1) O documento discute a atualização do conceito de quilombo, identificando que as definições teóricas tradicionais eram limitadas e não abrangiam a diversidade de situações de ocupação de terras por grupos negros.
2) Analisa pesquisas realizadas em sete comunidades remanescentes de quilombo no estado de São Paulo, visando elaborar relatórios técnicos para titulação de suas terras.
3) Argumenta que as comunidades apresentam origens diversas, incluindo fugas, heranças
Este documento discute a atualização do conceito de quilombo, indo além das definições tradicionais que enfatizavam a fuga e resistência. Argumenta-se que quilombos podem ter se formado de muitas maneiras e que a identidade quilombola está ligada tanto ao território quanto ao parentesco. A identidade quilombola atual é construída em resposta a situações históricas e de luta por direitos à terra.
O outro lado da Abolição: o envolvimento dos maçons e dos negros no processo ...Vanessa Faria
Este trabalho tem por objetivo demonstrar o envolvimento da maçonaria nas manifestações de escravos que permeiam o processo de sua emancipação no Brasil, dando destaque à província do Rio de Janeiro e ao recorte temporal localizado entre 1850 e 1888. O período foi escolhido por englobar a elaboração das três principais leis a respeito da Abolição: a Lei Eusébio de Queirós, a Lei
do Ventre Livre e a Lei Áurea
História e região: tendências e perspectivas
"A trajetória do ensino profissionalizante do jovem negro em Mato Grosso (séc. XIX e XX)"
1º - Império escravista/ a Lei de Terras/ o escravo liberto (FRAGOSO);
2º - Classe e raça (Darcy Ribeiro);
3º - Vida cotidiana (Luiza Volpato);
4º - Negros no ensino profissionalizante/ educação profissional (Z. M. S. Marques/ W. S. de Paula);
5º - Alunos negros na escola (M. L. Rodrigues Muller);
6º - O ensino profissionalizante, hoje. (Pronatec/ SESI/ Senac/ IFs)
1) O documento descreve a história da população negra no Brasil desde a chegada dos primeiros africanos como escravos até o período pós-abolicionista. 2) A escravidão foi um sistema cruel que explorou economicamente os negros por séculos através do trabalho forçado. 3) Após a abolição, os negros enfrentaram segregação e dificuldades para se inserir na economia, enquanto imigrantes europeus receberam apoio do governo.
O pós abolição como problema histórico balanços e perspectivasCamila Avelino
Este documento discute o pós-abolição no Brasil a partir de três pontos: 1) A visão dos últimos escravos sobre seus planos após a abolição é um problema histórico crucial; 2) Fatores como a fronteira agrícola aberta/fechada e a luta política dos libertos influenciaram suas experiências no pós-abolição; 3) No Brasil, o pós-abolição teve contornos regionais diferentes e os libertos perseguiram demandas de inclusão e cidadania.
“Precisa-se de creada branca. Prefere-se estrangeira.”Os libertos e as relaç...Emerson Mathias
1) O documento discute o processo gradual de abolição da escravidão no Brasil e as tentativas de encontrar alternativas ao trabalho escravo, como a imigração européia.
2) Após a abolição, os negros libertos eram vistos como indesejáveis para o trabalho doméstico e nos jornais havia anúncios procurando "criada branca".
3) Os jornais da época refletiam as ideias raciais e evolucionistas dominantes e serviam para disciplinar os trabalhadores, em especial os negros.
Banco de questoes de Historia Completo Prof. Marco Aurelio Gondim [gondim.net]Marco Aurélio Gondim
1. O documento apresenta uma tabela cronológica da História dividida em períodos, abrangendo desde a Antiguidade até o Brasil após 1985, com ênfase nos modos de produção asiático, grego e romano e nos principais acontecimentos da História do Brasil.
1. O documento discute as raízes históricas do racismo no Brasil, particularmente a discriminação contra negros, e sua ligação com a escravidão. 2. A escravidão negra foi introduzida para servir aos interesses econômicos do capitalismo colonial, mas foi abolida devido a pressões econômicas, políticas e do movimento abolicionista. 3. O movimento negro, incluindo quilombos e rebeliões, desempenhou um papel ativo na luta contra a escravidão, não sendo meramente passivo.
Este documento discute a atualização do conceito de quilombo, indo além das definições tradicionais que enfatizavam a fuga e resistência. Argumenta-se que quilombos podem ter se formado de muitas maneiras e que a identidade quilombola está ligada tanto ao território quanto ao parentesco. A identidade quilombola atual é construída em resposta a situações históricas e de luta por direitos à terra.
O outro lado da Abolição: o envolvimento dos maçons e dos negros no processo ...Vanessa Faria
Este trabalho tem por objetivo demonstrar o envolvimento da maçonaria nas manifestações de escravos que permeiam o processo de sua emancipação no Brasil, dando destaque à província do Rio de Janeiro e ao recorte temporal localizado entre 1850 e 1888. O período foi escolhido por englobar a elaboração das três principais leis a respeito da Abolição: a Lei Eusébio de Queirós, a Lei
do Ventre Livre e a Lei Áurea
História e região: tendências e perspectivas
"A trajetória do ensino profissionalizante do jovem negro em Mato Grosso (séc. XIX e XX)"
1º - Império escravista/ a Lei de Terras/ o escravo liberto (FRAGOSO);
2º - Classe e raça (Darcy Ribeiro);
3º - Vida cotidiana (Luiza Volpato);
4º - Negros no ensino profissionalizante/ educação profissional (Z. M. S. Marques/ W. S. de Paula);
5º - Alunos negros na escola (M. L. Rodrigues Muller);
6º - O ensino profissionalizante, hoje. (Pronatec/ SESI/ Senac/ IFs)
1) O documento descreve a história da população negra no Brasil desde a chegada dos primeiros africanos como escravos até o período pós-abolicionista. 2) A escravidão foi um sistema cruel que explorou economicamente os negros por séculos através do trabalho forçado. 3) Após a abolição, os negros enfrentaram segregação e dificuldades para se inserir na economia, enquanto imigrantes europeus receberam apoio do governo.
O pós abolição como problema histórico balanços e perspectivasCamila Avelino
Este documento discute o pós-abolição no Brasil a partir de três pontos: 1) A visão dos últimos escravos sobre seus planos após a abolição é um problema histórico crucial; 2) Fatores como a fronteira agrícola aberta/fechada e a luta política dos libertos influenciaram suas experiências no pós-abolição; 3) No Brasil, o pós-abolição teve contornos regionais diferentes e os libertos perseguiram demandas de inclusão e cidadania.
“Precisa-se de creada branca. Prefere-se estrangeira.”Os libertos e as relaç...Emerson Mathias
1) O documento discute o processo gradual de abolição da escravidão no Brasil e as tentativas de encontrar alternativas ao trabalho escravo, como a imigração européia.
2) Após a abolição, os negros libertos eram vistos como indesejáveis para o trabalho doméstico e nos jornais havia anúncios procurando "criada branca".
3) Os jornais da época refletiam as ideias raciais e evolucionistas dominantes e serviam para disciplinar os trabalhadores, em especial os negros.
Banco de questoes de Historia Completo Prof. Marco Aurelio Gondim [gondim.net]Marco Aurélio Gondim
1. O documento apresenta uma tabela cronológica da História dividida em períodos, abrangendo desde a Antiguidade até o Brasil após 1985, com ênfase nos modos de produção asiático, grego e romano e nos principais acontecimentos da História do Brasil.
1. O documento discute as raízes históricas do racismo no Brasil, particularmente a discriminação contra negros, e sua ligação com a escravidão. 2. A escravidão negra foi introduzida para servir aos interesses econômicos do capitalismo colonial, mas foi abolida devido a pressões econômicas, políticas e do movimento abolicionista. 3. O movimento negro, incluindo quilombos e rebeliões, desempenhou um papel ativo na luta contra a escravidão, não sendo meramente passivo.
O documento discute o conceito de modernidade no contexto histórico dos séculos XV e XVIII, explicando que a modernidade foi vista de forma eurocêntrica, apresentando os continentes africano e americano como atrasados e selvagens, ignorando a diversidade cultural desses povos. O texto argumenta que essa visão é equivocada e que sociedades africanas e americanas tinham tecnologias e construções sofisticadas.
Este documento discute a experiência dos trabalhadores negros na Velha República brasileira (1889-1930). Primeiro, analisa a dificuldade de encontrar fontes historiográficas sobre os negros neste período devido à destruição de documentos e à proibição do voto dos analfabetos. Em seguida, apresenta evidências de que negros trabalhavam em fábricas, estaleiros e como carroceiros, apesar de serem vistos de forma preconceituosa pela elite. Por fim, reflete sobre como o regime escrav
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...Silvânio Barcelos
1. O documento discute a história da posse de terras no Brasil desde o período colonial, incluindo o sistema de sesmarias e a formação do latifúndio.
2. Grandes propriedades rurais, como os latifúndios, contribuíram para o êxodo rural e a migração para as cidades no século XX, levando a problemas urbanos.
3. Movimentos sociais rurais nas décadas de 1930-1950 lutaram por uma reforma agrária, mas não conseguiram superar a hegemonia do capital
O documento descreve as condições de vida e trabalho dos primeiros operários industriais no Brasil no final do século XIX, que eram precárias sem leis trabalhistas. Também discute as greves dos trabalhadores no início do século XX e a repressão do governo e patrões, incluindo prisões e demissões. Por fim, aborda a urbanização e a pobreza crescente na cidade.
A hegemonia do latifundio na regiao norte de mato grosso 1Silvânio Barcelos
Este documento discute a hegemonia do latifúndio na região Norte de Mato Grosso e como isso levou ao êxodo rural de pequenos agricultores. A expansão do agronegócio levou à instabilidade na vida e produção dos pequenos produtores rurais, forçando-os a migrar para as cidades. A ocupação de terras por grandes empresas alterou as relações de trabalho e exploração da terra, priorizando monoculturas em larga escala. Isso desconsiderou os meios de subsistência dos pequenos agricultores e
Este documento fornece descritores e conteúdos para aulas de História nos 3o e 8o anos do ensino fundamental. Os descritores incluem habilidades como relacionar eventos históricos, identificar características de períodos e conceitos. Os conteúdos cobrem tópicos como a expansão marítima européia, a formação dos Estados modernos, a independência do Brasil e o período regencial.
O documento descreve a história da escravidão no Brasil desde sua introdução no século XVI até a abolição em 1888. Detalha como os africanos eram capturados e trazidos para o Brasil, as condições de vida como escravos, formas de resistência como fugas e quilombos, e o preconceito que enfrentaram após a abolição.
I. A imprensa surgiu no Brasil relativamente tarde, com a vinda da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808.
II. Os maiores contingentes de escravos no Brasil do século XIX estavam concentrados no Sudeste, região de expansão da cultura cafeeira.
III. A maior parte dos índios aldeados do período estava nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde trabalhavam na extração da borracha e em atividades mineradoras.
Fronteira A DegradaçãO Do Outro Nos Confins Do Humano ApresentaçãO PptSilvânio Barcelos
O documento discute a escravidão por dívida no Brasil contemporâneo, analisando como condições de extrema pobreza geram mão de obra excedente que é explorada nesse sistema. A fronteira é apresentada como lugar de degradação do outro através do rapto e da incorporação forçada em estruturas sociais. A reprodução do capital na fronteira ocorre por meio da acumulação primitiva, renascendo formas arcaicas como a escravidão sob a lógica da maximização do lucro.
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroySilvânio Barcelos
1. O livro discute a modernidade a partir dos conceitos de diáspora negra e suas narrativas de perda e viagens. O Atlântico Negro é visto como um conjunto cultural irredutivelmente moderno que escapa das simplificações étnicas.
2. A escravidão é apresentada como parte integrante da modernidade, não como um sistema atrasado. Pensadores iluministas não consideraram a história e cultura da diáspora africana.
3. A música negra é vista como forma de resistência que possibilitou a afir
Trabalho de História Jessica Esquiver e Colegas do 1V3Lúcia Dantas
O documento compara a escravidão no Brasil e na Roma Antiga. No Brasil, a escravidão de africanos durou até 1888 e foi marcada pelo sofrimento e exploração. Na Roma Antiga, os escravos eram prisioneiros de guerra e contribuíam para a economia, embora não tivessem liberdade.
Simuladão de história para o paebes 9º anoMerigrei
1) Sólon iniciou reformas em Atenas em 594 a.C. que incluíram a supressão das hipotecas que oneravam os agricultores pobres e a divisão da sociedade censitariamente.
2) A Democracia ateniense, apesar da isonomia, excluía as mulheres, metecos e escravos.
3) Os escravos em Atenas trabalhavam em atividades agrícolas e urbanas, como a educação das crianças.
O documento contém 10 questões sobre história do Brasil, principalmente sobre a escravidão. As questões abordam tópicos como: características da sociedade escravista colonial, formas de escravidão, trabalho escravo no Brasil, características da escravidão no século XIX, números de pessoas em situação de escravidão contemporânea e rebeliões de escravos.
O documento discute a formação do povo brasileiro a partir da miscigenação entre os povos europeu, africano e indígena. Aborda a chegada desses diferentes grupos ao Brasil, com os europeus chegando por volta de 1500, os africanos sendo trazidos como escravos a partir de 1550 e os indígenas já habitando o território. Também discute a importância do respeito à diversidade no Brasil.
Colonos, migrantes e projetos de colonização em mato grossoSilvânio Barcelos
Análise da questão dos projetos de colonização no Norte de Mato Grosso a partir da obra FRONTEIRAS DA CRENÇA do prof. Dr. Vitale Joanoni Neto. Apresentação realizada por: Prof. Silvânio BArcelos
1) O documento trata de avaliação de história sobre tópicos relacionados ao fim da monarquia no Brasil e início da República, bem como resistências e conflitos na Primeira República.
2) Durante a Primeira República, o voto era restrito e controlado pelos coronéis, levando a fraudes e pressão sobre os eleitores através do chamado "voto de cabresto".
3) Reformas urbanas no Rio de Janeiro no início do século XX, lideradas por Pereira Passos, prov
O documento fornece instruções e exercícios sobre capítulos históricos. Os exercícios cobrem tópicos como o Bloqueio Continental, a influência econômica dos tratados com a Inglaterra de 1810 no Brasil, e as características da Constituição de 1824.
O documento descreve a abolição da escravidão no Brasil entre 1870 e 1888, que culminou com a promulgação da Lei Áurea em 1888. A escravidão começou a declinar com o fim do tráfico de escravos em 1850 e foi substituída gradualmente por imigrantes assalariados. No entanto, só após a Guerra do Paraguai em 1870 é que o movimento abolicionista ganhou força. A lei finalmente foi assinada pela Princesa Isabel em 1888 sob pressão de campanhas abolicionistas.
Os portugueses trouxeram escravos da África para trabalhar na colonização do Brasil quando os índios não se mostraram adequados para o trabalho pesado. Movimentos abolicionistas surgiram no Brasil no século XIX liderados por figuras como José do Patrocínio e Joaquim Nabuco. Finalmente, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 1888 abolindo oficialmente a escravidão no Brasil, após leis anteriores como a Lei dos Sexagenários e a Lei do Ventre Livre reduzire
O documento discute o Realismo e o Naturalismo em Portugal e no Brasil. Apresenta o contexto histórico do surgimento desses movimentos na segunda metade do século XIX, destacando a Questão Coimbrã como marco inicial do Realismo em Portugal. Também aborda as principais características e obras de autores representativos como Eça de Queirós e Machado de Assis.
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Prguest5eb864
1) O documento analisa as famílias escravas em fazendas de proprietários ausentes em Curitiba (1797) e Castro (1835), onde os escravos administravam as fazendas sem a supervisão dos senhores.
2) Essas fazendas diferiam do modelo caribenho, com os escravos tendo mais controle sobre suas vidas do que em fazendas administradas por brancos.
3) Um exemplo mostra como a distância dos senhores permitiu que um oficial tomasse posse de uma fazenda da Ordem do Carmo sem permissão.
A assunção quilombola e os limites entre memória e história SILVÂNIO BARCELOSSilvânio Barcelos
1. O documento discute os limites entre memória e história nos processos de assunção quilombola e reconhecimento de comunidades remanescentes de quilombos.
2. Existem três casos de comunidades que requerem reconhecimento quilombola: descendentes diretos de quilombos, descendentes de escravos sem ligação com quilombos, e comunidades sem ligação com quilombos ou escravos.
3. O autor argumenta que, exceto no primeiro caso, a assunção quilombola deve ser entendida como um processo político e social enra
O documento discute o conceito de modernidade no contexto histórico dos séculos XV e XVIII, explicando que a modernidade foi vista de forma eurocêntrica, apresentando os continentes africano e americano como atrasados e selvagens, ignorando a diversidade cultural desses povos. O texto argumenta que essa visão é equivocada e que sociedades africanas e americanas tinham tecnologias e construções sofisticadas.
Este documento discute a experiência dos trabalhadores negros na Velha República brasileira (1889-1930). Primeiro, analisa a dificuldade de encontrar fontes historiográficas sobre os negros neste período devido à destruição de documentos e à proibição do voto dos analfabetos. Em seguida, apresenta evidências de que negros trabalhavam em fábricas, estaleiros e como carroceiros, apesar de serem vistos de forma preconceituosa pela elite. Por fim, reflete sobre como o regime escrav
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...Silvânio Barcelos
1. O documento discute a história da posse de terras no Brasil desde o período colonial, incluindo o sistema de sesmarias e a formação do latifúndio.
2. Grandes propriedades rurais, como os latifúndios, contribuíram para o êxodo rural e a migração para as cidades no século XX, levando a problemas urbanos.
3. Movimentos sociais rurais nas décadas de 1930-1950 lutaram por uma reforma agrária, mas não conseguiram superar a hegemonia do capital
O documento descreve as condições de vida e trabalho dos primeiros operários industriais no Brasil no final do século XIX, que eram precárias sem leis trabalhistas. Também discute as greves dos trabalhadores no início do século XX e a repressão do governo e patrões, incluindo prisões e demissões. Por fim, aborda a urbanização e a pobreza crescente na cidade.
A hegemonia do latifundio na regiao norte de mato grosso 1Silvânio Barcelos
Este documento discute a hegemonia do latifúndio na região Norte de Mato Grosso e como isso levou ao êxodo rural de pequenos agricultores. A expansão do agronegócio levou à instabilidade na vida e produção dos pequenos produtores rurais, forçando-os a migrar para as cidades. A ocupação de terras por grandes empresas alterou as relações de trabalho e exploração da terra, priorizando monoculturas em larga escala. Isso desconsiderou os meios de subsistência dos pequenos agricultores e
Este documento fornece descritores e conteúdos para aulas de História nos 3o e 8o anos do ensino fundamental. Os descritores incluem habilidades como relacionar eventos históricos, identificar características de períodos e conceitos. Os conteúdos cobrem tópicos como a expansão marítima européia, a formação dos Estados modernos, a independência do Brasil e o período regencial.
O documento descreve a história da escravidão no Brasil desde sua introdução no século XVI até a abolição em 1888. Detalha como os africanos eram capturados e trazidos para o Brasil, as condições de vida como escravos, formas de resistência como fugas e quilombos, e o preconceito que enfrentaram após a abolição.
I. A imprensa surgiu no Brasil relativamente tarde, com a vinda da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808.
II. Os maiores contingentes de escravos no Brasil do século XIX estavam concentrados no Sudeste, região de expansão da cultura cafeeira.
III. A maior parte dos índios aldeados do período estava nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde trabalhavam na extração da borracha e em atividades mineradoras.
Fronteira A DegradaçãO Do Outro Nos Confins Do Humano ApresentaçãO PptSilvânio Barcelos
O documento discute a escravidão por dívida no Brasil contemporâneo, analisando como condições de extrema pobreza geram mão de obra excedente que é explorada nesse sistema. A fronteira é apresentada como lugar de degradação do outro através do rapto e da incorporação forçada em estruturas sociais. A reprodução do capital na fronteira ocorre por meio da acumulação primitiva, renascendo formas arcaicas como a escravidão sob a lógica da maximização do lucro.
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroySilvânio Barcelos
1. O livro discute a modernidade a partir dos conceitos de diáspora negra e suas narrativas de perda e viagens. O Atlântico Negro é visto como um conjunto cultural irredutivelmente moderno que escapa das simplificações étnicas.
2. A escravidão é apresentada como parte integrante da modernidade, não como um sistema atrasado. Pensadores iluministas não consideraram a história e cultura da diáspora africana.
3. A música negra é vista como forma de resistência que possibilitou a afir
Trabalho de História Jessica Esquiver e Colegas do 1V3Lúcia Dantas
O documento compara a escravidão no Brasil e na Roma Antiga. No Brasil, a escravidão de africanos durou até 1888 e foi marcada pelo sofrimento e exploração. Na Roma Antiga, os escravos eram prisioneiros de guerra e contribuíam para a economia, embora não tivessem liberdade.
Simuladão de história para o paebes 9º anoMerigrei
1) Sólon iniciou reformas em Atenas em 594 a.C. que incluíram a supressão das hipotecas que oneravam os agricultores pobres e a divisão da sociedade censitariamente.
2) A Democracia ateniense, apesar da isonomia, excluía as mulheres, metecos e escravos.
3) Os escravos em Atenas trabalhavam em atividades agrícolas e urbanas, como a educação das crianças.
O documento contém 10 questões sobre história do Brasil, principalmente sobre a escravidão. As questões abordam tópicos como: características da sociedade escravista colonial, formas de escravidão, trabalho escravo no Brasil, características da escravidão no século XIX, números de pessoas em situação de escravidão contemporânea e rebeliões de escravos.
O documento discute a formação do povo brasileiro a partir da miscigenação entre os povos europeu, africano e indígena. Aborda a chegada desses diferentes grupos ao Brasil, com os europeus chegando por volta de 1500, os africanos sendo trazidos como escravos a partir de 1550 e os indígenas já habitando o território. Também discute a importância do respeito à diversidade no Brasil.
Colonos, migrantes e projetos de colonização em mato grossoSilvânio Barcelos
Análise da questão dos projetos de colonização no Norte de Mato Grosso a partir da obra FRONTEIRAS DA CRENÇA do prof. Dr. Vitale Joanoni Neto. Apresentação realizada por: Prof. Silvânio BArcelos
1) O documento trata de avaliação de história sobre tópicos relacionados ao fim da monarquia no Brasil e início da República, bem como resistências e conflitos na Primeira República.
2) Durante a Primeira República, o voto era restrito e controlado pelos coronéis, levando a fraudes e pressão sobre os eleitores através do chamado "voto de cabresto".
3) Reformas urbanas no Rio de Janeiro no início do século XX, lideradas por Pereira Passos, prov
O documento fornece instruções e exercícios sobre capítulos históricos. Os exercícios cobrem tópicos como o Bloqueio Continental, a influência econômica dos tratados com a Inglaterra de 1810 no Brasil, e as características da Constituição de 1824.
O documento descreve a abolição da escravidão no Brasil entre 1870 e 1888, que culminou com a promulgação da Lei Áurea em 1888. A escravidão começou a declinar com o fim do tráfico de escravos em 1850 e foi substituída gradualmente por imigrantes assalariados. No entanto, só após a Guerra do Paraguai em 1870 é que o movimento abolicionista ganhou força. A lei finalmente foi assinada pela Princesa Isabel em 1888 sob pressão de campanhas abolicionistas.
Os portugueses trouxeram escravos da África para trabalhar na colonização do Brasil quando os índios não se mostraram adequados para o trabalho pesado. Movimentos abolicionistas surgiram no Brasil no século XIX liderados por figuras como José do Patrocínio e Joaquim Nabuco. Finalmente, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 1888 abolindo oficialmente a escravidão no Brasil, após leis anteriores como a Lei dos Sexagenários e a Lei do Ventre Livre reduzire
O documento discute o Realismo e o Naturalismo em Portugal e no Brasil. Apresenta o contexto histórico do surgimento desses movimentos na segunda metade do século XIX, destacando a Questão Coimbrã como marco inicial do Realismo em Portugal. Também aborda as principais características e obras de autores representativos como Eça de Queirós e Machado de Assis.
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Prguest5eb864
1) O documento analisa as famílias escravas em fazendas de proprietários ausentes em Curitiba (1797) e Castro (1835), onde os escravos administravam as fazendas sem a supervisão dos senhores.
2) Essas fazendas diferiam do modelo caribenho, com os escravos tendo mais controle sobre suas vidas do que em fazendas administradas por brancos.
3) Um exemplo mostra como a distância dos senhores permitiu que um oficial tomasse posse de uma fazenda da Ordem do Carmo sem permissão.
A assunção quilombola e os limites entre memória e história SILVÂNIO BARCELOSSilvânio Barcelos
1. O documento discute os limites entre memória e história nos processos de assunção quilombola e reconhecimento de comunidades remanescentes de quilombos.
2. Existem três casos de comunidades que requerem reconhecimento quilombola: descendentes diretos de quilombos, descendentes de escravos sem ligação com quilombos, e comunidades sem ligação com quilombos ou escravos.
3. O autor argumenta que, exceto no primeiro caso, a assunção quilombola deve ser entendida como um processo político e social enra
Hebe Mattos: Remanescentes das comunidades dos quilombosGeraa Ufms
1) O artigo discute o reconhecimento legal das comunidades remanescentes de quilombos no Brasil pela Constituição de 1988 e o processo de emergência de novas comunidades quilombolas.
2) Apesar de nem sempre serem descendentes diretos de quilombos históricos, essas comunidades negros rurais tradicionais passaram a se identificar como quilombolas para reivindicar direitos territoriais.
3) Regiões como o Maranhão e o Pará têm alta proporção dessas novas com
1) O documento discute o conceito de quilombo e comunidades quilombolas, explicando que vão além de locais de escravos fugidos. 2) Essas comunidades formaram-se de diversas maneiras e mantêm identidade étnica própria. 3) A legislação atual reconhece o direito à terra dessas comunidades baseado em autoidentificação, não em provas de passado.
Shirlei Marly Alves: Fuga de negros em anúncios de jornal do século XVIII - O...Geraa Ufms
1) O artigo apresenta um estudo sobre anúncios de escravos fugidos publicados no jornal O Cruzeiro no século XIX em Recife.
2) Os anúncios evidenciam as relações sociais da época e ações legitimadas pelo contexto, como a manutenção da escravidão.
3) A análise dos anúncios mostra como o gênero estabelecia uma interação entre anunciantes e leitores para cooperar na manutenção do status quo da escravidão.
Artigo quilombolas e novo constitucionalismo 1Thiago Almeida
1. O documento discute como o Novo Constitucionalismo Latino-Americano pode fundamentar a concretização dos direitos territoriais das comunidades quilombolas no Brasil.
2. Ele explica que as comunidades quilombolas foram reconhecidas na Constituição Federal de 1988 e em algumas Constituições Estaduais, porém pouco foi feito para titular efetivamente seus territórios.
3. O documento argumenta que uma abordagem pluralista e democrática da constituição poderia oferecer uma concretização mais adequada aos direitos territoria
Trabalho temático desenvolvido com base no livro "Fogo Morto" de José Lins do Rego no 1º semestre de 2010 sob a orientação do Profº Drº Ivan Russeff. Autoria de Cristiane Laudemar Rodrigues Assis e Thalita Doretto Brito
Novos quilombos Metamorfoses étnicas e a difícil memória da escravidão no BrasilGeraa Ufms
Este documento discute a identidade étnica e territorialidade de novas comunidades quilombolas no Brasil à luz da Constituição de 1988. Duas comunidades são descritas: Sacutiaba e Riacho de Sacutiaba na Bahia, cujos moradores afirmam descendência de escravos, e terras de pretos no Maranhão mapeadas por antropólogos desde a década de 1970. Laudos antropológicos reconhecem essas comunidades como remanescentes de quilombos com base em sua autoidentificação étnica
O documento descreve um plano de aula sobre quilombos no Brasil colonial. Ele inclui objetivos de compreender as condições que geraram quilombos e sua dinâmica, atividades como análise de imagens da escravidão e pesquisa sobre aspectos do cotidiano e cultura dos quilombos, além de um debate sobre o significado da liberdade para os negros após a abolição.
1) O documento discute a presença de escravos africanos e seus descendentes na província do Paraná no período pós-abolição da escravatura em 1888.
2) As principais atividades econômicas que envolveram trabalho escravo no Paraná foram a produção de mate e o tropeirismo, embora em menor escala do que em outras regiões.
3) Após a abolição, os libertos enfrentaram dificuldades para se incorporar na economia do Paraná, que passava por um processo de im
1) O documento discute a sugestão de uma aula de história sobre quilombos no Brasil colonial. 2) Os quilombos eram comunidades formadas por escravos fugidos que cultivavam suas próprias terras e culturas. 3) Muitos quilombos chegaram a ter milhares de pessoas, como o quilombo de Palmares com até 30 mil habitantes, e representavam uma forma de resistência à escravidão.
1) O documento discute a natureza contraditória do campesinato e sua luta constante por autonomia e progresso em meio a padrões de dependência e exploração.
2) Apesar de ser invisibilizado, existem cerca de 1,2 bilhão de camponeses no mundo que desempenham um papel crítico nas sociedades modernas.
3) O modo de ordenamento dominante, chamado de "Império", tem a tendência de marginalizar e destruir o campesinato e seus valores.
O documento discute o aumento do consumo de água no mundo. Em três frases:
1) O uso da água vem crescendo para atender às necessidades da população mundial, porém o aumento do consumo de água superou em duas vezes o crescimento populacional no século XX.
2) Isso indica que fatores além do crescimento populacional, como mudanças nos padrões de consumo e na atividade econômica, contribuíram significativamente para elevar a demanda por recursos hídricos.
3)
O documento discute a tendência de formação de uma cultura majoritária dominante dentro das comunidades, mesmo em sociedades que garantem formalmente igualdade de direitos. Isso pode levar ao conflito cultural entre minorias desprezadas e a cultura dominante. A reivindicação dos direitos culturais de grupos minoritários exige visibilidade dos diferentes grupos sociais e a coexistência de expressões culturais diversas.
O documento discute a tendência de formação de uma cultura majoritária dominante dentro das comunidades, mesmo em sociedades que garantem formalmente igualdade de direitos. Isso pode levar ao conflito cultural entre minorias desprezadas e a cultura dominante. A reivindicação dos direitos culturais de grupos minoritários exige visibilidade dos diferentes grupos sociais e a coexistência de expressões culturais diversas.
O documento discute a tendência de formação de uma cultura majoritária dominante dentro das comunidades, mesmo em sociedades que garantem formalmente igualdade de direitos. Isso pode levar ao conflito cultural entre minorias desprezadas e a cultura da maioria. A reivindicação dos direitos culturais de grupos minoritários exige visibilidade dos diferentes grupos sociais e a coexistência de expressões culturais diversas.
O pós abolição como problema histórico balanços e perspectivasCamila Avelino
Este documento discute o pós-abolição no Brasil a partir de três pontos: 1) A visão dos últimos escravos sobre seus planos após a abolição emergiu como um problema histórico crucial; 2) Vários fatores influenciaram as experiências pós-abolição, não apenas a fronteira agrícola; 3) Estudos recentes focam nos projetos dos libertos para a liberdade, mostrando demandas por mais autonomia, proteção da família e recusa a tratamentos desumanos.
O meio natural do meio oeste catarinense no processo de formação dinâmica so...taquarucu
Este documento discute a formação histórica e dinâmica social e espacial da região do Meio-Oeste catarinense, marcada inicialmente pela exploração dos recursos naturais e ocupação por caboclos, e mais tarde pela Guerra do Contestado e processo de privatização das terras. Aborda temas como o uso comunal da terra, a exploração econômica da região, e a miscigenação cultural entre indígenas, europeus e africanos na formação da população local.
O meio natural do meio oeste catarinense no processo de formação dinâmica so...taquarucu
Este documento discute a formação histórica e dinâmica social e espacial da região do Meio-Oeste catarinense, marcada inicialmente pela exploração dos recursos naturais e uso comunal da terra pelos povos indígenas e caboclos, e posteriormente pela ocupação de fazendeiros e imigrantes e pela Guerra do Contestado no início do século XX.
O documento discute a educação quilombola e como as escolas nas comunidades quilombolas buscam despertar a consciência sobre a realidade específica dessas comunidades. Apesar dos avanços dos movimentos negros, o racismo ainda é uma realidade para esses povos. A educação quilombola utiliza disciplinas sobre os povos africanos na diáspora para produzir uma visão de mundo baseada nos ideais da negritude.
Semelhante a A AtualizaçãO Do Conceito De Quilombo (20)
O documento descreve a evolução histórica das ciências e as principais descobertas que influenciaram o desenvolvimento tecnológico, como a invenção da bússola, da pólvora e da imprensa. O texto também discute figuras importantes do Renascimento como Leonardo da Vinci, Galileu Galilei e Isaac Newton e como suas ideias revolucionaram a compreensão do mundo.
Este documento descreve um curso de formação de professores sobre o uso de mídias na educação. O curso será realizado na plataforma Moodle e discutirá como as tecnologias de informação e comunicação podem ser usadas para ensinar a história e cultura afro-brasileira e africana de acordo com a lei 10.639/2003. O curso começará em 22 de setembro de 2011 e incluirá discussões, atividades no fórum e diário sobre como incorporar as culturas étnicas no aprendizado e combater
O documento descreve o sistema de tutoria a distância do Laboratório de Novas Tecnologias de Ensino (LANTE) da Universidade Federal Fluminense. O sistema é composto por três equipes: tutores a distância, tutores presenciais e coordenadores de tutoria. Os tutores a distância estabelecem comunicação entre alunos, coordenadores e tutores presenciais para promover a autonomia de estudos de forma colaborativa. O documento também discute o papel dos coordenadores de tutoria em resolver conflitos e combater a evasão
Este documento fornece um guia sobre como usar ferramentas na plataforma Moodle para apoiar professores em suas disciplinas, incluindo wikis, diários, fóruns e textos on-line. Ele explica como cada ferramenta pode ser usada para envolver alunos através de atividades colaborativas e reflexivas.
EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS NA MODALIDADE DE EADculturaafro
O documento discute experiências negativas na modalidade de educação a distância (EAD). As principais experiências negativas citadas são: 1) problemas na relação entre professores-tutores e alunos, como ausência e falta de interação; 2) uso de materiais de baixa qualidade, como textos complexos e extensos; 3) questões relacionadas ao plágio, como a necessidade de diversificar atividades para evitá-lo.
Situações problema que fazem parte do cotidiano de um tutor.culturaafro
O documento discute 3 situações-problema comuns em cursos a distância: 1) mensagens padronizadas que podem gerar discriminação; 2) alunos que não participam ativamente nos fóruns, mas ainda assim podem estar aprendendo; 3) o plágio e como abordá-lo de forma construtiva com os alunos.
O documento discute o uso da internet para apoiar o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana no contexto da Educação de Jovens e Adultos. Ele explora como essas temáticas podem ser trabalhadas em diferentes disciplinas e problematiza as atitudes em relação à discriminação racial na escola. O objetivo é promover a reflexão sobre educação das relações étnico-raciais mediada por tecnologias como a internet.
Sistemas de avaliação na educação presencial e a distânciaculturaafro
O documento discute sistemas de avaliação na educação presencial e a distância, argumentando que a avaliação deve ir além de notas e se concentrar na construção coletiva de novos saberes. Também defende que na educação a distância os instrumentos de avaliação devem considerar o novo contexto digital e promover a autonomia, participação e colaboração dos alunos.
Produção pedagógica sobre a internet e o ensino da história e cultura afr...culturaafro
Este documento apresenta uma unidade didática sobre o uso da internet no ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. A unidade discute como as tecnologias podem ser usadas como ferramentas de apoio no processo de ensino e aprendizagem, e propõe atividades que utilizam a internet para explorar fontes históricas e construir conhecimentos sobre a história e cultura afro. A unidade também fornece sugestões de sites, vídeos e leituras sobre o tema.
A internet e o ensino da história e cultura afro-brasileira e africanaculturaafro
1) O documento discute a importância do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na educação e a necessidade de qualificar os professores nesta temática.
2) A autora propõe investigar como as tecnologias de informação e comunicação, especialmente a Internet, podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem destes conteúdos com jovens e adultos.
3) O projeto visa estudar e trocar experiências com os alunos sobre a diversidade étnico-racial brasileira, auxili
Formação do professor em relação a lei 10639culturaafro
O documento discute estratégias para incluir educação sobre relações étnico-raciais nos currículos escolares, como a formação de equipes multidisciplinares para apoiar professores e qualificar educadores com cursos sobre o tema. Também reflete sobre desafios como a falta de conhecimento sobre a África e a comunidade negra no Brasil e a necessidade de movimento coletivo das escolas para tratar a diversidade como um direito de todos.
Orientações curriculares expectativas de aprendizagem educação étnico racial[1]culturaafro
Este documento estabelece orientações curriculares e expectativas de aprendizagem para a educação étnico-racial na educação infantil, ensino fundamental e médio da rede municipal de São Paulo. Ele apresenta diretrizes para incluir a perspectiva étnico-racial nos currículos escolares e discute como abordar a diversidade cultural brasileira e a história e cultura afro-brasileira e indígena.
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Este documento fornece informações sobre a produção do Caderno de Atividades "Saberes e Fazeres - Modos de Interagir". O caderno apresenta propostas de atividades pedagógicas para discutir temas relacionados à cultura afro-brasileira e africana, como experiências, heróis, música e religião, a partir dos materiais do projeto "A Cor da Cultura". O objetivo é valorizar a história e a cultura afro-brasileira em consonância com a Lei 10.639/2003.
Este documento apresenta os fundamentos e princípios da metodologia do projeto "A Cor da Cultura", que tem como objetivo valorizar e preservar as culturas afro-brasileiras e a presença africana na história do Brasil. A metodologia propõe o diálogo e a escuta dos grupos afro-descendentes, o combate ao racismo, e a valorização das diferenças culturais. Os programas do projeto visam desenvolver atitudes de abertura ao pluralismo, questionamento do senso comum, e aprofundamento
Este documento apresenta informações sobre um caderno de textos sobre diversidade cultural e educação antirracista no Brasil. O caderno inclui textos de diversos autores abordando tópicos como desigualdade racial, história da África, patrimônio cultural africano e relações raciais na escola. O documento também lista as instituições e pessoas envolvidas na produção do caderno.
história e cultura afro brasileira e africanaculturaafro
Este capítulo apresenta uma história sobre uma velha contadora de histórias que vivia em uma comunidade africana no século XVI. A contadora de histórias viajava de cidade em cidade ensinando as pessoas por meio de cantigas, rimas e danças. Ela conhecia as histórias das famílias locais, dos heróis, reis e rainhas, assim como lendas, mitos e ensinamentos sobre plantio, colheita e cura. Quando alguém morria, ela rezava para guiar a alma até os ancestrais
história e cultura afro brasileira e africanaculturaafro
Muitas pessoas riem da África por desconhecimento. O continente africano foi o berço da humanidade e abrigou grandes reinos antes das invasões européias, com conhecimentos milenares e filosofias próprias. No entanto, a história foi contada de forma distorcida na Europa, gerando preconceitos que persistem.
história e cultura afro brasileira e africanaculturaafro
Este livro discute como o cabelo das crianças negras é frequentemente alvo de discriminação na escola. A autora apresenta histórias de professoras, gestoras e mães que ilustram como o cabelo é usado para diferenciar de forma negativa as crianças, e sugere formas de lidar com essas situações de modo a promover o respeito à diversidade étnica e cultural.
história e cultura afro brasileira e africanaculturaafro
Este documento apresenta uma coleção de livros sobre percepções da diferença entre negros e brancos na escola. A coleção discute como lidar com a diferenciação e a discriminação entre crianças de diferentes idades e raças na escola de forma a promover o respeito e a autoestima. O quinto volume trata especificamente de como os professores podem lidar com o preconceito quando crianças se recusam a brincar com outras por causa da cor da pele.
1. COMUNICA«ÃO DE RESULTADOS DEPESQUISA/RESEARCH RESULTS
COMUNICA«ÃO RESULTADOS
PESQUISA/RESEARCH RESULTS
DE DE
A ATUALIZA«ÃO DO CONCEITO DE QUILOMBO:
IDENTIDADE E TERRIT”RIO NAS DEFINI«’ES TE”RICAS
ALESSANDRA
SCHMITT*
MARIA CECÕLIA MANZOLI
TURATTI** MARIA CELINA PEREIRA DE
CARVALHO***
Este texto surgiu de nosso trabalho na FundaÁ„o Instituto de Terras do Estado
de S„o Paulo (ITESP), o qual consistia em realizar pesquisas sobre as Comuni- dades
Remanescentes de Quilombos localizadas no Estado de S„o Paulo que, ampara-
das legalmente em direito constitucional pertinente, pleiteiam a titulaÁ„o dos territÛ- rios que
historicamente reconhecem como seus. Tal direito È previsto no artigo n.º 68
do Ato das DisposiÁıes Constitucionais TransitÛrias da ConstituiÁ„o Federal de 1988, sob o
enunciado: ìAos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupan-
do suas terras È reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes
os tÌtulos respectivosî.
Tais pesquisas visavam a elaboraÁ„o de um RelatÛrio TÈcnico-cientÌfico
(RTC) , espÈcie de vers„o peculiar criada pelo governo do Estado de S„o Paulo dos j·
1
metodologicamente estabelecidos Laudos AntropolÛgicos, comumente realizados nos
processos de demarcaÁ„o de territÛrios indÌgenas. O RTC, bem como os laudos, vale-
se de categorias teÛricas e metodolÛgicas da Antropologia para proceder ‡ ëidentifica- Á„o Ètnicaí
do grupo estudado e justificar seu direito ao territÛrio reivindicado.
Desenvolvemos este trabalho em sete comunidades, quais sejam: CafundÛ
(municÌpio de Salto de Pirapora), JaÛ (municÌpio de Itapeva), CaÁandoca (municÌpio
de Ubatuba), Mandira (municÌpio de CananÈia), Sapatu, AndrÈ Lopes e Nhunuguara
(municÌpio de Eldorado). Estas trÍs ˙ltimas est„o na regi„o do Vale do Ribeira, onde
h· a maior concentraÁ„o de comunidades negras rurais do Estado. Todavia, n„o È nossa
intenÁ„o ater-nos a elementos advindos de uma ou outra comunidade em parti- cular, mas
sim analisar as recorrÍncias e similitudes, destacadas e elaboradas previa- mente, que nos
permitiram chegar a um corpo genÈrico de questıes aqui disposto.
REVENDO A HIST”RIA OFICIAL
A tarefa de fundamentar teoricamente a atribuiÁ„o de uma identidade
quilombola a um grupo e, por extens„o, garantir ñ ainda que formalmente - o seu
2. acesso ‡ terra trouxe ‡ tona a necessidade de redimensionar o prÛprio conceito de
quilombo, a fim de abarcar a gama variada de situaÁıes de ocupaÁ„o de terras por
1
3. Ambiente & Sociedade - Ano V - No 10 - 1o Semestre de 2002
grupos negros e ultrapassar o binÙmio fuga-resistÍncia, instaurado no pensamento cor- rente
quando se trata de caracterizar estas conformaÁıes sociais.
Em 1740, reportando-se ao rei de Portugal, o Conselho Ultramarino va- leu-se
da seguinte definiÁ„o de quilombo: ìtoda habitaÁ„o de negros fugidos, que passem
de cinco, em parte despovoada, ainda que n„o tenham ranchos levantados e nem
se achem pilıes neleî. Esta caracterizaÁ„o descritiva perpetuou-se como definiÁ„o
cl·ssica do conceito em quest„o e influenciou uma geraÁ„o de estudiosos da tem·tica
quilombola atÈ meados dos anos 70, como Artur Ramos (1953) e Edson Carneiro (1957). O
traÁo marcadamente comum entre esses autores È atribuir aos quilombos um tempo histÛri-
co passado, cristalizando sua existÍncia no perÌodo em que vigorou a escravid„o no
Brasil, alÈm de caracterizarem-nos exclusivamente como express„o da negaÁ„o do
sistema escravista, aparecendo como espaÁos de resistÍncia e de isolamento da popu- laÁ„o
negra.
Embora o trabalho destes autores seja importante e legÌtimo, ele n„o abarca, porÈm,
a diversidade das relaÁıes entre escravos e sociedade escravocrata e nem as diferentes
formas pelas quais os grupos negros apropriaram- se da terra. Fl·vio dos Santos Gomes
(1996a:36), explicita tal diversidade ao forjar o conceito de ìcampo negroî: (ìuma
complexa rede social) permeada por aspectos multifacetados que envolveu, em
determinadas regiıes do Brasil, in˙meros movimentos sociais e pr·ticas econÙmicas
com
interesses diversosî .
No entanto, foi a produÁ„o cientÌfica ainda atada a exegeses restritivas e pouco
pl·sticas que subsidiou a luta polÌtica em torno das reivindicaÁıes da popula- Á„o rural
negra que, sofrendo expropriaÁıes incessantes, se colocava como um seg- mento
especÌfico no palco dos movimentos sociais. Desta forma, a denominaÁ„o quilombo se
impÙs no contexto da elaboraÁ„o da constituiÁ„o de 19882.
Esta vis„o reduzida que se tinha das comunidades rurais negras refletia,
na verdade, a ìinvisibilidadeî produzida pela histÛria oficial, cuja ideologia, proposi-
tadamente, ignora os efeitos da escravid„o na sociedade brasileira (GUSMÃO, 1996)
e, especialmente, os efeitos da inexistÍncia de uma polÌtica governamental que regu- larizasse
as posses de terras, extremamente comuns ‡ Època, de grupos e/ou famÌlias negras apÛs a
aboliÁ„o conforme comprovam os estudos de Ciro Cardoso (1987).
Ao fazer a crÌtica do conceito de quilombo estabelecido pelo Conselho
Ultramarino, Almeida (1999:14-15) mostra que aquela definiÁ„o constitui-se basica- mente
de cinco elementos: 1) a fuga; 2) uma quantidade mÌnima de fugidos; 3) o isolamento
geogr·fico, em locais de difÌcil acesso e mais prÛximos de uma ìnatureza selvagemî que
da chamada civilizaÁ„o; 4) moradia habitual, referida no termo ìran- choî; 5)
autoconsumo e capacidade de reproduÁ„o, simbolizados na imagem do pil„o
de arroz. Para ele, com os instrumentos da observaÁ„o etnogr·fica ìse pode reinterpretar
criticamente o conceito e asseverar que a situaÁ„o de quilombo existe onde h·
autonomia, existe onde h· uma produÁ„o autÙnoma que n„o passa pelo grande
propriet·rio ou pelo senhor de escravos como mediador efetivo, embora
simbolicamente tal mediaÁ„o possa ser estrategicamente mantida numa
reapropriaÁ„o do mito do ì bom senhorî, tal como se detec-
ta hoje em algumas situaÁıes de aforamentoî .
5. COMUNICA«ÃO RESULTADOS PESQUISA/RESEARCH RESULTS
DE DE
O autor exemplifica situaÁıes que contrariam esses cinco elementos da
definiÁ„o, como o caso do quilombo Frechal, no Maranh„o, localizado a cem metros
da casa grande, ou casos onde o quilombo esteve na prÛpria senzala, representado por formas
de produÁ„o autÙnoma dos escravos que poderiam ocorrer ñ e de fato ocorri- am ñ,
sobretudo em Èpocas de decadÍncia de ciclos econÙmicos, fossem agrÌcolas ou
de mineraÁ„o. Diversos trabalhos mais recentes a respeito de comunidades negras com
origem mais diretamente relacionada ‡ escravid„o tÍm demonstrado que a eco- nomia
interna desses grupos est· longe de representar um aspecto isolado em relaÁ„o
‡s economias regionais da ColÙnia, do ImpÈrio e da Rep˙blica. Em geral existiu, para-
lelamente ‡ formaÁ„o do aparato de perseguiÁ„o aos fugitivos, uma rede de informa- Áıes
que ia desde as senzalas atÈ muitos comerciantes locais. Estes ˙ltimos tinham grande
interesse na manutenÁ„o desses grupos porque lucravam com as trocas de produtos
agrÌcolas por produtos que n„o eram produzidos no interior do quilombo3.
N„o obstante esta integraÁ„o das formas mais ou menos autÙnomas de
atividades produtivas empreendidas pelos escravos ‡ economia geral, È preciso ressal- tar que
o trabalho livre sobre a terra n„o garantiu, de forma alguma, o acesso dos ex- cativos a ela
no momento posterior ‡ AboliÁ„o. Ao contr·rio, a exclus„o do segmento populacional negro
em relaÁ„o ‡ propriedade da terra foi peremptoriamente estabelecida por meio de uma sÈrie de
atos do poder legislativo ao longo do tempo. Ainda durante
a escravid„o, a Lei de Terras de 1850 veio substituir o direito ‡ terra calcado na posse por um
direito auferido via registros cartoriais que comprovassem o domÌnio de uma dada porÁ„o de
terra4. O direito legÌtimo adquirido atravÈs da posse efetiva È uma noÁ„o do
ìdireito costumeiroî, que atÈ hoje regeu a relaÁ„o do campesinato tradicio- nal com a terra,
incluindo os grupos camponeses negros.
M⁄LTIPLAS FORMAS, AMPLOS CONCEITOS
Como j· foi assinalado por outros autores5, os grupos que hoje s„o consi-
derados remanescentes de comunidades de quilombos se constituÌram a partir de uma grande
diversidade de processos, que incluem as fugas com ocupaÁ„o de terras livres
e geralmente isoladas, mas tambÈm as heranÁas, doaÁıes, recebimento de terras como pagamento
de serviÁos prestados ao Estado, a simples permanÍncia nas terras que ocupavam e
cultivavam no interior das grandes propriedades, bem como a compra de terras, tanto durante a
vigÍncia do sistema escravocrata quanto apÛs a sua extinÁ„o. Dentro de uma vis„o ampliada, que
considera as diversas origens e histÛ-
rias destes grupos, uma denominaÁ„o tambÈm possÌvel para estes agrupamentos iden- tificados
como remanescentes de quilombo seria a de ìterras de pretoî, ou ìterritÛrio
negroî, tal como È utilizada por v·rios autores6, que enfatizam a sua condiÁ„o de
coletividades camponesa, definida pelo compartilhamento de um territÛrio e de uma
identidade.
A promulgaÁ„o da constituiÁ„o e a necessidade de regulamentaÁ„o do
Artigo 68 provocaram discussıes de cunho tÈcnico e acadÍmico7 que levaram a esta revis„o
dos conceitos cl·ssicos que dominavam a historiografia sobre a escravid„o,
7. Ambiente & Sociedade - Ano V - No 10 - 1o Semestre de 2002
instaurando a relativizaÁ„o e adequaÁ„o dos critÈrios para se conceituar quilombo, de modo
que a maioria dos grupos que hoje, efetivamente, reivindicam a titulaÁ„o de suas
terras, pudesse ser contemplada por esta categoria, uma vez demonstrada, por meio de
estudos cientÌficos, a existÍncia de uma identidade social e Ètnica por eles
compartilhada, bem como a antiguidade da ocupaÁ„o de suas terras e, ainda, suas
ìpr·ticas de resistÍncia na manutenÁ„o e reproduÁ„o de seus modos de vida
caracterÌsticos num determinado lugarî 8.
Assim, em conson‚ncia com o moderno conceito antropolÛgico aqui dis- posto, a
condiÁ„o de remanescente de quilombo È tambÈm definida de forma dilata-
da e enfatiza os elementos identidade e territÛrio. Com efeito, o termo em quest„o
indica: ìa situaÁ„o presente dos segmentos negros em diferentes regiıes e
contextos e È utilizado para designar um legado, uma heranÁa cultural e
material que lhe confere uma referÍncia presencial no sentimento de ser e
pertencer a um lugar especÌficoî9.
Este sentimento de pertenÁa a um grupo e a uma terra È uma forma de
express„o da identidade Ètnica e da territorialidade, construÌdas sempre
em relaÁ„o aos outros grupos com os quais os quilombolas se confrontam e se relacionam.
Estes dois conceitos s„o fundamentais e est„o sempre inter-relacionados no caso das comu-
nidades negras rurais, pois ìa presenÁa e o interesse de brancos e negros sobre um
mesmo espaÁo fÌsico e social revela, no dizer de Bandeira, aspectos encobertos
das relaÁıes raciaisî
(GUSMÃO, op.cit.:14). Estes aspectos encobertos, aos quais a autora se refere, s„o a submiss„o
e a dependÍncia dos grupos negros em relaÁ„o ‡ sociedade inclusiva.
TERRIT”RIO E IDENTIDADE NOS GRUPOS RURAIS NEGROS
Diversos trabalhos sobre populaÁıes camponesas no Brasil tÍm demons- trado a
import‚ncia da relaÁ„o entre territÛrio e parentesco10. Nesta chave, o acesso ‡ terra È
garantido ìpela via heredit·ria, isto quer dizer que alguÈm tem direito virtual de
ëdonoí sobre a terra n„o simplesmente porque È um indivÌduo, mas porque o È
enquanto filho
e herdeiro. Na definiÁ„o da heranÁa igualit·ria, assim, est· imbricada uma definiÁ„o
estrita das relaÁıes de parentesco, seguindo o critÈrio priorit·rio da filiaÁ„oî
(PAOLIELO, 1998:
158).
Assim, parentesco e territÛrio, juntos, constituem identidade, na medida em
que os indivÌduos est„o estruturalmente localizados a partir de sua pertenÁa a grupos
familiares que se relacionam a lugares dentro de um territÛrio maior. Se, por um lado,
temos territÛrio constituindo identidade de uma forma bastante estrutural, apoiando-se em
estruturas de parentesco, podemos ver que territÛrio tambÈm consti- tui identidade de uma
forma bastante fluÌda, levando em conta a concepÁ„o de F.Barth
(1976) de flexibilidade dos grupos Ètnicos e, sobretudo, a idÈia de que um grupo,
confrontado por uma situaÁ„o histÛrica peculiar, realÁa determinados traÁos culturais que julga
relevantes em tal ocasi„o. … o caso da identidade quilombola, construÌda a partir
8. da necessidade de lutar pela terra ao longo das ˙ltimas duas dÈcadas.
Por exemplo, no caso de bairros rurais negros do Vale do Ribeira, a neces- sidade
de lutar contra fazendeiros e grileiros e contra a construÁ„o de barragens ao
4
9. COMUNICA«ÃO RESULTADOS PESQUISA/RESEARCH RESULTS
DE DE
longo do rio Ribeira de Iguape, que inundariam diversas comunidades, deixando al- gumas
totalmente submersas, levou muitos desses bairros ‡ construÁ„o da identidade
de negros e quilombolas, em decorrÍncia do artigo 68. A identidade quilombola, atÈ ent„o um
corpo estranho para estas comunidades rurais negras11, passa a significar uma complexa
arma nesta batalha desigual pela sobrevivÍncia material e simbÛlica. Estamos, portanto, diante
da incorporaÁ„o de identidades que, em de -
corrÍncia de eventos histÛricos, introduzem novas relaÁıes de diferenÁa, as quais pas- sam a
ser fundamentais na luta dessas populaÁıes negras pelo direito de continuar ocupando e
transmitindo ‡s geraÁıes vindouras o territÛrio conformado por diversas geraÁıes de seus
antepassados. Assim, na esteira de Barth, podemos pensar as identi- dades n„o como sendo
fixas, mas, tomando as palavras de Boaventura Souza Santos, como ìidentificaÁıes em
cursoî, integrantes do processo histÛrico da modernidade,
no qual concorrem velhos e novos processos de recontextualizaÁ„o e de particulariza- Á„o das
identidades12. Um processo histÛrico de resistÍncia, deflagrado no passado, È evocado para
constituir resistÍncia hoje, praticamente como a reivindicaÁ„o de uma continuidade desse
mesmo processo. A identidade de negro È colocada como uma relaÁ„o de diferenÁa
calcada na subalternidade e na diferenÁa de classes. Boaventura
S. Santos13, ao relacionar identidade e questıes de poder, nos lembra que quem È
obrigado a reivindicar uma identidade encontra-se necessariamente em posiÁ„o de
carÍncia e subordinaÁ„o.
Ademais, esta submiss„o È sustentada por representaÁıes sociais que jus- tificam
a inferioridade estrutural do grupo minorit·rio, nas quais podemos identificar forte disposiÁ„o
racista. … um racismo recalcado, escondido atr·s de ìum sistema de valores que [...]
tanto inibe manifestaÁıes negativas na avaliaÁ„o ëdo outroí racial como estimula a
apologia da igualdade e da harmonia racial entre nÛsî (BORGES PEREIRA, 1996:76).
A ocultaÁ„o do racismo na sociedade brasileira foi estimulada pelo discurso da democracia
racial, da qual Gilberto Freyre È um grande expoente, na dÈcada de 30, e que sÛ comeÁou
a ser contestado na dÈcada de 50 por Florestan Fernandes e Oracy Nogueira.
E È a partir dessa posiÁ„o historicamente desfavor·vel no que diz respeito
‡s relaÁıes de poder, que comunidades quilombolas vÍm lutando pelo direito de serem agentes
de sua prÛpria histÛria. Em tal situaÁ„o de desigualdade, os grupos minorit·rios passam a valorar
positivamente seus traÁos culturais diacrÌticos e suas relaÁıes coleti- vas como forma de
ajustar-se ‡s pressıes sofridas, e È neste contexto social que constrÛem sua relaÁ„o com a terra,
tornando-a um territÛrio impregnado de significaÁıes relaci- onadas ‡ resistÍncia cultural.
N„o È qualquer terra, mas a terra na qual mantiveram alguma autonomia cultural, social e,
conseq¸entemente, a auto-estima. Siglia DÛria14 salienta que a identidade de grupos rurais
negros se constrÛi sempre numa correlaÁ„o profunda com o seu territÛrio e È precisamente
esta relaÁ„o que cria e informa o seu direito ‡ terra.
A maior parte destes grupos que hoje vÍm reivindicar seu direito consti-
tucional o faz como um ˙ltimo recurso na longa batalha para manterem-se em suas
terras, as quais s„o alvo de interesse de membros da sociedade envolvente, em geral
5
10. Ambiente & Sociedade - Ano V - No 10 - 1o Semestre de 2002
grandes propriet·rios e grileiros, cuja caracterÌstica essencial È tratar a terra apenas
como mercadoria. JosÈ de Souza Martins15 explicita as caracterÌsticas dessa relaÁ„o dos
homens com a terra, mediada pelo capital, em que esta passa a ser ìterra de
negÛcioî em oposiÁ„o ‡ ìterra de trabalhoî. Em conseq¸Íncia da cobiÁa que esta lÛgica
de mercado despertou, os camponeses foram pressionados com expedientes es- p˙rios, tais
como o auxÌlio do aparato judicial e violÍncia fÌsica direta, que agiram no sentido de negar-
lhes o direito de obter o registro legal de suas posses, invariavelmen-
te muito mais antigas do que o tempo mÌnimo requerido pela legislaÁ„o para a sua
transformaÁ„o em propriedades.
Portanto, n„o se deve imaginar que estes grupos camponeses negros te-
nham resistido em suas terras atÈ os dias de hoje porque ficaram isolados, ‡ margem da
sociedade. Pelo contr·rio, sempre se relacionaram intensa e assimetricamente com a
sociedade brasileira, resistindo a v·rias formas de violÍncia para permanecer em seus
territÛrios ou, ao menos, em parte deles16.
Finalmente, devemos salientar que È devido ‡s consideraÁıes teÛricas e
‡s constataÁıes histÛricas aqui apresentadas que estudiosos das comunidades negras rurais
- e, particularmente, da legislaÁ„o pertinente ‡ quest„o quilombola ñ tÍm bus- cado
rediscutir e recaracterizar o conceito de quilombo. Tal intento, ainda em curso, tende a
aprimorar-se quanto mais os organismos respons·veis pela identificaÁ„o e re- conhecimento
das comunidades quilombolas ampliem e otimizem suas atividades, gerando mais dados
que contribuam para o desvendar cientÌfico das lacunas presentes
na historiografia nacional no que se refere ‡s comunidades negras rurais.
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6
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DE DE
GOMES, F. S.: ìQuilombos do Rio de Janeiro do SÈculo XIXî, In: REIS, J. J. & GO- MES,
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MARTINS, J.S.. ExpropiaÁ„o e ViolÍncia ñ a quest„o polÌtica no
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MOURA, M. M. Os Deserdados da Terra. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
PAOLIELO, R.M. Conflitos Fundi·rios na Baixada do Ribeira: A
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SANTOS, B.S. Pela m„o de Alice. S„o Paulo: Cortez, 2000.
SILVA, L.O. Terras Devolutas e Latif˙ndio - Efeitos da lei de
1850. Campinas: Unicamp, 1996.
NOTA
S
*
Mestre em Antropologia Social, Doutoranda em Antropologia Social ñ FFLCH/USP - Rua Prof. Celso
Quirino dos Santos, 112 B2-002, Butant„, S„o Paulo, SP 05353-030 , Tel:3768-7737, e-mail:aschmitt@usp.br
**
Mestre em Antropologia Social, Doutoranda em Antropologia Social ñ FFLCH/USP - Rua Pio XI, 2179
Apto 61-A, Alto da Lapa ñ 05468-140 ñ S„o Paulo-SP, Tel: 3023-4482/9324-2829, e-mail:cturatti@uol.com.br
***
Mestre em Antropologia Social, Doutoranda em CiÍncias Sociaisñ IFCH/Unicamp - Rua Benjamim de
Laborde, 286, Jd. S„o Ricardo - 05143-140 - S„o Paulo - SP, Tel: (11) 3644 7803, e-mail:Mcelinakyle@aol.com
1
A criaÁ„o desta categoria de investigaÁ„o denominada RelatÛrio TÈcnico CientÌfico, bem como os par‚metros que o
norteiam, s„o resultantes dos esforÁos do Grupo de Trabalho criado pelo Governo do Estado de S„o Paulo por meio
do Decreto nº 40.723, de 21 de marÁo de 1996, que tinha por objetivo fazer proposiÁıes visando a plena
aplicabilidade dos dispositivos constitucionais conferentes do direito de propriedade aos remanescentes das
comunidades de quilombos em territÛrio paulista. Foi integrado por representantes da Secretaria da JustiÁa
e Defesa da Cidadania, Instituto de Terras do Estado de S„o Paulo ìJosÈ Gomes da Silvaî, Secretaria do Meio
13. Ambiente, Procuradoria Geral do Estado, Secretaria de Governo e Gest„o EstratÈgica, Secretaria de Cultura,
Conselho de Defesa do PatrimÙnio HistÛrico, ArqueolÛgico, ArtÌstico e TurÌstico, Conselho de ParticipaÁ„o e
Desenvolvimento da Comunidade Negra no Estado de S„o Paulo, Subcomiss„o do Negro da Comiss„o de Direitos
Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - SecÁ„o S„o Paulo e FÛrum Estadual de Entidades Negras. Os
trabalhos deste Grupo levaram ‡ criaÁ„o: a) do Programa de CooperaÁ„o TÈcnica e de AÁ„o Conjunta para
identificaÁ„o, discriminaÁ„o e legitimaÁ„o de terras devolutas do Estado ocupadas por remanes- centes de
comunidades de quilombos e de sua regularizaÁ„o fundi·ria, implantando medidas socioeconÙmicas, ambientais e
culturais e b) de um Grupo Gestor para implementaÁ„o do Programa. O Programa e o Grupo Gestor foram criados
por meio do decreto nº 41.774 de 13 de maio de 1997.
7
14. Ambiente & Sociedade - Ano V - No 10 - 1o Semestre de 2002
2
Sobre o fortalecimento da organizaÁ„o polÌtica dos grupos negros e a incorporaÁ„o da quest„o quilombola ao seu rol de
reivindicaÁıes, v. GOMES (1996b).
3
V. GOMES (1996a); STUCCHI et al,
4
Segundo Silva (1996:152-153), a proibiÁ„o da posse foi o aspecto que mais mereceu atenÁ„o ìpela import‚ncia social
que adviria da sua aplicaÁ„oî. Tornada ilegal a apropriaÁ„o privada de terras por meio da posse, foram justamente as
classes dominantes no campo foram justamente as(deixar)que se rebelaram contra tal medida ñ elas prÛprias
mantinham vastas extensıes de terras devolutas ñ e conseguiram um sÈrie de concessıes junto ao governo imperial.
A severidade irrestrita da lei recaiu somente sobre os pequenos posseiros, entre os quais eles
(deixar)os ex-escravos.
5
Ver especialmente ALMEIDA (1987/1988) e GUSMÃO (op.cit).
6
Ver Almeida (op.cit.), Gusm„o (op.cit.), ANDRADE (1988) e MARIN (1995).
7
Especialmente no III Encontro Nacional sobre SÌtios HistÛricos e Monumentos Negros (Goi‚nia: 1992); na
Reuni„o do Grupo de Trabalho sobre Comunidades Negras Rurais, da AssociaÁ„o Brasileira de Antropologia
(Rio de Janeiro, outubro de 1994), e na reuni„o tÈcnica ìReconhecimento de Terras Quilombolas Incidentes em
DomÌnios Particulares e ¡reas de ProteÁ„o Ambientalî (S„o Paulo, abril de 1997).
8
Cfe. OLIVEIRA & OíDWYER, 1994.
9
GARCIA, in: ANDRADE (1997:47).
10
Ver: MOURA,1978; WORTMANN, 1995; PAOLIELO, 1992 e 1998 entre outros
11
Este estranhamento inicial È bem ilustrado por um fato sucedido no Vale do Ribeira. Um dos agentes tÈcnicos
do Itesp nos contou que, certo dia, ele e alguns colegas foram recebidos por moradores de uma dada comunidade aos
gritos de ìos quilombos chegaram, os quilombos chegaramî. Nota-se, atualmente, que h· uma aceitaÁ„o maior
tanto da caracterizaÁ„o de quilombolas como da condiÁ„o negra por parte destas comunidades. Isto ocorre, por uma
lado, pelos motivos que expressamos acima, ou seja, a instrumentalizaÁ„o polÌtica destas categorias forjada na luta
pela terra e, por outro, devido a um trabalho de ìcatequese culturalî realizado pelos setores mais progressistas da
Igreja catÛlica que mantÍm contato com essas populaÁıes.
12
SANTOS, 2000
13
op.cit.
14
D”RIA, 1985.
15
MARTINS, 1991:43-60.
16
Muitas das comunidades rurais negras j· prÈ-identificadas como remanescentes de quilombo no Estado de S„o Paulo
mantÈmremanescentes de quilombo no Estado de S„o Paulo mantÍm uma pequena parcela de seus territÛrios,
estando o restante ocupado por fazendeiros ou posseiros, alguns destes ˙ltimos com o consentimento dos prÛprios
grupos quilombolas; os primeiros, entretanto, invariavelmente chegaram ‡s terras em quest„o valendo-se da
ingenuidade das comunidades ou mesmo da coerÁ„o fÌsica para apoderar-se dos territÛrios negros.
8
15. RESUMOS/ABSTRACTS
individuais que colaboram (ou n„o), assim como de se ampliar a an·lise ao nÌvel da esfera
territorial a fim de se avaliar o resultado ecolÛgico das formas locais de aÁ„o coletiva. Um
estudo feito numa comunidade costeira de 33 famÌlias na Baixa Amazonia situada entre dois
ecosistemas diferentes óuma mata/floresta de propriedade privada situada em terras altas e
uma planÌcie pluvial pertencente a uma comunidadeó revela que a an·lise baseada
nas famÌlias mostra que a heterogeneidade dentro da comunidade conduz a diferentes
incentivos para participar das atividades na planÌcie pluvial. A an·lise sistÍmica, no entanto,
mostra que a interconex„o entre o ecosistema manejado e o ecosistema adjacente influi nas
decisıes para participar assim como nos resultados das aÁıes coletivas.
Palavras chave: aÁ„o coletiva, recursos naturais compartilhados , ecosistema, planÌcie
pluvial, uso florestal, heterogeneidade, Baixa AmazÙnia, direitos de propriedade, capital social,
terras altas
The emergence and outcomes of collective action: an
institutional and ecosystem approach
Participation in collective action is frequently studied through a community-
based analysis, with focus on the social features of the participants and on
the ecological features of the managed system. This study addresses the
importance of scaling down to household level to understand different individual
incentives to collaborate (or not) as well as scaling up to the landscape level to
evaluate the ecological outcome of the local forms of collective action. A study of
a riparian community of 33 households in the Lower Amazon located between two
distinct ecosystems óa privately owned upland forest and a communally owned
floodplainó reveals that household-based analysis uncovers how heterogeneity
within the community leads
to different incentives for participation in the communal floodplain, while systemic
analysis reveals that interconnection between the managed ecosystem and adjacent
ecosystem influences the decisions to participate as well as the ecological
outcomes of the collective actions.
Key words: collective action, common-pool resource, ecosystem, floodplain,
forest use, heterogeneity, Lower Amazon, property rights, social capital, upland
ALESSANDRA SCHMITT
MARIA CECÕLIA MANZOLI TURATTI
MARIA CELINA PEREIRA DE CARVALHO
A AtualizaÁ„o do Conceito de Quilombo: Identidade e
TerritÛrio nas DefiniÁıes
TeÛricas
O presente artigo trata das novas definiÁıes sobre comunidades de quilombo, elabora- das a
partir da necessidade de reconhecimento oficial destas para que lhes seja asse- gurado o
16. direito constitucional de propriedade sobre suas terras. Discute -se aqui o abandono de
uma vis„o cristalizada pela historiografia cl·ssica baseada no isolamento
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17. Ambiente & Sociedade - Ano V - No 10 - 1o Semestre de 2002
dos quilombos, bem como de sua formaÁ„o ˙nica por meio das fugas, em prol de um conceito
ampliado que alÁa o territÛrio e a identidade - especialmente ligados ‡ resis- tÍncia ñ ‡
condiÁ„o de elementos fundamentais na determinaÁ„o destes agrupamen- tos sociais
denominados remanescentes de quilombo.
Palavras- chave: remanescentes de quilombo, identidade, territÛrio, resistÍncia.
New concept for quilombo: identity and territory within
theoretical definitions
The present article deals with new definitions of maroonsí communities elaborated
from the necessity to obtain official recognition which could ensure them the
constitutional right of property over their lands . It rejects a classic
historiography view which sustains the idea
of maroonsí isolation, as well as their unique formation by means of escaping, in
favor of an enlarged concept that elevates territory and identity ñ especially linked
to resistance ñ to the condition of crucial elements in determining these social
maroonsí remainders. Keywords: maroonsí remainders, identity,
groupings
territory, resistance.