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O professor frente ao Serviço de Atendimento à
Rede de Escolarização Hospitalar – SAREH
Profª. Itamara Peters
Curitiba - 2019
OBJETIVOS:
• Trazer as discussões sobre o Atendimento Educacional em Ambiente
Hospitalar para reconhecer, analisar e compreender as ações
pedagógicas desenvolvidas em contexto hospitalar.
• Analisar métodos e estratégias de ensino - aprendizagem que possam
ser desenvolvidos em contexto escolar e hospitalar.
• Promover a reflexão sobre o processo pedagógico oferecido para
crianças e adolescentes hospitalizados.
Contexto histórico no Brasil
Hospital
Menino Jesus
1950
Número total de instituições hospitalares no país: 6.750
Número de instituições hospitalares do país com atendimento educacional: 161
Fonte: Fonseca, 2015.
Paraná
Hospital Pequeno
Príncipe
• 1987
Hospital de
Clínicas
• 1988
Hospital
Erasto
Gaertner
• 1991
Associação
Paranaense
dos
Hemofílicos
• 2001
Hospital
Universitário
Evangélico
de Curitiba
2003
SAREH
2017
7 unidades
Atualmente
20 unidades
1. Vídeo: https://youtu.be/m0dYF_opBwY
Quem organiza a educação nos
Hospitais brasileiros?
• A organização da educação hospitalar é uma responsabilidade de
Estados e Municípios, como prevê o documento “Classe hospitalar e
atendimento pedagógico domiciliar estratégias e orientações”
proposto pelo Ministério da Educação – MEC, que visava orientar o
processo de implementação dos atendimentos escolares e hospitais.
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO
HOSPITALAR
• A educação em ambiente de tratamento da saúde, tem como foco
principal dar continuidade ao processo educativo formal, em ambiente
diferenciado, especificamente o ambiente hospitalar e domiciliar. Tem
o objetivo de assegurar às crianças, adolescentes, jovens e adultos, o
cumprimento do princípio da universalização e do acesso à educação,
bem como os preceitos constitucionais da educação como direito social
e dever do Estado. Visa atender os educandos em seu direito de aluno
e dar continuidade ao seu processo educacional de forma singular e
diferenciada.
O SAREH
• O objetivo do SAREH é manter o vínculo do estudante com sua escola
de origem e proporcionar condições de retorno a escola regular pós
tratamento da saúde.
• Peters e Menezes (2018) enfatizam que “o olhar e a atenção da escola
de origem são essenciais no processo de recuperação e retorno as
atividades escolares”.
• A doença altera a rotina e a escola é a rotina da criança/ adolescente,
desse modo acompanhar as atividades escolares, sentir-se acolhido e
cuidado pela escola contribui para um estado de bem-estar e
tranquilidade durante o tratamento de saúde.
Legislação
• Art. 13. Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de
saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos
impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que
implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência
prolongada em domicílio.
• § 1o As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar
continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de
alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu
retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com
crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local,
facilitando seu posterior acesso à escola regular.
• § 2o Nos casos de que trata este Artigo, a certificação de frequência deve ser
realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializado que
atende o aluno. (BRASIL, CNE/CEB, 2001, art. 13).
O estudante hospitalizado
• No contexto hospitalar [...] a visão do mundo muda de foco de acordo
com o olhar de quem a vê: “Quando alguém adoece o seu mundo
entra em parafuso: as certezas tornam-se dúvidas, a força, muitas
vezes cede lugar à fraqueza, o otimismo é suplantado pelo
pessimismo” (MEZZONO, 2003, p.335). E dessa forma compreender o
mundo da criança/ adolescente doente implica entender a mudança
de foco, as angústias e suas necessidades imediatas e de
aprendizagem que emergem desse novo contexto. (PETERS e
MENEZES, 2018, p.69).
O sujeito da ação de escolarização?
Criança
Adolescente
Família
Escola regular
Condição de tratamento de
saúde
Hospitalização
Alteração de rotina
Retomada da escolarização em
outro contexto.
Prática situada
Um sujeito, um quarto
• https://www.youtube.com/watch?v=_DuQM_UpvS4
O SAREH trabalha com:
• O conceito de responsabilidade compartilhada que pode ser
entendido a partir do que propõem Covic e Oliveira (2011, p.84), ao
mencionarem que na Educação Hospitalar ou domiciliar “as práticas
cotidianas escolares são pensadas com dualismo: há um “caráter
curricular da escola de origem dos estudantes e um caráter do
currículo hospitalar” ressaltando a necessidade de vinculação direta
dos serviços de atendimento educacional hospitalar e domiciliar com
as escolas das crianças e adolescentes adoecidos.
Relação SAREH Escola de origem
Estudante
Currículo
Escola regular /
matricula
Deslocamento
Tratamento de
saúde
SAREH
Hospitalar /
domiciliar
Atendimento Educacional em Ambiente
Hospitalar
➢Parte da ideia de que o sujeito da ação educacional hospitalar é um sujeito diferenciado;
➢Há necessidades especificas na aquisição de conhecimentos relacionadas a saúde;
➢O hospital se constitui como uma comunidade, um espaço único;
➢Os afastamentos recorrentes e por longos períodos podem acarretar uma série de
dificuldades que envolvem as relações escolares e o processo de interação com o
conhecimento.
➢Dificuldades de acompanhamento dos conteúdos escolares, além disso, os afastamentos
provocam impacto também nas relações sociais presentes no espaço escolar, apontando
um campo que exige (re)elaboração.
➢O que exige do professor uma prática de ensino pensada para este contexto e para as
situações que se apresentam.
Ser professor no Atendimento
Escolar Hospitalar
Exige uma prática situada que contempla:
• diversidade de conhecimentos dos estudantes;
• os diferentes níveis de ensino;
• as disciplinas envolvidas em cada área do conhecimento;
• os aspectos didáticos e metodológicos do ensino das disciplinas;
• as concepções de ensino;
• o contato com os documentos prescritivos;
• os aspectos afetivos e emocionais do envolvimento com pessoas
em situação de fragilidade física e emocional.
A atuação do professor no
ambiente hospitalar
• É uma prática situada que pressupõem ações educacionais que envolvem tanto o
contexto imediato – necessidades do cotidiano, da convivência no ambiente
hospitalar e de tratamento da saúde, contato com a escola de origem, as
informações a família que ficou distante, o vínculo com os amigos, etc. – como
as necessidades do contexto amplo – que contemplam os aspectos contextuais
da situação como: o momento sócio-histórico, a cultura, os fatores sociais, os
elementos linguísticos (variação linguística em função dos diferentes locais de
procedência das crianças e adolescentes) e a lida com a linguagem do ambiente
hospitalar.
A rotina docente em ambiente
hospitalar
• A rotina diária de trabalho inicia-se com o reconhecimento do ambiente,
avalia-se a clientela, suas condições físicas e emocionais. Após entrevista
inicial com os pais e a criança, onde são levantados dados referentes à sua
vida acadêmica e motivo do tratamento, todas as atividades realizadas são
encaminhadas à escola de origem com o parecer pedagógico, apontando
as áreas do conhecimento trabalhadas. (CASTRO, 2010, p. 39).
• Pensar o ensino no contexto hospitalar exige o reconhecimento de todo o
processo de tratamento e da rotina de cada estudante. Implica na
percepção das necessidades de discussão e aprendizagens que são
necessárias para a compreensão do estudante e da sua condição e,
provoca um processo de ensino situado e adequado ao contexto dos
estudantes.
“Decência e boniteza de mãos dadas”
• Para Paulo Freire (1996, p. 59) o respeito é um saber necessário à
prática educativa, pois tratar o outro, o estudante, a sua família com
respeito faz parte de uma consciência ética.
• Como educador, devo estar constantemente advertido com relação a
este respeito que implica igualmente o que devo ter por mim mesmo.
[...] o inacabento de que nos tornamos conscientes nos fez seres
éticos. O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um
imperativo ético e não um favor que podemos conceder uns aos
outros. (FREIRE, 1996, p.59).
Docência
• A função do professor no ambiente hospitalar vai além do currículo
formal, cabe nele uma compreensão ampla de educação, currículo oculto
e conceitos de cultura, valores sociais e morais, valores éticos e estéticos,
bem como noções de direito, cidadania e saúde.
• No âmbito da educação hospitalar há muitos dilemas, principalmente no
que se refere à formação para um contexto tão específico e diverso, como
o hospital.
Docência
• O trabalho docente na educação hospitalar exige, segundo Albertoni e
Chiari (2014), “preparo para trabalhar com a diversidade humana”,
identificando as necessidades educacionais especiais/especificas dos
estudantes impossibilitados de frequentar a escola, “além de ter que
definir e utilizar estratégias de ensino diversificadas e flexíveis que
atendam às exigências curriculares”.
Ser professor
• Therrien e Loiola (2003, p.158) destacam que: “O saber-fazer
contextualizado se elabora a partir das características do contexto no
interior do qual o professor ou a professora evolui”. Assim, a leitura
do espaço da educação hospitalar determina a prática docente e os
caminhos pedagógicos trilhados neste campo. Abrindo possibilidades
de inovação, criatividade, reflexão e pesquisa sobre os processos de
ensino.
O docente na escolarização hospitalar
Deve ter a clareza necessária de que irá atuar num espaço distinto do escolar e
que neste espaço será preciso compreender que:
• É essencial respeitar as dores do outro e entender que isso vai fazer parte do
processo educativo do professor e do estudante.
• Ouvir o outro será um exercício diário de aprendizagem.
• Entender a urgência da leitura do contexto e da necessidade da
criança/adolescente, que é muitas vezes superior à tarefa escolar preparada e
planejada para o momento.
• Nem sempre as tarefas terão continuidade, serão finalizadas, etc.
• É preciso ter noção de estar e ser inacabado.
• O processo de aprendizagem é continuo constante e exige muitos recomeços,
retomadas, outras formas de abordagem e principalmente outras formas de
ensinar. (PETERS, 2016, p.231).
Sugestão de
filmes
Sugestão de leitura
• Eu, o outro e tantos outros: educação, alteridade e filosofia da diferença - Sílvio Gallo. Disponível em:
http://www.grupodec.net.br/wp-content/uploads/2015/10/GalloEuOutroOutros.pdf.
• Atendimento pedagógico domiciliar: do direito à qualidade. Viviane Pereira Maito. Disponível em:
http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25500_13839.pdf.
• Atendimento Educacional Especializado na modalidade domiciliar: funcionamento e organização. Annie
Gomes Redig, Flávia Faissal de Souza. Disponível em:
http://www.revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/1984723817352016068.
• BRASIL. Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e
orientações. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC; SEESP, 2002.
• FONSECA, Eneida Simões da. Classe hospitalar e atendimento escolar domiciliar: direito de crianças e
adolescentes doentes. Revista Educação e Políticas em Debate – v. 4, n.1 – jan. /jul. 2015 - ISSN 2238-8346.
• PAULA. Ercília Maria Angeli Teixeira de. História das Escolas nos Hospitais do Brasil: Políticas Públicas de
Atendimento às Crianças e Adolescentes. In: VI Jornada Nacional do HISTEDBR: História, Sociedade e
Educação no Brasil, 2005, Ponta Grossa. Reconstrução histórica das instituições escolares no Brasil, 2005. p.
01-20.
Reflexões
• “As relações de aprendizagem numa escola hospitalar são injeções de
ânimo, remédio contra os sentimentos de abandono e isolamento,
infusão de coragem, instilação de confiança no seu progresso e em
suas capacidades”. (FONSECA, 2008, p.34).
• Basta apenas que todos estejam empenhados nesta tarefa de
construir pontes e facilitar o acesso ao conhecimento.
• É imprescindível que escola regular (onde o estudante está
matriculado) e SAREH dialoguem para buscar alternativas no processo
de ensino tendo a plena consciência de que este estudante pertence
a uma Escola de origem e que na maioria das vezes irá retornar a ela.
Reflexões
• “Adequar o ensino às características de cada aprendiz, não é só uma
questão de bom senso pedagógico, se não uma questão de respeito à
pessoa, faz parte da exigência inadiável de igualdade.”(MARQUEZAM,
2005, p.06).
Referências
• ALBERTONI. Léa Chuster. CHIARI Brasília Maria. A inclusão escolar de alunos com doenças crônicas: professores e gestores dizem que...
Curitiba, Appris, 2014.
• COVIC, Amália Neide. OLIVEIRA, Fabiana Aparecida de Melo. O Aluno Gravemente Enfermo. São Paulo: Cortez, 2011.
• FREIRE, Paulo. Professora Sim, Tia Não – cartas a quem ousa ensinar, 4ª ed. São Paulo: Olho d’Água, 1994.
• FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 1996.
• MARQUEZAN, Reinaldo. Aprendizagem: explicações para as Dificuldades. Revista de Educação Especial. Universidade Federal de Santa
Maria, RS. Centro de Educação. Departamento de Educação Especial . N° 27. 2005.
• PETERS, Itamara. Letramentos em Língua Portuguesa: um Estudo de Caso na Educação Hospitalar do Paraná. Orientador Eliana Merlin
Deganutti de Barros. - Jacarezinho, 2016. 268 p. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Estadual do Norte do Paraná, Centro
de Letras, Comunicação e Artes, Programa de Pós-Graduação em Letras, 2016.
• PETERS, Itamara. MENEZES, Cinthya V. A. Educação Hospitalar: um breve histórico da trajetória paranaense. Revista Educare, João
Pessoa, PB, v. 2, n.1, p. 59-72, jan./jun. 2018. Disponível em: http://www.periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/educare>.
• PETERS, Itamara. Atendimento Educacional Hospitalar e Domiciliar. Módulo I. UFMS. Campo Grande, 2019.
• THERRIEN, Jacques; LOIOLA, Francisco. A. Considerações em torno da relação entre autonomia, saber de experiência e competência
docente no contexto da ética profissional. CD-ROM. Anais do XVI EPENN. Aracaju, Se. 2003.
Itamara Peters - ita@seed.pr.gov.br / itamarapeters@gmail.com

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2509_sareh.pdf

  • 1.
  • 2. O professor frente ao Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar – SAREH Profª. Itamara Peters Curitiba - 2019
  • 3. OBJETIVOS: • Trazer as discussões sobre o Atendimento Educacional em Ambiente Hospitalar para reconhecer, analisar e compreender as ações pedagógicas desenvolvidas em contexto hospitalar. • Analisar métodos e estratégias de ensino - aprendizagem que possam ser desenvolvidos em contexto escolar e hospitalar. • Promover a reflexão sobre o processo pedagógico oferecido para crianças e adolescentes hospitalizados.
  • 4. Contexto histórico no Brasil Hospital Menino Jesus 1950 Número total de instituições hospitalares no país: 6.750 Número de instituições hospitalares do país com atendimento educacional: 161 Fonte: Fonseca, 2015.
  • 5. Paraná Hospital Pequeno Príncipe • 1987 Hospital de Clínicas • 1988 Hospital Erasto Gaertner • 1991 Associação Paranaense dos Hemofílicos • 2001 Hospital Universitário Evangélico de Curitiba 2003 SAREH 2017 7 unidades Atualmente 20 unidades 1. Vídeo: https://youtu.be/m0dYF_opBwY
  • 6. Quem organiza a educação nos Hospitais brasileiros? • A organização da educação hospitalar é uma responsabilidade de Estados e Municípios, como prevê o documento “Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar estratégias e orientações” proposto pelo Ministério da Educação – MEC, que visava orientar o processo de implementação dos atendimentos escolares e hospitais.
  • 7. OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO HOSPITALAR • A educação em ambiente de tratamento da saúde, tem como foco principal dar continuidade ao processo educativo formal, em ambiente diferenciado, especificamente o ambiente hospitalar e domiciliar. Tem o objetivo de assegurar às crianças, adolescentes, jovens e adultos, o cumprimento do princípio da universalização e do acesso à educação, bem como os preceitos constitucionais da educação como direito social e dever do Estado. Visa atender os educandos em seu direito de aluno e dar continuidade ao seu processo educacional de forma singular e diferenciada.
  • 8. O SAREH • O objetivo do SAREH é manter o vínculo do estudante com sua escola de origem e proporcionar condições de retorno a escola regular pós tratamento da saúde. • Peters e Menezes (2018) enfatizam que “o olhar e a atenção da escola de origem são essenciais no processo de recuperação e retorno as atividades escolares”. • A doença altera a rotina e a escola é a rotina da criança/ adolescente, desse modo acompanhar as atividades escolares, sentir-se acolhido e cuidado pela escola contribui para um estado de bem-estar e tranquilidade durante o tratamento de saúde.
  • 9. Legislação • Art. 13. Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. • § 1o As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu posterior acesso à escola regular. • § 2o Nos casos de que trata este Artigo, a certificação de frequência deve ser realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializado que atende o aluno. (BRASIL, CNE/CEB, 2001, art. 13).
  • 10. O estudante hospitalizado • No contexto hospitalar [...] a visão do mundo muda de foco de acordo com o olhar de quem a vê: “Quando alguém adoece o seu mundo entra em parafuso: as certezas tornam-se dúvidas, a força, muitas vezes cede lugar à fraqueza, o otimismo é suplantado pelo pessimismo” (MEZZONO, 2003, p.335). E dessa forma compreender o mundo da criança/ adolescente doente implica entender a mudança de foco, as angústias e suas necessidades imediatas e de aprendizagem que emergem desse novo contexto. (PETERS e MENEZES, 2018, p.69).
  • 11. O sujeito da ação de escolarização? Criança Adolescente Família Escola regular Condição de tratamento de saúde Hospitalização Alteração de rotina Retomada da escolarização em outro contexto. Prática situada
  • 12. Um sujeito, um quarto • https://www.youtube.com/watch?v=_DuQM_UpvS4
  • 13. O SAREH trabalha com: • O conceito de responsabilidade compartilhada que pode ser entendido a partir do que propõem Covic e Oliveira (2011, p.84), ao mencionarem que na Educação Hospitalar ou domiciliar “as práticas cotidianas escolares são pensadas com dualismo: há um “caráter curricular da escola de origem dos estudantes e um caráter do currículo hospitalar” ressaltando a necessidade de vinculação direta dos serviços de atendimento educacional hospitalar e domiciliar com as escolas das crianças e adolescentes adoecidos.
  • 14. Relação SAREH Escola de origem Estudante Currículo Escola regular / matricula Deslocamento Tratamento de saúde SAREH Hospitalar / domiciliar
  • 15. Atendimento Educacional em Ambiente Hospitalar ➢Parte da ideia de que o sujeito da ação educacional hospitalar é um sujeito diferenciado; ➢Há necessidades especificas na aquisição de conhecimentos relacionadas a saúde; ➢O hospital se constitui como uma comunidade, um espaço único; ➢Os afastamentos recorrentes e por longos períodos podem acarretar uma série de dificuldades que envolvem as relações escolares e o processo de interação com o conhecimento. ➢Dificuldades de acompanhamento dos conteúdos escolares, além disso, os afastamentos provocam impacto também nas relações sociais presentes no espaço escolar, apontando um campo que exige (re)elaboração. ➢O que exige do professor uma prática de ensino pensada para este contexto e para as situações que se apresentam.
  • 16. Ser professor no Atendimento Escolar Hospitalar Exige uma prática situada que contempla: • diversidade de conhecimentos dos estudantes; • os diferentes níveis de ensino; • as disciplinas envolvidas em cada área do conhecimento; • os aspectos didáticos e metodológicos do ensino das disciplinas; • as concepções de ensino; • o contato com os documentos prescritivos; • os aspectos afetivos e emocionais do envolvimento com pessoas em situação de fragilidade física e emocional.
  • 17. A atuação do professor no ambiente hospitalar • É uma prática situada que pressupõem ações educacionais que envolvem tanto o contexto imediato – necessidades do cotidiano, da convivência no ambiente hospitalar e de tratamento da saúde, contato com a escola de origem, as informações a família que ficou distante, o vínculo com os amigos, etc. – como as necessidades do contexto amplo – que contemplam os aspectos contextuais da situação como: o momento sócio-histórico, a cultura, os fatores sociais, os elementos linguísticos (variação linguística em função dos diferentes locais de procedência das crianças e adolescentes) e a lida com a linguagem do ambiente hospitalar.
  • 18. A rotina docente em ambiente hospitalar • A rotina diária de trabalho inicia-se com o reconhecimento do ambiente, avalia-se a clientela, suas condições físicas e emocionais. Após entrevista inicial com os pais e a criança, onde são levantados dados referentes à sua vida acadêmica e motivo do tratamento, todas as atividades realizadas são encaminhadas à escola de origem com o parecer pedagógico, apontando as áreas do conhecimento trabalhadas. (CASTRO, 2010, p. 39). • Pensar o ensino no contexto hospitalar exige o reconhecimento de todo o processo de tratamento e da rotina de cada estudante. Implica na percepção das necessidades de discussão e aprendizagens que são necessárias para a compreensão do estudante e da sua condição e, provoca um processo de ensino situado e adequado ao contexto dos estudantes.
  • 19. “Decência e boniteza de mãos dadas” • Para Paulo Freire (1996, p. 59) o respeito é um saber necessário à prática educativa, pois tratar o outro, o estudante, a sua família com respeito faz parte de uma consciência ética. • Como educador, devo estar constantemente advertido com relação a este respeito que implica igualmente o que devo ter por mim mesmo. [...] o inacabento de que nos tornamos conscientes nos fez seres éticos. O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos conceder uns aos outros. (FREIRE, 1996, p.59).
  • 20. Docência • A função do professor no ambiente hospitalar vai além do currículo formal, cabe nele uma compreensão ampla de educação, currículo oculto e conceitos de cultura, valores sociais e morais, valores éticos e estéticos, bem como noções de direito, cidadania e saúde. • No âmbito da educação hospitalar há muitos dilemas, principalmente no que se refere à formação para um contexto tão específico e diverso, como o hospital.
  • 21. Docência • O trabalho docente na educação hospitalar exige, segundo Albertoni e Chiari (2014), “preparo para trabalhar com a diversidade humana”, identificando as necessidades educacionais especiais/especificas dos estudantes impossibilitados de frequentar a escola, “além de ter que definir e utilizar estratégias de ensino diversificadas e flexíveis que atendam às exigências curriculares”.
  • 22. Ser professor • Therrien e Loiola (2003, p.158) destacam que: “O saber-fazer contextualizado se elabora a partir das características do contexto no interior do qual o professor ou a professora evolui”. Assim, a leitura do espaço da educação hospitalar determina a prática docente e os caminhos pedagógicos trilhados neste campo. Abrindo possibilidades de inovação, criatividade, reflexão e pesquisa sobre os processos de ensino.
  • 23. O docente na escolarização hospitalar Deve ter a clareza necessária de que irá atuar num espaço distinto do escolar e que neste espaço será preciso compreender que: • É essencial respeitar as dores do outro e entender que isso vai fazer parte do processo educativo do professor e do estudante. • Ouvir o outro será um exercício diário de aprendizagem. • Entender a urgência da leitura do contexto e da necessidade da criança/adolescente, que é muitas vezes superior à tarefa escolar preparada e planejada para o momento. • Nem sempre as tarefas terão continuidade, serão finalizadas, etc. • É preciso ter noção de estar e ser inacabado. • O processo de aprendizagem é continuo constante e exige muitos recomeços, retomadas, outras formas de abordagem e principalmente outras formas de ensinar. (PETERS, 2016, p.231).
  • 25. Sugestão de leitura • Eu, o outro e tantos outros: educação, alteridade e filosofia da diferença - Sílvio Gallo. Disponível em: http://www.grupodec.net.br/wp-content/uploads/2015/10/GalloEuOutroOutros.pdf. • Atendimento pedagógico domiciliar: do direito à qualidade. Viviane Pereira Maito. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25500_13839.pdf. • Atendimento Educacional Especializado na modalidade domiciliar: funcionamento e organização. Annie Gomes Redig, Flávia Faissal de Souza. Disponível em: http://www.revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/1984723817352016068. • BRASIL. Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC; SEESP, 2002. • FONSECA, Eneida Simões da. Classe hospitalar e atendimento escolar domiciliar: direito de crianças e adolescentes doentes. Revista Educação e Políticas em Debate – v. 4, n.1 – jan. /jul. 2015 - ISSN 2238-8346. • PAULA. Ercília Maria Angeli Teixeira de. História das Escolas nos Hospitais do Brasil: Políticas Públicas de Atendimento às Crianças e Adolescentes. In: VI Jornada Nacional do HISTEDBR: História, Sociedade e Educação no Brasil, 2005, Ponta Grossa. Reconstrução histórica das instituições escolares no Brasil, 2005. p. 01-20.
  • 26. Reflexões • “As relações de aprendizagem numa escola hospitalar são injeções de ânimo, remédio contra os sentimentos de abandono e isolamento, infusão de coragem, instilação de confiança no seu progresso e em suas capacidades”. (FONSECA, 2008, p.34). • Basta apenas que todos estejam empenhados nesta tarefa de construir pontes e facilitar o acesso ao conhecimento. • É imprescindível que escola regular (onde o estudante está matriculado) e SAREH dialoguem para buscar alternativas no processo de ensino tendo a plena consciência de que este estudante pertence a uma Escola de origem e que na maioria das vezes irá retornar a ela.
  • 27. Reflexões • “Adequar o ensino às características de cada aprendiz, não é só uma questão de bom senso pedagógico, se não uma questão de respeito à pessoa, faz parte da exigência inadiável de igualdade.”(MARQUEZAM, 2005, p.06).
  • 28. Referências • ALBERTONI. Léa Chuster. CHIARI Brasília Maria. A inclusão escolar de alunos com doenças crônicas: professores e gestores dizem que... Curitiba, Appris, 2014. • COVIC, Amália Neide. OLIVEIRA, Fabiana Aparecida de Melo. O Aluno Gravemente Enfermo. São Paulo: Cortez, 2011. • FREIRE, Paulo. Professora Sim, Tia Não – cartas a quem ousa ensinar, 4ª ed. São Paulo: Olho d’Água, 1994. • FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 1996. • MARQUEZAN, Reinaldo. Aprendizagem: explicações para as Dificuldades. Revista de Educação Especial. Universidade Federal de Santa Maria, RS. Centro de Educação. Departamento de Educação Especial . N° 27. 2005. • PETERS, Itamara. Letramentos em Língua Portuguesa: um Estudo de Caso na Educação Hospitalar do Paraná. Orientador Eliana Merlin Deganutti de Barros. - Jacarezinho, 2016. 268 p. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Estadual do Norte do Paraná, Centro de Letras, Comunicação e Artes, Programa de Pós-Graduação em Letras, 2016. • PETERS, Itamara. MENEZES, Cinthya V. A. Educação Hospitalar: um breve histórico da trajetória paranaense. Revista Educare, João Pessoa, PB, v. 2, n.1, p. 59-72, jan./jun. 2018. Disponível em: http://www.periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/educare>. • PETERS, Itamara. Atendimento Educacional Hospitalar e Domiciliar. Módulo I. UFMS. Campo Grande, 2019. • THERRIEN, Jacques; LOIOLA, Francisco. A. Considerações em torno da relação entre autonomia, saber de experiência e competência docente no contexto da ética profissional. CD-ROM. Anais do XVI EPENN. Aracaju, Se. 2003.
  • 29. Itamara Peters - ita@seed.pr.gov.br / itamarapeters@gmail.com