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Pasquim informativo e virtual.
Opiniões, humor e mensagens
EDITORES: Luiz Ferreira da Silva
(luizferreira1937@gmail.com) e
Jefferson Dias (jeffcdiass@gmail.com)
Edição 586 – ANO XIII Nº 05 – 23 de agosto de 2016
EDIÇÃO ESPECIAL
ENCONTRO CEPLAQUEANO
CARTA DE SALVADOR AO GOVERNO E AO POVO BRASILEIROS
POR UMA CEPLAC REVIVIDA.
Os servidores aposentados da CEPLAC –
Comissão Executiva do Plano da Lavoura
Cacaueira, criada em 1957, que construíram e
viveram a sua História, vem manifestar a sua
indignação, ante a decadência de uma
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insubstituível de progresso, deve-se à
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Abastecimento – MAPA – a partir da chamada
Nova República (1985), e ao descaso e
descompromisso dos políticos com o setor,
com as Regiões Produtoras e suas
populações. Há um total desconhecimento do
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único, razão maior do sucesso da CEPLAC,
dotada de uma estrutura dinâmica, que
promove ações integradas de
desenvolvimento rural, capazes de recuperar
a Lavoura Cacaueira do Sul da Bahia, e de
implantar novos e importantes polos de
produção na Amazônia, incorporando 11 mil
brasileiros à atividade. Também se ignora e
são desprezados o poder e a eficiência da
CEPLAC, uma organização de Pesquisa,
Extensão, Ensino e Desenvolvimento,
comprovadamente eficaz, exitosa, que apóia
e impulsiona a Cacauicultura que gera
milhares de empregos, viabiliza a distribuição
de riquezas, vital para a Agricultura, para a
Economia Brasileira. A organização
CEPLAC, cujo modelo sistêmico é formado
por unidades que se alimentam mutuamente,
que agem harmonicamente, sob um comando
único, transformou o Cacau em um dos mais
importantes produtos da nossa economia. O
trabalho de excelência, planejado e
persistente da CEPLAC, unindo e articulando
Pesquisa, Extensão e Ensino, fazendo
ciência, criando e aperfeiçoando tecnologias
no Centro de Pesquisas do Cacau–CEPEC e
suas unidades experimentais, o mais
importante do mundo, transferindo tecnologias
através de uma ampla e eficiente rede de
Extensão, especializando seus técnicos,
cientistas e pesquisadores, formando e
treinando técnicos e práticos agrícolas – fez
com que a produção brasileira de Cacau
chegasse, no ano agrícola 1984-5, a 457 mil
ton., o equivalente a uma receita cambial
perto de 1 bilhão de dólares. As lavouras de
Cacau são florestas de árvores perenes, que
requerem sombreamento de outras espécies,
constituindo-se em fator de preservação e
desenvolvimento ecológico, de sustentação e
compatibilidade ambiental, e se caracterizam,
ainda, por apresentar uma grande demanda
de mão-de-obra, constituída, regularmente,
por uma média nacional de 250 mil postos de
trabalhos formais, e 500 mil empregos
indiretos. Com a CEPLAC, de 1960 a 1985, o
Cacau mudou a paisagem socioeconômica, o
Índice de Desenvolvimento Humano, das
Regiões Produtoras do Sul da Bahia.
Diversificou a produção agrícola com a
pesquisa e assistência aos cultivos tropicais
perenes; à pecuária e à piscicultura de
interior; desenvolveu programas e implantou
unidades de preservação ecológica como a
Estação Pau-Brasil com espécies da Mata
Atlântica. A CEPLAC fortaleceu a
infraestrutura regional (estradas, pontes,
eletrificação e escolas rurais, hospitais, poços
artesianos, indústrias de calcário); expandiu e
modernizou o Porto Internacional do Malhado,
em Ilhéus; criou a Universidade Santa Cruz; e
incentivou a organização dos produtores e o
cooperativismo. A CEPLAC ensejou a criação
do FUSEC, que permitiu a inserção dos
pequenos produtores no PROCACAU,
gerando, de 1976 a 1985, 120 mil empregos
diretos; fez a cobertura aerofotogramétrica
para fins de estudos pedológicos, geológicos,
florestais, hidrológicos e uso da terra;
implantou uma base genética do Cacau,
através de excursões técnicas pelas várzeas
amazônicas. A Estação de Recursos
Genéticos José Haroldo (ESJOH), no Pará,
possui o maior patrimônio genético do mundo,
com 21.475 genótipos, fonte indispensável ao
futuro da Cacauicultura mundial. Criou
Escolas Médias de Agricultura de alto padrão
educacional. A CEPLAC está em agonia,
sangra. Sem recursos de toda ordem, sem
programas, sem metas. A sua singular
estrutura vem sendo desmantelada, agredida
a cada dia. A instituição, combalida, é
achincalhada em sua honra e história,
humilhada, vilipendiada pela insensatez, a
incúria, o transvio, a degenerescência, a
obtusidade do Governo Federal. A CEPLAC
vem sendo diminuída, obrigada a renunciar às
suas nobres atribuições que justificam a sua
imprescindível existência, desfigurada pela
incompetência contagiosa e os incríveis
crimes de lesa-pátria contra ela perpetrados.
O seu valoroso e brilhante corpo técnico e
científico, os seus recursos humanos, seu
maior patrimônio, se avilta. Com tratamento
indigno, parte dele se omite ou se corrompe
nas conveniências e submissões políticas, a
fim de praticar a disputa por cargos e funções
comissionadas. O outrora “espírito de corpo”
da CEPLAC vem sendo atingido pelos
“espíritos de porco”, que odeiam a
Cacauicultura. Na verdade, o abatimento e
declínio institucional e operacional da
CEPLAC iniciaram-se com a perda da sua
autonomia financeira e administrativa,
ocorrida, respectivamente, em 1980 quando a
sua receita passou a integrar o Orçamento da
União, e em 1990, quando os seus recursos
deixaram de vir da taxa de exportação de
amêndoas e derivados do Cacau. A dolorosa
derrocada da CEPLAC não foi causada por
ela, ou pelos seus servidores, ou pelos
Produtores de Cacau. Mas, sim, pela cegueira
política e irresponsabilidade criminosa dos
governos democráticos que se sucederam a
partir de 1985. Pior que a terrível doença
vassoura-de-bruxa que, grassa e mata as
lavouras da Bahia desde 1989, é o lento
suplício que o Governo Federal submete a
CEPLAC há trinta anos, tentando inviabilizá-la
de todas as formas, seja privando-a de
recursos financeiros, materiais e humanos,
seja tentando esvaziá-la institucionalmente,
como agora, quando a reduziram a um mero
departamento, uma repartição pública
subalterna, debilitada, indigente, sem
condições de realizar. Hoje, passamos de
grandes exportadores de Cacau a
importadores de um produto brasileiro, de
uma árvore que floresceu e frutificou, que,
onde foi cultivada, gerou e multiplicou
riquezas, desenvolvimento socioeconômico.
Nós, eternos ceplaqueanos, atingidos por
tanta infâmia e sordidez, nos levantamos,
nossas mentes e corações, com todas as
energias, em defesa da CEPLAC e da
Cacauicultura. Convocamos todos os
agricultores, lideranças e as comunidades das
Regiões Produtoras a não nos curvarmos,
não nos rendermos frente à injúria, ao
absurdo e aos desmandos. A não compactuar
com a omissão torpe e covarde de alguns.
Mas, sim, a reagir, refletindo, discutindo e
assumindo as propostas que o livro, hoje
lançado, oferece para vencer a inanição, a
apatia, o declínio, o desânimo, a
desesperança. Principalmente, a agir contra
os inimigos da instituição. Vamos lutar pelas
conquistas, pelo soerguimento da CEPLAC.
Por uma CEPLAC única, unida, forte, atuante
e produtiva, como ela mesma se construiu e
se consolidou.
Salvador, 18 de agosto de 2016. No lançamento do livro Tributo à antiga CEPLAC –
Instituição agrícola única, durante o I Encontro de Ceplaqueanos Aposentados.
HOMENAGEM
(Placa de acrílico)
TRIBUTO AO TONHEL (1941-2016)
(Antônio Manuel Freire de Carvalho)
I ENCONTRO DE CEPLAQUEANOS
17-18 DE AGOSTO DE 2016, SALVADOR/BA.
(Evento Técnico, CEPLAC década de 70. Tonhel é o oitavo, primeiro plano, junto à colega Helena)
ANTÔNIO MANUEL FREIRE DE CARVALHO deu a sua última contribuição à CEPLAC,
Instituição em que se formou e tanto se dedicou, no livro- Tributo à Antiga CEPLAC, com seu
depoimento comovente (pg.77).
Também, envolveu-se no seu lançamento junto a FAEB e, mesmo hospitalizado,
fabricava ideias para a magnitude do evento. Esse era Tonhel, cujas lembranças estão aqui
presentes neste nosso Encontro, pois pessoas como ele não morrem, mas se encantam como
bem o disse o poeta.
(Homenagem de todos os seus colegas, aqui representados por Fernando Albiani,
Lício Fontes, Luiz Ferreira e Maria Helena)
PALAVRAS DE LUIZ FERREIRA
AOS MEUS COLEGAS E DEMAIS PRESENTES
CEPLAC, ONTEM E HOJE.
Por que estamos aqui? Qual a razão,
depois de mais de 20 anos, estarmos
realizando esse Encontro? Pessoas com mais
de 75 anos se deslocando de sua
comodidade compatível à sua idade – do
Pará, de Brasília, de Alagoas. Uma razão
muito simples – o elo INSTITUCIONAL; o
visgo do cacau. Uma vida profissional
gratificante e grata a uma Instituição pública.
Se tivéssemos trabalhado em uma empresa
qualquer cumprindo apenas o dever
concernente ao ganho, numa necessidade
estipendiária, não estaríamos aqui e cada um
na “sua”, pois não haveria o buraco negro
energético puxando todo mundo para o seu
epicentro. ENTÃO, SENHORES, A CEPLAC
NÃO NOS FOI SIMPLESMENTE UM
EMPREGO. A nossa presença aqui atesta
isso.
O nosso Encontro poderia se limitar a
um jantar com lembranças reminiscentes e
sentimentais, como acontece comumente.
Mas não; cresceu e se tornou um grandioso e
sui generis movimento dos Ceplaqueanos
aposentados, consubstanciado em 4 pontos:
- Um livro que resgata e fornece
caminhos.
- Um lançamento que ultrapassa os
limites das letras e expõe a problemática
cacau.
- Um grupo de servidores sem quaisquer
interesses que não o de continuar servindo.
- Um manifesto que expõe a ignomínia
do abandono da CEPLAC.
Mas, os mais novos hão de perguntar –
que Organização é essa? A que conheço é
um museu vivo de pessoas com bons salários
sem precisar trabalhar tanto. É comandada
por políticos incompetentes. É um
departamento do MAPA prestes a ser
rebaixado. É um órgão sem recursos e sem
renovação de talentos. Enfim, pouca serventia
aos Cacauicultores.
Vamos tentar responder:
Acontece que essa não é a CEPLAC, a
dessa turma de aposentados que aqui se faz
presente. E ofertamos a eles este livro –
TRIBUTO À ANTIGA CEPLAC, INSTITUIÇÃO
AGRÍCOLA ÚNICA – para que as novas
gerações a conheçam em seus tempos de
proficiência. Uma memória para se perenizar
nas bibliotecas.
Tem razão quando se refere da apatia
dos funcionários denominados de ativos. Um
parêntese: nós somos chamados de inativos.
Exemplificando. Um ex-superintendente, que
deve ser um filhote político, acaba de dar uma
entrevista emitindo muitas bobagens,
desconhecendo a Instituição e enaltecendo
uma Universidade que ainda não saiu da uti
pré- natal, marca-Lula, que já nasce velha,
carcomida e apadrinhada, como bem o diz o
colega Tourinho, fundador da Universidade do
Amazonas e que sabe do riscado. E que
arremato: dificilmente se libertará da pecha de
caipira ou tabaroa.
E ninguém contestou, atestando o
estado cataléptico dos atuais servidores
da CEPLAC.
É verdade o estado de submissão aos
políticos. No livro, página 92, Capítulo XI –
CEPLAC, ano 2016, foi inserida uma notícia
do próprio site da organização: - “o novo
Superintendente foi um indicação do
Deputado Roberto Brito... etc e tal”. Pasmem,
menos de 8 meses depois, no mesmo site se
informa que está vago o cargo.
Pode uma Instituição dessa ser
proficiente? Merece respeito? Uma
empresa privada poderia sobreviver com
tal balbúrdia administrativa?
Por outro lado, os políticos se
vangloriam por terem conservado a CEPLAC
num certo Departamento do MAPA e vai prá
galera, como dizia o personagem da
Escolinha do Professor Raimundo, como se
simples quadrinho em um organograma
alterasse todo o status quo de uma
Organização em falência. Ela precisa de
muito mais como está escrito no livro aqui
referido, sobretudo nos Capítulos XII e XIII,
respectivamente, Revitalização da CEPLAC
e Um novo repensar.
Só cresce quem renova slogan da
própria CEPLAC quando do PROCACAU. A
morte de uma Instituição está na falta de
injeção de talentos, uma espécie de “by pass”
entre os que detêm a experiência e aqueles
que a vem aprender para mais tarde passar a
bandeira e, assim sucessivamente, numa
ebulição constante.
Pelo explicado, fácil concluir a existência
de duas CEPLACs: a que vivemos
“patrasmente” e a atual. A primeira, decência
pública; a dos últimos 20 anos, pouca serventia.
Então, o que estamos fazendo aqui?
Cumprindo uma missão, a de não sermos
omissos e expressar a nossa gratidão. Mas o
que propõem é tarefa muito árdua, hão de nos
inquirir?
- Doravante, quem vai pegar a bandeira?
- Quem é o macho, na acepção da
palavra, que vai entrar nessa de reativar a
CEPLAC?
- Seriam os Vereadores, os Deputados,
os Senadores, os Governadores das regiões
cacaueiras? Qual o interesse deles? O que
fizeram até então? At políticos oriundos da
própria casa, omissos e até algozes?
- Os atuais dirigentes da CEPLAC? Que
força tem ante à submissão política pelos
seus cargos?
- O MAPA, Ministério de segunda
categoria?
Não. Nenhum deles, respondemos, nós,
Ceplaqueanos aposentados.
- Só o povo seria capaz.
- E quem é esse povo? OS
CACAUICULTORES, concluímos.
(Salvador, FAEB, 18 de agosto de 2016)
A POESIA DA SEMANA
CACAU CANTO CLAMOR
(Ao ontem verde com alma)
Florisvaldo Mattos
A Jorge Amado, in memoriam
Parte I
Na terra farta de frutos
sigo os rios.
Na árvore gorda de grãos
sorvo a seiva.
Vou, sim, vou.
Cacauais me amparam
de sol terroso,
de chuva rude.
Ó infinitude, áureo cosmo
prenhe de diálogos verdes,
depois safra de soluços.
Ressoando primórdios
de edênicas andanças,
a natureza sorria
abraçada com os homens.
Vale lembrar este tempo
em que a mata acordava.
Não se ouviam trombetas,
pulmões fortes, buzinas,
nem bodegas rurais,
nem sorrisos de moças
ou violões seresteiros.
Sim, pássaros nos ninhos.
Lobrigam o abismo verde
ou músicos passeiam
sobre a clave dos ramos
de onde pendem sagüins
ou o jupará de amanhã.
(Ó natural semeadura de crenças.
Ó gestos noturnos que a selva oculta.
Ó dias de ontem nada temerosos).
Ali, sim, se estabeleceu aurora
De raízes jamais adormecidas.
A PIADA DA SEMANA
Dr. Ademar Coimbra, especialista em
primatas, na década de 70 visitou a CEPLAC
com o objetivo de conscientizar sobre as
ameaças de desaparecimento do mico leão
da cara dourada das matas de Una. Vistoriou
a região com técnicos do CEPEC, após o que
proferiu bela palestra a respeito da sua
preocupação ambiental. Lá para tantas, deu
uma informação que nos pareceu de alta
precisão pelo modo que expões os números.
– “Só existe no Brasil 1021 micos dessa
espécie” ..... (o número não me lembro bem,
mas era minucioso). Isso foi numa sexta-feira.
Na segunda seguinte, Dr. Arnaldo
Gomes Medeiros (in), Fitopatologista, em
viagem de inspeção a uma área de seringal
na região de Una, no meio da estrada viu um
trabalhador rural com um mico leão da cara
dourada, que havia capturado horas antes.
– Perguntou-lhe o que ele iria fazer com
aquele animal?
– Prontamente, respondeu: vou comer.
E não restou ao pesquisador emitir uma
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oOo
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Roberto Rabat Chame
 

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AGRISSÊNIOR nOTÍCIAS - Nº 586 an 23 agosto_2016.ok

  • 1. AGRISSÊNIOR NOTICIAS Pasquim informativo e virtual. Opiniões, humor e mensagens EDITORES: Luiz Ferreira da Silva (luizferreira1937@gmail.com) e Jefferson Dias (jeffcdiass@gmail.com) Edição 586 – ANO XIII Nº 05 – 23 de agosto de 2016 EDIÇÃO ESPECIAL ENCONTRO CEPLAQUEANO CARTA DE SALVADOR AO GOVERNO E AO POVO BRASILEIROS POR UMA CEPLAC REVIVIDA. Os servidores aposentados da CEPLAC – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, criada em 1957, que construíram e viveram a sua História, vem manifestar a sua indignação, ante a decadência de uma instituição agrícola, outrora exemplar, de prestígio internacional, que inegável desenvolvimento e grandes benefícios econômicos e sociais proporcionaram à Nação. Esta lamentável situação de sucateamento e paralisia da CEPLAC, inviabilizando-a como instrumento insubstituível de progresso, deve-se à negligência do Governo Federal, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA – a partir da chamada Nova República (1985), e ao descaso e descompromisso dos políticos com o setor, com as Regiões Produtoras e suas populações. Há um total desconhecimento do que representou um modelo institucional único, razão maior do sucesso da CEPLAC, dotada de uma estrutura dinâmica, que promove ações integradas de desenvolvimento rural, capazes de recuperar a Lavoura Cacaueira do Sul da Bahia, e de implantar novos e importantes polos de produção na Amazônia, incorporando 11 mil brasileiros à atividade. Também se ignora e são desprezados o poder e a eficiência da CEPLAC, uma organização de Pesquisa, Extensão, Ensino e Desenvolvimento, comprovadamente eficaz, exitosa, que apóia e impulsiona a Cacauicultura que gera milhares de empregos, viabiliza a distribuição de riquezas, vital para a Agricultura, para a Economia Brasileira. A organização CEPLAC, cujo modelo sistêmico é formado por unidades que se alimentam mutuamente, que agem harmonicamente, sob um comando único, transformou o Cacau em um dos mais importantes produtos da nossa economia. O trabalho de excelência, planejado e persistente da CEPLAC, unindo e articulando Pesquisa, Extensão e Ensino, fazendo ciência, criando e aperfeiçoando tecnologias no Centro de Pesquisas do Cacau–CEPEC e suas unidades experimentais, o mais importante do mundo, transferindo tecnologias através de uma ampla e eficiente rede de Extensão, especializando seus técnicos, cientistas e pesquisadores, formando e treinando técnicos e práticos agrícolas – fez com que a produção brasileira de Cacau chegasse, no ano agrícola 1984-5, a 457 mil ton., o equivalente a uma receita cambial perto de 1 bilhão de dólares. As lavouras de Cacau são florestas de árvores perenes, que requerem sombreamento de outras espécies, constituindo-se em fator de preservação e desenvolvimento ecológico, de sustentação e compatibilidade ambiental, e se caracterizam,
  • 2. ainda, por apresentar uma grande demanda de mão-de-obra, constituída, regularmente, por uma média nacional de 250 mil postos de trabalhos formais, e 500 mil empregos indiretos. Com a CEPLAC, de 1960 a 1985, o Cacau mudou a paisagem socioeconômica, o Índice de Desenvolvimento Humano, das Regiões Produtoras do Sul da Bahia. Diversificou a produção agrícola com a pesquisa e assistência aos cultivos tropicais perenes; à pecuária e à piscicultura de interior; desenvolveu programas e implantou unidades de preservação ecológica como a Estação Pau-Brasil com espécies da Mata Atlântica. A CEPLAC fortaleceu a infraestrutura regional (estradas, pontes, eletrificação e escolas rurais, hospitais, poços artesianos, indústrias de calcário); expandiu e modernizou o Porto Internacional do Malhado, em Ilhéus; criou a Universidade Santa Cruz; e incentivou a organização dos produtores e o cooperativismo. A CEPLAC ensejou a criação do FUSEC, que permitiu a inserção dos pequenos produtores no PROCACAU, gerando, de 1976 a 1985, 120 mil empregos diretos; fez a cobertura aerofotogramétrica para fins de estudos pedológicos, geológicos, florestais, hidrológicos e uso da terra; implantou uma base genética do Cacau, através de excursões técnicas pelas várzeas amazônicas. A Estação de Recursos Genéticos José Haroldo (ESJOH), no Pará, possui o maior patrimônio genético do mundo, com 21.475 genótipos, fonte indispensável ao futuro da Cacauicultura mundial. Criou Escolas Médias de Agricultura de alto padrão educacional. A CEPLAC está em agonia, sangra. Sem recursos de toda ordem, sem programas, sem metas. A sua singular estrutura vem sendo desmantelada, agredida a cada dia. A instituição, combalida, é achincalhada em sua honra e história, humilhada, vilipendiada pela insensatez, a incúria, o transvio, a degenerescência, a obtusidade do Governo Federal. A CEPLAC vem sendo diminuída, obrigada a renunciar às suas nobres atribuições que justificam a sua imprescindível existência, desfigurada pela incompetência contagiosa e os incríveis crimes de lesa-pátria contra ela perpetrados. O seu valoroso e brilhante corpo técnico e científico, os seus recursos humanos, seu maior patrimônio, se avilta. Com tratamento indigno, parte dele se omite ou se corrompe nas conveniências e submissões políticas, a fim de praticar a disputa por cargos e funções comissionadas. O outrora “espírito de corpo” da CEPLAC vem sendo atingido pelos “espíritos de porco”, que odeiam a Cacauicultura. Na verdade, o abatimento e declínio institucional e operacional da CEPLAC iniciaram-se com a perda da sua autonomia financeira e administrativa, ocorrida, respectivamente, em 1980 quando a sua receita passou a integrar o Orçamento da União, e em 1990, quando os seus recursos deixaram de vir da taxa de exportação de amêndoas e derivados do Cacau. A dolorosa derrocada da CEPLAC não foi causada por ela, ou pelos seus servidores, ou pelos Produtores de Cacau. Mas, sim, pela cegueira política e irresponsabilidade criminosa dos governos democráticos que se sucederam a partir de 1985. Pior que a terrível doença vassoura-de-bruxa que, grassa e mata as lavouras da Bahia desde 1989, é o lento suplício que o Governo Federal submete a CEPLAC há trinta anos, tentando inviabilizá-la de todas as formas, seja privando-a de recursos financeiros, materiais e humanos, seja tentando esvaziá-la institucionalmente, como agora, quando a reduziram a um mero departamento, uma repartição pública subalterna, debilitada, indigente, sem condições de realizar. Hoje, passamos de grandes exportadores de Cacau a importadores de um produto brasileiro, de uma árvore que floresceu e frutificou, que, onde foi cultivada, gerou e multiplicou riquezas, desenvolvimento socioeconômico. Nós, eternos ceplaqueanos, atingidos por tanta infâmia e sordidez, nos levantamos, nossas mentes e corações, com todas as energias, em defesa da CEPLAC e da Cacauicultura. Convocamos todos os agricultores, lideranças e as comunidades das Regiões Produtoras a não nos curvarmos, não nos rendermos frente à injúria, ao absurdo e aos desmandos. A não compactuar com a omissão torpe e covarde de alguns. Mas, sim, a reagir, refletindo, discutindo e assumindo as propostas que o livro, hoje lançado, oferece para vencer a inanição, a apatia, o declínio, o desânimo, a
  • 3. desesperança. Principalmente, a agir contra os inimigos da instituição. Vamos lutar pelas conquistas, pelo soerguimento da CEPLAC. Por uma CEPLAC única, unida, forte, atuante e produtiva, como ela mesma se construiu e se consolidou. Salvador, 18 de agosto de 2016. No lançamento do livro Tributo à antiga CEPLAC – Instituição agrícola única, durante o I Encontro de Ceplaqueanos Aposentados. HOMENAGEM (Placa de acrílico) TRIBUTO AO TONHEL (1941-2016) (Antônio Manuel Freire de Carvalho) I ENCONTRO DE CEPLAQUEANOS 17-18 DE AGOSTO DE 2016, SALVADOR/BA. (Evento Técnico, CEPLAC década de 70. Tonhel é o oitavo, primeiro plano, junto à colega Helena)
  • 4. ANTÔNIO MANUEL FREIRE DE CARVALHO deu a sua última contribuição à CEPLAC, Instituição em que se formou e tanto se dedicou, no livro- Tributo à Antiga CEPLAC, com seu depoimento comovente (pg.77). Também, envolveu-se no seu lançamento junto a FAEB e, mesmo hospitalizado, fabricava ideias para a magnitude do evento. Esse era Tonhel, cujas lembranças estão aqui presentes neste nosso Encontro, pois pessoas como ele não morrem, mas se encantam como bem o disse o poeta. (Homenagem de todos os seus colegas, aqui representados por Fernando Albiani, Lício Fontes, Luiz Ferreira e Maria Helena) PALAVRAS DE LUIZ FERREIRA AOS MEUS COLEGAS E DEMAIS PRESENTES CEPLAC, ONTEM E HOJE. Por que estamos aqui? Qual a razão, depois de mais de 20 anos, estarmos realizando esse Encontro? Pessoas com mais de 75 anos se deslocando de sua comodidade compatível à sua idade – do Pará, de Brasília, de Alagoas. Uma razão muito simples – o elo INSTITUCIONAL; o visgo do cacau. Uma vida profissional gratificante e grata a uma Instituição pública. Se tivéssemos trabalhado em uma empresa qualquer cumprindo apenas o dever concernente ao ganho, numa necessidade estipendiária, não estaríamos aqui e cada um na “sua”, pois não haveria o buraco negro energético puxando todo mundo para o seu epicentro. ENTÃO, SENHORES, A CEPLAC NÃO NOS FOI SIMPLESMENTE UM EMPREGO. A nossa presença aqui atesta isso. O nosso Encontro poderia se limitar a um jantar com lembranças reminiscentes e sentimentais, como acontece comumente. Mas não; cresceu e se tornou um grandioso e sui generis movimento dos Ceplaqueanos aposentados, consubstanciado em 4 pontos: - Um livro que resgata e fornece caminhos. - Um lançamento que ultrapassa os limites das letras e expõe a problemática cacau. - Um grupo de servidores sem quaisquer interesses que não o de continuar servindo. - Um manifesto que expõe a ignomínia do abandono da CEPLAC. Mas, os mais novos hão de perguntar – que Organização é essa? A que conheço é um museu vivo de pessoas com bons salários sem precisar trabalhar tanto. É comandada por políticos incompetentes. É um departamento do MAPA prestes a ser rebaixado. É um órgão sem recursos e sem renovação de talentos. Enfim, pouca serventia aos Cacauicultores. Vamos tentar responder: Acontece que essa não é a CEPLAC, a dessa turma de aposentados que aqui se faz presente. E ofertamos a eles este livro – TRIBUTO À ANTIGA CEPLAC, INSTITUIÇÃO AGRÍCOLA ÚNICA – para que as novas gerações a conheçam em seus tempos de proficiência. Uma memória para se perenizar nas bibliotecas. Tem razão quando se refere da apatia dos funcionários denominados de ativos. Um parêntese: nós somos chamados de inativos. Exemplificando. Um ex-superintendente, que deve ser um filhote político, acaba de dar uma entrevista emitindo muitas bobagens, desconhecendo a Instituição e enaltecendo uma Universidade que ainda não saiu da uti pré- natal, marca-Lula, que já nasce velha, carcomida e apadrinhada, como bem o diz o colega Tourinho, fundador da Universidade do Amazonas e que sabe do riscado. E que arremato: dificilmente se libertará da pecha de caipira ou tabaroa. E ninguém contestou, atestando o estado cataléptico dos atuais servidores da CEPLAC. É verdade o estado de submissão aos políticos. No livro, página 92, Capítulo XI – CEPLAC, ano 2016, foi inserida uma notícia do próprio site da organização: - “o novo Superintendente foi um indicação do Deputado Roberto Brito... etc e tal”. Pasmem,
  • 5. menos de 8 meses depois, no mesmo site se informa que está vago o cargo. Pode uma Instituição dessa ser proficiente? Merece respeito? Uma empresa privada poderia sobreviver com tal balbúrdia administrativa? Por outro lado, os políticos se vangloriam por terem conservado a CEPLAC num certo Departamento do MAPA e vai prá galera, como dizia o personagem da Escolinha do Professor Raimundo, como se simples quadrinho em um organograma alterasse todo o status quo de uma Organização em falência. Ela precisa de muito mais como está escrito no livro aqui referido, sobretudo nos Capítulos XII e XIII, respectivamente, Revitalização da CEPLAC e Um novo repensar. Só cresce quem renova slogan da própria CEPLAC quando do PROCACAU. A morte de uma Instituição está na falta de injeção de talentos, uma espécie de “by pass” entre os que detêm a experiência e aqueles que a vem aprender para mais tarde passar a bandeira e, assim sucessivamente, numa ebulição constante. Pelo explicado, fácil concluir a existência de duas CEPLACs: a que vivemos “patrasmente” e a atual. A primeira, decência pública; a dos últimos 20 anos, pouca serventia. Então, o que estamos fazendo aqui? Cumprindo uma missão, a de não sermos omissos e expressar a nossa gratidão. Mas o que propõem é tarefa muito árdua, hão de nos inquirir? - Doravante, quem vai pegar a bandeira? - Quem é o macho, na acepção da palavra, que vai entrar nessa de reativar a CEPLAC? - Seriam os Vereadores, os Deputados, os Senadores, os Governadores das regiões cacaueiras? Qual o interesse deles? O que fizeram até então? At políticos oriundos da própria casa, omissos e até algozes? - Os atuais dirigentes da CEPLAC? Que força tem ante à submissão política pelos seus cargos? - O MAPA, Ministério de segunda categoria? Não. Nenhum deles, respondemos, nós, Ceplaqueanos aposentados. - Só o povo seria capaz. - E quem é esse povo? OS CACAUICULTORES, concluímos. (Salvador, FAEB, 18 de agosto de 2016) A POESIA DA SEMANA CACAU CANTO CLAMOR (Ao ontem verde com alma) Florisvaldo Mattos A Jorge Amado, in memoriam Parte I Na terra farta de frutos sigo os rios. Na árvore gorda de grãos sorvo a seiva. Vou, sim, vou. Cacauais me amparam de sol terroso, de chuva rude. Ó infinitude, áureo cosmo prenhe de diálogos verdes, depois safra de soluços. Ressoando primórdios de edênicas andanças, a natureza sorria abraçada com os homens. Vale lembrar este tempo em que a mata acordava. Não se ouviam trombetas, pulmões fortes, buzinas, nem bodegas rurais, nem sorrisos de moças ou violões seresteiros. Sim, pássaros nos ninhos. Lobrigam o abismo verde
  • 6. ou músicos passeiam sobre a clave dos ramos de onde pendem sagüins ou o jupará de amanhã. (Ó natural semeadura de crenças. Ó gestos noturnos que a selva oculta. Ó dias de ontem nada temerosos). Ali, sim, se estabeleceu aurora De raízes jamais adormecidas. A PIADA DA SEMANA Dr. Ademar Coimbra, especialista em primatas, na década de 70 visitou a CEPLAC com o objetivo de conscientizar sobre as ameaças de desaparecimento do mico leão da cara dourada das matas de Una. Vistoriou a região com técnicos do CEPEC, após o que proferiu bela palestra a respeito da sua preocupação ambiental. Lá para tantas, deu uma informação que nos pareceu de alta precisão pelo modo que expões os números. – “Só existe no Brasil 1021 micos dessa espécie” ..... (o número não me lembro bem, mas era minucioso). Isso foi numa sexta-feira. Na segunda seguinte, Dr. Arnaldo Gomes Medeiros (in), Fitopatologista, em viagem de inspeção a uma área de seringal na região de Una, no meio da estrada viu um trabalhador rural com um mico leão da cara dourada, que havia capturado horas antes. – Perguntou-lhe o que ele iria fazer com aquele animal? – Prontamente, respondeu: vou comer. E não restou ao pesquisador emitir uma risada e falar para si mesmo – “lá se foi a estatística do Dr. Coimbra! oOo Acessar: www.r2cpress.com.br