
ESFIGMOMANÔMETRO
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FREQUÊNCIA RITMO INTENSIDADE
De deslocamento
respiratório por minuto
Regular ou Irregular Profunda ou superficial
Os valores de referência normais para um adulto podem variar entre 16 a 20
movimentos respiratórios por minuto. Conforme se observam alterações nos
movimentos respiratórios, essas situações são classificadas de diferentes maneiras
segundo uma terminologia:
Apneia Bradpneia Taquipneia Dispneia Ortopneia
Parada
respiratória
Respiração
lenta
Respiração
acelerada
Dificuldade
para
respirar
Só é possível
respirar com a
coluna ereta
SONDA VESICAL DE DEMORA
A sonda vesical de demora, ou sonda de Foley, é utilizada quando a pessoa não é
capaz de urinar espontaneamente ou de controlar a saída da urina. Essa sonda possui
um pequeno balão interno que depois de cheio prende a sonda dentro da bexiga. A
parte externa da sonda deve ficar presa na coxa da pessoa de forma a manter a sonda
no lugar, permitindo a movimentação. Para fixar a sonda e evitar ferir a pele ou as
alergias é melhor utilizar esparadrapo antialérgico, mudando constantemente o local de
fixação.
Fora do corpo a sonda liga-se a uma bolsa que armazena a urina e pode ser fixada
na lateral da cama, na cadeira de rodas ou na perna da pessoa. Este tipo de sonda só
pode ser colocado e retirado pela equipe de saúde. A sonda de demora faz com que a
pessoa urine continuamente e, como essa sonda fica por um tempo dentro da bexiga, é
preciso cuidados para se prevenir infecções, sangramentos e feridas:
o Lave as mãos antes de mexer na sonda.
o Limpe a pele ao redor da sonda com água e sabão pelo menos duas vezes ao dia
para evitar o acúmulo de secreção.
o Lave a bolsa ou frasco coletor de urina uma vez ao dia, com água e sabão e
enxague com água clorada.
o Mantenha o frasco ou bolsa coletora abaixo do nível da cama ou do assento da
cadeira, e não deixe que ela fique muito cheia. Esses cuidados são necessários
para evitar que a urina retorne do frasco para dentro da bexiga.
o Tome cuidado para não puxar a sonda, pois isso pode causar ferimentos na
uretra.
o A sonda tem que ficar livre para que a urina saia continuamente da bexiga, por
isso, cuide para que a perna da pessoa ou outro objeto não comprima a sonda.
o Se durante algum tempo não houver urina na bolsa coletora, verifique se a sonda
está dobrada, obstruída ou pressionada pela perna da pessoa. Caso a pessoa não
urine num espaço de 4 horas, mesmo ingerindo líquido, procure falar
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urgentemente com a equipe de saúde. Uma pessoa produz e elimina, em média,
1.200 a 1.500 ml de urina em 24 horas. Essa quantidade é modificada pela
ingestão de líquido, suor, temperatura externa, vômitos ou diarreia.
o Lembre-se que a sonda de demora só pode ser colocada e retirada pela equipe
de saúde.
Uripen
O uripen é uma sonda externa feita de borracha
fina, também conhecida como sonda de camisinha, pois
é colocada no pênis como uma camisinha. A mangueira
do uripen é encaixada a uma bolsa coletora de urina.
Existem vários tamanhos de uripen.
Cuidados no uso de uripen
A colocação do uripen é simples e deve ser orientada
pela equipe de saúde.
o A fixação não deve ficar muito apertada.
o Evite fixar o uripen com esparadrapo comum,
pois pode causar alergias e lesões no pênis.
o É mais fácil colocar o uripen com o pênis em ereção.
o Manter os pelos pubianos aparados, pois facilita a utilização do uripen
o Retire o uripen uma vez ao dia para lavar e secar bem o pênis.
CUIDADOS COM A PELE DO IDOSO
A pele reflete condições físicas e psicológicas, como saúde, idade, diferenças étnicas
e culturais, além de proteger e regular a temperatura corporal. É uma barreira protetora
impermeável que impede a perda de líquidos e a penetração de substâncias e micro-
organismos. Evita que o organismo receba radiações ultravioletas e a sede de reações
imunológicas relacionadas com a defesa orgânica e da percepção sensitiva e imagem
corporal. Na terceira idade, essas funções decaem tornando-a mais frágil, mais sujeita
às agressões do meio ambiente. A idade avançada acaba por ser acompanhada de
alterações no turgor da pele e função imunológica. Conforme a pessoa envelhece,
aumenta o risco de aparecerem lesões no tegumento, já que este se torna mais fino,
mais frágil e ocorre perda na camada de gordura subcutânea. Essas alterações requerem
atenção qualificada no cuidado e manutenção da saúde do idoso
O cuidador deve estar atento ao aparecimento de alterações cutâneas, como
assadura, lesão por pressão, dermatite, úlcera venosa e arterial.
Assadura
As assaduras ocorrem devido à continuação de forças de atrito entre a pele e
roupas, tecidos, calçados, fraldas e diversos outros motivos. Normalmente, as partes
mais afetadas são as coxas, a virilha, os mamilos, a barriga, as axilas e os pés. É muito
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comum o aparecimento de assaduras, devido ao longo período em que utilizam as
fraldas plásticas, as assaduras podem ser evitadas tomando algumas precauções, como
passar pomadas e cremes que evitam o seu surgimento, entre outras.
Sinais e Sintomas
O principal sintoma da assadura é o surgimento de vermelhidão, ardência no local
afetado e coceira constante na área afetada. Portanto, antes dela avançar e começar a
doer ainda mais, é comum que antes a pele fique irritada ou inchada. No caso das
assaduras pelo uso de fraldas (dermatite de fralda), o principal sintoma é o surgimento
de erupções vermelhas nas nádegas da criança. As assaduras são facilmente
identificadas por qualquer pessoa, pois provocam dores e machucados na região do
corpo afetada.
As assaduras podem surgir devido aos mais diversos motivos, como roupas
apertadas, calçados que pegam no pé, higienização inadequada, obesidade,
transpiração excessiva, contato prolongado com acessórios de plástico e excesso de
limpeza na pele. Outras causas comuns também envolvem a colonização da pele por
fungos e uso de antibióticos. O mais comum é que as assaduras surjam em decorrência
do contato excessivo da pele com um fator agressor.
Tratamentos
o Utilizar um sabão neutro para realizar a higienização do local e enxaguar bem.
o Ideal é utilizar alguma pomada adequada ou um lubrificante natural que
promova a cicatrização.
o Aparar os pelos pubianos com tesoura para facilitar a higiene íntima e manter a
área mais seca. Encoste de leve a tolha, de modo a remover toda a umidade sem
agredir a pele.
o Fazer a higiene íntima a cada vez que a pessoa evacuar ou urinar e secar bem a
região.
o Se for possível exponha a área com assadura ao sol, isso ajuda na cicatrização da
pele. Se mesmo com esses cuidados a pessoa apresentar assadura é importante
comunicar o fato à equipe de saúde e solicitar orientação.
Os óleos naturais ajudam a pele a se recuperar, porém você deve procurar por
opções que não contém fragrância. Entre os óleos que podem ser utilizados na cura de
assaduras, estão: o óleo de amêndoas, o óleo de calêndula e a lanolina. É essencial que
esses óleos sejam aplicados na pele já higienizada e seca. Caso julgue necessário, você
também deve aplicar uma gaze no local depois de passar o óleo para proteger a região
dos atritos
Lesão por pressão
As escaras são feridas que surgem na pele quando a pessoa permanece muito
tempo numa mesma posição. É causada pela diminuição da circulação do sangue nas
áreas do corpo que ficam em contato com a cama ou com a cadeira. Os locais mais
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comuns onde se formam as escaras são: região final da coluna, calcanhares, quadril,
tornozelos, entre outros
Como prevenir
Estimule a pessoa cuidada a mudar de posição pelo menos a cada 2 horas. À noite,
o cuidador pode mudar a pessoa de posição quando acordar a pessoa cuidada para dar
medicação, ou fazer outro cuidado.
o Ao mudar a pessoa de lugar ou de posição, faça isso com muito cuidado, evitando
que a pele roce no lençol ou na cadeira, pois a pele está muito fina e frágil e pode
se ferir. Mantenha a roupa da cama e da pessoa bem esticada, pois as rugas e
dobras da roupa podem ferir a pele.
o Cuidador, se a pessoa cuidada fica a maior parte do tempo em cadeira de rodas
ou poltrona, é preciso ajudá-la a aliviar o peso do corpo sobre as nádegas, da
seguinte maneira:
Se a pessoa tem força nos braços Se a pessoa não consegue se apoiar
nos braços
Oriente a pessoa cuidada a sustentar
o peso do corpo ora sobre uma
nádega, ora sobre a outra.
O cuidador deve ajudá-la
a se movimentar. Procure orientações da
equipe de saúde como auxiliar a pessoa
cuidada nessa movimentação.
Alguns apoios podem ajudar a pessoa a se segurar e mudar de posição sozinha,
podem ser comprados ou improvisados em casa: barras de apoio para cabeceiras da
cama, faixas de pano amarradas na cabeceira, nas laterais ou nos pés da cama ajudam
a pessoa a levantar ou mudar de posição na cama.
O colchão de espuma tipo “caixa de ovo” ou piramidal ajuda a
prevenir as escaras, pois protege os locais do corpo onde os ossos são
mais salientes e ficam em contato com o colchão ou a cadeira. Quando
a pessoa não consegue controlar a saída de urina e/ou fezes, é
necessário proteger o colchão com plástico, apenas na região das
nádegas, e por cima do plástico colocar um lençol de algodão. A pele
não deve ficar em contato com o plástico.
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  • 1. Página 0 de 81 APOSTILA DO CUIDADOR
  • 3. Página 1 de 81 O PAPEL DO CUIDADOR Caro cuidador, cuidar significa ter uma atitude constante de ocupação, preocupação, responsabilidade, envolvimento e ternura para com o semelhante. Requer, por isso, estar atento às necessidades de outra pessoa e auxiliar com solicitude, tratando a bem. Todo ser humano necessita ser cuidado ao longo de toda a vida, em maior ou menor intensidade e de diversas maneiras, conforme a fase da vida e as circunstâncias pessoais. Ao mesmo tempo, todas as pessoas cuidam de outras também, de forma natural e espontânea, pois o cuidado é essencial ao desenvolvimento de quem o oferece e de quem o recebe. Cuidar é, portanto, algo natural do ser humano, que pode passar a constituir um papel social, como por exemplo, o de mãe ou de pai ou mesmo uma profissão: a de cuidador. Em 1999, a Portaria Interministerial nº 5.153 instituía o primeiro Programa Nacional de Cuidadores de Idosos, coordenado por uma comissão composta pela Secretaria de Estado de Assistência Social do Ministério da Previdência e Assistência e pela Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, com o intuito de formar cuidadores em todo o território nacional (Groisman, 2013). Foi graças a esse programa que, em 2002, o Ministério do Trabalho e Emprego incluiu, na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), a ocupação de cuidador de idosos, sob o código 5162. (GG DEBERT, 2015) A Agência Nacional de Vigilância Sanitária define cuidador de idosos como a "pessoa capacitada para auxiliar o idoso que apresenta limitações para realizar atividades da vida diária" (ANVISA, 2005). Como toda profissão, cuidar é uma tarefa a ser aprendida e aprimorada ao longo do tempo. Portanto, para ser cuidador, é necessário primeiro, conhecer os aspectos normativos e conceituais que envolvem a profissão, além de adquirir habilidades práticas, como por exemplo, auxiliar no banho, conduzir uma cadeira de rodas ou cuidar de um aparelho auditivo. Vale ressaltar que cuidar é algo dinâmico e complexo, que varia conforme as necessidades individuais de cada um, que por sua vez variam ao longo do tempo. É fundamental que o cuidador saiba atender a cada idoso conforme suas características próprias, valorizando sua história de vida, preferências e interesses. É preciso, ainda, estar atento às possíveis mudanças no estado psicológico e de saúde de cada idoso com o passar do tempo.
  • 4. Página 2 de 81 Dentre as tarefas realizadas pelo cuidador, citamos algumas: o Prestar cuidados essenciais e elementares à manutenção do bem-estar do indivíduo, que compreende aspectos pessoais como: banho, vestimenta, higiene e alimentação. o Proporcionar conforto/bem-estar físico e psíquico. o Auxiliar nas atividades básicas e instrumentais da vida diária, estimulando independência e autonomia. o Auxiliar na mobilidade. o Estimular comunicação: conversar, valorizar o que diz, ajudar a mantê-lo informado dos acontecimentos o Acompanhar/estimular em atividades sociais, culturais e de lazer. o Acompanhar em consultas médicas e terapias, exames, procurando seguir as orientações dadas pelos profissionais de saúde. o Estimular a participação e relacionamento social, bem como das funções motoras cognitivas (sob orientação profissional). o Auxiliar manutenção dos pertences dos idosos. o Monitorar adequação do ambiente. o Estimular a autoconfiança, valorização e aceitação do idoso. o Observar alterações (de saúde e comportamento) dos idosos, registrá-las e informar ao familiar ou profissional de saúde responsável pelo idoso. Dentre as atribuições do cuidador, destacamos: o Manter capacidade e preparo físico, emocional e espiritual o Cuidar da sua aparência e higiene pessoal o Demonstrar educação e boas maneiras o Adaptar-se a diferentes estruturas e padrões familiares e comunitários o Respeitar a privacidade da CJAI o Demonstrar sensibilidade e paciência o Saber ouvir o Perceber e suprir carências afetivas o Manter a calma em situações críticas o Demonstrar discrição o Observar e tomar resoluções o Em situações especiais, superar seus limites físicos e emocionais o Manter otimismo em situações adversas O uso do caderno/agenda É muito importante que o cuidador tenha um caderno/agenda para que anote tudo o que acontece com o paciente, desde alterações básicas no comportamento, alimentação e etc, como também a evolução, quedas, acidentes e toda a rotina do idoso, caderno/agenda deve ser individual para cada paciente.
  • 5. Página 3 de 81 Adotar essa medida, garante segurança quanto ao que acontece no seu plantão, além de ficar mais organizado na hora da consulta, ao passar alguma informação para o médico ou para a família. Concluímos, conforme exposto anteriormente, que o papel do cuidador é de fundamental importância no atendimento às necessidades cotidianas do idoso, no seguimento das orientações para sua saúde, bem-estar, segurança e conforto e ainda no respeito e estímulo à sua autonomia e independência. De fato, no atendimento ao idoso temos o objetivo de mantê-lo o mais ativo e independente possível por mais tempo, e promover a autonomia, ou seja, possibilitar que o indivíduo faça escolhas e que estas sejam respeitadas. Nesse sentido, o cuidador deve garantir a prestação de auxílio necessário, mas estimular a independência e autonomia, o que na prática significa respeitar as opiniões, preferências e decisões do idoso, sempre que isso não acarrete nenhum risco para ele, motivar o idoso a se manter ativo e participante no seu círculo social; e permitir que se esforce para realizar tarefas cotidianas com o menor auxílio possível, pois quanto mais o idoso exercita uma habilidade, mais ele mantém essa habilidade preservada. A seguir, serão expostos os conceitos de autonomia e independência: AUTONOMIA INDEPENDÊNCIA Autogoverno, liberdade individual, privacidade, livre escolha e independência moral. A capacidade de o indivíduo fazer escolhas sobre as questões relacionadas à sua vida. Capacidade de viver sem ajuda nas atividades de subsistência básica, no domicílio e na comunidade, dependendo das demandas do meio ambiente. As condições de autonomia, independência e dependência envolvem uma relação dinâmica expressa de forma diferente nas diversas fases do desenvolvimento da pessoa (infância, juventude, vida adulta e velhice) e circunstâncias sociais e de saúde. Por isso devemos prestar atendimento considerando as necessidades individuais de cada idoso, garantindo que desenvolva suas atividades cotidianas de forma segura e satisfatória, preservando sua identidade e privacidade. Numa instituição de longa permanência para idosos, há residentes com diversas necessidades e graus de dependência, de tal maneira que os cuidadores devem prestar auxílio proporcional às necessidades de cada um. Em instituições grandes, é importante que cada idoso seja avaliado por profissional competente e o gerenciamento de recursos humanos, bem como a organização de rotinas de cuidados e de atividades sejam dimensionados de acordo com o grau de dependência do grupo de idosos. Os cuidadores familiares e os profissionais que atendem em domicílio geralmente cuidam de apenas um idoso, porém como o envelhecimento é um processo dinâmico, é
  • 6. Página 4 de 81 importante observar, ao longo do tempo, possíveis mudanças nas necessidades e mesmo no grau de dependência do idoso. COMO AVALIAR O GRAU DE DEPENDÊNCIA DO IDOSO Com o processo de envelhecimento o idoso pode adquirir limitações para execução de atividades simples como banhar-se sozinho ou escovar os dentes e essas limitações pode ser avaliado com algumas escalas dentre as mais usadas podemos ressaltar a Escala de Katz. A ANVISA (2005) define a dependência como "condição do indivíduo que requer o auxílio de pessoas ou de equipamentos especiais para a realização de atividades da vida diária". Os graus de dependência são os seguintes: GRAU DE DEPENDÊNCIA I GRAU DE DEPENDÊNCIA II GRAU DE DEPENDÊNCIA III Idosos dependentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda; Idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais como: alimentação, mobilidade, higiene; sem compromisso cognitivo ou com alteração cognitiva controlada; idosos com dependência que requeiram assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo. Indivíduo autônomo - é aquele que detém poder decisório e controle sobre sua vida. Outro modo semelhante de se classificar o grau de dependência é o que apresentaremos a seguir, comentando brevemente qual a atuação correspondente do cuidador. Independente - Idosos que realizam as atividades de vida diária sem auxílio, mesmo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda. Atuação geral do cuidador: oferecer auxílio na execução das atividades quando perceber dificuldade e informar equipe; estar atento para dificuldades mentais, sociais e emocionais; auxiliar na manutenção de ambiente organizado e seguro, e que favoreça a execução das atividades; auxiliar na divulgação sobre atividades oferecidas pela instituição e acompanhar até os diferentes locais da instituição aqueles que precisarem. Semi-dependentes - Idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais como: alimentação, mobilidade, higiene; sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada. Atuação geral do cuidador: população com maior risco, dobrar a atenção! Oferecer a quantidade de auxílio necessária e estimular a manutenção das funções; informar a equipe sobre alterações observadas; auxiliar na manutenção de ambiente organizado e seguro, e que favoreça a execução das atividades, auxiliar na divulgação sobre atividades
  • 7. Página 5 de 81 oferecidas pela instituição e acompanhar até os diferentes locais da instituição aqueles que precisarem. Dependentes - Idosos com dependência que requeiram assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo. Atuação geral do cuidador: estar atento para não subestimar a capacidade do idoso; estimular a participação, mesmo que não seja possível realizar a tarefa completa sozinho; é necessário "ser" para o idoso as funções que estão comprometidas: crítica, percepção do meio, etc; manter o ambiente organizado e seguro, e que favoreça a execução das atividades; buscar manter na rotina não só as atividades de autocuidado, mas também estimular o convívio social e a participação nas atividades voltadas para este público e em outras orientadas pela equipe, sempre acompanhar aos diferentes locais da instituição. Cada idoso irá atribuir um significado ao seu processo de envelhecimento e às possíveis limitações e dependência para realizar suas atividades cotidianas. Isto dependerá de características da personalidade e história de vida, do suporte social, do seu quadro clínico e de recursos econômicos e sociais que se dispõe. De acordo com a forma que este idoso encara suas dificuldades e com as limitações reais que apresentar, ele pode precisar de mais ou menos auxílio, e o cuidado oferecido terá características diferenciadas, podendo variar em tipo e intensidade. É o que comentaremos a seguir, recordando, antes que, de forma geral, devemos sempre estimular que o idoso busque utilizar todas as funções preservadas, pois assim estaremos auxiliando-o a manter-se mais ativo e evitar um declínio ainda maior de sua capacidade funcional. TIPOS DE CUIDADOS o Físicos: quando é preciso utilizar seus movimentos e força para auxiliar o idoso a executar uma tarefa. Ex: empurrar cadeira de rodas, auxiliar na transferência, ofertar dieta, trocar fralda. o Cognitivos: quando é preciso orientar e auxiliar na tomada de decisões para o idoso executar uma tarefa. Ex: lembrar o idoso de qual atividade ele precisa executar naquele momento, como refeições, tomar banho ou ir ao médico. o Sociais e emocionais: além de cuidar para que o idoso realize as atividades de autocuidado, o cuidador também oferece cuidado nos aspectos sociais e emocionais. Ex: conversar com o idoso sobre assuntos gerais, estimular que participe dos passeios, eventos sociais e atividades de lazer, oferecer um sorriso e uma palavra de conforto quando estiver chateado. Afinal os profissionais acabam se tornando as pessoas de convivência diária desses idosos, e é possível
  • 8. Página 6 de 81 manter uma relação afetiva e social sem perder o profissionalismo e o foco no seu papel. Intensidade dos cuidados o Sem auxílio: idoso realiza a atividade por iniciativa própria e o faz de forma segura e eficiente, com independência. o Supervisão: idoso precisa de alguém próximo a ele enquanto executa uma tarefa, para lembrá-lo do que precisa ser feito, preparar o ambiente ou para certificar-se de que o desempenho foi satisfatório. Não é preciso tocar no idoso. o Auxílio parcial: já é necessário tocar no idoso para auxiliá-lo na execução de uma tarefa, mas ele executa a maior parte do esforço. Auxílio total: quando é preciso executar toda ou mais da metade da tarefa pelo idoso. O maior esforço é do cuidador. É possível através do acompanhamento médico e multidisciplinar, estabelecer orientações específicas que guiem o cuidador/familiar a auxiliar e estimular cada idoso dentro de suas particularidades e fases. A orientação geral é sempre "fazer junto com o idoso, ou seja, compensando pelas suas limitações, e não "fazer pelo" idoso, ou seja, sem que esteja participando também ativamente, e o máximo que puder da tarefa. A proposta principal é que o conhecimento sobre o processo de envelhecimento e a aquisição de habilidades para o manejo dos idosos permitam ao cuidador desenvolver seu trabalho com maior qualidade e evitando sobrecarga. Importante para atuação do cuidador: o Promover a autonomia e independência e minimizar o impacto negativo que a aquisição de dependência pode ter sobre o idoso. o Garantir a oferta de cuidados na intensidade necessária ao idoso. o Evitar desestímulo ou comportamento dependente do idoso. Depoimento do cuidador: O fato de pôr a mão nas costas, o idoso já se refere: "não preciso de ajuda, vou sozinho".
  • 9. Página 7 de 81 SEGURANÇA DO IDOSO É de suma importância abordar aqui sobre a prevenção dos idosos, tanto em casa, na rua, nos parques e no telefone. Prevenção em casa o Lembre sempre de trancar portas e janelas; o Janelas perto da porta; o Jamais abra a porta sem ter certeza de quem bate; o Guarde seu dinheiro em lugar seguro; o Procure manter contato regular com vizinhos; o Tenha um telefone no seu quarto; o Esteja sempre atento (a) ao entrar e sair de sua residência. Prevenção na rua Ir ás ruas é o momento em que se requer mais atenção! o Como os delinquentes escolhem suas vítimas: de acordo com a facilidade que cada um deles tenha a oferecer naquele exato momento. o Procure sempre andar acompanhado(a); o Nunca aceite ajuda de estranhos; o Sempre esteja atento(a) ao que acontece ao seu redor; o Deixe gravados no seu celular números de emergência; Prevenção no banco É muito comum hoje em dia vermos muitos idosos caindo em diversos golpes, é importante que você, cuidador, conheça e previna o seu paciente. Listemos abaixo alguns deles:
  • 10. Página 8 de 81 Deixando objetos caírem Golpe da abordagem Golpe do SMS que anuncia prêmio Golpe nas compras Até onde você menos imagina! Golpe utilizando a pessoa idosa Golpe da Cirurgia Golpe da bolsa aberta
  • 11. Página 9 de 81 Golpes envolvendo a previdência Golpe do falso prestador de serviço Segurança contra acidentes o A instalação de corrimão; o Evitar manter tapetes; o Fazer caminhadas e exercícios físicos; o O uso de bengalas é importante; o Desligue o gás no botijão ou na fonte; o Use algum tipo de despertador ou cronômetro. Golpe do bilhete de loteria Golpe no transporte público Golpe do Falso sequestro
  • 12. Página 10 de 81 AUTOCUIDADO Autocuidado significa cuidar de si próprio, são as atitudes, os comportamentos que a pessoa tem em seu próprio benefício, com a finalidade de promover a saúde, preservar, assegurar e manter a vida. Nesse sentido, o cuidar do outro representa a essência da cidadania, do desprendimento, da doação e do amor. Já o autocuidado ou cuidar de si representa a essência da existência humana. A pessoa acamada ou com limitações, mesmo necessitando da ajuda do cuidador, pode e deve realizar atividades de autocuidado sempre que possível. O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode fazer por si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer pelo outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer paciência e tempo. O autocuidado não se refere somente àquilo que a pessoa a ser cuidada pode fazer por si. Refere-se também aos cuidados que o cuidador deve ter consigo com a finalidade de preservar a sua saúde e melhorar a qualidade de vida. BIOSSEGURANÇA Os profissionais de saúde ao longo de sua história têm enfrentado vários desafios. Desde os primeiros relatos da infecção pelo vírus da Imunodeficiência Humana e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/aids), expondo a fragilidade e possibilidade de transmissão de doenças em nível ocupacional, têm sido obrigados a repensar suas práticas de controle de contaminação cruzada. A partir de então, os diversos tipos de hepatites virais e outras doenças passíveis de transmissão no ambiente de trabalho passaram a merecer destaque e esta preocupação tem se traduzido em medidas de redução de riscos. Isso trouxe a necessidade de se discutir e adotar mecanismos de proteção, tanto para os profissionais envolvidos no atendimento em saúde, quanto para os usuários Higienização das mãos Lavar as mãos frequentemente é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção do risco de transmissão de microrganismos para clientes, pacientes e profissionais de saúde. O método adequado para lavagem das mãos depende do tipo de procedimento a ser realizado. As mãos devem ser lavadas: - Ao início e término do turno de trabalho; - Antes e após atividades que eventualmente possam contaminá-las, antes de calçar luvas e após a remoção das mesmas; - Quando as mãos forem contaminadas por material biológico e/ou químico. Atenção: o O uso da luva não exclui a lavagem das mãos; o As unhas devem ser tão curtas quanto o possível; o Todos os adornos (anéis, pulseiras, relógio e etc.) devem ser removidos antes da higienização; o Todas as partes devem ser limpas igualmente;
  • 13. Página 11 de 81 o A pia de higienização das mãos deve ser distinta da pia de lavagem de instrumental. O CUIDADO O processo de envelhecimento é considerado uma etapa natural e gradual do ciclo da vida, dentre todas as maneiras de chegar a essa etapa se pode garantir ou não um envelhecimento saudável e ativo. O envelhecimento também é definido como uma mudança etária da população que a partir de 60 anos de idade considera-se o início da velhice. Uma vez que o processo do envelhecimento se inicia o desenvolvimento de doenças na velhice também aparece. Segundo o IBGE em 2008 foi realizado um estudo de projeção da população brasileira por sexo e idade, espera-se que em 2025 o Brasil seja o sexto país do mundo com o maior número de idosos em sua população. O cuidado nessa etapa da vida se torna crucial para contribuir e garantir que esse envelhecimento seja saudável. Cuidado significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. Cuidar é servir, é oferecer ao outro, em forma de serviço, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas; é praticar o cuidado. Cuidar é também perceber a outra pessoa como ela é, e como se mostra, seus gestos e falas, sua dor e limitação. Percebendo isso, o cuidador tem condições de prestar o cuidado de forma individualizada, a partir de suas ideias, conhecimentos e criatividade, levando em consideração as particularidades e necessidades da pessoa a ser cuidada. Esse cuidado deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento físico decorrente de uma doença ou limitação, devemos levar em conta as questões emocionais, a história de vida, os sentimentos e emoções da pessoa a ser cuidada. “Respeito e carinho com os idosos é essencial para uma sociedade harmoniosa.”
  • 14. Página 12 de 81 ALIMENTAÇÃO SAÚDAVEL Anatomia digestiva O sistema digestivo ou gastrointestinal inclui o tubo digestivo que é constituído por: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e anus, e órgãos glandulares - glândulas salivares, glândulas estomacais, fígado e pâncreas - que segregam substâncias que lançam no interior desse tubo. Um conjunto de órgãos que têm por função a realização da digestão. A função do aparelho digestivo é transferir as moléculas orgânicas, água e sais minerais que constituem a alimentação para o meio interno do organismo, de modo a que os átomos e moléculas que os constituem possam ser distribuídos pelas células através do sistema circulatório. Ou seja, é o sistema responsável por obter dos alimentos ingeridos o nutriente necessário às diferentes funções do organismo, como crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc. O tubo digestivo de um adulto mede aproximadamente de 8 à 9 metros de comprimentos desde a boca até ao ânus, e o seu interior está em contato com o exterior através desses dois orifícios, o que quer dizer que, em sentido estrito, o conteúdo do tubo digestivo é exterior ao corpo humano. Ao contrário do que geralmente se imagina, a eliminação de produtos desnecessários (excreção) não é uma função principal do aparelho digestivo. O maior responsável pela eliminação dos resíduos é, no corpo humano, o aparelho renal, enquanto as fezes são constituídas por materiais não digeridos e por bactérias que residem no tubo digestivo, isto é, por materiais que nunca penetram, de facto, no corpo humano. Uma alimentação saudável, isso é, adequada nutricionalmente e sem contaminação, tem influência no bem-estar físico e mental, no equilíbrio emocional, na prevenção e tratamento de doenças. Durante doenças graves e de longa duração pode ocorrer sangramento nas gengivas, por isso é preciso que o cuidador tenha uma atenção redobrada com a higiene da boca da pessoa cuidada. Ao observar sangramento mais constante e presença de pus nas gengivas o cuidador precisa comunicar o fato à equipe de saúde. É comum a pessoa idosa ter uma diminuição da estrutura óssea da boca. Essa perda óssea faz com que a prótese fique frouxa, aumentando o movimento, o desconforto e a possibilidade de lesões na gengiva. Lembrar que dentes quebrados podem ferir a boca. Geralmente as pessoas doentes têm o apetite diminuído, mas é preciso estar atento, a recusa em se alimentar ou a agitação no horário das refeições pode ser decorrente de prótese mal adaptada, cárie, dentes fraturados, feridas, alterações e inflamação das gengivas. É importante que a alimentação seja saborosa, colorida e equilibrada, que respeite as preferências individuais e valorize os alimentos da região, da época e que sejam acessíveis do ponto de vista econômico. Para se ter uma alimentação equilibrada, com todos os nutrientes necessários para a manutenção da saúde, é preciso variar os tipos de alimentos, consumindo-os com moderação. Os
  • 15. Página 13 de 81 nutrientes são as substâncias químicas que o organismo absorve dos alimentos, esses nutrientes são indispensáveis para o bom funcionamento do organismo. Os nutrientes dos alimentos fornecem calorias, que são a quantidade de energia utilizada pelo corpo para a manutenção de suas funções e atividades. Uma alimentação que fornece mais calorias do que o organismo gasta em suas atividades diárias pode provocar o excesso de peso e obesidade. Uma alimentação que fornece menos calorias que o necessário pode levar à perda de peso e desnutrição. Os dez passos para uma alimentação saudável Os 10 passos para uma alimentação saudável é uma estratégia para buscar uma vida mais saudável, recomendada pelo Ministério da Saúde. Esses passos podem ser seguidos por toda a família. 1. Aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os 5 vezes por dia. As frutas e verduras são ricas em vitaminas, minerais e fibras. Coma, pelo menos, 4 colheres de sopa de vegetais (verduras e legumes) 2 vezes por dia. Coloque os vegetais no prato do almoço e do jantar. Comece com 1 fruta ou 1 fatia de fruta no café da manhã e acrescente mais 1 nos lanches da manhã e da tarde. 2. Coma feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por semana. O feijão é um alimento rico em ferro. Na hora das refeições, coloque 1 concha de feijão no seu prato, assim você estará evitando a anemia. 3. Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos, para no máximo 1 vez por semana. Retire antes do cozimento a pele do frango, a gordura visível da carne e o couro do peixe. Apesar de o óleo vegetal ser um tipo de gordura mais saudável, tudo em excesso faz mal! O ideal é não usar mais que 1 lata de óleo por mês para uma família de 4 pessoas. Prefira os alimentos cozidos ou assados e evite cozinhar com margarina, gordura vegetal ou manteiga. 4. Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa. O sal da cozinha é a maior fonte de sódio da nossa alimentação. O sódio é essencial para o funcionamento do nosso corpo, mas o excesso pode levar ao aumento da pressão do sangue, que chamamos de hipertensão. As crianças e os adultos não precisam de mais que 1 pitada de sal por dia. Siga estas dicas: não coloque o saleiro na mesa, assim você evita adicionar sal na comida pronta. Evite temperos prontos, alimentos enlatados, carnes salgadas e embutidos como mortadela, presunto, linguiça, etc. Todos eles têm muito sal. 5. Faça pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia. Não pule as refeições. Para lanche e sobremesa prefira frutas. Fazendo todas as refeições, você evita que o estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite e de exagerar na quantidade quando for comer. Evite “beliscar”, isso vai ajudar você a controlar o peso. 6. Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar para no máximo 2 vezes por semana. 7. Reduza o consumo de álcool e refrigerantes. Evite o consumo diário. A melhor bebida é a água.
  • 16. Página 14 de 81 8. Aprecie a sua refeição. Coma devagar. Faça das refeições um ponto de encontro da família. Não se alimente assistindo TV. 9. Mantenha o seu peso dentro de limites saudáveis – veja no serviço de saúde se o seu IMC está entre 18,5 e 24,9kg/m2. O IMC (índice de massa corporal) mostra se o seu peso está adequado para sua altura. É calculado dividindo-se o peso, em kg, pela altura, em metros, elevado ao quadrado. 10. Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade física todos os dias; caminhe pelo seu bairro; suba as escadas; não passe muitas horas assistindo TV. Essas recomendações foram elaboradas para pessoas saudáveis, mas servem como guia para planejar a alimentação de pessoas que necessitam de cuidados especiais de saúde. Pessoas que precisam de dietas especiais devem receber orientações específicas e individualizadas de um nutricionista, de acordo com o seu estado de saúde. COMO IDENTIFICAR ALTERAÇÕES DE DEGLUTIÇÃO NO IDOSO "Desde a mãe que amamenta o bebê até a avó que serve um lanche da tarde, promover a alimentação é uma maneira comum de demonstrar amor e afeto e os cuidados com esta tarefa torna-se fundamental para possibilitar a deglutição funcional, segura e prazerosa". A deglutição é uma função natural que tem o papel de transportar a saliva e os alimentos desde a cavidade oral até o estômago. Envolve um complexo grupo de estruturas, conectadas ao mecanismo neural, sendo um processo dinâmico e tendo a função de satisfazer os requisitos nutricionais e de prazer do indivíduo. Alguns fatores como as habilidades cognitivas (atenção do idoso durante as refeições e percepção dos utensílios e dos alimentos), fatores psicossociais, o volume do alimento ingerido, o posicionamento do indivíduo durante as refeições e o ambiente em que as refeições acontecem são essenciais para que a deglutição aconteça de forma segura. A deglutição, embora seja um processo contínuo, também é dividido em fases: fase preparatória oral, fase oral, fase faríngea e fase esofágica da deglutição. A fase preparatória oral e a fase oral são voluntárias e responsáveis pela mastigação, pela manipulação do alimento dentro da boca, pelo posicionamento do alimento e pela condução deste até a faringe. A fase faríngea e a fase esofágica da deglutição são involuntárias e envolve uma sequência complexa de movimentos coordenados que levam o bolo alimentar para o estômago. Na fase faríngea há um fechamento completo e automático da glote durante a deglutição, não permitindo a entrada de nenhuma substância na via aérea. A deglutição, embora seja um ato simples, torna-se complexa através do aparecimento de alterações orais, podendo afetar a rotina e a qualidade de vida do idoso
  • 17. Página 15 de 81 Deglutição e o envelhecimento Existem várias mudanças fisiológicas do sistema digestivo associadas ao envelhecimento que podem descompensar o mecanismo da deglutição e muitas vezes afetar diretamente o estado nutricional ou pulmonar do idoso (Fúria e Pelegrini, 2007). A presença das modificações relacionadas às estruturas orais associadas com a diminuição das papilas gustativas e da percepção olfativa pode também implicar a aceitação alimentar do idoso. CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS E DA DEGLUTIÇÃO DO IDOSO o Redução da força e dos movimentos dos lábios, língua e bochecha. o Diminuição do olfato e do paladar. o Diminuição da saliva (decorrente de medicamentos). o A mucosa oral (gengiva) permanece mais "fina" (dificuldade em adaptar as próteses dentárias). o Perda da dentição natural e diminuição da força mastigatória (mastigação mais lenta). o Alterações das estruturas da faringe e do esôfago como: redução da elevação laríngea durante a deglutição, maior sensação do alimento "parado na garganta", diminuição da movimentação peristáltica e trânsito alimentar mais lento. As características citadas anteriormente são inerentes ao envelhecimento e geralmente não causam alterações significativas na deglutição do idoso. No entanto, essas modificações associadas às doenças como: doenças vasculares (acidente vascular encefálico), doenças degenerativas (demências), doenças do aparelho digestivo (refluxo gasoesofágico) ou até mesmo o uso de medicamentos que afetam o mecanismo neural podem prejudicar a deglutição. DISFAGIA É um distúrbio de deglutição, com sinais e sintomas específicos, que se caracteriza por alterações em qualquer fase da dinâmica da deglutição, podendo ser congênita ou após um comprometimento neurológico, mecânico ou psicogênico, podendo adquirida trazer prejuízo aos aspectos nutricional, de hidratação, do estado pulmonar, prazer alimentar e social do indivíduo (Furkim e Santini, 1999). SINAIS E SINTOMAS o Dificuldade em deglutir a saliva com escape desta pelos lábios. Dificuldade de mastigação com escape dos alimentos pela boca. o Dificuldade em deglutir os alimentos permanecendo parados na boca. Tosse e/ou engasgos durante ou logo após a deglutição. o Pigarro frequente
  • 18. Página 16 de 81 o Regurgitação nasal o Alteração da voz após a deglutição (presença de voz molhada). o Dor ao deglutir. o Sensação de alimento "parado na região da garganta". o Cansaço e/ou alteração da respiração após as refeições. o Diminuição ou recusa da aceitação alimentar. o Aumento de tosse e secreções após as refeições. Dentre as doenças mais comuns entre os idosos, destacam-se aquelas de natureza neurológica como, por exemplo, as demências. As demências em estágios mais avançados podem causar alterações importantes na dinâmica alimentar, interferindo na deglutição e consequentemente no estado nutricional e pulmonar do indivíduo idoso. Nesses casos, a dinâmica alimentar comprometida pelas alterações cognitivas, como alterações do comportamento, dificuldade em realizar algumas tarefas simples (fazer seu próprio prato ou levar o garfo até a boca) pode gerar conflito, cansaço e riscos para o idoso e seus cuidadores. Assim, o papel do cuidador na tarefa de alimentar torna-se muito importante, pois na maioria das vezes é ele quem observará primeiramente os sinais e/ou sintomas iniciais da disfagia. Características da deglutição do idoso com demência o Dependência alimentar e tempo de refeição aumentado. o Alterações do comportamento e dos hábitos alimentares. o Recusa do alimento. o Ato de cuspir os alimentos. o Alteração do apetite. o Problemas em funções básicas como abrir e fechar a boca, mastigar e deglutir. A atuação fonoaudiológica nas disfagias tem como objetivo identificar, por meio da história do individuo e da avaliação especifica da deglutição, as informações que auxiliarão o planejamento das adaptações e condutas terapêuticas a serem utilizadas como idoso disfágico. Alguns instrumentos como a videofluoroscopia e a videoendoscopia da deglutição também podem ajudar de forma mais objetiva a avaliação da dinâmica da deglutição. O processo terapêutico consiste no gerenciamento dos distúrbios da deglutição e da alimentação, que podem ser realizados por meio de orientações, adaptações, reorganização dos hábitos alimentares do idoso e na reabilitação garantindo assim uma alimentação segura e com boa qualidade. O fonoaudiólogo juntamente com uma equipe interprofissional participará da decisão das condutas alimentares estipuladas para o idoso disfágico
  • 19. Página 17 de 81 CONDUTAS FONOAUDIOLÓGICAS ALIMENTARES Sugestão do tipo de via alimentar O tipo de via alimentar será decidido pelo médico conforme a necessidade, desempenho e segurança do idoso. O fonoaudiólogo pode participar deste processo com o auxilio das informações colhidas durante a avaliação. Os tipos de vias alimentares são: o Via oral: alimentos ingeridos pela boca. o Via enteral: uso de sonda nasoenteral, nasogástrica, jejunostomias ou gastrostomia o Via mista: uso de sonda como a principal via de alimentação, porém com oferta de alimentos por via oral para treino da deglutição. Consistências alimentares Juntamente com o nutricionista, e através da avaliação da deglutição, o fonoaudiólogo estipula a consistência que oferece maior segurança para o idoso: Dieta geral Dieta branda Dieta pastosa Dieta líquida engrossada Dieta liquida Abrange alimentos duros, mastigáveis como pão francês, carnes, legumes crus, maçã, biscoitos e grãos. Alimentos de consistência normal, porém bastante cozidos e em pedaços pequenos. Alimentos preparados em forma de purê, pastas ou creme. Vitaminas de frutas, mingau, iogurtes (necessidade do uso de espessante). alimentos líquidos (transparentes) como sucos, chás, café, água e caldo de vegetais. Durante a alimentação é importante não oferecer alimentos em consistências diferentes das estabelecidas pelo médico, fonoaudiólogo ou nutricionista, pois isso implicará a segurança do idoso disfágico durante as refeições. Utensílios para alimentação Alguns utensílios podem facilitar a dinâmica alimentar do idoso como: o Prato fundo: a borda do prato pode facilitar a independência do idoso durante a alimentação sem que os alimentos caiam do prato. o Colher de sobremesa: facilita a independência do idoso durante a alimentação e faz que o idoso coloque na boca quantidades pequenas dos alimentos.
  • 20. Página 18 de 81 o Ingerir líquidos em copo, colher ou com canudo: (de acordo com a facilidade e segurança da deglutição). o Uso de toalha lisa: alguns desenhos na toalha podem distrair ou confundir o idoso durante a alimentação. o Uso de seringa: caso o idoso esteja com dificuldade em abrir a boca para ingerir os alimentos, podemos oferecer a dieta pastosa através da adaptação do uso da seringa de 60 ml (é importante a avaliação e orientação do fonoaudiólogo para esta adaptação). Posicionamento A postura adequada torna-se funcional e segura para alimentação, assim: O idoso deve estar sentado, o mais ereto possível. o O idoso deve estar com apoio no pescoço, nos braços e nos pés da cadeira. o Nunca alimentar o idoso deitado, caso seja inevitável, a cabeceira da cama deve ser elevada de 45 a 90 graus com apoio do travesseiro, fazendo que a cabeça do idoso fique o mais vertical possível. o Manter esse posicionamento também para idosos que utilizam a via enteral para a alimentação, prevenindo, assim, o refluxo Gastroesofágico e possível Broncoaspiração. Ambiente o O ambiente deve ser calmo. o O idoso tem de estar atento e confortável durante a alimentação. o Não devem existir interferências de rádio, televisão ou pessoas conversando a sua volta. o O ambiente deve ter poucos estímulos visuais. o É importante preparar o idoso para o início da sua refeição, informando-o sobre os alimentos que serão oferecidos. Higiene oral o É importante manter uma rotina de escovação realizando a higiene oral sempre após as refeições. o Escovar os dentes e retirar as próteses dentárias durante a escovação. • Limpar a "gengiva", a língua, o assoalho da boca, o "céu da boca" e as bochechas. o A higiene oral também pode ajudar na prevenção do câncer bucal e na prevenção de pneumonias aspirativas dos idosos com disfagia. o Manter a rotina quanto às visitas ao dentista. ALERTAS E DICAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SEGURA 1. Concentre o idoso durante a alimentação. 2. Não tenha pressa para oferecer as refeições. 3. O idoso deve estar sentado, com os pés apoiados no chão e as mãos apoiadas nos braços da cadeira.
  • 21. Página 19 de 81 4. Mantenha a cabeça mais ereta possível. 5. Ofereça as refeições em um lugar sossegado. Desligue a TV e o rádio. 6. Evite conversar durante a alimentação. 7. Realize a higiene oral após as refeições. 8. Se a dentadura estiver solta, retire-a durante a alimentação e não ofereça alimentos que necessitem de muita mastigação (solicite um dentista). 9. Espere o idoso engolir toda a comida antes de oferecer uma nova colherada do alimento. 10. Durante a refeição, se observar que após a oferta do alimento o idoso não o deglutiu, ofereça uma colher vazia para estimular a deglutição dos alimentos que estão parados na boca. 11. Observe as tosses e engasgos durante e após a deglutição. 12. Observe também se o idoso está perdendo peso. 13. Fique atento ao estado febril 14. Observe e procure um médico, um fonoaudiólogo ou um nutricionista caso perceba alguma alteração na dinâmica alimentar do idoso. Orientações alimentares para aliviar sintomas: Náuseas e vômitos o Oferecer à pessoa com vômitos ou diarreia, 2 a 3 litros de líquidos por dia em pequenas quantidades, de preferência nos intervalos das refeições. o Oferecer refeições menores de 5 a 6 vezes ao dia. o Os alimentos muito quentes podem liberar cheiros e isso pode agravar a náusea. Os alimentos secos e em temperaturas mais frias são mais bem aceitos. o É importante que a pessoa mastigue muito bem e devagar os alimentos. o Logo após as refeições, o cuidador deve manter a pessoa sentada para evitar as náuseas e vômitos. o Enquanto durar as náuseas e vômitos, deve-se evitar os alimentos muito temperados, com cheiros fortes, salgados, picantes, ácidos, doces e gorduras. o Dificuldade para engolir (disfagia) o Oferecer refeições em quantidades menores de 5 a 6 vezes por dia. o Oferecer líquidos nos intervalos das refeições, em pequenas quantidades e através de canudos. o Manter a pessoa sentada ou em posição reclinada com ajuda de travesseiros nas costas, para evitar que a pessoa engasgue. o A pessoa com dificuldade para engolir aceita melhor os alimentos mais leves e macios, os líquidos engrossados com leite em pó, cereais, amido de milho, os alimentos pastosos como as gelatinas, pudins, vitaminas de frutas espessas, sopas tipo creme batidas no liquidificador, mingaus, purê de frutas, polenta mole com caldo de feijão. o As sopas podem ser engrossadas com macarrão, mandioquinha, cará, inhame e aveia.
  • 22. Página 20 de 81 o Evitar alimentos de consistência dura, farinhentos e secos como a farofa e bolachas. O pão francês e as torradas devem ser oferecidos sem casca, molhados no leite. Intestino preso (constipação intestinal) o O intestino funciona melhor quando a pessoa mantém horários para se alimentar e evacuar. o Os alimentos ricos em fibras como o arroz e pão integrais, aveia, verduras e legumes, frutas como mamão, laranja, abacaxi, mangaba, tamarindo, ameixa, grãos em geral etc, ajudam o intestino a funcionar. o Quando a pessoa está com intestino “preso” evite oferecer banana prata, caju, goiaba, maçã, chá preto/mate, pois esses alimentos são ricos em tanino e prendem o intestino. o Cuidador, ofereça à pessoa uma vitamina laxativa feita com 1 copo de suco de 30 laranja, 1 ameixa seca,1 pedaço de mamão, 1 colher de sopa de creme de leite, colher de sopa de farelo de aveia, milho, trigo, soja. O farelo de arroz deve ser evitado, pois resseca o intestino. Gases (flatulência): A formação de gases causa muito desconforto às pessoas acamadas. Para evitar a formação de gases é importante oferecer à pessoa mais líquida e uma alimentação saudável, evitando alguns alimentos, como: agrião, couve, repolho, brócolis, pepino, grãos de feijão, couve-flor, cebola e alho cru, pimentão, nabo, rabanete, bebidas gasosas, doces concentrados e queijos amarelos. Os exercícios auxiliam na eliminação dos gases. ALIMENTAÇÃO POR SONDA A dieta enteral é fornecida na forma líquida por meio de uma sonda, que colocada no nariz ou na boca vai até o estômago ou intestino. Assim, é possível fornecer os nutrientes que a pessoa necessita independente da sua cooperação, fome ou vontade de comer. A alimentação por sonda é usada nas seguintes situações: o Para ajudar na cicatrização de feridas. o Para controlar a diarreia, prisão de ventre e vômitos. o Para preparar o organismo para algumas cirurgias e tratamentos de quimioterapia, radioterapia e diálise. o Quando a pessoa não pode se alimentar pela boca. o Quando a quantidade de alimentos que a pessoa come não está sendo suficiente. o Quando há necessidade de aumentar a quantidade de calorias sem aumentar a quantidade de comida.
  • 23. Página 21 de 81 Em algumas situações a pessoa recebe alimentação mista, isso é se alimenta pela boca e recebe um complemento alimentar pela sonda. A nutrição enteral pode ser preparada em casa ou industrializada. As dietas caseiras são preparadas com alimentos naturais cozidos e passados no liquidificador e coados, devem ter consistência líquida e sua validade é de 12 horas após o preparo. A dieta industrializada já vem pronta para o consumo, tem custo mais alto e pode ser utilizada por 24 horas depois de aberta. A alimentação enteral deve ser prescrita pelo médico ou nutricionista e a sonda deve ser colocada pela equipe de enfermagem. A fixação externa da sonda pode ser trocada pelo cuidador, desde que tenha cuidado para não deslocar a sonda. Para fixar a sonda é melhor utilizar esparadrapo antialérgico, mudando constantemente o local de fixação, assim se evita ferir a pele ou as alergias. O cuidador deve seguir os seguintes cuidados quando a pessoa estiver recebendo a dieta enteral: 1. Antes de dar a dieta coloque a pessoa sentada na cadeira ou na cama, com as costas bem apoiadas, e a deixe nessa posição por 30 minutos após o término da alimentação. Esse cuidado é necessário para evitar que em caso de vômitos ou regurgitação, restos alimentares entrem nos pulmões. 2. Pendure o frasco de alimentação enteral num gancho, prego ou suporte de vaso em posição bem mais alta que a pessoa, para facilitar a descida da dieta. 3. Injete a dieta na sonda lentamente gota a gota. Esse cuidado é importante para evitar diarreia, formação de gases, estufamento do abdômen, vômitos e também para que o organismo aproveite melhor o alimento e absorva seus nutrientes. 4. A quantidade de alimentação administrada de cada vez deve ser de no máximo 350 ml, várias vezes ao dia; ou de acordo com a orientação da equipe de saúde. 5. Ao terminar a alimentação enteral injete na sonda 20 ml de água fria, filtrada ou fervida, para evitar que os resíduos de alimentos entupam a sonda. 6. Para as pessoas que não podem tomar água pela boca, ofereça água filtrada ou fervida entre as refeições, em temperatura ambiente, por meio de seringa ou colocada no frasco descartável. A quantidade de água deve ser definida pela equipe de saúde. 7. A sonda deve permanecer fechada sempre que não estiver em uso. 8. A dieta enteral de preparo caseiro deve ser guardada na geladeira e retirada 30 minutos antes do uso, somente a porção a ser dada.
  • 24. Página 22 de 81 9. A dieta deve ser dada em temperatura ambiente, não há necessidade de aquecer a dieta em banho-maria ou em micro-ondas. Se a sonda se deslocar ou tiver sido retirada acidentalmente, não tente recolocá-la, chame a equipe de saúde. Para o preparo e administração de dieta enteral alguns cuidados de higiene são muito importantes: 1. Lave o local de preparo da alimentação com água e sabão. 2. Lave bem as mãos com água e sabão antes de preparar a dieta. 3. Utilize sempre água filtrada ou fervida. 4. Lave todos os utensílios com água corrente e sabão. 5. Lave com água e sabão, o equipo, a seringa e o frasco e enxágue com água fervendo. Uma maneira simples de verificar se a nutrição enteral está ajudando na recuperação da pessoa é observar frequentemente se ela está mais disposta, se o aperto de mão é mais firme e se consegue caminhar um pouco mais a cada dia. Caso a pessoa esteja inconsciente, o cuidador pode verificar se a pele está mais rosada, e menos flácida, se os músculos estão ficando mais fortes. Sempre que for possível é bom pesar a pessoa. A diarreia pode ser uma ocorrência comum em pessoas que recebem alimentação enteral. Por isso, é preciso ter muita higiene no preparo e administração da dieta. ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR A assistência ao idoso evoluiu significativamente nos últimos 20 anos, a busca por conhecimento sobre o processo natural do envelhecimento e a disponibilidade de técnicas diagnósticas e terapêuticas com certeza contribuíram para esta evolução. Mas nada se compara ao entendimento de que a associação de conhecimentos. antes restrita ou exclusiva a cada profissão ou disciplina, só agrega valor e incrementar positivamente a atividade assistencial Cada disciplina diz respeito a um conhecimento específico, por exemplo fisioterapia, enfermagem, terapia ocupacional, medicina, etc. Podemos utilizar este conhecimento específico para alcançar determinados resultados, mas muitas vezes esses resultados são muito mais efetivos se acontecer uma interação entre essas disciplinas. Por exemplo: o familiar percebe que o idoso está emagrecendo, a nutricionista identifica que o idoso está sem apetite e não aceita toda a alimentação, a fonoaudióloga nota que ele está engasgando muito e o enfermeiro identifica que o hálito está com odor fétido. Se cada profissional atuar sozinho, o cuidador receberá uma série de orientações de cada profissional e muitas vezes não conseguirá executá-las. Demoraremos mais tempo para identificar o problema e propor a solução. Por outro lado, quando trabalhamos em equipe, a proposta interdisciplinar propicia a interação
  • 25. Página 23 de 81 entre as disciplinas e as informações colhidas servirão para subsidiar as ações a serem tomadas em conjunto. Prática interdisciplinar Significa a interação de várias disciplinas em que o conhecimento técnico se difunde não apenas em direção ao idoso ou cliente, mas também aos outros profissionais, com o objetivo de incrementar o conhecimento do grupo. Resumidamente estamos falando do trabalho em equipe com objetivo comum, trabalho em equipe articulado, compartilhamento de normas, preservação das diferenças técnicas, flexibilização das fronteiras entre as áreas profissionais. A OPAS (Organização Pan-americana da Saúde) reafirmou a importância da promoção de saúde entre os idosos, definindo-a como o conjunto de ações que provocam mudanças no estilo de vida, objetivando a diminuição do risco de adoecer morrer, estabilizando ou melhorando saúde dos indivíduos em sua totalidade, aliando a saúde física a sua complexidade social. Ressalta que "quaisquer que sejam as atividades de promoção de saúde planejadas, deverão incluir atuações no campo biológico, psicossocial, político e legal". Enfatiza ainda que a promoção de saúde dos idosos deve estar a cargo de uma equipe interdisciplinar. Falaremos a seguir um pouco sobre cada disciplina: Enfermagem Enfermagem é uma das áreas da saúde cuja essência e especificidade é o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo atividades de promoção, prevenção de doenças, recuperação e reabilitação da saúde, atuando em equipes. A enfermagem se responsabiliza, através do cuidado, pelo conforto, acolhimento e bem-estar dos pacientes, seja prestando o cuidado, seja coordenando outros setores para a prestação da assistência e promovendo a autonomia dos pacientes através da educação em saúde. Fazem parte da equipe de enfermagem: o enfermeiro, o técnico e o auxiliar de enfermagem. O enfermeiro é responsável pelo planejamento e execução do cuidado de enfermagem: o Identificação dos problemas - tomada de decisão. Prescrição das intervenções. o Execução dos cuidados. o Avaliação dos resultados obtidos. o Modificação do plano quando necessário. o Liderança e orientação dos técnicos e auxiliares de enfermagem na execução do plano de cuidados. o Prestação de cuidados a fim de promover, manter e recuperar a saúde e reabilitar o indivíduo junto à família e comunidade, além de assistir no processo de morte.
  • 26. Página 24 de 81 Farmácia Atenção farmacêutica é um conjunto de prática profissional no qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. A atenção é o compêndio das atitudes, dos comportamentos, dos compromissos, das inquietudes, dos valores éticos, das funções, dos conhecimentos, das responsabilidades e das habilidades do farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente. o Prestar informações sobre medicamentos a outros profissionais da equipe de saúde, colaborando para a prescrição de drogas eficazes e seguras e para a sua adequada administração o Garantir a ausência de não conformidades, no que diz respeito à via de administração, frequência, posologia prescrita, compatibilidade entre medicamentos, descrição do medicamento, interação droga a droga e alergias a medicamentos o Monitorização terapêutica de drogas Fisioterapia Ciência aplicada, cujo objeto de estudos é o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas suas alterações patológicas quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, com objetivo de preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgão, sistema ou função. o Prevenção das disfunções físicas de pacientes vítimas de lesões ou doenças o Prevenção ou tratamento de complicações respiratórias. o Recuperação da função motora, o Melhoria da mobilidade Melhoria da força muscular. o Melhoria da amplitude de movimento. o Melhoria de coordenação o Melhoria do equilíbrio o Postura o Alívio da dor Fonoaudiologia O fonoaudiólogo é o profissional da área da saúde, legalmente credenciado para a atuação na comunicação oral e escrita, voz, audição, fluência, articulação da fala, sistema miofuncional orofacial, cervical e deglutição. o Atua em pesquisa, prevenção, diagnóstico, habilitação e reabilitação o Intervenção nos aspectos funcionais da alimentação/deglutição o Disfagias mecânicas, neurogênicas, decorrentes da idade, iatrogênicas. o Videodeglutograma. o Intervenção nos aspectos funcionais da comunicação.
  • 27. Página 25 de 81 o Trocas articulatórias, omissões e distorções na produção dos sons. o Afasias, disartrias o Disfonias, apraxias. o Avaliação audiológica e reabilitação auditiva. o Diagnóstico audiológico. o Adaptação de próteses auditivas. Medicina A medicina é a ciência e a arte humana da cura, da manutenção da saúde, da prevenção de doenças e outros males físicos, psíquicos; da identificação da qualidade de vida coletiva e individual, do respeito à vida e à morte. Nutrição Atividade que estuda a fundo as propriedades dos alimentos e busca soluções para promover a saúde a partir da alimentação. A dietoterapia é a ciência que estuda e aplica a dieta com princípio terapêutico, tendo a dieta normal como padrão. A finalidade básica da dietoterapia é ofertar ao organismo debilitado nutrientes adequados ao tipo de doença, condições físicas, nutricionais e psicológicas do paciente, mantendo ou recuperando o estado nutricional. Para isso, o profissional nutricionista deve proceder à prescrição dietética. Psicologia É a ciência que estuda a estrutura psíquica e o comportamento humano. Promove a saúde na prevenção, no tratamento e na reabilitação de distúrbios psíquicos, estudando características individuais e aplicando técnicas adequadas para restabelecer os padrões adaptativos de comportamento e relacionamento humano. Serviço social O serviço social caracteriza-se como prática ou disciplina profissional em virtude de atuar em realidades sociais concretas mediante processos intencionais de ação transformadora, podendo produzir conhecimentos e teorias voltados para esta ação e seus resultados. Trata-se de uma ação global de cunho socioeducativa ou socializadora, voltadas para a maneira de ser, de sentir, de ver e agir dos indivíduos, que busca a adesão dos sujeitos. Incide tanto sobre questões imediatas, como sobre a visão global do mundo dos "clientes". A assistência social é: o Direito do cidadão e dever do estado; o Política de seguridade social não contributiva, o Provedora dos mínimos sociais, voltada para o atendimento das necessidades básicas Com objetivos de:
  • 28. Página 26 de 81 o Proteção à família, à maternidade, à infância, a adolescência e à velhice, o Amparo a crianças e adolescentes carentes; o Habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência; o Promoção da integração ao mercado de trabalho; o Garantia de um salário mínimo de benefício mensal ao idoso e a pessoa portadora de deficiência. (fonte: Lei Orgânica da Assistência Social-Lei n° 8742/93) HIGIENE A higiene corporal além de proporcionar conforto e bem-estar, é um fator importante para a recuperação da saúde. O banho deve ser diário, no chuveiro, banheira ou na cama. Procure fazer do horário do banho um momento de relaxamento. Algumas pessoas idosas, doentes ou com incapacidades podem, às vezes, se recusar a tomar banho. É preciso que o cuidador identifique as causas. Pode ser que a pessoa tenha dificuldade para locomover-se, tenha medo da água ou de cair, pode ainda estar deprimida, sentir dores, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhada de ficar exposta à outra pessoa, especialmente se o cuidador for do sexo oposto. É preciso que o cuidador tenha muita sensibilidade para lidar com essas questões. Respeite os costumes da pessoa cuidada e lembre que confiança se conquista, com carinho, tempo e respeito. SÓ FAÇA AQUILO QUE O IDOSO NÃO CONSEGUE FAZER, é de suma importância que o cuidador estimule o Autocuidado no momento da higiene. Como proceder no banho no leito Quando a pessoa não consegue se locomover até o chuveiro o banho pode ser feito na cama. Caso a pessoa seja muito pesada ou sinta dor ao mudar de posição, é bom que o cuidador seja ajudado por outra pessoa no momento de dar o banho no leito. Isso é importante para proporcionar maior segurança à pessoa cuidada e para evitar danos à saúde do cuidador. Antes de iniciar o banho na cama, prepare todo o material que vai usar: papagaio, comadre, bacia, água morna, sabonete, toalha, escova de dente, lençóis, forro plástico e roupas. É conveniente que o cuidador proteja as mãos com luvas de borracha. Existe no comércio materiais próprios para banhos, no entanto o cuidador pode improvisar materiais que facilitem a higiene na cama. 1. Antes de iniciar o banho cubra o colchão com plástico. 2. Iniciar a higiene corporal pela cabeça. 3. Com um pano molhado e pouco sabonete, faça a higiene do rosto, passando o pano no rosto, nas orelhas e no pescoço. Enxágue o pano em água limpa e passe na pele até retirar toda a espuma, secar bem. 4. Lavagem dos cabelos: - Cubra com plástico um travesseiro e coloque a pessoa com a cabeça apoiada no travesseiro que deve estar na beirada da cama. - Ponha, embaixo da cabeça da pessoa, uma bacia ou balde para receber a água. -Molhe a cabeça da pessoa e passe pouco shampoo.
  • 29. Página 27 de 81 -Massageie o couro cabeludo e derrame água aos poucos até que retire toda a espuma. -Seque os cabelos. 5. Lave com um pano umedecido e sabonete os braços, não se esquecendo das axilas, as mãos, tórax e a barriga. Seque bem, passe desodorante, creme hidratante e cubra o corpo da pessoa com lençol ou toalha. Nas mulheres e pessoas obesas é preciso secar muito bem a região embaixo das mamas, para evitar assaduras e micoses. 6. Faça da mesma forma a higiene das pernas, secando-as e cobrindo-as. Coloque os pés da pessoa numa bacia com água morna e sabonete, lave bem entre os dedos. Seque bem os pés e entre os dedos, passe creme hidratante. 7. Ajude a pessoa a deitar de lado para que se possa fazer a higiene das costas. Seque e massageie as costas com óleo ou creme hidratante para ativar a circulação. 8. Deitar novamente a pessoa com a barriga para cima, colocar a comadre e fazer a higiene das partes íntimas. Na mulher é importante lavar a vagina da frente para trás, assim se evita que a água escorra do ânus para a vulva. No homem é importante descobrir a cabeça do pênis para que possa lavar e secar bem. A higiene das partes íntimas deve ser feita no banho diário e também após a pessoa urinar e evacuar, assim se evita umidade, assaduras e feridas (escaras). Se durante a higiene você observar alteração na cor e na temperatura da pele, inchaço, manchas, feridas, principalmente das regiões mais quentes e úmidas e daquelas expostas a fezes e urina, assim como alteração na cor, consistência e cheiro das fezes e da urina, comunique esses fatos à equipe de saúde. É importante usar um pano macio para fazer a higiene e lembrar que as partes do corpo que ficam em contato com o colchão estão mais finas e sensíveis e qualquer esfregação mais forte pode provocar o rompimento da pele e a formação de feridas. Trocas de fralda A fralda de uma pessoa acamada deve ser verificada a cada 3 horas e trocada sempre que estiver suja com urina ou fezes, para aumentar o conforto da pessoa e evitar o surgimento de assaduras. Assim, é possível que sejam utilizadas, pelo menos, 4 fraldas por dia. Normalmente, a fralda geriátrica, que é facilmente encontrada em farmácias e supermercados, só deve ser utilizada em pessoas acamadas que não conseguem controlar a vontade de urinar ou defecar, como após um AVC, por exemplo. Nos outros casos, é recomendado levar a pessoa ao banheiro ou usar uma comadre para que não se perca o controle dos esfíncteres ao longo do tempo. Para evitar que a pessoa caia da cama durante a troca da fralda, é aconselhado que a troca seja feita por duas pessoas ou que a cama esteja encostada na parede.
  • 30. Página 28 de 81 Passos para trocar a fralda 1. Descole a fralda e limpe a região genital com uma gaze molhada em água e sabão ou lenços umedecidos, retirando a sujeira da região genital para o ânus, para evitar infecções urinárias; 2. Dobre a parte da frente da fralda para que fique com a parte limpa para cima e vire a pessoa para um dos lados da cama. 3. Limpe o bumbum e a região anal com outra gaze molhada em água e sabão ou use os lenços umedecidos, retirando as fezes com um movimento da região genital em direção ao ânus; 4. Retire a fralda suja e coloque uma limpa em cima da cama, encostada no bumbum. Depois seque a região genital e a região anal com uma gaze seca, toalha ou fralda de algodão; 5. Vire a pessoa para cima da fralda limpa e cole-a. Após secar a região genital e anal é recomendado passar uma pomada para assadura, como Hipoglós ou Bepantol, para evitar o surgimento de irritação na pele. Caso a cama seja articulada, é aconselhável que esteja elevada ao nível do quadril do cuidador e completamente na horizontal, para facilitar a troca da fralda. Troca de lençol Os lençóis da cama de uma pessoa acamada devem ser trocados depois do banho e sempre que estiverem sujos ou molhados, para manter o paciente limpo e confortável. Além disso, utilizar esta técnica torna a tarefa mais fácil e rápida para o cuidador. Geralmente, a técnica para trocar os lençóis da cama é utilizada no caso de pacientes que não têm força para sair da cama, como é o caso de pacientes com Alzheimer e Parkinson. No entanto, também pode ser utilizada após cirurgias em que é aconselhado manter repouso absoluto. Seis passos para a troca do lençol 1. Remova os lençóis de baixo do colchão para soltá-los 2. Retire a colcha, o cobertor e o lençol de cima do paciente, mas deixe o lençol ou o cobertor, caso o paciente tenha frio 3. Vire a pessoa para um dos lados da cama. 4. Enrole os lençóis em direção às costas do paciente. 5. Estenda o lençol limpo na cama. 6. Vire o paciente para o outro lado e remova o lençol sujo, esticando o resto do lençol limpo. Caso a cama seja articulada, é aconselhável que a cama esteja ao nível do quadril do cuidador, evitando, assim, dobrar muito as costas. Além disso, é importante que a cama esteja completamente na horizontal para facilitar a troca dos lençóis. Deve-se esticar bem o lençol de baixo, prendendo os cantos debaixo da cama. Isto evita que o lençol fique enrugado, diminuindo o risco de aparecimento de escaras.
  • 31. Página 29 de 81 Mudanças de Posição A posição em que a pessoa permanece deitada pode causar dores na coluna e dificuldades respiratórias e dessa maneira diminuir a qualidade do sono. A seguir é descrito como deitar a pessoa cuidada da forma correta nas diversas posições. Deitada de costas Coloque um travesseiro fino e firme embaixo da cabeça da pessoa de maneira que o pescoço fique no mesmo nível da coluna. Coloque um travesseiro ou cobertor fino embaixo da barriga das pernas, assim diminui a pressão dos calcanhares sobre a cama. Dobre os cotovelos levemente e coloque as mãos da pessoa apoiadas nos quadris. Mantenha as pernas da pessoa esticadas e as pontas dos dedos voltadas para cima. Apoie os pés em uma almofada recostada na guarda final da cama, a uma inclinação de 60º ou 90º. Deitada de lado Coloque a pessoa deitada de um dos lados. Coloque um travesseiro fino sob a cabeça e o pescoço de modo que a cabeça fique alinhada com a coluna. Escore as costas da pessoa com um travesseiro maior, para evitar que ela vire de costas, e coloque outro travesseiro entre os braços da pessoa para dar maior conforto. A perna que fica por cima deve estar levemente dobrada e apoiada em um travesseiro, a fim de mantê-la no nível dos quadris. Dobre levemente o joelho e coloque uma toalha dobrada, ou cobertor ou edredom fino, a fim de manter o tornozelo afastado do colchão. Deitada de bruços Deite a pessoa de bruços, vire a cabeça delicadamente para um dos lados, acomodando-a com um travesseiro fino ou toalha dobrada. Ajude a pessoa a flexionar os braços para cima de modo que os cotovelos fiquem nivelados com os ombros. Depois, coloque toalhas dobradas embaixo do peito e do estômago. Por fim, ajeite as pernas apoiando os tornozelos e elevando os pés com uma toalha ou lençol enrolado. Ter maior cuidado no posicionamento da pessoa que apresenta parte do corpo que não se movimenta (braço ou perna “esquecida”), para evitar surgimento de feridas e deformidades. No caso de sequela de derrame, o braço comprometido deve estar sempre estendido e apoiado em um travesseiro e a perna afetada deve ser colocada ligeiramente dobrada e apoiada com um travesseiro embaixo do joelho, impedindo que a perna fique toda esticada. Se a pessoa consegue ficar em pé com ajuda do cuidador, mesmo que por pouco tempo, é importante que o cuidador encoraje, apoie e estimule a pessoa a ficar nessa posição, pois isso ajuda a melhorar a circulação do sangue e a evitar as feridas.
  • 32. Página 30 de 81 HIGIENE ORAL É muito importante fazer a higiene da boca das pessoas acamadas para evitar cáries, dor de dente e inflamação da gengiva. Se a pessoa consegue escovar os dentes sozinha, deve ser encorajada a fazê-lo. O cuidador deve providenciar o material necessário e ajudá-la no que for preciso. A higiene bucal de adultos e idosos, independente da pessoa ter ou não ter dentes, deve ser feita após cada uma das refeições e após o uso de remédios pela boca. Se a pessoa cuidada consegue fazer a higiene bucal, o cuidador deve estimulá-la e providenciar os materiais necessários, orientando, dando apoio e acompanhando a atividade. Se a pessoa não consegue fazer sua higiene bucal sozinha, o cuidador deve ajudá-la da seguinte maneira: 1. Colocar a pessoa sentada em frente à pia ou na cama, com uma bacia. 2. Usar escova de cerdas macias e sempre que possível usar também o fio dental. 3. Colocar pequena porção de pasta de dente para evitar que a pessoa engasgue. 4. Escove os dentes. Como proceder quando o idoso usa prótese: As próteses são partes artificiais, conhecidas como dentadura, ponte fixa ou ponte móvel, colocadas na boca para substituir um ou mais dentes. A prótese é importante tanto para manter a autoestima da pessoa, como manter as funções dos dentes na alimentação, na fala e no sorriso. Por todos esses motivos e sempre que possível a prótese deve ser mantida na boca da pessoa, mesmo enquanto ela dorme. Quando for proceder a limpeza na boca da pessoa que usa prótese, realiza-se da seguinte maneira: o Retire a prótese e a escove fora da boca, com escova de dente de cerdas mais duras e sabão neutro ou pasta dental; o Para a limpeza das gengivas, bochechas e língua, o cuidador pode utilizar escova de cerdas mais macias ou com um pano ou gaze umedecidas em água. O movimento de limpeza da língua é realizado de dentro para fora, sendo preciso cuidar para que a escova não toque o final da língua, pois pode machucar a garganta e provocar ânsia de vômito. o Enxaguar bem a boca e recolocar a prótese. Quando for necessário remover a prótese, coloque-a em uma vasilha com água e em lugar seguro para evitar queda. A água da vasilha deve ser trocada diariamente. Não se deve utilizar produtos como água sanitária, álcool, detergente para limpar a prótese, basta fazer a higiene com água limpa, sabão neutro ou pasta dental. A limpeza da boca deve ser feita mesmo que a pessoa cuidada não tenha dentes e não use prótese.
  • 33. Página 31 de 81 Doenças da boca Algumas doenças e alguns medicamentos podem provocar sangramento e inflamação nas gengivas. Além disso, a boca da pessoa doente ou incapacitada está mais sujeita às feridas, às manchas esbranquiçadas ou vermelhas e cárie nos dentes. Cárie dental A cárie é a doença causada pelas bactérias que se fixam nos dentes. Essas bactérias transformam em ácidos os restos de alimentos, principalmente doces, que ficam grudados nos dentes. Os ácidos corroem e furam o esmalte dos dentes. A alimentação saudável e boa higiene da boca e dentes ainda é a melhor e mais eficiente maneira de se prevenir a cárie dos dentes. Sangramento das gengivas Quando não é feita uma boa limpeza da boca, dentes e prótese, as bactérias presentes na boca formam uma massa amarelada que irrita a gengiva provocando inflamação e sangramento. Para prevenir e tratar a irritação das gengivas e acabar com o sangramento é necessário melhorar a escovação no local da gengiva que está vermelha e sangrando. Durante a limpeza haverá sangramento, mas à medida que for sendo retirada a placa de bactérias e melhorada a escovação, o sangramento diminui até desaparecer. Ferida na boca Durante a limpeza da boca o cuidador deve observar a presença de ferida nas bochechas, gengivas, lábios e embaixo da língua e comunicar à equipe de saúde. É comum a pessoa idosa ter uma diminuição da estrutura óssea da boca. Essa perda óssea faz com que a prótese fique frouxa, aumentando o movimento, o desconforto e a possibilidade de lesões na gengiva. Lembrar que dentes quebrados podem ferir a boca. - É comum que pessoas doentes tenham o apetite diminuído, mas é preciso estar atento, a recusa em se alimentar ou a agitação no horário das refeições pode ser decorrente de prótese mal adaptada, cárie, dentes fraturados, feridas, alterações e inflamação das gengivas. OSTOMIA Ostomia é uma abertura cirúrgica realizada na parede do abdome para ligar o estômago, ou parte do intestino ou a bexiga, com o meio externo. Existem dois tipos de ostomia: para eliminação de fezes e urina ou para administrar alimentação. A ostomia intestinal e urinária tem uma coloração rosada, brilhante e úmida e a pele ao seu redor deve estar lisa e sem vermelhidão. Dependendo do lugar onde foi realizada a abertura a ostomia recebe um nome:
  • 34. Página 32 de 81 Gastrostomia ou jejunostomia Ileostomia ou colostomia Urostomia Liga o estômago ou o jejuno à parede do abdome e serve para alimentar a pessoa por meio da sonda. Liga uma parte do intestino à parede do abdome e serve para eliminar fezes. Liga a bexiga à parede do abdome e serve para eliminar urina Cuidados com gastrostomia 1. Limpe com água filtrada sem esfregar a pele em volta da ostomia, retirando secreção ou sujidade. 2. Lave a sonda com uma seringa de 50 ml com água, em um único jato. 3. Antes de alimentar a pessoa pela sonda, teste a temperatura do alimento no dorso da mão. 4. Injete o alimento lentamente na sonda. 5. Observe se a pessoa apresenta barriga estufada, sensação de barriga cheia, ou diarreia. A diarreia pode ser causada pela composição do alimento ou pela administração muito rápida do alimento. Essas ocorrências devem ser comunicadas à equipe de saúde. 6. Atentar para não injetar líquidos, alimentos ou água na via da sonda que serve para manter o balonete de fixação inflado. 7. Caso a sonda saia, não tente reposicioná-la. Entre em contato com a equipe de saúde e feche o orifício. 8. Comunique também à equipe de saúde caso observe saída de secreção ou da dieta pelo local de inserção da sonda. Cuidados com ileostomia, colostomia e urostomia Na abertura da ileostomia, colostomia ou urostomia é colada uma bolsa plástica para coletar as fezes ou urina. 1. Usar a bolsa adequada para coleta de fezes ou urina seguindo as orientações do profissional de saúde. 2. O recorte da bolsa deve ser sempre de acordo com o tamanho e formato da ostomia. 3. As bolsas devem ser guardadas em locais limpos, secos e protegidos do sol para evitar umidade e ressecamento que comprometam a capacidade adesiva da bolsa. 4. A bolsa deve ser esvaziada sempre que estiver com 1/3 do espaço ocupado com fezes ou urina.
  • 35. Página 33 de 81 A bolsa coletora deve estar bem fixa na pele ao redor da abertura para evitar que as fezes ou urina entrem em contato com a pele e causem irritações. A pessoa com ostomia deve ser avaliada pela equipe de saúde quando a ostomia ou a pele ao redor apresentar vermelhidão, coceira, feridas, pus ou dor e quando não houver eliminação de fezes, gases ou urina. Quando trocar a bolsa A bolsa pode ser utilizada por cerca de três dias, devendo ser trocada antes disso quando a resina que cola perder a cor amarela ou quando se perceber deslocamento ou vazamento. Cuidador, no momento da troca observe os seguintes cuidados: 1. Umedeça a pele com água morna e descole delicadamente a bolsa para evitar ferir a pele. 2. Não utilize álcool, benzina ou éter, pois esses produtos podem ser absorvidos pela ostomia e ressecam a pele. 3. Lave a ostomia e a pele ao redor delicadamente com água e sabonete neutro sem esfregar. 4. Seque com pano macio em toques leves. Não é necessário usar nenhum tipo de produto. 5. Observe se a ostomia está com coloração saudável, isso é, vermelho vivo ou rosa brilhante. Para colocar uma nova bolsa: 6. Recorte a bolsa de acordo com o tamanho e formato da ostomia. 7. Retire o papel que protege o adesivo. 8. Coloque a bolsa de baixo para cima e pressione até que esteja bem colada a pele. 9. Feche a parte de baixo com o clamp. A bolsa que coleta fezes (colostomia e ileostomia) deve ser esvaziada sempre que for necessário, geralmente uma ou duas vezes ao dia, sempre que estiver com 1/3 do espaço ocupado com fezes ou urina.
  • 36. Página 34 de 81 PRIMEIROS SOCORROS Podemos definir primeiros socorros como sendo os cuidados imediatos que devem ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada de assistência qualificada. Crise convulsiva: Na maior parte das ocasiões, as convulsões caracterizam-se pela perda súbita de consciência, seguida de contração de todo o corpo e cianose da face (face arroxeada). Podem ser seguidas de uma fase de movimentos bruscos de todo o corpo, respiração ruidosa e perda de controle de urina e fezes. Têm uma duração que vai de poucos segundos a muitos minutos. O QUE FAZER AO PRESENCIAR UMA CONVULSÃO? o Avaliar a cena; o Adotar medidas de autoproteção como uso de luva o Proteger a cabeça da pessoa cuidada e afrouxar a roupas apertadas o Afastar a pessoa cuidada de objetos perigosos o Lateralizar a cabeça da pessoa cuidada o NÃO INTRODUZIR OBJETOS NA BOCA DA PESSOA CUIDADA o Solicitar auxílio quando houver múltiplos episódios de convulsão. Crise de hipoglicemia: A diabetes é uma doença em que o pâncreas não produz uma quantidade suficiente de insulina e os níveis de açúcar estão aumentados no sangue e na urina. A complicação mais grave e frequente do diabético é a crise de Hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue). Esta ocorre habitualmente depois da realização de exercício físico, por jejum prolongado ou por exagero da dose de insulina, surgindo alguns destes sinais e sintomas: o Palidez, suores e tremores das mãos; o Fome intensa ou enjoo e vômitos; o Confusão mental, raciocínio lento, bocejos repetidos, expressão apática, “apalermada”; o Voz entaramelada; o Alterações de humor; o Palpitações, pulso rápido; o Perda da fala e dos movimentos ativos; o Desmaio, convulsão, coma.
  • 37. Página 35 de 81 O que se deve fazer? Lidar com a pessoa com calma (habitualmente há rejeição e teimosia em relação ao que lhe é proposto); IDOSO CONSCIENTE IDOSO INCONSCIENTE Oferecer algo doce, porém, sempre evitando alimentos muito gordurosos, pois dificulta a absorção da glicose. Com uma colher de açúcar e uma colher de água, deve-se fazer uma papa de açúcar e esfregar no interior da bochecha do idoso até que o mesmo volte à consciência Hipotensão Hipotensão, ou pressão baixa, significa que a pressão arterial é mais baixa do que o esperado. Na maioria dos adultos saudáveis, a pressão baixa não causa problemas ou sintomas. Em alguns casos, ela pode até ser normal. Mas se a pressão arterial cai subitamente ou causa sintomas como tontura e desmaio, pode ser um problema de saúde. Sinais e sintomas o Tonturas, vertigens ou desmaio. o Batimento cardíaco rápido ou irregular o Náuseas e vômitos o Sentir mais sede do que o habitual o Visão embaçada o Fraqueza o Confusão o Cansaço o Pele fria e pegajosa Respiração ofegante Hipotensão Ortostática (Postural) Esse tipo de pressão baixa ocorre quando a pessoa se levanta depois de estar sentada ou deitada. Ela pode fazer a pessoa se sentir tonta ou mesmo desmaiar. Caso a pessoa comece a sentir sinais e sintomas de pressão baixa ela deve sentar ou deitar imediatamente. Deve-se procurar elevar os pés acima do nível do coração. Se os sintomas não forem embora rapidamente, deve-se chamar o atendimento médico imediatamente.
  • 38. Página 36 de 81 Queda: Podem danificar várias estruturas corporais e a vítima corre o risco de sofrer lesões irreversíveis (alterações de consciência, da sensibilidade e da mobilidade, ou até morte); A primeira coisa a fazer é avaliar o estado da vítima. Feridas na boca, nariz, pescoço, olhos, órgãos genitais ou quaisquer feridas extensas e/ou profundas, requerem tratamento médico ou diferenciado. Consequência das quedas: Fechadas – equimoses e hematomas; Abertas – escoriações, feridas incisivas, perfurantes, entre outras. O que fazer em cada uma delas: EQUIMOSE HEMATOMA HEMORRAGIA Aplicar frio (saco de gelo), para diminuir o edema, mas também a hemorragia e a dor. Além da aplicação do frio, deve imobilizar a zona afetada, para evitar o agravamento da hemorragia. Agir em conformidade com os procedimentos indicados para cada situação. Hemorragia: Para tentar travar uma hemorragia externa, a compressão direta sobre a lesão é a forma mais simples, eficiente e a que sempre deve ser tentada em primeira instância. Tal como o nome indica, consiste na compressão do ferimento. O que fazer? 1. Tampar todo o ferimento com um pano limpo ou com uma compressa esterilizada grossa. Podem também ser utilizados outros tipos de tecido, como, por exemplo, toalhas limpas ou pedaços de lençol. 2. Colocar gelo ou uma compressa fria na ligadura para ajudar a parar a hemorragia e diminuir o inchaço. 3. Comprimir com firmeza toda a zona ferida por 10 minutos, de forma ininterrupta. 4. Assim que terminar a hemorragia deverá segurar a compressa firmemente, com uma ligadura. Se o curativo for num membro, verifique periodicamente o pulso arterial. 5. Se o sangramento não parar, vá ao Serviço de Urgência do Hospital mais próximo.
  • 39. Página 37 de 81 Hemorragia nasal As hemorragias nasais geralmente não são graves e podem ser facilmente tratadas por uma pessoa treinada em prestar os Primeiros Socorros. Este tipo de hemorragia é causado, normalmente, por infecções, lesões na cabeça ou situações de tensão arterial muito elevada. O que fazer? 1. Sentar o paciente, inclinando-o para frente (nunca inclinar cabeça para trás); 2. Pedir ao paciente para respirar pela boca; 3. Pinçar o nariz, ou pedir ao paciente para fazê-lo, por 10 minutos, utilizando os dedos polegar e indicador. Durante esse período, aplicar uma compressa fria no nariz e zona em redor; 4. Em ocasiões em que a compressão não pare a hemorragia, deverá tamponar a narina que está a sangrar, ou as duas, se for o caso. 5. Caso, mesmo assim, a hemorragia persistir, vá ao Serviço de Urgência do Hospital mais próximo Queimadura: As queimaduras têm o potencial de desfigurar, causar incapacitações temporárias ou permanentes ou até mesmo a morte. A pele é o maior órgão do corpo humano e tem o papel importante na proteção contra infecção, quando essa pele é queimada se torna porta de entrada para bactérias. O que se deve fazer? 1. Se a roupa estiver aderida, envolver a vítima numa toalha molhada ou, na sua, fazê-la rolar pelo chão ou envolvê-la num cobertor (cuidado com os tecidos sintéticos); 2. Se a vítima se queimou com água ou outro tipo de líquido a ferver, despi-la rapidamente; 3. Se a queimadura for de 1º ou 2º grau deve-se arrefecer a região queimada com água fria corrente, até a dor acalmar; 4. Se as bolhas não estiverem rebentadas não as rebentar, aplicar gaze.
  • 40. Página 38 de 81 1º GRAU 2º GRAU 3º GRAU - Não sangra geralmente seca - Toda inervada - Avermelhada - Dolorosa - Úmida - Presença de bolha - Avermelhada - Dolorosa - Cura espontânea mais lenta. - Atingem vasos, ossos, pele, músculo, nervos - Pouca ou nenhuma dor - Úmida -Esbranquiçada, amarelada ou marrom - Não cicatriza Espontaneamente Se as bolhas rebentarem, não cortar a pele da bolha esvaziada: tratar como qualquer outra ferida. Deve manter-se 48 horas e só depois expor a zona queimada ao ar para evitar o risco de infecção/tétano. Na queimadura de 3º grau, para além de todos os outros procedimentos descritos anteriormente, caso a queimadura seja muito extensa, deve-se envolver a vítima num lençol lavado que não largue pêlos, previamente umedecido com soro fisiológico ou, na sua falta, com água simples; Uma queimadura profunda é uma situação grave que necessita urgentemente de transporte para o Hospital. O que não se deve fazer: 1. Retirar qualquer pedaço de tecido que tenha ficado agarrado à queimadura; 2. Espremer as bolhas ou tentar retirar a pele das bolhas que rebentam; 3. Aplicar sobre a queimadura outros produtos além dos referidos.
  • 41. Página 39 de 81 Obstrução das vias aéreas: (Asfixia/Sufocação): ASFIXIA (IDOSO INCONSCIENTE) ASFIXIA (IDOSO CONSCIENTE) 1. Efetuar a manobra de extensão da cabeça; 2. Desapertar roupas, colarinhos, gravatas, cintos e lenços; 3. Abrir a boca e verificar se existe algum corpo estranho. Se sim, retirá-lo. 4. Se não visualizar o corpo estranho, realizar compressões na região epigástrica. 1. Junto da vítima, ao lado e ligeiramente por trás, em posição de equilíbrio; 2. Com uma mão suster o tórax da vítima, inclinando-a ligeiramente à frente; 3. Com a outra mão aplicar 5 pancadas entre as omoplatas; 4. Assim que se observar a reversão da obstrução interromper a manobra. Manobra de Heimlich: 1. Junto da vítima, por detrás se deve colocar os braços em redor desta, na região superior do abdômen, entre o apêndice Xifóide e o umbigo; 2. Cerrar o punho sobre esta região, agarrá-lo com a outra mão e aplicar 5 movimentos bruscos e secos, no sentido para dentro e para cima.
  • 42. Página 40 de 81 Desmaio: A lipotimia, mais frequentemente chamada de desmaio, é uma situação caracterizada pela perda momentânea da consciência, sem que se paralisem o coração e a respiração. Requer que o paciente seja transportado para o Hospital, embora seja necessário administrar alguns cuidados. o Soltar toda a roupa que o paciente tenha ao nível da cintura; o Dispor o paciente em posição horizontal, com as pernas levantadas. Se necessário, empregar uma cadeira, por exemplo, para manter as pernas elevadas; o Ir comunicando com o paciente, de modo a perceber se este recuperou a consciência; o Tratar da deslocação ao Serviço de Urgência do Hospital mais próximo. Parada cardíaca As causas mais frequentes são: Obstrução da laringe por corpos estranhos; Afogamento; Choque Elétrico e Traumatismo Craniano. O que se deve fazer: 1. Verificar a pulsação na artéria carótida 2. Certificar-se de que as vias respiratórias se encontram obstruídas e, se assim for, desobstruí-las; 3. Deitar a vítima de costas; 4. Ajoelhar-se ao lado dos ombros da vítima 5. Colocar-lhe a cabeça o mais para trás; 6. Com uma mão puxar a testa da vítima para trás e com a outra mão apoiada na nuca puxar-lhe o queixo para cima, levantando-lhe lentamente o pescoço, assim facilita a respiração. 7. Entre os mamilos realizar a massagem cardíaca, até o socorro chegar;
  • 43. Página 41 de 81 8. Verificar regularmente se o coração bate se não bater, iniciar de imediato, e em simultâneo com a ventilação artificial, manobras de compressão cardíaca externa. 9. Uma vez a respiração restabelecida, manter a vítima confortavelmente aquecida, na Posição Lateral de Segurança enquanto aguarda o transporte. Posição lateral de segurança o Evitar que a língua da vítima bloqueie os canais respiratórios; o Forçar para que fluido como sangue ou vômitos sejam drenados da boca da vítima; o Manter a vítima numa posição segura, caso, por algum motivo, tenha de ser deixada sozinha. o A Posição Lateral de Segurança deve ser evitada em situações de suspeita de fratura da coluna vertebral ou do pescoço. Em casos de fratura de braços ou de pernas, ou se por qualquer razão um desses membros não puder ser movido, coloque um cobertor enrolado debaixo do lado ileso da vítima, o que elevará o corpo desse lado e deixará as vias respiratórias desobstruídas. Como colocar uma vítima na posição lateral de segurança 1. Ajoelhe-se ao lado da vítima e remova do local qualquer objeto frágil, como, por exemplo, óculos; 2. Vire a cabeça da vítima para si e incline-a para trás, de forma a desimpedir-lhe as vias respiratórias; 3. Ao longo do corpo da vítima, estenda o braço que fica mais perto de si e cruze o outro braço sobre o peito. Cruze a perna mais afastada da vítima sobre a que lhe está mais próxima. 4. Segure a cabeça da vítima com uma das mãos e com a outra a agarre pela nuca mais afastada; SINAIS VITAIS Os sinais vitais são aspectos simples das funções básicas do nosso corpo que indicam se está tudo bem com a nossa saúde. Através de dados fisiológicos comparados com valores de referência é possível avaliar as condições de saúde da pessoa. Com base
  • 44. Página 42 de 81 nos resultados fica mais fácil tomar decisões sobre as intervenções médicas necessárias para aquele quadro. De acordo com o Ministério da Saúde, os 4 sinais vitais mais importantes e valores normais são: Frequência cardíaca (FC) Pressão arterial (PA) Temperatura Frequência respiratória (FR) Entre 60 e 100 bpm Sistólica entre 100 e 140 mm e diastólica entre 60 e 90 mm; Entre 36 º C e 37,5º; Entre 16 e 20 irpm; Frequência cardíaca (FC) A frequência cardíaca é a pulsação que sentimos em diferentes partes do corpo a partir da movimentação das artérias. A mudança nesses valores pode ser temporária e afetada por fatores como a prática de exercícios físicos, alimentação, sustos, emoções, uso de drogas, entre outros. Os valores são medidos em pulsação por minuto (bpm) e, quando normais, podem variar entre 60 e 80 bpm. Dessa forma, fica implícito que ao medir o pulso de alguém esse procedimento deve ser feito por pelo menos 60 segundos. Frequência normal Entre 60 a 100 bpm Bradicardia Menos de 60 bpm Pulso acelerado Entre 90 a 100 bpm Taquicardia Mais de 100 bpm A maneira mais comum de medir o pulso é utilizando a artéria radial, que fica literalmente na região do nosso pulso. Mas, a terminologia pulso pode fazer referência a diferentes partes do corpo que também permitem medir a frequência cardíaca: o Pulso temporal o Pulso da carótida: pescoço abaixo da orelha; o Pulso braquial: parte de dentro do cotovelo/braço; o Pulso femoral: entre a coxa e a virilha; o Pulso radial: pulso da mão; o Pulso poplíteo: atrás do joelho; o Pulso da artéria pediosa dorsal: peito do pé; o Pulso da artéria tibial posterior Pressão arterial (PA): A pressão arterial popularmente é apenas conhecida como 'pressão' e é o sinal vital que mede o bombeamento de sangue, através dos vasos, do coração para o resto do
  • 45. Página 43 de 81 corpo. Esses valores são medidos com o auxílio de aparelhos específico para isso: esfigmomanômetro e estetoscópio ou um aparelho digital. Os valores normais de pressão arterial podem ser considerados: Pressão sistólica Entre 10 e 14 cm de Hg (100 e 140 mm) Pressão diastólica Entre 6 e 9 cm de Hg (60 e 90 mm) Temperatura A temperatura corporal controla o calor do nosso organismo, que é regulado pelo nosso próprio sistema orgânico. Ela pode ser verificada em diferentes partes do corpo com a ajuda de um termômetro. Antes de medir a temperatura é preciso considerar os fatores que podem alterá-la, como emocional, roupas, ovulação, ambiente, distúrbios da Tireoide, doenças, entre outros. Os valores de referência normais de temperatura são: TEMPERATURA NORMAL TEMPERATURA ALTERADA Axila: 35,8º C a 37ºC Boca: 36,3ºC a 38ºC Reto: 37ºC a 38º C Febre: 37,6ºC e 38,9ºC Hiperpirexia: Acima de 39ºC Hipotermia: Abaixo de 36,5ºC Frequência respiratória (FR) Observar os sinais vitais de respiração implica em medir a frequência respiratória (trocas gasosas entre o organismo e o ambiente exterior). Dessa forma consegue-se garantir que a troca entre sangue e pulmões funcione corretamente. Nessa análise são levados em conta 3 aspectos: ESTETOSCÓPIO ESFIGMOMANÔMETRO
  • 46. Página 44 de 81 FREQUÊNCIA RITMO INTENSIDADE De deslocamento respiratório por minuto Regular ou Irregular Profunda ou superficial Os valores de referência normais para um adulto podem variar entre 16 a 20 movimentos respiratórios por minuto. Conforme se observam alterações nos movimentos respiratórios, essas situações são classificadas de diferentes maneiras segundo uma terminologia: Apneia Bradpneia Taquipneia Dispneia Ortopneia Parada respiratória Respiração lenta Respiração acelerada Dificuldade para respirar Só é possível respirar com a coluna ereta SONDA VESICAL DE DEMORA A sonda vesical de demora, ou sonda de Foley, é utilizada quando a pessoa não é capaz de urinar espontaneamente ou de controlar a saída da urina. Essa sonda possui um pequeno balão interno que depois de cheio prende a sonda dentro da bexiga. A parte externa da sonda deve ficar presa na coxa da pessoa de forma a manter a sonda no lugar, permitindo a movimentação. Para fixar a sonda e evitar ferir a pele ou as alergias é melhor utilizar esparadrapo antialérgico, mudando constantemente o local de fixação. Fora do corpo a sonda liga-se a uma bolsa que armazena a urina e pode ser fixada na lateral da cama, na cadeira de rodas ou na perna da pessoa. Este tipo de sonda só pode ser colocado e retirado pela equipe de saúde. A sonda de demora faz com que a pessoa urine continuamente e, como essa sonda fica por um tempo dentro da bexiga, é preciso cuidados para se prevenir infecções, sangramentos e feridas: o Lave as mãos antes de mexer na sonda. o Limpe a pele ao redor da sonda com água e sabão pelo menos duas vezes ao dia para evitar o acúmulo de secreção. o Lave a bolsa ou frasco coletor de urina uma vez ao dia, com água e sabão e enxague com água clorada. o Mantenha o frasco ou bolsa coletora abaixo do nível da cama ou do assento da cadeira, e não deixe que ela fique muito cheia. Esses cuidados são necessários para evitar que a urina retorne do frasco para dentro da bexiga. o Tome cuidado para não puxar a sonda, pois isso pode causar ferimentos na uretra. o A sonda tem que ficar livre para que a urina saia continuamente da bexiga, por isso, cuide para que a perna da pessoa ou outro objeto não comprima a sonda. o Se durante algum tempo não houver urina na bolsa coletora, verifique se a sonda está dobrada, obstruída ou pressionada pela perna da pessoa. Caso a pessoa não urine num espaço de 4 horas, mesmo ingerindo líquido, procure falar
  • 47. Página 45 de 81 urgentemente com a equipe de saúde. Uma pessoa produz e elimina, em média, 1.200 a 1.500 ml de urina em 24 horas. Essa quantidade é modificada pela ingestão de líquido, suor, temperatura externa, vômitos ou diarreia. o Lembre-se que a sonda de demora só pode ser colocada e retirada pela equipe de saúde. Uripen O uripen é uma sonda externa feita de borracha fina, também conhecida como sonda de camisinha, pois é colocada no pênis como uma camisinha. A mangueira do uripen é encaixada a uma bolsa coletora de urina. Existem vários tamanhos de uripen. Cuidados no uso de uripen A colocação do uripen é simples e deve ser orientada pela equipe de saúde. o A fixação não deve ficar muito apertada. o Evite fixar o uripen com esparadrapo comum, pois pode causar alergias e lesões no pênis. o É mais fácil colocar o uripen com o pênis em ereção. o Manter os pelos pubianos aparados, pois facilita a utilização do uripen o Retire o uripen uma vez ao dia para lavar e secar bem o pênis. CUIDADOS COM A PELE DO IDOSO A pele reflete condições físicas e psicológicas, como saúde, idade, diferenças étnicas e culturais, além de proteger e regular a temperatura corporal. É uma barreira protetora impermeável que impede a perda de líquidos e a penetração de substâncias e micro- organismos. Evita que o organismo receba radiações ultravioletas e a sede de reações imunológicas relacionadas com a defesa orgânica e da percepção sensitiva e imagem corporal. Na terceira idade, essas funções decaem tornando-a mais frágil, mais sujeita às agressões do meio ambiente. A idade avançada acaba por ser acompanhada de alterações no turgor da pele e função imunológica. Conforme a pessoa envelhece, aumenta o risco de aparecerem lesões no tegumento, já que este se torna mais fino, mais frágil e ocorre perda na camada de gordura subcutânea. Essas alterações requerem atenção qualificada no cuidado e manutenção da saúde do idoso O cuidador deve estar atento ao aparecimento de alterações cutâneas, como assadura, lesão por pressão, dermatite, úlcera venosa e arterial. Assadura As assaduras ocorrem devido à continuação de forças de atrito entre a pele e roupas, tecidos, calçados, fraldas e diversos outros motivos. Normalmente, as partes mais afetadas são as coxas, a virilha, os mamilos, a barriga, as axilas e os pés. É muito
  • 48. Página 46 de 81 comum o aparecimento de assaduras, devido ao longo período em que utilizam as fraldas plásticas, as assaduras podem ser evitadas tomando algumas precauções, como passar pomadas e cremes que evitam o seu surgimento, entre outras. Sinais e Sintomas O principal sintoma da assadura é o surgimento de vermelhidão, ardência no local afetado e coceira constante na área afetada. Portanto, antes dela avançar e começar a doer ainda mais, é comum que antes a pele fique irritada ou inchada. No caso das assaduras pelo uso de fraldas (dermatite de fralda), o principal sintoma é o surgimento de erupções vermelhas nas nádegas da criança. As assaduras são facilmente identificadas por qualquer pessoa, pois provocam dores e machucados na região do corpo afetada. As assaduras podem surgir devido aos mais diversos motivos, como roupas apertadas, calçados que pegam no pé, higienização inadequada, obesidade, transpiração excessiva, contato prolongado com acessórios de plástico e excesso de limpeza na pele. Outras causas comuns também envolvem a colonização da pele por fungos e uso de antibióticos. O mais comum é que as assaduras surjam em decorrência do contato excessivo da pele com um fator agressor. Tratamentos o Utilizar um sabão neutro para realizar a higienização do local e enxaguar bem. o Ideal é utilizar alguma pomada adequada ou um lubrificante natural que promova a cicatrização. o Aparar os pelos pubianos com tesoura para facilitar a higiene íntima e manter a área mais seca. Encoste de leve a tolha, de modo a remover toda a umidade sem agredir a pele. o Fazer a higiene íntima a cada vez que a pessoa evacuar ou urinar e secar bem a região. o Se for possível exponha a área com assadura ao sol, isso ajuda na cicatrização da pele. Se mesmo com esses cuidados a pessoa apresentar assadura é importante comunicar o fato à equipe de saúde e solicitar orientação. Os óleos naturais ajudam a pele a se recuperar, porém você deve procurar por opções que não contém fragrância. Entre os óleos que podem ser utilizados na cura de assaduras, estão: o óleo de amêndoas, o óleo de calêndula e a lanolina. É essencial que esses óleos sejam aplicados na pele já higienizada e seca. Caso julgue necessário, você também deve aplicar uma gaze no local depois de passar o óleo para proteger a região dos atritos Lesão por pressão As escaras são feridas que surgem na pele quando a pessoa permanece muito tempo numa mesma posição. É causada pela diminuição da circulação do sangue nas áreas do corpo que ficam em contato com a cama ou com a cadeira. Os locais mais
  • 49. Página 47 de 81 comuns onde se formam as escaras são: região final da coluna, calcanhares, quadril, tornozelos, entre outros Como prevenir Estimule a pessoa cuidada a mudar de posição pelo menos a cada 2 horas. À noite, o cuidador pode mudar a pessoa de posição quando acordar a pessoa cuidada para dar medicação, ou fazer outro cuidado. o Ao mudar a pessoa de lugar ou de posição, faça isso com muito cuidado, evitando que a pele roce no lençol ou na cadeira, pois a pele está muito fina e frágil e pode se ferir. Mantenha a roupa da cama e da pessoa bem esticada, pois as rugas e dobras da roupa podem ferir a pele. o Cuidador, se a pessoa cuidada fica a maior parte do tempo em cadeira de rodas ou poltrona, é preciso ajudá-la a aliviar o peso do corpo sobre as nádegas, da seguinte maneira: Se a pessoa tem força nos braços Se a pessoa não consegue se apoiar nos braços Oriente a pessoa cuidada a sustentar o peso do corpo ora sobre uma nádega, ora sobre a outra. O cuidador deve ajudá-la a se movimentar. Procure orientações da equipe de saúde como auxiliar a pessoa cuidada nessa movimentação. Alguns apoios podem ajudar a pessoa a se segurar e mudar de posição sozinha, podem ser comprados ou improvisados em casa: barras de apoio para cabeceiras da cama, faixas de pano amarradas na cabeceira, nas laterais ou nos pés da cama ajudam a pessoa a levantar ou mudar de posição na cama. O colchão de espuma tipo “caixa de ovo” ou piramidal ajuda a prevenir as escaras, pois protege os locais do corpo onde os ossos são mais salientes e ficam em contato com o colchão ou a cadeira. Quando a pessoa não consegue controlar a saída de urina e/ou fezes, é necessário proteger o colchão com plástico, apenas na região das nádegas, e por cima do plástico colocar um lençol de algodão. A pele não deve ficar em contato com o plástico.