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FACULDADE METODISTA GRANBERY – FMG
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

GABRIEL GUARABYRA

APLICABILIDADE DOS MODELOS DE PERIODIZAÇÃO:
TRADICIONAL, DE BLOCOS E NÃO-LINEAR

JUIZ DE FORA
2
2009
GABRIEL GUARABYRA

APLICABILIDADE DOS MODELOS DE PERIODIZAÇÃO:
TRADICIONAL, DE BLOCOS E NÃO-LINEAR

Projeto de Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado pelo discente Gabriel
Guarabyra

à

Faculdade

Metodista

Granbery como requisito para obtenção
do título de bacharel em Educação Física.
Turma: 8EB1
Orientador

de

TCC:

CARLOS LACORDIA.

JUIZ DE FORA

Prof..ROBERTO
3
2009
GABRIEL GUARABYRA

APLICABILIDADE DOS MODELOS DE PERIODIZAÇÃO:
TRADICIONAL, DE BLOCOS E NÃO-LINEAR

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito à obtenção do
título de bacharel em Educação Física da Faculdade Metodista Granbery

Juiz de Fora, 20 de novembro de 2009.

______________________________________________________
Professor orientador: Roberto Carlos Lacordia

_______________________________________________________
Professor examinador: Denise de Souza Destro
4
__________________________________________________________________________

Professor examinador: Carlos Augusto Porto Gribel

RESUMO

A noção de treinamento desportivo já existia na antiguidade e passou por
grandes mudanças no decorrer da história, especialmente a partir da década
de 50 do século passado, com a teoria da periodização clássica de Matveev,
que propôs novas formas de organização da temporada. A partir daí, novos
modelos vem sendo adaptados e desenvolvidos a fim de alcançar a estrutura
ideal para obtenção de altos resultados no esporte. Na década de 70, surge o
modelo de blocos de Verkhoshanski e, mais recentemente, a periodização nãolinear aponta para novas metodologias de treinamento. Esse trabalho é uma
revisão bibliográfica que pretende analisar aspectos desses modelos de
periodização e suas aplicabilidades.

Palavras-chave: Treinamento desportivo; Modelos de periodização
5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Modelos de Macrociclos...................................................................10
Figura 2 - Macrociclo Tradicional .....................................................................11
Figura 3 - Periodização simples....................................................................... 16
Figura 4 – Periodização em Blocos...................................................................18
Figura 5 – Periodização em Blocos para Lutas.................................................19
Figura 6 – Periodização Não-linear...................................................................21
Figura 7 – Periodização Não-linear para Treinamento de Força......................21
Figura 8 – Periodização Não-linear para Treinamento de Força 2...................22
6

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................6
2. ESTRUTURA DO TREINAMENTO ........................................................8
2.1 Macrociclo.................................................................................................8
2.2 Mesociclo.................................................................................................11
2.3 Microciclo................................................................................................12
3. MODELO CLÁSSICO DE PERIODIZAÇÃO .....................................15
4. MODELO DE BLOCOS..........................................................................17
5. PERIODIZAÇÃO NÃO-LINEAR ...........................................................20
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 23
7. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 25
7

1 INTRODUÇÃO
A busca pela maior capacidade de desempenho físico sempre
esteve presente na história da humanidade. A força e a velocidade por muitos
séculos foram decisivas na sobrevivência de nossa espécie e desde a
antiguidade vem sendo desenvolvidas, através das artes da guerra ou em
disputas por poder, fama e status social.
Na Grécia Antiga já existia a noção de periodização do
treinamento e embora fosse utilizada para fins militares, serviu também como
forma de preparação de atletas para competições esportivas (Bompa 2002).
Segundo Gomes (2002) nos últimos cinqüenta anos a
periodização do treinamento desportivo sofreu mudanças freqüentes com as
transformações ocorridas nos mais diversos desportos. Ele divide a história dos
modelos de periodização em três etapas, sendo a primeira até 1950, início da
sistematização do treinamento; a segunda de 1950 até 1970, quando o modelo
clássico começa a ser questionado e surgem novas propostas; e de 1970 até
hoje, onde a evolução do conhecimento é cada vez maior.
A periodização do processo de treinamento desportivo consiste,
antes de tudo, em criar um sistema de planos para distintos períodos que
perseguem um conjunto de objetivos mutuamente vinculados (Gomes;
Zakharov 2003).
Hoje em dia, é cada vez maior a necessidade de um
planejamento estruturado para toda temporada de competições das diversas
modalidades esportivas, e a expectativa por melhoras nos resultados e no
desempenho dos atletas exige um melhor desenvolvimento de todas as áreas
relacionadas à performance desportiva (Granell; Cervera 2001).
Segundo Dantas (2003), a Periodização é o planejamento geral e
detalhado do tempo disponível para treinamento, de acordo com os objetivos
estabelecidos e respeitando-se os princípios científicos do exercício desportivo.
Bompa (2002) afirma que a periodização é o processo de
estruturação do treinamento em fases, enquanto Tubino (1980) a classifica
como a divisão do treinamento desportivo de alto rendimento em etapas.
8
O modelo tradicional de periodização foi proposto por Matveev na
década de 50 e dividi-se em períodos de preparação, competição e transição,
inicialmente com um peak por temporada.
Dantas (2003) define o peak como o ápice das formas física,
técnica, tática e psicológica, atingido por um atleta como resultado de um
programa de treinamento.
Mais tarde Verkhoshanski apresentou seu modelo em blocos que
visava

propiciar uma

melhor adequação

ao

calendário

moderno

de

competições, que exige Peaks múltiplos por temporada. Segundo Granell e
Cervera (2003), o propósito fundamental do modelo de blocos é impedir índices
de fadiga desnecessários.
Recentemente, Fleck e Kraemer vêm desenvolvendo o conceito
de periodização não-linear ou ondulatória, que provavelmente teve seu início
na década de 80 com a aplicação de períodos de duas semanas que utilizam
diversas zonas de treinamento que variavam de acordo com as necessidades
de cada atleta (Poliquin apud Kraemer e Fleck 2009).
Gomes (2002) afirma que o tipo de periodização escolhida deve
permitir que o atleta alcance a melhor forma desportiva nas principais
competições do ano o que, em grande parte, é determinado pela dinâmica do
ciclo anual.
Verkhoshanski (2001) reafirma a necessidade de entendimento
das aplicabilidades dos modelos de periodização quando diz que a base da
organização da periodização

envolve

a maneira de

tomar decisões

relacionadas à definição da estratégia de preparação geral e à escolha das
principais alternativas referentes à formação do processo de treino em todos os
níveis e detalhes.
Em função desses referenciais que contemplam os modelos de
periodização, faz-se necessário buscar na literatura um melhor entendimento
desses modelos, para que os profissionais da área possam entender melhor
cada um e aplicá-los às suas realidades distintas.
Esse trabalho é uma revisão bibliográfica com o objetivo de
analisar aspectos desses três tipos de periodização, utilizados no treinamento
de atletas de alto nível, e suas aplicabilidades.
9

2 ESTRUTURA DO TREINAMENTO
2.1 Macrociclo
Segundo Dantas (2003) o macrociclo de um treinamento de alto
nível terá três períodos: Preparação, Competição e Transição executados
dentro de uma temporada, com o objetivo de levar atletas ou equipes a sua
melhor performance nas competições escolhidas, dentro de um planejamento
previamente realizado.
Weineck (2003) divide o período preparatório em duas fases. Na
primeira há uma predominância de exercícios de condicionamento geral, e na
segunda fase ocorre uma redução do volume e aumento da intensidade do
treinamento.
O período preparatório deve assegurar o desenvolvimento das
possibilidades funcionais do organismo do desportista e pressupõe a solução
de tarefas de aperfeiçoamento de vários aspectos específicos do estado de
preparação.

Em

conexão

com

isto,

podem-se

destacar,

no

período

preparatório, as etapas de preparação geral e de preparação especial (Gomes;
Zakharov 2003).
Dantas (2003) afirma que a fase básica do período de preparação
deve possibilitar uma preparação geral e a fase específica uma preparação
específica, ou seja, durante a fase básica a principal necessidade do
treinamento é a criação de uma boa base física e técnica, sendo trabalhadas
as qualidades físicas ligadas ao esporte, a formação geral e o lastro fisiológico
do atleta. Na fase específica, ainda de acordo com Dantas, é que,
aproveitando-se das adaptações da fase básica, o atleta alcançará a forma
atlética almejada.
Oleshko (2008) conclui que a capacidade de treinamento do
atleta dividi-se em geral e especializada, onde a capacidade geral é o processo
de ajuste do organismo a exercícios de força inespecíficos, de caráter geral,
orientados para o fortalecimento da saúde, aumento das capacidades
funcionais e desenvolvimento das qualidades físicas, enquanto a capacidade
de treinamento especializada é o processo de aperfeiçoamento do tipo de
atividade muscular própria da modalidade praticada.
10
O período de competição é a etapa onde o atleta deve atingir o
peak do treinamento e a obtenção dos resultados planejados desde a fase
preparatória.
Para Dantas (2003) é neste período que os atletas, atingindo o
peak, realizarão na competição alvo a sua performance máxima. A ênfase
deverá ser a formação específica, apenas complementada por exercícios de
características gerais.
Gomes; Zakharov (2002) afirmam que o período competitivo
pressupõe a estrutura direta da forma desportiva, sua realização em resultados
desportivos altos nas competições principais, assim como a manutenção do
nível de preparação atingido.
Segundo Weineck (2003) o período competitivo possibilita o
desenvolvimento do desempenho individual e sua estabilização. Ele afirma
ainda que a qualidade e a quantidade de estímulos na competição dependem
da capacidade individual do atleta.
Na fase de transição, o atleta deverá recuperar-se de todo stress
produzido até então e obter condições de retornar ao treinamento em
condições satisfatórias para a próxima temporada.
O período de transição destina-se a proporcionar ao atleta uma
recuperação física e mental após os extremos esforços a que se submeteu nas
competições que ocorreram no período anterior (Dantas 2003).
Para Gomes e Zakharov (2002), o período transitório deve
restabelecer completamente o potencial adaptativo do organismo do atleta e
servir de elo de ligação entre os macrociclos de preparação.
Gomes (2002) identifica diferentes pontos de vista quanto à
estrutura do período transitório de descanso passivo ou as formas ativas de
recuperação. No caso do descanso passivo, permite-se a recuperação
completa do estado psíquico do desportista, no entanto seu condicionamento
apresenta uma redução bastante significativa, o que exige um grande esforço
no início da temporada seguinte e uma maior demanda de tempo de trabalho.
Já nas formas ativas de recuperação procura-se assegurar um descanso
suficiente, porém com uma manutenção da condição física geral do atleta,
levando-se em conta o seu estado individual.
11
Weineck (2003) observa que há perda inevitável do estado de
desempenho, com redução do volume e intensidade do treinamento, e
recomenda que a recuperação ativa seja feita através de esportes que
promovam o equilíbrio, o que evita uma queda muita intensa da performance,
por exemplo, com a inclusão de jogos e treinamento cruzado.
Para Oleshko (2008), é sabido que o atleta não é capaz de
manter a forma desportiva por longos períodos de tempo e deve haver uma
perda de forma no período transitório afim de que esta possa ser prontamente
recuperada assim que recomeçam as atividades normais de preparação.
Os macrociclos podem apresentar-se das seguintes formas:

Fonte: Dantas (2003)

Dantas (2003) propõe um macrociclo adaptado ao de Matveev, o
macrociclo

de

meeting,

que

permite

a

manutenção

de

níveis

de

condicionamento durante toda a temporada, porém com peaks de acentuação
discreta, ou seja, menos expressivos que na periodização tradicional. A
vantagem desse tipo de macrociclo é a de permitir que o atleta mantenha uma
boa média de desempenho em diversas competições, o que pode ser
interessante do ponto de vista das premiações ao longo da temporada.
12

Fonte: Dantas 2003

2.2 Mesociclo
Dantas (2003), afirma que mesociclo é o elemento da estrutura
da periodização que possibilita a homogeneização do trabalho proposto. Para
ele, mesociclos bem estruturados facilitarão o alcance de objetivos parciais e
favorecerão uma oscilação de cargas mais conveniente.
O mesociclo pode variar de 3 a 6 semanas e, para Gomes (2002)
ele representa o elemento da estrutura de preparação do atleta orientado para
a solução das tarefas de determinado período de tempo. Quanto aos indícios
que permitem classificar os mesociclos, ele destaca:
- a principal tarefa a ser resolvida pelo mesociclo no sistema de
preparação;
- o momento do referido mesociclo na estruturas do macrociclo de
preparação;
- a composição dos meios e métodos de treino aplicados no
mesociclo;
- os tipos de microciclos que compõem o conteúdo predominante
do mesociclo estabelecido; e
- a grandeza das cargas e sua dinâmica no mesociclo.
O organismo apresenta um grau de reação estruturado de forma
que possibilite uma reação ativa em aproximadamente 10 dias, seguida de uma
estabilização até cerca de 20 dias e uma reação residual entre 20 e 30 dias
13
(Dantas 2003). Por isso o autor afirma que o mesociclo deve ter de 21 a 35
dias em média, para possibilitar a melhora do nível do treinamento ao longo do
tempo, pela aplicação correta da carga em todos os graus da reação do
organismo do atleta.
Segundo Zakharov e Gomes (1992), citados por Dantas (2003),
existem sete tipos de mesociclos:
- Incorporação: Assegura a passagem do organismo do atleta do
estado reduzido da atividade de treino para níveis competitivos, sendo usado
no início do período de preparação.
- Básico: Propicia a adaptação fisiológica do organismo à carga
aplicada. Dependendo do tempo disponível, devem ser usados quantos
mesociclos básicos forem possíveis.
- Estabilizador: Deve consolidar as adaptações orgânicas
alcançadas nas fases anteriores.
-

Controle: Geralmente é o mesociclo que termina o período

preparatório. Deve favorecer a transferência do condicionamento físico obtido
para as exigências dos mesociclos competitivos.
- Pré-competitivo: Aumenta a performance do atleta através da
aplicação de cargas de grande intensidade e assegura a preparação imediata
para a competição.
- Competitivo: Dantas (2003) afirma que esse mesociclo não possui
estrutura

pré-estabelecida,

pois

está

subordinado

às

exigências

de

performance. Gomes (2002) observa que o seu conteúdo deve ser determinado
pela especificidade da modalidade desportiva, particularidades do calendário e
qualificação do atleta, e lembra que é conveniente destacar o mesociclo de
competições principais e de preparação.
- Recuperativo: Utilizado no período de transição deve propiciar a
recuperação metabólica e psicológica do atleta, após um período prolongado
de cargas máximas de treinamento e de competição.

2.3 Microciclo
Dantas (2003) define microciclo como a menor fração do
processo de treinamento. Em um mesmo microciclo devem estar presentes
14
fases

de

estímulo

e

recuperação,

afim

de

que

o

processo

de

supercompensação possa ser conduzido de forma apropriada, melhorando o
condicionamento do atleta.
O microciclo deve ser constituído de forma que cada sessão de
treinamento contenha exercícios específicos para o desenvolvimento de
velocidade, da força rápida, técnica e coordenação, visando o desempenho
ideal (Harre 1976 apud Weineck 2003).
Para Gomes e Zakharov (2003) o microciclo pode ter de 3 a 14
dias, no entanto o microciclo mais utilizado é o de sete dias, para facilitar a
coordenação com a vida normal do indivíduo.
O microciclo é uma fração indivisível do plano de treinamento,
portanto não se deve mudar as qualidades físicas que estão sendo
trabalhadas, nem a ênfase sobre o volume e a intensidade de treinamento
Dantas (2003).
Matveev classificou originalmente os microciclos em
desenvolvimento, preparação, competição e regenerativo. No microciclo de
desenvolvimento há uma ênfase no desenvolvimento global ou específico; no
de preparação, deve-se transferir as aptidões desenvolvidas para o
desempenho específico; no de competição, o objetivo é programar atividades
para os dias antes e após uma competição; e o microciclo regenerativo deve
recuperar a condição ótima do organismo do indivíduo.
Atualmente, encontramos a seguinte classificação, validada por
Dantas (2003) e Zakharov; Gomes (1992):
- Incorporação: Permite a passagem gradual do atleta do período
de transição para uma carga maior de treinamento.
- Ordinário: Melhora o condicionamento do atleta através de
adaptações orgânicas.
- Choque: É caracterizado pela maior aplicação de cargas do
mesociclo.
- Recuperação: Propicia a restauração ampliada da homeostase do
atleta, apresentando estímulos reduzidos e maior período de descanso.
- Pré-competitivo: Procura deixar o atleta em plenas condições de
competir, transferindo as adaptações do treino para a realidade da competição.
15
- Competitivo: Assim como o mesociclo, não possui estrutura prédeterminada e depende das características da competição.
16

3 MODELO CLÁSSICO DE PERIODIZAÇÃO
Na década de 50, Matveev propôs o modelo clássico de
periodização em que dividiu as fases de preparação do atleta em períodos
específicos de tempo e estruturou o macrociclo na forma de ciclos anuais, que
por sua vez são formados por mesociclos, com duração de 4 a 6 semanas e
microciclos, geralmente de 7 dias, adaptados ao calendário civil.
Como se vê em Gomes (2002) o planejamento de Matveev
afirmava que:
- As condições climáticas são fatores determinantes na
periodização do treinamento desportivo;
- O calendário de competições influi na organização do processo
de treinamento;
- As leis biológicas devem servir como base para a periodização
do treinamento;
-

A unidade de formação especial e geral do desportista deve ser

respeitada;
- O caráter contínuo do processo de treinamento deve combinar
sistematicamente carga e recuperação;
- Deve haver um aumento progressivo e máximo dos esforços do
treinamento;
- É necessária uma variação ondulante das cargas de treinamento.
O modelo tradicional de Matveev foi criticado por diversos autores
que identificaram em seu trabalho alguns aspectos negativos. Gomes (2002)
cita os seguintes fatores:
- Excessivo trabalho de preparação geral;
- Desenvolvimento simultâneo de diferentes capacidades em um
mesmo período de tempo;
- Cargas repetitivas durante períodos de tempo prolongado;
- Pouca importância destinada aos trabalhos específicos.
Apesar das críticas sofridas e de outras propostas adaptadas ao
seu modelo, o principal referencial da época é o sistema de Matveev.
17
Exemplo de periodização simples com um período de competição
anual:

Fonte: Gomes (2002)
A periodização Linear é uma metodologia que se refere à prática de
aumentar continuamente o nível de exigência sobre o atleta à medida que ele
se torna capaz de produzir mais força ou tenha mais resistência seja através do
aumento do volume ou da intensidade (Rhea et a, 2003).
18

4 MODELO DE BLOCOS
Em 1979, o russo Yuri Verkhoshanski criou o chamado modelo
de blocos, que permite a obtenção de vários peaks por temporada, exigência
da evolução dos desportos e aumento do número de competições no
calendário anual.
O esporte nos dias atuais possui novas características com
grande influência na preparação dos desportistas, determinando para o
treinador novas tarefas mais complexas e exigindo formas diferentes das
tradicionais na organização do processo de treino (Verkhoshanski 2001).
Para Verkhoshanski, a preparação deve basear-se no princípio
de programa e objetivo, que assegura o cumprimento de determinadas tarefas
em certo período de tempo, em geral de 3 a 5 meses, assegurando sua
realização. Os microciclos então não são a forma principal de formação do
treino, como na periodização clássica, e a preparação especial tem sua
importância elevada.
Segundo Verkhoshanski (2001), a periodização pode ser
estruturada da seguinte maneira:
- aumento do potencial locomotor (objetivo da preparação física
especial);
- aperfeiçoamento da habilidade de seu uso efetivo no exercício
competitivo (objetivo da preparação técnico-tática);
- nível elevado e segurança do nível desportivo (objetivos da
preparação competitiva e psicológica).
O modelo de blocos é formado por uma concentração de cargas
de treinamento direcionadas à melhora da força em dois ou mais blocos de
treinamento a cada intervalo de dois meses e meio, mas apesar da exigência
desse objetivo principal, as cargas de treinamento se direcionam também para
o desenvolvimento de outros objetivos complementares para estimular os
efeitos de treinamento necessários ( Granell; Cervera 2001). Segundo esses
autores, cada bloco não forma uma estrutura isolada, de maneira que parte do
conteúdo de um bloco sobrepõe-se ao seguinte e assim sucessivamente, de
acordo com o princípio de aproveitamento dos efeitos do treinamento.
19
Para Gomes (2002) no modelo de blocos sempre existe uma
concentração de cargas e sua distribuição ao longo do ciclo anual de
treinamentos. No bloco A, verifica-se um grande volume, o maior da
temporada, que deve desestabilizar os níveis de performance adquiridos
anteriormente, provocando um decréscimo físico, técnico e tático decorrente da
fadiga e criando condições para posteriores adaptações. Sua duração é de
aproximadamente12 semanas. O bloco B dura por volta de dois e meio a três
meses e nele ocorre a diminuição do volume até níveis que permitam o
aperfeiçoamento das capacidades competitivas do desportista, preparando-o
para o bloco C, onde se encontram as principais competições.
Exemplo de gráfico de periodização em blocos:

Adaptado de Commeti (1991) Disponível em: http://correblog.wordpress.com/tag/treinamento/

Na periodização em blocos, cada microciclo tem a duração de
aproximadamente

quatro

semanas,

embora

essa

estrutura

não

seja

inteiramente rígida e possa ser modificada de acordo com as exigências
características de cada planejamento e suas relações com as especificidades
do esporte (Gomes 2002).
20
Modelo de periodização para lutas desportivas em blocos:

Fonte: Gomes 2002

A periodização por blocos não precisa necessariamente conter os
três blocos de treinamento, mas o bloco C (competitivo) estará sempre
presente (Gomes 2002).
21

5 PERIODIZAÇÃO NÃO-LINEAR
A origem exata da periodização não-linear é desconhecida, mas
Poliquin apud Kraemer e Fleck (2009) especula que tenha sido criada no final
da década de 80, com utilização de períodos de duas semanas com diferentes
zonas de treinamento.
A periodização não linear ou ondulatória é caracterizada pelo
trabalho misto que engloba exercícios para o desenvolvimento simultâneo da
hipertrofia, resistência muscular e força máxima (Kraemer;Fleck 2009).
Na periodização não-linear, volume e intensidade variam dentro
de um microciclo e há diversas formas de se organizar o treinamento. Kraemer
e Fleck (2009) explicam que na periodização não-linear não são empregados
períodos longos de treino usando a mesma intensidade e volume. Uma vez que
as zonas de treinamento são escolhidas podem facilmente ser modificadas. Na
hipótese de uma de três sessões semanais ser perdida, a primeira sessão da
semana seguinte deverá usar a zona que não foi empregada na semana
anterior, dando início a um novo ciclo.
Em caso de sinais de fadiga do atleta, a qualquer momento a
sessão pode ser modificada de acordo com o seu estado de prontidão para
treinar, ou seja, se uma sessão forte de treinamento de potência estiver
planejada para aquele dia, mas o atleta estiver cansado física ou
psicologicamente, é possível inverter a ordem das sessões naquela semana
(Kraemer;Fleck 2009).
22
A periodização não-linear é mais flexível em relação à obtenção
de peaks e permite exposição mais freqüente a diversos estímulos de carga,
não progredindo da forma tradicional aumento da intensidade com diminuição
gradativa do volume como na periodização clássica, mas sim com a variação
programada

de

volume

e

intensidade

resultando

em

ganhos

de

condicionamento decorrente de períodos de treinamento. Já os períodos de
recuperação geralmente são programados para cada 12 semanas de
treinamentos (Kraemer; Fleck 2009).
Periodização não-linear de uma equipe de basquete feminino. O
volume foi reduzido no início das competições, por volta da 73ª sessão:

Fonte: Kraemer e Fleck 2009

No treinamento de força, os programas-padrão não-lineares
podem ser direcionados a qualidade física que se deseja priorizar em
determinada fase da periodização. Kraemer e Fleck (2009) sugerem um plano
23
de ação com um elemento prioritário que dominará o número de sessões de
treinamento.
Exemplo de mesociclo na periodização não-linear com ênfase na
força:

Nesse caso, o mesociclo apresenta 18 sessões com intensidade
alta a muito alta e apenas 3 sessões de intensidade moderada.
Exemplo de mesociclo com ênfase na resistência e preparação
geral:

Para resistência, encontramos 19 sessões com cargas leve ou
muito leve.
Na periodização não-linear, encontramos grande variação de
volume e intensidade entre sessões de treinamento.
24

6 Considerações finais
Segundo Gomes (2002) a estrutura de preparação do atleta ou
equipe em um ciclo de treinamento é uma tarefa difícil de ser resolvida e o
problema relacionado à sua estruturação ocupa lugar de destaque na teoria de
preparação do atleta desde a década de 50. Para o autor, “ o principal objetivo
das novas buscas metodológicas visa assegurar a prontidão do atleta para
obtenção de resultados altos no maior número possível de competições
durante o ciclo anual” (Gomes 2002,p.133).
Granell e Cervera (2001) observam que os novos conhecimentos
a respeito do efeito das cargas e suas adaptações orgânicas, novas formas de
treino e complexidade do desporto contemporâneo fizeram com que surgissem
novas formas de organização e programação do processo de treinamento.
Gomes e Zakharov (2003) destacam os seguintes fatores na
escolha da variante anual de treinamento:
- o objetivo da preparação no macrociclo condicionado pelo
calendário.
- a quantidade de componentes de preparação que exige
aperfeiçoamento especial durante o ano.
25
- o ritmo de aperfeiçoamento dos aspectos dominantes da
preparação.
- o lugar do macrociclo na preparação de muitos anos.
- as particularidades individuais do desenvolvimento da forma
desportiva.
- as condições climáticas, técnicas e materiais de preparação.
Para Dantas (2003) o macrociclo tradicional deve ser usado em
ano de olimpíadas, campeonatos mundiais e tentativas de quebra de recordes,
por permitir a obtenção de um peak mais acentuado, porém por menos tempo.
Esse modelo segue um padrão geral de decréscimo do volume e aumento da
intensidade na medida em que o ciclo se desenvolve.
Segundo Gomes (2002) a estrutura da periodização com um
peak anual seria mais eficiente para esportes de temporada, com períodos
competitivos não muito extensos, variando de dois a cinco meses.
O modelo de blocos de Verkhoshanski possibilita vários peaks
por temporada e a elevação dos níveis de performance, sendo que o conteúdo
dos

exercícios

apresenta

uma

característica

similar

ao

competitivo

(Gomes2002).
Para Verkhoshanski (2001) a preparação deve basear-se nas
novas exigências específicas de cada modalidade e etapa do treinamento,
considerando-se o calendário e a capacidade de adaptação do organismo em
trabalho muscular de alta intensidade.
Por suas características fundamentais, o modelo de blocos
possivelmente será mais eficiente se utilizado principalmente em esportes em
que o desempenho esteja vinculado à maiores exigências físicas do atleta, em
modalidades individuais de força explosiva ou máxima e também de
resistência, já que a proposta desse modelo é justamente propiciar o
incremento da forma desportiva em atletas de alto nível, já muito bem
condicionados.
A periodização não-linear, como se vê em Kraemer e Fleck
(2009) é mais flexível no que se refere a como e quando o peak será
desenvolvido. Segundo os autores, o método não-linear aumenta a capacidade
dos atletas de se desenvolverem fisicamente, mesmo durante um período de
competições, quando ocorre a redução do treinamento, devido ao sistema de
26
variação de cargas e suas ações sobre a recuperação do organismo. Esse tipo
de periodização tende a se mostrar útil nas modalidades com longos períodos
competitivos, onde um alto desempenho deve ser sustentado pelo maior tempo
possível.
Seja qual for a forma de periodização escolhida deve-se sempre
levar em consideração os princípios do treinamento desportivo, as exigências
biológicas dos atletas e as particularidades do esporte, bem como os
constantes avanços nas áreas técnica e científica.

7 Referências
BOMPA, Tudor. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 4. ed.
São Paulo: Phorte, 2002.
DANTAS, Estélio H. M. A prática da preparação física. 5ªed. Rio de Janeiro:
Shape,2003.
GOMES, Antônio Carlos. Treinamento
periodização. Porto Alegre: Artmed 2002.

desportivo:

Estruturação

e

GOMES, Antônio Carlos; ZAKHAROV, Andrei. Ciência do treinamento
desportivo. 2ªed. Rio de Janeiro: Palestra Sport 2003.
GRANELL, José Campos; CERVERA, Victor Ramón. Teoria e planejamento
do treinamento desportivo. Porto Alegre: Artmed 2003
KRAEMER, William J.; FLECK, Steven J. Otimizando o treinamento de força:
Programas de periodização não-linear. Barueri, SP: Manole 2009.
MOURA, Nélio A.; MOURA, Tânia F. de Paula. Princípios do treinamento
para saltadores: implicações para o desenvolvimento da força muscular.
Disponível em: <http ://correblog.wordpress.com/tag/treinamento/> acessado
em 20 de novembro de 2009.
27

OLESHKO, V.G. Treinamento de força: Teoria e prática do levantamento
de peso, Powerlifting e Fisiculturismo. São Paulo: Phorte 2008.
RHEA et al. A meta-analysis to determine the dose response for strength
development. Med. Sci. Sports Exerc. 35: 456-464, 2003. Disponível em:
<http://www.arturmonteiro.com.br/2009/06/periodizacao-no-treinamento-deforca-linear-e-ondulatoria-primeira-parte/
TUBINO, Manoel J. Gomes. Metodologia científica do treinamento
desportivo. São Paulo: Ibrasa 1980.
VERKHOSHANSKI, Yuri V. Treinamento desportivo: Teoria e metodologia.
Porto Alegre: Artmed 2001.
WEINECK, Jurgen. Treinamento ideal. São Paulo: Manole 2000.

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Aplicabilidade dos modelos de periodização tradicional, de blocos e não-linear

  • 1. FACULDADE METODISTA GRANBERY – FMG CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA GABRIEL GUARABYRA APLICABILIDADE DOS MODELOS DE PERIODIZAÇÃO: TRADICIONAL, DE BLOCOS E NÃO-LINEAR JUIZ DE FORA
  • 2. 2 2009 GABRIEL GUARABYRA APLICABILIDADE DOS MODELOS DE PERIODIZAÇÃO: TRADICIONAL, DE BLOCOS E NÃO-LINEAR Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelo discente Gabriel Guarabyra à Faculdade Metodista Granbery como requisito para obtenção do título de bacharel em Educação Física. Turma: 8EB1 Orientador de TCC: CARLOS LACORDIA. JUIZ DE FORA Prof..ROBERTO
  • 3. 3 2009 GABRIEL GUARABYRA APLICABILIDADE DOS MODELOS DE PERIODIZAÇÃO: TRADICIONAL, DE BLOCOS E NÃO-LINEAR Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito à obtenção do título de bacharel em Educação Física da Faculdade Metodista Granbery Juiz de Fora, 20 de novembro de 2009. ______________________________________________________ Professor orientador: Roberto Carlos Lacordia _______________________________________________________ Professor examinador: Denise de Souza Destro
  • 4. 4 __________________________________________________________________________ Professor examinador: Carlos Augusto Porto Gribel RESUMO A noção de treinamento desportivo já existia na antiguidade e passou por grandes mudanças no decorrer da história, especialmente a partir da década de 50 do século passado, com a teoria da periodização clássica de Matveev, que propôs novas formas de organização da temporada. A partir daí, novos modelos vem sendo adaptados e desenvolvidos a fim de alcançar a estrutura ideal para obtenção de altos resultados no esporte. Na década de 70, surge o modelo de blocos de Verkhoshanski e, mais recentemente, a periodização nãolinear aponta para novas metodologias de treinamento. Esse trabalho é uma revisão bibliográfica que pretende analisar aspectos desses modelos de periodização e suas aplicabilidades. Palavras-chave: Treinamento desportivo; Modelos de periodização
  • 5. 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Modelos de Macrociclos...................................................................10 Figura 2 - Macrociclo Tradicional .....................................................................11 Figura 3 - Periodização simples....................................................................... 16 Figura 4 – Periodização em Blocos...................................................................18 Figura 5 – Periodização em Blocos para Lutas.................................................19 Figura 6 – Periodização Não-linear...................................................................21 Figura 7 – Periodização Não-linear para Treinamento de Força......................21 Figura 8 – Periodização Não-linear para Treinamento de Força 2...................22
  • 6. 6 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................6 2. ESTRUTURA DO TREINAMENTO ........................................................8 2.1 Macrociclo.................................................................................................8 2.2 Mesociclo.................................................................................................11 2.3 Microciclo................................................................................................12 3. MODELO CLÁSSICO DE PERIODIZAÇÃO .....................................15 4. MODELO DE BLOCOS..........................................................................17 5. PERIODIZAÇÃO NÃO-LINEAR ...........................................................20 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 23 7. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 25
  • 7. 7 1 INTRODUÇÃO A busca pela maior capacidade de desempenho físico sempre esteve presente na história da humanidade. A força e a velocidade por muitos séculos foram decisivas na sobrevivência de nossa espécie e desde a antiguidade vem sendo desenvolvidas, através das artes da guerra ou em disputas por poder, fama e status social. Na Grécia Antiga já existia a noção de periodização do treinamento e embora fosse utilizada para fins militares, serviu também como forma de preparação de atletas para competições esportivas (Bompa 2002). Segundo Gomes (2002) nos últimos cinqüenta anos a periodização do treinamento desportivo sofreu mudanças freqüentes com as transformações ocorridas nos mais diversos desportos. Ele divide a história dos modelos de periodização em três etapas, sendo a primeira até 1950, início da sistematização do treinamento; a segunda de 1950 até 1970, quando o modelo clássico começa a ser questionado e surgem novas propostas; e de 1970 até hoje, onde a evolução do conhecimento é cada vez maior. A periodização do processo de treinamento desportivo consiste, antes de tudo, em criar um sistema de planos para distintos períodos que perseguem um conjunto de objetivos mutuamente vinculados (Gomes; Zakharov 2003). Hoje em dia, é cada vez maior a necessidade de um planejamento estruturado para toda temporada de competições das diversas modalidades esportivas, e a expectativa por melhoras nos resultados e no desempenho dos atletas exige um melhor desenvolvimento de todas as áreas relacionadas à performance desportiva (Granell; Cervera 2001). Segundo Dantas (2003), a Periodização é o planejamento geral e detalhado do tempo disponível para treinamento, de acordo com os objetivos estabelecidos e respeitando-se os princípios científicos do exercício desportivo. Bompa (2002) afirma que a periodização é o processo de estruturação do treinamento em fases, enquanto Tubino (1980) a classifica como a divisão do treinamento desportivo de alto rendimento em etapas.
  • 8. 8 O modelo tradicional de periodização foi proposto por Matveev na década de 50 e dividi-se em períodos de preparação, competição e transição, inicialmente com um peak por temporada. Dantas (2003) define o peak como o ápice das formas física, técnica, tática e psicológica, atingido por um atleta como resultado de um programa de treinamento. Mais tarde Verkhoshanski apresentou seu modelo em blocos que visava propiciar uma melhor adequação ao calendário moderno de competições, que exige Peaks múltiplos por temporada. Segundo Granell e Cervera (2003), o propósito fundamental do modelo de blocos é impedir índices de fadiga desnecessários. Recentemente, Fleck e Kraemer vêm desenvolvendo o conceito de periodização não-linear ou ondulatória, que provavelmente teve seu início na década de 80 com a aplicação de períodos de duas semanas que utilizam diversas zonas de treinamento que variavam de acordo com as necessidades de cada atleta (Poliquin apud Kraemer e Fleck 2009). Gomes (2002) afirma que o tipo de periodização escolhida deve permitir que o atleta alcance a melhor forma desportiva nas principais competições do ano o que, em grande parte, é determinado pela dinâmica do ciclo anual. Verkhoshanski (2001) reafirma a necessidade de entendimento das aplicabilidades dos modelos de periodização quando diz que a base da organização da periodização envolve a maneira de tomar decisões relacionadas à definição da estratégia de preparação geral e à escolha das principais alternativas referentes à formação do processo de treino em todos os níveis e detalhes. Em função desses referenciais que contemplam os modelos de periodização, faz-se necessário buscar na literatura um melhor entendimento desses modelos, para que os profissionais da área possam entender melhor cada um e aplicá-los às suas realidades distintas. Esse trabalho é uma revisão bibliográfica com o objetivo de analisar aspectos desses três tipos de periodização, utilizados no treinamento de atletas de alto nível, e suas aplicabilidades.
  • 9. 9 2 ESTRUTURA DO TREINAMENTO 2.1 Macrociclo Segundo Dantas (2003) o macrociclo de um treinamento de alto nível terá três períodos: Preparação, Competição e Transição executados dentro de uma temporada, com o objetivo de levar atletas ou equipes a sua melhor performance nas competições escolhidas, dentro de um planejamento previamente realizado. Weineck (2003) divide o período preparatório em duas fases. Na primeira há uma predominância de exercícios de condicionamento geral, e na segunda fase ocorre uma redução do volume e aumento da intensidade do treinamento. O período preparatório deve assegurar o desenvolvimento das possibilidades funcionais do organismo do desportista e pressupõe a solução de tarefas de aperfeiçoamento de vários aspectos específicos do estado de preparação. Em conexão com isto, podem-se destacar, no período preparatório, as etapas de preparação geral e de preparação especial (Gomes; Zakharov 2003). Dantas (2003) afirma que a fase básica do período de preparação deve possibilitar uma preparação geral e a fase específica uma preparação específica, ou seja, durante a fase básica a principal necessidade do treinamento é a criação de uma boa base física e técnica, sendo trabalhadas as qualidades físicas ligadas ao esporte, a formação geral e o lastro fisiológico do atleta. Na fase específica, ainda de acordo com Dantas, é que, aproveitando-se das adaptações da fase básica, o atleta alcançará a forma atlética almejada. Oleshko (2008) conclui que a capacidade de treinamento do atleta dividi-se em geral e especializada, onde a capacidade geral é o processo de ajuste do organismo a exercícios de força inespecíficos, de caráter geral, orientados para o fortalecimento da saúde, aumento das capacidades funcionais e desenvolvimento das qualidades físicas, enquanto a capacidade de treinamento especializada é o processo de aperfeiçoamento do tipo de atividade muscular própria da modalidade praticada.
  • 10. 10 O período de competição é a etapa onde o atleta deve atingir o peak do treinamento e a obtenção dos resultados planejados desde a fase preparatória. Para Dantas (2003) é neste período que os atletas, atingindo o peak, realizarão na competição alvo a sua performance máxima. A ênfase deverá ser a formação específica, apenas complementada por exercícios de características gerais. Gomes; Zakharov (2002) afirmam que o período competitivo pressupõe a estrutura direta da forma desportiva, sua realização em resultados desportivos altos nas competições principais, assim como a manutenção do nível de preparação atingido. Segundo Weineck (2003) o período competitivo possibilita o desenvolvimento do desempenho individual e sua estabilização. Ele afirma ainda que a qualidade e a quantidade de estímulos na competição dependem da capacidade individual do atleta. Na fase de transição, o atleta deverá recuperar-se de todo stress produzido até então e obter condições de retornar ao treinamento em condições satisfatórias para a próxima temporada. O período de transição destina-se a proporcionar ao atleta uma recuperação física e mental após os extremos esforços a que se submeteu nas competições que ocorreram no período anterior (Dantas 2003). Para Gomes e Zakharov (2002), o período transitório deve restabelecer completamente o potencial adaptativo do organismo do atleta e servir de elo de ligação entre os macrociclos de preparação. Gomes (2002) identifica diferentes pontos de vista quanto à estrutura do período transitório de descanso passivo ou as formas ativas de recuperação. No caso do descanso passivo, permite-se a recuperação completa do estado psíquico do desportista, no entanto seu condicionamento apresenta uma redução bastante significativa, o que exige um grande esforço no início da temporada seguinte e uma maior demanda de tempo de trabalho. Já nas formas ativas de recuperação procura-se assegurar um descanso suficiente, porém com uma manutenção da condição física geral do atleta, levando-se em conta o seu estado individual.
  • 11. 11 Weineck (2003) observa que há perda inevitável do estado de desempenho, com redução do volume e intensidade do treinamento, e recomenda que a recuperação ativa seja feita através de esportes que promovam o equilíbrio, o que evita uma queda muita intensa da performance, por exemplo, com a inclusão de jogos e treinamento cruzado. Para Oleshko (2008), é sabido que o atleta não é capaz de manter a forma desportiva por longos períodos de tempo e deve haver uma perda de forma no período transitório afim de que esta possa ser prontamente recuperada assim que recomeçam as atividades normais de preparação. Os macrociclos podem apresentar-se das seguintes formas: Fonte: Dantas (2003) Dantas (2003) propõe um macrociclo adaptado ao de Matveev, o macrociclo de meeting, que permite a manutenção de níveis de condicionamento durante toda a temporada, porém com peaks de acentuação discreta, ou seja, menos expressivos que na periodização tradicional. A vantagem desse tipo de macrociclo é a de permitir que o atleta mantenha uma boa média de desempenho em diversas competições, o que pode ser interessante do ponto de vista das premiações ao longo da temporada.
  • 12. 12 Fonte: Dantas 2003 2.2 Mesociclo Dantas (2003), afirma que mesociclo é o elemento da estrutura da periodização que possibilita a homogeneização do trabalho proposto. Para ele, mesociclos bem estruturados facilitarão o alcance de objetivos parciais e favorecerão uma oscilação de cargas mais conveniente. O mesociclo pode variar de 3 a 6 semanas e, para Gomes (2002) ele representa o elemento da estrutura de preparação do atleta orientado para a solução das tarefas de determinado período de tempo. Quanto aos indícios que permitem classificar os mesociclos, ele destaca: - a principal tarefa a ser resolvida pelo mesociclo no sistema de preparação; - o momento do referido mesociclo na estruturas do macrociclo de preparação; - a composição dos meios e métodos de treino aplicados no mesociclo; - os tipos de microciclos que compõem o conteúdo predominante do mesociclo estabelecido; e - a grandeza das cargas e sua dinâmica no mesociclo. O organismo apresenta um grau de reação estruturado de forma que possibilite uma reação ativa em aproximadamente 10 dias, seguida de uma estabilização até cerca de 20 dias e uma reação residual entre 20 e 30 dias
  • 13. 13 (Dantas 2003). Por isso o autor afirma que o mesociclo deve ter de 21 a 35 dias em média, para possibilitar a melhora do nível do treinamento ao longo do tempo, pela aplicação correta da carga em todos os graus da reação do organismo do atleta. Segundo Zakharov e Gomes (1992), citados por Dantas (2003), existem sete tipos de mesociclos: - Incorporação: Assegura a passagem do organismo do atleta do estado reduzido da atividade de treino para níveis competitivos, sendo usado no início do período de preparação. - Básico: Propicia a adaptação fisiológica do organismo à carga aplicada. Dependendo do tempo disponível, devem ser usados quantos mesociclos básicos forem possíveis. - Estabilizador: Deve consolidar as adaptações orgânicas alcançadas nas fases anteriores. - Controle: Geralmente é o mesociclo que termina o período preparatório. Deve favorecer a transferência do condicionamento físico obtido para as exigências dos mesociclos competitivos. - Pré-competitivo: Aumenta a performance do atleta através da aplicação de cargas de grande intensidade e assegura a preparação imediata para a competição. - Competitivo: Dantas (2003) afirma que esse mesociclo não possui estrutura pré-estabelecida, pois está subordinado às exigências de performance. Gomes (2002) observa que o seu conteúdo deve ser determinado pela especificidade da modalidade desportiva, particularidades do calendário e qualificação do atleta, e lembra que é conveniente destacar o mesociclo de competições principais e de preparação. - Recuperativo: Utilizado no período de transição deve propiciar a recuperação metabólica e psicológica do atleta, após um período prolongado de cargas máximas de treinamento e de competição. 2.3 Microciclo Dantas (2003) define microciclo como a menor fração do processo de treinamento. Em um mesmo microciclo devem estar presentes
  • 14. 14 fases de estímulo e recuperação, afim de que o processo de supercompensação possa ser conduzido de forma apropriada, melhorando o condicionamento do atleta. O microciclo deve ser constituído de forma que cada sessão de treinamento contenha exercícios específicos para o desenvolvimento de velocidade, da força rápida, técnica e coordenação, visando o desempenho ideal (Harre 1976 apud Weineck 2003). Para Gomes e Zakharov (2003) o microciclo pode ter de 3 a 14 dias, no entanto o microciclo mais utilizado é o de sete dias, para facilitar a coordenação com a vida normal do indivíduo. O microciclo é uma fração indivisível do plano de treinamento, portanto não se deve mudar as qualidades físicas que estão sendo trabalhadas, nem a ênfase sobre o volume e a intensidade de treinamento Dantas (2003). Matveev classificou originalmente os microciclos em desenvolvimento, preparação, competição e regenerativo. No microciclo de desenvolvimento há uma ênfase no desenvolvimento global ou específico; no de preparação, deve-se transferir as aptidões desenvolvidas para o desempenho específico; no de competição, o objetivo é programar atividades para os dias antes e após uma competição; e o microciclo regenerativo deve recuperar a condição ótima do organismo do indivíduo. Atualmente, encontramos a seguinte classificação, validada por Dantas (2003) e Zakharov; Gomes (1992): - Incorporação: Permite a passagem gradual do atleta do período de transição para uma carga maior de treinamento. - Ordinário: Melhora o condicionamento do atleta através de adaptações orgânicas. - Choque: É caracterizado pela maior aplicação de cargas do mesociclo. - Recuperação: Propicia a restauração ampliada da homeostase do atleta, apresentando estímulos reduzidos e maior período de descanso. - Pré-competitivo: Procura deixar o atleta em plenas condições de competir, transferindo as adaptações do treino para a realidade da competição.
  • 15. 15 - Competitivo: Assim como o mesociclo, não possui estrutura prédeterminada e depende das características da competição.
  • 16. 16 3 MODELO CLÁSSICO DE PERIODIZAÇÃO Na década de 50, Matveev propôs o modelo clássico de periodização em que dividiu as fases de preparação do atleta em períodos específicos de tempo e estruturou o macrociclo na forma de ciclos anuais, que por sua vez são formados por mesociclos, com duração de 4 a 6 semanas e microciclos, geralmente de 7 dias, adaptados ao calendário civil. Como se vê em Gomes (2002) o planejamento de Matveev afirmava que: - As condições climáticas são fatores determinantes na periodização do treinamento desportivo; - O calendário de competições influi na organização do processo de treinamento; - As leis biológicas devem servir como base para a periodização do treinamento; - A unidade de formação especial e geral do desportista deve ser respeitada; - O caráter contínuo do processo de treinamento deve combinar sistematicamente carga e recuperação; - Deve haver um aumento progressivo e máximo dos esforços do treinamento; - É necessária uma variação ondulante das cargas de treinamento. O modelo tradicional de Matveev foi criticado por diversos autores que identificaram em seu trabalho alguns aspectos negativos. Gomes (2002) cita os seguintes fatores: - Excessivo trabalho de preparação geral; - Desenvolvimento simultâneo de diferentes capacidades em um mesmo período de tempo; - Cargas repetitivas durante períodos de tempo prolongado; - Pouca importância destinada aos trabalhos específicos. Apesar das críticas sofridas e de outras propostas adaptadas ao seu modelo, o principal referencial da época é o sistema de Matveev.
  • 17. 17 Exemplo de periodização simples com um período de competição anual: Fonte: Gomes (2002) A periodização Linear é uma metodologia que se refere à prática de aumentar continuamente o nível de exigência sobre o atleta à medida que ele se torna capaz de produzir mais força ou tenha mais resistência seja através do aumento do volume ou da intensidade (Rhea et a, 2003).
  • 18. 18 4 MODELO DE BLOCOS Em 1979, o russo Yuri Verkhoshanski criou o chamado modelo de blocos, que permite a obtenção de vários peaks por temporada, exigência da evolução dos desportos e aumento do número de competições no calendário anual. O esporte nos dias atuais possui novas características com grande influência na preparação dos desportistas, determinando para o treinador novas tarefas mais complexas e exigindo formas diferentes das tradicionais na organização do processo de treino (Verkhoshanski 2001). Para Verkhoshanski, a preparação deve basear-se no princípio de programa e objetivo, que assegura o cumprimento de determinadas tarefas em certo período de tempo, em geral de 3 a 5 meses, assegurando sua realização. Os microciclos então não são a forma principal de formação do treino, como na periodização clássica, e a preparação especial tem sua importância elevada. Segundo Verkhoshanski (2001), a periodização pode ser estruturada da seguinte maneira: - aumento do potencial locomotor (objetivo da preparação física especial); - aperfeiçoamento da habilidade de seu uso efetivo no exercício competitivo (objetivo da preparação técnico-tática); - nível elevado e segurança do nível desportivo (objetivos da preparação competitiva e psicológica). O modelo de blocos é formado por uma concentração de cargas de treinamento direcionadas à melhora da força em dois ou mais blocos de treinamento a cada intervalo de dois meses e meio, mas apesar da exigência desse objetivo principal, as cargas de treinamento se direcionam também para o desenvolvimento de outros objetivos complementares para estimular os efeitos de treinamento necessários ( Granell; Cervera 2001). Segundo esses autores, cada bloco não forma uma estrutura isolada, de maneira que parte do conteúdo de um bloco sobrepõe-se ao seguinte e assim sucessivamente, de acordo com o princípio de aproveitamento dos efeitos do treinamento.
  • 19. 19 Para Gomes (2002) no modelo de blocos sempre existe uma concentração de cargas e sua distribuição ao longo do ciclo anual de treinamentos. No bloco A, verifica-se um grande volume, o maior da temporada, que deve desestabilizar os níveis de performance adquiridos anteriormente, provocando um decréscimo físico, técnico e tático decorrente da fadiga e criando condições para posteriores adaptações. Sua duração é de aproximadamente12 semanas. O bloco B dura por volta de dois e meio a três meses e nele ocorre a diminuição do volume até níveis que permitam o aperfeiçoamento das capacidades competitivas do desportista, preparando-o para o bloco C, onde se encontram as principais competições. Exemplo de gráfico de periodização em blocos: Adaptado de Commeti (1991) Disponível em: http://correblog.wordpress.com/tag/treinamento/ Na periodização em blocos, cada microciclo tem a duração de aproximadamente quatro semanas, embora essa estrutura não seja inteiramente rígida e possa ser modificada de acordo com as exigências características de cada planejamento e suas relações com as especificidades do esporte (Gomes 2002).
  • 20. 20 Modelo de periodização para lutas desportivas em blocos: Fonte: Gomes 2002 A periodização por blocos não precisa necessariamente conter os três blocos de treinamento, mas o bloco C (competitivo) estará sempre presente (Gomes 2002).
  • 21. 21 5 PERIODIZAÇÃO NÃO-LINEAR A origem exata da periodização não-linear é desconhecida, mas Poliquin apud Kraemer e Fleck (2009) especula que tenha sido criada no final da década de 80, com utilização de períodos de duas semanas com diferentes zonas de treinamento. A periodização não linear ou ondulatória é caracterizada pelo trabalho misto que engloba exercícios para o desenvolvimento simultâneo da hipertrofia, resistência muscular e força máxima (Kraemer;Fleck 2009). Na periodização não-linear, volume e intensidade variam dentro de um microciclo e há diversas formas de se organizar o treinamento. Kraemer e Fleck (2009) explicam que na periodização não-linear não são empregados períodos longos de treino usando a mesma intensidade e volume. Uma vez que as zonas de treinamento são escolhidas podem facilmente ser modificadas. Na hipótese de uma de três sessões semanais ser perdida, a primeira sessão da semana seguinte deverá usar a zona que não foi empregada na semana anterior, dando início a um novo ciclo. Em caso de sinais de fadiga do atleta, a qualquer momento a sessão pode ser modificada de acordo com o seu estado de prontidão para treinar, ou seja, se uma sessão forte de treinamento de potência estiver planejada para aquele dia, mas o atleta estiver cansado física ou psicologicamente, é possível inverter a ordem das sessões naquela semana (Kraemer;Fleck 2009).
  • 22. 22 A periodização não-linear é mais flexível em relação à obtenção de peaks e permite exposição mais freqüente a diversos estímulos de carga, não progredindo da forma tradicional aumento da intensidade com diminuição gradativa do volume como na periodização clássica, mas sim com a variação programada de volume e intensidade resultando em ganhos de condicionamento decorrente de períodos de treinamento. Já os períodos de recuperação geralmente são programados para cada 12 semanas de treinamentos (Kraemer; Fleck 2009). Periodização não-linear de uma equipe de basquete feminino. O volume foi reduzido no início das competições, por volta da 73ª sessão: Fonte: Kraemer e Fleck 2009 No treinamento de força, os programas-padrão não-lineares podem ser direcionados a qualidade física que se deseja priorizar em determinada fase da periodização. Kraemer e Fleck (2009) sugerem um plano
  • 23. 23 de ação com um elemento prioritário que dominará o número de sessões de treinamento. Exemplo de mesociclo na periodização não-linear com ênfase na força: Nesse caso, o mesociclo apresenta 18 sessões com intensidade alta a muito alta e apenas 3 sessões de intensidade moderada. Exemplo de mesociclo com ênfase na resistência e preparação geral: Para resistência, encontramos 19 sessões com cargas leve ou muito leve. Na periodização não-linear, encontramos grande variação de volume e intensidade entre sessões de treinamento.
  • 24. 24 6 Considerações finais Segundo Gomes (2002) a estrutura de preparação do atleta ou equipe em um ciclo de treinamento é uma tarefa difícil de ser resolvida e o problema relacionado à sua estruturação ocupa lugar de destaque na teoria de preparação do atleta desde a década de 50. Para o autor, “ o principal objetivo das novas buscas metodológicas visa assegurar a prontidão do atleta para obtenção de resultados altos no maior número possível de competições durante o ciclo anual” (Gomes 2002,p.133). Granell e Cervera (2001) observam que os novos conhecimentos a respeito do efeito das cargas e suas adaptações orgânicas, novas formas de treino e complexidade do desporto contemporâneo fizeram com que surgissem novas formas de organização e programação do processo de treinamento. Gomes e Zakharov (2003) destacam os seguintes fatores na escolha da variante anual de treinamento: - o objetivo da preparação no macrociclo condicionado pelo calendário. - a quantidade de componentes de preparação que exige aperfeiçoamento especial durante o ano.
  • 25. 25 - o ritmo de aperfeiçoamento dos aspectos dominantes da preparação. - o lugar do macrociclo na preparação de muitos anos. - as particularidades individuais do desenvolvimento da forma desportiva. - as condições climáticas, técnicas e materiais de preparação. Para Dantas (2003) o macrociclo tradicional deve ser usado em ano de olimpíadas, campeonatos mundiais e tentativas de quebra de recordes, por permitir a obtenção de um peak mais acentuado, porém por menos tempo. Esse modelo segue um padrão geral de decréscimo do volume e aumento da intensidade na medida em que o ciclo se desenvolve. Segundo Gomes (2002) a estrutura da periodização com um peak anual seria mais eficiente para esportes de temporada, com períodos competitivos não muito extensos, variando de dois a cinco meses. O modelo de blocos de Verkhoshanski possibilita vários peaks por temporada e a elevação dos níveis de performance, sendo que o conteúdo dos exercícios apresenta uma característica similar ao competitivo (Gomes2002). Para Verkhoshanski (2001) a preparação deve basear-se nas novas exigências específicas de cada modalidade e etapa do treinamento, considerando-se o calendário e a capacidade de adaptação do organismo em trabalho muscular de alta intensidade. Por suas características fundamentais, o modelo de blocos possivelmente será mais eficiente se utilizado principalmente em esportes em que o desempenho esteja vinculado à maiores exigências físicas do atleta, em modalidades individuais de força explosiva ou máxima e também de resistência, já que a proposta desse modelo é justamente propiciar o incremento da forma desportiva em atletas de alto nível, já muito bem condicionados. A periodização não-linear, como se vê em Kraemer e Fleck (2009) é mais flexível no que se refere a como e quando o peak será desenvolvido. Segundo os autores, o método não-linear aumenta a capacidade dos atletas de se desenvolverem fisicamente, mesmo durante um período de competições, quando ocorre a redução do treinamento, devido ao sistema de
  • 26. 26 variação de cargas e suas ações sobre a recuperação do organismo. Esse tipo de periodização tende a se mostrar útil nas modalidades com longos períodos competitivos, onde um alto desempenho deve ser sustentado pelo maior tempo possível. Seja qual for a forma de periodização escolhida deve-se sempre levar em consideração os princípios do treinamento desportivo, as exigências biológicas dos atletas e as particularidades do esporte, bem como os constantes avanços nas áreas técnica e científica. 7 Referências BOMPA, Tudor. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2002. DANTAS, Estélio H. M. A prática da preparação física. 5ªed. Rio de Janeiro: Shape,2003. GOMES, Antônio Carlos. Treinamento periodização. Porto Alegre: Artmed 2002. desportivo: Estruturação e GOMES, Antônio Carlos; ZAKHAROV, Andrei. Ciência do treinamento desportivo. 2ªed. Rio de Janeiro: Palestra Sport 2003. GRANELL, José Campos; CERVERA, Victor Ramón. Teoria e planejamento do treinamento desportivo. Porto Alegre: Artmed 2003 KRAEMER, William J.; FLECK, Steven J. Otimizando o treinamento de força: Programas de periodização não-linear. Barueri, SP: Manole 2009. MOURA, Nélio A.; MOURA, Tânia F. de Paula. Princípios do treinamento para saltadores: implicações para o desenvolvimento da força muscular. Disponível em: <http ://correblog.wordpress.com/tag/treinamento/> acessado em 20 de novembro de 2009.
  • 27. 27 OLESHKO, V.G. Treinamento de força: Teoria e prática do levantamento de peso, Powerlifting e Fisiculturismo. São Paulo: Phorte 2008. RHEA et al. A meta-analysis to determine the dose response for strength development. Med. Sci. Sports Exerc. 35: 456-464, 2003. Disponível em: <http://www.arturmonteiro.com.br/2009/06/periodizacao-no-treinamento-deforca-linear-e-ondulatoria-primeira-parte/ TUBINO, Manoel J. Gomes. Metodologia científica do treinamento desportivo. São Paulo: Ibrasa 1980. VERKHOSHANSKI, Yuri V. Treinamento desportivo: Teoria e metodologia. Porto Alegre: Artmed 2001. WEINECK, Jurgen. Treinamento ideal. São Paulo: Manole 2000.