O conhecimento sobre a importância do parto humanizado busca despertar nas gestantes e nos profissionais da saúde a necessidade de mudança no conceito de concepção materna.
VI FORUM INTERNACIONAL DE SAÚDE, ENVELHECIMENTO E REPRESENTAÇOES SOCIAIS
Simpósio: Saúde e Formação de Recursos
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
EM ENFERMAGEM
um Estudo de Caso
Fernando de Cardoso de Sousa
Florbela Nunes
cardoso_sousa@hotmail.com
UFPB/UNIPÊ João Pessoa, 22 Out 2013
O conhecimento sobre a importância do parto humanizado busca despertar nas gestantes e nos profissionais da saúde a necessidade de mudança no conceito de concepção materna.
VI FORUM INTERNACIONAL DE SAÚDE, ENVELHECIMENTO E REPRESENTAÇOES SOCIAIS
Simpósio: Saúde e Formação de Recursos
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
EM ENFERMAGEM
um Estudo de Caso
Fernando de Cardoso de Sousa
Florbela Nunes
cardoso_sousa@hotmail.com
UFPB/UNIPÊ João Pessoa, 22 Out 2013
Material muito bom sobre PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05.
Confira e deixe a sua opinião.
O Instituto Brasileiro Sou Enfermagem é uma Organização Social sem fins lucrativos e que estar de portas abertas para ajudar. Junte-se à nossa família. Chame seus amigos e venham participar.
#SouEnfermagem
Aula sobre segurança do paciente em pediatriaProqualis
Aula apresentada por Claudia Tavares Regadas, membro do Núcleo de Qualidade, Gestão do Risco e Segurança do Paciente (Qualiseris) – IFF/Fiocruz, durante webinar sobre 'Segurança do paciente em pediatria', realizado pelo Proqualis em novembro de 2019.
O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo – COREN-SP, gestão 2015- 2017, apresenta aos profissionais de Enfermagem de São Paulo a publicação “Processo de Enfermagem: Guia para a Prática”. O presente guia é fruto dos debates e conclusões do Grupo de Trabalho sobre a Sistematização da Assistência em Enfermagem – SAE do COREN-SP e visa encorajar a reflexão sobre a aplicação e o aprimoramento dessa ferramenta no dia a dia do profissional.
A Caderneta da Gestante é um instrumento fundamental para o registro das informações de acompanhamento da gestação e deve ser parte essencial do processo de trabalho dos profissionais de saúde, sendo utilizada em todas as consultas do pré-natal.
As informações inseridas na caderneta podem apoiar o profissional no diálogo com a gestante e nas ações de educação em saúde, e ajudam a gestante a esclarecer dúvidas, se preparar para o parto e a amamentação, conhecer seus direitos, os sinais de alerta, entre outros.
Com o objetivo de avaliar e qualificar as informações presentes na Caderneta da Gestante, bem como auxiliar no processo de trabalho dos profissionais de saúde, o Ministério da Saúde solicita aos profissionais, usuários e gestores do SUS que registrem suas dúvidas, sugestões e impressões relacionadas à nova Caderneta da Gestante em um formulário próprio.
Sua participação é essencial para qualificar a atenção e o cuidado pré-natal e garantir que as gestantes tenham acesso a informações adequadas para vivenciarem uma gravidez e um parto saudáveis.
O Brasil tem firmado compromissos internos e externos para a melhoria da qualidade da atenção à saúde prestada à gestante e ao recém-nascido com o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil.
No ano de 2004, no âmbito da Presidência da República, foi firmado o ”Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal” com o objetivo de articular os atores sociais mobilizados em torno da melhoria da qualidade de vida de mulheres e crianças.
No Pacto houve a adesão de 26 Unidades Federadas, em um movimento articulado com as
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde- CONASEMS, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - SEPM, a Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, entre outras instituições governamentais e da Sociedade Civil. Esse processo de pactuação foi considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) exemplar como modelo de mobilização
e diálogo social.
A redução da mortalidade neonatal foi assumida como umas das metas para a redução das desigualdades regionais no País em 2009 sob a coordenação do Ministério da Saúde.
O objetivo traçado foi de reduzir em 5% as taxas de mortalidade neonatal nas regiões da Amazônia Legal e do Nordeste brasileiro.
...
Material muito bom sobre PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05.
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Aula sobre segurança do paciente em pediatriaProqualis
Aula apresentada por Claudia Tavares Regadas, membro do Núcleo de Qualidade, Gestão do Risco e Segurança do Paciente (Qualiseris) – IFF/Fiocruz, durante webinar sobre 'Segurança do paciente em pediatria', realizado pelo Proqualis em novembro de 2019.
O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo – COREN-SP, gestão 2015- 2017, apresenta aos profissionais de Enfermagem de São Paulo a publicação “Processo de Enfermagem: Guia para a Prática”. O presente guia é fruto dos debates e conclusões do Grupo de Trabalho sobre a Sistematização da Assistência em Enfermagem – SAE do COREN-SP e visa encorajar a reflexão sobre a aplicação e o aprimoramento dessa ferramenta no dia a dia do profissional.
A Caderneta da Gestante é um instrumento fundamental para o registro das informações de acompanhamento da gestação e deve ser parte essencial do processo de trabalho dos profissionais de saúde, sendo utilizada em todas as consultas do pré-natal.
As informações inseridas na caderneta podem apoiar o profissional no diálogo com a gestante e nas ações de educação em saúde, e ajudam a gestante a esclarecer dúvidas, se preparar para o parto e a amamentação, conhecer seus direitos, os sinais de alerta, entre outros.
Com o objetivo de avaliar e qualificar as informações presentes na Caderneta da Gestante, bem como auxiliar no processo de trabalho dos profissionais de saúde, o Ministério da Saúde solicita aos profissionais, usuários e gestores do SUS que registrem suas dúvidas, sugestões e impressões relacionadas à nova Caderneta da Gestante em um formulário próprio.
Sua participação é essencial para qualificar a atenção e o cuidado pré-natal e garantir que as gestantes tenham acesso a informações adequadas para vivenciarem uma gravidez e um parto saudáveis.
O Brasil tem firmado compromissos internos e externos para a melhoria da qualidade da atenção à saúde prestada à gestante e ao recém-nascido com o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil.
No ano de 2004, no âmbito da Presidência da República, foi firmado o ”Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal” com o objetivo de articular os atores sociais mobilizados em torno da melhoria da qualidade de vida de mulheres e crianças.
No Pacto houve a adesão de 26 Unidades Federadas, em um movimento articulado com as
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde- CONASEMS, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - SEPM, a Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, entre outras instituições governamentais e da Sociedade Civil. Esse processo de pactuação foi considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) exemplar como modelo de mobilização
e diálogo social.
A redução da mortalidade neonatal foi assumida como umas das metas para a redução das desigualdades regionais no País em 2009 sob a coordenação do Ministério da Saúde.
O objetivo traçado foi de reduzir em 5% as taxas de mortalidade neonatal nas regiões da Amazônia Legal e do Nordeste brasileiro.
...
Biblioteca Municipal, segunda-feira, 8 de novembro de 2021
Conferência de José Manuel Antonino Belchior
Este grande homem, e entendem porque foi grande este são-brasense, que se divertia, e assimilava, na cadeira do barbeiro Antonino Calapez da Cruz, no Salão Chic, da Rua Gago Coutinho. Sabemos quanto este nosso ilustre letrado apreciava estes momentos de tosquia.
O nome da peste, pandemia ou praga, nomes por que estes fenómenos têm sido conhecidos, deriva da família dos Antoninos que governava o Império Romano desse tempo, do qual a nossa terra fazia parte.
Edital nº 01/2016
Residência Médica 2017
Programa de Residência Médica em Psiquiatria – HPSP
Programa de Residência Médica em Psiquiatria – Área de Atuação em Psiquiatria da Infância e da Adolescência – HPSP
Prevenção de Acidentes de Trabalho na Enfermagem.pdfHELLEN CRISTINA
Trabalho em equipe, comunicação e escrita.
Pensamento crítico, científico e criativo.
Análise crítica de dados e informações.
Atitude ética.
Bibliografia
B1 MORAES, Márcia Vilma Gonçalvez de. Enfermagem do Trabalho - Programas,
Procedimentos e Técnicas. São Paulo: IÁTRIA, 2012. E-book. ISBN 9788576140825
B2 LUCAS, Alexandre Juan. O Processo de Enfermagem do Trabalho. São Paulo:
IÁTRIA, 2004. E-book. ISBN 9788576140832
B3 CHIRMICI, Anderson; OLIVEIRA, Eduardo Augusto Rocha de. Introdução à
Segurança e Saúde no Trabalho. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. E-book.
ISBN 9788527730600
C1 CAMISASSA, Mara Queiroga. Segurança e Saúde no Trabalho: NRs 1 a 37
Comentadas e Descomplicadas. Rio de Janeiro: Método, 2022. E-book. ISBN
9786559645893
C2 OGUISSO, Taka; ZOBOLI, Elma Lourdes Campos Pavone. Ética e bioética: desafios
para a enfermagem e a saúde. Barueri: Manole, 2017. E-book. ISBN 9788520455333
C3 KURCGANT, Paulina. Gerenciamento em Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016. E-book. ISBN 9788527730198
C4 GUIMARÃES, Raphael Mendonça; MESQUITA, Selma Cristina de Jesus. GPS - Guia
Prático de Saúde - Enfermagem. Rio de Janeiro: AC Farmacêutica, 2015. E-book.
ISBN 978-85-8114-321-7
C5 BECKER, Bruna; OLIVEIRA, Simone Machado Kühn de. Gestão em enfermagem na
atenção básica. Porto Alegre: SAGAH, 2019. E-book. ISBN 9788595029637
A palavra PSICOSSOMATICA tem como raiz as palavras gregas: Psico (alma, mente), somática (corpo).
É a parte da medicina que estuda os efeitos da mente sobre o corpo.
Pessoas desajustadas emocionalmente tendem a ficarem mais doentes.
Exemplo do efeito da mente sobre o corpo: uma pessoa recebe uma notícia da morte de um parente. O choque emocional é muitas vezes tão forte que o cérebro desarma o "disjuntor" e a pessoa desmaia. Em alguns casos a descarga de hormônios e adrenalina no coração é tão forte que a pessoa morre na hora ao receber uma notícia terrível.
O que entra na sua mente ou coração pode em um instante te matar.
Maus sentimentos de rancor e mágoa podem envenenar o organismo lentamente.
A medicina psicossomática é uma concepção “holística” da medicina pluricausal que tem como objetivo estudar não a doença isolada, mas o homem doente, que é o paciente humanizado na sua mais completa perspectiva nosológica e ecológica. Numerosos argumentos parecem indicar a realidade das ligações clínicas e experimentais entre a vida emocional, os problemas psíquicos e o disfuncionamento de órgãos ou o aparecimento de lesões viscerais. Os estudos anatómicos e fisiológicos desempenham um papel capital ao nível do hipotálamo, do sistema límbico e dos diferentes sistemas neuroendocrinológicos (hipófise, corticoadrenal e medulloadrenal). No nível experimental, além de limitar as úlceras obtidas por diferentes técnicas no rato de laboratório, deve-se insistir nos experimentos de Weiss que mostraram que as úlceras pépticas do rato, sob certas condições, dependem de duas variáveis: o número de estímulos que o animal deve enfrentar e os feedbacks informativos mais ou menos úteis que recebe em troca. As investigações realizadas no doente mostram a importância dos problemas funcionais em relação às anomalias do sistema nervoso autônomo ou às anomalias dos gânglios intramurais, o que talvez explique a noção de órgãos-alvo dos problemas. Considerando os conceitos mais recentes que valorizam o papel dos fatores genéticos na determinação das doenças psicossomáticas, pode-se conceber que os determinantes psicológicos, afetivos ou ambientais, são cofatores que se integram a fatores somáticos, genéticos, constitucionais e nutricionais para produzir o quadro mórbido final.
1. HOSPITAL PSIQUIÁTRICO SÃO PEDRO
“LINHA DE TEMPO”
(1874 a 1957)
Edson Medeiros Cheuiche
Historiador do Serviço de memória do HPSP
1874 – Através da Lei nº 944, de 13 de maio, foi criado o asilo de
alienados em Porto Alegre na Província de São Pedro.
1879 – Por meio da Lei nº 1220, de 16 de maio, foi autorizado à
aquisição do terreno para a edificação do asilo de alienados.
1879 – No governo de Carlos Thompson Flores, através da Fazenda
Provincial, foi comprado o terreno da viúva Clara Rabelo por vinte e
cinco contos de réis para edificação do asilo de alienados. A área
conhecida como chácara da "Saúde" estava situada na estrada do
Mato Groso (atual Av. Bento Gonçalves) com “duzentas setenta e
oito braças de frente sul, da referida estrada e fundos ate o arroyo
da Azenha”.
1879 – Em 02 de dezembro foi lançada a pedra fundamental do
asilo de alienados na presença das autoridades e notáveis da
Província de São Pedro.
1884 – Através do Ato nº 58A, de 13 de junho, foi estabelecido o
Regulamento do Hospício São Pedro.
1884 – Elaborada em 16 de junho a ata da sessão da Mesa
Administrativa da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
aprovando o encargo da administração do Hospício São Pedro.
1884 – Os atos presidenciais nº 69 e nº 70, de 25 de junho,
nomearam, respectivamente, os 12 Grandes Protetores e as 12
Grandes Protetoras do Hospício São Pedro.
1884 – Inaugurado o Hospício São Pedro no dia 29 de junho,
domingo, às 13 horas, com a internação de 41 alienados provindos
da Santa Casa (25 alienados – 14 homens e 11 mulheres) e da
Cadeia Civil (16 alienados – 10 homens e 06 mulheres). O quadro
1
2. de pessoal previsto era de 14 funcionários, entre os quais um
médico, dois enfermeiros e uma enfermeira. A função de
farmacêutico só foi preenchida em1897.
1884 – Os jornais da capital da Província, “Mercantil” e “A
Federação”, noticiaram a fundação do Hospício São Pedro nas suas
edições de 30 de junho de 1884.
1884 – Emitido em 20 de dezembro o primeiro relatório sobre o
Hospício São Pedro pelo médico diretor Carlos Lisboa ao provedor
da Santa Casa, coronel Joaquim Pedro Salgado.
1884 – Ao afirmar que os alienistas recorriam a “medicina
sympthomatica”, conforme registrou em seu relatório, o doutor
Carlos Lisboa exibiu seu pensamento sobre a etiologia da doença
mental: “Combate os sympthomas, porque ele os conhece e porque
se apresentam; não vai a causa porque lhe escapa, ele a ignora”.
1885 – A visita da “Princesa Imperial Izabel, Condessa D’Eu”, ao
Hospício São Pedro, em 30 de janeiro, foi notícia do jornal
Mercantil, edição de 03 de fevereiro (terça-feira).
1886 – Os registros do relatório do chefe de polícia Joaquim Corrêa
de Oliveira Andrade registram considerações piedosas sobre os
onze alienados e quatro alienadas que ainda permaneciam na
Cadeia Civil por falta de vagas no Hospício São Pedro.
1886 – O relatório emitido pelo engenheiro Álvaro Nunes Pereira,
diretor da Repartição de Obras Públicas da Província de São Pedro,
registrou a conclusão do 3º pavilhão do São Pedro.
1888 – Com o falecimento do diretor Carlos Lisbôa do Hospício São
Pedro no dia 27 de abril, o provedor da Santa Casa indicou para
médico diretor o doutor Olympio Olinto de Oliveira.
1889 – Publicado o Ato nº 04, de 28 de novembro, do governador
político do Estado, transferindo o comando administrativo do
Hospício São Pedro para um médico que seria nomeado pelo
Governador do Estado, com atribuição de propor todas as
alterações que fossem necessárias no regulamento em vigor. Em
dezembro foi indicado pelo governador o médico Francisco de Paula
Dias de Castro.
2
3. 1892 – Estipulado através do Ato nº 346, de 08 de outubro, um
novo Regulamento para o Hospício São Pedro na administração do
diretor Francisco de Paula Dias de Castro. O quadro de pessoal
previsto foi de 28 funcionários, entre os quais um diretor médico e
um médico adjunto, cinco enfermeiros e quatro ajudantes, três
enfermeiras e três ajudantes.
1892 – O Ato nº 37, de 22 de outubro, sobre o Regulamento da
Brigada Militar, estipulou no Artigo 75, como função “Das Rondas e
Patrulhas”, no § 4º: “Conduzir ás respectivas estações ou postos
afim de serem representados á autoridade que deve tomar
conhecimento do facto: N.7 - Os que forem encontrados em estado
de embriaguez ou de alienação mental, bem como os que forem
encontrados a dormir nas ruas, praças, adros dos templos e
logares similhantes”.
1893 - O São Pedro passou a asilar 192 alienados em um
alojamento com 106 celas e 07 salas, com disponibilidade para 160
alienados.
1897 – Fundada a farmácia do São Pedro com o gerenciamento do
cidadão Reinaldo Hilt. Foram manipuladas 1.361 prescrições nos
primeiros cem dias de funcionamento.
1898 – Mesmo com as obras do 4º pavilhão em andamento foram
iniciadas em dezembro as edificações do 5º pavilhão do São Pedro.
1900 – No município de Porto Alegre, com 85.291 habitantes,
transitaram durante o ano pelo São Pedro 471 alienados, sendo
441 indigentes e 30 pensionistas, caracterizando uma modesta
arrecadação financeira proporcionada pelos alienados contribuintes.
1900 - O quadro estatístico dos admitidos em 1900 no São Pedro
apontou 08 alienados de 10 a 20 anos; 30 (20 a 30 anos); 42 (30 a
40 anos); 20 (40 a 50 anos); 12 (50 a 60 anos); 05 (60 a 70
anos); 01 (70 a 80 anos) e 01 (80 a 90 anos). Em relação ao
estado civil, 70 alienados solteiros; 40 casados; 07 viúvos e 02
ignorados. Quanto à etnia, foram 91 alienados brancos, 16 pardos e
12 pretos. Em termos de nacionalidade foram admitidos 92
brasileiros; 14 italianos; 03 franceses; 02 portugueses; 02
espanhóis; 02 suíços; 02 polacos; 01 alemão e 01 oriental. Por fim,
a situação profissional, os ofícios dos baixados: serviço doméstico
com 38 alienados; agricultores (27); jornaleiros ou tarefeiros (23);
3
4. comerciantes (08); costureiras (06); criadores (03); marítimos
(02); carpinteiros (02); tanoeiros (02); empregados públicos (02);
estudante (01); professor (01); militar (01); alfaiate (01); caixeiro
(01) e com profissão ignorada (01).
1901 - Dentre os 128 pacientes que foram acolhidos, somente 125
permaneceram internados de acordo com a classificação patológica,
cujas admissões foram por loucuras generalizadas (73 alienados);
loucuras parciais (15); loucuras toxicas (07); loucuras neuropáticas
(04); débeis (08); idiotas (02); imbecis (02); paralisia geral dos
alienados (10); loucura orgânica por esclerose cerebral (03) e
loucura orgânica por sífilis cerebral (01).
1901 - O “psychiatra” Dias de Castro solicitou demissão do cargo
de diretor após permanecer no comando da instituição manicomial
por onze anos e meio. Assumiu interinamente a direção sanitária e
administrativa do hospício o clínico Tristão de Oliveira Torres, em
julho de 1901.
1901 - Neste mesmo ano, em 20 de setembro, o presidente Borges
de Medeiros comunicou à Assembleia dos Representantes que o
Hospício São Pedro teve o acréscimo do quarto pavilhão, e que o
quinto estava com as obras bem adiantadas, o que possibilitaria,
depois de pronto, a instalação definitiva do “serviço hydrotherapico
e electrotherapicos”, o serviço econômico e o total isolamento dos
enfermos de moléstias somáticas.
1902 – Após um ano e meio como médico diretor interino do São
Pedro, desde 1º de julho de 1901, o clínico Tristão de Oliveira
Torres foi efetivado no cargo em 09 de dezembro de 1902. Para a
vaga de médico adjunto foi nomeado o doutor José Carlos Ferreira,
diplomado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
1903 – Através do Decreto nº 595, de 07 de fevereiro, foi
organizado pelo diretor Tristão de Oliveira Torres outro
Regulamento para o Hospício São Pedro. O quadro de pessoal
previsto foi de 37 funcionários, entre os quais um diretor médico e
um médico adjunto, cinco enfermeiros e nove ajudantes, três
enfermeiras e cinco ajudantes.
1903 - No relatório emitido pelo secretário de Estado dos Negócios
das Obras Públicas, João José Pereira Parobé, endereçado ao
presidente do Estado, Antonio Augusto Borges de Medeiros, ficou
4
5. registrado a conclusão dos atuais seis pavilhões da ala sul do
projeto original, com capacidade para 450 internos. O Hospício São
Pedro, por sua grandiosidade, foi tema de cartão postal.
1903 - Em 24 de novembro, trigésimo dia falecimento do líder
político republicano Júlio Prates de Castilhos, foi inaugurada a
“Galeria de Retratos dos Benfeitores do Hospício São Pedro” com a
colocação de sua fotografia.
1903 - A primeira legislação voltada para os alienados no Brasil foi
estabelecida no dia 22 de dezembro de 1903, por meio do Decreto
n° 1.132, quando o presidente brasileiro Rodrigues Alves sancionou
a Resolução do Congresso Nacional. A legislação, com uma visão
humanista, colocou o médico alienista como responsável pelo
tratamento dos alienados e proibiu o acolhimento dos insanos nas
cadeias dos municípios brasileiros.
1904 - A Lei nº 48, de 06 de dezembro, que orçou receita e
despesa para 1905, confirmou a previsão do presidente Borges de
Medeiros quando disponibilizou como despesa extraordinária os
valores de 60:000$000 réis para a “Installação de illuminação
electrica do Hospicio S. Pedro” e 150:000$000 réis para
continuação de suas obras. Neste ano foram construídos no São
Pedro as arcadas e o muro da grande área, bem como o
"calçamento a concreto de cimento das áreas e galerias”.
1904 – Nos últimos 20 anos o movimento de alienados no Hospício
São Pedro abrangeu 2.252 enfermos, sendo 1.299 nacionais e 553
estrangeiros (23,6%). Destes últimos, 354 eram homens e 199
mulheres. Nos últimos 13 anos, 433 estrangeiros procuraram
tratamento no São Pedro, sendo 210 italianos, representando 48%.
Este índice era semelhante aos hospícios de São Paulo e Buenos
Aires.
1905 – Na administração do doutor Tristão Torres persistiu a
ausência de uma anamnese completa dos alienados por ocasião das
internações no São Pedro. Este foi um problema contínuo desde a
inauguração do hospício, sendo motivo de constantes registros nos
relatórios emitidos pelos médicos-diretores que se sucederam.
1905 - A disparidade entre alguns municípios no pagamento dos
subsídios que constavam no regulamento do São Pedro foi
questionada pelo diretor Tristão Torres. Citou como exemplo “o rico
5
6. e opulento município de Pelotas” que contribuiu com uma anuidade
de 500$000 para o hospício, enquanto que São Leopoldo, Rio
Pardo, Santa Cruz e São João do Montenegro concorreram com
quantias bem mais substanciosas. Depois de Porto Alegre era de
Pelotas que mais convergiram alienados, sendo 42 no final de
1905, e mesmo assim contribuía com a mesma anuidade que o
município de Estrela, com 02 alienados internados no mesmo
período.
1906 – O presidente do Estado, Antonio Augusto Borges de
Medeiros, junto com o secretário do Interior e do Exterior, Protásio
Alves e do diretor médico Tristão Torres, seguindo a proposta dos
psiquiatras reunidos em Paris em 1889 e como prática adotada no
Rio de Janeiro, visitaram os sítios próximos ao São Pedro à procura
de um terreno para estabelecer uma colônia agrícola a ser ocupada
e trabalhada por alienados. A concretização do objetivo evitaria o
acúmulo de insanos no manicômio, ampliaria a praxiterapia e
diminuiria no orçamento estadual o ônus financeiro com a
manutenção do Hospício São Pedro.
1906 – Foram iniciadas as obras para a instalação da usina
geradora de eletricidade e a demarcação dos limites da chácara do
São Pedro através do seu cercamento com aramado e moirões de
granito.
1907 - Viagem do doutor Carlos Penafiel, comissionado pelo
Estado, à “Colônia de Lujan”, próxima a Buenos Aires na Argentina,
com o intuito de colher subsídios para o projeto de uma colônia
agrícola no perímetro do São Pedro.
1907 – Instalada a rede telefônica interna no Hospício São Pedro.
1908 – Com a exoneração do doutor Tristão Torres, por solicitação
do mesmo, foi nomeado diretor do Hospício São Pedro o doutor
Dioclécio Pereira da Silva, que permaneceu no comando da
instituição até 1924.
1908 - O doutor Dioclécio Pereira comunicou ao secretário Protásio
Alves a disponibilidade do Hospício São Pedro em aceitar a proposta
da Faculdade de Medicina e Farmácia de Porto Alegre de ministrar
os conhecimentos da disciplina de “Clínica Psiquiátrica” nas
dependências do hospício, o que veio acontecer neste mesmo ano.
6
7. 1909 - Foram empossados no São Pedro o farmacêutico André
Viveiros Machado e o médico clínico José Hecker. Também a
Faculdade de Medicina de Porto Alegre recebeu do Hospício São
Pedro “o material necessário” para que se procedessem "lições de
clínica psiquiátrica”.
1909 - Dentre os 543 alienados que compunha a população
manicomial no São Pedro, 70 eram italianos (12,89%), 14 alemães
(2,57%), 03 portugueses, 02 franceses, entre dezenas de outras
nacionalidades.
1910 – Assumiram o apostolado no São Pedro, como primeira
missão da Ordem no Estado do Rio Grande do Sul, as primeiras
quatro Irmãs da Congregação de São José de Chambêry (França),
sendo duas francesas e duas do Noviciado de Garibaldi (RS). A
comunidade atingiu o ápice em atividade em 1964, quando 87
Irmãs se dedicaram aos árduos serviços exigidos no atendimento
aos enfermos do hospital.
1910 – Em 1889 o São Pedro tinha 187 alienados; em 1900, 323, e
em 1910, 451. Entre 1889 e 1900 o crescimento foi de 72%, e de
1900 a 1910, de 40%. O decréscimo foi devido a forte campanha
feita pelos diretores Tristão Torres e depois Dioclécio Pereira, para
que as intendências pagassem ao São Pedro os valores pecuniários
regulamentares para o tratamento e asilamento dos alienados que
enviavam. Esta atitude dos diretores inibiu o envio indiscriminado
de alienados para o São Pedro.
1911 - A disciplina de “Clínica das Moléstias Mentais” da Faculdade
de Medicina de Porto Alegre continuava sendo oferecida
regularmente no Hospício São Pedro.
1911 - O Serviço Sanitário do São Pedro estava dividido em duas
Seções: a das moléstias mentais, a cargo do médico adjunto José
Carlos Ferreira, e o das moléstias somáticas, sob a gestão dos
médicos Dioclécio Pereira e José Hecker.
1912 - A aplicação da clinoterapia, “necessitando o doente de toda
sua energia nervosa para deter os progressos da decadência e da
desorganização do cérebro”, no Hospício São Pedro, um tratamento
para alienados agitados através do repouso no leito terminou com a
agitação sonora que perturbava os alienados tranquilos.
7
8. 1913 – O doutor Luiz José Guedes assumiu na vaga aberta no São
Pedro pela demissão a pedido do doutor José Hecker.
1913 - O doutor José Carlos Ferreira, chefe do Serviço de Moléstias
Mentais do Hospício São Pedro, registrou a presença de 23
alienados criminosos entre a população asilar.
1913 – Um novo quadro de pessoal foi estabelecido no Hospício
São Pedro para o ano seguinte com 49 funcionários. Faziam parte
três médicos (o diretor médico, o médico adjunto e mais outro
médico), sete enfermeiros e nove ajudantes, três enfermeiras e
duas ajudantes e seis enfermeiras religiosas.
1914 – No relatório anual da direção do São Pedro foi registrada a
conveniência de se criarem enfermarias em hospitais de caridade
do interior gaúcho, subvencionados pelo Estado, para os casos
agudos de doentes com moléstias mentais, diminuindo as longas e
penosas viagens dos alienados para Porto Alegre e
consequentemente o constante aumento da população asilar no
São Pedro. Os hospitais seriam escolhidos em cidades distribuídas
geograficamente e não por importância política ou econômica.
1914 - O crescimento da população manicomial foi motivo de um
acordo da direção do Hospício São Pedro com a Repartição das
Obras Públicas para a construção de mais um pavilhão para o
acolhimento dos alienados, sendo definitivamente abandonado o
primitivo plano arquitetônico de edificação do São Pedro, que
incluía mais seis pavilhões voltados para o norte e simétricos aos
que estavam construídos.
1915 – Aconteceu a primeira aposentadoria no Hospício São Pedro.
Após 21 anos de ofício público, o servidor foi jubilado por ter-se
“inutilizado” no serviço, conforme inspeção de saúde o qual foi
submetido.
1915 – Através do Decreto nº 2.144 A, de 03 de julho, foi
oficializado o Regulamento da “Colonia do Jacuhy”, localizada à
margem direita do rio Jacuí, no município de São Jerônimo, que foi
a primeira colônia agrícola do Hospício São Pedro. O quadro de
pessoal previsto era de 23 funcionários, entre os quais quatro
enfermeiros e seis ajudantes ou guardas. O médico responsável
deveria visitar a Colônia pelo menos uma vez por semana ou
quando se tornasse necessário, mesmo quando nela houvesse
8
9. médico residente. O médico deveria prestar seus serviços
profissionais também aos servidores da colônia.
1915 – Nomeado o doutor Antônio Carlos Penafiel para o cargo de
médico alienista do São Pedro. Atuou no Serviço Clínico e na
observação dos dezenove alienados criminosos abrigados na
Instituição.
1916 - Os serviços da farmácia do Hospício São Pedro foram
entregues para a Irmã Gertudes e sua ajudante Irmã Irene, ambas
da Congregação São José.
1916 - Implantada no Hospício São Pedro a “Classificação da
Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal” adotada no
Hospital Nacional de Alienados do Rio de Janeiro.
1917 – Começaram os estudos da conveniência da organização de
um laboratório de pesquisas clínicas no São Pedro. Foi inaugurado
em outubro o Serviço de Cirurgia Dentária com a nomeação do
odontologista Rache Vitello, que vinha atendendo desde os fins de
1916.
1917 - Uma grande quantidade de banheiras foi instalada no São
Pedro para serem utilizadas não só para os banhos higiênicos, mas
também para a terapêutica dos alienados. Estes banhos, com água
em temperatura controlada, possibilitaram que o Serviço de
Balneoterapia funcionasse dia e noite. O tratamento através de
banho frio para alienados em estado de “excitabilidade exagerada”
tinha sido indicado pelo doutor Carlos Lisbôa em 1884.
1917 - Ao longo do ano o movimento no São Pedro foi de 878
alienados, sendo 470 homens e 408 mulheres. Dentre as doenças
mentais que mais se manifestaram foram “as psycoses maníaco-
depressiva, representada por 192 casos, seguindo-se a demência
precoce em 171 individuos”. Os menores índices de mortalidade no
período de 1910 e 1917 no Hospício São Pedro aconteceram em
1911, 1912 e 1917, com percentuais respectivos de 8,05%, 8,28%
e 8,42%:
1918 - Nomeado o médico-cirurgião Octacilio Torres Rosa para o
lugar de médico de moléstias intercorrentes do Hospício São Pedro.
9
10. 1918 - Inaugurada a “Colonia do Jacuhy”. No primeiro momento
foram transferidos 60 alienados do São Pedro para a Jacuí, que
encerrou suas atividades em 1937.
1918 - Houve um movimento transitante no Hospício São Pedro de
947 alienados, sendo 135 de 1ª, 2ª e 3ª classes (14% -
pensionistas) e 812 alienados de 4ª classe (86% - indigentes)
incluindo os 60 alienados da Colônia do Jacuhy.
1918 - O odontologista João Rache Vitello realizou 3.200
atendimentos, com cerca de 1.400 extrações dentárias.
1918 - Em outubro foi inaugurado no São Pedro o Pavilhão de
Isolamento para as insanas tuberculosas. Nos dois meses seguintes
houve a pandemia da “influenza Hespanhola” em Porto Alegre,
acometendo de gripe 334 asilados (168 alienados e 166 alienadas)
no Hospício, 47 insanos da colônia e muitos funcionários da
instituição.
1918 - Um novo quadro de pessoal foi estabelecido no Hospício São
Pedro para o ano seguinte com 53 funcionários, entre os quais
quatro médicos (um diretor médico, um médico adjunto, um
médico psiquiatra e um médico de moléstias somáticas). Também
foi estipulado o quadro de pessoal dos 22 funcionários da Colônia
do Jacuí.
1919 – Seguiu em viagem de estudos para os Estados Unidos da
América, comissionado pelo Governo do Estado do Rio Grande do
Sul, o doutor Octacilio Torres Rosa. A viagem de um ano teve o
propósito de observar as cirurgias específicas para alienados, a
relação da ginecologia com as moléstias mentais e tudo que fosse
útil à assistência aos alienados no Hospício São Pedro.
1919 - Os exames clínico-biológicos e bacteriológicos dos alienados
do Hospício São Pedro foram executados mediante convênio com o
Instituto Oswaldo Cruz da Faculdade de Medicina de Porto Alegre.
1919 - Os 25 insanos considerados delinqüentes, que estavam
acolhidos em 1º de janeiro no São Pedro, aumentaram para 32 no
último dia do ano.
1919 - Uma grande quantidade de banheiras foi instalada no São
Pedro para serem utilizadas não só para os banhos higiênicos, mas
10
11. também para a terapêutica dos alienados. Estes banhos, com água
em temperatura controlada, possibilitaram que o Serviço de
Balneoterapia funcionasse dia e noite. O tratamento balneoterápico
com banho frio para alienados em estado de “excitabilidade
exagerada” tinha sido indicado pelo doutor Carlos Lisbôa em 1884.
1920 - Diversas medidas foram planejadas para qualificar o
atendimento aos alienados do São Pedro, dentre as quais a criação
de um instituto médico-pedagógico, como uma “medida higiênica
para os alienados de idade infantil” que estavam nas seções dos
insanos adultos.
1920 - No decorrer do ano de 1920 foi mantida a direção do
Hospício São Pedro com o médico Dioclécio Pereira na direção geral,
o doutor Octacilio Torres Rosa como responsável pelas Moléstias
Intercorrentes, o doutor Luiz José Guedes como alienista da 1ª
Divisão (homens) e o doutor José Carlos Ferreira como médico
adjunto e alienista da 2ª Divisão (mulheres), e como almoxarife,
André Viveiros Machado.
1921 - Na 1ª Divisão do São Pedro transitou 458 alienados, cujos
diagnósticos mais frequentes foram psicoses (hetero-tóxicas)
alcoolismo e demência precoce. Na 2ª Divisão, o movimento foi de
486 alienadas, cujo diagnóstico mais comum foi psicose maníaco-
depressiva. Foram aviadas ao longo do ano na farmácia do
Hospício, 12.118 fórmulas, sob a orientação da Irmã Gertudes e da
assistente Irmã Beatriz.
1921 - No último dia do ano, 672 alienados permaneceram no São
Pedro. Do total, três alienados tinham até 10 anos de idade e 55
alienados de 11 a 20 anos de idade.
1922 - A praxiterapia continuou facilitando a manutenção
administrativa da instituição. O trabalho como meio terapêutico e
econômico na 1ª Divisão foi concentrado nas tarefas de limpeza da
cozinha, dos refeitórios, das cavalariças, das cocheiras, da caiação
e pintura dos pavilhões; na 2ª Divisão, as ocupações prevaleceram
na lavanderia, nas costuras, no serviço de asseio, na pintura de
utensílios, no cuidado do jardim e na pequena horta das religiosas
de São José.
1922 - Novamente a direção do São Pedro sugeriu a criação de
enfermarias especiais em hospitais gerais de alguns municípios do
11
12. Estado. Dentre os argumentos apresentados para as autoridades do
Governo do Estado, sobressaía a de que as municipalidades
reuniam os alienados nos postos policiais até formarem um grupo
numeroso para enviarem ao Hospício da Capital, retardando a
internação e possibilitando o agravamento das moléstias com o
desgaste das longas viagens dos alienados para Porto Alegre.
1922 - O Decreto nº 3.026, de 26 de setembro, autorizou a criação
da Secção de Contabilidade no Hospício São Pedro, sendo
contratado em outubro um guarda-livros e dois escriturários.
1922 - No último dia do ano, o Serviço de Enfermagem do São
Pedro tratou 869 alienados internados, incluindo os 98 da Colônia
do Jacuhy. Atendeu com enfermeiros leigos na 1ª Divisão e com
religiosas as alienadas da 2ª Divisão. Somente em 1961 os
alienados indigentes do hospício foram atendidos pelas Irmãs de
São José, por solicitação expressa do médico diretor Luiz Ciulla.
1923 - Um novo quadro de pessoal foi estabelecido no Hospício São
Pedro com 65 funcionários, entre os quais quatro médicos (um
diretor médico, um médico ajudante, um médico psiquiatra e um
médico de moléstias somáticas), nove enfermeiros e onze
ajudantes, uma enfermeira e dois ajudantes, e quinze enfermeiras
religiosas. O quadro de pessoal da Colônia constou com 23
funcionários, cujas autoridades superiores continuavam sendo o
administrador e o enfermeiro-mór.
1924 – Com o falecimento do doutor Dioclécio Pereira assumiu a
direção do Hospício São Pedro o médico adjunto José Carlos
Ferreira, que permaneceu até 1926.
1924 – Através do Decreto nº 3.356, de 15 de agosto, foi
estabelecido o Regulamento para a Assistência a Alienados no
Estado do Rio Grande do Sul abrangendo também os
estabelecimentos particulares sob a fiscalização do Estado e o
Manicômio Judiciário que foi instituído nas próprias dependências
do Hospício São Pedro.
1924 – Por meio do Decreto nº 3.359, de 22 de agosto, foi
nomeado diretor do Manicômio Judiciário o médico Jacintho Godoy.
1924 – Estabelecido novos Quadros de Pessoal do Hospício São
Pedro, da Colônia do Jacuhy e do Manicômio Judiciário para o ano
12
13. seguinte. O Hospício São Pedro com 83 funcionários, entre os quais
cinco médicos (um diretor médico, um médico adjunto, dois
médicos alienistas e um médico de moléstias somáticas), doze
enfermeiros e dezenove ajudantes, uma enfermeira e duas
ajudantes, e vinte enfermeiras religiosas. A Colônia do Jacuhy
continuou com 23 funcionários e o Manicômio Judiciário com oito
servidores, entre os quais um diretor médico, um enfermeiro e
quatro guardas.
1925 - Criado o Regimento Interno para o Manicômio Judiciário
através do Decreto nº 3.454, de 04 de abril. O Manicômio foi o
segundo implantado no país e foi estabelecido no dia 05 de outubro
em uma parte do sexto pavilhão do prédio histórico do São Pedro.
Acolheu dezesseis alienados criminosos que se encontravam
internados no Hospício São Pedro. Os homens ficaram em parte do
sexto pavilhão do São Pedro e as mulheres permaneceram na
secção feminina do São Pedro.
1925 – Através do Decreto nº 3.564, de 31 de dezembro, foi
estipulado o Quadro de Pessoal do Manicômio Judiciário com 14
funcionários (um diretor, um administrador, um ajudante, um
enfermeiro-mór, quatro enfermeiros, quatro guardas, um porteiro e
um servente).
1925 – Aprovado pelo Decreto nº 3.550, de 29 de dezembro um
novo Regulamento para o Hospício São Pedro, nominado a partir de
então, por sugestão do secretário do Interior e Exterior, Antônio
Protásio Alves, de Hospital São Pedro.
1925 – Aprovada a tabela do Quadro de Pessoal do Hospital São
Pedro e os respectivos vencimentos. A área técnica contou com
cinco médicos (um diretor médico, três médicos psiquiatras e um
médico ginecologista) e três internistas. A farmácia continuava
sendo atendida por uma religiosa farmacêutica e duas ajudantes
religiosas.
1925 - O novo regulamento aprovado em 1925 para a instituição
manicomial tratou da criação de uma escola de enfermeiros na
própria instituição, mas que somente foi concretizada através do
Decreto nº 7.782, de 02 de Maio de 1939, na segunda
administração do médico Jacintho Godoy no Hospital São Pedro.
13
14. 1925 - O movimento geral no São Pedro no primeiro dia do ano foi
de 869 pacientes (316 homens e 455 mulheres) e 98 pacientes na
Colônia do Jacuhy. Entraram ao longo do ano 197 homens e 140
mulheres; reentraram 49 homens e 34 mulheres; saíram por
diversos motivos, 165 homens e 79 mulheres; faleceram 105
homens e 50 mulheres. A população transitante foi de 1.289
enfermos, ficando no São Pedro, no último dia do ano,
aproximadamente o dobro de mulheres (500) sobre o de homens
(276). A Colônia do Jacuhy terminou o ano com 109 homens.
1925 - A Clinica de odontologia, sob a responsabilidade do doutor
Rache Vitello, embora instalada em local inadequado e com
deficiência do material instrumental, proporcionou um serviço com
1.934 consultas e cerca de 4.700 procedimentos aos alienados.
1926 - O doutor Jacintho Godoy Gomes foi empossado em 11 de
novembro na direção da “Assistência a Alienados no Rio Grande do
Sul”, que incluiu o comando do Hospital São Pedro e do Manicômio
Judiciário. Foi o início de um período de reformas profundas no São
Pedro, proporcionando um novo discurso médico-psiquiátrico
voltado à promoção da saúde mental e de uma nova prática
terapêutica de avançada tecnologia à época.
1926 – Extintos os cargos de diretor do Hospital São Pedro e do
Manicômio Judiciário, sendo substituídos pelo diretor da Assistência
a Alienados. Foi elaborado um novo Quadro de Pessoal para o ano
seguinte. O Hospital São Pedro contou na área técnica com o
médico–diretor da Assistência, três médicos-chefes das secções de
doenças mentais, um cirurgião ginecologista, um cirurgião auxiliar,
um médico-chefe de laboratório, três internistas, um cirurgião
dentista. A presença intensa das religiosas no São Pedro com uma
farmacêutica e uma ajudante, uma enfermeira-mór e vinte e quatro
enfermeiras, uma costureira e uma “roupeira”.
1927 – Durante todo o ano de 1927 foi feita uma classificação das
“papeletas” (prontuários) dos internos, exigindo muitas vezes que
se recorresse à identificação judiciária. A conclusão da classificação
no final do ano permitiu que no primeiro dia do ano seguinte fosse
colocado em execução o novo regime de papeletas e dos Livros de
Admissão exigidos pelo Regulamento de Assistência a Alienados. O
número de internos no final do ano de 1927 era de 1.080
alienados.
14
15. 1927 – As 1ª e 2ª Divisões foram renomeadas, respectivamente,
para Divisão Pinel e Divisão Esquirol, homenageando os alienistas
franceses Phillipe Pinel e Jean-Étiene Dominique Esquirol.
1927 – O primeiro relatório sobre o Serviço de Cirurgia do São
Pedro emitido pelo doutor Octacilio Rosa, datado de 16 de abril,
registrou o funcionamento do almejado “grupo cirúrgico”, planejado
ao longo dos anos anteriores. As condições oferecidas pelo Serviço
foi motivo de orgulho não só dos médicos-cirurgiões da Instituição,
mas também de outros colegas que participavam em Porto Alegre
do IX Congresso Médico Brasileiro.
1927 - O objetivo primordial das imensas reformas efetuadas no
prédio do São Pedro foi o de adaptar o edifício aos modernos
serviços técnicos psiquiátricos e os de cunho administrativo que
estavam sendo implantada no hospital. Concebido e estruturado
arquitetonicamente para ser um asilo de alienados, o prédio passou
a ser modificado em sua composição estrutural interna,
obedecendo à funcionalidade proposta por um atualizado saber
médico-psiquiátrico.
1927 - Em vésperas de deixar o comando do Estado do Rio Grande
do Sul, em 25 de janeiro de 1928, o presidente do Estado Borges
de Medeiros, visitou o Hospital São Pedro em 31 de dezembro de
1927.
1928 - A proposta da direção da Assistência a Alienados de reunir
em terrenos adjacentes ao São Pedro todos os seus serviços,
inclusive a Colônia Agrícola, foi concretizada no dia 22 de outubro
de 1928, com a aquisição da Intendência Municipal da Chácara da
Figueira, localizada no nos fundos do São Pedro, cuja área de
815.767,50 m² foi adquirida pela quantia de 658:702$285 réis.
Incluía a atual área da Escola Superior de Educação Física da
UFRGS e do Jardim Botânico, limitada atualmente a oeste e sul pela
Rua Felizardo Furtado, a leste pela Avenida Cristiano Fischer e ao
norte pelo prolongamento da Rua Saicã, Rua doutor José C.
Bernardes e Rua eng. Antônio Carlos Tibiriçá. A Assistência a
Alienados tomou posse da nova propriedade no dia 1.º de
novembro, sendo incluídos na negociação todas as benfeitorias, os
animais e as plantações existentes, inclusive a de eucaliptos. Foi
dado o prazo de um ano para que o vendedor retirasse do imóvel
as plantas e utensílios que constituíam o Horto Florestal instalado
na chácara.
15
16. 1928 – Por iniciativa da direção do São Pedro e do município de
Porto Alegre, através de seu intendente Octávio Rocha, foi criado o
Posto de Psicopatas em 1928, na região do bairro Azenha,
proporcionando uma enfermaria especial de observação,
atendimento e tratamento emergencial aos alienados. Inaugurado
em 04 de setembro pelo major Alberto Bins, então Intendente
Municipal de Porto Alegre, o Posto de Psicopatas existiu por dez
anos, tempo em que os alienados foram resguardados de
freqüentarem os postos policiais da Capital.
1928 – Os jornais paulistas, “Estado de São Paulo” e “Diário
Nacional”, nas edições de 08 de setembro, repercutiram
favoravelmente a inauguração do Posto de Psicopatas em Porto
Alegre.
1928 – Visitaram o São Pedro em datas distintas o sanitarista
Belizário Penna quando esteve no Estado estudando assuntos de
saúde pública, e o cientista português João Coelho, delegado oficial
do “Comité da Presse Médicale de Paris”, nas jornadas médicas que
estavam sendo realizadas no Rio de Janeiro.
1928 - Os seis municípios que “contribuiram com maior contigente
de psychopathas” durante o ano de 1928 para o acolhimento no
São Pedro foram: Porto Alegre (540); Pelotas (99); Cachoeira (62);
Rio Grande (58); Santa Maria (44) e Caxias (40). Os percentuais de
pacientes enviados para o Hospital em relação às populações dos
seus municípios foram: 1.º Caxias (população – 31.880; alienados
– 40; 0,1125%), 2.º Pelotas (população – 93.350; alienados – 99;
0,106%); 3.º Rio Grande (população – 59.670; alienados – 58;
0,092%); 4.º Cachoeira (população – 67.859; alienados – 62;
0,091%) e 5.º Santa Maria (população – 52.700; alienados – 44;
0,083%).
1928 - Dos doentes estrangeiros que ingressaram no São Pedro, 18
eram italianos, 07 “polacos“, 06 russos, 05 uruguaios, 03
portugueses, 03 alemães, 03 espanhóis, 02 austríacos, 02
romenos, 02 holandeses, 01 argentino e 03 ignorados. Do total de
entradas o maior percentual de alienados esteve concentrado no
intervalo entre 26 a 30 anos.
1928 - Os doutores Fabio de Barros e Luiz Guedes eram os
responsáveis pelas “secções de observação” das Divisões Pinel e
Esquirol, as “secções de tratamento” das respectivas Divisões
16
17. estiveram a cargo dos dois irmãos e doutores Raul Jobim
Bittencourt e Januário Jobim Bittencourt.
1928 - O doutor Januário Bittencourt, a partir de 30 de setembro
entrou em licença por um ano para uma viagem à Europa com
objetivo de aperfeiçoar seus conhecimentos em neuropsiquiatria.
Como a viagem foi com todas as vantagens da função, o médico
ficou com a obrigação de se atualizar em assuntos psiquiátricos que
fossem do interesse do Hospital e no seu regresso apresentar um
relatório de acordo com um programa pré-elaborado pela direção
do São Pedro:
“I. Estudo da organisação dos serviços abertos de psychiatria.
O dispensario psychiatrico e sua apparelhagem laboratorial e de
psychologia experimental como factor de orientação e selecção
profissional e de prophylaxia das molestias mentaes.
A clinica aberta e a hospitalização livre.
II. estudo da organisação dos serviços da assistencia aos menores
anormaes da França, Allemanha e Belgica”.
1928 - Com o afastamento do doutor Januario Bittencourt, ficou em
seu lugar o doutor José Ferreira da Silva. Em outubro, o cirurgião
doutor Octacilio Torres Rosa se afastou para tratamento de saúde,
sendo nomeado para substituí-lo o doutor Jacy Carneiro Monteiro.
O doutor José Fernandes Barbosa foi o responsável pelo Serviço
Clínico da Colônia do Jacuí e das secções de crônicos das duas
Divisões, sendo que a partir de outubro a secção de crônicos da
Divisão Pinel ficou a cargo do doutor Waldemar Job, que tinha
requerido à Secretaria do Interior e Exterior prestar serviços
gratuítos ao Hospital São Pedro. As secções de pensionistas de
ambas as Divisões continuaram sendo atendidas pelo doutor Luiz
José Guedes, o médico com maior tempo de serviço no São Pedro.
O doutorando em medicina, Henrique Faillace, e os de 5.º ano,
Telemaco Estivalet Pires e Tenack Wilson de Souza, ocuparam os
cargos de internos.
1928 - A farmácia do Hospital, administrada pelas religiosas de São
José, aviaram ao longo do ano 24.989 fórmulas, sendo 24.277 para
o São Pedro, 556 para a Jacuí e 156 para o Manicômio Judiciário.
1928 - O atelier de costura na Divisão Esquirol foi frequentado por
um grande número de pacientes sob o comando das religiosas. A
produção ao longo do ano alcançou 1.559 calças de brim, 882
blusas de mescla, 21 blusas de brim, 672 capas para colchões e
17
18. 596 para travesseiros, 1.079 camisas para homens e 1.369 para
mulheres, 1.325 lençóis de algodão, 918 fronhas de algodão, 8
aventais de algodão, 38 gorros de algodão, 12 faixas de algodão,
163 aventais de cretone, 60 gorros cretone, 12 toalhas de cretone
para auscultação, 21 pares de mangas de cretone, 466 túnicas de
brim, 552 túnicas de baeta, 10 aventais impermeáveis, 88 oleados
para forrar camas e 29 mosquiteiros.
1928 - As receitas financeiras do Hospital São Pedro, que foram
superiores as do ano anterior, provieram da “Contribuição dos
pensionistas”, explicado pelo maior número de pacientes
contribuintes que estavam internados na Instituição, e da
“Contribuição das Intendencias”, resultado da pressão exercida pela
Secretaria do Interior para que as Intendências regularizassem
seus débitos com o São Pedro.
1929 – No dia 31 de janeiro de 1929, sob a orientação do doutor
Jacintho Godoy e o apoio do parasitologista Raul Franco Di Primio,
foi inoculado o primeiro doente no São Pedro a fim da remissão
completa ou melhorada das incidências de neurossífilis. O
procedimento só foi possível pela intervenção do doutor Raul Di
Primio que conseguiu a presença de três pessoas inoculadas com o
“hematozoário plasmódio vivax”, residentes em uma região
endêmica de malária no município de Torres,. O tratamento de
Malarioterapia, através do impaludismo, descoberto pelo psiquiatra
austríaco Julius Wagner-Jauregg, Prêmio Nobel de Medicina e
Fisiologia em 1927, foi o revolucionário método terapêutico
utilizado na Europa contra a bactéria “treponema pallidum”, agente
etiológico da sífilis cerebral que na fase terciária da infecção
(neurossífilis) causava paralisia geral.
1929 - No primeiro dia de 1929 estavam internados 1.060 insanos
no São Pedro, sendo 497 homens e 563 mulheres. A população
transitante ao longo do ano foi 1.795 enfermos. A cifra de altas foi
de 400 pacientes, sendo 200 considerados curados, 132
melhorados, 32 sem melhoras, 17 com altas provisórias, 11 que
fugiram, 2 foram transferidos para outros hospitais e 6 receberam
alta por não apresentarem doença mental. O índice de cura foi de
11,1%, um pouco inferior ao do ano anterior, mas não aos
percentuais de outros hospitais similares, e de 7,3% o de pacientes
melhorados. Os 201 óbitos no São Pedro representaram 11,1% da
população transitante, proporção menor que a do ano anterior. A
18
19. tuberculose pulmonar se constituiu como o maior agente dos
falecimentos, com 39 casos, equivalente a 19, 4% dos óbitos.
1929 – O Hospital São Pedro continuou com prestígio junto à classe
política do Estado do Rio Grande do Sul. No meio da tarde do dia 15
de junho, o diretor da Assistência a Alienados, doutor Jacintho
Godoy, acompanhado por funcionários e dos engenheiros Antônio
Siqueira, Paulo Chaves e José Rocha, encarregados das obras de
remodelação do Hospital, receberam o presidente do Estado,
Getulio Vargas, do secretário do Interior e Exterior, Oswaldo
Aranha, e do assistente-militar do presidente, major Krause do
Canto.
1932 – O Interventor Federal no Estado do Rio Grande do Sul, José
Antonio Flores da Cunha, exonerou o doutor Jacintho Godoy do
cargo de diretor de Assistência a Alienados no dia 25 de novembro
e nomeou através do Ato nº 440, de 25 de novembro, o doutor Luís
Guedes, chefe de seção do Hospital São Pedro, para exercer
interinamente a função de diretor da Assistência de Alienados.
1933 – O número de funcionários previstos para atuar no ano
seguinte no Hospital São Pedro e nas duas colônias foi de 180
servidores. O pessoal técnico era constituído por um médico diretor
da Assistência a Alienados, cinco alienistas chefes de seção das
Divisões Pinel e Esquirol, cinco internistas, um cirurgião da Divisão
Pinel e um cirurgião ginecologista da Divisão Esquirol, um cirurgião
dentista, um farmacêutica religiosa e três ajudantes religiosas.
1935 – Foram construídos dois dos seis pavilhões previstos na
Colônia Agrícola, situada nos fundos do Hospital São Pedro, para
acolher os alienados da Colônia do Jacuí, recebendo as
denominações de Pavilhão Dioclécio Pereira e Pavilhão José Carlos
Ferreira, em homenagem aos dois ex-diretores do Hospital.
1837 – Transferidos os alienados da Colônia do Jacuhy para a nova
Colônia Agrícola.
1837 – Um prédio próprio construído em um terreno fronteiro e
cedido pelo São Pedro, com capacidade para 160 pacientes,
acolheu o Manicômio Judiciário a partir de outubro de 1939 (o atual
Instituto Psiquiátrico Forense Dr. Maurício Cardoso), dando início ao
desmembramento da área original da chácara da “Saúde”,
comprada em 1879. Com a reforma da Repartição Central de
19
20. Polícia, passou o Manicômio Judiciário a jurisdição da Chefia de
Polícia.
1937 – No final de dezembro o doutor Jacintho Godoy reassumiu a
direção da Assistência a Alienados permanecendo até 1951.
1937 – Adquirido um aparelho de electrocardiografia e organizado o
respectivo Serviço no Hospital São Pedro pelo médico-internista
Rubens Maciel.
1938 – Realizado um concurso para o preenchimento de vagas de
psiquiatras no Hospital São Pedro. Foram aprovados os médicos
Luiz Pinto Ciulla, Victor de Brito Velho, Mário Martins e Cyro
Martins.
1838 – Criada uma nova Divisão para substituir a Secção de
Pensionistas, serviço misto de pacientes. A Divisão foi nomeada de
Morel, em homenagem a Benedict Augustin Morel, autor da
primeira classificação das doenças mentais baseada na etiologia.
1838 – O plantão médico, obrigatório por força do Artigo 4º, §
único, do Decreto nº 24.559, de 03 de julho, até então a cargo de
internistas remunerados, passou a ser efetuado por um médico
residente. Foi criado o Serviço Aberto (profilaxia mental) com
atendimento ambulatorial, embora o relatório emitido pelo doutor
Carlos Lisbôa, em 1884, tenha registrado que já praticava de forma
tímida esses atendimentos no então Hospício São Pedro.
1838 – Começou a funcionar o Serviço de Assistência Social
Psiquiátrico, sendo o Hospital São Pedro o primeiro estabelecimento
hospitalar no Estado a possuir um serviço de assistência social. Foi
concretizado o Serviço de Raios-X com a compra de um aparelho de
100.000 amperes e a nomeação do radiologista, doutor Norberto
Pegas. Também foram instaladas as Secções de Oftalmologia e
Otorrinolaringologia, com completa aparelhagem, que ficaram a
cargo, respectivamente, dos doutores Alfredo Schermann e Ruy
Osório que substituíram os doutores Gastão Torres, falecido, e o
demissionário Ari Pinto.
1838 - Foi adaptado um pavilhão para acolher o “Serviço
Anatomopatológico”, com uma sala de necropsia, um gabinete de
histologia e toda a aparelhagem necessária à pesquisa, e anexo
uma câmara funerária.
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21. 1838 - Na área das relações corporativistas da psiquiatria gaúcha
foi fundada em 28 de novembro a Sociedade de Neurologia e
Psiquiatria do Rio Grande do Sul. Sua primeira diretiva teve como
presidente o doutor Jacinto Godoy, como vice-presidente o doutor
Fábio de Barros e o doutor Cyro Martins como tesoureiro, e para
constituição dos estatutos os doutores Almir Alves, Dyonélio
Machado e Paulo Louzada. Todos estes médicos foram profissionais
da saúde mental no Hospital São Pedro.
1838 - A Diretoria de Assistência a Alienados do Rio Grande do Sul
passou a ser designada Diretoria de Assistência a Psicopatas.
1939 – Fundada a Escola Profissional de Enfermeiros do São Pedro,
prevista no Regulamento de 1925. O curso, com dois anos de
duração, funcionou por 14 anos, com 13 turmas, diplomando 191
alunos, entre os quais 20 Irmãs da Congregação São José. Os
formandos prestaram o juramento sobre o "Livro de Esquirol".
1940 – Ministrado no Hospital São Pedro o “Curso de Biopsicologia
Infantil”, onde médicos da Instituição instruíram noções básicas de
neuropsiquiatria aos professores das escolas públicas. Dentre os
médicos que atuavam no São Pedro e que ministraram o curso
estavam os médicos Mário Martins, Jacintho Godoy, Décio de
Souza, Cyro Martins, Avelino Costa, Raimundo Godinho, Ernesto La
Porta, Luiz Ciulla, Brito Velho, Murillo da Silveira, Leônidas Escobar
e Dionélio Machado.
1941 - Dentre os 2.250 enfermos que permaneceram no final do
ano no São Pedro, 290 eram estrangeiros, sendo 188 homens, 124
mulheres e 08 crianças, equivalendo ao percentual de 12,88% da
população manicomial internada no Hospital.
1943 – Foi publicado nos “Arquivos do Departamento Estadual de
Saude do Rio Grande do Sul” o trabalho intitulado “Resultado do
Tratamento pelo Electroshock”, efetuado no São Pedro, no primeiro
semestre de 1943, pelo doutor José Barros Falcão.
1944 - A partir de 02 de maio a psicocirurgia foi um dos novos
procedimentos introduzido no São Pedro pelo doutor Almir Alves,
nomeado cirurgião no São Pedro em 1º de fevereiro de 1927. No
ano seguinte foi publicado nos Arquivo do Departamento Estadual
de Saúde do Rio Grande do Sul o trabalho “Considerações sobre
psicocirurgia. Resultado da leucotomia cerebral em dez casos”,
21
22. elaborado pelos médicos do São Pedro, Luiz Ciulla e Almir Alves e
apresentado em Montevidéu, no “1.º Congresso Sul Americano de
Neurocirurgia”.
1944 - O Serviço Nacional de Doenças Mentais enviou em março ao
Hospital São Pedro uma nova classificação nosológica que em 02 de
maio foi adotada oficialmente.
1946 – O relatório de 1940 distinguiu o acontecimento de 11
partos, sendo 03 prematuros e um bebê nascendo morto; em 1942
ocorreram 10 partos simples e um aborto; em 1943, foram oito os
partos simples; em 1944, 14 partos simples e um aborto; em 1945,
13 partos com dois prematuros e em 1946, 13 partos e um aborto.
1947 - Dos 1.554 pacientes acolhidos no São Pedro se encontrava
um grupo majoritariamente de brancos, representado por um
percentual de 86,16%, sendo destes 64,82% de homens. Os
doentes “de côr”, representados por 13,83%, computavam 63,25%
de homens.
1947 - Dentre os 17 diagnósticos mais freqüentes nos enfermos
admitidos no São Pedro se encontravam 407 com indicação de
“esquizofrenia”, 194 pacientes com “oligofrenia”, 175 pacientes
com “psicoses hétero-tóxicas”, 136 pacientes com “psicose
maníaco-depressiva” e 110 pacientes com “personalidades
psicopáticas”. Os diagnósticos menos comum encontrados foram de
“paranóia” com 06 casos, “parafrenias e delírios crônicos
alucinatórios” com 11 casos e “neuro-sífilis (síf.cerebr.; psic.-táb.)
com 16 enfermos.
1947 - Como amostragem dos relatórios mensais, o boletim de
outubro registrou as ações desenvolvidas pelos diversos serviços,
seções e enfermarias da Instituição. O documento com as
informações foi datado em 12 de novembro constando dois
atendimentos através da “penicilinoterapia”.
1947 – O Serviço de Eletroconvulsoterapia funcionou regularmente
no São Pedro. No boletim mensal de janeiro, do Serviço de
Profilaxia Mental, assinado pelo doutor Murillo da Silveira, constam
40 aplicações de “Convulsoterapia pelo M. de Cerletti”. Os
aparelhos de eletroconvulsoterapia do Hospital foram fabricados na
própria Instituição pelo engenheiro Olmiro Ilgenfritz,
supervisionado pelo psiquiatra Álvaro Murilo da Silveira.
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23. 1948 – O relatório anual do doutor Junot Barreiro, médico-chefe da
Colônia Agrícola do São Pedro, registrou a composição do corpo
técnico com um médico clínico residente, um médico visitador
especializado em tisiologia, um odontologista, enfermeiros e
atendentes. O movimento de internos no último dia do ano foi 425
pacientes indigentes e 28 pensionistas.
1948 - O aparelho de eletroencefalografia do São Pedro se tornou o
primeiro e único no Estado, sendo utilizado pelos hospitais da
Brigada, Exército, Pronto Socorro e outras instituições particulares
de saúde. O Serviço foi instalado no São Pedro em 30 de setembro
de 1948, sendo designados os médicos Dyonélio Tubino Machado e
Ernesto Meirelles La Porta para organizarem e atenderem o Serviço,
respectivamente como chefe e assistente.
1948 – Foi instalado no São Pedro o “Gabinete de Identificação”,
em 28 de junho. O serviço foi alojado em salas localizadas no porão
do prédio principal que foram adaptadas para atender a sua
finalidade. Da inauguração até o último dia do ano foram
identificados e fotografados 1.801 pacientes. O procedimento era
uma prática corrente em todos os hospitais brasileiros de doentes
mentais.
1948 - A população que transitou no São Pedro em 1948, entre os
asilados e os que buscaram atendimentos psiquiátricos, ficando ou
não internados, foi de 5.492 pacientes, permanecendo no último
dia do ano no Hospital São Pedro, cerca de 2.300 enfermos, e na
Colônia Agrícola, 425 internos indigentes e 13 pensionistas.
1948 - A colônia manteve um contingente majoritariamente de
indigentes “tísicos e crônicos”. O movimento de doentes iniciou o
ano com 400 pacientes considerados indigentes e terminou com
425 internos. O número de pacientes pensionistas passou de 12
para 13 e o Serviço de Tisiologia, que tinha 113 enfermos
tuberculosos no início do ano, reduziu para 107 no final do ano.
1950 – Estabelecida a Secção de Pessoal do Hospital São Pedro.
Para uma população interna de 2.881 doentes mentais existiu um
quadro do Serviço Técnico com 165 servidores, entre enfermeiros,
atendentes e religiosas. A proporção exata deveria ser de 280
funcionários, ou seja, um auxiliar técnico para cada dez pacientes.
Houve um déficit de 115 funcionários técnicos. A falta de servidores
técnicos no turno da manhã só foi suprida com o trabalho dos
23
24. estudantes e praticantes da Escola Profissional de Enfermagem do
Hospital São Pedro.
1950 – O movimento do Laboratório do Hospital São Pedro,
coordenado pelo laboratorista Telêmaco Stivalet Pires, totalizou
17.311 exames laboratoriais em 1950, através das Secções de
Química, de Microscopia e Hematologia e de Sorologia no L.C.R.
1957 – O Relatório de Atividades Gerais da Secção de Estatística do
Hospital São Pedro registrou a presença de 16 psiquiatras, 20
clínicos e cirurgiões incluindo um radiologista e um laboratorista, 80
enfermeiros e 88 enfermeiras incluindo auxiliares, atendentes e
religiosas, que compunham o Quadro Técnico em atividade.
1957 - De acordo com o Serviço de Estatística do Hospital São
Pedro, a escala ascendente da população transitante, variou de 72
pacientes em 1884, para 613 em 1898, 1.494 em 1928, 3.068 em
1938, 5.492 em 1948, 6.103 em 1950 e 7.611 em 1957. No final
do último ano o número de asilados era de 3.280, sendo 1.740
homens e 1.540 mulheres. A população transitante no São Pedro
de 1929 a 1969 foi de 150.000 pacientes.
1957 – Concorreram 254 pacientes às sessões de Psicoterapia de
Grupo, uma nova modalidade de atendimento especializado
inaugurada no Serviço Aberto.
1957 - Estabelecido o Curso de Formação em Psiquiatria da
disciplina de Psiquiatria e Medicina Legal da Faculdade de Medicina
da UFRGS, organizado pelos profs. David Zimmermann e Paulo Luiz
Viana Guedes, na divisão Melanie Klein do Hospital São Pedro.
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