A foto mostra cristais de enxofre com aragonita, encontrados na Itália. O documento apresenta um resumo de um livro sobre mineralogia, petrologia e cristalografia, contendo 10 aulas que abordam tópicos como introdução aos conceitos, propriedades físicas e ópticas dos minerais, classificação de rochas, geodinâmica e outros.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Cristais de enxofre e aragonita
1. Cristais de enxonfre com aragonita (Itália)
Foto: Dusan Slivka (A grande enciclopédia dos Minerais)
Dra. Maria Judite Garcia
MSc. Elza de Fátima Bedani
2011
1
3. AULA 1
INTRODUÇÃO À MINERALOGIA,
PETROLOGIA E CRISTALOGRAFIA
MINERALOGIA: é o ramo da Geologia que estuda os minerais, sua composição,
propriedades, gênese e ocorrência.
Mineral: é um corpo homogêneo, formado de um elemento ou composto químico resultante
de processos inorgânicos. Possui composição química definida, arranjo atômico
interno ordenado e é encontrado naturalmente na crosta terrestre. Geralmente
apresenta-se como um sólido, com excessão da água e mercúrio.
Ex: Quartzo, Mica, Feldspato, Calcita, Dolomita, Turmalina, Ágata e etc.
PETROLOGIA: é o ramo da Geologia que se dedica ao estudo das rochas, sua constituição,
textura,origem e classificação.
Rochas: são os principais constituintes da crosta terrestre, formam-se a partir de agregados
naturais (inorgânicos) de um ou mais minerais, incluindo o vidro vulcânico e podem
ser produzidas por organismos (orgânicas). Possuem aspecto heterogêneo.
Ex: Basalto, Granito, Arenito, Ardósia, Calcário, Coquina e etc.
CRISTALOGRAFIA: trata do estudo dos cristais e das leis que governam seu crescimento,
sua forma externa e estrutura interna.
Cristal: sólido homogêneo, que possui arranjo atômico interno tridimensional, refletido
externamente. Encontra-se limitado por superfícies geralmente planas, lisas,
apresentando-se com formas geométricas externas.
Sistema Cúbico ou Isométrico: Forma Fundamental: Cubo
Ex: Galena, Pirita, Diamante e Magnetita
Cristal de Pirita
1
4. Sistema Cúbico Composto Ex: Fluorita e Magnetita
Cristais de Magnetita Cristal de Fluorita
Sistema Tetragonal ou Quadrático: Forma Fundamental: prisma reto de base quadrada.
Ex: Calcopirita e Cassiterita.
Cristais de Cassiterita
Sistema Hexagonal: Forma Fundamental: prisma reto de base hexagonal.
Ex: Quartzo e Berilo.
Cristal de Quartzo
2
5. Sistema Ortorrômbico ou Rômbico: Forma Fundamental: prisma reto de base rômbica.
Ex: Enxofre, Barita e Aragonita.
Cristais de Enxofre
Sistema Monoclínico: Forma Fundamental: prisma oblíquo de base rômbica:
Cristal de Feldspato Cristal de Biotita
Sistema Triclínico: Forma Fundamental: Prisma oblíquo de base paralelogrâmica.
Ex: Albita e Cianita
.
Cristal de Albita Cristal de Cianita
3
6. Sistema Romboédrico ou Trigonal: Forma Fundamental: Romboedro.
Ex: Calcita, Grafita e hematita.
Cristal de Calcita
MINÉRIOS: trata-se de um mineral, ou de uma associação de minerais (rocha), que contém
um metal e/ou minerais exploráveis economicamente em grande escala.
Assim, minérios são materiais de grande valor econômico.
Ex: Hematita: minério de ferro
Pirita minério de enxofre e ferro
Magnetita: minério de ferro
Enxofre: minério de enxofre
Bauxita: minério de alumínio
Galena: minério de chumbo
Apatita: minério de fosfato
Fluorita: minério de flúor
GRUPAMENTOS CRISTALINOS: os cristais aparecem com pouca freqüência isolados,
geralmente surgem em grupamentos. Um dos grupamentos comumente
observados são os grupamentos irregulares classificados como Drusas e
Geôdos (Figura 1).
Drusas: são quaisquer associações de cristais que atapetam o interior de rochas, minerais ou
em fendas. possuem a base levemente côncava, convexa ou plana.
Geôdos: constituem-se de uma massa mineral ôca, mais ou menos esférica, atapetada de
cristais no seu interior.
Figura 1: Exemplos de Grupamentos Cristalinos (Acervo LabGeo)
4
7. A B
C
Figura 2: Geodos de Quartzo nas minas de Ametista/RS/Brasil: A - Geodos de
quartzo e ametista (in situ); B-Geodo de quartzo branco/hialino (in situ); C-Geodos
de quartzo ametista (parte e contraparte) (Garcia & Bistrichi, 2011).
5
8. MINERALÓIDE OU SUBSTÂNCIA AMORFA: Qualquer sólido ou líquido que não
possui arranjo atômico interno ordenado, poderá ser de origem orgânica
ou inorgânica, que ocorra naturalmente na crosta terrestre.
Ex: Vidro Vulcânico, Âmbar, Pérola, Carvão e etc.
Âmbar Pérola
ESCÓRIAS: Formam-se a partir de resíduos industriais descartáveis.
Ex: usinas siderúrgicas, usinas de cana-se-açúcar, de vidro e etc.
1ª AULA PRÁTICA
1) Em sua bancada encontram-se presentes rochas e minerais separe-os e identifique-os.
MINERAIS ROCHAS
________________________________ _______________________________
________________________________ _______________________________
________________________________ _______________________________
________________________________ _______________________________
_________________________________ _______________________________
_________________________________ _______________________________
_________________________________ _______________________________
2) Defina Mineralóide: identifique quais se encontram presentes em sua bancada.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3) O que é escória?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6
9. 4) Diferencie Mineral de Rocha.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5) Observe a amostra de Pegmatito. Quais os minerais que o constituem?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6) O que é Minério? Quais se encontram presentes em sua bancada?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
7) Cite quais os minerais na forma de cristal, que se encontram presentes em sua bancada.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8) Defina cristal. Cite 2 exemplos.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
9) Em sua bancada existem grupamentos cristalinos. Quais são? Explique-os.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7
10. AULA 2
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS
CLIVAGEM
É a propriedade que o mineral tem de dividir-se em planos paralelos e lisos entre si. A
clivagem depende da estrutura do mineral e ocorre somente, paralela aos planos dos átomos.
Nem todos os minerais sofrem clivagem.
Proeminente: a clivagem realiza-se com muita facilidade, as lâminas destacam-se sob
pressão da unha ou de um estilete. Ex: Mica e Gipsita.
Perfeita: ocorre quando se realiza sob ligeira percursão de um martelo. Ex: Galena,
Feldspato e Calcita.
Indistinta: é difícil distinguir-se a face onde se deu a clivagem das regiões simplesmente
fraturadas. Ex: Apatita, Berilo e etc.
FRATURA
É a maneira pela qual o mineral se rompe, sem ser ao longo da superfície de clivagem.
Conchoidal ou Concóide: quando a fratura possui superfícies lisas, curvas, semelhantes a
superfície interna de uma concha. Ex: Quartzo
Fibrosa ou Estilhaçada: quando o mineral se rompe, mostrando estilhaços ou fibras.
Ex: Amianto e Limonita.
Desigual ou Irregular: quando o mineral se rompe, formando superfícies rugosas e
Irregulares. Ex: Turmalina e Magnetita.
DUREZA
É a resistência que uma superfície lisa oferece ao ser riscada. Depende da estrutura do
mineral, visto que, quanto mais forte as ligações atômicas, mais duro o mineral. O grau de
dureza é determinado, observando-se a facilidade ou dificuldade relativa com que o mineral é
riscado por outro, por um estilete ou pela unha.
Pode-se dizer que a dureza de um mineral é a sua possibilidade de ser riscado. Tem-se
uma série de dez minerais comuns para servir de escala, dispostos na ordem de sua dureza
crescente, conhecida por: Escala de Dureza de Mohs.
8
11. Escala de Dureza de Mohs
1 Talco 6 Ortoclásio (feldspato)
Unha 2 Gipsita 7 Quartzo
3 Calcita 8 Topázio
Estilete 4 Fluorita 9 Coríndon
5 Apatita 10 Diamante
O ensaio consiste em fazer riscar o mineral com outro mineral. Ex: o 7 risca o 6, mas
não risca o 8.
TENACIDADE
Consta da resistência que um mineral oferece ao ser rompido, esmagado, rasgado ou
dobrado.
Quebradiço ou Friável: um mineral que se rompe ou pulveriza facilmente; reduz-se a pó
quando submetido a uma determinada pressão. Ex: Calcita
Maleável: um mineral pode ser transformado em lâminas delgadas por percussão, usando um
martelo. Ex: Ouro, Prata e Platina.
Séctil: um mineral que pode ser cortado em aparas delgadas com um canivete ou qualquer
lâmina. Ex: Gipsita.
Dúctil: um mineral que se reduz a fios. Ex: Amianto.
Flexibilidade: um mineral ao ser dobrado pode voltar ou não a sua posição original.
Plástico: um mineral que se encurva sem se romper, mas não retorna à sua
posição original quando a pressão cessa. Ex: Talco Laminar.
Elástico: um mineral que após ter sido encurvado, retorna a sua posição
original quando a pressão cessa. Ex: Mica.
9
12. DENSIDADE RELATIVA OU PESO ESPECÍFICO
É o número que exprime a relação entre o peso de um mineral e de um volume de
água igual a 4ºC (nesta temperatura e sob pressão de uma atmosfera, a água possui maior
densidade). A densidade relativa depende de dois fatores:
a) A espécie de átomos que é composto;
b) A forma pela qual os átomos se encontram organizados entre si.
A densidade relativa é obtida por meio da Balança de Jolly. Pesa-se primeiramente o
mineral no ar (Par), em seguida o mineral é imerso em água (Págua). Então, Par – Págua é igual a
perda de peso causada pela imersão na água, ou o peso de um volume igual de água.
Par
d= _________
Par - Págua
Ex: Se um mineral possui 2 de densidade relativa, significa que pesa duas vezes quanto o
mesmo de água.
2ª AULA PRÁTICA
1) Observe os seguintes minerais e classifique-os quanto a clivagem:
a-Feldspato: ________________________________________________________________
b-Mica: ____________________________________________________________________
c-Galena:___________________________________________________________________
d-Quartzo: __________________________________________________________________
e-Calcita: __________________________________________________________________
f-Gipsita:___________________________________________________________________
g-Apatita:___________________________________________________________________
10
13. 2) Observando os minerais abaixo, classifique-os quanto a fratura:
a-Quartzo:__________________________________________________________________
b-Turmalina:________________________________________________________________
c-Amianto:_________________________________________________________________
d-Magnetita:________________________________________________________________
e-Galena:___________________________________________________________________
3) Teste a dureza dos seguintes minerais:
a-Quartzo:___________________________ f- Talco: ____________________________
b-Feldspato: _________________________ g- Topázio: __________________________
c-Calcita:____________________________ h- Fluorita: __________________________
d-Mica:_____________________________ i- Apatita: ___________________________
e-Gipsita:___________________________ j- Galena: ____________________________
4) Baseando-se na Escala de Dureza de Mohs, qual é a dureza e o mineral que risca o Quartzo
mas não risca o Coridon?
___________________________________________________________________________
5) Assinale os verdadeiros minerais:
( ) Hematita ( ) Âmbar
( ) Pegmatito ( ) Mica
( ) Carvão ( ) Feldspato
( ) Quartzo ( ) Areia
6) Relacione os minérios presentes em sua bancada.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7) Como podem ser classificados dois fragmentos inorgânicos, homogêneos, com as mesmas,
com as mesmas propriedades físicas e cores diferentes?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
11
14. 8) Responda:
a) Quando um mineral é cortado em lâminas com um canivete
___________________________________________________________________________
Ex: ______________________________
b) Propriedade onde o mineral é curvado sem se romper, não retornando à sua posição
original, quando a pressão cessa.
___________________________________________________________________________
Ex: ______________________________________
c) Quando um mineral se rompe ou pulveriza facilmente, se submetido a uma pressão.
___________________________________________________________________________
Ex: ______________________________________
12
15. AULA 3
PROPRIEDADES ÓPTICAS DOS MINERAIS
BRILHO
Consta da aparência geral da superfície de um mineral a luz refletida.
Metálico: possui a aparência brilhante de um metal. Ex: Pirita, Galena, Hematita e etc.
Não metálico: engloba todos os minerais sem aparência metálica, geralmente são claros e
transmitem a luz através de suas bordas delgadas.
Vítreo: brilho semelhante ao vidro. Ex: Quartzo, Fluorita, Calcita e etc.
Graxo: possui aspecto de graxa. Ex: Granada e Malaquita.
Resinoso: aparência de resina endurecida. Ex: Enxofre, Esfarelita e etc.
Nacarado: possui a aparência iridescente da madrepérola. Ex: Mica Muscovita
Gorduroso: aparência de estar coberto com uma camada de óleo. Ex: Grafita.
Sedoso: lembra seda, sendo o resultado de um agregado paralelo de fibras finas. Ex: Gipsita,
Malaquita, Amianto e etc.
Perláceo: lembra pérola. Ex: Feldspato, Talco e Gipsita.
Adamantino: brilho igual ao diamante, deve-se ao elevado índice de refração do mineral.
Ex: Anglesita, Rutilo, Corindon e Diamante.
Terroso: lembra terra. Ex: Bauxita e Caulim.
Ceroso: Cera. Ex: Calcedônia .
COR
Deve ser sempre observada numa fratura recente. Depende da absorção seletiva da luz
que é refletida ou transmitida pelo mineral.
Idiocromáticos: minerais que possuem cor constante, dependendo apenas da constituição
química. Ex: Enxofre (amarelo), Galena (cinza), Calcopirita (amarelo
latão), Malaquita (verde), etc.
Alocromáticos: minerais que possuem cores variadas na composição química ou devido a
impurezas diversas. Ex: Quartzo (branco, verde, róseo, transparente, roxo,
amarelo). Mica (branca, preta, marrom, roxo, verde) Dolomita, Calcita etc.
TRAÇO
Propriedade que o mineral possui de deixar um traço sobre uma superfície despolida
de porcelana. Baseia-se na cor do pó deixado pelo mineral. A cor do traço só varia se o
mineral estiver em processo de decomposição. A dureza da placa de porcelana é
aproximadamente 7, assim minerais com dureza superior não deixam traço, riscam, a
porcelana, seu traço é dito incolor.
13
16. Ex: Hematita: traço castanho-avermelhado; Enxofre: incolor / amarelado; Fluorita: branco.
OUTRAS PROPRIEDADES DOS MINERAIS
PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS
SABOR: apenas possuem gosto os minerais solúveis em água.
Salgado. Ex: Halita
Doce. Ex: Bórax
Amargo. Ex: Epsomita
ODOR: sente-se quando o mineral é umidecido, aquecido, ficcionado ou atacado por ácidos.
Sulforoso. Ex: Enxofre
Fétido: alguns tipos de carbonato de cálcio que constituem os calcários.
Argiloso (cheiro de moringa). Ex: Minerais de argila.
TATO: é a sensação que o mineral causa ao tato, o que varia muito.
Áspero. Ex: Enxofre
Suave. Ex: Amianto
Untuoso. Ex: Talco, Grafita
Frio. Ex: Quartzo
Pegajoso. Ex: Minerais de argila molhados.
PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
Os minerais magnéticos são compostos de ferro e no seu estado natural são atraídos
por um imã.
Podem ser: Fortemente magnéticos Ex: magnetita
Moderadamente magnéticos Ex: hematita
Fracamente magnéticos Ex: Turmalina
PROPRIEDADES TÉRMICAS
Condutibilidade: consta da distribuição de calor no mineral de partícula a partícula.
Fusibilidade: é a propriedade que os minerais têm de fundir-se pelo calor.
14
17. PROPRIEDADES QUÍMICAS
Esta propriedade depende da composição química, da geometria do arranjo atômico
interno e da natureza das forças elétricas que mantém os átomos unidos.
Polimorfismo: ocorre quando minerais diferentes possuem a mesma composição química e o
arranjo atômico interno diferente.
MINERAIS COMPOSIÇÃO QUÍMICA SISTEMA CRISTALINO
Diamante C Cúbico
Grafita C Hexagonal
Pirita FeS2 Cúbico
Marcassita FeS2 Rômbico
Calcita CaCO3 Romboédrico
Aragonita CaCO3 Rômbico
Isomorfismo: ocorre quando minerais de composição química diferente, mas análoga,
cristalizam no mesmo sistema.
MINERAIS COMPOSIÇÃO QUÍMICA SISTEMA CRISTALINO
Calcita CaCO3 Romboédrico
Dolomita CaMg(CO3)2 Romboédrico
Magnesita MgCO3 Romboédrico
Pseudomorfismo ou falsa-forma: quando o mineral se altera, de forma a modificar sua
estrutura interna, preservando, no entanto, sua forma externa.
MINERAL COMPOSIÇÃO MINERAL COMPOSIÇÃO SISTEMA
ORIGINAL QUÍMICA RESULTANTE QUÍMICA CRISTALINO
Pirita Fes2 Limonita 2Fe2O3 3H 2O Cúbico
Magnetita Fe2O Fe 2O2 Limonita 2Fe2O3 3H 2O Cúbico
Hematita Fe2O3 Limonita 2Fe2O3 3H 2O Hexagonal
Pirrotita Fe3S6 Limonita 2Fe2O3 3H 2O Hexagonal
3ª AULA PRÁTICA
1) Observe o brilho dos seguintes minerais:
Quartzo:_______________________________ Amianto:___________________________
Enxofre:_______________________________ Gipsita: ____________________________
Hematita: _____________________________ Granada: __________________________
Feldspato:_____________________________ Bauxita: ____________________________
Mica:_________________________________ Fluorita: ____________________________
Talco:________________________________ Grafita: _____________________________
2) Teste o traço dos seguintes minerais:
Quartzo:____________________________ Feldspato:___________________________
Enxofre:____________________________ Calcita:______________________________
Hematita:___________________________ Grafita:______________________________
Galena:_____________________________ Talco:_______________________________
Pirita: ______________________________ Fluorita:_____________________________
15
18. 3) Quais os minerais idiocromáticos presentes em sua bancada?
MINERAL/COR MINERAL/COR
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
4) E os minerais alocromáticos?
MINERAL/COR MINERAL/COR
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
_____________________________________ _________________________________
5) Assinale quais são os minérios dentre os materiais relacionados:
( ) Hematita ( ) Calcita
( ) Quartzo ( ) Fluorita
( ) Pirita ( ) Galena
( ) Bauxita ( ) Enxofre
( ) Feldspato ( ) Magnetita
6) Cite a Escala de Dureza de Mohs:
1)___________________________________ 6)_____________________________
2)___________________________________ 7)_____________________________
3)___________________________________ 8)_____________________________
4)___________________________________ 9)_____________________________
5)___________________________________ 10)____________________________
7) Teste os minerais abaixo quanto ao tato:
a) Enxofre: ___________________ d) Talco: ______________________
b) Calcita: ____________________ e) Quartzo: ___________________
c) Grafita: ____________________ f)Fluorita:_____________________
16
19. 8) Assinale dos exemplares abaixo, quais são os magnéticos:
a- ( ) Magnetita d- ( ) Hematita
b- ( ) Feldspato e- ( ) Calcita
c- ( ) Areia Monazita f-( ) Pirita
9) Classifique os minerais abaixo, quanto às propriedades químicas:
a) Calcita e Dolomita:_________________________________________________
b) Dolomita e Quartzo:________________________________________________
c) Calcita e Aragonita: _______________________________________________
d) Grafita e Diamante: _______________________________________________
e) Marcassita e Aragonita: _____________________________________________
f) Calcita e Magnesita: ________________________________________________
10) Analise as propriedades químicas:
10.1.) Dolomita
Cor: _______________________ Clivagem: _____________________
Traço: _____________________ Fratura: _______________________
Brilho: _____________________ Dureza: _______________________
a- O que se observa quando submetido ao efeito do HCl? Por que?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10.2) Talco
Cor: ______________ ___________ Clivagem: _______________________
Traço: ________________________ Fratura: _________________________
Brilho: ________________________ Dureza: _________________________
10.3) Quartzo
Cor: ___________________________ Clivagem: ______________________
Traço: _________________________ Fratura: ________________________
Brilho: __________________________Dureza: _________________________
17
20. AULA 4
PETROLOGIA
PETROLOGIA: é o ramo da geologia que trata do estudo das rochas, sua constituição,
textura, origem e classificação.
ROCHAS: são os principais constituintes da crosta terrestre, de origem inorgânica e
orgânica, muitas vezes com aspecto heterogêneo.
DIVISÕES:
Rochas Magmáticas ou Ígneas: Extrusivas, Efusivas ou Vulcânicas
Intrusivas Hipoabissais
Intrusivas ou Plutônicas
Rochas Sedimentares: Clásticas Coerentes
Clásticas Incoerentes
Origem Química
Origem Orgânica
Rochas Metamórficas
18
21. ROCHAS MAGMÁTICA OU ÍGNEAS
ORIGEM: resultam do magma, proveniente do interior do planeta, que se resfria no interior
ou na superfície da crosta terrestre.
MAGMA: trata-se de uma mistura complexa de substâncias no estado de fusão, sendo umas
mais ou menos voláteis.
Magma Ácido ou Granítico: é rico em silicatos, possui grande viscosidade e encontra-se a
uma temperatura menor. Forma 95% das rochas intrusivas ou plutônicas.
Magma Básico ou Basáltico: é pobre em silicatos, não possui viscosidade (mais líquido),
encontrando-se a uma temperatura maior. Forma 98% das rochas vulcânicas e efusivas.
RESFRIAMENTO: a medida que ocorre a cristalização (solidificação), o resíduo
magmático vai-se enriquecendo de elementos voláteis que não conseguem escapar, por se
encontrarem fechados e comprimidos. A pressão interna sobe como conseqüência do
aumento relativo dos voláteis, mesmo com o resfriamento contínuo ocorre ebulição e num
determinado momento, as paredes não resistem mais à pressão dos gases, rompem-se, dando-
se o escape dos voláteis.
LOCALIZAÇÃO: aproximadamente a 30 km de profundidade.
ROCHAS MAGMÁTICAS INTRUSIVAS OU PLUTÔNICAS
São massas ígneas, que solidificam no interior da crosta terrestre, possuem
resfriamento lento, o que possibilita o desenvolvimento dos grãos de minerais, tornando-os
visíveis a olho nú. Ex: Granito, Sienito, Diorito e Gabro.
Plutonismo: é a consolidação do magma no interior da crosta terrestre, originando as rochas
intrusivas ou plutônicas.
Plutons: são corpos de rochas magmáticas consolidados no interior da crosta>
Formas Concordantes: que concordam com as camadas pré-existentes.
Ex: Lacólito, Lopólito, Facólito.
Formas Discordantes: que discordam das camadas pré-existentes.
Ex: Dique, Neck, Apófise, Batólito, Stock.
19
22. ROCHAS MAGMÁTICAS INTRUSIVAS HIPOABISSAIS
São massas ígneas com granulação grosseira, encontram-se associadas a intrusões
plutônicas, portanto, formam-se no interior da crosta terrestre, próximo à superfície.
Possuem resfriamento lento, possibilitando o desenvolvimento considerável dos grãos
dos minerais. Ex: Pegmatito.
ROCHAS MAGMÁTICAS EXTRUSIVAS OU VULCÂNICAS
Resultam das massas ígneas que atingem o exterior (superfície terrestre). Possuem
resfriamento rápido, impossibilitando o desenvolvimento dos grãos dos minerais, tornando-os
microscópicos. Ex: Basalto, Púmice e Vidro Vulcânico (Obsidiana).
Vulcanismo: ocorre quando o magma rompe a superfície terrestre, se derrama e resfria
rapidamente em contato com ar atmosférico.
FATORES DE CLASSIFICAÇÃO
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E/ OU COR:
Leucocráticas ou Ácidas: possuem mais de 65% de sílica, que corresponde aos minerais
félsicos (claros), e 35% de minerais máficos (escuros). São em geral rochas claras,
predominando: quartzo, feldspato e muscovita.
Mesocráticas ou Neutras: possuem de 65-55% de sílica, as quantidades de minerais félsicos
e máficos são iguais, evidenciando cores intermediárias (cinza e verde).
Melanocráticas ou Básicas: possuem menos de 45% de sílica, que corresponde a mais de
60% de minerais máficos e menos de 30% de minerais félsicos. Possuem cores escuras
(negra, cinza-chumbo e verde escuro), predominam biotita, piroxênios e anfibólios.
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA:
Minerais Essenciais: definem e caracterizam as rochas magmáticas, sendo apenas dois ou
três para cada tipo de rocha. Os principais minerais essenciais são: feldspato, quartzo,
anfibólio, piroxênio, olivina, muscovita, biotita e nefelina.
Minerais Acessórios: não são obrigatórios para a classificação da rocha, podem estar
presentes ou não. Os principais são: Pirita, Turmalina, Apatita, Magnetita, Fluorita, Granada,
Zircão e etc.
20
23. TEXTURA: Refere-se as dimensões, forma, e arranjo dos minerais constituintes das rochas.
Textura Fanerítica: os grãos dos minerais possuem diâmetro superior a 5mm (grãos
grossos) ou 1 - 5 mm (grãos médios).
a) Equigranular ou Granular: com dimensões aproximadamente iguais.
b) Porfirítico: com dimensões diferentes, alguns grãos são maiores (fenocristais).
Textura Microfanerítica: os grãos dos minerais apresentam diâmetro inferior a 1 mm.
Textura Afanítica ou Afírica: os grãos dos minerais não são observados a olho nú.
a) Afanítica Porfirítica: rocha afanítica com alguns grãos visíveis a olho nu.
Textura Vítrea: o resfriamento é tão rápido que impossibilita a cristalização.
Textura Vesicular ou Traqueóide: resulta da ação de gases que se propagam dentro da
massa viscosa, sendo expulsos com o resfriamento, originando assim cavidades.
Textura Pegmatítica: quando os grãos dos minerais apresentam diâmetro acima de 2 cm.
21
24. 4ª AULA PRÁTICA
1) Baseando-se na amostra de Granito, responda:
1.1. Classifique-o quanto a sua gênese. Justifique sua resposta.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
1.2. Quais os minerais essenciais observados?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
1.3. E os acessórios?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2) Observe a amostra de Basalto e responda:
2.1. Classifique-a quanto a sua gênese. Justifique sua resposta.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.2. Classifique-a quanto a textura:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3) Explique a formação do Pegmatito, e sua classificação quanto a gênese.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4) Relacione as rochas magmáticas presentes em sua bancada:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
22
25. AULA 5
ROCHAS SEDIMENTARES OU ESTRATIGRÁFICAS
CONCEITOS: as rochas sedimentares são o resultado da deposição subaquática de detritos
(exceto as areias do deserto), que são decompostos e erodidos de rochas pré-existentes
(magmáticas, metamórficas e até mesmo sedimentares), assim como pela precipitação de
soluções aquosas de ambiente e pela associação de organismos. Caracterizam-se em geral por
um arranjo paralelo das partículas constituintes, formando camadas ou estratos que se
distinguem entre si pelas diferenças de espessura, granulometria e cor.
FORMAÇÃO:
Destruição: a rocha matriz, geradora (pré-existente) sofre o processo de intemperismo
através do vento, chuva, sol, variação de temperatura, umidade, etc, que acarreta na
conseqüente destruição da rocha. Entre a rocha matriz e a rocha sedimentar final, muitos
minerais podem alterar-se ou serem completamente destruídos.
Transporte: os detritos decompostos são erodidos e transportados pelo vento e água da
chuva e rios. A velocidade de erosão determina, em parte, a quantidade de sedimentos
fornecida às áreas de deposição. Durante o transporte efetivo, as partículas individuais são
geralmente modificadas no tamanho, na forma e no arredondamento, pela abrasão e fratura,
que resulta do atrito e do impacto repetido das partículas, umas contra as outras e contra o
leito da rocha.
Deposição: de todos os ambientes, o mais extenso e duradouro é o marinho, onde se
depositaram a maioria dos sedimentos antigos e a grande massa de sedimentos modernos.
Diagênese ou Litificação: os processos diagenéticos atuam após a deposição, compactando e
cimentando os sedimentos inconsolidados, transformando-os num agregado consolidado
(Figura 2). Estes processos modificam a textura e a composição dos sedimentos. As etapas do
processo são:
Compactação: as partículas sólidas são comprimidas, umas às outras, pelo peso das
camadas suprajacentes.
Autigênese: é o processo, onde os minerais estáveis ao ambiente diagenético se
cristalizam novamente, sendo adicionados ao depósito original.
Substituição: ocorre quando os minerais originais são substituídos por minerais
autígenos.
Cimentação: ocorre pela precipitação de material novo nos espaços entre os grânulos
originais, muitas vezes originados por recristalização dos precipitados químicos
originais.
23
26. Figura 3: Seqüência Sedimentar- Parque Nacional Ichigualasco – Argentina
(Foto: Garcia & Bistrichi, 1999).
ROCHAS SEDIMENTARES CLÁSTICAS INCOERENTES
São rochas onde os detritos encontram-se desagregados (soltos), possuem diferentes
tamanhos de grãos.
Classificação segundo Wentworth (1922):
Matação: diâmetro acima de 256 mm
Cascalho: diâmetro de 256-64 mm
Seixo Rolado: diâmetro de 64-2 mm
Areia: diâmetro de 2- 0, 062 mm
Silte: diâmetro de 0,062-0,004 mm
ROCHAS SEDIMENTARES CLÁSTICAS COERENTES
São rochas que possuem os detritos ligados por um cimento ou simplesmente
compactados. O cimento pode ser: silicoso, calcífero, ferruginoso, argiloso e etc.
Componentes das rochas:
Arcabouço: são os grãos de natureza detrítica (cascalhos, seixos rolados e areia).
Matriz: partículas de material detríticos com granulação menor.
Cimento: preenche os espaços intergranulares, ligando o arcabouço e a matriz. Pode ser:
carbonático, ferruginoso, silicose e etc.
24
27. Tipos de Rochas:
Conglomerados: o arcabouço constitui-se de seixos rolados, cascalhos ou matacões.
Brechas: o arcabouço constitui-se de grãos angulosos.
Arenitos: o arcabouço constitui-se de areias.
Siltitos: são partículas de silte ligadas por um cimento argiloso.
Argilitos: partículas finíssimas de minerais de argila, que se depositam por decantação em
ambientes calmos.
Folhelhos: constituem-se de partículas de argila que se depositam por decantação e dispõe-se
em planos paralelos, formando placas.
Varvitos ou Ritmitos: formam varves de siltito e folhelho, possuem origem glacio-lacustre
(lagos glaciais alimentados por geleiras), sua deposição obedece ao ciclo estacional. Durante
as chuvas de outono deposita-se o siltito, que é claro e possui maior granulometria. Devido ao
intemperismo do verão, deposita-se em menor quantidade. No inverno com o congelamento
não ocorre deposição, mas morrem organismos (vegetais e animais), que entram em
decomposição na primavera, misturando-se com as partículas de argila que se depositam,
originando a camada que possui a cor escura e deposita-se em menor quantidade (Figura 3).
Figura 4: Varvito (Parque do Varvito- Itu/SP)
Foto: Acervo LabGeo
Tillitos: são de origem glacial, constituem-se de partículas pequenas diversas.
25
28. ROCHAS SEDIMENTARES DE ORIGEM QUÍMICA OU
AUTIGÊNICA
Formam-se a partir de soluções químicas, que se depositam por evaporação,
precipitação, condições de temperatura, diferentes tipos de pH e etc. Estes sedimentos
formam-se em áreas que se encontram, protegidas contra os restos de influência continental.
Incluem regiões principalmente de águas rasas e quentes.
Rochas Carbonáticas: formam-se pela precipitação de carbonato de cálcio (Figura 4)
Ex: Calcários, Margas, estalactites, estalagmites e etc.
Figura 5: Estalactites - Chapada Diamantina
Foto: Siqueira (2007)
Rochas Silicosas: formam-se pela precipitação de sílica (SiO2).
Rochas Salinas (Evaporitos): são depósitos salinos formados a partir da evaporação da
água. Ocorrem em locais com limitada circulação de água e
clima seco, onde a evaporação é superior a precipitação.
Ex: Gipsita, Anidrita, Halita, Magnesita (Figuras 5 e 6)
Figura 6: Evaporitos (Parque Pan de Azucar – Chile) Figura 7: Evaporitos (Laguna Verde- Chile
Foto: Garcia & Bistrichi, 2000 Foto: Garcia & Bistrichi, 2001
.
Rochas Ferruginosas: constituídas por óxidos e hidróxidos de ferro, alumínio e manganês.
Ex: Limonitas.
26
29. ROCHAS SEDIMENTARES DE ORIGEM BIOGÊNICA
OU ORGÂNICA
Formam-se partir do acúmulo de vegetais ou atividades de animais em ambientes
calmos.
Rochas Carbonosas:
Carvão: forma-se por processos bioquímicos e geoquímicos resultantes do acúmulo de restos
de vegetais em regiões pantanosas.
a) Turfa: estágio inicial do carvão, o teor do carbono varia de 55-65%;
b) Linhito: encontrado nas formações Mesozóicas, o teor de carbono varia de 65-75%;
c) Hulha ou Carvão Betuminosos: carvão negro encontrado nas formações Paleozóicas, o teor
de carbono varia de 75-90%.
d) Antracito: carvão negro encontrado nas formações Paleozóicas o teor de carbono varia de
90 a 95%.
Rochas Oleígenas:
Folhelho Pirobetuminoso: rocha de granulação fina, contendo matéria orgânica, de onde
podem ser extraídas quantidades apreciáveis de óleo.
Petróleo: formam-se a partir de restos de vegetais e animais, que se depositam em grandes
quantidades no fundo de mares, lagos e deltas. Sob a pressão das camadas de rochas
superiores, sob a ação do calor e do tempo, essa massa de restos orgânicos vão entrando em
reação química, transformando-se em hidrocarbonetos (combinação de moléculas de carbono
e hidrogênio). O petróleo pode apresentar-se no estado líquido e semi-sólido, a cor varia de
âmbar a negro. Formam-se em rochas como o folhelho, mas não permanece nessa rocha
geradora, pode subir até encontrar uma camada impermeável, é armazenado numa rocha
porosa (rocha armazenadora).
Rochas Silicosas:
Diatomitos: acúmulo de diatomácias (Figura 7).
Coquinas: acúmulo de conchas substituídas por sílica (Figura 8).
Figura 8: Diatomitos – Argentina Figura 9: Coquinas – Coquimbo - Chile
Foto: Garcia & Bistrichi, 2001 Foto: Garcia & Bistrichi, 2000
27
30. Rochas Fosfáticas:
Guano: excrementos de animais sobre as rochas, são substituídos pelo fosfato (Figura 9).
Figura 10: Formação de Guano - Vina del Mar - Chile
Foto: Garcia & Bistrichi, 1998
Rochas Carbonáticas:
Calcários: pelo acúmulo de conchas, e precipitação de CaC03 por organismos.
Coquinas: acúmulo de conchas.
5ª AULA PRÁTICA
1) Defina Rochas Sedimentares:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2) Classifique-as quanto à sua gênese.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3) Observe a amostra de Varvito e responda:
3.1- Classifique-a quanto à sua gênese.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3.2- Quais as rochas que o formam?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
28
31. 3.3- Em que ambiente se forma?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4) Estabeleça diferenças e semelhanças entre o Conglomerado e a Brecha.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5) Observe a amostra de Conglomerado e responda:
5.1- Qual a natureza do arcabouço?
___________________________________________________________________________
5.2 - Da matriz?
___________________________________________________________________________
5.3 - e do cimento?
___________________________________________________________________________
6) Relacione as seguintes rochas presentes em sua bancada:
6.1.- Sedimentares clásticas coerentes:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6.2. - Sedimentares clásticas incoerentes:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6.3. - Sedimentares de origem química:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6.4. - Sedimentares de origem orgânica:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6.5 - Magmáticas Intrusivas ou Plutônicas:
___________________________________________________________________________
6.6 - Magmáticas Intrusivas Hipoabissais:
___________________________________________________________________________
6.7 - Magmáticas Extrusivas:
__________________________________________________________________________________________
29
32. AULA 6
ROCHAS METAMÓRFICAS
ORIGEM: formam-se a partir de rochas pré-existentes (magmáticas e sedimentares), que são
submetidas a determinados processos geológicos.
METAMORFISMO: é o processo pelo qual, as rochas pré-existentes se transformam. A
temperatura, pressão, fortes atritos e agentes voláteis, são os
principais fatores que agem no metamorfismo, onde todas as
transformações ocorrem no estado sólido sem passar pelo estado de
fusão.
Metamorfismo de Contato ou Termal: ocorre devido a aproximação ou contato com o
magma.
Dinamometamorfismo: resulta da ação conjunta da temperatura e pressão de forma intensa e
brusca em dobramentos da crosta.
RECRISTALIZAÇÃO: é o processo em que se formam ou não novos minerais.
Recristalização Isoquímica: não ocorre mudança na composição química.
Ex.: Areia de Quartzo Arenito Quartzito
Recristalização Aloquímica: ocorre mudança na composição química.
Ex.: CaCO3 + MgCl2 CaMg (CO3)2 + CaCl 2
calcita água do mar mármore dolomítico
TEXTURA: é a forma como aparecem dispostos os grãos dos minerais.
Xistosa: os grãos dos minerais encontram-se alongados e achatados. Ex. Ardósia, Micaxisto e
filito.
Granular: os minerais encontram-se em grãos. Ex.: Quartzito e Mármore.
Gnáissica: os minerais encontram-se alternados em faixas de estrutura xistosa e granular.
Ex.: Gnaisse e Itabirito.
TIPOS DE ROCHAS:
Quartzito; Gnaisse; Ardósia; Itabirito; Itacolomito; Micaxisto; Filito; Mármore; Migmatito e
Milonito.
30
33. 6ª AULA PRÁTICA
1) Explique o metamorfismo de contato.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2) Qual a textura das rochas metamórficas abaixo:
Gnaisse:_____________________________ Quartzito:_________________________
Ardósia:______________________________ Micaxisto:________________________
Mármore:_____________________________ Itabirito: _________________________
3) O que é recristalização?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4) Relacione os seguintes materiais presentes em sua bancada, para melhor fixação:
4.1. Rochas Magmáticas ou Plutônicas
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4.2. Rochas Magmáticas Hipoabissais
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4.3. Rochas Magmáticas Extrusivas
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4.4. Rochas Sedimentares Clásticas Coerentes
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4.5. Rochas Sedimentares Clásticas Incoerentes
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
31
35. AULA 7
GEODINÂMICA EXTERNA
(Processos de dinâmica superficial)
INTEMPERISMO: é o conjunto de processos operantes na superfície terrestre (agentes
atmosféricos e biológicos), que ocasionam a decomposição das rochas
e minerais, formando o manto de intemperismo ou regolito.
EROSÃO: é o processo de remoção e transporte do material que constitui o manto do
intemperismo.
FATORES QUE INFLUENCIAM NOS PROCESSOS:
• fatores climáticos: ventos, temperatura, precipitação, radiação solar e etc
• atividades biológicas e cobertura vegetal
• tipo de solo ou substrato rochoso
• longitude e latitude
• altitude
• tipo de relevo (declividade e comprimento de rampa)
• correntes aquáticas
• ação antrópica entre outros
INTEMPERISMO FÍSICO
(destruição das rochas mecanicamente)
Cristalização de sais: em regiões de clima árido ou semi-árido, os sais não são removidos
pela água da chuva, visto que o índice de precipitação é baixíssimo e a evaporação é alta.
Assim os sais são transportados para a superfície, pelo movimento de iluviação (água sobe
dos lençóis freáticos por capilaridade), concentrando os sais na superfície ou nas fendas das
rochas. Os sais se concentram nas fendas das rochas e se cristalizam aumentam seu volume,
exercendo uma força expansiva, que aumenta cada vez mais com o crescimento dos cristais,
acarretando na desagregação das rochas. Os sais (sulfatos, cloretos, nitratos e carbonatos),
quando cristalizam formam as Eflorescências.
Congelação ou Gelividade: a água ao congelar-se expande em 9% seu volume. Assim a
água congelada inclusa nas fendas das rochas, exercem uma força expansiva. Este efeito
sendo repetitivo acaba quebrando as rochas mecanicamente. É característico de regiões frias.
33
36. Esfoliação Esferoidal: a variação de temperatura diária (durante o dia as rochas dilatam-se
com o calor e a noite contraem-se com o frio), acarreta na destruição da rocha. A
desagregação dá-se na forma de escamas ou lâminas concêntricas com a superfície (como
uma cebola).
Marmitamento: a rocha é destruída pelo turbilhar da água, movendo seixos que vão
desgastando a rocha, acarretando na formação de orifícios. Quando os orifícios são grandes
denominam-se de caldeirões e os pequenos marmitas.
Erosão Antrópica ou Agente Físico-Biológico: a pressão do crescimento das raízes vegetais
pode provocar a desagregação das rochas, desde que existam pequenas fendas.
INTEMPERISMO QUÍMICO
(reação química entre a rocha e soluções aquosas)
Oxidação: pode ser provocado tanto por agentes orgânicos, quanto inorgânicos; os primeiros
são resultantes do metabolismo de bactérias. Os elementos mais suscetíveis de oxidação
durante o intemperismo são: Carbono, Nitrogênio, Fósforo, Ferro, Manganês. A cor dos
minerais é modificada, passando pelo amarelo, castanho, laranja e vermelho.
Ex: Hematita (Fe2O3) + (H2O) Limonita (Fe2O3 H2O)
Dissolução ou Carbonatação: o CO2 (gás carbônico) contido na água forma pequenas
quantidades de ácido carbônico, que pode ser proveniente da atmosfera devido à quantidade
de poluentes (derivados de combustíveis fósseis), ou originado da respiração das raízes de
plantas e da decomposição dos resíduos orgânicos do solo. O ácido carbônico na água,
quando atinge os calcários (CaCO3) dissolve-se. Se o CO2 escapar da água o carbonato de
cálcio volta a precipitar-se, dando origem às estalactites e estalagmites em cavernas calcárias.
CaCO3 + H2CO3 Ca(HCO3) 2
Calcita Ácido Carbônico Bicarbonato de Cálcio
Hidratação e Hidrólise: determinados minerais podem adicionar moléculas de água à sua
composição, formando novos minerais.
Ex.: Anidrida (CaSO4) Gipsita (CaSO4 . H2O)
Hematita (Fe2O3) Limonita (Fe2O3 . H2O)
Feldspato (2KalSi3O8) Caulim (Al2Si2O5(OH)4 + 2KOH + 4SiO2)
Decomposição Químico-Biológica: a ação química dos organismos é muito variada. Algas,
Líquens e Musgos, quando se fixam em rochas, provocam a formação de uma camada fina de
regolito, que com o passar do tempo aumenta, favorecendo a fixação de plantas de maior
porte.
34
37. PROCESSOS DE EROSÃO
Erosão natural ou geológica: processo que ocorre naturalmente em equilíbrio com o
ambiente.
Erosão acelerada ou antrópica: processo auxiliado pela ação do homem colocando o
ambiente em desequilíbrio.
• EROSÃO LAMINAR: remoção progressiva e uniforme da superfície do solo.
• EROSÃO LINEAR: concentração de linhas de fluxo originando os sulcos, que passam a
ravinas e terminam por originar as voçorocas ou boçorocas.
• MOVIMENTOS DE MASSA: movimentos relacionados a encostas com declividades.
Rastejos: Movimento lento descendente e contínuo em relevo com declividade. Afetam
horizontes superficiais de solo ou de rocha alterada e fraturada e são observados através de
indícios indiretos como encurvamento de arvores, cercas, deslocamentos de muros e outras
estruturas e pequenos degraus na encosta.
Escorregamentos: são movimentos rápidos de solo ou rocha, geralmente com direções e
volumes bem definidos, cujo o centro de gravidade se desloca sempre para baixo e para fora
da encosta.
De acordo com o material e sua geometria, os escorregamentos recebem
denominações diferenciadas: escorregamentos translacionais ou planares (relacionados as
foliações das rochas); escorregamentos circulares ou rotacionais (possuem superfícies de
deslizamentos curvas) e escorregamentos em cunha (através de estruturas planares).
Movimento de blocos rochosos: desprendimento de fragmentos rochosos resultando em
queda livre de material grosseiro, pode ser do tipo queda, tombamento, rolamento ou
desplacamento de blocos.
Corridas: movimentos de massa com grandes dimensões e com escoamento rápido devido a
uma dinâmica hídrica, podem ser caracterizadas como corridas de lama (solo e alto teor de
água); corridas de terra (solo e menor teor de água) e corridas de detritos (com material mais
grosseiro, fragmentos de rocha).
• ASSOREAMENTO: acúmulo de sedimentos em meio aquoso. Pode ser de processos
naturais como transporte pelo vento, escoamento de água superficial ou erodido das
margens de canais fluviais, esse processo podem ser acelerado pelas atividades antrópicas
como atividades agrícolas, mudanças de cursos d’água, barramentos e etc.
• INUNDAÇÃO: extravasamento da água de um rio (enchente) para suas laterais (planície
de inundação).
• SUBSIDÊNCIA OU COLAPSO: pode ocorrer naturalmente como processos de
dissolução de carbonatos, acomodações de terrenos por peso ou por planos de fraqueza e
falhamentos ou podem ser acelerados por ações antrópicas como bombeamento de águas
subterrâneas.
• PROCESSOS COSTEIROS: dinâmica de energia de água que modificam e recortam a
linha de costa através das ondas, marés e correntes marinhas.
35
38. PEDOLOGIA
Pedologia: do grego, pedon = solo ou terreno e logos = conhecimento, que estuda a origem e
o desenvolvimento do solo, assim como os processos e fenômeno que nele ocorrem.
Edafologia: do grego, edafos = chão ou terreno e logos = conhecimento (estudo). Ciência
que estuda a camada superficial do solo e a sua capacidade de produção agrícola.
Solo: último grau de decomposição das rochas. Representa o ambiente natural de crescimento
e desenvolvimento das plantas. A extensão, intensidade e grandeza das transformações,
dependem da combinação em que os fatores de gênese se encontram.
Fatores que influenciam na Formação do Solo: clima, organismos, rocha original, relevo,
tempo de formação, etc.
Outros Fatores:
• Biostasia: em regiões arborizadas a vegetação atua como fixação da parte insolúvel.
Assim existe o equilíbrio entre a cobertura vegetal e os processos de intemperismo.
• Resistasia: se a vegetação desaparece, a erosão intensificada leva os produtos residuais,
surge então a quebra no equilíbrio entre a cobertura vegetal e os processos de intemperismo.
DESCRIÇÃO DO SOLO:
Perfil do Solo: é o conjunto de horizontes, num corte vertical que vai da superfície até o
material que se deu origem ao solo.
Horizonte: são camadas de aspecto e constituição diferentes, que se sucedem em
profundidade, mais ou menos paralelas à superfície, que se formam sob a ação de um
conjunto de fenômenos biológicos, físicos (Figuras 14 e 15).
Funções ecológicas
A pedosfera funciona como as fundações ou alicerces da vida em ecossistemas terrestres. As
plantas além de consumirem água, oxigênio e gás carbônico, retiram do solo 15 elementos
essenciais à vida:
Macronutrientes: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre (absorvidos em
grandes quantidades).
Micronutrientes: boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibidênio, níquel, cobalto e zinco
(usados em quantidades menores).
36
39. AULA 8
GEODINÂMICA INTERNA
(Processos de dinâmica interna do Planeta Terra)
A ESTRUTURA DO INTERIOR DO GLOBO TERRESTRE
O Planeta Terra divide-se em 3 camadas principais: Crosta, Manto e Núcleo (Figura 10).
Figura 11: Estrutura interna do Globo Terrestre (http://www.rbrebello.wordpress.com)
Velocidade das
Camadas Profundidade ondas em km/s
Descontinuidades Constituição Densidade Temperatura
(km) P S
Litológica
0
L
C I Camada Granito
R T Superior 5.6 3.3 2.7
(Silício e Alumínio) 800 Cº
O O (Sial)
S S 15 Conrad
T F
A E Camada
Basalto
R inferior 6.5 3.8 3.0 1.000 Cº
(Silício e magnésio)
A (Sima)
40 Mohorovicic
A (Moho) 8.1 4.7 3.3
S
T
100
E Zona
Manto N de baixa Peridolito com ferro
Superior O velocidade
210 e Sulfetos 3.3 2.000 ºC
S
F * meteoritos
E
R
A Repetti 11.8 5.5 4.3
700
Manto Piroxênios Pteridolitos 13.6 7.0 4.7
Rochas ultramáficas, 3.000 ºC
Inferior Mesosfera
Sulfetos e óxidos
14.0 8.0 5.5
Gutenberg
2.900 Ferro (90%) 8.0 9
Níquel (08%)
Núcleo Externo (Líquido) Silício metálico e 4.000 ºC
enxofre (2%) 8.1 11
Wiechert
5.150 Ferro (90%)
Níquel (08%)
Núcleo Interno (Sólido) Silício metálico e 11.2 14 - 5.000 ºC
6.370 enxofre (2%)
Tabela 1: Estrutura Geral do Globo Terrestre
37
40. CALOR NO INTERIOR DO PLANETA
A temperatura do interior do planeta aumenta com a profundidade, de 10 a 30 metros é
influenciada pela média anual da superfície terrestre.
Grau Geotérmico: é o número de metros necessários descer em profundidade, para que
ocorra o aumento de 1ºC. O valor aumenta em torno de 30 metros.
Fatores que influenciam:
a) Em regiões afetadas por vulcanismo recente, devido à maior proximidade com o magma,
o grau geotérmico é menor, uma vez que não haverá muita diferença entre as temperaturas.
b) Em áreas estáveis, tectonicamente inativas, o grau geotérmico é maior.
Ex.: Regiões com rochas antigas (Complexo Brasileiro)
c) A superfície terrestre tem uma perda anual de calor de ± 75 cal / cm2, que é obtido pelo
grau geotérmico e pela condutibilidade térmica das rochas.
d) A terra já estaria completamente consolidada e fria, se à reserva térmica inicial não fosse
sempre adicionado o calor proveniente de outras fontes, como por exemplo, a desintegração
radioativa, com base no teor de elementos radioativos das rochas (Urânio, Tório e Potássio),
assim existe uma compensação da perda térmica.
Cálculo do grau geotérmico: A mina de Morro Velho, com aproximadamente 2500
metros de profundidade, possui uma temperatura de 64 ºC (desconsiderando a refrigeração
artificial da mina). A temperatura média anual da superfície é de 18 ºC. Qual o grau
geotérmico da mina?
Superfície T = 18 ºC
64 ºC - 18 ºC = 46 ºC
2500 m ÷ 46 ºC = 54,3 m/ºC
2500 m 65ºC
Resposta: A cada 54,3 m a temperatura aumenta 1 ºC.
PRODUÇÃO DE CALOR PELA RADIOATIVIDADE
A quantidade de calor produzida pelos diferentes elementos é controlada pela sua
abundância e pela velocidade de desintegração.
Através da radioatividade é possível determinar o tempo gasto para ocorrer a
transformação de um elemento em outro, isso acontece devido a mudança do número
atômico, com perda de elétrons, mais partículas do próprio núcleo do átomo e energia, na
forma da radiação, alguns elementos se transformam em segundo, há outros que levam
milhares de anos.
38
41. Meia Vida: é o tempo de desintegração da metade de um átomo “pai” radioativo em um
sistema A (nuclídeo-filho), onde metade será igual à massa original (pai) e a outra metade
transforma-se em outra (nuclídeo-filho). Cada nuclídeo possui uma meia-vida única.
O tempo de vida de um átomo “pai” radioativo em um dado sistema não pode ser
especificado, em teoria é infinito.
Ex: A meia-vida do Urânio é de 4,6 x 109 anos
desintegração
U238
Átomo Urânio 238 + Pb + He
“Pai”
0,5 gramas 0,43 gramas 0,07 gramas
1 grama
DATAÇÃO ABSOLUTA
Baseia-se, este método, na radioatividade, ou seja, na propriedade que possuem os
minerais radioativos de se desintegrarem periodicamente através da emissão de partículas
e/ou radiações.
Na natureza, existem elementos que se transformam em outros em frações de segundo;
outros, entretanto, levam milhares de anos para se transformar. São estes que interessam à
Geocronologia (determinação da idade)
Métodos de Datação Radiométrica: consta da datação de rochas e minerais, utilizando
métodos radioativos.
- Datação do passado geológico antigo:
a) Método do U/Pb (Urânio - Chumbo)
b) Método do K/Ar (Potássio - Argônio)
c) Método do Rb/Sr (Rubídio – Estrôncio)
d) Método do Sm/Nd (Samário – Neudíneo)
Idade Radiométrica: o átomo radioativo original (pai) quando se desintegra transforma-se
em um nuclídio-filho, referido como radiogênico.
39
42. Para calcular a idade de formação de uma rocha (idade radiométrica), é necessário
conhecer a quantidade de atomos persistentes do nuclídio radioativo (P), a quantidade de
átomos do nuclídio radiogênico (F) e a constante de desintegração. Esta última é específica
para cada processo radioativo, é inversamente proporcional à meia - vida do nuclídio-pai.
Ex: Poços de Caldas: 60 Ma. e 80 Ma.
Itatiaia: 65 Ma.
Fernando de Noronha: 12 Ma.
Depósitos de Ferro de Minas Gerais: 2,7 Ga.
- Datação do passado geológico recente
Método do Carbono 14 (C14): É um isótopo radioativo raro que ocorre naturalmente na
atmosfera em plantas e animais. É criado na atmosfera (16 km acima da superfície terrestre),
como um co-produto de bombardeamento de raios cósmicos. Na reação, um átomo de
Nitrogênio 14 absorve um nêutron, emite um próton e se transforma em Carbono 14 (C14),
que é rapidamente incorporado ao dióxido de carbono sendo assimilado por plantas no ciclo
do carbono. Sua meia vida é de 5.730 anos, data somente até 40.000 anos e tem sido utilizado
na datação do recuo das últimas capas de gelo continentais, mudanças na circulação ocêanica,
elevação pós-glacial do mar, ascensão da civilização humana, madeira, turfa, carvão, ossos,
folhas, manuscritos, roupagem de múmia e sambaquis.
Outros métodos: Tório 230; Tório 230 / Protactínio 231; Termoluminescência
DATAÇÃO RELATIVA (Escala do Tempo Geológico)
Tempo Geológico: consta do tempo decorrido desde o final da fase formativa da Terra até os
nossos dias. Antes da descoberta dos métodos de datação absoluta (radiometria), o tempo
geológico foi dividido em intervalos diversos, os quais em ordem decrescente de importância
hierárquica recebem a qualificação de éon, era, períodos, épocas e idades. Tais subdivisões
ainda se mantêm só que agora se conhece a amplitude cronológica absoluta das mesmas,
constituindo as unidades geocronológicas. Dá-se o nome de escala do tempo geológico, ao
arranjo das unidades geocronológicas por ordem de idade.
Métodos Biocronológicos: trata-se da datação relativa com base em elementos
paleontológicos, sou seja, nos fósseis. Este são encontrados nas rochas sedimentares e em
alguns tipos de rochas metamórficas (as derivadas das sedimentares), que sofreram
metamorfismo pouco intenso.
40
44. DERIVA CONTINENTAL
CONCEPÇÕES INICIAIS
a - Francis Bacon (Filósofo inglês), século XVII, formulou a hipótese de que, os continentes
com seus contornos, se encaixavam como peças de um quebra-cabeças e estariam se
afastando uns dos outros;
b - Alfred Wegener (Meteorologista alemão), formulou a hipótese de que toda a superfície
da Terra já constituíra um só super-continente PANGEA, que se rompeu, formado a
configuração atual dos continentes;
c - P. M. S. Blackett ; E. Bullard ; B. Hospero & S. K. Runcorn, demonstraram que as
diferentes direções de magnetização das rochas antigas, poderiam-se reunir em um modelo
estável, supondo-se que os continentes ter-se-iam movido em relação aos polos magnéticos;
d - R. S, Dietz denominou “expansão dos pisos oceânicos” à movimentação dos continentes;
e - R. Ewing & B. C. Heazen, sugeriram que um sistema de cordilheiras centro-oceânicas se
estendiam através de todos os oceânos do mundo;
f - P. M. Hurley, determinou a idade de muitas rochas Pré-Cambrianas na África e na
América do Sul, notando semelhança ao longo das costas destes continentes;
g - E. Suess, notou também uma correspondência íntima entre as formações geológicas
das terras do Hemisfério Sul, que os uniu dentro de um único continente que denominou de
Gondwana, e para o Hemisfério Norte Laurásia.
FATOS QUE COMPROVAM A TEORIA
1 - Encontra-se uma seqüência similar das camadas de idades Triássica na África, América
do Sul, Índia e outros continentes do Hemisfério Sul; sustentando a idéia de que o Hemisfério
Sul era um só continente: O Gondwana;
2 - Somente na África e na América do Sul, ocorre um répitl do Permiano, “Mesosaurus”,
que vivia em lagos de influência marinha;
3- A ocorrência do peixe Pirarucu somente no Brasil e na África;
4 - Homologia Geográfica: comparação dos contornos dos continentes;
5- Fisiografia dos fundos oceânicos, as rochas mais velhas das cadeias mesoceânicas estão
muito afastadas da fossa tectônica, enquanto que as mais jovens encontram-se mais próximas;
6 - As cadeias mesoceânicas acompanham as sinuosidades dos continentes;
7 - A datação de rochas na costa da África e América do Sul, indicam a mesma idade;
8 - Comparação das margens Leste (E) do Brasil com a Oeste (W) da África, incluíndo tipos
de rochas, fósseis, paleoclima, paleomagnetismo, glaciações e desertos;
9 - Associação da Assembléia Paleobiogeográfica do continente do Gondwana.
Ao longo do Tempo Geológico, os continentes foram se formando, juntando e
novamente se fragmentando (Ciclo de Wilson). As primeiras áreas continentais originaram o
continente UR, durante o período Arqueano. No período Proterozóico inferior formaram-se
algumas áreas continentais denominadas de Arctica, Baltica e Atlantica. No período
Proterozoico médio uniram-se a Arctica e a Baltica formando o continente Nena que por sua
vez, no Proterozóico superior, se uniu ao Atlantica e ao UR formando o supercontinente
42
45. Rodinia. Ainda neste período o Rodinia se fragmentou em três continentes: E -
Gondwana, W - Gondwana (Atlantica e outras placas da África) e Laurásia (Kazakistão, N
- China, S - China e outras placas que formavam a Ásia).
No Início do Paleozóico, período Cambriano, uniram-se E - Gondwana e W -
Gondwana formando o continente Gondwana. No período Carbonífero os continentes
Gondwana e Laurásia uniram-se e formaram o segundo Supercontinente, o Pangea, rodeado
pelo mar Pantalassa. No final do período Permiano, este supercontinente iniciou nova
fragmentação que se concretizou no periodo Triássico, resultando novamente em dois
continentes: o Gondwana e a Laurásia e entre eles o mar de Thethys. Ainda neste período o
Gondwana se dividiu em 4 continentes, África-América do Sul, Austrália-Antártida, India
e Madagascar. Durante o período Jurássico o continente Laurásia se dividiu e originou dois
outros continentes: América do Norte e Eurásia (Europa e Ásia), e entre estes se instalou o
Atlântico Norte. No final deste período a América do Sul e a África começaram a se
fragmentar e separam-se definitivamente no periodo Cretáceo. No período Terciário separou-
se a Antártida da Austrália, a India chocou-se com a Ásia, formando a Cordilheira do
Himalaia e a América do Sul ligou-se à América do Norte pelo Istmo do Panamá.
43
46. TECTÔNICA DE PLACAS
MECANISMO DAS PLACAS
O choque entre uma placa continental Margem Divergente “A” (América do Sul) e
uma placa Oceânica Margem Convergente “B” (Oceano Pacífico), resultou na destruição
das bordas de ambas as placas. A placa mais densa é empurrada para baixo (piso oceânico),
para a astenosfera, enquanto a placa mais leve (continente) é empurrada para cima, formando
montanhas (Ex.: Andes). Na astenosfera “C” ocorre a reabsorção dos materiais pesados, que
constituem o piso oceânico. O local de reabsorção denomina-se Zona de Subdução “D”.
O resultado do choque é a formação de uma bacia profunda “E”, onde, o material
erodido do continente é depositado nesta bacia, assim como ocorreu atividades plutônicas,
vulcânicas e sísmicas com dobramentos e falhamentos além da formação de montanhas. Ex.:
Andes.
Na Zona de Benioff (onde o piso oceânico mergulha na Astenosfera) o material é
reincorporado ao magma, favorecendo o aumento da pressão que provoca a saída de material
magmático pelas Fossas Tectônicas “G”, originando as Cadeias Mesoceânicas “H”. Parte
desse material é expelido e o restante, devido a um resfriamento rápido, se acumula na
própria fossa tectônica. Assim sempre que o material magmático sai, este pressiona as
paredes da fossa provocando uma força expansiva e conseqüentemente o afastamento das
placas ao longo das Cadeias Mesoceânicas.
O movimento do material magmático é caracterizado por diferenças de temperatura e
pressão entre a Mesosfera, que é mais quente e tem uma pressão maior em relação a
Astenosfera, originando assim movimentos de convecção da Mesosfera (mais quente) para a
Astenosfera (menos quente) Correntes de Convecção “I”. Tal convecção é auxiliada pelo
movimento de rotação terrestre e colabora com o movimento de afastamento, empurrando as
placas. (Figura 25)
Oceano
Pacífico Oceano Atlântico
B Améric
a G
do Sul ÁFRICA
+ D H
+ H
+
ASTENOSFERA
I I I
C
MESOSFERA
44
47. MOVIMENTOS TECTÔNICOS
ISOSTASIA
Dá-se o nome de isostasia, ao equilíbrio dos blocos continentais e oceânicos siálicos
que flutuam num substrato mais denso, astenosfera, obedecendo ao princípio de Arquimedes.
O plano de ajustamento dá-se a cerca de 50 Km de profundidade (Teorias de Airy e Pratt)
EPIROGÊNESE X EUSTASIA
Caracteriza-se por movimentos no sentido vertical de vastas áreas continentais, sem
perturbar localmente a disposição e a estrutura geológica das formações que compõem os
blocos afetados por estes movimentos. Em geral, na epirogênese pode-se observar,
simultaneamente, o levantamento de certas partes dos continentes acompanhados de
abaixamentos de outras partes, porém sempre à custa de movimentação vertical.
Na realidade, a definição original de epirogênese tem sido aos poucos modificada,
pois nas elevações continentais, estruturas do tipo arqueamentos e rupturas são verificadas,
principalmente no passado geológico. Apesar da grande lentidão dos movimentos
epirogenéticos (milhares de anos), seus resultados podem ser observados em muitos locais do
planeta. Nesta observação é importante assumir o nível do mar como sendo fixo e invariável
(nível de base).
O fenômeno de levantamento ou rebaixamento do nível marinho chama-se eustasia.
A retenção de água sob forma de extensas geleiras continentais resultam num abaixamento
no nível do mar. Por outro lado, a libertação da água pelo degelo a partir das geleiras produz
uma sensível elevação do nível do mar. Assim quando ocorre a glaciação, o nível do mar
baixa e se afasta do continente (regressão marinha), já no desgelo, o nível do mar se eleva e
avança sobre o continente (transgressão marinha).
OROGÊNESE
A orogênese é um movimento que se caracteriza sobretudo por resultar em formação
de montanhas. Os movimentos orogenéticos são relativamente mais que os epirogenéticos e,
quando se manifestam, geralmente deformam as camadas de rochas, na forma de grandes
falhamentos e/ou dobramentos.
Outros fatores, tais como vulcanismo e erosão também podem proporcionar o
aparecimento de montanhas.
RESULTADO DOS MOVIMENTOS
Uma vez formada uma rocha, qualquer que seja, com as suas características de textura
e estrutura próprias do ambiente em que se formou, podem ocorrer mudanças nas condições
iniciais. Estas mudanças vão imprimir novos caracteres que poderão mascarar ou mesmo
destruir os preexistentes.
45
48. Toda estrutura está sujeita a mudanças, passando de um estado inical para um final.
Esta passagem constitui a que se chama de deformação. Os fatores que influem na
deformação e comportamento dos materiais naturais são: homogenidade / heterogenidade,
isotropia/ anisotropia, descontinuidade / presença de fluidos, temperatura, pressão e tempo de
atuação dos esforços.
As diaclases são trincas ou planos que tendem a separar em duas partes (ou até mais)
um bloco de rocha primitivamente unico, ao longo do qual não se deu nenhum deslocamento
das partes separadas. Já as falhas são fraturas nas quais ocorre um deslocamento perceptível
das partes, o que se dá ao longo do plano de fratura. A amplitude deste deslocamento pode
ser de milímetro até muitas centenas de metros.
As dobras por sua vez são os melhores exemplos de deformação plástica (feições
ducteis). Normalmente, afetam as rochas que oferecem pouca resistência aos esforços
aplicados. A ação mecânica deve atuar lenta e demoradamente, pois, caso contrário dar-se-ia
a ruptura ao invés da torção (Figuras 11 e 12).
Figura 12: Dobras em depósitos sedimentares – Chile
Foto: Garcia & Bistrichi, 2001
Figura 13: Falhas em depósitos quaternários – Chile
Foto: Garcia & Bistrichi, 2000
46
49. AULA 9
VULCANISMO
O MAGMA: É uma mistura complexa de substâncias (sílica, silicatos diversos e alguns
óxidos) no estado de fusão, sendo umas mais ou menos voláteis, estas constituem a maior
parte do magma, e com um elevado ponto de fusão. Localiza-se na Astenosfera (manto
superior).
PLUTONISMO: A consolidação do magma ocorre no interior da crosta terrestre, originando
as rochas plutônicas ou intrusivas.
PLÚTONS: São os corpos de rochas magmáticas consolidadas em regiões profundas da
crosta, por ação do Plutonismo. Os Plútons podem ocorrer de duas formas:
a) formas concordantes: Formam-se quando a intrusão magmática intromete-se entre os
planos de estratificação da rocha encaixante em concordância. Os principais tipos destas
formas são: Sil, Lacólito, Lapólito e Facólito.
b) formas discordantes: São corpos intrusivos que não dependem de estratificação da rocha
encaixante, pois a cortam discordantemente. Os principais tipos destas formas são: Dique,
Neck, Apófise, Batólito e Stock.
VULCANISMO: É a ascensão de material magmático do interior da terra até à superfície
terrestre. Um vulcão possui um Edifício Vulcânico denominado de estrato-vulcão. Em
profundidade situa-se a câmara magmática, partindo dela a chaminé, que é adutora do
material vulcânico. A abertura afunilada é a cratera que se comunica com o exterior. A
montanha é formada pelo acúmulo de fragmentos intercalados de lavas. A Cratera consta da
boca afunilada que se forma pela explosão e verifica-se no início da atividade de certos
vulcões.
TIPOS DE ATIVIDADES VULCÂNICAS
ATIVIDADES INÍCIAIS:
- Tremores de terra
- Formação de fendas
- Explosão de gases e cinzas
- Derramamento de lava de modo explosivo
- Alternância de derrames de lavas e formação de material piroclástico.
ATIVIDADE DO TIPO RÍTMICA OU ESTROMBOLIANO
Exemplo: Vulcão Stromboli (Ilhas Lipai- Norte da Sicília)
ATIVIDADE DO TIPO VULCANIANA
Exemplo: Vulcão Vesúvio (Itália)
47
50. ATIVIDADE DO TIPO HAVAIANA
Exemplo: Vulcões Kilauea , Mauna Loa, Mouna Keia (Havaí)
ATIVIDADE DE FISSURA OU ERUPÇÃO LINEAR OU DO TIPO ISLÂNDICO
Exemplo: Vulcão Eldaja e Laki (Islândia)
ATIVIDADE OU TIPO PALEANO
Exemplo: Vulcão Mont Pelé (Martinica)
ATIVIDADE DO TIPO SUBMARINA
Exemplo: Arquipélago dos Açores
MATERIAIS PRODUZIDOS PELAS ATIVIDADES VULCÂNICAS
GASOSO: As exalações vulcânicas são formadas por gases produzidos pelas condições
físico-químicas do vulcão; temperatura, pressão, composição da lava e estado de selinidade
das atividades. O vapor d’água é o mais comum, mas ocorrem outros gases como hidrogênio,
oxigênio, dióxido de carbono, ácido clorídrico, hidróxido de enxofre, cloretos voláteis, fluor,
sulfetos, etc.
LÍQUIDO: A matéria líquida é representada pela lava, cujo comportamento após o derrame
decorre do tipo de composição química, viscosidade e quantidade de gases.
As Lavas são produtos sob a forma líquida ou fluida parcialmente desgaseificadas, são
prevenientes de grandes profundidades e atingem a superfície com temperaturas entre 600 e
1.200ºC. Os principais tipos de lavas são: lavas ácidas, lavas básicas e pillow-lava ou lava
almofadada.
SÓLIDO: Constam de fragmentos originados das rochas encaixantes que formam o cone
vulcânico e geralmente são lançadas durante as explosões vulcânicas ou do próprio magma
semi-solidificado ou consolidado.
Os materiais piroclásticos são: tufo vulcânico, blocos, bombas, lapilli, cinzas e correntes de
lama.
GÊISERES: São fontes quentes que expelem água intermitantemente, havendo grande
regularidade nos intervalos de repouso. Ocorrem em regiões de vulcanismo moderno e são
considerados como atividades finais do vulcanismo.
48
51. SISMOLOGIA
É o ramo da Geofísica que estuda os abalos sísmicos (terremotos), suas causas,
conseqüências e previsões.
SISMO OU TERREMOTO: Trata-se de uma vibração na superfície terrestre, produzida por
forças naturais, situadas no interior do planeta a profundidades variáveis.
FOCO OU HIPOCENTRO: Consta do local no interior do planeta onde se originam as
ondas sísmicas. A maioria localiza-se a menos de 50 Km de profundidade.
EPICENTRO: Consta do local na superfície terrestre, situada acima do hipocentro,onde o
sismo apresenta a sua maior intensidade e ocorre a liberação de grande quantidade de energia.
SISMÓGRAFOS: São aparelhos que detectam e registram de modo contínuo, em gráficos,
as ondas sísmicas originadas no foco ou hipocentro.
MAREMOTOS OU TSUNAMIS: Os sismos cujos os epicentros se localizam em áreas
oceânicas originam freqüentemente ondas gigantescas que se deslocam a grandes velocidades
arrasando as regiões costeiras quando as atinge.
ONDAS SÍSMICAS: No interior do planeta ocorrem perturbações que atingem a superfície
terrestre através das ondas sísmicas, originando os terremotos (sismos). A velocidade das
ondas sísmicas varia diretamente com a rigidez das rochas e inversamente com a densidade.
Ondas P ou Primae: são ondas rápidas, longitudinais, propagam-se em profundidade e
chegam em primeiro lugar ao epicentro.
Ondas S ou Secundae: ondas transversais com menor velocidade que as ondas P e
propagam-se em profundidade, chegam em segundo lugar e caracterizam por não se
propagarem em meios fluidos.
Ondas L ou Longae: são ondas superficiais, que se originam a partir das ondas P e S. São
mais rápidas nos pisos oceânicos que nos continentes e ocasionam as maiores destruições na
superfície terrestre.
CAUSAS DOS SISMOS
CAUSAS ATECTÔNICAS:
Desmoronamentos Internos Superficiais provocam sismos de pouca intensidade, são
locais e atectônicos.
Exemplos: Podem ser provocados pelo desmoronamento do teto de cavernas
profundas, pela dissolução de rochas através de águas subterrâneas.
O colapso de parte do edifício vulcânico pode provocar abalos, devido ao vazio
formado pela saída de grande quantidade de lava, formando caldeiras de abatimento.
49
52. Acomodação de sedimentos, pelo próprio peso, como em locais onde existem
camadas espessas de argila, que é uma rocha lisa e escorregadia.
Os abalos sentidos em São Paulo (Av. Paulista) e a oscilação sentida nos últimos
andares dos prédios.
CAUSAS VULCÂNICAS:
As atividades vulcânicas podem originar sismos locais de pequena intensidade. São
provocados por explosões internas, colapsos ou acomodações verificadas nos vazios
resultantes da explosão vulcânica.
Geralmente as erupções vulcânicas são antecedidas por sismos, que se originam
devido à força com que os gases e o magma se deslocam até à superfície terrestre.
CAUSAS TECTÔNICAS:
São responsáveis pelos grandes sismos, com focos e epicentros em regiões sujeitas a
vulcanismo recente, tectonicamente instáveis, com levantamentos, dobramentos e
falhamentos.
Os movimentos tectônicos profundos provocam a maioria dos sismos, sendo que 42
% se localizam na orla do Pacifíco “círculo do fogo”.
A causa principal dos grandes sismos (os mais catastróficos), cujos focos se
encontram ao longo da Zona de Benioff, onde ocorre o acúmulo de energia devido as forças
tectônicas das placas (convergente e divergente). Como os focos estão próximos à superfície
terrestre, acarretam na formação de falhas por esforços preferenciais que atuam sobre as
rochas nas áreas de instabilidade tectônica.
50
53. AULA 10
NOÇÕES DE CARTOGRAFIA
ESCALAS NUMÉRICAS E GRÁFICAS
Escalas de mapas: a representação total ou parcial da superfície terrestre é feita através de
cartas ou mapas topográficos, onde se inclui a aplicação de princípios de escalas.
Escala: é uma relação matemática que indica quantas vezes as dimensões reais do
terreno são maiores que as dimensões representadas na carta. Indica quantas vezes a realidade
que estamos representando no papel, foi reduzida. Portanto, a escala é o quociente entre as
distâncias medidas sobre o mapa e as correspondentes distâncias reais sobre o terreno.
a) Escala Numérica: é a forma fracionária de indicação. Os valores são
apresentados numa razão (1 / 100.000) ou proporção (1:100.000), onde cada 1 cm do
papel equivale a 100.000 cm no terreno, ou seja 1 Km, conforme representação
abaixo:
1 0 0 . 0 0 0
Km hm dam m dm cm
b) Escala Gráfica: permite medir as distâncias nos mapas. É uma reta dividida em
partes iguais, onde cada divisão corresponde a certo número de metros ou
quilômetros, dependendo da escala, mostrando a relação com as dimensões do terreno.
Ex.: Escala Numérica: 1:3.000.000 onde cada 1cm equivale a 30 Km, representamos
gráficamente da seguinte forma.
1 cm
30 0 30 60 90 Km
51