Este artigo tem como objetivo refletir sobre a importância da linguagem neutra no campo do aleitamento humano, a partir da perspectiva da interseccionalidade queer. Em 2013, foi publicada a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais, porém, serviços e profissionais de saúde carecem de instrução e capacitação para atender às necessidades de saúde da população LGBTQIA+, que não se encaixa no padrão da heterocisnormatividade.
A promoção ao aleitamento encontra entraves, como a ausência do uso da linguagem neutra nos atendimentos, da aplicação de conhecimento e práticas de indução da lactação e a compreensão de que pessoas cis e trans gestam e podem amamentar, se assim o desejarem.
Assim, consideramos que práticas em saúde e reflexões de cuidado a partir da interseccionalidade queer tem potencial para desconstruir a heterocisnormatividade, aqui, por meio da proposta da linguagem neutra.
...
Conclusões
O aleitamento humano é reconhecido como um importante direito reprodutivo,
entretanto, usualmente associado às mulheres cisgênero, deixando de lado as pessoas
LGBTQIA+ e não binárias. Assim, o aleitamento humano não é uma categoria
uniforme e a interseccionalidade queer nos ajuda a compreender como a lactação é uma
experiência única para cada pessoa e família.
A língua e a linguagem têm papel fundamental na socialização das pessoas.
São aspectos social e culturalmente construídos, sendo, portanto, modificáveis.
Desconstruir a noção normativa da amamentação por meio da linguagem torna-se
imperativo para um projeto de cuidado em saúde equânime e integral. Assim,
utilizamos da perspectiva interseccional queer para pensar a linguagem neutra no
campo do aleitamento humano, buscando-se ao menos questionar um pouco essa
noção, além de colocar aos/às/aes profissionais de saúde algumas orientações que
podem ser úteis em suas práticas profissionais.
Parabenizamos as autoras:
Natália Sevilha Stofel
natalia.stofel@ufscar.br
Flávio Adriano Borges
flavioborges@ufscar.br
Bruno Torelli de Camargo
brunotorelli@estudante.ufscar.br
Natália Rejane Salim
nat.salim@ufscar.br
Iraí Maria de Campos Teixeira
irai@ufscar.br
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
A população LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, queer e questionando, intersexo, assexual e demais gêneros e orientações sexuais) encontra-se desamparada quanto ao atendimento de seus direitos, incluindo o acesso aos espaços de saúde. A partir da iminente necessidade de formação de profissionais de saúde preparados para atender essa população, esse trabalho faz uma alusão a um modelo de cuidado inclusivo e integral, de maneira que deixemos as portas abertas às novas configurações familiares.
Agradecemos e parabenizamos a Pediatra Ana Carolina L. Salis é pós-graduada em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo 1, polo Piracicaba. calorgasalis@gmail.com Instagram: @SOMOSAMAMENTACAO
Aula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana FrizzoProqualis
O documento discute aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto, incluindo fatores de risco para depressão e impactos no desenvolvimento da criança. Aborda também a importância do diagnóstico preciso da depressão materna e dos tratamentos multidisciplinares que auxiliam na relação mãe-bebê.
A parceria entre famílias e profissionais de saúde é essencial para garantir um atendimento de qualidade na saúde da criança.
Material de 08 de janeiro de 2020
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
As três frases resumem o documento da seguinte forma:
1) A aula introduz conceitos psicológicos aplicados ao cuidado com pacientes, incluindo sofrimento psíquico e aspectos culturais e sociais relacionados ao adoecer.
2) As unidades discutem aspectos psicológicos na relação entre profissionais de saúde, pacientes e famílias, assim como humanização e cuidados paliativos.
3) O documento também critica o modelo biomédico de saúde e defende uma abordagem biopsicoss
As reações das crianças hospitalizadas e as intervenções de enfermagemuniversitária
O documento discute as reações das crianças à hospitalização e intervenções de enfermagem. A hospitalização causa sofrimento físico e emocional em crianças, que se sentem em um ambiente hostil onde passam por procedimentos dolorosos sem entendê-los. Isso pode levar a regressões e outros mecanismos de defesa. Cabe aos profissionais de saúde preparar emocionalmente as crianças e oferecer apoio aos pais para tornar a experiência menos traumática.
Apresentação da autoria de discentes do curso de Licenciatura em Enfermagem da EssaF, UAlg, no âmbito da disciplina de Psicologia V (Psicologia da Gravidez e Maternidade/Paternidade) - Outubro de 2004, supervisionada pela docente Celeste Duque
O documento discute a família e seus ciclos de vida. Define família como uma unidade básica da sociedade formada por indivíduos ligados por laços de ancestralidade ou afetividade, que tem a função de proteger a espécie humana e transmitir valores culturais. Apresenta diferentes tipos de família e papéis familiares, além de reconhecer a diversidade de configurações familiares atuais. Também descreve as fases do ciclo vital humano, desde o nascimento até a velhice.
Artigo: O papel da mulher na sociedade enc.modernaJosiane Costa
O documento discute o papel da mulher na sociedade moderna e o conflito entre machismo e feminismo. Aborda como as mulheres ainda enfrentam preconceitos de uma sociedade machista apesar dos avanços dos movimentos feministas ao longo da história para conquistar igualdade de direitos. Também analisa como a indústria do comércio explora padrões de beleza que perpetuam a opressão às mulheres.
A população LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, queer e questionando, intersexo, assexual e demais gêneros e orientações sexuais) encontra-se desamparada quanto ao atendimento de seus direitos, incluindo o acesso aos espaços de saúde. A partir da iminente necessidade de formação de profissionais de saúde preparados para atender essa população, esse trabalho faz uma alusão a um modelo de cuidado inclusivo e integral, de maneira que deixemos as portas abertas às novas configurações familiares.
Agradecemos e parabenizamos a Pediatra Ana Carolina L. Salis é pós-graduada em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo 1, polo Piracicaba. calorgasalis@gmail.com Instagram: @SOMOSAMAMENTACAO
Aula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana FrizzoProqualis
O documento discute aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto, incluindo fatores de risco para depressão e impactos no desenvolvimento da criança. Aborda também a importância do diagnóstico preciso da depressão materna e dos tratamentos multidisciplinares que auxiliam na relação mãe-bebê.
A parceria entre famílias e profissionais de saúde é essencial para garantir um atendimento de qualidade na saúde da criança.
Material de 08 de janeiro de 2020
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
As três frases resumem o documento da seguinte forma:
1) A aula introduz conceitos psicológicos aplicados ao cuidado com pacientes, incluindo sofrimento psíquico e aspectos culturais e sociais relacionados ao adoecer.
2) As unidades discutem aspectos psicológicos na relação entre profissionais de saúde, pacientes e famílias, assim como humanização e cuidados paliativos.
3) O documento também critica o modelo biomédico de saúde e defende uma abordagem biopsicoss
As reações das crianças hospitalizadas e as intervenções de enfermagemuniversitária
O documento discute as reações das crianças à hospitalização e intervenções de enfermagem. A hospitalização causa sofrimento físico e emocional em crianças, que se sentem em um ambiente hostil onde passam por procedimentos dolorosos sem entendê-los. Isso pode levar a regressões e outros mecanismos de defesa. Cabe aos profissionais de saúde preparar emocionalmente as crianças e oferecer apoio aos pais para tornar a experiência menos traumática.
Apresentação da autoria de discentes do curso de Licenciatura em Enfermagem da EssaF, UAlg, no âmbito da disciplina de Psicologia V (Psicologia da Gravidez e Maternidade/Paternidade) - Outubro de 2004, supervisionada pela docente Celeste Duque
O documento discute a família e seus ciclos de vida. Define família como uma unidade básica da sociedade formada por indivíduos ligados por laços de ancestralidade ou afetividade, que tem a função de proteger a espécie humana e transmitir valores culturais. Apresenta diferentes tipos de família e papéis familiares, além de reconhecer a diversidade de configurações familiares atuais. Também descreve as fases do ciclo vital humano, desde o nascimento até a velhice.
Artigo: O papel da mulher na sociedade enc.modernaJosiane Costa
O documento discute o papel da mulher na sociedade moderna e o conflito entre machismo e feminismo. Aborda como as mulheres ainda enfrentam preconceitos de uma sociedade machista apesar dos avanços dos movimentos feministas ao longo da história para conquistar igualdade de direitos. Também analisa como a indústria do comércio explora padrões de beleza que perpetuam a opressão às mulheres.
A importância do aleitamento materno para o desenvolvimento do vínculoSilvia Marina Anaruma
O documento discute a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento da criança em três aspectos principais: 1) A formação do vínculo entre mãe e bebê através do aleitamento materno e do contato pele a pele; 2) As vantagens do aleitamento materno para a saúde física e emocional da criança; 3) O papel do profissional de saúde em apoiar e incentivar a amamentação.
Aspectos físicos e psicológicos da gravidezLeticia Miura
Este documento descreve as mudanças psicológicas e físicas experienciadas por uma mulher durante a gravidez, incluindo sentimentos de ansiedade, sonhos sobre o bebê, alterações hormonais e de humor, e medos sobre o parto e maternidade.
O pesar perante a perda gestacional/neonatal ainda é socialmente desconsiderado, um tema pouco debatido, mas que precisa ser adequadamente abordado dentro das equipes e com os familiares.
Material de 18 de janeiro de 2023
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
O clampeamento do cordão umbilical depois de 30 segundos no prematuro <34 semanas de gestação e depois de 60 segundos no neonato pré-termo tardio e a termo com boa vitalidade ao nascer é um procedimento simples, sem custo, que pode trazer vários benefícios, e que não acarreta riscos para o binômio mãe-filho. Trata-se de uma BOA PRÁTICA realizada pelos profissionais de saúde no momento do nascimento.
Material de 08 de abril de 2022.
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção ao Recém-nascido
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
O documento discute aspectos psicológicos da gravidez e puerpério, incluindo: 1) existem algumas experiências comuns, mas também diferenças individuais; 2) hormônios sexuais podem influenciar o estado emocional; 3) fatores psicossociais como histórico pessoal e apoio social também são importantes.
Este documento discute a humanização do parto natural no Brasil. A lei garante o direito das mulheres terem um acompanhante durante o parto no SUS. Os benefícios do acompanhamento incluem menos dor e intervenções médicas. Enfermeiras obstétricas são qualificadas para assistir partos normais de acordo com a lei. O objetivo é fornecer um ambiente confortável e privado para as mulheres durante o parto respeitando seus desejos.
O documento discute a psicologia hospitalar e seus desafios. Em 3 frases:
1) Apresenta a palestrante e sua atuação em psicologia da saúde e hospitalar, com foco em transtornos alimentares e obesidade.
2) Descreve a equipe multidisciplinar da Bem Viver Psicologia Clínica e Hospitalar, com 29 colaboradores atuando em hospitais parceiros.
3) Discutem o papel do psicólogo hospitalar em minimizar o sofrimento causado pela hospitalização e sequelas em
Apresentação A Alma do Parto. Um novo paradigma para a humanização do partoAdriana Tanese Nogueira
O livro de Adriana Tanese Nogueira constitui um rico manancial de reflexões acerca da existência humana. Obstinada em compreender o parto na sua essência e riqueza, rigorosa em suas pesquisas, ela cuidou de nos tornar acessível e agradável este assunto denso, instigante e ainda pouco abordado, por assim dizer.
Apesar de sua grandiosidade, o parto tem sido banalizado, no mundo ocidental sobretudo. Não é sem motivo que seus gemidos têm sido abafados e oprimidos. Uma reflexão madura dos motivos destes descaminhos é discutida neste livro numa perspectiva histórica, culminando no desfecho da obra numa proposta, onde a humanização é posta como a via possível de resgate da condição humana. Tratando de uma dimensão mais profunda do evento parto, menosprezada pela civilização contemporânea, fala-nos, portanto, de um resgate da essência humana.
Desvelando-nos o parto com sua riqueza de sentimentos, emoções, sensações, este livro nos mostra as mulheres num estado privilegiado e modificado da consciência, possível de ser experimentado em pouquíssimas situações. Estes exemplos de ampliação da consciência vivida nos estados extáticos, transformadora da existência humana, por si bastariam para justificar esta preciosa obra.
Dr. Paulo Batistuta Novaes
Médico ginecologista e obstetra com mestrado em Medicina
Autor de “Sagrado: um vídeo educativo sobre a humanização do parto e nascimento segundo as recomendações da OMS” (2002) e do livro “Parto: uma dimensão do gozo feminino” (2006).
Este documento apresenta informações sobre a gravidez, parto e cuidados com o recém-nascido. Ele fornece respostas às dúvidas frequentes de pais sobre as alterações físicas e comportamentais da gestante durante a gravidez, os tipos de parto e sentimentos vividos pelos pais durante esses períodos. O documento também aborda temas como amamentação, cuidados com o bebê e licença parental. Seu objetivo é promover o envolvimento paterno e esclarecer dúvidas dos pais sobre esses important
O documento discute transtornos mentais na gravidez e puerpério, incluindo depressão, disforia pós-parto e psicose puerperal. Aborda fatores de risco, sintomas, impactos no bebê e formas de tratamento como acolhimento, tratamento multidisciplinar, psicoeducação e psicoterapia.
Atividades grupais no ambiente hospitalarresenfe2013
O documento discute atividades grupais no ambiente hospitalar. Ele define grupos e tipos de grupos terapêuticos, e descreve como as atividades grupais são organizadas e implementadas, incluindo tamanho do grupo, estrutura, local e objetivos. O documento também fornece um exemplo de um grupo de terapia ocupacional em uma enfermaria pediátrica.
O documento descreve a coleção Primeiríssima Infância da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, que inclui materiais sobre o desenvolvimento integral da criança de zero a três anos. O objetivo é qualificar o atendimento à criança pequena e favorecer ações integradas entre educação, saúde e assistência social. A oficina descrita no documento visa capacitar profissionais sobre cuidados em pré-natal, puerpério e amamentação.
O documento discute a importância da atuação da enfermagem obstétrica na assistência ao parto e nascimento de forma interdisciplinar. Aponta que modelos liderados por enfermeiras obstétricas estão associados a menos intervenções médicas e maior satisfação das mulheres, sem piores resultados clínicos. Defende que a cobertura efetiva de cuidados maternos e neonatais deve incluir o acesso a enfermeiras obstétricas, que contribuem para melhores experiências e resultados de parto.
O documento apresenta uma coletânea sobre psicologia hospitalar produzida pelo Conselho Regional de Psicologia da 8a Região. Resume a história da comissão de psicologia hospitalar, os objetivos da especialidade e considerações sobre a atuação do psicólogo em ambiente hospitalar.
O documento discute a importância do aleitamento materno e o papel da atenção primária em promovê-lo. Apresenta evidências científicas sobre os benefícios do aleitamento materno para a saúde da criança e da mãe. Também descreve estratégias implementadas no Brasil para apoiar a amamentação, como a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, e ações efetivas na atenção primária apoiadas por evidências, como educação sobre aleitamento e visitas domiciliares na primeira semana de vida.
Este documento apresenta informações sobre a humanização do parto no Estado de Pernambuco, definindo o que é a humanização do parto, os direitos da gestante e do bebê, como as unidades de saúde e profissionais devem agir, e quando o parto normal ou cesárea são indicados.
O documento discute a saúde mental no pós-parto, destacando que: (1) As mudanças físicas, psicológicas e sociais no pós-parto tornam difícil distinguir sintomas depressivos normais; (2) Muitas mulheres sentem medo de não se encaixarem no estereótipo de mãe feliz devido ao estigma em buscar ajuda para saúde mental; (3) A ferramenta foi desenvolvida para ajudar mulheres a identificarem sinais de alerta e fatores de risco para problemas
Imogene King desenvolveu uma teoria de enfermagem baseada na obtenção de metas através da interação entre sistemas pessoais, interpessoais e sociais. Sua teoria, publicada em 1981, foca na interação enfermeiro-cliente com o objetivo de estabelecer uma relação que ajude o indivíduo a manter sua saúde.
Este guia tem como objetivo instrumentalizar profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) no atendimento de saúde sexual e reprodutiva. Aborda tópicos estratégicos como planejamento reprodutivo, pré-natal e parto, além de propor metodologias ativas para discutir esses temas com as mulheres. O material busca promover o protagonismo feminino e o acesso a informações qualificadas, contribuindo para que tomem decisões informadas sobre sua saúde e vida reprodutiva.
- As crianças que são amamentadas por mais tempo têm menor morbidade e mortalidade, menos maloclusão dentária e maior inteligência do que aquelas amamentadas por menos tempo ou não amamentadas. Estes benefícios persistem até mais tarde na vida.
- A amamentação também beneficia as mães, podendo prevenir câncer de mama, aumentar o intervalo entre partos e reduzir riscos de diabetes e câncer de ovário.
- Embora a amamentação seja reconhecidamente importante, apenas 37% das crianças em países de baixa e
1. O estudo investigou se a Estratégia Saúde da Família é discutida com a população pelos profissionais e a compreensão desses sobre Educação em Saúde.
2. Por meio de entrevistas, identificou-se que a ESF não é objeto de educação e os profissionais tem práticas educativas verticalizadas e focadas em doenças.
3. Refletiu-se sobre os conceitos de Educação em Saúde dos profissionais e a importância da educação permanente para aproximar as práticas da
A importância do aleitamento materno para o desenvolvimento do vínculoSilvia Marina Anaruma
O documento discute a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento da criança em três aspectos principais: 1) A formação do vínculo entre mãe e bebê através do aleitamento materno e do contato pele a pele; 2) As vantagens do aleitamento materno para a saúde física e emocional da criança; 3) O papel do profissional de saúde em apoiar e incentivar a amamentação.
Aspectos físicos e psicológicos da gravidezLeticia Miura
Este documento descreve as mudanças psicológicas e físicas experienciadas por uma mulher durante a gravidez, incluindo sentimentos de ansiedade, sonhos sobre o bebê, alterações hormonais e de humor, e medos sobre o parto e maternidade.
O pesar perante a perda gestacional/neonatal ainda é socialmente desconsiderado, um tema pouco debatido, mas que precisa ser adequadamente abordado dentro das equipes e com os familiares.
Material de 18 de janeiro de 2023
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
O clampeamento do cordão umbilical depois de 30 segundos no prematuro <34 semanas de gestação e depois de 60 segundos no neonato pré-termo tardio e a termo com boa vitalidade ao nascer é um procedimento simples, sem custo, que pode trazer vários benefícios, e que não acarreta riscos para o binômio mãe-filho. Trata-se de uma BOA PRÁTICA realizada pelos profissionais de saúde no momento do nascimento.
Material de 08 de abril de 2022.
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção ao Recém-nascido
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
O documento discute aspectos psicológicos da gravidez e puerpério, incluindo: 1) existem algumas experiências comuns, mas também diferenças individuais; 2) hormônios sexuais podem influenciar o estado emocional; 3) fatores psicossociais como histórico pessoal e apoio social também são importantes.
Este documento discute a humanização do parto natural no Brasil. A lei garante o direito das mulheres terem um acompanhante durante o parto no SUS. Os benefícios do acompanhamento incluem menos dor e intervenções médicas. Enfermeiras obstétricas são qualificadas para assistir partos normais de acordo com a lei. O objetivo é fornecer um ambiente confortável e privado para as mulheres durante o parto respeitando seus desejos.
O documento discute a psicologia hospitalar e seus desafios. Em 3 frases:
1) Apresenta a palestrante e sua atuação em psicologia da saúde e hospitalar, com foco em transtornos alimentares e obesidade.
2) Descreve a equipe multidisciplinar da Bem Viver Psicologia Clínica e Hospitalar, com 29 colaboradores atuando em hospitais parceiros.
3) Discutem o papel do psicólogo hospitalar em minimizar o sofrimento causado pela hospitalização e sequelas em
Apresentação A Alma do Parto. Um novo paradigma para a humanização do partoAdriana Tanese Nogueira
O livro de Adriana Tanese Nogueira constitui um rico manancial de reflexões acerca da existência humana. Obstinada em compreender o parto na sua essência e riqueza, rigorosa em suas pesquisas, ela cuidou de nos tornar acessível e agradável este assunto denso, instigante e ainda pouco abordado, por assim dizer.
Apesar de sua grandiosidade, o parto tem sido banalizado, no mundo ocidental sobretudo. Não é sem motivo que seus gemidos têm sido abafados e oprimidos. Uma reflexão madura dos motivos destes descaminhos é discutida neste livro numa perspectiva histórica, culminando no desfecho da obra numa proposta, onde a humanização é posta como a via possível de resgate da condição humana. Tratando de uma dimensão mais profunda do evento parto, menosprezada pela civilização contemporânea, fala-nos, portanto, de um resgate da essência humana.
Desvelando-nos o parto com sua riqueza de sentimentos, emoções, sensações, este livro nos mostra as mulheres num estado privilegiado e modificado da consciência, possível de ser experimentado em pouquíssimas situações. Estes exemplos de ampliação da consciência vivida nos estados extáticos, transformadora da existência humana, por si bastariam para justificar esta preciosa obra.
Dr. Paulo Batistuta Novaes
Médico ginecologista e obstetra com mestrado em Medicina
Autor de “Sagrado: um vídeo educativo sobre a humanização do parto e nascimento segundo as recomendações da OMS” (2002) e do livro “Parto: uma dimensão do gozo feminino” (2006).
Este documento apresenta informações sobre a gravidez, parto e cuidados com o recém-nascido. Ele fornece respostas às dúvidas frequentes de pais sobre as alterações físicas e comportamentais da gestante durante a gravidez, os tipos de parto e sentimentos vividos pelos pais durante esses períodos. O documento também aborda temas como amamentação, cuidados com o bebê e licença parental. Seu objetivo é promover o envolvimento paterno e esclarecer dúvidas dos pais sobre esses important
O documento discute transtornos mentais na gravidez e puerpério, incluindo depressão, disforia pós-parto e psicose puerperal. Aborda fatores de risco, sintomas, impactos no bebê e formas de tratamento como acolhimento, tratamento multidisciplinar, psicoeducação e psicoterapia.
Atividades grupais no ambiente hospitalarresenfe2013
O documento discute atividades grupais no ambiente hospitalar. Ele define grupos e tipos de grupos terapêuticos, e descreve como as atividades grupais são organizadas e implementadas, incluindo tamanho do grupo, estrutura, local e objetivos. O documento também fornece um exemplo de um grupo de terapia ocupacional em uma enfermaria pediátrica.
O documento descreve a coleção Primeiríssima Infância da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, que inclui materiais sobre o desenvolvimento integral da criança de zero a três anos. O objetivo é qualificar o atendimento à criança pequena e favorecer ações integradas entre educação, saúde e assistência social. A oficina descrita no documento visa capacitar profissionais sobre cuidados em pré-natal, puerpério e amamentação.
O documento discute a importância da atuação da enfermagem obstétrica na assistência ao parto e nascimento de forma interdisciplinar. Aponta que modelos liderados por enfermeiras obstétricas estão associados a menos intervenções médicas e maior satisfação das mulheres, sem piores resultados clínicos. Defende que a cobertura efetiva de cuidados maternos e neonatais deve incluir o acesso a enfermeiras obstétricas, que contribuem para melhores experiências e resultados de parto.
O documento apresenta uma coletânea sobre psicologia hospitalar produzida pelo Conselho Regional de Psicologia da 8a Região. Resume a história da comissão de psicologia hospitalar, os objetivos da especialidade e considerações sobre a atuação do psicólogo em ambiente hospitalar.
O documento discute a importância do aleitamento materno e o papel da atenção primária em promovê-lo. Apresenta evidências científicas sobre os benefícios do aleitamento materno para a saúde da criança e da mãe. Também descreve estratégias implementadas no Brasil para apoiar a amamentação, como a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, e ações efetivas na atenção primária apoiadas por evidências, como educação sobre aleitamento e visitas domiciliares na primeira semana de vida.
Este documento apresenta informações sobre a humanização do parto no Estado de Pernambuco, definindo o que é a humanização do parto, os direitos da gestante e do bebê, como as unidades de saúde e profissionais devem agir, e quando o parto normal ou cesárea são indicados.
O documento discute a saúde mental no pós-parto, destacando que: (1) As mudanças físicas, psicológicas e sociais no pós-parto tornam difícil distinguir sintomas depressivos normais; (2) Muitas mulheres sentem medo de não se encaixarem no estereótipo de mãe feliz devido ao estigma em buscar ajuda para saúde mental; (3) A ferramenta foi desenvolvida para ajudar mulheres a identificarem sinais de alerta e fatores de risco para problemas
Imogene King desenvolveu uma teoria de enfermagem baseada na obtenção de metas através da interação entre sistemas pessoais, interpessoais e sociais. Sua teoria, publicada em 1981, foca na interação enfermeiro-cliente com o objetivo de estabelecer uma relação que ajude o indivíduo a manter sua saúde.
Este guia tem como objetivo instrumentalizar profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) no atendimento de saúde sexual e reprodutiva. Aborda tópicos estratégicos como planejamento reprodutivo, pré-natal e parto, além de propor metodologias ativas para discutir esses temas com as mulheres. O material busca promover o protagonismo feminino e o acesso a informações qualificadas, contribuindo para que tomem decisões informadas sobre sua saúde e vida reprodutiva.
- As crianças que são amamentadas por mais tempo têm menor morbidade e mortalidade, menos maloclusão dentária e maior inteligência do que aquelas amamentadas por menos tempo ou não amamentadas. Estes benefícios persistem até mais tarde na vida.
- A amamentação também beneficia as mães, podendo prevenir câncer de mama, aumentar o intervalo entre partos e reduzir riscos de diabetes e câncer de ovário.
- Embora a amamentação seja reconhecidamente importante, apenas 37% das crianças em países de baixa e
1. O estudo investigou se a Estratégia Saúde da Família é discutida com a população pelos profissionais e a compreensão desses sobre Educação em Saúde.
2. Por meio de entrevistas, identificou-se que a ESF não é objeto de educação e os profissionais tem práticas educativas verticalizadas e focadas em doenças.
3. Refletiu-se sobre os conceitos de Educação em Saúde dos profissionais e a importância da educação permanente para aproximar as práticas da
SER PAI: EXERCENDO A PATERNIDADE FRENTE AO TRABALHO DE PARTO HUMANIZADOCamila Rios
1. O documento discute a participação do pai no parto humanizado, que visa prestar uma assistência centrada nas necessidades da mãe e do bebê de forma acolhedora.
2. O parto humanizado permite que o pai esteja presente desde o início, apoiando a mãe emocionalmente e ajudando a criar um ambiente tranquilo e seguro.
3. Estar presente no pré-natal, parto e pós-parto permite que o pai compartilhe as responsabilidades e dê apoio à mãe, exercendo seu pap
Este documento apresenta informações sobre a saúde da mulher no Brasil, abordando a evolução histórica das políticas de atenção à saúde da mulher, a situação sociodemográfica das mulheres brasileiras e os objetivos do Pacto pela Saúde relacionados à saúde da mulher.
Este documento discute a história da participação das mulheres na luta pela saúde no Brasil e a construção da política de saúde da mulher. Ele apresenta como as mulheres brasileiras foram decisivas para conquistas de direitos e igualdade entre homens e mulheres. Também discute como a participação feminina foi importante na reforma sanitária brasileira e na construção da política nacional de atenção integral à saúde da mulher no SUS.
O documento discute os desafios do envelhecimento da população LGBT, incluindo invisibilidade e falta de acesso adequado a serviços. Também apresenta a ONG EternamenteSOU, que promove eventos e capacitação para profissionais, visando melhorar o atendimento a idosos LGBT.
Educação permanente e a regionalização do sistema estadual de saúde na Bahia:...EducaSaude1
Educação permanente e a regionalização do sistema estadual de saúde na Bahia: ensino-aprendizagem e políticas de saúde como composião do tempo. Revista Baiana de Saúde Pública.
1357-L - A saúde de adolescentes e jovens - Módulo avançadobibliotecasaude
A publicação do módulos: básico e avançado, do título “A saúde de Adolescentes e Jovens – uma metodologia de auto-aprendizagem para equipes de atenção básica de saúde”, elaborados a partir de estudos de casos do contexto da saúde de adolescentes e jovens, é um compromisso do Ministério da Saúde em contribuir para a formação dos profissionais de saúde que atuam na atenção básica, garantindo-lhes subsídios para sua prática cotidiana, e, conseqüentemente, para a melhoria da qualidade do atendimento e dos serviços.
1) O documento discute a feminização das profissões de saúde no Brasil, com ênfase nas tendências de mais mulheres ingressarem em cursos como medicina e odontologia. 2) Dados revelam que as mulheres constituem a maioria dos estudantes de cursos superiores da área da saúde e que há implicações para a saúde e qualidade de vida destas profissionais. 3) Fatores como estresse, carga horária excessiva e condições de trabalho podem impactar a saúde mental destas profissionais.
1. O estudo avaliou o uso de tecnologias educativas como estratégia de educação em saúde com adolescentes em uma escola pública no Brasil.
2. Foram realizadas oficinas educativas sobre sexualidade, gênero, DSTs/AIDS e métodos contraceptivos com 30 adolescentes, revelando lacunas no conhecimento sobre prevenção e uso inadequado de métodos.
3. O estudo concluiu que as atividades de prevenção em saúde nas escolas devem abordar questões de gênero
1) O documento discute o uso de tecnologias educacionais como estratégia de educação em saúde para adolescentes em uma escola pública no Brasil.
2) Foi realizado um estudo de pesquisa-ação com 30 adolescentes por meio de oficinas educativas sobre sexualidade, gênero, DST/AIDS e métodos contraceptivos.
3) Os resultados mostraram lacunas no conhecimento sobre DSTs e métodos contraceptivos e como questões de gênero influenciam a qualidade de vida dos jovens.
1. O estudo avaliou o uso de tecnologias educativas como estratégia de educação em saúde para adolescentes em uma escola pública no Brasil.
2. As tecnologias educativas incluíram oficinas sobre sexualidade, gênero, DSTs/AIDS e métodos contraceptivos, que revelaram lacunas no conhecimento dos adolescentes sobre esses tópicos.
3. O estudo concluiu que as atividades de prevenção de DSTs/AIDS nas escolas devem abordar questões de gêner
1. O estudo avaliou o uso de tecnologias educativas como estratégia de educação em saúde para adolescentes em uma escola pública no Brasil.
2. Foram realizadas oficinas educativas sobre sexualidade, gênero, DSTs/AIDS e métodos contraceptivos com 30 adolescentes, que revelaram lacunas no conhecimento sobre prevenção e saúde reprodutiva.
3. O estudo concluiu que as tecnologias educativas podem estimular os adolescentes a refletirem criticamente sobre sua saú
Orientação sexual nas escolas a importância e as dificuldades da abordagem ju...Junior Moraes
1) O documento discute a importância da abordagem do tema orientação sexual nas escolas com adolescentes do 6o ao 9o ano do ensino fundamental.
2) Apesar de ser um tema delicado, é importante discuti-lo na escola e também dentro dos âmbitos familiares, reconhecendo que a sexualidade faz parte do desenvolvimento humano.
3) O autor realizou pesquisas bibliográficas e analisou documentos como os PCNs e o ECA para defender a abordagem desse tema nas escolas de forma a orientar os adolescentes sobre
ORIENTAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: A IMPORTÂNCIA E AS DIFICULDADES DA ABORDAGEM J...Junior Moraes
1) O documento discute a importância da abordagem do tema orientação sexual nas escolas com adolescentes do 6o ao 9o ano do ensino fundamental, destacando as mudanças físicas e emocionais dessa fase.
2) Apesar de ser um tema delicado, a discussão é importante para orientar os jovens de forma adequada sobre sexualidade e prevenir problemas como gravidez precoce e DSTs.
3) Ao longo da história do Brasil, houve tentativas de incluir o tema na educação, mas também resistência
Este módulo aborda a gravidez na adolescência, definindo-a como ocorrendo até os 20 anos incompletos de acordo com a OMS. No entanto, ressalta que não há delimitações rígidas entre as fases da vida e que a adolescência e juventude devem ser entendidas como processos influenciados por fatores sociais, não apenas biológicos. O módulo também discute a heterogeneidade dos jovens e como experiências de vida variam de acordo com contextos históricos e sociais.
O documento discute a importância de políticas públicas para a educação gerontológica visando a inclusão social dos idosos. A pesquisa avaliou as atitudes de jovens e idosos no Distrito Federal sobre o envelhecimento e a intergeracionalidade através de questionários. Os resultados mostraram a falta de atividades para idosos nas escolas pesquisadas e o distanciamento entre as gerações. O documento sugere que a educação gerontológica deve fazer parte das políticas públicas e currículos escolares para aproximar as
Este documento discute orientações para profissionais da saúde sobre adolescentes que enfrentam o desafio de se tornarem pais na adolescência. Ele apresenta informações sobre a definição de adolescência, a transição familiar, a gravidez na adolescência no Brasil e orientações para profissionais da saúde trabalharem com adolescentes pais e casais adolescentes. O objetivo é estimular o desenvolvimento de projetos de intervenção para apoiar esses adolescentes a ressignificarem suas histórias.
Semelhante a Aleitamento HUMANO: interseccionalidade QUEER / prática inclusiva (20)
Concepção, gravidez, parto e pós-parto: perspectivas feministas e interseccionais
Livro integra a coleção Temas em Saúde Coletiva
A mais recente publicação do Instituto de SP traça a evolução da política de saúde voltada para as mulheres e pessoas que engravidam no Brasil ao longo dos últimos cinquenta anos.
A publicação se inicia com uma análise aprofundada de dois conceitos fundamentais: gênero e interseccionalidade. Ao abordar questões de saúde da mulher, considera-se o contexto social no qual a mulher está inserida, levando em conta sua classe, raça e gênero. Um dos pontos centrais deste livro é a transformação na assistência ao parto, influenciada significativamente pelos movimentos sociais, que desde a década de 1980 denunciam o uso irracional de tecnologia na assistência.
Essas iniciativas se integraram ao movimento emergente de avaliação tecnológica em saúde e medicina baseada em evidências, resultando em estudos substanciais que impulsionaram mudanças significativas, muitas das quais são discutidas nesta edição. Esta edição tem como objetivo fomentar o debate na área da saúde, contribuindo para a formação de profissionais para o SUS e auxiliando na formulação de políticas públicas por meio de uma discussão abrangente de conceitos e tendências do campo da Saúde Coletiva.
Esta edição amplia a compreensão das diversas facetas envolvidas na garantia de assistência durante o período reprodutivo, promovendo uma abordagem livre de preconceitos, discriminação e opressão, pautada principalmente nos direitos humanos.
Dois capítulos se destacam: ‘“A pulseirinha do papai”: heteronormatividade na assistência à saúde materna prestada a casais de mulheres em São Paulo’, e ‘Políticas Públicas de Gestação, Práticas e Experiências Discursivas de Gravidez Trans masculina’.
Parabéns às autoras e organizadoras!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Recomendações da OMS sobre cuidados maternos e neonatais para uma experiência pós-natal positiva.
Em consonância com os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Estratégia Global para a Saúde das Mulheres, Crianças e Adolescentes, e aplicando uma abordagem baseada nos direitos humanos, os esforços de cuidados pós-natais devem expandir-se para além da cobertura e da simples sobrevivência, de modo a incluir cuidados de qualidade.
Estas diretrizes visam melhorar a qualidade dos cuidados pós-natais essenciais e de rotina prestados às mulheres e aos recém-nascidos, com o objetivo final de melhorar a saúde e o bem-estar materno e neonatal.
Uma “experiência pós-natal positiva” é um resultado importante para todas as mulheres que dão à luz e para os seus recém-nascidos, estabelecendo as bases para a melhoria da saúde e do bem-estar a curto e longo prazo. Uma experiência pós-natal positiva é definida como aquela em que as mulheres, pessoas que gestam, os recém-nascidos, os casais, os pais, os cuidadores e as famílias recebem informação consistente, garantia e apoio de profissionais de saúde motivados; e onde um sistema de saúde flexível e com recursos reconheça as necessidades das mulheres e dos bebês e respeite o seu contexto cultural.
Estas diretrizes consolidadas apresentam algumas recomendações novas e já bem fundamentadas sobre cuidados pós-natais de rotina para mulheres e neonatos que recebem cuidados no pós-parto em unidades de saúde ou na comunidade, independentemente dos recursos disponíveis.
É fornecido um conjunto abrangente de recomendações para cuidados durante o período puerperal, com ênfase nos cuidados essenciais que todas as mulheres e recém-nascidos devem receber, e com a devida atenção à qualidade dos cuidados; isto é, a entrega e a experiência do cuidado recebido. Estas diretrizes atualizam e ampliam as recomendações da OMS de 2014 sobre cuidados pós-natais da mãe e do recém-nascido e complementam as atuais diretrizes da OMS sobre a gestão de complicações pós-natais.
O estabelecimento da amamentação e o manejo das principais intercorrências é contemplada.
Recomendamos muito.
Vamos discutir essas recomendações no nosso curso de pós-graduação em Aleitamento no Instituto Ciclos.
Esta publicação só está disponível em inglês até o momento.
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Existem cada vez mais evidências de que os setores de bebidas e alimentos ultra processados, fórmulas infantis, micronutrientes, pesticidas e manipulação genética de alimentos, além de atores associados, frequentemente tentam atrasar, enfraquecer, distorcer e/ou impedir o desenvolvimento de políticas e programas de alimentação e nutrição que possam contribuir efetivamente para sistemas alimentares mais saudáveis e sustentáveis.
Este documento estabelece um roteiro para introduzir e implementar, na Região das Américas, o Projeto de abordagem da OMS para a prevenção e gestão de conflitos de interesse na formulação de políticas e implementação de programas de nutrição no âmbito nacional, publicado pela OMS em dezembro de 2017.
Conflito de interesse segundo a OMS é uma situação em que o interesse primário de uma instituição pode ser indevidamente influenciado pelo interesse de um ator não estatal, de tal forma que afete (ou possa parecer afetar) a independência e objetividade do trabalho do governo no campo da saúde pública.
O projeto de abordagem da OMS é um processo decisório cujo objetivo é ajudar os Estados a identificar, prevenir e gerenciar potenciais conflitos de interesse quando da sua interação com atores não estatais (principalmente comerciais) nas políticas e programas de nutrição.
Considerando a complexidade do projeto de abordagem da OMS, este documento também fornece uma 'ferramenta de triagem' simplificada para apoiar e permitir sua aplicação.
Essa ferramenta de triagem foi desenvolvida pela OPAS, com o apoio de funcionários de ministérios da saúde e de organizações da sociedade civil.
Este roteiro tem como objetivos:
- apresentar os princípios fundamentais da abordagem da OMS aos tomadores de decisão das agências governamentais relevantes;
- adaptar e desenvolver formatos complementares da abordagem da OMS que se encaixem nos processos decisórios existentes em nível nacional;
- e complementar a ferramenta completa da OMS com uma ferramenta de triagem mais curta para aumentar a acessibilidade e possibilitar um envolvimento e uso mais efetivos na tomada de decisões relativas a potenciais interações com atores não estatais.
A publicação explica como esses objetivos podem ser abordados usando um método em 3 estágios. Ela também inclui anexos que cobrem estudos de caso, programas para oficinas e uma ferramenta de triagem para avaliar potenciais interações com atores não estatais: indústrias, comerciantes, empresas... Inclusive, no patrocínio de Congressos, Encontros, Reuniões científicas e apoio as Associações e Sociedades de profissionais de saúde.
Recomendamos!
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Promoção comercial dos ditos substitutos do leite materno:
Implementação do Código Internacional -
relatório de situação mundial em 2024
Esta publicação fornece informações atualizadas sobre o estado de implementação do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (de 1981) e subsequentes resoluções da Assembleia Mundial da Saúde (relacionadas com o “Código”) por países. Apresenta o estatuto jurídico do Código, incluindo até que ponto as disposições de recomendação foram incorporadas nas legislações nacionais.
O relatório centra-se na forma como as medidas legais delineiam processos de monitorização e aplicação para garantir a eficácia das disposições incluídas.
Também destaca exemplos importantes de interferência de fabricantes e distribuidores de substitutos do leite materno nos esforços para enfraquecer e atrasar a implementação de proteções contra o marketing antiético.
O Brasil aparece classificado como “substancialmente alinhado com o Código” devido à NBCAL – Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras, que está em constante atualização desde sua primeira versão de 1988.
Esse status no traz esperança de continuar avançando, principalmente contra o marketing digital perpetrado pelas redes sociais e pelas ditas “influenciadoras”.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Maternidade pública de Salvador lança caderneta específica para acompanhamento da gestação de Homens Trans. A Unidade de saúde da Universidade Federal da Bahia mantém ações de acolhimento à população transexual. Medida visa preencher lacuna do sistema de saúde.
A iniciativa foi idealizada e produzida pela Maternidade Climério de Oliveira da UFBA em Salvador.
“A caderneta tem como objetivo promover inclusão social, visibilidade e pertencimento, além de produzir dados qualitativos e quantitativos sobre gestações transmasculinas. O uso do instrumento pode contribuir na elaboração de políticas públicas que propiciem o acesso, o cuidado seguro e a garantia de direitos, conforme estabelecido nos princípios do SUS (universalidade, equidade e integralidade)”, disse Sinaide Coelho, superintendente da MCO-UFBA.
TRANSGESTA
Trata-se de uma iniciativa voltada às pessoas que se reconhecem e se declaram transexuais, travestis, transgêneras, intersexo e outras denominações que representam formas diversas de vivência e de expressão de identidade de gênero. Desde o início, o programa realizou o acompanhamento de 7 homens trans gestantes, que resultou no nascimento de nove bebês na maternidade.
Parabéns!
Todo o nosso apoio: essa Caderneta será citada no V Seminário online anual preparatório para a SMAM 2024 em www.agostodourado.com
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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ALIMENTAÇÃO DE LACTENTES E CRIANÇAS PEQUENAS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA:
manual de orientações para a comunidade, profissionais de saúde e gestores de programas de assistência humanitária.
*Tema da SMAM 2009 e que abordaremos novamente no www.agostodourado.com desse ano.
As calamidades e emergências complexas têm um impacto devastador sobre a vida das pessoas. Repentinamente, elas perdem suas casas e são obrigadas a viver fora de seu local de origem, muitas vezes com a cisão abrupta da unidade familiar. O acesso aos serviços de saúde primários costuma ficar prejudicado ou completamente inviabilizado e os sistemas de saúde podem entrar em colapso. A água potável e os alimentos geralmente se tornam escassos, as condições de segurança precárias. Durante os desastres é preciso enfrentar o desafio de lidar com um grande número de pessoas em choque, muitas delas doentes, feridas ou traumatizadas por suas experiências. As mulheres e crianças são as vítimas que mais necessitam de cuidados. Muitas mulheres perdem seus maridos/companheiras, filhos, pais ou parentes e, mesmo assim, precisam iniciar imediatamente o trabalho de reconstruir seus lares, de organizar o espaço para continuar vivendo e de cuidar dos membros mais frágeis da família. O impacto sobre as mulheres pode ser imenso, tanto físico quanto emocional e social. Atenção extra e cuidados especiais precisam ser oferecidos às mulheres com crianças pequenas, órfãos e gestantes.
A Amamentação cruzada não é recomendada e as lactantes devem receber um acolhimento carinhoso para que possam continuar amamentando ou serem apoiadas para a relactação.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Curadoria de conteúdo: Prof. Marcus Renato de Carvalho @marcus.decarvalho
Amamentação e desenvolvimento sensório psico-motor dos lactentes: “Trilhos anatômicos”, bases neurais da motricidade do sistema estomatognático e suas repercussões sistêmicas.
O lactente é preparado para a amamentação desde a décima segunda semana de gestação, quando inicia o ato reflexo de deglutir o líquido amniótico. A região do encéfalo responsável pela elaboração desses primitivos atos motores é o tronco encefálico. O RN adquire controle motor no sentido céfalo caudal. Isso se dá porque a deposição de mielina obedece à mesma direção. Acrescente-se o fato de o aumento expressivo dos prolongamentos de neurônios ocorrer, principalmente, até os 2 anos de idade. A amamentação, que deve ser mantida pelo menos até que o lactente complete 24 meses de vida, ou mais, funcionaria como uma forma de estimulação perfeita durante esse período crítico do desenvolvimento motor. No lactente, fase em que predominam as ações motoras do orbicular dos lábios e do bucinador (inervados pelo facial), a deglutição é visceral. Entre 7 e 8 meses de idade ocorre a erupção dos dentes incisivos decíduos. O contato inter incisal deflagra a mudança de dominância motora do facial para a do trigêmeo. O padrão de deglutição muda de visceral para somático. Os músculos masseter, pterigoideo medial e temporal (inervados pelo trigêmeo) fazem parte da linha profunda anterior e se comunicam com o occipto frontal (inervado pelo facial), limite cranial da linha superficial posterior. A atuação conjunta dessas duas linhas miofasciais permite que o lactente abandone sua postura flexora com o fortalecimento gradual da musculatura extensora. A amamentação promove, portanto, um adequado sincronismo das ações motoras estimuladas pelos nervos facial e trigêmeo, cujos núcleos se situam no tronco encefálico e estabelecem contato com diversas vias neurais importantes para a organização dos movimentos. Influência o tônus neuromuscular, a postura e o desenvolvimento motor do lactente.
Juliana de Magalhães Faria, Antonio de Padua Ferreira Bueno, Marcus Renato de Carvalho.
Publicado na Revista Fisioterapia Ser • vol. 18 - nº 4 • 2023.
Juliana é Fisioterapeuta em instituições públicas e/ou
privadas há 22 anos, onde adquiriu experiência na área da Saúde e Educação, Pediatria, Fisioterapia em reabilitação de bebês e crianças com problemas neurológicos, estimulação sensório psicomotora, correção postural, reabilitação de pacientes com limitações ortopédicas e neurológicas...
Especialista em Atenção Integral à Saúde Materno-infantil na Maternidade Escola da UFRJ onde iniciou esse artigo que começou com o seu TCC em 2006-7.
Os Princípios de Yogyakarta são um documento sobre direitos humanos nas áreas de orientação sexual e identidade de gênero, publicado em novembro de 2006 como resultado de uma reunião internacional de grupos de direitos humanos na cidade de Joguejacarta (em indonésio: Yogyakarta), na Indonésia.
Os Princípios foram complementados em 2017, expandindo-se para incluir mais formas de expressão de gênero e características sexuais, além de vários novos princípios.
Os Princípios, e sua extensão de 2017, contêm um conjunto de preceitos destinados a aplicar os padrões da lei internacional de direitos humanos ao tratar de situações de violação dos direitos humanos – LGBTQIA+ - de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais e demais expressões de gênero.
São 29 princípios:
1. Direito ao Gozo Universal dos Direitos Humanos
2. Direito à Igualdade e a Não-Discriminação
3. Direito ao Reconhecimento Perante a Lei
4. Direito à Vida
Direito à Segurança Pessoal
6. Direito à Privacidade
7. Direito de Não Sofrer Privação Arbitrária da Liberdade
8. Direito a um Julgamento Justo
9. Direito a Tratamento Humano durante a Detenção
10. Direito de Não Sofrer Tortura e Tratamento ou Castigo Cruel, Desumano e Degradante
11. Direito à Proteção Contra todas as Formas de Exploração, Venda ou Tráfico de Seres Humanos
12. Direito ao Trabalho
13. Direito à Seguridade Social e outras Medidas de Proteção Social
14. Direito a um Padrão de Vida Adequado
15. Direito à Habitação Adequada
16. Direito à Educação
17. Direito ao Padrão mais Alto Alcançável de Saúde
18. Proteção contra Abusos Médicos
19. Direito à Liberdade de Opinião e Expressão
20. Direito à Liberdade de Reunião e Associação Pacíficas
21. Direito à Liberdade de Pensamento, Consciência e Religião
22. Direito à Liberdade de Ir e Vir
23. Direito de Buscar Asilo
24. Direito de Constituir uma Família
25. Direito de Participar da Vida Pública
26. Direito de Participar da Vida Cultural
27. Direito de Promover os Direitos Humanos
28. Direito a Recursos Jurídicos e Medidas Corretivas Eficazes
29. Responsabilização (“Accountability”).
Fonte: Wikipedia + JusBrasil
"Amamentação, sistemas de primeira alimentação
e poder corporativo: um estudo de caso sobre o mercado e as práticas políticas da indústria
transnacional de alimentação infantil no Brasil"
Artigo original: Breastfeeding, first-food systems and corporate power: a case study
on the market and political practices of the transnational baby food industry in Brazil.
Métodos da pesquisa: Usamos um desenho de estudo de caso, extraindo dados de documentos e entrevistas com informantes-chave (N=10).
Resultados: As taxas de amamentação despencaram no Brasil para um mínimo histórico na década de 1970. O ressurgimento da amamentação a partir
de meados da década de 1980 refletiu o fortalecimento do compromisso para a política nacional e uma lei de proteção da amamentação, resultante, por sua vez, de ações coletivas levadas a cabo por coligações de amamentação, defensores e mães. No entanto, mais
recentemente, as melhorias na amamentação estabilizaram no Brasil, enquanto a indústria aumentou as vendas de CMF
( Fórmulas Lácteas Comerciais) no Brasil em 750% entre 2006 e
2020. À medida que as regulamentações se tornaram mais rigorosas, a indústria promoveu de forma mais agressiva os CMF para bebés mais velhos e crianças pequenas, bem como para produtos especializados. fórmulas. A indústria de alimentos para bebés é fortalecida através da associação com grupos industriais poderosos e emprega lobistas com bom acesso aos decisores políticos.
A indústria conquistou a profissão pediátrica no Brasil através de sua associação de longa data com a Sociedade Brasileira de Pediatria.
...
Parabenizamos os autores: Cindy Alejandra Pachón Robles, Mélissa Mialon, Laís Amaral Mais, Daniela Neri, Kimielle Cristina Silva e Phillip
Baker.
Tradução: Moises Chencinski
* Referência: Robles et al. Globalization and Health (2024) 20:12
https://doi.org/10.1186/s12992-024-01016-0
GLOBAL BREASTFEEDING SCORECARD 2023
As taxas de amamentação estão aumentando em todo mundo através da melhoria dos sistemas de promoção, proteção e apoio.
A amamentação é essencial para a sobrevivência e saúde infantil. O leite materno é um produto seguro, natural, nutritivo e sustentável. O padrão ouro para a alimentação dos lactentes. O leite materno contém anticorpos que ajudam a proteger contra muitas doenças infantis, como como diarreia e doenças respiratórias. Estima-se que o desmame precoce seja responsável por 16% das mortes infantis a cada ano.
As crianças amamentadas têm melhor desempenho em testes de inteligência e têm menos probabilidade de ter excesso de peso ou obesidade na vida adulta. As mulheres que amamentam também têm um risco reduzido de câncer e diabetes tipo II.
O “Global Breastfeeding Scorecard” examina as práticas atuais de amamentação em todo o mundo, considerando o momento de iniciação, exclusividade nos primeiros seis meses de vida e continuação até os dois anos de idade.
Além disso, documenta o desempenho nacional em indicadores-chave de como a amamentação é protegida e apoiada. Essa edição 2023 registra o progresso e os desafios na melhoria da amamentação. O relatório destaca histórias de sucesso em vários países que reforçaram as suas políticas e programas de amamentação.
Oito iniciativas fundamentais e seus impactos são analisadas:
1. Assegurar e ampliar o financiamento de políticas para aumentar as taxas de amamentação desde o nascimento até aos dois anos de vida dos lactentes;
2. Implementar integralmente o Código de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL no Brasil);
3. Garantir legalmente licença parentalidade (licença maternidade e paternidade) remunerada e políticas de apoio à amamentação no local de trabalho;
4. Implementar os Dez Passos para o Sucesso da Amamentação nas maternidades – a IHAC;
5. Melhorar o acesso as capacitações em Aconselhamento em amamentação;
6. Fortalecer os vínculos entre as unidades de saúde e as comunidades;
7. Fortalecer os sistemas de monitoramento que acompanham o progresso das políticas, programas de aleitamento, e o seu financiamento;
8. Apoio IYCF (Infant and Young Child Feeding / Alimentação de lactentes e pré-escolares) em Emergências
...
CONCLUSÃO
O Scorecard demonstra que há progressos na proteção e no apoio à amamentação. Mas, ainda temos desafios significativos no aleitamento materno. São necessários mais investimentos e ações políticas ousadas para melhorar os ambientes propícios à proteção, promoção e apoio à amamentação.
Essa importantíssima publicação é do GLOBAL BREASTFEEDING COLLECTIVE, um conjunto de dezenas de instituições e experts no tema com o apoio do UNICEF.
Tradução livre do Prof. Marcus Renato de Carvalho www.aleitamento.com
Workplace breastfeeding support for working women: A scale
development study
Artigo científico publicado no European Journal of Obstetrics & Gynecology and
Reproductive Biology: X
O objetivo deste estudo foi desenvolver uma escala para avaliar o apoio ao aleitamento materno no local de trabalho.
Métodos
O estudo foi realizado com 490 mulheres trabalhadoras que se inscreveram nos ambulatórios da mulher e da criança de um hospital na Turquia. Os dados do estudo foram coletados por meio de um 'Formulário de Informações Pessoais' e da 'Escala de Apoio à Amamentação no Local de Trabalho para Mulheres Trabalhadoras'. Os dados foram analisados nos softwares SPSS 25 e AMOS 21. No processo de desenvolvimento da escala; Utilizaram-se a validade de conteúdo, a análise fatorial exploratória, os métodos de correlação item escore total e o coeficiente alfa de Cronbach.
Resultados
O índice de validade de conteúdo da escala foi de 0,90 e o valor de alfa de Cronbach foi de 0,93. O valor da escala de Kaiser-Meyer-Olkin foi de 0,91, o teste de Bartlett foi χ2 = 11.573,924 e p < 0,000. De acordo com os resultados da análise fatorial exploratória para a validade de construto da escala, a escala foi composta por 31 itens e 6 fatores.
Conclusões
A escala desenvolvida pode ser utilizada para avaliar o apoio à amamentação no local de trabalho para mulheres trabalhadoras como um instrumento de medida válido e confiável.
Excelente instrumento: tema da SMAM 2023 - Amamentação / Direito da Mulher Trabalhadora.
Profa. Carla Taddei afirma nessa entrevista que a AMAMENTAÇÃO modula a MICROBIOTA, e, portanto, se sobrepõe ao parto normal na transmissão materno infantil de “bactérias do bem”.
E em outra pesquisa mostrou que os prematuros de UTI Neonatal que tomavam leite materno tinham menos tempo de internação, independentemente se receberam leite da própria mãe ou leite humano pasteurizado do Banco de Leite da maternidade.
Está comprovado cientificamente que a Amamentação dá resiliência para a microbiota e, mesmo que a criança precise de antibiótico ou que tenha alguma outra enfermidade, o Aleitamento humano vai garantir a estrutura daquela comunidade microbiana (que antigamente chamávamos de flora intestinal).
Dra. Carla Taddei é Professora Associada do Laboratório de Microbiologia Molecular do HU da USP.
Fonte: Super Saudável, Ano XXIII, número 100 – outubro a dezembro de 2023.
Leia mais sobre esse tema no nosso portal www.aleitamento.com
As bactérias do leite humano - Microbioma do leite materno tem um efeito protetor contra infecções.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
A União Europeia está enfrentando desafios sem precedentes devido à pandemia de COVID-19 e à invasão russa da Ucrânia. Isso destacou a necessidade de autonomia estratégica da UE em áreas como energia, defesa e tecnologia digital para garantir sua segurança e prosperidade a longo prazo. A Comissão Europeia propôs novas iniciativas para fortalecer a resiliência econômica e geopolítica do bloco.
Orientação sobre regulamentação de medidas destinadas a restringir o marketing digital de substitutos do leite materno (em tradução livre)
É urgente a proteção da amamentação nas redes sociais
"Guidance on regulatory measures aimed at restricting digital marketing of breast-milk substitutes".
As redes sociais se tornaram rapidamente a fonte predominante de exposição à promoção de substitutos do leite materno a nível mundial. O marketing digital amplifica o alcance e o poder da publicidade e de outras formas de promoção em ambientes digitais, e a exposição a promoção comercial digital aumenta a compra e a utilização dos ditos substitutos do leite materno.
À luz destas evidências, a 75ª. Assembleia Mundial da Saúde solicitou que a OMS desenvolvesse orientações para os Estados-Membros sobre medidas regulamentares destinadas a restringir a comercialização digital de substitutos do leite materno. Esta orientação aplica-se à comercialização de produtos abrangidos pelo Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL no Brasil), bem como a alimentos para lactentes e crianças pequenas que não sejam substitutos do leite materno.
Parabenizamos o nosso colega e amigo Cristiano Boccolini (Institute of Scientific and Technological Communication—ICICT, Oswaldo Cruz Foundation—Fiocruz, Brazil) um dos autores dessa inédita publicação.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Este Guia, “Alimentação complementar de bebês e crianças pequenas de 6 a 23 meses de idade”, substitui os Princípios Orientadores para Alimentação Complementar do Lactente Amamentado e princípios orientadores para alimentação crianças não amamentadas de 6 a 24 meses de idade.
A alimentação complementar saudável é definida como o processo de fornecimento de alimentos além do leite materno ou fórmula láctea quando por si só não são mais suficientes para atender necessidades nutricionais. Geralmente começa aos 6 meses de idade e continua até 24 meses de idade, embora a amamentação deve permanecer além deste período.
Essa etapa é um momento crítico para o desenvolvimento para as crianças aprenderem a aceitar alimentos e bebidas saudáveis a longo prazo. Também coincide com o período de pico para o risco de crescimento insuficiente e deficiências nutricionais.
As consequências imediatas, como a desnutrição durante estes anos de formação –
bem como no útero e nos primeiros 6 meses de
vida - incluem crescimento insuficiente significativo, morbidades e mortalidade e atraso motor, retardo do desenvolvimento cognitivo e sócio emocional.
Mais tarde, pode levar a um risco aumentado de doenças não transmissíveis (DNT). No
longo prazo, desnutrição na primeira infância causa redução da capacidade de trabalho e dos rendimentos e, entre as meninas, redução da capacidade reprodutiva. A Alimentação Complementar inadequada com alimentos ultra processados pode resultar em Obesidade, Diabetes tipo 2, hipertensão…
Os primeiros dois anos de vida também são um período crítico para o desenvolvimento do cérebro, a aquisição de linguagem e maturação das vias sensoriais para a visão
e audição, e o desenvolvimento de melhor desempenho das funções cognitivas.
Estas novas diretrizes estão atualizadas com evidências mais sólidas e têm muitos princípios em comum com o que preconiza o “Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos”. (Baixe aqui no nosso SlideShare).
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Apresentamos a Carta do Recife: Por uma política pública de atenção integral aos homens na saúde para promoção da paternidade e do cuidado no Brasil que apresenta uma breve síntese das reflexões e discussões desenvolvidas ao longo do Seminário Nacional e Internacional "Paternidade e Cuidado" que aconteceu em Recife, entre 30 de agosto e 1º de setembro de 2023.
Nesta carta, apresentamos algumas notas e proposições a toda a sociedade brasileira, dialogando especialmente com gestores/as da União, estados e municípios, legisladores/as, órgãos do poder judiciário, empresas, empregadores/as, sindicatos, movimentos sociais, pesquisadores/as, entidades vinculadas ao controle social e à sociedade em geral.
Abraços,
Coordenação de Atenção à Saúde do Homem (COSAH/CGACI/DGCI/SAPS/MS)
Núcleo de Pesquisas Feministas em Gênero e Masculinidades - GEMA/UFPE
Núcleo GenSex/Fiocruz
Núcleo Tramas/UFPA
UFMT
Estivemos presentes e ratificamos essas análises e recomendações.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Representante do Parents in Science / Faculdade de Medicina - UFRJ
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A Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) reconhece a Amamentação
como uma prática protetora que pode salvar vidas e recomenda que seja iniciada dentro da 1ª hora de vida (conhecida como “hora mágica” ou "hora de ouro").
Através das recomendações do
melhores práticas, a OMS sugere que a amamentação “temprana” e oportuna na sala de parto pode trazer grandes benefícios para ambos – tanto para a mãe quanto para o bebê.
Alguns aspectos importantes da hora mágica, como o contato pele a pele e o início
no início do aleitamento materno, pode prevenir a hemorragia pós-parto, facilita a involução uterina e produz amenorreia lactacional, que é um método contraceptivo (LAM) útil.
A amamentação no início da vida traz benefícios a longo prazo para a mãe e para a criança.
...
Parabéns a FIGO!
Amamentação na primeira hora: proteção sem demora!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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O atendimento ambulatorial de Puericultura é destinado à criança saudável, para a prevenção, e não para o tratamento de doenças. Sendo
assim, diante dos novos conceitos de programming
e epigenética, fica clara a necessidade da assistência à saúde da criança se iniciar antes
mesmo de seu nascimento.
A ANS em 2013, pela Resolução Normativa nº 338, incluiu o procedimento pediátrico “atendimento ambulatorial em puericultura” no rol de consultas, passando a valer desde janeiro de 2014. Uma vez incluído, o procedimento passou a fazer parte da cobertura assistencial mínima
obrigatória pelos planos privados de assistência
à saúde suplementar: operadoras, Unimed...
O atendimento pediátrico a gestantes (terceiro trimestre) foi contemplado pelo Código
nº 1.01.06.04-9 com indicação de remuneração pelo Porte 2B, lembrando aos pediatras a importância do preenchimento correto do código da ANS nas guias de consulta para o devido reembolso desse valor diferenciado.
Vamos incentivar as gestantes a marcarem uma Consulta Pediátrica Pré-Natal?
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Este documento apresenta a posição conjunta e a visão de um grupo de trabalho especializado, global e multissetorial sobre a implementação da Metodologia Mãe Canguru (MCC) para todos os bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer (BPN), como base para o cuidado de recém-nascidos prematuros e/ou doentes.
O documento resume as informações básicas, as evidências e a justificativa para disponibilizar o MMC para todos os recém-nascidos prematuros ou de BPN e busca mobilizar a comunidade internacional de saúde materna, neonatal e infantil e as famílias para se unirem para apoiar a implementação do MMC para todos os prematuros ou bebês com baixo peso ao nascer para melhorar a saúde e o bem-estar deles e de suas mães e famílias.
Este documento de posição destina-se a ser utilizado por gestores, parceiros de desenvolvimento, lideranças do pessoal de saúde, pediatras neonatologistas, lideranças da sociedade civil (por exemplo, organizações de pais e profissionais) e organizações de pesquisa envolvidos na pesquisa de implementação do MMC.
O MMC é uma intervenção que permite à mãe assumir um papel central em sua própria vida
e os cuidados do seu recém-nascido, revertendo assim a mudança de poder entre a mãe e o responsável pelos cuidados de saúde, prestadores ou sistemas de saúde. Humaniza os cuidados maternos e neonatais, capacitando e envolvendo
aqueles que mais cuidam do RN, em vez de focar predominantemente em soluções tecnológicas.
Assim, o MMC pode servir como ponto de partida para uma reformulação mais ampla do sistema de saúde e para a prestação de serviços,
transformação dos cuidados maternos e neonatais, e um modelo do que pode ser realizado quando
as partes interessadas relevantes têm o poder de desempenhar os papéis que lhes são naturalmente confiados no cuidado dos seus
recém-nascidos.
Esse documento mostra como o Cuidado Mãe-Canguru pode ser revolucionário na atenção neonatal.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
1. https://www.interface.org.br
eISSN 1807-5762
Relatos de experiência
Resumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a importância da linguagem neutra no campo do
aleitamento humano, a partir da perspectiva da interseccionalidade queer. Em 2013, foi publicada a
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais, porém,
serviços e profissionais de saúde carecem de instrução e capacitação para atender às necessidades de
saúde da população LGBTQIA+, que não se encaixa no padrão da heterocisnormatividade. A promoção
ao aleitamento encontra entraves, como a ausência do uso da linguagem neutra nos atendimentos,
da aplicação de conhecimento e práticas de indução da lactação e a compreensão de que pessoas
cis e trans gestam e podem amamentar, se assim o desejarem. Assim, consideramos que práticas em
saúde e reflexões de cuidado a partir da interseccionalidade queer tem potencial para desconstruir a
heterocisnormatividade, aqui, por meio da proposta da linguagem neutra.
Palavras-chave: Aleitamento. Minorias sexuais e de gênero. Interseccionalidade.
(a)
Graduanda do curso de
Terapia Ocupacional,
Universidade Federal de São
Carlos (Ufscar). São Carlos,
SP, Brasil.
(b)
Graduanda do curso de
Medicina, Ufscar. São Carlos,
SP, Brasil.
continua pág. 9
Bolissian AM, Ferreira BEC, Stofel NS, Borges FA, Camargo, BT, Salim, NR, Teixeira IMC.. Aleitamento humano e
a perspectiva da interseccionalidade queer: contribuições para a prática inclusiva. Interface (Botucatu).
2023; 27: e220440 https://doi.org/10.1590/interface.220440
Aleitamento humano e a perspectiva da
interseccionalidade queer: contribuições para a
prática inclusiva
Annie Mellem Bolissian(a)
<anniebolissian@estudante.ufscar.br>
Brenda Emanuelly de Campos Ferreira(b)
<brenda@estudante.ufscar.br>
continua pág. 9
Human lactation and the perspective of queer intersectionality: contributions
towards an inclusive practice (abstract: p. 13)
Lactancia humana y la perspectiva de la interseccionalidad queer:
contribuciones para la práctica inclusiva (resumen: p. 13)
2. Aleitamento humano e a perspectiva da interseccionalidade queer: contribuições... Bolissian AM, et al.
Interface (Botucatu) https://doi.org/10.1590/interface.220440 2/13
Introdução
A amamentação, há mais de um século, está sob intervenção das políticas
do Estado brasileiro1
. Trata-se de uma ação que, isoladamente, é capaz de trazer
inúmeros benefícios, como a redução da mortalidade infantil2,3
. A associação entre
amamentação e mulheres cis se expressa desde a nomenclatura “aleitamento materno”
presente nos discursos, no cotidiano, nas práticas em saúde e nas diferentes formas
de comunicação em saúde, quanto nas publicações oficiais do Estado e em políticas
públicas4
. A construção da amamentação enquanto função materna tem se dado
por meio da máxima de que, por terem mamas, mulheres cis são insubstituíveis no
cuidado com bebês e na amamentação, naturalizando o imaginário de um fenômeno
complexo e biopsicossocial em bases essencialmente biológicas5
. Assim, o aleitamento
vem sendo definido, dentro do escopo da divisão sexual do trabalho, como papel de
responsabilidade de mulheres5
cis, a partir do olhar da heteronormatividade.
Temáticas suscitadas após o parto, como o aleitamento, é campo histórico de
discussão nos e dos movimentos feministas6
. As feministas negras e os movimentos
sociais de lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais e travestis, queers, intersexos,
assexuais e outras orientações sexuais e afetivas que diferem da lógica hétero e
cisnormativa (LGBTQIA+) têm colocado para este campo a necessidade de se
discutir a complexidade da amamentação como um fenômeno social e de diversidade
de gênero e sexualidades7-9
.
No Brasil, a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transsexuais traz como objetivo geral “promover a saúde integral dessas
pessoas, eliminando a discriminação e o preconceito institucional, bem como
contribuindo para a redução das desigualdades e a consolidação do SUS [Sistema
Único de Saúde] como sistema universal, integral e equitativo”10
(p. 18). Percebe-se
que, com a implementação do SUS e da Constituição Cidadã em 1988, houve maior
permeabilidade de pautas das minorias sociais. No entanto, também se discute que
houve demora considerável para que essa permeabilidade assumisse o formato de
políticas públicas11
.
Socialmente, o protagonismo da reprodução, criação e cuidado das crianças segue,
majoritariamente, associado à mulher cis-heterossexual12
. Porém, com a ascensão dos
direitos familiares adquiridos na última década pela população LGBTQIA+, diferentes
composições familiares passaram a ser legitimadas pela lei13
.
Os avanços sociais, legais e medicinais pautados pela discussão de gênero
nos últimos anos colaboraram para o deslocamento da mudança no padrão
heteronormativo e cisgênero, bem como no perfil das pessoas que gestam, amamentam
e exercem papel parental14
. Assim, com a implementação da Política Nacional de
Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais, percebeu-se
que os/as/es profissionais de saúde, embora “aceitem” novas configurações familiares,
estão pouco instrumentalizados/as/es no que se refere à linguagem neutra, às técnicas
de indução da lactação em casais homoparentais femininos14,15
e à compreensão sobre
homens trans que gestam e amamentam16
, ou seja, embora a política tenha marcado
um avanço nas questões da saúde LGBTQIA+, as discussões sobre a parentalidade e
amamentação são ausentes.
3. Aleitamento humano e a perspectiva da interseccionalidade queer: contribuições... Bolissian AM, et al.
Interface (Botucatu) https://doi.org/10.1590/interface.220440 3/13
Os serviços de saúde são frequentemente apontados como produtores de
violências e discriminação por meio de diversas formas. A lógica dos serviços de
saúde é da heterocisnormatividade, pois a assistência no aleitamento é generificada
e exclusiva para usuárias mulheres cisgêneras, o que inviabiliza a atenção a homens
trans em decorrência da não conformidade entre sexo biológico e identidade de
gênero vivenciada por eles17
. Esse corpo não é visto como passível de vivenciar a
amamentação. Assim, se para aqueles/as que não realizaram retificação do registro civil
o reconhecimento de sua identidade de gênero, paradoxalmente, pode invisibilizar a
necessidade dessas modalidades de atenção. Para os/as que passaram por esse processo,
isso é um problema burocrático dado que, no Brasil, a oferta desses cuidados não está
prevista para pessoas designadas com o gênero masculino18
.
A linguagem neutra neste trabalho dá-se como uma ferramenta fundamental para
a atenção à saúde. Longe de sermos inocentes e ignorarmos a complexidade que é a
desconstrução da ordem normalizadora vigente nos serviços e nas práticas em saúde,
consideramos tal linguagem não apenas uma maneira de se reportar às pessoas, mas
também uma possibilidade de reconhecimento das diferenças, pois:
[...] a textualidade e seus significados e significantes produzem e constituem
sujeitos; os espaços cotidianos onde se dão as práticas de educação e de saúde
devem ser desestabilizadores de um status quo normalizador; e as vozes locais,
as pequenas narrativas devem ocupar um espaço essencial na desconstrução da
diferença19
. (p. 80)
Nos estudos sobre gênero, o rompimento com a norma binária e heteronormativa;
e a consciência sobre o exercício de poder constante das instituições sobre os corpos
e sexualidade nos levam à seguinte indagação: é possível romper com os binarismos
e pensar a sexualidade e os gêneros de uma forma plural, múltipla e cambiante no
campo da amamentação? Dessa forma, anseia-se que, a partir da linguagem neutra
no aleitamento, desconstruam-se – ou, pelo menos, desestabilize-se – os binarismos
linguísticos e conceituais. Assim, este ensaio se propõe a refletir sobre a importância
da linguagem neutra no campo do aleitamento humano, a partir da perspectiva da
interseccionalidade queer.
Algumas considerações teóricas
Embora seja prerrogativa das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos da
Saúde, a maioria dos/as/es profissionais que atende pessoas que amamentam são
formados/as/es em cursos da área da Saúde, cujo ensino das diversidades ainda está
aquém da realidade20-22
. Assim, torna-se importante explanar brevemente alguns
conceitos que são utilizados neste texto.
Gênero se refere a um elemento constitutivo das relações sociais baseadas nas
diferenças percebidas entre os sexos biológicos, sendo um campo de articulação de
poder17
. É comum considerar gênero como uma categoria estática e dual, a partir do
feminino (vagina) e masculino (pênis)22
. Neste artigo, assume-se a conceituação de
4. Aleitamento humano e a perspectiva da interseccionalidade queer: contribuições... Bolissian AM, et al.
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Gomes, Murta, Facchini e Meneguel17
, na qual gênero é uma categoria dinâmica e está
articulada com as sexualidades e as transgeneridades.
Dessa forma, estão incluídas as pessoas que não se identificam com sexo designado
ao nascimento (travestis, transexuais, pessoas com identidade não binária, intersexuais
ou queer), que são diferentes de pessoas cisgênero, ou seja, que se identificam com
o sexo designado ao nascimento23
. Assim, busca-se neste texto fugir da norma na
amamentação, entendendo que as marcas da normalidade, dentro do aleitamento,
estão colocadas por uma biopolítica voltada para a amamentação24
, de forma que
mulheres cis em relacionamentos heteroafetivos “naturalmente” amamentam25
. Essa
pretensa naturalização passa pela hierarquização colocada sobre os corpos, bem como
pela sexualização das mamas6
.
Reconhecer a diversidade de gênero e sexual entre as práticas de lactação é um
importante marco para justiça social e reprodutiva. A análise interseccional de gênero
sobre a lactação reconhece que as formas de opressão não impactam todas as pessoas
LGBTQIA+ da mesma maneira8
. Ou seja, é preciso reconhecer que há diferentes
processos na produção de saúde e cuidado; em outras palavras, diferentes processos
opressores – como racismo, LGBTfobia, xenofobia, entre outros – produzem e
perpetuam iniquidades sociais e de saúde25
. Nesse sentido, assumimos para este ensaio
o conceito de “justiça reprodutiva” como uma perspectiva crítica aos direitos sexuais
e reprodutivos, pois “em sua versão institucionalizada e pragmática do cotidiano dos
serviços de saúde, acaba recebendo uma ênfase (indevida) baseada na escolha individual
da mulher, não situada social e relacionalmente”26
. Justiça reprodutiva é um campo
interdisciplinar que, combinado à justiça social, compreende a intersecção de fatores
como raça, classe, presença ou ausência de deficiência e idade, que podem resultar em
diferentes impactos sobre as pessoas LGBTQIA+ e suas famílias8,27
.
A heterocisnormatividade descreve como identidades, gêneros e corpos são
produzidos por meio da regulação da sociedade, colocando corpos, pautas, normas e
práticas heterossexuais de forma sempre naturalizada, em oposição à “não norma”, ou
seja, pessoas LGBTQIA+8,11
. A justiça reprodutiva, por meio da crítica interseccional,
questiona os fundamentos heteronormativos de família, parentalidade e, em
consequência, das práticas após o nascimento, entre elas, a amamentação27,28
.
A teoria queer se preocupa com a crítica à normalização, reafirmando uma
perspectiva da diferença19
. Ela surge em meados dos anos 1990, em contraposição a
uma identidade homossexual unificada. Assim, moveu-se na análise das desigualdades
e de relações de poder dentro e fora das categorias fixas e dadas socialmente, como
homem e mulher; e heterossexual e homossexual29
.
“Queer” significa “estranho, esquisito, extraordinário”. Significa colocar-se
contra todos os tipos de normalização, em especial, a heteronormatividade. Para
os teóricos/as/es queer, a oposição à heteronormatividade – onipresente na cultura
ocidental moderna – poderia ser criticada e abalada por meio de procedimentos
desconstrutivos28-30
. A normalização da sexualidade e do gênero têm poder continuado
e repetido de produzir aquilo que nomeiam e, assim, repete e reitera constantemente
as normas dos gêneros na ótica heterossexual28,29
. No aleitamento humano, além
de reforçar o cuidado solitário, natural e obrigatório da maternidade cis1,5
, a lógica
5. Aleitamento humano e a perspectiva da interseccionalidade queer: contribuições... Bolissian AM, et al.
Interface (Botucatu) https://doi.org/10.1590/interface.220440 5/13
patriarcal e heteronormativa não vislumbra qualquer outra possibilidade de cuidado
em amamentação, de forma que constrange pessoas e famílias LGBTQIA+ não
somente por meio da linguagem utilizada nas políticas, nos congressos ou na prática
clínica, mas também provocando violências que apagam esses sujeitos e suas famílias.
Para investir na reflexão de dominação dos discursos em torno do aleitamento
humano no Brasil, é preciso incorporar à teoria queer uma análise interseccional,
pois assim ela poderá dar conta da complexidade dos fatores históricos e políticos
envolvidos no processo de amamentar. Uma pessoa/família LGBTQIA+ que
amamenta não é somente LGBTQIA+, mas é também uma pessoa/família
LGBTQIA+ brasileira. Assim, a história colonizadora escravista brasileira coloca sobre
a amamentação e as questões de gênero outras formas de opressão: socioeconômica e
racial. Dessa forma, é prerrogativa no enfrentamento às normas sexuais uma leitura
interseccional da dominação30
.
A interseccionalidade considera que a ocorrência do racismo, do sexismo, da
LGBTfobia e de suas intensidades sobre pessoas e grupos populacionais impacta de
forma simultânea e sincrônica, não sendo possível separá-los ao longo da experiência
de cada pessoa, família ou grupo9,31,32
. No campo da amamentação e da parentalidade,
enquanto mulheres cis brancas estão em luta legítima para amamentarem em público5
,
pessoas negras LGBTQIA+ lutam para saírem do topo das estatísticas de violências33,34
.
Assim, a perspectiva de uma interseccionalidade queer, ou dos estudos Queer of Color30
,
problematiza e questiona a norma, pois uma simples leitura da orientação sexual ou da
raça não dá conta da complexidade de vulnerabilização do sujeito.
(Re)pensar os papéis de gênero e aleitamento
Uma vez que o gestar, cuidar e amamentar não são intrínsecos ao gênero (feminino)
e podem ocorrer em famílias não cis-heteronormativas, como na homoparentalidade
feminina e na paternidade trans, é necessário (re)pensar a biopolítica no contexto do
aleitamento12
, bem como o atendimento dessas famílias nos serviços de saúde.
Nas diferentes organizações familiares, a formulação e identificação com os papéis
e funções parentais se iniciam com o planejamento reprodutivo e/ou familiar, o que,
consequentemente, gera diferentes experiências do processo de concepção, gravidez,
aleitamento e parentalidade dessas pessoas13,14
.
Para que essas famílias recebam cuidado qualificado, conforme previsto nos objetivos
do SUS e reforçado pela Política Nacional de saúde integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais10
, os/as/es profissionais e serviços de saúde devem estar capacitados
para atenderem às necessidades específicas desta população. Alguns/mas/mes profissionais,
por se aterem a condutas baseadas no padrão heteronormativo, omitem dessas famílias a
possibilidade de induzirem a lactação e/ou impossibilitam dupla amamentação, privando
esses conjuntos familiares de tal experiência e seus benefícios.
A formação em Saúde segue padrões heteronormativos e invisibiliza famílias
que não seguem esses padrões, que se encontram espelhados na prática do/a/e
profissional30,31
por meio do uso de expressões e palavras não inclusivas, prejudicando
a formação de vínculo e o cuidado. São exemplos do uso de linguagem não
6. Aleitamento humano e a perspectiva da interseccionalidade queer: contribuições... Bolissian AM, et al.
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inclusiva a utilização de termos como “mãe” e “pai” em formulários e documentos
institucionais35
, que marginalizam a parceria, assim como “aleitamento materno”,
expressão que não inclui homens trans e pessoas não binárias que amamentam36
. De
forma a evitar a exclusão de lactentes, gestantes e famílias que não se enquadram no
perfil da cis-heteronormatividade reprodutiva37
, além do uso de linguagem adequada,
os profissionais de saúde devem estar aptos a sanar dúvidas e orientar os/as/es usuários/
as/es a respeito da amamentação e de suas possibilidades.
Os avanços medicinais possibilitaram a indução da produção de leite humano não
associado ao momento pós-gestacional. Por intermédio da estimulação hormonal,
suplementação e fármacos lactogênicos, a lactação pode ser induzida conforme desejo
da parceria – proporcionando uma simulação hormonal do estado gravídico. A
indução da amamentação pode trazer benefícios, dentre eles, a construção de vínculo
com a criança lactente14
.
Em casais formados por mulheres cis, a formulação da parentalidade se inicia antes
da concepção, com a definição da parceria que gesta, a escolha do método reprodutivo
e a divisão dos cuidados. Somam-se a isso a análise do desejo e o interesse da parceria
gestante e da não gestante em amamentar, sendo possível induzir a lactação na parceira
não gestante, oportunizando a dupla amamentação13,15
.
Entre as discriminações sofridas por essas parcerias e famílias formadas por
casais homoparentais femininos estão a marginalização da parceria não gestante e a
desconsideração de sua maternidade, enquanto quem gesta possui o papel social de
“mãe” validado socialmente15
, além da desconsideração da amamentação pela parceria
não gestante e/ou a dupla amamentação como “aleitamento cruzado” – prática que
consiste na amamentação de uma criança com a qual não se tem vínculo parental.
Trata-se de uma forma de promover a invisibilização da parceria não gestante nos
casais lésbicos cis. A prática de amamentação pode ser feita por pessoas que exerçam
papel parental, compreendendo todos/as/es aqueles/as que, no exercício de sua
parentalidade, tenham desejo e condições necessárias para induzir a lactação, incluindo
os casos de adoção38
.
No último Encontro Nacional de Aleitamento Materno (Enam), foi formada a
Comissão Pró-Amamentação Diversa e Inclusiva (Cadi) por um grupo de profissionais
que fizeram o curso pré-encontro “Amamentação: feminismo, negritude e pessoas
LGBTQIA+” e desafiaram pensar a amamentação sob uma ótica crítica e inclusiva.
Analisando a página do evento (https://enam.org.br/index.php), não se encontra
nenhuma mesa-redonda na programação oficial que traga as pautas da diversidade e a
amamentação, sendo que toda a programação redigida está voltada para a maternidade,
inclusive com a ação “Mil mães amamentando”.
Como abordado anteriormente, as práticas reprodutivas e a parentalidade são,
predominantemente, associadas a um casal cisgênero e heterossexual. Assim como
o gênero, compreende-se que o “ser mãe” e o “ser pai” são expressões performativas
construídas socialmente. Desse modo, a performatividade da parentalidade, ou
seja, a construção da parentalidade, contempla a definição dos “papéis” que serão
desempenhados no processo de cuidado da criança12
.
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Devido ao padrão socialmente construído, ocorre uma “esterilização simbólica” dos
casais e famílias trans, gerando a invisibilização da parentalidade em famílias fora do
padrão binário cis e heteronormativo12
. Pensando em pessoas transexuais e travestis,
esse processo se relaciona com 1) a transfobia social e institucional, sendo que cabe
evidenciar que o Brasil lidera o número de assassinatos de pessoas trans desde quando
se iniciou um processo censitário de mortes de pessoas trans no país39
; e 2) a noção de
família, cis-heteronormativa, desenvolvida no imaginário popular, marginalizando
a parentalidade por famílias não heterocisgêneras. Também é associada a esses
fatores a marginalização das famílias pretas e pardas. Nesses discursos, estão em jogo
continuamente quais pessoas e corpos possuem direitos no exercício da parentalidade.
Linguagem neutra no cotidiano e na prática clínica
Tradicionalmente, a formação de profissionais de saúde tem oferecido pouco ou
nenhum conteúdo relacionado ao cuidado às pessoas LGBTQIA+. Como resultado,
o cuidado tem sido pouco inclusivo. Promover o cuidado em saúde inclui um
letramento adequado, ou seja, o uso de termos, nomes e pronomes inclusivos, além do
reconhecimento de todas as diversas formas de família e suas comunidades. Isso rompe
com as formas de opressão e invisibilidade; e amplia o olhar para as demandas de saúde,
de forma a melhorar a saúde da população como um todo.
Um cuidado inclusivo (affirming care) se refere aos cuidados que apoiam a
identidade de gênero das pessoas e deve incluir terminologia, práticas e cobertura
de seguro de saúde inclusivos, além de profissionais com conhecimento na área40
.
Uma das questões que geram situações de frustração é a utilização errônea de nomes
e pronomes pessoais. É fundamental a utilização de pronomes e nomes que são
escolhidos pela própria pessoa (affirmed pronouns and name) e, portanto, representam
melhor a sua identidade40
.
No caso da amamentação, as barreiras incluem uma visão sexista e
heterocisnormativa, o que resulta em experiências de discriminação nos contextos
dos serviços de saúde. Nesse sentido, deve-se evitar termos relacionados diretamente
ao gênero feminino, tais como “mulheres”, “materno” e “mães”, sendo preferíveis
termos mais inclusivos como “parente”, “humano” e “lactante”. Outras expressões
vêm sendo utilizadas em vez de “aleitamento materno”, como “aleitamento humano”
e “alimentação ao peito” (chestfeeding). A última é definida pelo processo de alimentar
uma criança com leite humano (e não materno), independentemente de a pessoa que
amamenta ter sido submetida a uma cirurgia para alterar ou remover tecido mamário40
.
É um termo que pode ser usado por qualquer pessoa, mas, comumente, por pessoas
trans e não binárias.
Alguns casais LGBTQIA+ podem desejar induzir a lactação (induce lactation),
processo no qual é iniciada a produção de leite na ausência de uma gravidez, sendo
que essa indução também acontece em casos de adoção. Outra opção é a colactação
(colactation), quando a amamentação da criança é feita de forma compartilhada pelas
pessoas responsáveis por ela. A colactação pode ocorrer por diversos fatores, como o
fato de estar lactando quando a parceria dá à luz e/ou pelo desejo de experienciar o
processo de amamentação, sendo também possível de ser induzida. O vínculo deve ser
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discutido como um benefício para a alimentação ao peito, pois alimentar ou acalentar
bebês por meio do contato corporal tem sido relatado como sendo de significativo
valor por muitas pessoas com baixa produção de leite40
.
É essencial assegurar que os/as profissionais que se encontram em cargos de
liderança enfatizem a necessidade de uma linguagem inclusiva dentro daquele espaço.
Isso inclui a necessidade de uma formação prévia da equipe e a falta de tolerância
a qualquer comportamento desrespeitoso40
. Além disso, é necessário também o
desenvolvimento da habilidade de introdução de profissionais da saúde, ou seja, o
questionamento sobre quais pronomes, nomes e palavras a família gostaria de utilizar,
assegurando também que essas preferências sejam claramente repercutidas entre todos/
as/es os/as/es prestadores/as de cuidado, para que o fardo da educação repetitiva não
seja colocado nas famílias.
Na prática clínica inclusiva, a partir da perspectiva da interseccionalidade queer,
torna-se relevante, além do uso do pronome adequado (masculino, feminino ou
neutro), o campo para nome social, pois é direito dos/as/es usuários/as/es do SUS41,42
a inserção de campo para preenchimento de autodeclaração de raça/cor (preta, parda,
branca, amarela, indígena) nos protocolos de anamnese21
, além da inclusão de campos
que contemplem a orientação sexual das pessoas atendidas (lésbica, gay, bissexual,
transexual, travesti, pansexual, assexual, intersexual, queer, outras formas de orientação
sexual) e o nome da parceria afetiva. No exame físico, algumas pessoas podem ficar
incomodadas com o toque; assim, além da permissão para tocar o corpo da outra
pessoa, especialmente no atendimento de homens trans, deve-se evitar o uso das
palavras “mama” ou “seios”, utilizando “peito” ou “tórax”43
.
Em se tratando da estrutura física dos serviços de saúde, faz-se relevante modificar
a lógica binária (homem e mulher) de disponibilização dos banheiros, que está
intimamente relacionada a um fundacionalismo biológico que prevê, de antemão, um
fio condutor entre sexo, gênero e orientação sexual, o que consiste em um processo
ilógico, não linear e articulado ao desejo44
.
Conclusões
O aleitamento humano é reconhecido como um importante direito reprodutivo,
entretanto, usualmente associado às mulheres cisgênero, deixando de lado as pessoas
LGBTQIA+ e não binárias. Assim, o aleitamento humano não é uma categoria
uniforme e a interseccionalidade queer nos ajuda a compreender como a lactação é uma
experiência única para cada pessoa e família.
A língua e a linguagem têm papel fundamental na socialização das pessoas.
São aspectos social e culturalmente construídos, sendo, portanto, modificáveis.
Desconstruir a noção normativa da amamentação por meio da linguagem torna-
se imperativo para um projeto de cuidado em saúde equânime e integral. Assim,
utilizamos da perspectiva interseccional queer para pensar a linguagem neutra no
campo do aleitamento humano, buscando-se ao menos questionar um pouco essa
noção, além de colocar aos/às/aes profissionais de saúde algumas orientações que
podem ser úteis em suas práticas profissionais.
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Autores
Natália Sevilha Stofel(c)
<natalia.stofel@ufscar.br>
Flávio Adriano Borges(d)
<flavioborges@ufscar.br>
Bruno Torelli de Camargo(e)
<brunotorelli@estudante.ufscar.br>
Natália Rejane Salim(f)
<nat.salim@ufscar.br>
Iraí Maria de Campos Teixeira(g)
<irai@ufscar.br>
Afiliação
(c, d, f)
Departamento de Enfermagem, Ufscar. Rodovia Washington Luiz, s/n.,
Monjolinho. São Carlos, SP, Brasil. 13565-905.
(e)
Graduando do curso de Enfermagem, Ufscar. São Carlos, SP, Brasil.
(g)
Departamento de Metodologia de Ensino, Ufscar. São Carlos, SP, Brasil.
Contribuição dos autores
Todos os autores participaram ativamente de todas as etapas de elaboração do manuscrito.
Financiamento
Este artigo é produto da bolsa de iniciação científica concedida no processo número
2021/11623-5 pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Agradecimentos
Ao Grupo de Orientação e Cuidado em Aleitamento (GOtAS) e à Liga Acadêmica de
Diversidade em Saúde (LADIeS), ambos da Universidade Federal de São Carlos.
Conflito de interesse
Os autores não têm conflito de interesse a declarar.
Direitos autorais
Este artigo está licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons 4.0, tipo BY
(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR).
Editora
Rosamaria Giatti Carneiro
Editor associado
Lucas Pereira de Melo
Submetido em
13/09/22
Aprovado em
19/10/22
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Referências
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experiências, políticas públicas e saúde. Rev GEMInIS. 2020; 11(3):45-69.
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Abstract
The aim of this article is to reflect on the importance of using gender-neutral human lactation-
related language drawing on the perspective of queer intersectionality. Despite the creation of the
National Policy for the Comprehensive Health Care of Lesbians, Gays, Bisexuals, Transvestites and
Transsexuals in 2013, health services and professionals lack the necessary guidance and training to
meet the needs of the LGBTQIA+ population, which does not conform to the standards of hetero-
cisnormativity. The promotion of breastfeeding faces several challenges, including the failure to use
gender-neutral language, apply lactation induction knowledge and practices, and understand that
both cis and trans people can gestate and breastfeed if they wish. We therefore believe that health
practices and reflections on care from the perspective of queer intersectionality have the potential to
deconstruct hetero-cisnormativity through the proposal of gender-neutral language.
Keywords: Breastfeeding. Sexual and gender minorities. Intersectionality.
Resumen
El objetivo de este artículo es reflexionar sobre la importancia del lenguaje de género neutro en el
campo de la lactancia humana, a partir de la perspectiva de la interseccionalidad queer. En 2013,
se publicó la Política Nacional de Salud de lesbianas, gais, bisexuales, travestis y transexuales; sin
embargo, los servicios y los profesionales de salud no tienen instrucción ni capacitación para
atender las necesidades de salud de la población LGBTQIA+, que no se encaja en el estándar
de heterocisnomatividad. La promoción de la lactancia encuentra obstáculos, tales como la
ausencia del uso del lenguaje de género neutro en las atenciones, de la aplicación de conocimiento
y prácticas de inducción de la lactancia y la comprensión de que personas cis y trans gestan
y pueden amamantar, si así lo desean. Por lo tanto, consideramos que las prácticas en salud y
reflexiones de cuidado a partir de la interseccionalidad queer tienen potencial para desconstruir la
heterocisnormatividad, en este caso por medio de la propuesta del lenguaje de género neutro.
Palabras clave: Lactancia. Minorías sexuales y de género. Interseccionalidad.