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NOTICIAS
Pasquim informativo e virtual.
Opiniões, humor e mensagens
EDITORES: Luiz Ferreira da Silva
(luizferreira1937@gmail.com) e
Jefferson Dias (jffercarlos@gmail.com)
Edição 606– ANO XIII Nº 24 – 07 de fevereiro de 2017
DOS 8 AOS 80, TRAJETÓRIA DE VIDA CONTADA EM 8 CONVERSAS
In. O Sol Poente da Vida – Capítulo III (Livro de Luiz Ferreira da Silva.
Scortecci Editora/SP, 2017).
1. Nasci em uma pequena Cidade do interior
de Alagoas, zona da mata atlântica, Coruripe,
onde os índios Caetés comeram o Bispo Dom
Pero Fernandes Sardinha (também, com esse
nome!). Foi numa quarta-feira de cinzas,
segundo a minha mãe, no dia 10 de fevereiro
de 1937. Segui esse caminho, enfrentando as
professoras com seus métodos severos de
aprendizagem, incluindo o castigo corporal:
“puxões de orelha”; “reguadas” nas costas;
palmatórias e beliscões. Ninguém ficava
traumatizado, pois era da pedagogia da época
e não se escapava. Tudo era feito em nome
do saber para se alcançar um futuro
promissor; de modo que os pais não chiavam
e até repreendiam os filhos pela sua conduta
quando chegavam a casa. Concluído o
primário no Grupo e sem condições de
continuar os estudos, repeti o quarto ano no
Colégio do professor Manoel Cecílio de
Jesus, o Instituto São João, cujo ensino era
bem mais avançado e até se estudava
rudimentos da língua francesa. O seu
proprietário e Mestre lecionava a maioria das
matérias – português, aritmética e geografia –
exigindo pleno conhecimento dos alunos, sob
pena de castigos bem mais rigorosos que os
das professoras do Grupo Escolar. Ele
possuía uma palmatória de sucupira, sua
“arma” preferida, que usava como um bom
motivo para os maus alunos se esforçarem
mais, aterrorizando-os. O importante era o
resultado. Alunos capacitados para as novas
etapas, levando uma consciência de
dedicação e responsabilidade, com visão de
futuro. No entanto, só tenho a agradecer ao
Professor Manoel Cecílio, como era mais
conhecido, valendo a pena ter queimado as
pestanas, sob a luz do candeeiro, sobretudo
motivado pela ira do homem da palmatória.
Graças ao Instituto São João (houve, é claro a
base do Grupo Escolar) fui aprovado com
louvor no exame de admissão do mais
afamado Colégio de Alagoas, o Colégio
Estadual. E outros colegas fizeram bonito no
Colégio Diocesano de Penedo. Tudo vale a
pena se a alma não é pequena como
escreveu o grande escritor português
Fernando Pessoa.
2. Fui abençoado na minha infância. A
configuração de Coruripe dá uma ideia do
quanto a natureza foi camarada com a
criançada, facultando-nos desenvolver o
corpo e a alma, tanto pelo vale soltando pipas
(arraias) e jogando bola, quanto pelas ladeiras
que ligam os dois ecossistemas
(tabuleiro/planície de inundação) na “fórmula
– cr” (carrinhos de rolimãs); ademais dos
mangues (pegar caranguejos) e das grotas
(pegar passarinhos). A minha cidade não
possuía calçamento. Todas as ruas no barro
vermelho. Poeira no verão e lama no inverno.
Mas, ninguém reclamava e era ótimo para as
brincadeiras da criançada. Também, chão
ideal para a implantação das grandes
fogueiras juninas. O bacana eram as bicas
que captavam as águas pluviais e as
lançavam nas calçadas ou no próprio leito das
ruas. Isso proporcionava uma festa para os
garotos, nas épocas chuvosas do inverno
(junho e julho, mais intensivamente), que se
deleitavam no banho sob as bicas, numa
correria em busca daquelas mais potentes.
Além da condição de pouca grana e as
dificuldades em adquirir brinquedos
manufaturados – época da guerra – a turma
dos pequenos aguçava a sua criatividade,
desenvolvendo habilidades para confeccionar
os seus próprios instrumentos de lazer. Das
arraias (pipas) aos pinhões de goiabeira,
passando pelos alçapões de pegar
caranguejos e passarinhos; bolas de meia e
de aninga (planta dos baixios); pelas “pelas”
(petecas) de palhas de milho; carrinhos de
rolimã; corrupio de botão e gaiolas de cana
fístula. São lembranças que ficaram na minha
cabeça que, com meus colegas de mesma
idade, mesmo com as repreensões dos pais,
sobretudo nas épocas mais frias, que temiam
por doenças, não deixavam de burlar a
vigilância deles e nos esbaldávamos nos
aguaceiros da época. Como era bom; bom
demais. Como diriam, hoje, os meus netos:
“massa”! Nunca soubemos o que era
depressão e não vivíamos ociosos, tendo todo
o tempo ocupado, eivado de um lazer de
qualidade (sem drogas), com as mentes
ocupadas e os corpos desenvolvidos pelos
exercícios naturais (longas caminhadas,
subidas nas árvores, trabalhos manuais e
serviços de casa)
3. Meu pai se chamava José Ferreira da Silva.
Mas nunca vi ninguém o chamando assim. E,
sim, José Eustáquio ou Seu Eustáquio.
“Herdara” o nome do pai, o Seu Eustáquio de
Piaçabuçu. Minha mãe, Hermínia Maria da
Silva. De origem Carvalho lá de Barra Nova,
recebeu o Silva e perdeu o sobrenome da
família. Ele era funcionário público. Guarda
malas dos Correios e Telégrafos. Essa função
não existe mais. Toda a semana se mandava
de burro levando as correspondências para
Pontal, Lagoa do Pau, Poxim e Jequiá da
Praia, estendendo-se até a Usina Sinimbu, de
vez em quando. De volta, trazia para postar
as cartas que ele ajudava a escrever o
destinatário. Meu pai era viúvo e trouxera um
filho, Arlindo José dos Santos, mais velho do
que a sua prole que se iniciara com o
segundo casamento. Deste, nasceram:
Hermenegildo (1925); Sizino (1927); Milton
(1929); Arthur (1930); Virgílio (1933) e eu, o
caçula (1937).
4. Não me canso em valorizar os ensinamento
advindo de nossos pais e mestres daquela
época, dando-nos juízo como diziam os de
antigamente. É a base de qualquer família, o
esteio fundamental para o desenvolvimento
da pessoa humana em termos morais, éticos,
culturais e religiosos. A minha experiência
como filho e pai, além dos ensinamentos pela
vida, convenceu-me de que a formação do
homem passa por uma boa educação no Lar.
É no recôndito da casa, simples ou abastada,
que se aprendem os princípios da boa
convivência, o respeito ao semelhante, a
solidariedade humana, o cumprimento das
ordens, o valor dos bens materiais e afetivos
e o desprendimento para lutar por sua
cidadania. A gente capta quando uma pessoa
teve uma deficiente instrução doméstica dada
pelos seus pais, ao observar as suas atitudes
não aprendidas no berço, cujo mau
comportamento humano permanece arraigado
no seu subconsciente, sendo, pois de difícil
correção, sobretudo porque ela não se
apercebe de seus atos.E, para se implantar
esse primeiro capítulo da iniciação humana,
além do estabelecimento de regras e limites,
valem muito os exemplos dos genitores.
5. Em 1950, houve a grande revoada, a
família se transferiu para Maceió por iniciativa
do iluminado Milton de visão além do
horizonte, percebendo, já naquele tempo, o
futuro de seus outros 4 irmãos caso
permanecesse na terrinha. Com a
transferência abriu-se um leque de
oportunidades, que a grande cidade oferece,
cada um seguiu seu caminho voando à sua
maneira, culminando com a vitória de todos.
O segundo degrau foi cursar o Ginásio e
científico no afamado Colégio Estadual de
Alagoas, o antigo Liceu, que me forneceu
todo o embasamento intelectual para galgar o
terceiro ciclo.
6. Concluído o chamado científico, visualizei
seguir em frente na busca de novos
conhecimentos que me permitissem romper o
determinismo, segundo o qual só os ricos
poderiam ser doutores. E queria mais, uma
Escola de Agronomia de alto nível, a ENA
(Escola Nacional de Agronomia) da
Universidade Rural do Brasil (URB), hoje,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ). Em dezembro de 1962, para
satisfação da família, de origem pobre
cururipense, tornei-me o primeiro com anel no
dedo e canudo na parede, com méritos, após
muito esforço, dedicação e foco.
7. Concluída a graduação, fiz a minha carreira
profissional na CEPLAC, Instituição agrícola
modelar, que me possibilitou pós-graduação e
reconhecimento nas ciências do solo,
especialidade a que me dediquei. Além de
assumir cargos relevantes, exerci atividades
de pesquisas publicando 75 trabalhos técnico-
científicos, livretos e livros.
Depois de aposentado, passei a exercer
atividades de consultorias às Universidades e
Instituições de pesquisas, encerrando-as aos
65 anos, quando passei a me dedicar à
Literatura, já tendo publicado 14 livros.
8. Além de plantar muitas árvores, escrever
livros, também edifiquei uma família. Casei-
me com a Airma, em 1964 (fizemos bodas de
ouro em 2014). Dessa união, produzimos 3
filhos (Luiz, Ana Luiza e Luciana Maria); 7
netos (Gabriela, Bruno, Rodrigo, André, Maria
Luiza, Lucca e Mariana); e 2 bisnetos (Cecília
e Thiago). Assim, uma sinopse de meus 80
anos.
OS DILEMAS DA PESQUISA AGRÍCOLA PÚBLICA
Por Arnaldo Jardim, Octaciano Neto e Zander Navarro
O ESTADO DE SÃO PAULO. Publicado em 28 de janeiro de 2017
Sucintamente, urge apresentar o contexto que
impõe crescentes e dificílimos desafios
para o conjunto das instituições públicas
dedicadas à ciência agrícola. Aqui são
agrupadas as 46 unidades da Embrapa, as
inúmeras organizações estaduais e os setores
das universidades públicas que se dedicam à
pesquisa sobre esse campo científico.
O contexto: quando ocorrem processos de
rápido crescimento e modernização da
economia agropecuária, como observado nos
últimos vinte anos, cresce exponencialmente
o “bolo da riqueza” gerado pelo sistema
agroalimentar, de uma ponta à outra, da
agroindústria que produz insumos para a
agricultura aos supermercados e o varejo, no
outro lado. Além disso, tem se afirmado uma
espetacular revolução tecnológica que eleva a
produção e a produtividade, mas também alça
às alturas a complexidade das modernas
atividades operadas pelos produtores rurais.
Ante essas tendências, as implicações são
múltiplas e variadas, mas o ambiente
operacional da pesquisa agrícola pública
vai se tornando quase tóxico, pois a sua
capacidade de atuar com efetividade, como
no passado, vem sendo bloqueada por
diversos fatores. Um desses, para ilustrar:
investigar somente os temas que produzem
resultados imediatos, como fazem as firmas,
ou também pesquisar focos de longo prazo?
Como se equilibrar entre esses objetivos? É
lógico que as empresas determinem a sua
ação a partir do imperativo da maximização
de seus lucros.
Como se observa pari passu um crescente
acirramento concorrencial, muitas firmas
também lançam tecnologias e inovações, as
quais visam situá-las favoravelmente na
disputa por maiores fatias da extraordinária
riqueza gerada nesse setor. As empresas do
lado privado do sistema, portanto, são
forçadas a correr cada vez mais, senão serão
excluídas da atividade.
E as áreas públicas da pesquisa? Essas
hesitam e, ainda pior, sequer discutem entre
si uma estratégia que as reposicionem nessa
era de memoráveis transformações. Insistem
em manter uma estrutura de unidades de
pesquisa distribuídas nacionalmente que é
hoje inequivocamente disfuncional. São
organizações capturadas pelo corporativismo
sindical e ideológico e pela âncora inercial do
Estado, o que inclui a inacreditável rigidez de
imposições normativas que parecem desejar
que o setor produtivo mais dinâmico da
economia seja freado.
Por essas e outras razões, tanto a
pesquisa agrícola federal como as
instituições estaduais estão perdendo
rapidamente a sua eficácia, impotentes
ante as incertezas que se avolumam. As
exceções vão se tornando pontuais e
episódicas.
Com uma agropecuária diversificada e cada
vez mais moderna, o Espírito Santo, por
exemplo, é um estado com um bem sucedido
controle fiscal e, assim, menos afetado pela
atual crise econômica. O estado lançou nesse
ano o maior edital nacional (14 milhões)
destinado à pesquisa agrícola, mas introduziu
diversos requerimentos que visaram
assegurar o desenvolvimento de esforços de
investigação realmente “colados à realidade”.
E são atividades que estão estritamente
articuladas a um plano estadual de
desenvolvimento agrícola recém-concluído
que foi construído de forma intensamente
participativa, em outra iniciativa inédita.
Não obstante a solidez de suas lendárias
instituições de pesquisa, São Paulo também
ilustra os mesmos dilemas. Ainda assim,
conforme o último balanço social do setor,
consideradas apenas 48 tecnologias adotadas
recentemente, cada real gasto na pesquisa
agrícola retornou 11,40 reais para a
sociedade. O estado é hoje fortemente
influenciado pela economia da cana-de-
açúcar, que já representa quase 40% do valor
bruto gerado no campo. Mas ostenta o maior
valor nacional da produção agropecuária e é o
maior exportador de mercadorias do setor.
Por isso mesmo, modernizando-se
continuamente, amplia-se o fosso entre as
exigências concretas de “mais ciência, mais
tecnologia, mais inovações”, oriundas do
sistema agroalimentar, e as respostas mais
lentas das instituições públicas de pesquisa,
um hiato que atiça crescentes cobranças
sociais.
Essas indefinições poderão ser atenuadas
mais adiante com os impactos de diversas
iniciativas, desde a regulação focada na
aplicabilidade das pesquisas centradas no
mérito das inovações, recompensas
financeiras para os inventores ou maior
flexibilidade jurídica e administrativa. A meta
principal é aprofundar a interação entre o
Estado e o mundo privado, ampliando os
espaços públicos não estatais e o
protagonismo das empresas na execução
de tarefas que convencionalmente seriam
antes entendidas como sendo estatais. Com
novas formas de gestão pública, a pesquisa
poderá colar-se ao cotidiano das cadeias
produtivas e à realidade da produção.
São mudanças relevantes, pois o impasse
está posto. Alguns estados, como a Bahia e o
Rio Grande do Sul já extinguiram as suas
áreas de pesquisa agrícola. Seria esse o
caminho? Se for, qual seria então o papel
da Embrapa no novo contexto? Não
obstante as suas notáveis contribuições, em
seus primeiros trinta anos, esta empresa
pública, criada em 1973, estaria atualmente
contribuindo com eficácia, confrontado o
enorme conjunto de perguntas ainda sem
respostas? É uma discussão que,
lamentavelmente, não está ainda em
andamento.
Esse é o quadro geral. É preciso agir. O
sistema agroalimentar é hoje o coração
dinâmico da economia e precisa modernizar-
se continuamente. Para isso, manter a
pesquisa agrícola pública ativa e competente
é pressuposto incontornável, trabalhando em
sintonia com os agentes privados. O
Ministério da Agricultura precisa, com
urgência e dialogando sempre com todos os
setores produtivos, em todo o país, coordenar
imediatamente um debate amplo destinado
a construir uma estratégia consistente no
campo da pesquisa agrícola promovida
pelo Estado.
_____________
Arnaldo Jardim é Secretário de Estado da
Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Email: gabinete@agricultura.sp.gov.br;
Octaciano Neto é Secretário de Estado da
Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e
Pesca do Espírito Santo. Email:
octaciano.neto@seag.es.gov.br; Zander
Navarro é sociólogo e pesquisador em
Ciências Sociais. Email:
z.navarro@uol.com.br
FRASES E PENSAMENTOS DE JIDDU KRISHNAMURTI
“Eu sustento que a Verdade é uma terra sem
caminho, e que dela não vos podeis
aproximar, por qualquer caminho, de qualquer
tipo, por qualquer religião, por qualquer seita.
Este é o meu ponto de vista, e eu atenho-me
a isso. A Verdade, sendo ilimitada,
incondicionada, inacessível, por qualquer
caminho, não pode ser organizada; nem
deveria qualquer organização ser formada
para liderar ou coagir as pessoas por
qualquer tipo de caminho particular. Se
entenderdes isto, então sabereis quão
impossível é organizar uma crença. Uma
crença é, puramente, uma questão individual,
e não podeis nem deveis organizá-la. Se isso
fizerdes, ela torna-se morta, cristalizada;
torna-se um credo, uma seita, uma religião a
ser imposta a outros.”
“O pensamento nasce da experiência e do
conhecimento, que são inseparáveis do
tempo e do passado. O tempo é o inimigo
psicológico do ser humano. Nossa ação é
baseada no conhecimento e, portanto, no
tempo. Assim, o ser humano é sempre
escravo do passado. O pensamento é sempre
limitado e assim nós vivemos em conflito e
luta constantes. Não há evolução psicológica.”
“O autoconhecimento é o começo da
sabedoria, em cuja tranquilidade e silêncio
encontra o imensurável.”
“A liberdade não é uma reação, nem tão
pouco uma escolha. É pretensão do ser
humano achar que, por ter escolha, ele é livre.
A liberdade é pura observação sem direção,
sem medo de punição e recompensa. A
liberdade é sem nenhum motivo, a liberdade
não está no fim da evolução humana, mas se
encontra no primeiro passo da sua existência.
Pela observação, a pessoa começa a
descobrir a falta de liberdade. A liberdade é
encontrada no estar atento, sem escolha, à
nossa existência e atividades diárias.”
"A verdadeira revolução não é revolução
violenta, mas a que se realiza pelo cultivo da
integração e da inteligência de entes
humanos, os quais, pela influência de suas
vidas, promoverão gradualmente radicais
transformações na sociedade"
A POESIA DA SEMANA
Amo-te
Pablo Neruda
Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
A PIADA DA SEMANA
Três horas da tarde. Dois baianos encostados
numa árvore à beira da estrada. Passa um
carro a grande e velocidade e deixa voar uma
nota de cem reais, mas o dinheiro vai cair do
outro lado da estrada. Passados cinco
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— Rapaz, se o vento muda, a gente ganha o
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oOo
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  • 1. AGRISSÊNIOR NOTICIAS Pasquim informativo e virtual. Opiniões, humor e mensagens EDITORES: Luiz Ferreira da Silva (luizferreira1937@gmail.com) e Jefferson Dias (jffercarlos@gmail.com) Edição 606– ANO XIII Nº 24 – 07 de fevereiro de 2017 DOS 8 AOS 80, TRAJETÓRIA DE VIDA CONTADA EM 8 CONVERSAS In. O Sol Poente da Vida – Capítulo III (Livro de Luiz Ferreira da Silva. Scortecci Editora/SP, 2017). 1. Nasci em uma pequena Cidade do interior de Alagoas, zona da mata atlântica, Coruripe, onde os índios Caetés comeram o Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha (também, com esse nome!). Foi numa quarta-feira de cinzas, segundo a minha mãe, no dia 10 de fevereiro de 1937. Segui esse caminho, enfrentando as professoras com seus métodos severos de aprendizagem, incluindo o castigo corporal: “puxões de orelha”; “reguadas” nas costas; palmatórias e beliscões. Ninguém ficava traumatizado, pois era da pedagogia da época e não se escapava. Tudo era feito em nome do saber para se alcançar um futuro promissor; de modo que os pais não chiavam e até repreendiam os filhos pela sua conduta quando chegavam a casa. Concluído o primário no Grupo e sem condições de continuar os estudos, repeti o quarto ano no Colégio do professor Manoel Cecílio de Jesus, o Instituto São João, cujo ensino era bem mais avançado e até se estudava rudimentos da língua francesa. O seu proprietário e Mestre lecionava a maioria das matérias – português, aritmética e geografia – exigindo pleno conhecimento dos alunos, sob pena de castigos bem mais rigorosos que os das professoras do Grupo Escolar. Ele possuía uma palmatória de sucupira, sua “arma” preferida, que usava como um bom motivo para os maus alunos se esforçarem mais, aterrorizando-os. O importante era o resultado. Alunos capacitados para as novas etapas, levando uma consciência de dedicação e responsabilidade, com visão de futuro. No entanto, só tenho a agradecer ao Professor Manoel Cecílio, como era mais conhecido, valendo a pena ter queimado as pestanas, sob a luz do candeeiro, sobretudo motivado pela ira do homem da palmatória. Graças ao Instituto São João (houve, é claro a base do Grupo Escolar) fui aprovado com louvor no exame de admissão do mais afamado Colégio de Alagoas, o Colégio Estadual. E outros colegas fizeram bonito no Colégio Diocesano de Penedo. Tudo vale a pena se a alma não é pequena como escreveu o grande escritor português Fernando Pessoa. 2. Fui abençoado na minha infância. A configuração de Coruripe dá uma ideia do quanto a natureza foi camarada com a criançada, facultando-nos desenvolver o corpo e a alma, tanto pelo vale soltando pipas (arraias) e jogando bola, quanto pelas ladeiras que ligam os dois ecossistemas (tabuleiro/planície de inundação) na “fórmula – cr” (carrinhos de rolimãs); ademais dos mangues (pegar caranguejos) e das grotas (pegar passarinhos). A minha cidade não possuía calçamento. Todas as ruas no barro vermelho. Poeira no verão e lama no inverno. Mas, ninguém reclamava e era ótimo para as brincadeiras da criançada. Também, chão ideal para a implantação das grandes
  • 2. fogueiras juninas. O bacana eram as bicas que captavam as águas pluviais e as lançavam nas calçadas ou no próprio leito das ruas. Isso proporcionava uma festa para os garotos, nas épocas chuvosas do inverno (junho e julho, mais intensivamente), que se deleitavam no banho sob as bicas, numa correria em busca daquelas mais potentes. Além da condição de pouca grana e as dificuldades em adquirir brinquedos manufaturados – época da guerra – a turma dos pequenos aguçava a sua criatividade, desenvolvendo habilidades para confeccionar os seus próprios instrumentos de lazer. Das arraias (pipas) aos pinhões de goiabeira, passando pelos alçapões de pegar caranguejos e passarinhos; bolas de meia e de aninga (planta dos baixios); pelas “pelas” (petecas) de palhas de milho; carrinhos de rolimã; corrupio de botão e gaiolas de cana fístula. São lembranças que ficaram na minha cabeça que, com meus colegas de mesma idade, mesmo com as repreensões dos pais, sobretudo nas épocas mais frias, que temiam por doenças, não deixavam de burlar a vigilância deles e nos esbaldávamos nos aguaceiros da época. Como era bom; bom demais. Como diriam, hoje, os meus netos: “massa”! Nunca soubemos o que era depressão e não vivíamos ociosos, tendo todo o tempo ocupado, eivado de um lazer de qualidade (sem drogas), com as mentes ocupadas e os corpos desenvolvidos pelos exercícios naturais (longas caminhadas, subidas nas árvores, trabalhos manuais e serviços de casa) 3. Meu pai se chamava José Ferreira da Silva. Mas nunca vi ninguém o chamando assim. E, sim, José Eustáquio ou Seu Eustáquio. “Herdara” o nome do pai, o Seu Eustáquio de Piaçabuçu. Minha mãe, Hermínia Maria da Silva. De origem Carvalho lá de Barra Nova, recebeu o Silva e perdeu o sobrenome da família. Ele era funcionário público. Guarda malas dos Correios e Telégrafos. Essa função não existe mais. Toda a semana se mandava de burro levando as correspondências para Pontal, Lagoa do Pau, Poxim e Jequiá da Praia, estendendo-se até a Usina Sinimbu, de vez em quando. De volta, trazia para postar as cartas que ele ajudava a escrever o destinatário. Meu pai era viúvo e trouxera um filho, Arlindo José dos Santos, mais velho do que a sua prole que se iniciara com o segundo casamento. Deste, nasceram: Hermenegildo (1925); Sizino (1927); Milton (1929); Arthur (1930); Virgílio (1933) e eu, o caçula (1937). 4. Não me canso em valorizar os ensinamento advindo de nossos pais e mestres daquela época, dando-nos juízo como diziam os de antigamente. É a base de qualquer família, o esteio fundamental para o desenvolvimento da pessoa humana em termos morais, éticos, culturais e religiosos. A minha experiência como filho e pai, além dos ensinamentos pela vida, convenceu-me de que a formação do homem passa por uma boa educação no Lar. É no recôndito da casa, simples ou abastada, que se aprendem os princípios da boa convivência, o respeito ao semelhante, a solidariedade humana, o cumprimento das ordens, o valor dos bens materiais e afetivos e o desprendimento para lutar por sua cidadania. A gente capta quando uma pessoa teve uma deficiente instrução doméstica dada pelos seus pais, ao observar as suas atitudes não aprendidas no berço, cujo mau comportamento humano permanece arraigado no seu subconsciente, sendo, pois de difícil correção, sobretudo porque ela não se apercebe de seus atos.E, para se implantar esse primeiro capítulo da iniciação humana, além do estabelecimento de regras e limites, valem muito os exemplos dos genitores. 5. Em 1950, houve a grande revoada, a família se transferiu para Maceió por iniciativa do iluminado Milton de visão além do horizonte, percebendo, já naquele tempo, o futuro de seus outros 4 irmãos caso permanecesse na terrinha. Com a transferência abriu-se um leque de oportunidades, que a grande cidade oferece, cada um seguiu seu caminho voando à sua maneira, culminando com a vitória de todos. O segundo degrau foi cursar o Ginásio e científico no afamado Colégio Estadual de Alagoas, o antigo Liceu, que me forneceu todo o embasamento intelectual para galgar o terceiro ciclo.
  • 3. 6. Concluído o chamado científico, visualizei seguir em frente na busca de novos conhecimentos que me permitissem romper o determinismo, segundo o qual só os ricos poderiam ser doutores. E queria mais, uma Escola de Agronomia de alto nível, a ENA (Escola Nacional de Agronomia) da Universidade Rural do Brasil (URB), hoje, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Em dezembro de 1962, para satisfação da família, de origem pobre cururipense, tornei-me o primeiro com anel no dedo e canudo na parede, com méritos, após muito esforço, dedicação e foco. 7. Concluída a graduação, fiz a minha carreira profissional na CEPLAC, Instituição agrícola modelar, que me possibilitou pós-graduação e reconhecimento nas ciências do solo, especialidade a que me dediquei. Além de assumir cargos relevantes, exerci atividades de pesquisas publicando 75 trabalhos técnico- científicos, livretos e livros. Depois de aposentado, passei a exercer atividades de consultorias às Universidades e Instituições de pesquisas, encerrando-as aos 65 anos, quando passei a me dedicar à Literatura, já tendo publicado 14 livros. 8. Além de plantar muitas árvores, escrever livros, também edifiquei uma família. Casei- me com a Airma, em 1964 (fizemos bodas de ouro em 2014). Dessa união, produzimos 3 filhos (Luiz, Ana Luiza e Luciana Maria); 7 netos (Gabriela, Bruno, Rodrigo, André, Maria Luiza, Lucca e Mariana); e 2 bisnetos (Cecília e Thiago). Assim, uma sinopse de meus 80 anos. OS DILEMAS DA PESQUISA AGRÍCOLA PÚBLICA Por Arnaldo Jardim, Octaciano Neto e Zander Navarro O ESTADO DE SÃO PAULO. Publicado em 28 de janeiro de 2017 Sucintamente, urge apresentar o contexto que impõe crescentes e dificílimos desafios para o conjunto das instituições públicas dedicadas à ciência agrícola. Aqui são agrupadas as 46 unidades da Embrapa, as inúmeras organizações estaduais e os setores das universidades públicas que se dedicam à pesquisa sobre esse campo científico. O contexto: quando ocorrem processos de rápido crescimento e modernização da economia agropecuária, como observado nos últimos vinte anos, cresce exponencialmente o “bolo da riqueza” gerado pelo sistema agroalimentar, de uma ponta à outra, da agroindústria que produz insumos para a agricultura aos supermercados e o varejo, no outro lado. Além disso, tem se afirmado uma espetacular revolução tecnológica que eleva a produção e a produtividade, mas também alça às alturas a complexidade das modernas atividades operadas pelos produtores rurais. Ante essas tendências, as implicações são múltiplas e variadas, mas o ambiente operacional da pesquisa agrícola pública vai se tornando quase tóxico, pois a sua capacidade de atuar com efetividade, como no passado, vem sendo bloqueada por diversos fatores. Um desses, para ilustrar: investigar somente os temas que produzem resultados imediatos, como fazem as firmas, ou também pesquisar focos de longo prazo? Como se equilibrar entre esses objetivos? É lógico que as empresas determinem a sua ação a partir do imperativo da maximização de seus lucros. Como se observa pari passu um crescente acirramento concorrencial, muitas firmas também lançam tecnologias e inovações, as quais visam situá-las favoravelmente na disputa por maiores fatias da extraordinária riqueza gerada nesse setor. As empresas do lado privado do sistema, portanto, são forçadas a correr cada vez mais, senão serão excluídas da atividade. E as áreas públicas da pesquisa? Essas hesitam e, ainda pior, sequer discutem entre si uma estratégia que as reposicionem nessa era de memoráveis transformações. Insistem em manter uma estrutura de unidades de pesquisa distribuídas nacionalmente que é hoje inequivocamente disfuncional. São organizações capturadas pelo corporativismo sindical e ideológico e pela âncora inercial do Estado, o que inclui a inacreditável rigidez de
  • 4. imposições normativas que parecem desejar que o setor produtivo mais dinâmico da economia seja freado. Por essas e outras razões, tanto a pesquisa agrícola federal como as instituições estaduais estão perdendo rapidamente a sua eficácia, impotentes ante as incertezas que se avolumam. As exceções vão se tornando pontuais e episódicas. Com uma agropecuária diversificada e cada vez mais moderna, o Espírito Santo, por exemplo, é um estado com um bem sucedido controle fiscal e, assim, menos afetado pela atual crise econômica. O estado lançou nesse ano o maior edital nacional (14 milhões) destinado à pesquisa agrícola, mas introduziu diversos requerimentos que visaram assegurar o desenvolvimento de esforços de investigação realmente “colados à realidade”. E são atividades que estão estritamente articuladas a um plano estadual de desenvolvimento agrícola recém-concluído que foi construído de forma intensamente participativa, em outra iniciativa inédita. Não obstante a solidez de suas lendárias instituições de pesquisa, São Paulo também ilustra os mesmos dilemas. Ainda assim, conforme o último balanço social do setor, consideradas apenas 48 tecnologias adotadas recentemente, cada real gasto na pesquisa agrícola retornou 11,40 reais para a sociedade. O estado é hoje fortemente influenciado pela economia da cana-de- açúcar, que já representa quase 40% do valor bruto gerado no campo. Mas ostenta o maior valor nacional da produção agropecuária e é o maior exportador de mercadorias do setor. Por isso mesmo, modernizando-se continuamente, amplia-se o fosso entre as exigências concretas de “mais ciência, mais tecnologia, mais inovações”, oriundas do sistema agroalimentar, e as respostas mais lentas das instituições públicas de pesquisa, um hiato que atiça crescentes cobranças sociais. Essas indefinições poderão ser atenuadas mais adiante com os impactos de diversas iniciativas, desde a regulação focada na aplicabilidade das pesquisas centradas no mérito das inovações, recompensas financeiras para os inventores ou maior flexibilidade jurídica e administrativa. A meta principal é aprofundar a interação entre o Estado e o mundo privado, ampliando os espaços públicos não estatais e o protagonismo das empresas na execução de tarefas que convencionalmente seriam antes entendidas como sendo estatais. Com novas formas de gestão pública, a pesquisa poderá colar-se ao cotidiano das cadeias produtivas e à realidade da produção. São mudanças relevantes, pois o impasse está posto. Alguns estados, como a Bahia e o Rio Grande do Sul já extinguiram as suas áreas de pesquisa agrícola. Seria esse o caminho? Se for, qual seria então o papel da Embrapa no novo contexto? Não obstante as suas notáveis contribuições, em seus primeiros trinta anos, esta empresa pública, criada em 1973, estaria atualmente contribuindo com eficácia, confrontado o enorme conjunto de perguntas ainda sem respostas? É uma discussão que, lamentavelmente, não está ainda em andamento. Esse é o quadro geral. É preciso agir. O sistema agroalimentar é hoje o coração dinâmico da economia e precisa modernizar- se continuamente. Para isso, manter a pesquisa agrícola pública ativa e competente é pressuposto incontornável, trabalhando em sintonia com os agentes privados. O Ministério da Agricultura precisa, com urgência e dialogando sempre com todos os setores produtivos, em todo o país, coordenar imediatamente um debate amplo destinado a construir uma estratégia consistente no campo da pesquisa agrícola promovida pelo Estado. _____________ Arnaldo Jardim é Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Email: gabinete@agricultura.sp.gov.br; Octaciano Neto é Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo. Email: octaciano.neto@seag.es.gov.br; Zander Navarro é sociólogo e pesquisador em Ciências Sociais. Email: z.navarro@uol.com.br
  • 5. FRASES E PENSAMENTOS DE JIDDU KRISHNAMURTI “Eu sustento que a Verdade é uma terra sem caminho, e que dela não vos podeis aproximar, por qualquer caminho, de qualquer tipo, por qualquer religião, por qualquer seita. Este é o meu ponto de vista, e eu atenho-me a isso. A Verdade, sendo ilimitada, incondicionada, inacessível, por qualquer caminho, não pode ser organizada; nem deveria qualquer organização ser formada para liderar ou coagir as pessoas por qualquer tipo de caminho particular. Se entenderdes isto, então sabereis quão impossível é organizar uma crença. Uma crença é, puramente, uma questão individual, e não podeis nem deveis organizá-la. Se isso fizerdes, ela torna-se morta, cristalizada; torna-se um credo, uma seita, uma religião a ser imposta a outros.” “O pensamento nasce da experiência e do conhecimento, que são inseparáveis do tempo e do passado. O tempo é o inimigo psicológico do ser humano. Nossa ação é baseada no conhecimento e, portanto, no tempo. Assim, o ser humano é sempre escravo do passado. O pensamento é sempre limitado e assim nós vivemos em conflito e luta constantes. Não há evolução psicológica.” “O autoconhecimento é o começo da sabedoria, em cuja tranquilidade e silêncio encontra o imensurável.” “A liberdade não é uma reação, nem tão pouco uma escolha. É pretensão do ser humano achar que, por ter escolha, ele é livre. A liberdade é pura observação sem direção, sem medo de punição e recompensa. A liberdade é sem nenhum motivo, a liberdade não está no fim da evolução humana, mas se encontra no primeiro passo da sua existência. Pela observação, a pessoa começa a descobrir a falta de liberdade. A liberdade é encontrada no estar atento, sem escolha, à nossa existência e atividades diárias.” "A verdadeira revolução não é revolução violenta, mas a que se realiza pelo cultivo da integração e da inteligência de entes humanos, os quais, pela influência de suas vidas, promoverão gradualmente radicais transformações na sociedade" A POESIA DA SEMANA Amo-te Pablo Neruda Saberás que não te amo e que te amo posto que de dois modos é a vida, a palavra é uma asa do silêncio, o fogo tem uma metade de frio. Eu te amo para começar a amar-te, para recomeçar o infinito e para não deixar de amar-te nunca: por isso não te amo ainda. Te amo e não te amo como se tivesse em minhas mãos as chaves da fortuna e um incerto destino desafortunado. Meu amor tem duas vidas para amar-te. Por isso te amo quando não te amo e por isso te amo quando te amo. A PIADA DA SEMANA Três horas da tarde. Dois baianos encostados numa árvore à beira da estrada. Passa um carro a grande e velocidade e deixa voar uma nota de cem reais, mas o dinheiro vai cair do outro lado da estrada. Passados cinco minutos, um fala para o outro: — Rapaz, se o vento muda, a gente ganha o dia oOo Acessar: www.r2cpress.com.br