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ANÁLISE AO EDIFÍCIO
IGREJA DO MARCO DE CANAVESES
IGREJA DA PARÓQUIA DE SANTA MARIA
PORTUGAL
EUROPA
MÉTODO SEMIÓTICO
COMPORTAMENTALÍSTICO
RELATÓRIO
METALINGUAGEM
USADA PELO
ARQUITETO
ÁLVARO SIZA VIEIRA
E
ANALISADA POR
ARQUITETO
ALBERTO COSTA-MACEDO
INDICE
I – INTRODUÇÃO
II – ANÁLISE GERAL
III -ANÁLISE EXTERIOR
IV -ANÁLISE SINTÁTICA FORMAL
V – ANÁLISE ANALÍTICA
VI – ANÁLISE SEMÂNTICA
VII - CONCLUSÃO
VIII - FONTES e REFERÊNCIAS
I - INTRODUÇÃO
A Igreja do Marco de Canaveses foi construída no período entre 1990 e 1997, o seu
programa compreendeu a construção de novos edifícios, os quais teriam de
contemplar: Uma Igreja, uma capela funerária, um auditório, uma escola dominical e
a moradia do pároco.
Assim sendo, Siza decide reunir a paróquia em três grupos de trabalho:
1. O mais importante que contempla a Igreja, reúne com a capela funerária;
2. O auditório e a escola;
3. A moradia do pároco.
II – ANÁLISE GERAL
Siza Viera quando chega ao local e confronta-se com a inclinação do terreno, chega
mesmo a afirmar: “A visita ao local já escolhido tinha me perturbado profundamente: era um
lugar muito difícil, com grandes diferenças de alturas, elevado a uma estrada com muito
trânsito. Como se não bastasse, essa área foi marcada por edifícios de péssima qualidade. A
construção deste centro paroquial é também a construção de um local, em uma escarpa muito
acentuada.”
Siza no meu entender com esta inclinação topográfica vai beber inspiração ao
Mosteiro de La Tourette, de Corbusier para resolver certos pontos, e lança-se “…não
se trata de uma ideia pré-concebida, imediatamente derivada da variação da liturgia: é uma
intuição, nascida de uma série de exigências…” num caminho transcendental e de uma
forma repleta de simbologia reunida numa única mensagem. A Igreja juntamente
com a capela mortuária, cria a personagem principal, a “MULHER”. Reúne o
auditório, a escola com a moradia do pároco e cria um “PÚLPITO”, constrói assim um
cenário de uma história.
Siza Vieira da situação do terreno inclinado, cria a ação de uma “MULHER” que se
encontra a saltar do “PÚLPITO” ou de uma “VARANDA”.
II – Análise Geral (continuação)
ESCADAS
VARANDA ou PÚLPITO
MULHER
II – Análise Geral (continuação)
A personagem “MULHER”, é a IGREJA cuja constituição é feita através
de uma planta retangular. Num dos lados menores do retângulo,
encontra-se a “cabeça” (materializada através de uma caixa-de-luz,
que ilumina o altar da igreja e capela mortuária) e os “ombros”
(materializada pelas paredes curvas). No lado oposto do retângulo, o
arquiteto constrói as duas “pernas” (materializa com dois corpos,
sendo um o batistério e o outro o corpo sineiro).
Siza Viera define a personagem :
A IGREJA = A MULHER
Os “braços” da “MULHER” são completamente diferentes um do
outro. Enquanto um dos “braços” não é representado em planta mas
em alçado, que é através de uma janela baixa e comprida, que rasga
horizontalmente a fachada, já o outro “braço” é composto por um
volume com a ampliação lateral do altar, sacristia, o registo e os
confessionários. Uma escadaria e um ascensor ligam estes espaços
com a capela situada no piso inferior.
III - ANÁLISE EXTERIOR
MULHER
Pernas da mulher
Cabeça da mulher
Ombro esquerdo da mulher
Ombro direito da Mulher
Braço da Mulher
IV - ANÁLISE SINTÁTICA FORMAL
Corpo sineiro
e corpo batistério
“Pernas da mulher”
Paredes de
caráter feminino
“Ombros da mulher”
Caixa-de-luz
“Cabeça da mulher”
Janela baixa e comprida
“Braço da mulher”
IV - Análise Sintática Formal (CONT.)
Corpo sineiro e
corpo batistério
”pernas da mulher”
Porta da Igreja
“vagina da mulher”
IV – Análise Sintática Formal (CONT.)
Embora a utilização de formas geométricas e as linhas retas sejam
predominantes, o arquiteto atribui a fisionomia de “MULHER”, com o
elemento de definição do sexo feminino – a vagina. Não ficando por aqui na
sua definição, realça poeticamente através das paredes curvas “ombros” da
“MULHER” que elevam a “cabeça”.
No interior também nada é feito ao acaso, atribui à parede inclinada a noção
de gravidez que é atribuída à grande entrada de luz, que por sequência
resultará mais tarde o “parto”.
MULHER GRÁVIDA = MENSAGEM DA IGREJA
ENTRADA DE LUZ + MÁQUINA DA CRIAÇÃO = SAÍDA DA BOA-NOVA
V – Análise Analítica
O arquiteto Siza Viera faz aqui uma
analogia entre a MULHER que dá à luz e a
IGREJA que dá à luz na saída dos seus
crentes.
GRAVIDEZ
DOUTRINA
MULHER IGREJA
LUZ
NOVO SER
REGENERAÇÃO
VI - ANÁLISE SEMÂNTICA
Significado
(pensamento ou referência)
Símbolo
(Significante)
Referente
(Coisa a que
se refere)
Se recorrer ao triângulo
De Ogden e Richards, através
do símbolo, na tabela farei com
que o leitor possa entender o
significante , significado e a
que me refiro.
1
2
3
4
5
7
3
7 9
1
6
8
8
8
8 10
10
10
Planta piso térreo e Planta do campanário
Tabela
SÍMBOLO SIGNIFICADO REFERENTE
PLANTA - r/c IGREJA MULHER
1 Corpo batistério Perna direita da mulher
2 Átrio exterior Espaço entre pernas
3 Corpo sineiro Perna esquerda da mulher
4 Porta Principal Vagina
5 Janela baixa e comprida Braço esquerdo da mulher
6 Sacristia, registo,
confessionários
Braço direito da mulher
7 Caixa-de-luz Cabeça
8 Esquinas curvas Ombros
9 Altar Coração
10 Parede curva e inclinada
(Interior)
Gravidez
VII - CONCLUSÃO
Siza Vieira cria aqui uma das suas melhores
obras. Consegue estabelecer de forma inata a
relação do Universo:
NASCER
=
DAR À LUZ
VIII – FONTES e REFERÊNCIAS
-El croquis 95 – 1999
- Site http://igrejamarcocanaveses.no.sapo.p
-Site http://www.snpcultura.org/igreja_marco_canaveses_siza_vieira_15_anos.html
- In Imaginar a evidenciar, Edições 70
- Álvaro Siza Viera, Wikipédia, a enciclopédia livre
- Fotografias Panoramio
- Indopódia – Enciclopédia e Dicionários Porto Editora
-Álvaro Siza Vierira “Architects don’t invent antthing, they just transform reality”
-Visita guiada pelo Arquiteto Álvaro Siza Vieira
- MIMOA, mi modern architecture
-Arch/daily
AUTOR
Porto, 16 de Julho de 2003

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Análise semiótica da Igreja do Marco de Canaveses por Siza Vieira

  • 1. ANÁLISE AO EDIFÍCIO IGREJA DO MARCO DE CANAVESES IGREJA DA PARÓQUIA DE SANTA MARIA PORTUGAL EUROPA MÉTODO SEMIÓTICO COMPORTAMENTALÍSTICO
  • 2. RELATÓRIO METALINGUAGEM USADA PELO ARQUITETO ÁLVARO SIZA VIEIRA E ANALISADA POR ARQUITETO ALBERTO COSTA-MACEDO
  • 3. INDICE I – INTRODUÇÃO II – ANÁLISE GERAL III -ANÁLISE EXTERIOR IV -ANÁLISE SINTÁTICA FORMAL V – ANÁLISE ANALÍTICA VI – ANÁLISE SEMÂNTICA VII - CONCLUSÃO VIII - FONTES e REFERÊNCIAS
  • 4. I - INTRODUÇÃO A Igreja do Marco de Canaveses foi construída no período entre 1990 e 1997, o seu programa compreendeu a construção de novos edifícios, os quais teriam de contemplar: Uma Igreja, uma capela funerária, um auditório, uma escola dominical e a moradia do pároco. Assim sendo, Siza decide reunir a paróquia em três grupos de trabalho: 1. O mais importante que contempla a Igreja, reúne com a capela funerária; 2. O auditório e a escola; 3. A moradia do pároco.
  • 5. II – ANÁLISE GERAL Siza Viera quando chega ao local e confronta-se com a inclinação do terreno, chega mesmo a afirmar: “A visita ao local já escolhido tinha me perturbado profundamente: era um lugar muito difícil, com grandes diferenças de alturas, elevado a uma estrada com muito trânsito. Como se não bastasse, essa área foi marcada por edifícios de péssima qualidade. A construção deste centro paroquial é também a construção de um local, em uma escarpa muito acentuada.” Siza no meu entender com esta inclinação topográfica vai beber inspiração ao Mosteiro de La Tourette, de Corbusier para resolver certos pontos, e lança-se “…não se trata de uma ideia pré-concebida, imediatamente derivada da variação da liturgia: é uma intuição, nascida de uma série de exigências…” num caminho transcendental e de uma forma repleta de simbologia reunida numa única mensagem. A Igreja juntamente com a capela mortuária, cria a personagem principal, a “MULHER”. Reúne o auditório, a escola com a moradia do pároco e cria um “PÚLPITO”, constrói assim um cenário de uma história. Siza Vieira da situação do terreno inclinado, cria a ação de uma “MULHER” que se encontra a saltar do “PÚLPITO” ou de uma “VARANDA”.
  • 6. II – Análise Geral (continuação) ESCADAS VARANDA ou PÚLPITO MULHER
  • 7. II – Análise Geral (continuação) A personagem “MULHER”, é a IGREJA cuja constituição é feita através de uma planta retangular. Num dos lados menores do retângulo, encontra-se a “cabeça” (materializada através de uma caixa-de-luz, que ilumina o altar da igreja e capela mortuária) e os “ombros” (materializada pelas paredes curvas). No lado oposto do retângulo, o arquiteto constrói as duas “pernas” (materializa com dois corpos, sendo um o batistério e o outro o corpo sineiro). Siza Viera define a personagem : A IGREJA = A MULHER Os “braços” da “MULHER” são completamente diferentes um do outro. Enquanto um dos “braços” não é representado em planta mas em alçado, que é através de uma janela baixa e comprida, que rasga horizontalmente a fachada, já o outro “braço” é composto por um volume com a ampliação lateral do altar, sacristia, o registo e os confessionários. Uma escadaria e um ascensor ligam estes espaços com a capela situada no piso inferior.
  • 8. III - ANÁLISE EXTERIOR MULHER Pernas da mulher Cabeça da mulher Ombro esquerdo da mulher Ombro direito da Mulher Braço da Mulher
  • 9. IV - ANÁLISE SINTÁTICA FORMAL Corpo sineiro e corpo batistério “Pernas da mulher” Paredes de caráter feminino “Ombros da mulher” Caixa-de-luz “Cabeça da mulher” Janela baixa e comprida “Braço da mulher”
  • 10. IV - Análise Sintática Formal (CONT.) Corpo sineiro e corpo batistério ”pernas da mulher” Porta da Igreja “vagina da mulher”
  • 11. IV – Análise Sintática Formal (CONT.) Embora a utilização de formas geométricas e as linhas retas sejam predominantes, o arquiteto atribui a fisionomia de “MULHER”, com o elemento de definição do sexo feminino – a vagina. Não ficando por aqui na sua definição, realça poeticamente através das paredes curvas “ombros” da “MULHER” que elevam a “cabeça”. No interior também nada é feito ao acaso, atribui à parede inclinada a noção de gravidez que é atribuída à grande entrada de luz, que por sequência resultará mais tarde o “parto”. MULHER GRÁVIDA = MENSAGEM DA IGREJA ENTRADA DE LUZ + MÁQUINA DA CRIAÇÃO = SAÍDA DA BOA-NOVA
  • 12. V – Análise Analítica O arquiteto Siza Viera faz aqui uma analogia entre a MULHER que dá à luz e a IGREJA que dá à luz na saída dos seus crentes. GRAVIDEZ DOUTRINA MULHER IGREJA LUZ NOVO SER REGENERAÇÃO
  • 13. VI - ANÁLISE SEMÂNTICA Significado (pensamento ou referência) Símbolo (Significante) Referente (Coisa a que se refere) Se recorrer ao triângulo De Ogden e Richards, através do símbolo, na tabela farei com que o leitor possa entender o significante , significado e a que me refiro.
  • 14. 1 2 3 4 5 7 3 7 9 1 6 8 8 8 8 10 10 10 Planta piso térreo e Planta do campanário
  • 15. Tabela SÍMBOLO SIGNIFICADO REFERENTE PLANTA - r/c IGREJA MULHER 1 Corpo batistério Perna direita da mulher 2 Átrio exterior Espaço entre pernas 3 Corpo sineiro Perna esquerda da mulher 4 Porta Principal Vagina 5 Janela baixa e comprida Braço esquerdo da mulher 6 Sacristia, registo, confessionários Braço direito da mulher 7 Caixa-de-luz Cabeça 8 Esquinas curvas Ombros 9 Altar Coração 10 Parede curva e inclinada (Interior) Gravidez
  • 16. VII - CONCLUSÃO Siza Vieira cria aqui uma das suas melhores obras. Consegue estabelecer de forma inata a relação do Universo: NASCER = DAR À LUZ
  • 17. VIII – FONTES e REFERÊNCIAS -El croquis 95 – 1999 - Site http://igrejamarcocanaveses.no.sapo.p -Site http://www.snpcultura.org/igreja_marco_canaveses_siza_vieira_15_anos.html - In Imaginar a evidenciar, Edições 70 - Álvaro Siza Viera, Wikipédia, a enciclopédia livre - Fotografias Panoramio - Indopódia – Enciclopédia e Dicionários Porto Editora -Álvaro Siza Vierira “Architects don’t invent antthing, they just transform reality” -Visita guiada pelo Arquiteto Álvaro Siza Vieira - MIMOA, mi modern architecture -Arch/daily
  • 18. AUTOR Porto, 16 de Julho de 2003