O documento descreve o que é uma ata, sua estrutura e como deve ser escrita, incluindo um exemplo de ata de uma reunião entre deuses do Olimpo sobre o destino dos navegadores portugueses no Oriente.
1. Técnicas e Modelos de Escrita
A ata
Uma ata é um registo escrito de factos ocorridos e das decisões tomadas numa reunião.
Como escrever uma ata
Na elaboração da ata deverá(s):
- relatar os assuntos pela ordem em que foram relatados na reunião;
- reproduzir fielmente o essencial do que foi dito e decidido, de forma concisa;
- utilizar uma linguagem cuidada e objetiva;
- escrever todos os números por extenso.
Estrutura da ata
Numa ata, é obrigatório constarem os seguintes elementos:
- o número da ata (1);
- a data e a hora exata (2);
- o local da reunião (3);
- a natureza da mesma (4);
- a ordem de trabalhos (5);
- as pessoas convocadas – presentes e ausentes (6);
- a síntese das principais intervenções (7);
- as deliberações / decisões tomadas (8);
- a fórmula de encerramento (9);
- as assinaturas do presidente da reunião e do secretário (10).
Exemplo de uma ata
(1) Ata número ________
(2) Aos ___________ dias do mês de ___________, do ano de _______________________________, pelas
_________________ horas, decorreu (3) _______________________ uma reunião de (4) ___________________,
com a seguinte Ordem de Trabalhos: (5)
Ponto um - ______________________________________________________________________________;
Ponto dois - _____________________________________________________________________________;
Ponto três - _____________________________________________________________________________.
(6) A reunião foi presidida por __________________________________, estando todos presentes/ ausentes
_____________________________________________.
(7) (8) Relativamente ao ponto um da Ordem de Trabalhos, _______________________________________
Quanto ao segundo ponto, _______________________________________________________________ …
(9) Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a sessão, da qual se lavrou a presente ata que, depois
de lida e aprovada, vai ser assinada nos termos da lei.
(10) O Presidente da reunião: _______________________
O(A) Secretário(a): ____________________________
2. CONSÍLIO DOS DEUSES
Convocatória (Exemplo)
Ao abrigo do artigo nº 554 do Regulamento Interno do Olimpo, convoco todos os deuses
para participarem num consílio, a realizar no dia 22 de Novembro de 1497, pelas 15:00 horas, na
Grande Sala do Trono, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
Ponto único – destino dos navegadores portugueses e, consequentemente, o futuro do
Oriente.
O Presidente,
Júpiter
(Pai dos deuses)
Olimpo, 20 de Novembro de 1497
Ata (Exemplo)
Aos vinte e dois dias do mês de novembro de mil quatrocentos e noventa e sete, pelas quinze horas,
na Grande Sala do Trono, sob a presidência de Júpiter, com a presença de todos os deuses, teve lugar um
consílio, a fim de dar cumprimento à seguinte Ordem de Trabalhos:
Ponto único – destino dos navegadores portugueses e, consequentemente, o futuro do Oriente.
O consílio teve início com a intervenção do presidente da reunião, Júpiter, que começou por
glorificar os portugueses pelos seus feitos grandiosos, bravura e coragem – quer em tempos do passado quer
no momento presente - mostrando-se preocupado com eles, viajando por mares desconhecidos, numa frágil
nau e já cansados. Propôs, assim, que lhes fosse mostrada terra (na costa de África) para aí descansarem e
obterem indicações sobre o resto da rota marítima até à Índia.
Então, deu-se uma acesa discussão entre os deuses sobre esta questão.
Seguidamente, Baco, deus fundador da cidade de Nisa, senhor da Índia e adorado no Oriente,
interveio, opondo-se veementemente a esta proposta do Pai dos deuses, pois temia que, com a chegada dos
portugueses à Índia, tornando-se, assim, senhores do Oriente, a sua própria fama fosse esquecida. Mas a
deusa Vénus era grande admiradora do povo lusitano - por os achar muito semelhantes aos romanos,
reconhecer a enorme coragem e valor destes, pelo facto de ver os portugueses como um povo predestinado
ao sucesso, por considerar a língua portuguesa muito próxima do latim e, ainda, por saber que, tratando-se
de homens de sangue quente e fortes paixões, onde eles chegassem, ela seria sempre celebrada como deusa
do amor – e, deste modo, assumiu-se inteiramente a favor dos mesmos.
A discussão entre os deuses teve continuação, até que o deus da guerra, Marte, apoiando Vénus,
dirigiu-se a Júpiter e apresentou os seus argumentos: começou por referir que o Pai de todos os deuses era
senhor da razão e juiz sensato, portanto a sua posição seria a acertada; que Baco não passava de um
invejoso, não se podia dar-lhe ouvidos; que Júpiter não deveria voltar atrás com a sua palavra, no sentido de
se prestar auxílio aos portugueses, pois era sinal de fraqueza. Deveria, portanto, ser-lhes enviado Mercúrio, a
fim de lhes mostrar terra, para que se recompusessem da longa viagem que haviam já feito e soubessem
pormenores do caminho para a Índia.
Júpiter concordou com Marte, tendo, assim, ficado decidido dar-se, efetivamente, apoio aos
portugueses, de forma a eles poderem chegar ao destino, às terras longínquas do Oriente.
Nada mais havendo a tratar, deu-se por terminada a reunião, da qual se lavrou esta ata que, depois
de lida e aprovada, vai ser assinada pelo Presidente e por mim, que a secretariei.
O Presidente: Júpiter
O Secretário: Juno