A INTEGRAÇÃO DE PRÁTICAS SOCIAIS E EDUCATIVAS: REALIZADAS NO CENTRO DE REFERENCIA DE ASSISTENCIA SOCIAL – CRAS, SÃO SEBASTIÃO
1. A INTEGRAÇÃO DE PRÁTICAS SOCIAIS E EDUCATIVAS:
REALIZADAS NO CENTRO DE REFERENCIA DE
ASSISTENCIA SOCIAL – CRAS, SÃO SEBASTIÃO
Camila Ellen Pinheiro da Silva (Autor)
Instituto Federal do Pará – IFPA
Kalmy_33@yahoo.com.br
Samuel Santos Ribeiro (Coautor)
Instituto Federal do Pará – IFPA
ssamuribeiro09@gmail.com
Maria Vitória dos Santos (Coautor)
Instituto Federal do Pará – IFPA
Vitoria2402santos@gmail.com
2. Introdução:
A educação na sociedade tem como propósito, uma estratégia na qual
se torna importante desenvolver iniciativas que contribuam para o
desenvolvimento humano, na medida em que vá de encontro às
necessidades e interesses daqueles em questão. Ao pensarmos em
educação e onde ela se desenvolve, logo nos vem a “escola”, porém como
traz Brandão (1994) não há uma forma única nem um único modelo de
educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez nem
seja o melhor. Sendo assim, ao buscar compreender os campos que
percorrem a educação, como ela vem se construindo e como ela se dá,
podemos encontrar três tipos: a educação formal, a educação informal e
educação não formal.
3. Nesse contexto, onde entendemos a educação como viés de
transformação social, e não tendo uma única forma exclusiva de educar,
no presente trabalho, investigamos como acontece a educação em
ambientes não escolares. O lócus da pesquisa foi realizado na unidade do
CRAS (Centro de Referência e Assistência Social),localizado no bairro de
São Sebastião, na cidade de Abaetetuba-Pará. Tendo como objetivo
analisar de que forma tem se constituído e caracterizado as práticas
educativas nesse ambiente.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia utilizada foi uma pesquisa de cunho qualitativa. Adotando
os seguintes procedimentos: diários de campo, a observação participativa e
entrevista semi – estruturada, finalizando com uma pesquisa bibliográfica em
livros, artigos e documentos que versam sobre o assunto.
5. Resultados e discussão
Analisando a entrevista no que tange, a visão de “qual a perspectiva de
educação no CRAS?”
José – [...] Quando a gente fala de educação a gente fala muito de uma educação
pedagógica, uma educação academicista. Só que aqui a gente trabalha com outro
modelo de educação! A gente pode também trabalhar com uma educação de ordem
emocional, educação social, uma educação de saúde; sempre procurando nessas
perspectivas não necessariamente pedagógicas [...] Trabalhar com um coletivo, sobre
um tema é educação. Porque educação agente tem muito essa questão de ficar
nessa educação muito de pontinho, metas e objetivos. Temos metas e objetivos aqui,
sim. Mas se a gente puder fazer a ligação entre um conteúdo não pedagógico
somente, e um conteúdo social, um conteúdo emocional, a gente tá educando as
pessoas. Educação é mais amplo do que somente um modelo acadêmico.
6. Evidenciamos na resposta de José, uma mentalidade expressada por
muitos, que só irão denominar como educação os processos realizados nas
instituições oficiais de ensino, priorizando a educação dita intelectual, e
desfavorecendo e umas vezes até renegando outros modelos educacionais. No
entanto, entendemos que se a educação não possuir um caráter dialético e
libertador , ela recai na “concepção bancária da educação, em que a única
margem que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-
los e arquivá-los’’ (FREIRE, 1982).
7. CONCLUSÃO
Constatou-se que o trabalho dos profissionais do CRAS, tende a
proporcionar ao sujeito uma percepção crítica sobre suas realidades,
estabelecidas por ações sociais e intencionais, fornecendo subsídios para que
possam ter uma posição sempre presente de análise crítica sobre os fatos,
tornando um cidadão consciente e humanizado, que irão se reconhecer como
sujeito que vive em constante interação com o mundo, ao invés de frágil indivíduo
que não sabe comprometer-se com a libertação de seus contextos opressores,
sendo a educação não formal o meio mais eficaz utilizado para propiciar essa
interação sujeito – conhecimento– mundo, devido as práticas de trabalho
representadas: oficinas, palestras, brinquedoteca, práticas esportivas, grupos
culturais de dança e música, organizando a educação em ações de práticas de
convívio e socialização de saberes culturais.
8. Referencias
BRANDÃO, Zaia (org.). A crise dos paradigmas e a educação (Posfácio).São Paulo, Cortez, 1994.
FREIRE, Paulo. Conscientização: Teoria e prática da libertação: umaintrodução ao pensamento de
Paulo Freire; São Paulo: Cortez e Moraes, 1982..
GADOTTI; Moacir. A educação contra a educação .Rio de Janeiro :Paz e terra ,1981.
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal e educador social: atuação nodesenvolvimento de
projetos sociais. São Paulo: Cortez, 1995. (coleçãoquestões da nossa época, v.1).
GOHN, M. da G. Educação não-formal e o educador social: atuação edesenvolvimento de projetos
sociais. São Paulo: Cortez, 2010.
TRILLA, Jaume e GHANEM, Elie. Educação formal e não-formal: pontos econtrapontos. São Paulo:
Summus, 2008. – (Coleção pontos e contrapontos).