Este documento discute o autocuidado de pacientes com diabetes mellitus em uma unidade de atenção primária no Rio de Janeiro. O objetivo é identificar as orientações para autocuidado desses pacientes no programa de diabetes da unidade. O documento revisa literatura sobre diabetes e fatores de risco, e descreve a coleta de dados sobre autocuidado de 22 pacientes entrevistados. Os achados mostram baixa adesão ao autocuidado e falta de conhecimento sobre aspectos importantes para a qualidade de vida com a doença.
O documento discute a organização da atenção em saúde bucal na Atenção Básica, destacando a importância da integração com as demais áreas da saúde e dos princípios da Atenção Básica como acessibilidade, longitudinalidade e integralidade. Também aborda as ações das equipes de saúde na atenção a usuários hipertensos, como a orientação sobre a importância do cuidado bucal.
O documento discute as estratégias de atendimento para pessoas com diabetes na atenção básica de saúde, destacando a importância da equipe multidisciplinar na rede básica e dos vínculos com a população para identificar e acompanhar casos. O plano terapêutico deve estabelecer metas individuais e acompanhamentos periódicos de acordo com cada caso.
O documento discute os princípios da atenção básica em saúde bucal no Sistema Único de Saúde brasileiro, incluindo acessibilidade, longitudinalidade e integralidade do cuidado. Também fornece orientações sobre o cuidado odontológico de pacientes hipertensos, como a escolha apropriada de anestésicos locais.
1. O documento discute o sedentarismo como um fator de risco para doenças crônicas, identificando-o como um problema de saúde pública devido à sua associação com o desenvolvimento dessas doenças e redução da qualidade de vida.
2. É definido quem é considerado sedentário de acordo com o gasto energético abaixo de 2.200 kcal por semana e são listados os benefícios do exercício físico contrapondo-se aos efeitos negativos do sedentarismo.
3. Recomenda-se
O documento discute o autocuidado apoiado para pessoas com doenças crônicas. Aborda os sentimentos complexos do adoecimento, a necessidade de novas adaptações com doenças crônicas e o controle do tratamento. Também descreve o modelo dos 5 As para fornecer autocuidado apoiado: avaliação, aconselhamento, acordo, assistência e acompanhamento. A atenção básica deve capacitar pessoas a gerenciarem suas próprias condições por meio deste modelo.
O documento discute a abordagem de atenção centrada na pessoa no sistema de saúde, sugerindo que ela considere os aspectos físicos, socioculturais e psíquicos do indivíduo. A atenção centrada na pessoa coloca o indivíduo no centro do processo de cuidados, diferentemente da abordagem centrada na doença.
A educação em saúde tradicional no Brasil surgiu no início do século XX para controlar epidemias que ameaçavam a economia. Inicialmente focada em campanhas autoritárias, evoluiu para centros de saúde na era Vargas, mas permaneceu limitada. Na década de 1970, surgiu a educação popular em saúde, com foco no diálogo e empoderamento das comunidades.
O documento discute as recomendações para prescrever atividade física para pessoas com diabetes, incluindo como a atividade física beneficia o paciente diabético através de adaptações fisiológicas, a importância de monitorar a glicose antes, durante e depois do exercício, e orientações sobre alimentação e aplicação de insulina em relação à atividade física.
O documento discute a organização da atenção em saúde bucal na Atenção Básica, destacando a importância da integração com as demais áreas da saúde e dos princípios da Atenção Básica como acessibilidade, longitudinalidade e integralidade. Também aborda as ações das equipes de saúde na atenção a usuários hipertensos, como a orientação sobre a importância do cuidado bucal.
O documento discute as estratégias de atendimento para pessoas com diabetes na atenção básica de saúde, destacando a importância da equipe multidisciplinar na rede básica e dos vínculos com a população para identificar e acompanhar casos. O plano terapêutico deve estabelecer metas individuais e acompanhamentos periódicos de acordo com cada caso.
O documento discute os princípios da atenção básica em saúde bucal no Sistema Único de Saúde brasileiro, incluindo acessibilidade, longitudinalidade e integralidade do cuidado. Também fornece orientações sobre o cuidado odontológico de pacientes hipertensos, como a escolha apropriada de anestésicos locais.
1. O documento discute o sedentarismo como um fator de risco para doenças crônicas, identificando-o como um problema de saúde pública devido à sua associação com o desenvolvimento dessas doenças e redução da qualidade de vida.
2. É definido quem é considerado sedentário de acordo com o gasto energético abaixo de 2.200 kcal por semana e são listados os benefícios do exercício físico contrapondo-se aos efeitos negativos do sedentarismo.
3. Recomenda-se
O documento discute o autocuidado apoiado para pessoas com doenças crônicas. Aborda os sentimentos complexos do adoecimento, a necessidade de novas adaptações com doenças crônicas e o controle do tratamento. Também descreve o modelo dos 5 As para fornecer autocuidado apoiado: avaliação, aconselhamento, acordo, assistência e acompanhamento. A atenção básica deve capacitar pessoas a gerenciarem suas próprias condições por meio deste modelo.
O documento discute a abordagem de atenção centrada na pessoa no sistema de saúde, sugerindo que ela considere os aspectos físicos, socioculturais e psíquicos do indivíduo. A atenção centrada na pessoa coloca o indivíduo no centro do processo de cuidados, diferentemente da abordagem centrada na doença.
A educação em saúde tradicional no Brasil surgiu no início do século XX para controlar epidemias que ameaçavam a economia. Inicialmente focada em campanhas autoritárias, evoluiu para centros de saúde na era Vargas, mas permaneceu limitada. Na década de 1970, surgiu a educação popular em saúde, com foco no diálogo e empoderamento das comunidades.
O documento discute as recomendações para prescrever atividade física para pessoas com diabetes, incluindo como a atividade física beneficia o paciente diabético através de adaptações fisiológicas, a importância de monitorar a glicose antes, durante e depois do exercício, e orientações sobre alimentação e aplicação de insulina em relação à atividade física.
O documento discute as relações entre saúde bucal e diabetes mellitus, incluindo o risco aumentado de doenças gengivais para pessoas com diabetes, o potencial de doenças gengivais afetarem o controle da glicemia, e sinais e sintomas bucais relacionados ao diabetes. Ele também fornece diretrizes para a anamnese, exame e tratamento odontológico de pacientes com e sem diabetes.
O documento discute os níveis de prevenção em saúde (primária, secundária, terciária e quaternária) e se foca na prevenção quaternária. A prevenção quaternária visa proteger indivíduos de intervenções médicas excessivas e inapropriadas, identificando aqueles em risco de tratamento excessivo. O documento também discute os riscos do excesso de rastreamento, tratamento de fatores de risco e exames complementares.
O documento apresenta o Modelo de Cuidado de Crônicas, desenvolvido por Edward Wagner em 1998 para melhor gerenciar doenças crônicas. O modelo propõe uma abordagem multidimensional e centrada na Atenção Primária, estruturada em pilares como organização da saúde, autocuidado apoiado e suporte clínico. O objetivo é uma resposta complexa a um problema complexo, melhores resultados clínicos e funcionais.
O documento discute a atenção clínica à saúde bucal de pessoas com diabetes, enfatizando a integração entre a equipe de saúde bucal e a de atenção básica para melhorar a saúde e bem-estar desses pacientes. Infecções bucais podem piorar o controle glicêmico, portanto é importante facilitar o acesso a cuidados odontológicos e orientar sobre a importância da saúde bucal.
O documento discute o tratamento da diabetes mellitus, definindo a doença e classificando seus tipos. Ele explica que o tratamento não medicamentoso, incluindo mudanças no estilo de vida, é fundamental para o controle glicêmico e deve ser verificado em cada consulta.
1. O documento apresenta diretrizes para a sistematização do cuidado de nutrição no âmbito hospitalar e outros serviços de saúde no Brasil, visando padronizar as ações e otimizar recursos.
2. São descritas as etapas da sistematização, incluindo triagem de risco nutricional, avaliação do estado nutricional, níveis de assistência, diagnósticos, intervenção e acompanhamento nutricional.
3. Também são apresentadas informações sobre a Política Nacional de Alimentação e Nutri
As redes de atenção à saúde possuem cinco componentes estruturais: 1) pontos de atenção à saúde, 2) centro de comunicação na atenção básica, 3) sistemas logísticos, 4) sistemas de apoio e 5) sistema de governança. A atenção básica coordena os fluxos entre os pontos de atenção e o sistema de governança integra funcionalmente os demais componentes da rede.
O documento discute o câncer bucal, seu diagnóstico precoce e prevenção. Fatores de risco incluem tabaco, álcool e HPV. Lesões como manchas e nódulos devem ser avaliadas por profissionais de saúde, que podem encaminhar para tratamento como cirurgia e radioterapia.
Aula sobre cuidados paliativos e segurança do pacienteProqualis
Aula apresentada por Filipe Tavares Gusman, vice-presidente da Regional Sudeste da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, durante webinar sobre 'Cuidados paliativos e segurança do paciente', realizado pelo Proqualis em agosto de 2019.
Apresentação jose mauro l opes principiosCarla Couto
O documento descreve os princípios fundamentais da Medicina de Família e Comunidade. Apresenta quatro princípios principais: I) o médico de família é um profissional qualificado; II) a Medicina de Família é influenciada pela comunidade; III) o médico de família atende uma população definida; e IV) a relação profissional com o paciente é fundamental. Estes princípios guiam a abordagem centrada na pessoa, família e comunidade de forma integral e contextualizada.
O documento discute o autocuidado apoiado, uma técnica utilizada na Atenção Primária e Secundária para apoiar pacientes com fatores de risco ou condições crônicas. A técnica baseia-se em avaliação, aconselhamento, acordo e acompanhamento do paciente para gerenciar sua saúde. O documento descreve os objetivos, etapas e estágios de motivação para mudança de comportamento do paciente no âmbito do autocuidado apoiado.
O documento discute fatores que afetam a adesão ao tratamento de pacientes hipertensos na atenção básica. Ele descreve que a falta de adesão continua sendo um grande problema e que intervenções efetivas envolvem melhorar a comunicação com o paciente, fornecer informações adequadas e aplicar estratégias combinadas como lembretes e apoio familiar.
Formação cuidado farmacêutico_crfmg_2015_finalangelitamelo
O documento discute a educação baseada na comunidade e como os farmacêuticos clínicos podem atuar na atenção primária à saúde. Aborda a importância da interdisciplinaridade, do vínculo com a comunidade e da competência cultural. Também descreve experiências de estágio de estudantes de farmácia em unidades de saúde e visitas domiciliares para rastreamento de pacientes e educação farmacêutica.
O documento discute a prevenção e manejo de complicações agudas da hiperglicemia e hipoglicemia no diabetes, incluindo sinais e sintomas, conduta no atendimento imediato e orientações para pacientes e familiares.
O cuidado centrado na pessoa prevê que profissionais de saúde devem trabalhar colaborativamente com o paciente, construindo um tratamento que esteja adaptado às suas necessidades individuais. Isso deve ser feito com dignidade, compaixão e respeito. O conceito foi desenvolvido no início da década de 1980 e ainda pode ser considerado um método novo.
O documento apresenta protocolos de enfermagem para a atenção primária à saúde no Rio de Janeiro em 2012. Foi elaborado em conjunto pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil e contém protocolos sobre humanização, acolhimento e cuidados para saúde da criança.
O documento discute o método clínico centrado na pessoa. Aborda princípios como a exploração da experiência do paciente com a doença, o entendimento global da pessoa, e a busca de objetivos comuns entre médico e paciente. Também trata da incorporação de medidas de prevenção e promoção da saúde e da melhoria da relação médico-paciente.
O documento descreve a Abordagem Centrada na Pessoa como uma ferramenta para estimular o autocuidado no Diabetes mellitus. A abordagem fornece 6 componentes essenciais: 1) Explorar a doença e experiência da pessoa, 2) Entender a pessoa como um todo, 3) Elaborar objetivos comuns de manejo, 4) Incorporar prevenção e promoção da saúde, 5) Fortalecer a relação médico-pessoa, 6) Ser realista sobre tempo, equipe e recursos. O foco é entender completamente a pessoa e elabor
1) O documento discute a prevalência do pé diabético e a assistência a pacientes na Atenção Básica no Brasil. 2) Há uma alta prevalência de complicações nos pés de pessoas com diabetes, como úlceras e amputações. 3) A avaliação regular dos pés é essencial para prevenção, porém os registros médicos indicam que essa avaliação nem sempre é feita de forma adequada na Atenção Básica.
O documento discute a percepção de enfermeiros sobre o cuidado a pacientes diabéticos na atenção primária. Os enfermeiros percebem que o cuidado é importante e foca na educação em saúde para promover autocuidado e adesão ao tratamento. No entanto, eles enfrentam desafios como alta demanda e falta de recursos que dificultam o cuidado adequado.
The diabetes mellitus (DM) is a complex chronic condition because of multiple factors involved in the treatment. It is considered a major public health problem, because of the number of people affected, the generated disabilities, premature mortality, as well as the costs involved in controlling and treating its complications. An important issue in diabetes education is the monitoring of glycemic control, recommended as part of their treatment. Tight glycemic control is a major factor in preventing chronic complications or delay its progression. The objective was to draw up an action plan on the self-monitoring of blood glucose at home for patients with diabetes mellitus; checking implementation of self-monitoring of blood glucose at home by people with diabetes who are accompanied by a Basic Health Unit in Fortaleza Ceara; characterize the study population according to sociodemographic and clinical variables and carry out educational activities. It is a study action research, which will be held by professionals of the Family Health Unit. The intervention project will take place over a period of five months, from August to December 2015, by conducting five workshops, with monthly meetings in which to investigate the data on the demographic and clinical social profile; and whether or not the self-monitoring of blood glucose at home by people with diabetes and conducting educational activities with the following topics: risk factors and complications of the disease; how to achieve the targets for disease control, information about drug treatment, guidelines on the importance of self-monitoring of blood glucose. It is intended to give effect to this intervention project that the community increase their level of information on the management of diabetes and so gain greater subsidy for self-care; reduce patients who come to the office with decompensated glucose levels; increase the number of people who perform self-monitoring of blood glucose at home and contribute to the achievement of a control of blood glucose levels in a more satisfactory way.
Keywords: Diabetes Mellitus. Self-monitoring of blood glucose. Health Promotion.
O documento discute as relações entre saúde bucal e diabetes mellitus, incluindo o risco aumentado de doenças gengivais para pessoas com diabetes, o potencial de doenças gengivais afetarem o controle da glicemia, e sinais e sintomas bucais relacionados ao diabetes. Ele também fornece diretrizes para a anamnese, exame e tratamento odontológico de pacientes com e sem diabetes.
O documento discute os níveis de prevenção em saúde (primária, secundária, terciária e quaternária) e se foca na prevenção quaternária. A prevenção quaternária visa proteger indivíduos de intervenções médicas excessivas e inapropriadas, identificando aqueles em risco de tratamento excessivo. O documento também discute os riscos do excesso de rastreamento, tratamento de fatores de risco e exames complementares.
O documento apresenta o Modelo de Cuidado de Crônicas, desenvolvido por Edward Wagner em 1998 para melhor gerenciar doenças crônicas. O modelo propõe uma abordagem multidimensional e centrada na Atenção Primária, estruturada em pilares como organização da saúde, autocuidado apoiado e suporte clínico. O objetivo é uma resposta complexa a um problema complexo, melhores resultados clínicos e funcionais.
O documento discute a atenção clínica à saúde bucal de pessoas com diabetes, enfatizando a integração entre a equipe de saúde bucal e a de atenção básica para melhorar a saúde e bem-estar desses pacientes. Infecções bucais podem piorar o controle glicêmico, portanto é importante facilitar o acesso a cuidados odontológicos e orientar sobre a importância da saúde bucal.
O documento discute o tratamento da diabetes mellitus, definindo a doença e classificando seus tipos. Ele explica que o tratamento não medicamentoso, incluindo mudanças no estilo de vida, é fundamental para o controle glicêmico e deve ser verificado em cada consulta.
1. O documento apresenta diretrizes para a sistematização do cuidado de nutrição no âmbito hospitalar e outros serviços de saúde no Brasil, visando padronizar as ações e otimizar recursos.
2. São descritas as etapas da sistematização, incluindo triagem de risco nutricional, avaliação do estado nutricional, níveis de assistência, diagnósticos, intervenção e acompanhamento nutricional.
3. Também são apresentadas informações sobre a Política Nacional de Alimentação e Nutri
As redes de atenção à saúde possuem cinco componentes estruturais: 1) pontos de atenção à saúde, 2) centro de comunicação na atenção básica, 3) sistemas logísticos, 4) sistemas de apoio e 5) sistema de governança. A atenção básica coordena os fluxos entre os pontos de atenção e o sistema de governança integra funcionalmente os demais componentes da rede.
O documento discute o câncer bucal, seu diagnóstico precoce e prevenção. Fatores de risco incluem tabaco, álcool e HPV. Lesões como manchas e nódulos devem ser avaliadas por profissionais de saúde, que podem encaminhar para tratamento como cirurgia e radioterapia.
Aula sobre cuidados paliativos e segurança do pacienteProqualis
Aula apresentada por Filipe Tavares Gusman, vice-presidente da Regional Sudeste da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, durante webinar sobre 'Cuidados paliativos e segurança do paciente', realizado pelo Proqualis em agosto de 2019.
Apresentação jose mauro l opes principiosCarla Couto
O documento descreve os princípios fundamentais da Medicina de Família e Comunidade. Apresenta quatro princípios principais: I) o médico de família é um profissional qualificado; II) a Medicina de Família é influenciada pela comunidade; III) o médico de família atende uma população definida; e IV) a relação profissional com o paciente é fundamental. Estes princípios guiam a abordagem centrada na pessoa, família e comunidade de forma integral e contextualizada.
O documento discute o autocuidado apoiado, uma técnica utilizada na Atenção Primária e Secundária para apoiar pacientes com fatores de risco ou condições crônicas. A técnica baseia-se em avaliação, aconselhamento, acordo e acompanhamento do paciente para gerenciar sua saúde. O documento descreve os objetivos, etapas e estágios de motivação para mudança de comportamento do paciente no âmbito do autocuidado apoiado.
O documento discute fatores que afetam a adesão ao tratamento de pacientes hipertensos na atenção básica. Ele descreve que a falta de adesão continua sendo um grande problema e que intervenções efetivas envolvem melhorar a comunicação com o paciente, fornecer informações adequadas e aplicar estratégias combinadas como lembretes e apoio familiar.
Formação cuidado farmacêutico_crfmg_2015_finalangelitamelo
O documento discute a educação baseada na comunidade e como os farmacêuticos clínicos podem atuar na atenção primária à saúde. Aborda a importância da interdisciplinaridade, do vínculo com a comunidade e da competência cultural. Também descreve experiências de estágio de estudantes de farmácia em unidades de saúde e visitas domiciliares para rastreamento de pacientes e educação farmacêutica.
O documento discute a prevenção e manejo de complicações agudas da hiperglicemia e hipoglicemia no diabetes, incluindo sinais e sintomas, conduta no atendimento imediato e orientações para pacientes e familiares.
O cuidado centrado na pessoa prevê que profissionais de saúde devem trabalhar colaborativamente com o paciente, construindo um tratamento que esteja adaptado às suas necessidades individuais. Isso deve ser feito com dignidade, compaixão e respeito. O conceito foi desenvolvido no início da década de 1980 e ainda pode ser considerado um método novo.
O documento apresenta protocolos de enfermagem para a atenção primária à saúde no Rio de Janeiro em 2012. Foi elaborado em conjunto pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil e contém protocolos sobre humanização, acolhimento e cuidados para saúde da criança.
O documento discute o método clínico centrado na pessoa. Aborda princípios como a exploração da experiência do paciente com a doença, o entendimento global da pessoa, e a busca de objetivos comuns entre médico e paciente. Também trata da incorporação de medidas de prevenção e promoção da saúde e da melhoria da relação médico-paciente.
O documento descreve a Abordagem Centrada na Pessoa como uma ferramenta para estimular o autocuidado no Diabetes mellitus. A abordagem fornece 6 componentes essenciais: 1) Explorar a doença e experiência da pessoa, 2) Entender a pessoa como um todo, 3) Elaborar objetivos comuns de manejo, 4) Incorporar prevenção e promoção da saúde, 5) Fortalecer a relação médico-pessoa, 6) Ser realista sobre tempo, equipe e recursos. O foco é entender completamente a pessoa e elabor
1) O documento discute a prevalência do pé diabético e a assistência a pacientes na Atenção Básica no Brasil. 2) Há uma alta prevalência de complicações nos pés de pessoas com diabetes, como úlceras e amputações. 3) A avaliação regular dos pés é essencial para prevenção, porém os registros médicos indicam que essa avaliação nem sempre é feita de forma adequada na Atenção Básica.
O documento discute a percepção de enfermeiros sobre o cuidado a pacientes diabéticos na atenção primária. Os enfermeiros percebem que o cuidado é importante e foca na educação em saúde para promover autocuidado e adesão ao tratamento. No entanto, eles enfrentam desafios como alta demanda e falta de recursos que dificultam o cuidado adequado.
The diabetes mellitus (DM) is a complex chronic condition because of multiple factors involved in the treatment. It is considered a major public health problem, because of the number of people affected, the generated disabilities, premature mortality, as well as the costs involved in controlling and treating its complications. An important issue in diabetes education is the monitoring of glycemic control, recommended as part of their treatment. Tight glycemic control is a major factor in preventing chronic complications or delay its progression. The objective was to draw up an action plan on the self-monitoring of blood glucose at home for patients with diabetes mellitus; checking implementation of self-monitoring of blood glucose at home by people with diabetes who are accompanied by a Basic Health Unit in Fortaleza Ceara; characterize the study population according to sociodemographic and clinical variables and carry out educational activities. It is a study action research, which will be held by professionals of the Family Health Unit. The intervention project will take place over a period of five months, from August to December 2015, by conducting five workshops, with monthly meetings in which to investigate the data on the demographic and clinical social profile; and whether or not the self-monitoring of blood glucose at home by people with diabetes and conducting educational activities with the following topics: risk factors and complications of the disease; how to achieve the targets for disease control, information about drug treatment, guidelines on the importance of self-monitoring of blood glucose. It is intended to give effect to this intervention project that the community increase their level of information on the management of diabetes and so gain greater subsidy for self-care; reduce patients who come to the office with decompensated glucose levels; increase the number of people who perform self-monitoring of blood glucose at home and contribute to the achievement of a control of blood glucose levels in a more satisfactory way.
Keywords: Diabetes Mellitus. Self-monitoring of blood glucose. Health Promotion.
O documento apresenta um protocolo clínico de enfermagem para teleconsultas em adultos com o objetivo de fornecer cuidados abrangentes e personalizados aos pacientes à distância. Ele define as atribuições dos profissionais de saúde envolvidos, como enfermeiros, médicos e assistentes sociais, e orienta sobre a operacionalização das teleconsultas, incluindo materiais necessários, fluxo de atendimento e registros.
O documento discute o conhecimento de pacientes idosos diabéticos no processo de autocuidado assistido pelo Programa de Saúde da Família. O diabetes atinge um grande número de pessoas em todo o mundo e requer mudanças nos hábitos de vida para controle. A educação do paciente é fundamental para prevenir complicações, porém muitos pacientes idosos têm pouco conhecimento sobre sua condição. O estudo avaliou o conhecimento de 50 pacientes idosos diabéticos e encontrou que a maioria não sabia o tipo de diabetes que tem
apresentação pet saúde Vivência usf nestor guimarãesmichele funato
O documento descreve a vivência de alunos do PET-Saúde na Unidade de Saúde da Família Nestor Guimarães, com objetivo de integrar ensino, serviço e comunidade. Os alunos realizaram atividades de promoção da saúde com foco em diferentes públicos como crianças, gestantes, hipertensos e diabéticos. As ações contribuíram para a formação dos alunos e melhoria da saúde da comunidade atendida pela unidade.
O documento discute as modalidades de atenção domiciliar no Brasil (AD1, AD2, AD3), as equipes multiprofissionais envolvidas e diretrizes para classificação da complexidade do cuidado. Também aborda educação continuada em enfermagem e conceitos de humanização na saúde.
A epidemiologia é o estudo da saúde e doença em populações. O documento apresenta conceitos básicos de epidemiologia relevantes para a prática do nutricionista, como risco, fatores de risco e determinantes. A epidemiologia pode ser aplicada para identificar problemas de saúde, fatores causais e direcionar ações de prevenção e controle.
O programa Viver Unimed oferecido pela Unimed Vitória tem o objetivo de promover a saúde e qualidade de vida de seus clientes por meio de atendimento personalizado de uma equipe interdisciplinar e incentivo à adoção de hábitos saudáveis. O programa é voltado principalmente para clientes com fatores de risco ou doenças crônicas e não cobra custos adicionais para participação.
UFCD 6575 - Cuidados na Alimentação e HidrataçãoManualis
Este documento fornece informações sobre um curso de 50 horas sobre cuidados na alimentação e hidratação. O curso aborda tópicos como nutrição, dietas terapêuticas, higiene alimentar, preparação de refeições, cuidados na alimentação oral e as funções do técnico auxiliar de saúde nesta área. O objetivo é capacitar os alunos a fornecer cuidados alimentares seguros e de qualidade aos pacientes sob a supervisão de profissionais de saúde.
1) O documento discute a importância das ações de promoção da saúde realizadas por médicos do trabalho e propõe estratégias para a implementação de programas de promoção da saúde nas empresas.
2) Ele explica os cinco níveis de prevenção de doenças e defende que médicos do trabalho devem se concentrar mais na prevenção primária ao invés de apenas tratar doenças.
3) Também fornece detalhes sobre como estruturar um plano de ação para um programa de promoção da saúde
O documento descreve 6 microintervenções realizadas na Unidade de Saúde da Família Alto Pedro de Souza para fortalecer a assistência. Os principais problemas encontrados incluíram falta de organização, diminuição de visitas domiciliares e capacitação deficiente. As ações desenvolvidas abrangeram melhorias estruturais, visitas domiciliares, educação continuada e atividades comunitárias. Os resultados apontaram para melhoria da assistência, dinamicidade da equipe e foco nos resultados para a população.
1) O documento analisa diretrizes para terapia intravenosa em idosos, revisando fontes internacionais e nacionais.
2) As diretrizes destacam a importância de considerar as mudanças fisiológicas do envelhecimento na terapia, como selecionar cateteres menores e punções em regiões com mais tecido.
3) A pesquisa bibliográfica tem como objetivo identificar recomendações específicas para garantir a segurança dos idosos durante a terapia intravenosa.
UFCD - 6575 - CUIDADOS NA ALIMENTAÇÃO E NA HIDRATAÇÃOManualis
Este documento descreve um curso sobre cuidados na alimentação e hidratação. O curso tem como objetivo ensinar conceitos básicos de nutrição, preparação de alimentos, e técnicas de apoio na alimentação e hidratação oral de pacientes. O curso abrange tópicos como composição de alimentos, necessidades nutricionais, dietas terapêuticas, higiene alimentar, e cuidados na alimentação e hidratação de indivíduos.
Atenção integral ao portador de pé diabéticoadrianomedico
Este documento apresenta as principais orientações sobre a atenção às complicações do pé diabético. São descritas as neuropatias diabéticas, as lesões vasculares periféricas e as múltiplas apresentações da infecção do pé diabético. São também fornecidos cuidados preventivos que podem impedir o estabelecimento ou a evolução dessas complicações. Protocolos são sugeridos para diferentes níveis de atenção nos serviços públicos de saúde, visando a redução de amputações, internações e óbitos relacion
1. O documento é um manual sobre contagem de carboidratos destinado a pacientes com diabetes e seus cuidadores, com o objetivo de auxiliar no aprendizado do método e melhorar a adesão ao tratamento nutricional. 2. A contagem de carboidratos é um método que permite ao paciente calcular a dose de insulina necessária para cada refeição com base na quantidade de carboidratos ingeridos. 3. Existem dois principais métodos de contagem - por gramas, que é o mais preciso, e por equivalentes/substituições, que é menos detalh
Este estudo analisou a adesão e motivação de pessoas com diabetes que participam de programas de saúde por meio de uma revisão sistemática da literatura. Foram selecionados 37 artigos publicados entre 1994 e 2006 que discutem como fatores comportamentais e emocionais podem influenciar a adesão ao tratamento. A promoção da saúde por meio da educação nutricional, exercícios físicos e estilo de vida saudável é essencial para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.
O documento descreve as principais áreas de atuação e atribuições do nutricionista, incluindo alimentação coletiva, nutrição clínica, saúde coletiva, docência, indústria de alimentos, nutrição em esportes e marketing. Também discute o papel do nutricionista no tratamento de transtornos psiquiátricos e mentais nos centros de atenção psicossocial e hospitais psiquiátricos.
O documento discute os serviços farmacêuticos e a função do farmacêutico em uma farmácia. Ele aborda os cuidados farmacêuticos, como o acompanhamento farmacoterapêutico, a gestão da medicação, a educação em saúde e o uso racional de medicamentos. Além disso, fornece exemplos de campanhas e serviços que podem ser oferecidos, como a medição de pressão arterial, glicose e orientações sobre doenças crônicas.
1. 30
O AUTOCUIDADO DE CLIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS
Ana Paula Carneiro Carvalho1
Gicélia Lombardo Pereira2
Selma Almeida de Jesus3
Beatriz Gerbassi Costa Aguiar4
Laís Gialuise e Vasconcellos5
Rubelita Holanda6
1- Enfermeira Residente – EEAP/ UNIRIO, Enfermeira Pós Graduada do Curso de Pós
Graduação em Nível de Especialização, sob a Forma de Treinamento em Serviço para
Enfermeiros, nos Moldes de Residência. Mestranda no Curso de Saúde Pública da Escola
Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca.
2- Mestre em Enfermagem – EEAP/UNIRIO, Prof. Adjunto. Departamento de Enfermagem
Médico Cirúrgica. Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, UNIRIO. Coordenadora do
Curso de Pós Graduação em Nível de Especialização, sob a Forma de Treinamento em
Serviço para Enfermeiros, nos Moldes de Residência.
3- Enfermeira da Superintendência de Atenção Básica, Secretaria de Estado de Saúde do Rio
de Janeiro. Prof. da Fundação de Apoio a Escola Técnica, e Colégio Brigadeiro Newton
Braga, 3º Comando da Aeronáutica.
4- Profª Dr. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Ensino de Graduação em
Enfermagem e Pós Graduação Mestrado em Enfermagem.
5- Graduanda em Enfermagem da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Bolsista
IC.
6- Mestranda do Curso de Mestrado em Enfermagem da Escola de Enfermagem Alfredo
Pinto/UNIRIO.
Nome e endereço para correspondência:
Gicélia Lombardo Pereira: gilombardo@hotmail.com
2. 31
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo identificar as orientações realizadas para o autocuidado aos
portadores de Diabetes Mellitus, inscritos no programa de Diabetes Mellitus em uma unidade
de atenção primária, no município do Rio de Janeiro. Estudo descritivo cuja coleta de dados
foi realizada através de um instrumento sobre autocuidado, com 22 clientes entrevistados; as
entrevistas foram encerradas após a exaustão da repetição das respostas. Os dados coletados
foram organizados pelo programa do EPI-INFO e decodificados, atribuindo uma designação
aos conceitos relevantes, e categorizados. Foi possível identificar os principais déficits do
autocuidado, além de construir um perfil epidemiológico dos clientes atendidos na unidade
pesquisada. Observou-se uma baixa adesão ao autocuidado e falta de conhecimento de
aspectos relevantes para a melhoria da qualidade de vida na doença.
Palavras chaves: Diabetes Mellitus, autocuidado, enfermagem.
ABSTRACT
This work aims to identify the guidelines for self care carried out to diabetic patients enrolled
in the program of Diabetes Mellitus in a primary care unit in the municipality of Rio de
Janeiro. It is a descriptive study whose data collection was performed using an instrument for
self-care in Diabetes cases, with 22 clients interviewed; the interviews were finished after
successive repetitive responses. The collected data were organized by the program EPI-INFO
and decoded by assigning a name to the relevant concepts, and categorized. It was possible to
identify the main deficits of self-care, and build an epidemiological profile of clients served in
the unit studied. There was poor adherence to self-care and lack of relevant knowledge to
improve the quality of life in the disease.
Keywords: Diabetes Mellitus, self Care, nursing.
3. 32
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, assim como em várias partes do mundo o Diabetes Mellitus é considerado um
importante problema de saúde pública. Por ser uma doença crônica em que seu controle
depende principalmente dos hábitos e cuidados diários do portador, a observação de como
está sendo realizado este autocuidado é de fundamental importância para a atuação do
enfermeiro, a fim de promover a educação para a promoção de saúde deste cliente.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de portadores da doença
em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com perspectiva de alcançar 350 milhões de
pessoas em 2025; no Brasil são cerca de 6 milhões de portadores. Um indicador
macroeconômico a ser considerado é que o diabetes cresce mais em países pobres e em
desenvolvimento e isso impacta de forma negativa devido à morbimortalidade precoce que
atinge pessoas em vida produtiva, onera a previdência social e contribui para a continuidade
do ciclo vicioso da pobreza e da exclusão social (BRASIL, 2006).
De acordo com o Ministério da Saúde são implementadas diversas estratégias de Saúde
Pública para prevenir o Diabetes e suas complicações por meio do cuidado integral e ações
educativas. Porém, para o êxito do programa é preciso saber se este cliente está absorvendo
estas ações educativas como: a ingestão dos remédios regularmente, a prática de atividades
físicas diárias, a ida as consultas na data marcada para acompanhamento, a higiene corporal
adequada, o autocuidado com os pés entre outras.
A vida diária, com tantas tarefas e preocupações, leva o indivíduo a não priorizar rotinas
necessárias à promoção da saúde. Sabe-se hoje, que as principais causas da incidência de
Diabetes tipo II e suas complicações estão associadas aos maus hábitos de vida como:
sedentarismo, obesidade e hábitos alimentares não saudáveis. E o autocuidado é principal
fator para prevenção e tratamento.
Mesmo que programas e palestras educativas sejam realizadas para controle e tratamento, a
consulta de enfermagem precisa ter um feedback do cliente portador de Diabetes Mellitus. O
cliente precisa absorver a necessidade de ser um agente para a promoção da sua própria saúde
e, sendo assim poderá melhorar sua qualidade de vida. Para se atingir o êxito do autocuidado
os profissionais de saúde precisam conhecer melhor como está sendo a adesão e a realização
deste autocuidado pelo cliente. Quando o autocuidado não é realizado da forma correta
poderão ocorrer danos, até mesmo, irreversíveis para este cliente.
4. 33
É possível que parte da clientela de portadores de Diabetes Mellitus, atendidos na atenção
primária, viva de forma precária, com poucas e, às vezes, nenhuma noção de autocuidados
básicos como a higiene pessoal, corporal, como a escovação dos dentes após as refeições, que
são fatores importantes para uma pessoa que se encontra com o sistema imunodeprimido, o
que pode levar a complicações associadas a doença diabética, como a abertura de feridas
gengivais, o acúmulo de micro-organismos nos tecidos, levando a infecção, entre outras.
As informações passadas pela enfermagem podem ser de grande valia para o auxilio do
autocuidado do cliente, pois na teoria do autocuidado de Orem, “o autocuidado é a prática de
atividades, iniciadas e executadas pelos indivíduos, em seu próprio beneficio para a
manutenção da vida, da saúde e do bem estar” (GEORGE, 2000 p. 376). E na prática clínica
os portadores de diabetes desejam e podem tornar-se aptos, sendo capazes de desempenhar
cuidados para si, melhorando sua saúde e autoestima.
Na unidade básica de saúde são realizadas ações pelos enfermeiros e técnicos de enfermagem,
como consultas e pré-consultas de enfermagem respectivamente. Sendo estas, a aferição de
PA, medidas antropométricas, peso, índice de massa corporal (IMC) e hemoglicoteste (HGT),
onde se orienta sobre a importância de seguir os aconselhamentos, como a prática de
atividades físicas diárias, tomar os remédios corretamente, evitar doces e massas, seguir uma
dieta rica em legumes e verduras, ingerir um mínimo de dois litros de água diariamente, evitar
fumo e bebidas alcoólicas. Porém, apesar dessas informações se observa que, durante o
retorno do cliente, há uma deficiência na conservação do estado de saúde como higiene
precária, unhas grandes nos pés e nas mãos, ou mal cortadas, sapatos visivelmente
desconfortáveis, medida abdominal e massa corporal aumentadas e/ou mantidas durante a
execução do exame físico. Alguns clientes ao aguardar o atendimento fazem ingestão de
guloseimas como, biscoitos açucarados, balas, chocolates, quase nunca ingerindo uma fruta.
Desta forma é importante que os enfermeiros criem estratégias que auxiliem o cliente portador
de Diabetes Mellitus em seu autocuidado. Sendo assim, conhecer como está sendo realizado o
autocuidado deste cliente torna-se fundamental para a melhoria da qualidade da assistência,
que poderá contribuir para reduzir as taxas de complicações e morbimortalidade, já que se
trata de uma doença que necessita de controle constante. Dentre as complicações irreversíveis
citamos cegueira, doença cardiovascular, acidente vascular cerebral (AVC), amputação de
membros, entre outras.
5. 34
A partir desse olhar, a enfermeira, pode oportunizar o diálogo sobre o autocuidado, de uma
forma simples, valorizando os depoimentos particulares, visto a grande necessidade de se
obter dados mais precisos do comprometimento do cliente diabético com o autocuidado.
O histórico do cliente, coletado pela enfermagem através desta pesquisa, torna-se primordial
para deter informações do estilo de vida do cliente e de seu comprometimento com as
orientações propostas. Além de auxiliar os enfermeiros na detecção dos problemas e
complicações diabéticas que este cliente possa vir a apresentar, além de oportunizar realização
do perfil epidemiológico da clientela atendida.
Por se tratar de uma doença crônica em que o protagonista do autocuidado é o próprio cliente
torna-se fundamental que receba instruções e acolhimento por parte de todos os profissionais
de saúde, de todas as áreas do cuidar, em particular pela enfermagem. Dessa forma poderá
desenvolver habilidades para a promoção, proteção e recuperação de sua própria saúde,
melhorando sua qualidade de vida.
Como objeto de estudo tem-se o autocuidado realizado por clientes portadores de Diabetes
Mellitus atendidos em uma unidade básica de saúde.
A questão norteadora é: como está sendo realizado o autocuidado pelo cliente diabético frente
às orientações do Programa de Diabetes Mellitus, oferecido em uma unidade básica de saúde?
Para atender a esta questão elaborou-se o seguinte objetivo: identificar as orientações
realizadas para o autocuidado aos portadores de Diabetes Mellitus, inscritos no programa de
Diabetes Mellitus em uma unidade de atenção primária, no município do Rio de Janeiro.
Como justificativa pretende-se trazer subsídio para as orientações de enfermagem quanto ao
autocuidado do cliente portador de Diabetes Mellitus, atendidos em uma unidade básica de
saúde, segundo as normas fornecidas pelo Ministério da Saúde.
De outra forma, proporcionar uma reflexão sobre a prática da promoção da saúde por
intermédio da educação para o autocuidado aos profissionais de saúde, enfermeiros e
acadêmicos de enfermagem.
Visa, também, contribuir para a construção do conhecimento e desenvolvimento de pesquisas
na linha de pesquisa da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/ UNIRIO “O cotidiano da
prática de cuidar e ser cuidado, de gerenciar, pesquisar e ensinar”, bem como, possibilitar que
os enfermeiros envolvidos na educação desses clientes conheçam como é realizado seu
autocuidado, a fim de proporcionar um melhor atendimento e fomentar a realização de novos
6. 35
estudos que favoreça o aumento da produção cientifica, visando fornecer acolhimento e
desenvolver novas tecnologias para a adesão desta clientela ao tratamento.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Diabetes Mellitus
O termo diabetes, de origem grega, significa sifão, e data de 1500 AC. Foi dado esse nome
devido à semelhança entre a grande produção de urina, poliúria, com a saída do vinho de
tonéis pelos sifões. Para diferenciar a urina doce da urina não doce foi dado o nome
“mellitus”, que em latim, significa doce (BARSAGLINI, 2011, p. 70).
O diabetes está no grupo de doenças crônicas não transmissíveis, e é definido como uma
síndrome metabólica de etiologia múltipla, decorrente de um distúrbio que afeta a produção
de insulina pelo corpo e/ou sua ação nos receptores celulares, e traz como conseqüências uma
hiperglicemia que afeta o organismo a curto e longo prazo (SMELTZER, 2005).
O diabetes hoje é classificado de acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2010) em
diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, diabetes gestacional e outros tipos de diabetes.
2.2. Tipos de Diabetes Mellitus
O termo diabetes tipo I está relacionado à falta de insulina devido a uma degradação das
células betas, que progride levando a deficiência total de insulina. O indivíduo com esse tipo
de diabetes terá que receber obrigatoriamente insulina, já que sua produção é nula ou próxima
disto (SMELTZER, 2005, p.1217).
O termo diabetes tipo II, está relacionado ao desgaste das células betas na produção de
insulina e/ou ao não funcionamento legal da ação destas nas células, levando a uma
hiperglicemia. Porém, na maioria das vezes, a pessoa com diabetes tipo 2 ainda têm produção
de insulina suficiente para não precisar fazer uso da insulina sintética. Dessa forma o
tratamento pode ser realizado através de medicamentos hipoglicemiantes orais que irão
aumentar a produção de insulina ou melhorar a ação desta nas células (SMELTZER, 2005).
Diabetes gestacional é considerado uma hiperglicemia ou glicose alterada no período
gestacional, em que pode ocorrer uma resistência insulínica. Esta pode voltar ao normal após
a gestação ou continuar. Porém, é considerado como um fator de risco para o surgimento de
diabetes após alguns anos (SMELTZER, 2005).
7. 36
Outros tipos de diabetes são decorrentes de diversos fatores, como: defeitos genéticos
funcionais das células beta, na ação da insulina, uso de fármacos diabetogênicos, doenças do
pâncreas, endocrinopatias, entre outros ( BRASIL, 2010).
2.3. Fatores de risco
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2010), temos fatores de risco que facilitam o
surgimento da doença. São eles:
• Idade > 40 anos;
• História prévia de alteração de glicemia;
• Hipertensos e/ou dislipidêmicos;
• Sobrepeso/Obesidade (Índice de massa corporal IMC > 25);
• Depósito central de gordura (cintura abdominal >102 cm nos homens e >88 cm
nas mulheres);
• História de doença vascular aterosclerótica antes dos 50 anos;
• Uso de medicamentos diabetogênicos (corticóide e outros);
• História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau;
• História prévia de Diabetes Mellitus gestacional (DMG) e/ou recém-nascidos com
mais de 4 Kg e/ou abortos freqüentes, partos prematuros, mortalidade perinatal;
• Síndrome de ovário policístico.
2.4. Complicações a curto e longo prazo
O diabetes não cuidado ou tratado de maneira errada leva a várias complicações,
principalmente quando a pessoa que adquire a doença não obtém informações a respeito do
autocuidado que deve ter, pois o diabetes é uma doença crônica que o individuo tem que
cuidar e tratar para o resto da vida.
As complicações podem ser de curto prazo, consideradas agudas, como: hipoglicemia;
cetoacidose diabética e síndrome não cetótica hiperosmolar hiperglicêmica.
E a longo prazo, consideradas complicações crônicas e na maioria das vezes irreversíveis
como: macrovasculares (cardiopatia coronariana, doença vascular cerebral, doença vascular
periférica); as microvasculares (retinopatia e nefropatia) e neuropatias.
8. 37
2.5. A importância do autocuidado para o cliente portador de Diabetes Mellitus
A educação para o autocuidado ao cliente portador de Diabetes Mellitus é extremamente
importante. Quando um cliente se depara com uma doença crônica em que requer inúmeras
ações de autocuidado para se manter saudável e evitar complicações, sua auto-estima é, na
maioria das vezes, abalada e dependendo do seu grau de instrução, dúvidas, nível
sociocultural e aceitação, maior será a dificuldade em aderir ao tratamento.
Diversos fatores podem influenciar na sua aceitação, como o conhecimento sobre a doença,
seu desenvolvimento, os cuidados que favorecem o bem estar, treino das técnicas para
aplicação de insulina, caso necessário, esclarecimento das dúvidas e ensino do autocuidado,
entre outros, fazendo com que o cliente se envolva e entenda melhor sua doença.
No Japão, uma pessoa após descobrir ser diabética fica internada por uns 16 dias para
aprender a se cuidar, sendo que na última semana também estará com ela um familiar, mais
próximo no convívio, de preferência para conhecer também como lidar com o novo diabético
(OLIVEIRA, 2002).
A prática do autocuidado deve ser acompanhada pelo profissional de saúde, para que sejam
retiradas as dúvidas e/ou aperfeiçoada, para promover um autocuidado executado da forma
correta. Dessa forma, o cliente terá uma melhor qualidade de vida e maior motivação para a
continuação do autocuidado.
Para Baquedano et al. (2010, p.1018), a educação para o autocuidado às pessoas com
problemas crônicos de saúde, deve promover condições para o desenvolvimento das
habilidades, a fim de co-responsabilizá-las por sua saúde e ajudá-las a aprender a conviver
melhor com a enfermidade, modificar o estilo de vida ou manter hábitos saudáveis, estimular
a autoconfiança para sentir-se melhor, independente da gravidade da enfermidade.
É importante que haja êxito no tratamento, e para isso os clientes portadores de Diabetes
Mellitus precisam estar familiarizados com o conhecimento da doença, pois não basta apenas
executar o autocuidado, mas saber compartilhar com a família a maneira correta de realizá-lo.
Segundo Comiotto e Martins (2006) os indivíduos com uma doença crônica precisam
enfrentar alguns desafios resultantes de sua doença. Ter conhecimento do que está
acontecendo, contribui para manter o seu controle, ou seja, estar consciente das alternativas
que existem para cuidar e tratar da doença.
9. 38
O autocuidado é o maior responsável pelo controle da doença, principalmente no diabetes tipo
II, onde com a prática de atividades físicas e uma dieta adequada, em muitos casos, é possível
manter os níveis glicêmicos normais e assim prevenir complicações como doença
cardiovascular, diálise por insuficiência renal crônica, cegueira irreversível e cirurgias para
amputação de membros inferiores (Brasil, 2006).
Para Orem, o autocuidado quando efetivamente realizado, contribui para a manutenção da
integridade e funcionamento do organismo humano (GEORGE, 2000).
São inúmeras as questões que fazem da profissão de enfermagem um potencial para a
educação do autocuidado do cliente. Dessa forma, por ser uma ferramenta tão importante para
o controle da doença, os enfermeiros podem desenvolver técnicas e estratégias para estimular
o cliente a se conhecer melhor e executar seu autocuidado.
São inúmeras as dificuldades encontradas por pessoas portadoras de doenças crônicas, porém
em relação à educação em saúde, acredita-se que o processo ensino aprendizagem é entendido
ao compartilhar as experiências entre o educador e o educando, favorecendo, na prática, a
busca para as questões a serem enfrentadas (FRANCIONI, 2004).
2.6. As ações do enfermeiro (a) propostas no programa de Diabetes Mellitus do
Ministério Da Saúde para a atenção básica
O cliente deve ser acolhido com um olhar integral pela equipe de enfermagem, a fim de
identificar suas principais necessidades, especialmente no inicio do tratamento, onde requer
do cliente um novo estilo de vida, com muitas informações a serem absorvidas que são
fundamentais para a realização do seu autocuidado.
De acordo com Brasil (2006), os enfermeiros devem:
• Desenvolver atividades educativas, por meio de ações individuais e/ou coletivas, de
promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade; desenvolver atividades
educativas individuais ou em grupo com os pacientes diabéticos.
• Capacitar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários e supervisionar, de
forma permanente, suas atividades.
• Realizar consulta de enfermagem com pessoas com maior risco para diabetes tipo II
identificadas, definindo claramente a presença do risco e encaminhando ao médico da
unidade para rastreamento, realizando a glicemia de jejum, quando necessário.
10. 39
• Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, estratificando risco
cardiovascular, orientando mudanças no estilo de vida e tratamento não
medicamentoso, verificando adesão e possíveis intercorrências ao tratamento,
encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário.
• Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos de
pacientes diabéticos).
• Programar, junto à equipe, estratégias para a educação do paciente.
• Solicitar, durante a consulta de enfermagem, os exames de rotina definidos como
necessários pelo médico da equipe ou de acordo com protocolos ou normas técnicas
estabelecidas pelo gestor municipal.
• Orientar pacientes sobre automonitorização (glicemia capilar) e técnica de aplicação
de insulina, quando necessário.
• Repetir a medicação de indivíduos controlados e sem intercorrências.
• Encaminhar os pacientes portadores de diabetes, seguindo a periodicidade descrita
neste manual, de acordo com a especificidade de cada caso (com maior frequência
para indivíduos não aderentes, de difícil controle, portadores de lesões em órgão salvo
ou com co-morbidades), para consultas com o médico da equipe.
• Acrescentar, na consulta de enfermagem, o exame dos membros inferiores para
identificação do pé em risco. Realizar, também, cuidados específicos nos pés
acometidos e naqueles em risco.
• Prosseguir, de acordo com o plano individualizado de cuidado estabelecido junto ao
portador de diabetes, os objetivos e metas do tratamento (estilo de vida saudável,
níveis pressóricos, hemoglobina glicada e peso). Organizar junto ao médico, e com a
participação de toda a equipe de saúde, a distribuição das tarefas necessárias para o
cuidado integral dos pacientes portadores de diabetes.
• Usar os dados dos cadastros e das consultas de revisão dos pacientes para avaliar a
qualidade do cuidado prestado em sua unidade e para planejar ou reformular as ações
em saúde.
11. 40
Neste contexto, as ações devem oferecer suporte para o autocuidado e o controle da doença
com ações educativas e monitoramento, a fim de promover, principalmente, a prevenção para
as diversas complicações que acometem o paciente.
Sendo assim, estar familiarizado sobre os principais déficits do autocuidado que o cliente
venha a apresentar, é necessário para melhorar cada vez mais a qualidade da assistência,
através do acolhimento na Unidade Básica de Saúde.
3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada no presente estudo é do tipo descritivo, com abordagem qualitativa.
Segundo Gil, (2010, pág. 42) “as pesquisas descritivas têm como objetivos a descrição das
características de determinada população”. Podem ser elaboradas também com a finalidade de
identificar possíveis relações entre variáveis. São em grande número as pesquisas que podem
ser classificadas como descritivas e a maioria das que são realizadas com objetivos
profissionais provavelmente se enquadram nesta categoria, entretanto algumas pesquisas
descritivas vão além da simples identificação da existência da relação entre variáveis, por
pretender determinar a natureza dessas, aproximando da pesquisa explicativa, como pode ser
visto neste estudo.
A abordagem qualitativa, segundo Minayo (2002, p. 21), “responde a questões muito
particulares e trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos
fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”.
Para o cenário foi destacado um Centro Municipal de Saúde (CMS), da cidade do Rio de
Janeiro, onde no setor de clínica médica, são atendidos clientes que fazem parte do Programa
de Diabetes Mellitus.
Os sujeitos da pesquisa foram os clientes acima de 18 anos, cadastrados e ativos no programa
de Diabetes Mellitus, do referido setor de clinica médica do CMS. Aplicou-se um instrumento
para a coleta de dados aos clientes alfabetizados.
Levou-se em consideração o sistema de referencia do entrevistado, bem como o seu nível de
informação sobre o Diabetes Mellitus, tendo sido registradas as respostas de modo sucinto e
simples. Através das perguntas iniciais, de identificação, traçou-se o perfil dos clientes
12. 41
envolvidos na pesquisa, respeitando o anonimato. Foi utilizado como identificação do
entrevistado, codinome referente a nome de plantas.
A quantidade de participantes seguiu o critério de saturação, ou seja, foi encerrada a coleta de
acordo com a repetição dos dados, ou seja, a quantidade de dados satisfatória para a análise e
provisão dos resultados.
De acordo com os aspectos éticos da pesquisa, segundo a Resolução 196/96 do Ministério da
Saúde, o projeto foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de
Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, que após ter sido avaliado, foi aprovado.
Os clientes voluntários e participantes da pesquisa receberam o termo de Consentimento Livre
e Esclarecido para a assinatura e orientação sobre a pesquisa, recebendo uma cópia
simultaneamente. Em seguida cada um recebeu o instrumento para coleta de dados.
Os dados obtidos foram comparados às recomendações do protocolo de Diabetes Mellitus do
Ministério da Saúde (2006), sendo levantados os resultados mais relevantes e assim
codificados, atribuindo uma designação aos conceitos relevantes, categorizados de acordo
com as práticas do autocuidado indicadas no referido protocolo, e agrupados de acordo com a
similitude que apresentaram. Logo após, foi realizada uma análise e discussão a respeito dos
resultados obtidos.
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
5.1. Características da população estudada
Para conhecer os 22 (vinte e dois) clientes que participaram do Programa de Diabetes
Mellitus, optou-se por fazer uma apresentação do perfil epidemiológico quanto a sexo, idade,
escolaridade, nível sócio-cultural e moradia.
De acordo com os dados obtidos observou-se que a maioria da clientela pesquisada é do sexo
feminino (71,4%).
A maioria dos clientes voluntários (a) encontra-se com idade superior a 40 anos (86,1%), o
que acompanha os dados do Ministério da Saúde (Brasil, 2006), que o diabetes tipo II surge
numa faixa etária de maior idade, estando relacionada, também, com os hábitos de vida
praticados a longo prazo.
13. 42
Devido a isso, constatamos a importância do trabalho da Enfermagem na educação à clientela
para os cuidados primários relacionados à prevenção e promoção da saúde, a fim de prorrogar
e/ou evitar o surgimento de doenças características de hábitos não saudáveis e/ou
complicações que podem ser prevenidas com a orientação adequada para autocuidado.
No que se refere ao nível de instrução é possível verificar que a grande maioria dos clientes
cursou apenas o ensino fundamental (81,8%), que nos reporta a importância do uso de uma
linguagem clara e de fácil entendimento, a fim de aumentar a adesão ao aprendizado para a
execução do autocuidado. Apesar do CMS se situar numa região nobre da zona sul da cidade
do Rio de Janeiro, a situação sócio-econômica da clientela atendida caracteriza-se por níveis
baixos de instrução.
Dessa forma, a preocupação para a orientação ao autocuidado deve ser adequada às
conformidades e a realidade sócio-econômica do cliente, na perspectiva de olhar o indivíduo
como um todo, de acordo com o princípio da integralidade da Lei Orgânica de Saúde
8080/90.
Foi possível perceber que parte dos clientes pesquisados é prestador de serviço da região,
mesmo que residentes, cujos vínculos de moradia são devido ao trabalho, como domésticas,
porteiros entre outros.
5.2. Características de análise do autocuidado
5.2.1. Relativo à visão
De acordo com o protocolo de Diabetes Mellitus do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), a
consulta oftalmológica é preconizada com a realização do exame de fundoscopia, se o cliente
for diabético tipo I, deve ser anual após cinco anos de doença ou se o início for após a
puberdade. Quando diabetes tipo II, como é o caso dos atendidos na unidade de saúde
pesquisada, deve ser realizada anualmente após o diagnóstico da doença.
A realidade da clientela pesquisada não condiz com o protocolo do Ministério da Saúde
(BRASIL, 2006), visto que as respostas apresentam o total de 95,5% dos clientes, que
afirmaram sentir desconforto na visão e, mesmo assim, 91% dos entrevistados responderam
nunca ter ido ao oftalmologista ou aqueles que foram não fazem anualmente.
A realidade desses clientes reporta uma reflexão quanto à necessidade de intensificação das
orientações para consultas ao serviço de oftalmologia. Assim como também, o Sistema de
14. 43
Regulação (SISREG) utilizado para o encaminhamento, devido à demora na marcação da
consulta, acaba por dificultar a adesão ao serviço.
A visão é um dos sentidos importantes para o ser humano, inclusive quando se trata da
realização de ações do autocuidado, onde se torna necessário observar mudança na coloração
da pele, surgimento de feridas, tomar o remédio certo, na hora e na dose certa. Em fim, é de
extrema importância para os cuidados da vida diária.
De uma forma ou de outra, é um desafio a ser enfrentado: melhorar a adesão desse cliente no
cuidado com a visão.
5.2.2 Relativo à higiene básica
As questões de higiene básica como a lavagem das mãos antes e após as refeições e a
importância da higiene bucal, apesar de parecerem óbvias para muitos profissionais de saúde,
os clientes pesquisados, não tinham esta responsabilidade, visto que 9,1% não praticam a
lavagem das mãos e 36,4% informam não saber quanto a importância da higiene bucal para o
cliente diabético.
Essa questão reflete que o ensino do autocuidado deve abordar tanto as ações mais simples,
como as mais complexas, devendo ser abrangente, pois tem ações que podem parecer
singelas, mas que evitam complicações sérias, que podem ser foco de uma provável infecção
na pele, levando a úlceras de difícil cicatrização, por ser um cliente imunocomprometido.
5.2.3. Relativo aos pés
Há uma grande preocupação por parte dos clientes em relação ao surgimento de feridas, onde
86,4% sempre observam se há feridas nos pés, porém a atitude de autocuidado no surgimento
das feridas ainda precisa ser mais trabalhada. Esta afirmativa se dá pelo fato de que 54,5% dos
clientes responderam que ao surgir uma ferida tentam curá-la sozinhos, em casa.
Esse resultado nos reporta não só a necessidade de monitoramento adequado do cliente pela
equipe de saúde, mas também, a importância do ensino para o autocuidado com os pés, em
todos os aspectos, desde cuidados simples aos mais complexos.
5.2.4 Relativo aos níveis glicêmicos
Em relação ao monitoramento dos níveis glicêmicos relativo à dieta, as repostas foram
positivas para 76,2%. Em se tratando do controle de peso as respostas foram acentuadas, visto
que 86,4% afirmaram controlar o peso.
15. 44
Na tomada de remédios identificou-se que todos os clientes tomam os remédios de acordo
com o recomendado.
Esse resultado reflete a importância que o cliente dá à terapia farmacológica e reporta a
preocupação que os mesmos têm em julgar que apenas a tomada de remédios é suficiente para
controlar a doença, ou evitar complicações.
Assim, é preciso incentivar este cliente quanto à associação e realização de diversas ações
para uma melhor qualidade de vida, e não somente a tomada de remédios, mas incorporar a
prática de atividades físicas, alimentação saudável, controle do peso e das medidas
antropométricas, controlar a pressão arterial, dentre outras atividades saudáveis para controle
da doença, a fim de promover um melhor bem estar físico e mental.
5.2.5. Relativo à atividade física
A prática diária e regular de atividade física reduz a necessidade do uso de hipoglicemiantes,
promove o emagrecimento, reduz risco cardiovascular melhorando assim a qualidade de vida.
Entretanto, 52,4% responderam não praticar nenhuma atividade física, o que requer
orientações constantes quanto a sua importância para o portador de Diabetes Mellitus.
Quando um cliente afirma não realizar atividades físicas, provavelmente ele tem algum
motivo associado, seja a falta de tempo, cansaço físico, mal estar, medo, entre outros. O
profissional de saúde deve estar apto a ouvi-lo para buscar e/ou direcionar outras formas de
melhorar a adesão e enfrentar seus obstáculos. O Enfermeiro (a) deve orientar que praticar o
autocuidado é muito mais que prevenir complicações, é um meio de dedicar-se um pouco de
amor a cada dia.
5.3. Conhecimento para o Autocuidado
Quanto ao conhecimento sobre a importância do autocuidado relacionado à lavagem de mãos,
a interferência do tabagismo no diabetes e a atenção com os pés, percebe-se que os clientes
entrevistados sabem a importância. Contudo, ao procurar conhecer sobre a necessidade de
controle da circunferência abdominal e sobre o significado e ações diante de hipoglicemia,
apenas 22,7% e 27,3%, respectivamente, responderam positivamente.
Esse resultado reflete a necessidade da equipe de enfermagem enfatizar constantemente as
ações que estão sendo realizadas no momento da consulta, pois é comum na prática diária
vermos profissionais realizarem procedimentos sem dar qualquer explicação sobre sua
importância, como fazer e o porquê fazer a aferição da cintura abdominal, o peso, controle e
16. 45
aferição da glicemia, exame físico do pé diabético e os outros cuidados necessários. Dessa
forma, perde-se mais uma oportunidade de educar para o autocuidado.
O resultado relacionado ao conhecimento de quadro de hipoglicemia é preocupante visto que
apenas 27,3% responderam favoráveis. À medida que a doença se agrava, os clientes
requerem ingestão alta de hipoglicemiantes orais e/ou injetáveis, fator que pode causar uma
reação hipoglicêmica severa, sendo importante que este cliente saiba como proceder.
Existem muitos clientes, que assustados por desconhecer a patologia se entregam ao
tratamento realizando, de forma excessiva e simultânea, várias ações hipoglicemiantes, como
tomada de remédios, dietas e exercícios físicos, acarretando sérios riscos para a saúde. A falta
de conhecimento para perceber os sinais e sintomas de um quadro de hipoglicemia e cuidados
específicos e urgentes para tratar, a fim de evitar complicações, pode levar a situações mais
sérias como lesão do Sistema Nervoso Central (SNC), coma e óbito.
Os profissionais de saúde têm que assumir a responsabilidade de proporcionar educação
continua aos clientes que estão sob seus cuidados.
5. 4. Interesse para o Autocuidado
Quanto às questões relacionadas ao interesse do cliente a fim de demonstrar vontade de se
cuidar melhor e conhecer mais sobre o autocuidado, como anotar diariamente suas ações
numa agenda, 86,% responderam terem interesse e estarem dispostos a desenvolver um diário
de rotina para controle do Diabetes. Principalmente com relação à vontade de participar de
grupos educativos para saber mais sobre a doença onde a adesão foi de 100%.
Esse resultado confirma a posição de Orem, quanto ao autocuidado, ao afirmar que é
pertinente ao ser humano a vontade de se cuidar. Dessa forma, a educação para o autocuidado,
na maioria das vezes é desejada pelos clientes, mesmo que demande um longo tempo para a
adequação do mesmo ao autocuidado.
De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010), fica a critério da equipe
de enfermagem a realização de grupos educativos, e esse resultado pode ser um fator
motivador para que o Enfermeiro (a) responsável pela equipe de enfermagem promova essas
ações.
Apesar de apenas 50% dos entrevistados aderirem ao autocuidado, observa-se, ainda, a
possibilidade de existirem outros fatores que interferem na adesão de todos, independente da
vontade dos mesmos. Destaca-se, também, que esta dificuldade de adesão ao autocuidado
17. 46
pode estar relacionada com a precariedade de realização de grupos educativos na Unidade de
Saúde, ou técnica inadequada de orientação durante a consulta de enfermagem, ou o não
esclarecimento de dúvidas desse cliente de modo apropriado ao seu entendimento, seu
empoderamento e apreensão de conhecimento, ou a falta de materiais educativos, ou horários
variados para a orientação que facilitem a presença desses clientes nos grupos, ou,
principalmente, a inexistência de programas de educação continuada para os profissionais de
saúde.
Enfim, a vontade de se cuidar supera o inadequado autocuidado realizado. Esse resultado traz
à tona, a necessidade de mais investimentos em programas educativos para o ensino do
autocuidado ao cliente diabético, pois, além de promover uma troca de experiências entre os
próprios diabéticos, também proporcionam um maior envolvimento do cliente com os
profissionais de saúde para os esclarecimentos de dúvidas.
6. CONCLUSÃO
A realização dessa pesquisa permitiu conhecer um pouco mais sobre o autocuidado realizado
por pessoas portadoras de Diabetes Mellitus, atendidos no CMS, pois em se tratando de
doença crônica, requer atenção constante e depende do adequado autocuidado para promoção
e prevenção da saúde. Estratégias para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, bem
como a redução de custos com o tratamento e ainda das limitações impostas pela doença no
que diz respeito às complicações crônicas e irreversíveis, são responsabilidades dos
profissionais de saúde, principalmente o enfermeiro.
O fato de ser uma doença crônica de caráter permanente exige mudanças no estilo de vida, e
nesse processo de mudança é fundamental o apoio educativo e as orientações para o
autocuidado. No caso do Diabetes Mellitus, as orientações quanto à alimentação saudável, o
cuidado com os pés, devido ao grande número de amputações, a realização de higiene
adequada da pele, a fim de reduzir os riscos com germes oportunistas, o uso de sapatos
adequados, a prática diária de atividades físicas, o cuidado com a visão, entre outras, são de
fundamental importância tanto para melhorar a qualidade de vida, quanto para evitar
complicações a curto e longo prazo.
No entanto, apesar dos grandes avanços na saúde pública e o surgimento de novas tecnologias
voltadas para a melhoria no cuidado às doenças crônicas, essa pesquisa reconhece um grande
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desafio pela frente: melhorar a adesão do cliente diabético à realização do autocuidado, que
são ações vitais para a melhoria da sua qualidade de vida.
O autocuidado é uma das melhores armas contra as complicações diabéticas a curto e em
longo prazo. E ninguém melhor que o Enfermeiro para realizar ações voltadas ao ensino desse
cliente. Pois é o profissional que está na pré consulta, na administração do medicamento, na
liberação de insumos, na porta de entrada do Estabelecimento de Saúde, enfim, é o
profissional que participa ativamente, e em tempo integral, da assistência ao cliente diabético
no acolhimento.
Dessa forma, a equipe de enfermagem acaba por ter um contato maior e diferenciado com
esse cliente, podendo oportunizar diálogos sobre como está sendo realizado o autocuidado, a
fim de orientá-lo e/ou aprimorá-lo.
Os profissionais de Enfermagem envolvidos no cuidar e sendo agentes educadores, têm o
desafio de mudar a realidade, onde se atua. Seja com palestras educativas, sala de espera,
consultas, entre outras, enfim, fazer com que o cliente entenda que a realização do
autocuidado é o fornecimento de um pouco de amor dedicado diariamente, isto é, são práticas
em beneficio do próximo, com o propósito de manter a vida, a saúde e o bem-estar.
Além disso, o trabalho em conjunto enfermagem e outros profissionais de saúde, é essencial
para favorecer a educação para o autocuidado e melhorar a adesão desses clientes.
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Recebido em 28/05/2012
Versão final reapresentada em 03/07/2012
Aprovado em 06/07/2012