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Comadre Fulozinha – histórias da guardiã da mata
A lenda da comadre florzinha: a ‘dona das matas’
A lenda da comadre florzinha, ou fulozinha é bastante popular
em regiões do Nordeste brasileiro.
Comadre Fulozinha, conforme nos ensina o mestre Câmara
Cascudo, é um ente mitológico, uma fantástica e misteriosa
mulher que vive na floresta, sempre pronta a defender animais e
plantas contra as investidas dos predadores da natureza. É uma
caboclinha que tem longos cabelos negros, que lhe cobrem o
corpo. Ela é caminhante, brincalhona e vive na Zona da Mata de
Pernambuco. Consegue desaparecer sem deixar rastro e adora
fazer tranças na cauda dos cavalos.Ela protege a caça contra os
caçadores, desorientando-os com seus assobios e fazendo com
que eles fiquem perdidos na mata. Adora receber presentes
como mingau, confeitos e fumo.
Uma história da Comadre Fulozinha:
Zeza trabalha com a família há uns 30 e muitos anos. É nossa
cozinheira e faz uns quitutes irresistíveis! Cozinha no fogão a
lenha, faz canjica, cuscuz de massa, cocada, bode assado,
guisado e umpão integral maravilhoso!
Enquanto ela fica cortando rabanete, nabo, picando alho-porró,
cortando jambu, conta as histórias deste lugar. Estamos na área
rural do município de Gravatá, uma área de transição entre Zona
da Mata e Agreste.Neste brejo de altitude, ela nasceu e se criou
e conta o que viu e ouviu desde pequena.
Perguntei-lhe sobre a Comadre Fulozinha e ela me disse que seu
tio fez umpacto com a Comadre: todos os dias colocaria na mata
um prato de barro cheio de mingau de massa de mandioca. Em
troca, ela o “deixaria” caçar um animal dentro da mata. Mas
somente um. Todos os dias ele mandava sua esposa fazer o
mingau. Ela fazia sem questionar,mas ficava sempre um pouco
desconfiada. Todos sabem que a Comadre não pode com
pimenta. Nem pense em oferecer ou colocar na sua comida que
ela fica muito brava!
Um dia, já cansada de fazer o tal mingau, a esposa decidiu
colocar pimenta e entregou o prato ao marido sem dizer nada.
Naquele mesmo dia, o caçador não encontrou sua caça e se
perdeu na mata. De manhãzinha, chegando em casa, perguntou
à esposa o que ela havia feito e soube o que ocorrera.
A mesma Zeza conta, ou melhor, perdeu a conta de quantas
vezes teve que desatar as tranças das caudas dos cavalos que a
tal Comadre Fulozinha fazia. Diz que era tão difícil desatar,
chegava a criar calo na ponta dos dedos!
Fontes:
www.soutomaior.eti.br www.lajebonita.com.br
É um pouco raro que tenham escutado sobre a comadre
fulozinha, também conhecida em algumas outras regiões como
mãe da mata, ou ainda comadre florzinha, aqueles que vivemem
cidades grandes com alto índice de urbanização. O nome
comadre florzinha deveria ser o verdadeiro, mas os habitantes,
devido ao sotaque caipira, falavam algo como “fulozinha”, que
acabou sendo difundido como o nome.
Apesar de nem todos terem ouvido falar na comadre, a sua
presença para aqueles que vivem na zona da mata de
Pernambuco e Paraíba, é bastante real, e muitos já escutaramas
histórias sobre a dona das matas.
As lendas são bastante comuns em todos os lugares, mas nas
regiões rurais essa história tem destaque. Em algumas cidades,
a coisa é tão levada a sério que são organizadas associações que
objetivam caçar a criatura.
Foto: Reprodução/ internet
Para algumas regiões, como o culto da Jurema, na Paraíba, a
comadre florzinha é considerada, inclusive, uma entidade divina
que tem caráter ambíguo, e pode agir para o bem e para o mal.
Ela pode atacar caçadores,seus cachorros e até mesmo aqueles
que derrubam árvores ou ainda dar nós na crina dos cavalos
daqueles que passamsemlhe deixar oferendas.
A lenda
A comadre fulozinha é uma menina de cabelos negros e
assanhados – que à noite viram fogo -, que tem origem,
provavelmente, no período colonial. A história, inclusive, se
confunde com algumas da mitologia brasileira, como é o caso
do saci e do curupira. A menina se perdeu na mata, segundo a
história, e faleceu desnutrida. Seu espírito então ficou perdido
na mata e, com o passar do tempo, ela passou a aterrorizar as
fazendas e aldeias.
Relatos
Na década de 1930, segundo dona Lourdes Cavalcanti, seu
irmão chegou em casa assustado relatando que seu cachorro
havia levado uma surra da Comadre. Além disso,existem ainda
outras histórias.
A população da zona rural respeita a lenda, e não busca
atormentá-la. Em algumas situações, ela atua de forma
semelhante ao saci, também fazendo traquinagens como fazer
tranças em rabos de cavalo, além de roubar fumo e mel. Como
uma forma de disfarçar a sua presença, ela dá um assovio
parecendo que está distante, mas quando menos se espera ela
chega.

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