SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 107
Baixar para ler offline
SISTEMA DE ENSINO
NUTRIÇÃO
Nutrição Básica
Livro Eletrônico
2 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Sumário
Nutrição Básica................................................................................................................................ 3
1. Macronutrientes........................................................................................................................... 3
1.1. Carboidratos............................................................................................................................... 3
1.2. Proteínas................................................................................................................................... 10
1.3. Lipídios...................................................................................................................................... 14
2. Água.............................................................................................................................................. 23
3. Fibras............................................................................................................................................ 23
4. Micronutrientes......................................................................................................................... 25
4.1. Vitaminas.................................................................................................................................. 25
4.2. Minerais....................................................................................................................................34
5. Planejamento Dietético............................................................................................................40
5.1. Necessidades Nutricionais.................................................................................................... 41
5.2. Parâmetros..............................................................................................................................43
5.3. NDPCal%...................................................................................................................................43
6. Características Físicas da Estrutura do Alimento..............................................................44
6.1. Consistência.............................................................................................................................44
6.2. Características Químicas......................................................................................................45
7. Sistema Digestório....................................................................................................................46
Resumo.............................................................................................................................................50
Mapas Mentais................................................................................................................................51
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 57
Questões de Concurso.................................................................................................................. 59
Gabarito............................................................................................................................................ 77
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 78
Referências.................................................................................................................................... 106
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
NUTRIÇÃO BÁSICA
Olá, nutri!
Tudo bem com você?
Vamos conversar sobre nutrição básica nesse módulo! Preparado para mais um conteúdo
importantíssimo da nutrição?
Aqui é o Tio Lucas e vou te acompanhar ao longo desse material.
Os assuntos abordados irão passar pelos princípios da composição dos alimentos e cami-
nharão pelos processos de digestão até chegar a algumas aplicações práticas.
Se divirta lendo este material e termine um passo mais próximo da sua aprovação!
Bons estudos!
1. Macronutrientes
Macronutrientes são os principais grupos fornecedores de calorias da dieta e também que
compões os alimentos, compreendendo os carboidratos, proteínas e lipídeos.
Na divisão clássica sobre os nutrientes existem dois grupos: os macronutrientes e os mi-
cronutrientes. Contudo, devido à função desempenhada pelas fibras e água, algumas vezes
acabam também sendo acomodadas no grupo dos macronutrientes.
1.1. Carboidratos
Conceito
Também chamados de hidratos de carbono ou glicídios, são as moléculas orgânicas mais
abundantes na natureza, constituídas de carbono + hidrogênio + oxigênio na proporção 1:2:1
(COMINETTI, COZZOLINO, 2020).
Glicose = C6
H12
O6
Sacarose = C12
H22
O11
A pirâmide alimentar (um dos primeiros Guias Alimentares do Brasil, agora já em desuso)
apresenta que a base da alimentação deve valer de alimentos fonte de carboidratos, denomi-
nado “Grupo dos cereais, tubérculos e raízes”. Na pirâmide esses alimentos são responsáveis
pelo fornecimento da energia para o nosso organismo e por isso deveriam ser consumidos em
maior quantidade (TUCUNDUVA, 1999).
Apesar de estar em desuso, a pirâmide alimentar apresenta a informação de a maior parte
das calorias da dieta devem ser provenientes do carboidrato de forma correta, o que popde ser
evidenciado pelas recomendações das DRI. Nelas o percentual de caarboidratos relativos ao
total de calorias da dieta deve estar na faixa de 45 a 65%.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Função
Os carboidratos são a principal fonte de energia para a maioria das células do organismo.
Logo, sua principal função é o fornecimento de energia, com contribuição de 4 Kcal para casa
grama de carboidrato (WAITZBERG, 2009).
Molecularmente falando, quando se observa as vias metabólicas de produção energética,
o carboidrato é o mais utilizado para essa produção. Logo, ele é o nutriente que tem pronta
disponibilização para a produção de energia, por isso o carboidrato é conhecido como macro-
nutriente produtor energético.
Os carboidratos, após digestão e absorção, podem ser armazenados sob a forma de glico-
gênio e isso ocorre em maior quantidade no fígado e nos músculos. Contudo a reserva de glico-
gênio no fígado é direcionada para manutenção de glicemia, processos de armazenamento, hi-
drólise e exportação de glicose (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). Normalmente, são importantes
estoques de energia, nos vegetais em formato de amido e nos animais em formato de glicogênio.
Assim, carboidratos possuem ação POUPADORA DE ENERGIA, visto que o organismo utili-
za o carboidrato como primeira fonte de energia em relação a lipídios e proteínas (WAITZBERG,
2009). Isto impede formação excessiva de cetonas.
Obs.:
 Utilizando os carboidratos como fonte primária de produção energética, terá preserva-
da a massa muscular, bem como o tecido adiposo. E isso torna o carboidrato como um
macronutriente determinado como poupador de energia.
Em humanos, no período pós-prandial a glicose é armazenada especialmente no fígado
(cerca de 90 g) e músculos (150 g), na forma de glicogênio.
Classificação dos CHO
A classificação tradicional dos carboidratos é a classificação química pelo tamanho da
molécula, dividida em três grandes classes: açúcares, oligossacarídeos e polissacarídeos (CO-
ZZOLINO; COMINETTI, 2020).
Açúcares: termo que identifica os carboidratos mais simples, como os mono e dissacaríde-
os, também denominados de açúcares solúveis.
− Monossacarídeos:
− São as unidades básicas do CHO e têm como exemplos clássicos a glicose, a frutose
e a galactose.
Alimentos em que estão presentes: mel, xarope de milho, doces, frutas, leite e derivados.
− Dissacarídeos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
São açúcares simples compostos de dois monossacarídeos ligados. Alguns exemplos são
a sacarose (glicose + frutose), a lactose (glicose + galactose) e a maltose (glicose + glicose).
Obs.:
 A glicose é o único monossacarídeo que irá compor a formação de todos os dis-
sacarídeos.
• Oligossacarídeos:
Consistem em cadeias curtas de unidades de monossacarídeos ou resíduos unidos por
ligações glicosídicas. Podem ser divididos em alfaglucanos, não alfaglucanos, fruto-oligossa-
carídeos e galacto-oligossacarídeos (FOS e GOS, respectivamente).
• Polissacarídeos:
São polímeros que contêm mais de 20 unidades na cadeia, macromoléculas formadas por
milhares de unidades de monossacarídeos ligadas entre si. São também chamados carboidra-
tos complexos. Alguns exemplos incluem o amido, o glicogênio e a celulose.
Esses tipos de carboidratos são encontrados em alimentos como trigo, grãos, batatas, er-
vilhas, feijões e verduras em geral.
Exemplos de amido e polissacarídeos não amido são as fibras (pectina, goma, celulose e
hemicelulose).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
6 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Os carboidratos mono e dissacarídeos são também chamados de carboidratos simples e os
polissacarídeos são carboidratos complexos, o que influencia o índice glicêmico.
• Carboidratos estruturais:
São aqueles componentes das membranas biológicas, como as glicoproteínas e os glico-
lipídeos, e elementos estruturais de paredes celulares de bactérias e vegetais (celulose). Além
disso, compõem a ribose e desoxirribose do RNA e DNA, respectivamente.
Tipo de
carboidrato
Componentes Fontes Alimentares
Monossacarídeos
Glicose
“açúcar” do corpo, hidrólise de
sacarose, lactose e maltose
Frutose Frutas, sucos e mel
Galactose Leites e derivados
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
7 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Tipo de
carboidrato
Componentes Fontes Alimentares
Dissacarídeos
Sacarose
Açúcar refinado, açúcar
mascavo, mel
Lactose Leite e derivados
Maltose Beterraba, cereais e sementes
Oligossacarídeos
Maltodextrina Derivado do milho e mandioca
Fruto-oligossacarídeos,
rafinose e estaquiose
Feijão, grão-de-bico, ervilha,
lentilha
Polissacarídeos Amido
Milho, cereais, pães, massas,
batatas, feijão, ervilha e raízes
• Carboidratos complexos X Carboidratos simples
Essa classificação foi criada em 1977 em recomendações alimentares americanas para
diferenciar os açúcares dos carboidratos de amido e demais polissacarídeos. Contudo, a FAO
considera essa classificação inadequada, visto que existem amidos de rápida absorção e,
portanto, elevado índice glicêmico (COZZOLINO; COMINETTI, 2020). Contudo, como alguns
livros ainda carregam essa classificação, seguem algumas diferenças entre eles que podem
ser abordadas em questões.
Fontes
alimentares
Benéficos à
saúde?
Justificativa
Carboidratos
complexos
Pães de grãos
integrais
Cereais em farelo
e integrais
Vegetais verdes
Frutas frescas
Trigo
Mandioca (aipim)
Macarrão
Arroz
Pão
Milho
Batata
Cará
Batata doce
Legumes
Sim
Ricos em Fibras e
nutrientes;
Baixo índice
glicêmico;
Ajuda a se sentir
completo com
menos caloria;
Estimulam
naturalmente o
metabolismo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
8 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Fontes
alimentares
Benéficos à
saúde?
Justificativa
Carboidratos simples
Doces e
sobremesas
Cereais
Açucarados
Refrigerante e
bebidas doces
Pães refinados
Frutas
Mel
Açúcar
Balas
Refrigerantes
Doces
concentrados
Não
Pobre em fibras e
nutrientes;
Alto índice
glicêmico;
Calorias vazias
convertidas em
gordura;
Altos níveis de
glicose no sangue
provocando
sentimento de
cansaço.
O índice glicêmico é a resposta glicêmica produzida pelo organismo após o consumo de um
alimento. Para cada item alimentar em análise, ingere-se uma quantidade de 50 g de carboidratos
e posteriormente mensuram-se as concentrações de glicose sanguínea por um período de 2 horas.
Em seguida, a resposta glicêmica deste alimento é comparada com a obtida por um alimento de
referência (geralmente açúcar ou pão). Esse valor normalizado, expresso como uma porcentagem
do valor obtido com o alimento de referência, recebe o nome de índice glicêmico (SHILLS, 2016).
Fonte: Santos (2014).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
9 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Digestão e absorção dos carboidratos
A digestão enzimática dos carboidratos começa pela boca com a ação da amilase salivar.
Quando o alimento chega ao duodeno entra em contato com a amilase pancreática. A função
das amilases é hidrolisar a molécula de carboidrato, especialmente o amido. O produto resul-
tante dessas primeiras hidrólises será clivado por outras enzimas como as glicoamilases e
dissacaridases, as últimas presentes na borda em escova (COZZOLINO; COMINETTI, 2020).
Após a digestão os monossacarídeos precisam ser absorvidos do lúmen intestinal para a
circulação. Para tanto, serão necessários alguns transportadores. Os transportadores passi-
vos são os da família GLUT, e os ativos são os cotransporte de sódio e glicose (SGLT).
Obs.:
 A digestão e absorção dos carboidratos têm relação direta com a capacidade de
aumentar a glicemia.
Órgão Produto Enzima Produto Final
Boca Amido Amilase Salivar Maltose
Estômago – – –
Intestino
Delgado
Amido
Amilase
Pancreática
Maltose
Maltose Maltase Glicose + glicose
Sacarose Sacarase Glicose + frutose
Lactose Lactase
Glicose +
Galactose
Especialmente sobre a digestão da lactose, é importante lembrar que ela é um dissacarí-
deo, um carboidrato simples, formado por glicose + galactose. Durante a digestão desse dissa-
carídeo é quebrado pela lactase formando, então, glicose e galactose. Contudo, para aquelas
pessoas que não produzem quantidades adequadas de lactase, ou seja, de enzimas que farão
a quebra da lactose, esse processo digestivo não ocorre, acarretando desconforto intestinal.
Os sintomas desses indivíduos intolerantes à lactose são devido a maior fermentação a lacto-
se não digerida e consequente produção de gases, podendo até gerar dores.
A seguir estão destacadas algumas etapas importantes do processo digestivo e absortivo
dos carboidratos.
• A lactose será quebrada em galactose e glicose.
• O amido, pela ação da amilase, será quebrado em maltose, maltotriose ou dextrina alfa-
-limite. Depois sofrerá ação das alfas-glicosidases formando a glicose.
• A sacarose será quebrada em glicose e frutose.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
10 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
• Na membrana apical da célula a glicose e a galactose serão absorvidas pelo SGLT1 e a
frutose pelo GLUT5.
• Na membrana basolateral, a absorção da galactose, da glicose e da frutose se darão
pelo GLUT 2, caindo na circulação sanguínea.
• O consumo de lactose e sacarose (carboidratos simples), tendem a precisar de somente
uma quebra para se transformar em monossacarídeos.
• Se a glicose for consumida em seu estado puro, a glicemia será aumentada rapidamente.
EXEMPLO
Um indivíduo que consumiu um monossacarídeo terá a absorção bem rápida e, com isso, aumen-
tará drasticamente a sua glicemia. Se consumir um dissacarídeo, apesar de ainda precisar ser
clivado, ele também aumentará rapidamente a glicemia (não tão rapidamente quanto o monos-
sacarídeo). Já ao consumir um polissacarídeo, primeiramente esse alimento precisa ser clivado
pela amilase e depois pela ação de outras enzimas. Logo, necessitará de uma segunda clivagem
para a liberação de monossacarídeos. Ou seja, a formação dos monossacarídeos a partir de
polissacarídeos e, consequentemente, sua absorção são mais lentas. Com isso, o aumento da
glicemia ocorrerá em níveis mais moderados, dando tempo também para o organismo utilizar
essa glicose de modo a produzir energia, a repor o glicogênio muscular e a desempenhar diver-
sas funções para que a glicose não fique em excesso na corrente sanguínea.
A adequada homeostase da glicose requer que a ingestão de carboidratos seja adequada,
não devendo exceder nem ser insuficiente. A glicose é um dos substratos circulantes mais re-
gulados do organismo, principalmente porque o cérebro depende de um suprimento contínuo
de glicose (COZZOLINO, COMINETTI, 2020).
O consumo elevado de alimentos que são fontes de carboidratos chamados disponíveis
(constituídos de amido e açúcares solúveis) mantém a glicemia elevada, o que pode acarretar
intolerância à glicose ou resistência à insulina. Dessa forma, o consumo elevado desse grupo
de carboidratos pode causar hiperglicemia, glicosúria (um dos sintomas da diabetes mellitus)
e favorecimento de armazenamento (em formato de glicogênio e triglicerídeos).
Já o consumo baixo de carboidratos, isto é, insuficiente, pode ocasionar em hipoglicemia,
com consequente tontura, fraqueza e dores de cabeça, além de depleção de reservas do orga-
nismo, podendo levar à desnutrição (do tipo marasmática).
1.2. Proteínas
As proteínas são formadas por aminoácidos unidos em longas cadeias por ligações peptí-
dicas, que podem se torcer e se dobrar em um espaço tridimensional formando as estruturas
proteicas. As proteínas são produzidas e secretadas para agir na sinalização entre células na
forma de hormônios, citocinas e enzimas (SHILLS, 2016).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
11 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
A estrutura química é formada por carbono + hidrogênio + oxigênio + nitrogênio, o que con-
fere às proteínas a característica de ser um nutriente de primeira importância.
As proteínas podem ser formadas por 20 diferentes tipos de aminoácidos, apresentando
configuração e tamanhos variados. A sequência dos aminoácidos na cadeia é determinada
pelo DNA, a partir dos processos de transcrição e tradução. Qualquer mudança na sequência
de um dos aminoácidos da cadeia pode causar uma alteração na proteína, que consequente-
mente interfere na sua função, podendo causar doenças.
EXEMPLO
A anemia falciforme tem como principal problema a má formação da hemoglobina, a partir da
mudança de um aminoácido da cadeia.
A anemia falciforme ocorre devido a troca da valina pelo ácido glutâmico na cadeia, alterando
a configuração da hemoglobina normal, o que levará à mudança da função e da forma da proteína.
Classificação dos aminoácidos
Os aminoácidos são classificados em essenciais (indispensáveis) e não essenciais (dis-
pensáveis). Os essenciais são aqueles oriundos da dieta, que não são produzidos pelo orga-
nismo. Estes possuem relação com as proteínas exógenas, que são provenientes de fora do
organismo. Já os aminoácidos não essenciais são aqueles em que há síntese pelo próprio
corpo, e se relacionam com as proteínas endógenas (de dentro).
Obs.:
 A deficiência ou a ausência da ingestão de aminoácidos indispensáveis pode acarre-
tar problemas no desenvolvimento principalmente em crianças, como perda de peso,
atraso no crescimento, entre outros.
Aminoácidos essenciais
Aminoácidos não
essenciais
Aminoácidos
condicionalmente
essenciais
Aqueles que devem
ser fornecidos pela
alimentação
Aqueles que podem
ser sintetizados pelo
organismo a partir da
presença de aminoácidos
essenciais
São sintetizados
pelo organismo, mas
possuem limitação
sob condições
específicas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
12 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Aminoácidos essenciais
Aminoácidos não
essenciais
Aminoácidos
condicionalmente
essenciais
Treonina
Triptofano
Histidina
Lisina
Leucina
Isoleucina
Metionina
Valina
Fenilalanina
Alanina
Ácido glutâmico
Asparato
Asparagina
Serina
Arginina
Cisteína
Glutamina
Glicina
Prolina
Tirosina
Existem ainda aqueles aminoácidos considerados condicionalmente essenciais. Estes po-
dem se tornar essenciais em condições fisiopatológicas específicas, como para bebês prema-
turos, no trauma, na sepse e em grandes queimados.
Obs.:
 A principal diferença entre os essenciais e os não essenciais é de que nos essenciais
é preciso consumi-los (adquiridos pela dieta), já os não essenciais não são adquiridos
pela dieta, então é possível sintetizá-los a partir da ingestão dos essenciais.
Qualidade da proteína
A qualidade de uma proteína está relacionada à sua capacidade de fornecer os aminoácidos
necessários para o organismo, e uma das formas de expressar essa qualidade é pelo valor bio-
lógico. Este é determinado pela medida da quantidade de nitrogênio consumido e o excretado.
• Proteína de alto valor biológico – PAVB
Contêm todos os aminoácidos essenciais em proporções adequadas, sendo mais bem
utilizadas pelo organismo. Normalmente são as proteínas de origem animal, como carnes,
ovos, e leites.
• Proteína de baixo valor biológico – PBVB
Não possuem quantidades adequadas de aminoácidos essenciais. Então presentes em
alimentos de origem vegetal, sendo a principal fonte as leguminosas, como feijão e soja.
É possível gerar uma correção do chamado “aminograma”, que ocorre quando há dois alimentos
de origem vegetal, em que um possui, por exemplo, 15 aminoácidos essenciais e o outro ali-
mento consumido possui, por exemplo, 5 aminoácidos que estão faltando no primeiro alimento.
Com isso, esse aminograma irá gerar uma cadeia proteica de alto valor biológico. Mas para isso
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
13 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
ocorrer, deve-se fazer a correção em quantidades adequadas. Por exemplo.: 3 porções de arroz
para 1 porção de feijão se faz a correção do aminograma e forma uma cadeia de aminoácidos,
que gera aminoácidos essenciais, garantindo uma proteína de alto valor biológico.
Função
Classicamente as proteínas apresentam uma função caracterizada como estrutural, mas
também pode função energética e reguladora.
• Estrutural: construção e manutenção dos tecidos, formação de hormônios, enzimas e
anticorpos;
• Energética: fonte de energia, pois cada grama de proteína fornece cerca de 4 kcal;
• Reguladora: carreadoras de gorduras, conhecidas como lipoproteínas e contribuem para
a homeostase.
Fontes alimentares e recomendações
As principais fontes alimentares de proteína são as carnes, o leite, os queijos, os ovos, as
leguminosas e as oleaginosas.
• Fontes de origem animal: carne bovina, peixes, aves, leite e derivados, ovos e vísceras.
• Fontes de origem vegetal: leguminosas, feijão, soja, ervilha, lentilha, grão-de-bico.
As recomendações para ingestão de proteínas segundo a OMS (2003) devem representar
entre 10 e 15% do valor calórico total da dieta. Contudo, essa recomendação pode mudar de
acordo com a referência. Por exemplo, as recomendações da ASBRAN das DRI podem chegar
até a 25% do valor calórico total.
Na prova, a pergunta já irá especificar qual a recomendação direcionada à referência.
Digestão e absorção de proteínas
O objetivo principal da digestão de proteínas é fornecer aminoácidos, dipeptídeos e tripeptíde-
os a partir da proteína fornecida na alimentação. As enzimas responsáveis pela digestão das prote-
ínas são as peptidases, que são divididas em endopeptidases (que agem sobre a proteína intacta)
e em exopeptidases (atuam no processo final da digestão) (COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
A digestão das proteínas inicia-se no estômago, que pela presença do ácido clorídrico tor-
na as proteínas mais susceptíveis a ação da pepsina (endopeptidase). A pepsina é liberada na
forma de pepsinogênio, que é inativa, mas na presença da acidez gástrica se converte na for-
ma ativa. No duodeno há secreção das proteases pancreáticas, que também são inicialmente
secretadas na forma inativa. A enteropeptidase presente na membrana apical do enterócito
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
14 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
converte o tripsinogênio (enzima inativa) em tripsina (enzima ativa). Os produtos finais da
digestão de proteínas não são exclusivamente aminoácidos livres, mas também alguns peque-
nos peptídeos (COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
Órgão Produto Enzima Produto Final
Boca – – –
Estômago Proteína Pepsina
Proteoses e
peptonas
Intestino
Delgado
Proteoses e
peptonas
Dipeptídios
Aminopeptídios
Tripsina
Quimiotripsina
Carboxipeptidase
Dipeptidase
Aminopeptidase
Dipeptídios
Aminopeptídios
Aminoácidos
O transporte intestinal de oligopeptídeos é realizado pelo PepT-1 presente na membrana
apical do enterócito.
Turnouver proteico
A proteína ingerida diariamente, somada à proteína proveniente do intestino na forma de
enzimas digestivas, células descamadas e mucinas, é digerida e absorvida de forma quase
completa. Isso garante o pool de aminoácidos do corpo (COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
Logo, o turnouver proteico é o contínuo estado de síntese e degradação de proteínas.
No turnouver os aminoácidos livres estão em equilíbrio dinâmico na célula e nos fluidos
biológicos decorrentes do anabolismo (formação) e catabolismo (quebra).
Alguns tecidos apresentam maior responsabilidade por esse processo contínuo como o
tecido muscular, a mucosa intestinal, o pâncreas, o fígado e os rins.
Tendo em vista a importância da manutenção das quantidades proteicas no corpo, tanto
o consumo abaixo quanto elevado podem causar danos ao organismo. No caso do consumo
baixo, se em crianças, pode lentificar o crescimento. Em adultos e crianças a baixa ingestão
proteica pode levar à desnutrição, baixa resistência a doenças e dificuldade de cicatrização. Já
o consumo elevado está mais relacionado ao desenvolvimento de doenças renais e hepáticas.
1.3. Lipídios
Oslipídeossãodefinidosquimicamentecomoumaclassedecompostosinsolúveisemágua
e solúveis em solventes orgânicos. São também denominados lípides, lipídeos ou gorduras.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
15 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Função
Possui função energética, com armazenamento em forma de triacilgliceróis, apresentando
uma densidade calórica de 9 kcal por grama de lipídeo. Mas também apresentam função de
construção, como componente da membrana plasmática, além de depósito de gordura, que
também garante proteção contra lesões traumáticas e choques.
Obs.:
 Mesmo os lipídeos tendo a maior densidade energética (9Kcal/g), o principal fornece-
dor de energia dos macronutrientes continua sendo o carboidrato.
Abaixo seguem algumas funções importantes dos lipídeos.
• fornecer energia;
• transportar as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K);
• melhorar a palatabilidade dos alimentos;
• aumentar o tempo de digestão;
• fornecer ácidos graxos essenciais ao organismo;
• proteger órgãos e vísceras do corpo;
• ser precursor na biossíntese de hormônios e de ácidos biliares.
Tendo em vista tantas funções importantes, deve-se manter os níveis adequados de lipíde-
os, que também inclui ingestão adequada, tanto para manutenção de níveis hormonais ótimos,
quanto para a proteção corporal como um todo.
Composição e classificação
Os lipídeos podem ser classificados em três grandes grupos: simples, compostos e varia-
dos. Os simples englobam os ácidos graxos, os gliceróis e as ceras. Os lipídeos compostos
são os fosfolípides e as lipoproteínas. Já os lipídeos variados compreendem os esteróis e as
vitaminas lipossolúveis.
Em termos de complexidade da molécula, o lipídio seria o mais complexo. Em seguida, o
glicerol uma menor complexidade, derivado da quebra do lipídeo inteiro. Já o ácido graxo é a
molécula mais simples, importante para facilitar na absorção e no transporte.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
16 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
• Ácidos graxos
Os ácidos graxos, unidades fundamentais da maioria dos lipídeos, são ácidos graxos orgâ-
nicos possuindo 4 átomos a 24 átomos. Eles podem ser classificados em:
– cadeias curtas (4 a 6 átomos de carbono);
– cadeias médias (8 a 12 átomos) e
– cadeias longas (mais do que 12).
Além do tamanho da cadeira de carbono, os ácidos graxos se diferenciam pelo número e
pela posição das duplas ligações. E isso faz com que os ácidos graxos sejam definidos em
ácidos graxos saturados, insaturados e poli-insaturados.
− Ácidos graxos saturados:
Não possuem duplas ligações entre os carbonos e são encontrados principalmente em
gorduras animais e alimentos derivados.
Algumas fontes são carnes gordas, banha de porco, manteiga, palma, cacau, laticínios e
óleo de coco.
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde mostram que a banha é rica em
ácidos graxos saturados, logo, não é um alimento indicado para o consumo cotidiano, princi-
palmente se em quantidades elevadas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
17 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
O consumo de ácidos graxos saturados em grande quantidade, aumenta o risco de doenças
cardiovasculares e o risco de aterosclerose, além do risco da obesidade.
− Ácidos graxos insaturados
Possuemduplasligaçõesentreoscarbonosesãoencontradasnasgordurasvegetais,divididos
em monoinsaturados (única dupla de ligação) e poli-insaturados (duas ou mais ligações duplas).
◦ Ômegas
Os ácidos graxos insaturados podem ser classificados de acordo com a posição da primei-
ra ligação dupla em relação ao grupo metil terminal do ácido graxo, com utilização da nomen-
clatura em ômega (COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
O ômega 3 possui 3 duplas ligações, o qual a primeira dupla ligação é na terceira ligação
(e por este motivo é denominado ômega 3). É classificado como ácido graxo poli-insaturado,
pois contém mais de uma dupla ligação. O ômega 3 é também chamado de ácido linolênico.
O ômega 6 possui uma dupla ligação na sexta posição da cadeia. Como ele tem duas du-
plas ligações na cadeia é considerado um ácido graxo poli-insaturado. O ômega 6 é também
chamado de ácido linoleico.
Já o ômega 9, apresenta sua dupla ligação na nona posição da cadeia. E como apresenta
apenas uma dupla ligação é um ácido graxo monossaturado. O ômega 9 é também chamado
de ácido oleico.
Os ácidos graxos insaturados ainda podem ser classificados como essenciais e não essen-
ciais. Durante a formação de novo as enzimas humanas só conseguem adicionar duplas liga-
ções a partir da nona posição da cadeia. Por esta razão os ácidos graxos ômega 3 e ômega 6
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
18 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
são considerados essenciais. Logo, devem ser obtidos de fontes alimentares. O não consumo
desses ácidos graxos pode levar a prejuízos metabólicos.
Fontes alimentares dos ácidos graxos insaturados
Ômega 3
(linolênico)
Ômega 6
(linoleico)
Ômega 9
(oleico)
Sardinha
Arenque
Óleo de peixe
Salmão
Atum
Óleo de soja
Óleo de girassol
Óleo de milho
Linhaça
Macadâmia
Nozes
Amêndoa
Castanha do Pará
Gergelim
Abacate
Semente de Girassol
Linhaça
Azeite de Oliva
Canola (óleo)
DICA
É importante lembrar que o ômega 6 é chamado de linoleico
e que o ômega 3 é chamado de linolênico, pois, em questões
de prova, a banca examinadora pode utilizar esses nomes para
tentar confundir o candidato.
ÔMEGA 3
EPA (ácido eicosapentaenóico) e o DHA (ácido docosahexaenoico) são considerados dois
tipos de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3. São encontrados em maior quantidade em
alimentos como peixes, frutos do mar e óleo de peixe.
− Lipoproteínas
São lipídios (colesterol ou triglicérides) associados a proteínas. Como as gorduras não são
capazes de circular livremente em um meio aquoso como o plasma, necessitam de uma molé-
cula carreadora que o permitam fazer isso (uma proteína).
As diferentes lipoproteínas divergem quanto à sua composição, dando origem a partículas de
diferentes densidades. Assim, as lipoproteínas são classificadas de acordo com sua densidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
19 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
◦ Quilomicrom: contém a maior densidade de todas.
Possui pequena quantidade de proteína, fosfolipídeos e colesterol e grande quantidade de
triacilgliceróis.
◦ VLDL: lipoproteína de baixa densidade.
Possui uma quantidade maior de proteína, um pouco maior de fosfolipídeos, uma quanti-
dade considerável de triacilglicerol e uma quantidade boa de colesterol.
◦ IDL: lipoproteína de densidade intermediária (não cai muito em provas).
◦ LDL: lipoproteína de baixa densidade (lipoproteína ruim).
Possui uma grande quantidade de proteína, uma boa quantidade de fosfolipídios, uma pe-
quena quantidade de triacilglicerol e mais ou menos metade da quantidade de colesterol.
◦ HDL: lipoproteína de alta densidade (considerada boa).
Possui uma maior quantidade de proteína, uma porção de fosfolipídios, uma pequena por-
ção de triacilglicerol e uma boa porção de colesterol.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
20 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
− Gorduras trans
São gorduras que não são sintetizadas no organismo humano. Resultam do processo de
hidrogenação parcial ou total de óleos vegetais. Dessa forma, há conversão das gorduras líqui-
das em temperatura ambiente para gorduras sólidas. Pra isso, ocorre a modificação da estru-
tura molecular da gordura, que antes era cis e passa para a forma trans.
Obs.:
 O ângulo da dupla ligação que mostrará a forma trans. Em comparação com seu isô-
mero cis na cadeia carbonada, o ácido graxo trans é mais linear, resultando em uma
molécula mais rígida. Isso permite propriedades físicas diferentes, principalmente
relacionadas à estabilidade e à termodinâmica.
Alimentos que contém gordura trans: bolacha cream cracker, biscoitos recheados, quiche
de queijo, wafer, fatia de bolo, prato de yakisoba, 3 colheres de sopa de margarina.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
21 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
O consumo de ácidos graxos trans obtidos industrialmente eleva o risco de doenças coro-
narianas. Esse tipo de gordura possui efeitos aterogênicos por ser capaz de reduzir substan-
cialmente as lipoproteínas do tipo HDL e aumentar as lipoproteínas LDL (COMINETTI; COZZO-
LINO, 2020). Existe uma proposta da OMS de eliminação da gordura trans como suplemento
de alimentos até 2023.
Necessidades diárias
Recomendações para pessoas saudáveis de acordo com as DRI.
Nutrientes
Ingestão
Recomendada
Gordura total
25 a 35% das calorias
totais
Ácidos graxos saturados  7% das calorias totais
Ácidos graxos
poliinsaturados
 10% das calorias totais
Ácidos graxos
monoinsaturados
 20% das calorias totais
Colesterol  200 mg/dia
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
22 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Digestão, absorção dos lipídios
A digestão dos lipídios se inicia na boca pela ação da lípase lingual. A hidrólise dos lipídeos
continua no estômago pela ação da lípase gástrica, com especial hidrólise dos triacilgliceróis
de cadeia curta e média em ácidos graxos e em diacilgliceróis. A maior parte da digestão das
gorduras ocorre no intestino delgado, que necessita de sais biliares e da lípase pancreática.
A presença de gordura no intestino estimula a liberação colecistoquinina, que irá estimular a
contração da vesícula biliar. Os produtos finais da digestão de lipídios são ácidos graxos livre
e betamonoacilgliceróis, que serão incorporados em micelas para serem transportados até os
enterócitos (SHILLS, 2016; COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
Órgão Enzimas Ação
Boca Lipase lingual
Clivagem de ácidos graxo na posição sn-3
por hidrólise.
Estômago Lipase gástrica
Digere as gorduras emulsionadas: leite e
gema de ovo.
Fígado – A bile emulsiona as gorduras resultantes.
Intestino
Delgado
Lipase pancreática e
lipase entérica
Decompõem as gorduras já
emulsionadas em ácidos graxos e glicerol.
A absorção de lipídios parece ocorrer, em grande parte, por meio da difusão passiva. As
micelas que contêm produtos de digestão das gorduras mantém um equilíbrio dinâmico entre
si, o que permite a separação dos constituintes das micelas que apresentam mais conteúdo
das que contêm menos, equilibrando a concentração micelar global dos produtos de digestão.
Os ácidos graxos livres são liberados pela ação da lipase pancreática até que a capacidade de
saturação das micelas seja atingida (SHILLS, 2016).
O sistema exógeno de transporte antão inicia-se com a reorganização de ácidos graxos,
fosfolipídios, quantidades menores de glicerol e colesterol absorvidos em quilomícrons dentro
dos enterócitos. A síntese de quilomícrons no interior do enterócito intestinal é rigidamente
regulada pela produção de apolipoproteína B (Apo-B). A liberação na circulação sistêmica é se-
guida pela hidrólise do triglicerídeo na superfície dos capilares dos tecidos pela ação da lipase
lipoproteica (LPL). A hidrólise no interior dos quilomícrons resulta em movimento dos ácidos
graxos para o interior dos tecidos e a subsequente produção de partículas remanescentes de
quilomícron depletadas em triglicerideos.
Obs.:
 Nem todos os ácidos graxos necessitam da incorporação e do transporte de quilomí-
crons. Os com menos de catorze carbonos de comprimento, isto é, os TCM, em um grau
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
23 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
variável têm o transporte interno direto via circulação portal, seja como TG ligado à lipo-
proteína ou como ácido graxo livre ligado à albumina (não esterificado). A transferência
portal libera ácido graxo para o fígado mais rapidamente que o trânsito de quilomícrons.
2. Água
Todas as reações metabólicas do organismo necessitam de água para ocorrer. A maioria
das reações químicas que ocorrem nas células depende do balanço ou equilíbrio de água e
eletrólitos.
A água é o maior e mais simples componente do organismo.
Funções
A água funciona como solvente, o que é fundamental para as trocas metabólicas entre os
compartimentos corporais. Ela é também o meio de transporte para movimentar moléculas
(como nutrientes). Além disso, ela regula a temperatura corporal, compõe parte de todas as
células e participa da digestão, absorção, excreção.
Necessidade
A necessidade é de aproximadamente 1 ml/kcal/dia. Mas a ingestão adequada pode variar
com a idade, a temperatura, nível de atividade física e perdas funcionais.
A maior parte da nossa ingestão de água origina-se do consumo de líquidos, mas os seres
humanos também ingerem quantidades significativas de água a partir de frutas e legumes.
Obs.:
 Existe também a recomendação genérica de 30 ml de água por Kg de peso corporal
(pegar o peso e multiplicar por 30). Por exemplo, uma pessoa que possui 100kg deverá
consumir cerca de 3 litros de água por dia.
3. Fibras
As fibras são compostas presentes em diversos alimentos que afetam diretamente a quali-
dade deles. Além disso, são de extrema necessidade para a saúde do ser humano, interferindo
em diversas ações relacionadas ao organismo.
A definição de fibras alimentares pode ser relativa às suas características fisiológicas ou
pelas químicas.
Conceito
São polissacarídeos constituintes de todos os alimentos de origem vegetal que não são
digeríveis pelo organismo humano. Contudo, também pode ser apresentar com o conceito de
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
24 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
ser constituída principalmente de polissacarídeos não amido das plantas, e de lignina, que são
resistentes à hidrólise pelas enzimas digestivas humanas (COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
De maneira simplificada as fibras podem ser definidas como carboidratos complexos que
não são digeríveis.
O IOM recomenda um nível de ingestão adequada (AI) de 14 g de fibras por cada 1.000 kcal
consumidas para todas as pessoas com mais de 1 ano de idade. Contudo, a recomendação
diária também pode ser de 20-38 gramas por dia, sempre se relacionando com a quantidade
energética total ingerida pelo indivíduo.
A recomendação para pacientes com alguma doença (não somente de fibras, mas de outros
nutrientes como carboidratos, proteínas e lipídios) podem ser diferentes das recomendações
gerais e apresentadas neste material. Por isso, o Projeto Diretrizes concentra outras recomen-
dações específicas, que são distintas entre os grupos e relativas às doenças.
Função
As fibras possuem diversas funções essenciais ao organismo e a principal delas está re-
lacionada à regulação intestinal. As fibras também são muito utilizadas na elaboração de um
plano alimentar para redução de peso, pois possuem um papel de extrema importância em
geração da saciedade.
A fibra pode acelerar ou retardar o processo em qualquer ponto ao longo do trato digesti-
vo, e seu papel no trato digestivo pode ser específico para cada tipo de fibra. Exemplificando,
algumas fibras viscosas (como a betaglucana) podem absorver grandes volumes de água e
formar géis que, por sua vez, aumentam a distensão do estômago e retardam o tempo de esva-
ziamento gástrico. Outras fibras (como o farelo de trigo e o amido resistente), todavia, podem
não influenciar a distensão gástrica ou o tempo de esvaziamento (SHILLS, 2016).
Por influenciarem tanto nos processos digestivos e apresentarem íntima relação com a
microbiota intestinal, as fibras ainda podem apresentar várias funções como regularização
do trânsito intestinal, controle da obesidade, controle da glicemia (diminuindo ou inibindo a
velocidade de absorção dos carboidratos), redução do colesterol (diminuindo na velocidade da
quantidade de lipídios que são absorvidos), aumento do bolo fecal, diminuição do pH das fezes
e prevenção do câncer de intestino.
Obs.:
 Se o trânsito intestinal for aumentado, o indivíduo tem menos tempo para absorção
de carboidratos e lipídios não desejáveis, logo, isso irá gerar controle no peso, além da
diminuição na glicemia.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
25 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Especialmente a aveia, uma fibra solúvel, possui um fator muito relevante relacionado ao
auxílio de doenças cardiovasculares.
Classificação Tipos Fontes Ações
Fibras Solúveis
Pectina
Gomas
Mucilagem
Frutas
Aveia
Cevada
Leguminosas: feijão,
lentilha, soja, grão-de-
bico.
– Solúveis em água
– Retardo na absorção de
glicose
– Redução no
esvaziamento gástrico
– Diminuição dos níveis
de colesterol sanguíneo
Fibras
Insolúveis
Lignina
Celulose
Hemicelulose
Verduras
Farelo de trigo
Cereais integrais:
arroz, pão e torrada.
– Aumento do bolo fecal
– Favorece o peritaltismo
– Prevenção da
constipação
– Acelera o esvaziamento
gástrico
– Redução do risco de
câncer de intestino.
Obs.:
 Atualmente, as bancas examinadoras têm cobrado bastante o assunto fibra alimentar.
Nesse sentido, é importante que o candidato saiba quais são os alimentos que são
fontes dessas fibras.
4. Micronutrientes
4.1. Vitaminas
São compostos orgânicos presentes naturalmente em diminutas e diferentes quantidades
nos alimentos. São nutrientes essenciais, necessários para o desenvolvimento, manutenção
do metabolismo normal e o funcionamento do organismo (Waitzberg, 2009).
Não produzem energia, nem contribuem para o aumento da massa corporal, mas regulam
os processos energéticos, como o metabolismo dos macronutrientes. E são frágeis, sendo
destruídas pelo calor, luz, pH e pelo contato com metais.
Classificação das Vitaminas
Existem 13 tipos de vitaminas que se dividem em dois grupos, as hidrossolúveis e as li-
possolúveis.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
26 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Lipossolúveis
São solúveis em lipídios. São absorvidas juntamente com os lipídeos da deita, portanto,
requerem a presença de bile e enzimas pancreáticas para este processo.
Possuem reservas consideráveis (no fígado, mas também em outros tecidos), por isso
podem ser tóxicas (hipervitaminose) quando consumidas em altas doses. Contudo, não são
normalmente excretas na urina, o que torna sua deficiência rara.
As vitaminas lipossolúveis são: A, D, E, K.
• Vitamina A (reinol, beta-caroteno)
• Vitamina D (colecalciferol)
• Vitamina K (filoquinonas, menaquinonas)
• Vitamina E (tococerois)
Hidrossolúveis
São as solúveis em água. São em maioria componentes dos sistemas enzimáticos. Não
são normalmente estocadas em quantidades grandes e são facilmente excretadas na urina. São
divididas em dois grupos, as liberadoras de energia (tiamina, riboflavina, niacina, biotina e ácido
pantotênico) e as hematopoiéticas (ácido fólico, piridoxina e vitamina B12) (WAITZBERG, 2009).
As vitaminas hidrossolúveis são as do complexo B e a vitamina C.
Vitamina A – Retinol
É uma vitamina lipossolúvel.
O termo vitamina A é empregado genericamente para todos os derivados de betaionona
que possuam atividade biológica do retinol.
Sua função mais conhecida é o papel no processo visual, mas possui outras como cresci-
mento e manutenção do tecido epitelial, resistência às infecções, desenvolvimento dos ossos
e como antioxidante.
Pode ser armazenada no fígado e nos depósitos de gordura, pulmões e rins.
• Deficiência:
− Cegueira noturna ou cegueira irreversível;
− Baixa resistência às infecções;
− Retardo do crescimento;
− Lesões oculares (Xeroftalmia).
• Fontes
− Nos alimentos de origem animal:
◦ Encontrada na forma de retinol e ácido retinóico.
◦ Leite e derivados, vísceras, gema de ovo, óleo de fígado de peixes.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
27 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
− Nos alimentos de origem vegetal:
◦ Encontrada como betacaroteno (provitamina A ou carotenóides).
◦ Vegetais de cor amarela e verde como cenoura, abóbora, mamão, couve agrião.
◦ Azeite e óleo de dendê.
• Necessidades diárias (DRI, 2019)
− Homens: 900 μg RAE.
− Mulheres: 700 μg RAE.
− RAE: equivalente de atividade de retinol
Vitamina D – Calciferol
É uma vitamina lipossolúvel.
Sempre que for falado sobre a vitamina D, relacionam à vitamina proveniente do sol. Mas
além de “tomar sol”, deve-se consumir a vitamina D.
Existem duas formas de vitamina D no organismo, a vitamina D2 (ergocalciferol) que está
presente nos vegetais e suplementos, e a vitamina D3 (colecalciferol) que é sintetizada pelo
organismo a partir da exposição solar. Após a ingestão ou síntese pela exposição solar a vi-
tamina D precisa ser convertida no fígado à 25-hidroxicolecalciferol [25(OH)D], que é a forma
dosada em exames bioquímicos. Contudo, essa não é a forma de atividade biológica da vita-
mina, que ainda precisará ser convertida nos rins para sua forma ativa, o calcitriol [1,25(OH)2
D3
]
(WAITZBERG, 2009; COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
• Funções
Está associada ao metabolismo e homeostase do cálcio e do fósforo, promovendo aumen-
to da absorção deles no intestino e ossos, conferindo crescimento e mineralização dos ossos.
Também está envolvida no crescimento e diferenciação celular (células do sistema imunológi-
co e hematopoiéticas) (WAITZBERG, 2009).
Existem evidências, a partir de estudos ecológicos, que a deficiência de vitamina D está as-
sociada ao desenvolvimento de cânceres como de cólon, de mama e de próstata. Além disso,
a deficiência dessa vitamina também parece estar associada à progressão do diabetes do tipo
2 e da sarcopenia (COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
• Deficiência
− Na criança
◦ Raquitismo: retardo do crescimento e deformidades ósseas nos ossos longos, ba-
cia e costelas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
28 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
− No adulto
◦ Osteomalácia
• Fontes Alimentares
Principalmente de origem animal, como leite, fígado, manteiga, peixes, gema de ovo etc.
• Necessidades diária (DRI, 2019)
− Para homens e mulheres: 15 μg ou 600 UI
− UI: unidades internacionais
Vitamina E – Tocoferol
É uma vitamina lipossolúvel.
Vitamina E é o termo genérico dado à nutrientes naturais lipossolúveis chamadas toco-
feróis e tocotrienóis.
• Funções
A vitamina E é um potente antioxidante, em especial o alfatocoferol, assim, atua na prevenção
do estresse oxidativo, na proteção de membranas celulares e regulação da agregação plaquetária.
Além disso, essa vitamina destaca-se na função anti-inflamatória, principalmente na atividade de
células como macrófagos e neutrófilos (WAITZBERG, 2009; COMINNETI; COZZOLINO, 2020).
• Deficiência
É rara, mas pode causar alteração do sistema nervoso central levando a disfunções
neurológicas.
• Fontes
Óleo de peixe, oleaginosas (castanhas, nozes, amendoim), óleos vegetais, sementes, cere-
ais integrais.
• Necessidade diária (DRI, 2019)
− Homens e mulheres: 15 mg
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
29 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Vitamina K – Filoquinona
Vitamina lipossolúvel.
Conhecida pela sua função anti-hemorrágica, apresenta-se sob as formas biologicamente
ativas de filoquinona, menaquinona e menadiona.
• Funções:
Além de sua importante função para a coagulação do sangue, foi evidenciado que a vitami-
na K participa como cofator da carboxilação do ácido glutâmico, e como o produto resultante
dessa corboxilação está presente em diversos tecidos, sugere-se que a vitamina K tenha outras
funções, principalmente relacionadas ao metabolismo ósseo (COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
• Deficiência:
− Hemorragias, principalmente a doença hemorrágica do recém-nascido.
• Fontes
− Vegetais de folhas verdes (espinafre, alface, agrião), ervilha, fígado, leite e derivados,
ovos etc.
• Necessidade diária (DRI, 2019)
− Homens: 120 μg.
− Mulheres: 90 μg.
Vitamina B1 – Tiamina
É uma vitamina hidrossolúvel.
Importante coenzima dos sistemas enzimáticos e está presente no organismo em sua for-
ma livre e derivados fosforilados, como a tiamina pirofosfato (TPP).
• Função
A tiamina é essencial para reações enzimáticas, como o metabolismo de lipídeos, da glico-
se, dos aminoácidos e de neurotransmissores, além de reações não enzimáticas, como regula-
ção da função de canais de cloreto, modificação do transporte de sódio e doadora de fosfato.
Está especialmente envolvida no metabolismo energético dos carboidratos, com a formação
do NADPH. Contudo, a tiamina também é cofator do complexo enzimático PDHC, que cataliza a
descarboxilação do piruvato à acetil-CoA, e do complexo DCCR, que promove a entrada de amino-
ácidos de cadeia ramificada no ciclo do ácido cítrico. Além disso, colabora na manutenção das
concentrações do neurotransmissor GABA, gama-aminobutírico (COMINNETI; COZZOLINO, 2020).
É uma vitamina que não possui estoques, isto é, não é armazenada. Logo, deve ser consu-
mida diariamente.
• Deficiência
− Beribéri (neuropatia pariférica)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
30 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
◦ úmido: presença de edema, insuficiência cardíaca;
◦ seco: perda de massa muscular, perda de memória e desorientação, bem como
manchas no corpo.
− Encefalopatia de Wernicke (ataxia, confusão mental, nistagmo e oftalmoplegia)
• Fontes
− Gema de ovo, carnes, peixes e vísceras, sementes, cereais integrais e leguminosas e
leite de vaca.
• Necessidade diária (DRI, 2019)
− Homens: 1,2 mg
− Mulheres: 1,1 mg.
Vitamina B2 – Riboflavina
É uma vitamina hidrossolúvel.
Apresenta como principais formas biologicamente ativas a flavina mononucleotídeo (FMN)
e a flavina adenina dinucleotídeo (FAD).
• Função
A riboflavina é cofator de enzimas importantes no metabolismo da produção de energia.
Mas também é necessária para a formação dos enterócitos, para a gliconeogênese, regulação
das enzimas tireoidianas, reparo do DNA, síntese de ácidos graxos e aminoácidos, ativação do
ácido fólico, produção de glutadiona e catabolismo da colina (COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
• Deficiência
− Alterações inflamatórias e degenerativas das mucosas:
◦ glossite;
◦ queilose;
◦ dermatite;
◦ distúrbios oculares.
Obs.:
 Esses sinais são inespecíficos e podem caracterizar a deficiência de outros nutrientes,
visto que a riboflavina faz parte da metabolização da vitamina B6, do folato, da niacina
e da vitamina K.
• Fontes:
− cereais integrais;
− leite e derivados;
− carnes e ovos.
• Necessidades diárias (DRI, 2019):
− Homens: 1,3 mg
− Mulheres: 1,1 mg
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
31 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Vitamina B3 – Niacina
É uma vitamina hidrossolúvel.
Vitamina B3 é um termo genérico para descrever duas substâncias, a nicotinamida e o
ácido nicotínico.
A nicotinamida é componente das coenzimas NAD e NADP, envolvidas no metabolismo
dos carboidratos.
• Função
Resumidamente sua função é estar presente nas coenzimas do metabolismo energético.
Contudo, inúmeras reações bioquímicas ocorrem utilizando as coenzimas NAD e NADP, tanto
catabólicas como anabólicas.
• Deficiência:
− Pelagra: provoca dermatite fotossensível e ataca o sistema nervoso e os intestinos;
− Anorexia;
− Fraqueza muscular.
Obs.:
 A pelagra é conhecida como a doença dos 3 D’s: demência, diarreia e dermatite.
• Fontes
− Cereais integrais.
− carnes, aves, peixes e fígado.
• Necessidade diária (DRI, 2019)
− Homens: 16 mg
− Mulheres: 14 mg
Vitamina B6 – Piridoxina
É uma vitamina hidrossolúvel.
O termo vitamina B6 é genericamente utilizado para as substâncias piridoxina, piridoxal e
piridoxamina.
• Funções
Sua principal função é atuar como coenzima. Dessa forma, participa do metabolismo de
aminoácidos, de carboidratos e de lipídeos e da síntese de hemoglobina e de neurotransmisso-
res. Além disso, participa da manutenção da função imunológica, principalmente a adaptativa,
com diminuição do crescimento e maturação dos linfócitos, queda na produção de anticorpos,
e da atividade de células T (WAITZBERG, 2009; COMINETTI; COZOLLINO, 2020).
• Deficiência:
− anemia microcítica;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
32 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
− dermatite seborreica;
− glossite;
− sintomas neurológicos.
• Fontes:
− legumes (batata);
− feijão;
− cereais integrais;
− carnes.
• Necessidade diária (DRI, 2019):
− Homens: 1,7 mg;
− Mulheres: 1,5 mg.
Vitamina B9 – Ácido fólico (cai muito em prova)
É uma vitamina hidrossolúvel.
O ácido fólico é a forma sintética da vitamina encontrada em alimentos fortificados, suple-
mentos e medicamentos. Nos alimentos, encontra-se predominantemente o L-5-metil-tetra-hi-
drofolato. A forma metabolicamente ativa, que sofre conversão dentro da célula, é a tetra-hi-
drofolato (THF) (COMINETTI, COZZOLINO, 2020).
Em 2002 a Anvisa instituiu a obrigatoriedade do enriquecimento das farinhas de trigo e de
milho com ácido fólico, nas quantidades de 140 mcg e 220 mcg, respectivamente, para cada
100g de farinha.
• Funções
Participa de síntese de DNA e RNA (transferência de grupo metil), remetilação da metioni-
na a partir da homocisteína, metabolismo dos aminoácidos, maturação das células sanguíne-
as na medula óssea e importante no fechamento do tubo neural em fetos (diretamente ligado
à questão da gestação).
• Deficiência
− Anemia megaloblástica
− Retardo no crescimento
− Distúrbio gastrintestinal
Obs.:
 Na anemia megaloblástica, o folato não diminui a produção de hemoglobina e sim
modifica a estrutura da hemoglobina tornando a célula maior que o normal, caracterís-
tica denominada como macrocítica.
• Fontes:
− folhosos escuros: couve, agrião, espinafre, brócolis;
− cereais integrais;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
33 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
− leguminosas;
− frutas.
• Necessidade diária:
− Homens e mulheres: 400 μg.
Vitamina B12 – Cobalamina
É uma vitamina hidrossolúvel.
A cianocobalamina é a forma mais estável da vitamina B12 e possui a característica de ser
termoestável.
• Funções
Participa da síntese de DNA (metabolismo de ácidos nucleicos e transferência de grupos
metil) e da reparação e síntese de mielina. Além disso, atua no metabolismo dos lipídios e das
proteínas, contribui para a maturação das células sanguíneas na medula óssea.
• Deficiência:
− Anemia megaloblástica;
− Aumento das concentrações de homocisteína;
− Encefalopatia e mielopatia.
• Fontes:
− Somente alimentos de origem animal;
− fígado, leite, queijos, peixe, ovos, carnes, aves.
• Necessidade diária:
− Homens e mulheres: 2,4 μg.
Vitamina C – Ácido ascórbico
É uma vitamina hidrossolúvel.
A vitamina C possui dois compostos bioativos, o ácido ascórbico e o ácido deidroascórbi-
co. Possui característica de ser um potente agente redutor (WAITZBERG, 2009).
• Funções
É cofator de diversos sistemas biológicos, atua na síntese de noradrenalina e dopamina, e
também na síntese de colágeno, o que o torna essencial nos processos de cicatrização. Além
disso, age na prevenção do estresse oxidativo da derme, como eliminador de radicais livres
(antioxidante), auxilia na absorção do ferro, no metabolismo do colesterol. Ainda tem papel no
sistema imunológico, estimulando migração de neutrófilos e favorecendo processos de fago-
citose (COMINETTI, COZZOLINO, 2020).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
34 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
• Deficiência:
− Escorbuto:
◦ Hemorragia nas gengivas;
◦ Perda de dentes;
◦ Dores nas extremidades;
◦ Histeria;
− Fraqueza muscular;
− Anorexia;
− Fadiga.
• Fontes
− Frutas cítricas;
− Hortaliças verde-escuras.
• Necessidade diária (DRI, 2019)
− Homens: 90 mg
− Mulheres: 75 mg.
4.2. Minerais
São micronutrientes, elementos com funções orgânicas essenciais que atuam na forma
iônica como constituintes de enzimas, hormônios, secreções e proteínas do tecido orgânico.
São divididos em dois grupos, relacionados ao tamanho da molécula, os macroelementos
(eletrólitos) e os microelementos (sendo elementos traço ou elementos ultratraço).
• MACROELEMENTOS: Cálcio, Magnésio, Sódio, Potássio, Fósforo, Cloro e Enxofre.
• MICROELEMENTOS: Ferro, Zinco, Cobre, Selênio, Cromo, Manganês, Flúor, Iodo, Arsênio,
Boro, Molibdênio, Níquel, Silício, Vanádio, Cobalto, Lítio e Cádmio.
Cálcio (Ca)
É um dos elementos mais comuns no planeta e o mineral encontrado em maior quantidade no
corpo humano, principalmente nos ossos e dentes. Sua homeostase nos fluidos extracelulares é
regulada pelo hormônio da paratireoide (PTH), pela calcitonina e pela forma ativa da vitamina D.
• Funções
Nos processos biológicos atua como estabilizador de estruturas, mas também como se-
gundo mensageiro. Logo, ele modula as proteínas-chave biológicas para ativar suas proprieda-
des catalíticas e mecânicas.
Participa da formação de ossos e dentes, do transporte em nível de membrana celular, da
contração muscular (como a famosa câimbra), da transmissão dos impulsos nervosos e da
coagulação sanguínea (SHILLS, 2016; WAITZBERG, 2009).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
35 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
• Deficiência
− Atraso no crescimento em crianças (Raquitismo).
− Osteoporose (descalcificação óssea) principalmente em idosos e mulheres pós-me-
nopausa.
− Tetania: espasmos (contração involuntária muscular) e dores musculares (como a
câimbra).
− Hipotenção.
− Parestesia de extremidades.
• Fontes:
− Leite e produtos lácteos;
− Brócolis, couve;
− Leguminosas;
− Gergelim.
• Necessidade diária
− Homens e mulheres: 1.000 mg.
Fósforo (P)
É o segundo mineral mais abundante do corpo, estando presente nos ossos e dentes (80 a
85% fosfato de cálcio) e nos fluidos extracelulares e células.
• Função
Possui diversas funções que variam da transferência de informação genética até a produ-
ção de energia (na qual é componente integral do ATP).
Compõe ossos e dentes, participa do equilíbrio acidobásico, é componente dos fosfoli-
pídios (que formam a bicamada de membranas) e lipoproteínas, participa do metabolismo
energético. Além disso, constitui a estrutura do DNA e do RNA e é necessário para a ativação
de muitas proteínas, enzimas e açúcares presentes no corpo (SHILLS, 2016).
• Deficiência
− Fraqueza
− Desmineralização óssea
− Dores articulares
• Fontes:
− Principalmente em alimentos proteicos: leite e derivados, carnes, leguminosas, pei-
xes, ovos e oleaginosas.
− Cereais.
• Necessidade diária:
− Homens e mulheres: 700 mg
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
36 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Potássio (K)
Éomaioremaisabundantecátionintracelular,sendomuitonecessárioàsfunçõescelulares.
• Função
Possui importante efeito sobre o potencial de membrana, essencial para a transmissão
neural, contração muscular e tônus vascular. Além disso, participa da síntese de proteínas e de
glicogênio, e está envolvido na alcalose e acidose metabólica.
• Deficiência:
− Ritmo, frequência e condução cardíaca irregular;
− Confusão mental;
− Perda de apetite;
− Constipação.
• Fontes:
− Batata, mamão, melão, banana, laticínios, feijão, folhas verdes, frutas secas, tomate,
espinafre, brócolis.
• Necessidade diária (DRI, 2019)
− Homens: 3400 mg
− Mulheres: 2600 mg
Sódio (Na)
É cátion mais abundante do líquido extracelular e essencial para manter o equilíbrio hídrico
do organismo.
• Função
É muito importante para a manutenção da pressão osmótica do sangue, plasma e fluidos
extracelulares. O equilíbrio hidroeletrolítico e a distribuição de água no corpo dependem de só-
dio. Além disso, atua no equilíbrio ácido-básico, transporte ativo de moléculas pela membrana
plasmática e regulação renal.
O sódio é de extrema importância, principalmente para pessoas que transpiram muito
(caso de atletas, cuja reposição desse sódio está ligada ao bom desempenho relacionada à
atividade esportiva), pois compõe diretamente o suor.
• Deficiência:
− Letargia, fraqueza;
− Convulsões;
− Apatia mental;
− Redução de apetite.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
37 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
• Fontes:
− Sal refinado (Cloreto de Sódio – NaCl);
− Alimentos industrializados, enlatados, biscoitos salgados, carnes e bacalhau;
− Condimentos.
• Necessidade diária (DRI, 2019)
− Homens e mulheres: 1500 mg
Magnésio (Mg)
É o segundo cátion intracelular mais abundante no organismo e é cofator de mais de 300
reações enzimáticas.
• Função:
É ativador de diversas enzimas (como do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipí-
dios), participa da mineralização de ossos e dentes junto com o cálcio e fósforo, e do controle
na contração da musculatura cardíaca (por participar do potencial de membrana e transmis-
são de impulsos nervosos) (SHILLS, 2016; WAITZBERG, 2009; COMINETTI; COZZOLINO, 2020).
• Deficiência:
− Taquicardia, arritmia cardíaca;
− Tremor, espasmo muscular;
− Anorexia (também está relacionado com o desenvolvimento de depressão e transtor-
nos de imagens);
− Predisposição à osteoporose;
− Náuseas, vômitos e diarreia.
• Fontes:
− Feijão;
− Cereais integrais, sementes;
− Frutos secos, oleaginosas;
− Verduras verde-escuras.
• Recomendação diária (DRI, 2019)
− Homens: 420 mg
− Mulheres: 320 mg
Iodo (I)
O iodo é um elemento traço conhecido pelo seu papel nos hormônios da tireoide. Está pre-
sente nos alimentos, mas seu teor depende das concentrações do elemento no solo.
• Função
Está envolvido na reprodução, função neuromuscular e metabolismo celular.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
38 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
É componente de hormônio da tireoide: o iodo age na glândula da tireoide estimulando-a
(síntese) como um combustível, de forma a produzir os hormônios T3 e T4, os quais estão dire-
tamente ligados ao metabolismo. Caso ocorra uma carência do mineral iodo, a produção des-
ses hormônios será comprometida, resultando no que pode ser chamado de hipotireoidismo.
• Deficiência:
− Bócio (aumento da tireoide);
− Cretinismo;
− Aborto espontâneo;
− Função mental prejudicada.
• Fontes:
− Sal iodado (sal de cozinha);
− Peixes do mar e crustáceos;
− Embutidos e legumes enlatados.
Obs.:
 O sal iodado foi uma estratégia do governo para implementar o iodo no perfil alimentar
do povo brasileiro, porquanto havia uma grande incidência de bócio na população. Dessa
maneira, houve uma distribuição mais democrática do mineral, uma vez que nem todos os
indivíduos, à época, tinham condições financeiras para consumir as outras fontes de iodo.
• Recomendação diária (DRI, 2019)
− Homens e mulheres: 150μg.
Zinco (Zn)
É um dos minerais de maior importância para o metabolismo humano, sendo encontrado
em todos os tecidos corpóreos.
• Função
É constituinte de metaloenzimas (mais de 300), portanto apresenta importante ação an-
tioxidante. Faz combate direto aos radicais livres, logo, no combate ao envelhecimento. É um
receptor de elétrons chamado na química de ácido de Lewis.
Além disso, está presente em processos bioquímicos relacionados à imunidade, à forma-
ção óssea e à cicatrização. O zinco está envolvido diretamente nas reações metabólicas.
• Deficiência:
− Apatia;
− Diminuição do paladar;
− Falta de apetite;
− Acrodermatite enteropática;
− Queda de cabelo;
− Comprometimento do sistema imunológico;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
39 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
− Dificuldade de cicatrização.
• Fontes:
− Vísceras e carnes;
− Ovos, leite;
− Grãos integrais e leguminosas (apesar de boas fontes de zinco, possuem alta quanti-
dade de fitato, que atrapalha na absorção do zinco).
• Recomendação diária:
− Homens: 11 mg;
− Mulheres: 8 mg.
Ferro (Fe)
O ferro existe entre dois estados de oxidação, na forma ferrosa (Fe2+) e na forma férrica
(Fe3+). Isso confere a ele propriedade catalítica em múltiplas reações redox necessárias à
sustentação das funções metabólicas.
Na alimentação o ferro heme possui maior absorção e o ferro não-heme, menor absorção.
• Função
Destaca-se sua função na eritropoese (como componente da hemoglobina), logo, possui
importante papel como carreador de oxigênio. É também componente essencial de várias en-
zimas, como as envolvidas no metabolismo energético.
Obs.:
 Quando há uma queda nos níveis de ferro, além da ocorrência de anemia, haverá
também a diminuição da formação energética.
• Deficiência:
− Anemia ferropriva (hipocrômica e microcítica)
◦ Fadiga;
◦ redução da função leucocitária e da resistência a infecções;
◦ taquicardia;
◦ palidez.
• Fontes
− Ferro heme
◦ Carnes vermelhas;
− Ferro não-heme
◦ Feijão;
◦ Folhosos.
• Necessidade diária (DRI, 2019)
− Homens: 8 mg
− Mulheres: 18 mg
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
40 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Obs.:
 A recomendação de ferro é maior para as mulheres, devido a menstruação. Durante este
período a mulher tende a perder uma quantidade considerável de sangue, que é mensal,
logo, acarretando em necessidade maior de reposição desse micronutriente. Contudo,
essa maior recomendação permanece essencialmente entre 18 e 50 anos de idade.
Selênio (Se)
Na natureza a maior parte do selênio está presente nas proteínas como constituinte de
aminoácidos (selenoproteínas).
• Função:
Por ser constituinte da glutadiona peroxidase, é um excelente antioxidante. Também é con-
siderado poupador de vitamina E quando desempenha essa função.
Desempenha papel importante no metabolismo da tireoide, catalizando a conversão do hor-
mônioT4 emT3. Além disso, age contra a ação de metais pesadões e xenobióticos, bem como na
redução do isco de doenças crônicas não transmissíveis e manutenção do sistema imunológico.
• Deficiência:
− Cardiomiopatia e fibrilação ventricular;
− Mialgia;
− Doença de Keshan e Doença de Kashin-Beck (na China).
• Fontes
A quantidade de selênio nos alimentos é muito variável entre países e regiões, pois é intei-
ramente dependente do solo.
− Castanha-do-brasil (ou castanha-do-pará);
− Vísceras e frutos do mar;
− Carnes e ovos;
− Leites e derivados.
• Necessidade diária (DRI, 2019)
− Homens e mulheres: 55 μg
5. Planejamento Dietético
A partir do conhecimento, propriedades e funções dos nutrientes é possível iniciar o plane-
jamento de cardápio adequado, a fim de organizar e equilibrar as relações dos alimentos. Para
tanto, algumas etapas são necessárias.
Inicialmente, deve-se traçar o diagnóstico nutricional do indivíduo, que será determinado
após realização de avaliação nutricional completa.
Em seguida, é necessário traçar o objetivo da intervenção nutricional e definir se haverá ma-
nutenção, ganho ou perda de peso dentro desse objetivo. Nesse ponto, também é o momento de
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
41 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
delinear estratégias de educação alimentar e nutricional para que haja, efetivamente, melhora na
alimentação e nas escolhas do paciente.
A próxima etapa está relacionada aos parâmetros mais quantitativos do planejamento die-
tético. Dessa forma, deve-se estabelecer o peso ideal (PI) do paciente. E então, é preciso cal-
cular o aporte energético da dieta.
Contudo, o aporte energético da dieta depende de quantidades energéticas individualiza-
das, que devem partir do cálculo do gasto energético basal.
5.1. Necessidades Nutricionais
Determinação do GEB
O Gasto Energético Basal (GEB), assim como a Taxa Metabólica Basal (TMB), equivale à
energia gasta em repouso do organismo, para manter as funções vitais necessárias à sobrevi-
vência, portanto, corresponde ao quantitativo mínimo diário para que o paciente permaneça vivo.
Fornecer dietas abaixo dessa média estabelecida pelo GEB não é normalmente indicado na
elaboração diária ambulatorial.
Determinação do GET
Consecutivamente ao GEB, será determinado o Gasto Energético Total (GET) do indivíduo,
que gerado a partir da adição do gasto energético com atividade física ao GEB já calculado. O
gasto com atividade física pode ser determinado por meio dos METs ou pelo fator atividade
física (FA) das equações.
Determinação do VET
O Valor energético total (VET) é o valor em calorias que será utilizado para o cálculo da
dieta, que pode ser igual ou GET, no caso de manutenção do peso.
Recomendações dos macronutrientes
Logo após as devidas determinações (GEB, GET, VET), finalmente, serão feitas as recomen-
dações dos nutrientes, principalmente, em relação aos macronutrientes, formando a base da
dieta a ser realizada.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
42 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Distribuição em percentual do VET
As recomendações dos valores quantitativos de macronutrientes são ditadas pelos indica-
dores DRI, OMS e SBAN.
DRI OMS SBAN
CHO
(Carboidratos)
45 – 65% 55 – 75% 60 – 70%
LIP
(Lipídios)
20 – 35% 15 – 30% 20 – 25%
PTN
(Proteínas)
10 – 35 % 10 – 15 % 10 – 12%
DICA
As DRIs, geralmente, são as recomendações mais incidentes
em provas de concurso, portanto, merecem mais atenção.
Partindo dos pressupostos nutricionais de cada recomendação, será possível efetuar cál-
culos que disponibilizem os valores pertinentes à distribuição dos macronutrientes.
EXEMPLO
Supondo um VET de 2000 kcal, e utilizando as recomendações da SBAN.
Primeiro passo: fazer regra de três partindo dos percentuais de carboidrato, proteínas e lipíde-
os, a fim de determinar o valor calórico de cada nutriente, no que diz respeito à dieta aplicada.
Para proteína (10 a 12%), vamos utilizar o valor de 12%:
VET: 2000----------100%
PTN: X --------------12%
Proteína = 240 kcal
Para carboidrato (60 a 70%):
Carboidrato – 50% = 1000 kcal
Para lipídeo total (20 a 25%)
Lipídeo – 20% = 400 kcal
Segundo passo: transformar as calorias encontradas de cada macronutriente para quantidade
em gramas.
Proteína (12%) = 240 kcal/4 = 60g
Carboidrato – 50% = 1000 kcal/4 = 250g
Lipídeo – 20% = 400 kcal/9 = 44,4g
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
43 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Conclusão: diariamente, serão necessárias 60g de proteínas; 250g de carboidratos e 44,4g de
lipídeos, para gerar o valor energético total (VET), nessa divisão percentual.
5.2. Parâmetros
Os parâmetros da dieta são divididos em:
• Quantitativo
− cota do que foi ofertado;
− totais em kcal e gramas.
• Qualitativo
− é um parâmetro ligado diretamente ao valor da qualidade do alimento consumido.
5.3. NDPCal%
O NDPCal é uma maneira de determinar a quantidade total de proteína dietética ingerida,
representada em calorias. Representa o % de calorias oferecidas sob a forma de proteínas to-
talmente utilizáveis (PTU), corrigida em função da sua qualidade (NPU).
• NPU: Proteína líquida obtida pelos fatores de correção, caracterizando biodisponibili-
dade de proteína. É a proporção de nitrogênio ingerido que é retido no organismo sob
condições específicas.
− Deve-se multiplicar a quantidade de proteína de cada alimento (em gramas) por fatores
de correção para cada tipo de alimento. Após, somar todos os valores encontrados.
• NPCal: energia da proteína da dieta corrigida pela sua qualidade.
− NPU é multiplicado por 4 (porque a proteína fornece 4 kcal/g).
− NPCal = NPU*4
• NDpCal: percentual de proteína líquida em relação ao valor energético total.
− NDPCal% = NPCal*100/VET
− NDPCal% = [(NPU*4) * 100]/VET
Obs.:
 Quanto maior a biodisponibilidade, maior é a qualidade da proteína nos alimentos.
Fatores de correção
Cereais e outros
vegetais
Leguminosas Animal Ovo
0,50 0,60 0,70 1,0
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
44 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
EXEMPLO
1º Calcula-se o NPU:
Considere-se como base um prato básico do âmbito alimentar brasileiro:
PTN Cereais (arroz branco): 2,36g x 0,5 = 1,18g
PTN Leguminosas (feijão): 5,54g x 0,60 = 3,32g
PTN Animal (filé de frango): 13,25g x 0,70 = 9,27g
2º Calcular o Npcal:
PTN Cereais (arroz branco): 2,36g x 0,5 = 1,18g x 4 = 4,72 kcal
PTN Leguminosas (feijão): 5,54g x 0,60 = 3,32g x 4 = 13,28 kcal
PTN Animal (filé de frango): 13,25g x 0,70 = 9,27g x 4 = 37,1 kcal
3º Por fim, calcular o NDPCal:
Almoço = 650kcal
NDpCal = 4,72 + 13,28 + 37,1 = 55,1 =
650-------100%
55,1----- X
NDpCal = 8,47%
Considerando o valor do NDPcal encontrado (8,47%), algumas observações devem ser fei-
tas, a partir de valores recomendados, com o intuito de determinar a adequação da dieta. Nes-
se sentido, veja-se:
Valores de referência
8%: Mínimo
Até 10%: ptn de boa qualidade
10%: desperdício para fins energéticos
6%: grupos não vulneráveis
= 9%: ótimo crescimento e bom estado nutricional
PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) =  6%
6. Características Físicas da Estrutura do Alimento
Além das considerações feitas acerca das funções nutricionais dos alimentos, há de se
pensar também na estrutura física do que será consumido.
6.1. Consistência
• Líquida Restrita
• Líquida Completa
• Semilíquidas
• Pastosa
• Branda
• Normal
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
45 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
6.2. Características Químicas
Energia
• HIPOCALÓRICA: quando a dieta tem um valor energético (VET) abaixo do gasto energé-
tico total (GET).
• NORMOCALÓRICA: quando a dieta tem um VET igual ao GET.
• HIPERCALÓRICA: quando a dieta tem um VET maior que o GET.
Carboidratos
• HIPOGLICÍDICA:  4g/kg/dia ou  55% VET.
• NORMOGLICÍDICA: 4-6/kg/dia ou 55 – 75% VET.
• HIPERGLICÍDICA: 6g/kg/dia ou  75% VET.
Proteínas
• HIPOPROTEICA:  0,8g/kg/dia ou  10% VET
• NORMOPROTEICA: 0,8-1g/kg/dia ou 10-15% VET
• HIPERPROTEICA: 1g/kg/dia ou  15% VET
Lipídeos
• HIPOLIPÍDICA:  1g/kg/dia ou  15% VET
• NORMOLIPÍDICA: 1-1,5g/kg/dia ou 15 – 30% VET
• HIPERLIPÍDICA: 1,5g/kg/dia ou  30% VET
001. (INSTITUTO CONSULPLAN/FUNDAÇÃO SAÚDE DO RIO DE JANEIRO) No envelheci-
mento, o cuidado com a nutrição deve ser ampliado com estilo de vida saudáveis e prevenção
de doenças. Devido às mudanças das necessidades de nutrientes algumas soluções práticas
precisam ser adotadas. São soluções consideradas práticas, EXCETO:
a) Ter ingestão de proteína rotineiramente aumentada.
b) Aumentar o consumo de fontes de carboidratos complexos.
c) Atender à recomendação de potássio com alimentos, especialmente frutas e legumes.
d) Incentivar a ingestão de líquidos de 1 mL por caloria ingerida ou pelo menos 1.500 mL/dia.
Imagine um idoso. Ao longo da vida, ele terá alterações fisiológicas. Porém, certas alterações
devem ser observadas e acompanhadas por um nutricionista. Entre as alterações que devem
gerar atenção está a ingestão de proteína rotineiramente aumentada. Para o idoso, o nutricio-
nista deve indicar uma ingestão adequada para que haja o aumento dessa massa, de maneira
proporcional. Não é possível aumentar a ingestão de proteína maneira progressiva, pois isso
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
46 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
demandaria ainda mais dos órgãos que, por causa da idade, já estão debilitados, prejudicando
o idoso de maneira discriminada.
Letra a.
002. (INSTITUTO CONSULPLAN/FUNDAÇÃO SAÚDE DO RIO DE JANEIRO)
“___________________ e seus agonistas atuam no sistema de controle neural, inibindo o consu-
mo alimentar na parte ventromedial do hipotálamo, pois intensificam o poder de saciedade
dos alimentos. Além disso, baixos níveis desse neurotransmissor acarretam vários tipos de
psicopatologias, incluindo depressão, agressão, ansiedade e bulimia. Níveis desse neurotrans-
missor no cérebro são dependentes da ingestão alimentar do triptofano e de carboidratos.”
Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.
a) Grelina.
b) Leptina.
c) Serotonina.
d) Neuropeptídeo Y.
A Grelina: quando houver fome e sempre que se sentir o estômago vazio, haverá produção
maior de Grelina, isso gera sensação de fome. A Leptina: sempre que se gera a Ingestão ali-
mentar, o organismo produz a leptina, isso dá sensação de saciedade. A Serotonina: Inibe as
psicopatologias, e a ingestão alimentar do triptofano e de carboidratos auxilia no aumento da
serotonina. O Neuropeptídeo Y: neurotransmissor, exerce a maioria de seus efeitos por meio de
proteínas receptoras acopladas à proteína G.
Letra c.
7. Sistema Digestório
Aqui, serão destacados alguns pontos importantes:
• o processo digestivo tem início na boca por meio da mastigação e da amilase salivar;
• o estômago produz o suco gástrico e é nele que começa o metabolismo das proteínas,
que se dá por meio da enzima conhecida como pepsina;
• a gastrina, presente no suco gástrico, auxilia bastante no processo digestivo, pois digere
grande parte dos carboidratos;
• a bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. Ela atua no processo diges-
tivo das gorduras;
• as microvilosidades intestinais, bem como o chamado fator intrínseco, auxiliam no pro-
cesso de absorção dos nutrientes no intestino;
• o processo digestivo leva em torno de 24 horas para ser completado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
47 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
A tabela abaixo é de suma importância para fins de prova, pois mostra quais são as enzi-
mas liberadas pelos sucos produzidos durante o processo digestivo.
Enzima Substrato Produção Atuação Obs.
Suco
gástrico
Ptialina
(amilase salivar)
Quebra amido
em maltose
Glândulas
salivares
Cavidade
bucal
Atua em
pH neutro
a alcalino
Pepsina
Quebra
proteína em
peptídeos
Estômago Estômago
Atua em
pH ácido
(ácido
clorídrico)
Renina
Quebra
caseína do
leite materno
Estômago Estômago
Produzida
nos
primeiros
meses de
vida
Suco
pancreático
Tripsina
Quebra
proteínas em
peptídeos
Pâncreas
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
Quimiotripsina
Quebra
proteínas em
peptídeos
Pâncreas
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
Lipase
pancreática
Quebra
triglicerídeos
Pâncreas
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
Amilase
pancreática
Quebra amido
em maltose
Pâncreas
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
Peptidases
pancreáticas
Quebra
peptídeos em
aminoácidos
Pâncreas
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
Nucleases
Quebra
ácidos
nucleicos em
nucleotídeos
Pâncreas
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
48 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
Enzima Substrato Produção Atuação Obs.
Suco
entérico
Sacarase
Quebra
sacarose
em glicose e
frutose
Intestino
delgado
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
Lactase
Quebra
lactose em
galactose e
glicose
Intestino
delgado
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
Maltase
Quebra
maltose em
glicose
Intestino
delgado
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
Nucleotidases
Quebra
nucleotídeos
em pentoses,
fosfatos
e bases
nitrogenadas
Intestino
delgado
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
Peptidases
entéricas
(carboxipeptidase
e
aminopeptidases)
Quebram
peptídeos
liberando
amoniácidos
Intestino
delgado
Intestino
delgado
Atua em
pH alcalino
DICA
Percebe-se que a maioria das enzimas dispostas na tabela aci-
ma está ligada às proteínas. É por isso que elas são as mais
cobradas em provas de concursos públicos.
Muitas delas, apenas pelo nome, já podem ser relacionadas ao
processo em que estão envolvidas. Assim, recomenda-se uma
leitura atenta e, se possível, decorar a ação dessas enzimas,
pois esse é um tópico que costuma ser muito explorado pelas
bancas examinadoras.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
49 de 107
www.grancursosonline.com.br
Nutrição Básica
NUTRIÇÃO
Lucas Guimarães
003. (FUNDEP-GESTÃO DE CONCURSOS/PREFEITURA DE BOM JESUS DO AMPARO-
-MG/2018) Digestão é a transformação dos alimentos em substâncias assimiláveis pelo apa-
relho digestivo. Em relação ao processo digestivo, considere as afirmativas a seguir.
I – A digestão de proteínas começa no estômago, primariamente pela ação da lipase gástrica.
II–Asacaroseéumdissacarídeoque,apóshidrólise,seconverteemduasmoléculasdeglicose.
III – O bolo alimentar move-se, inicialmente, da boca para o intestino grosso.
IV – O intestino delgado é o local principal para a digestão de alimentos e nutrientes.
Está (ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a) II e III, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) IV, apenas.
d) I, II, III e IV.
I – Errado. A lipase está ligada aos lipídeos. A digestão das proteínas se dá pela ação da pepsina.
II – Errado. Na realidade, a sacarose é formada por frutose + glicose.
III – Errado. Entre a boca e o intestino grosso há uma série de órgãos por onde transita o bolo
alimentar.
IV – Certo. O intestino delgado é o órgão em que há maior quantidade de digestão de alimen-
tos e nutrientes.
Letra c.
004. (FUNDEP-GESTÃO DE CONCURSOS/PREFEITURA DE BOM JESUS DO AMPARO-
-MG/2018) Os alimentos para serem absorvidos precisam ser digeridos. Durante o processo
de digestão, é incorreto afirmar que:
a) A ação do suco gástrico depende do conteúdo de proteoses e ácido clorídrico.
b) A amilase salivar é a enzima que inicia a digestão do amido.
c) A ptialina hidrolisa o amido cozido formando amilase.
d) As dextrinas são produtos intermediários da hidrólise do amido.
Na realidade a ptialina é a chamada amilase salivar e hidrolisa o amido cozido formando
a maltose.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf
2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a 2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf

Semelhante a 2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf (20)

003 compostos orgânicos parte 01
003   compostos orgânicos parte 01003   compostos orgânicos parte 01
003 compostos orgânicos parte 01
 
Carboidratos
CarboidratosCarboidratos
Carboidratos
 
1 s carboidratos e metabenerg abril_2012
1 s carboidratos e metabenerg abril_20121 s carboidratos e metabenerg abril_2012
1 s carboidratos e metabenerg abril_2012
 
Açúcar
AçúcarAçúcar
Açúcar
 
Introdução a Nutrição
Introdução a NutriçãoIntrodução a Nutrição
Introdução a Nutrição
 
Carboidratos
CarboidratosCarboidratos
Carboidratos
 
Carboidratos slideshare
Carboidratos   slideshareCarboidratos   slideshare
Carboidratos slideshare
 
Carboidrato
CarboidratoCarboidrato
Carboidrato
 
guia nutrientes_aditivos_e_alimentos
 guia nutrientes_aditivos_e_alimentos guia nutrientes_aditivos_e_alimentos
guia nutrientes_aditivos_e_alimentos
 
Agroindstria bioqumica dos_alimentos
Agroindstria bioqumica dos_alimentosAgroindstria bioqumica dos_alimentos
Agroindstria bioqumica dos_alimentos
 
Slides pss ii alimentos e nutrientes
Slides pss ii alimentos e nutrientesSlides pss ii alimentos e nutrientes
Slides pss ii alimentos e nutrientes
 
Slides pss ii alimentos e nutrientes
Slides pss ii alimentos e nutrientesSlides pss ii alimentos e nutrientes
Slides pss ii alimentos e nutrientes
 
Slides pss ii alimentos e nutrientes
Slides pss ii alimentos e nutrientesSlides pss ii alimentos e nutrientes
Slides pss ii alimentos e nutrientes
 
Alimentos energéticos trabalho
Alimentos energéticos trabalhoAlimentos energéticos trabalho
Alimentos energéticos trabalho
 
Carboidratos
CarboidratosCarboidratos
Carboidratos
 
Pdf biologia
Pdf biologiaPdf biologia
Pdf biologia
 
Apostila de Biologia
Apostila de BiologiaApostila de Biologia
Apostila de Biologia
 
A química da célula - Agua e sais minerais
A química da célula - Agua e sais mineraisA química da célula - Agua e sais minerais
A química da célula - Agua e sais minerais
 
Glícidos
GlícidosGlícidos
Glícidos
 
Carboidratos
CarboidratosCarboidratos
Carboidratos
 

Último

Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdfAula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdfGiza Carla Nitz
 
2. ADAPTAÇÕES VIDA EXTRA UTERINA.pdftodas as adaptações
2. ADAPTAÇÕES VIDA EXTRA UTERINA.pdftodas as adaptações2. ADAPTAÇÕES VIDA EXTRA UTERINA.pdftodas as adaptações
2. ADAPTAÇÕES VIDA EXTRA UTERINA.pdftodas as adaptaçõesTHIALYMARIASILVADACU
 
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfAula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdfAula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdfAula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 4 - Centro Cirúrgico -Materiais.pdf
Aula 4 - Centro Cirúrgico -Materiais.pdfAula 4 - Centro Cirúrgico -Materiais.pdf
Aula 4 - Centro Cirúrgico -Materiais.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdfAula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdfAula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdfGiza Carla Nitz
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxWilliamPratesMoreira
 
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdfAula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais - Pacotes -.pdf
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais -  Pacotes -.pdfAula 3- CME - Tipos de Instrumentais -  Pacotes -.pdf
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais - Pacotes -.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdfAula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdfAula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdfNutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdfThiagoAlmeida458596
 
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdfAula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdfGiza Carla Nitz
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARBelinha Donatti
 

Último (20)

Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdfAula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
 
2. ADAPTAÇÕES VIDA EXTRA UTERINA.pdftodas as adaptações
2. ADAPTAÇÕES VIDA EXTRA UTERINA.pdftodas as adaptações2. ADAPTAÇÕES VIDA EXTRA UTERINA.pdftodas as adaptações
2. ADAPTAÇÕES VIDA EXTRA UTERINA.pdftodas as adaptações
 
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfAula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
 
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
 
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdfAula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
Aula 3 - Epidemiologia - Conceito e História.pdf
 
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdfAula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal  - Parte 1.pdf
Aula 3- Biologia Celular - Componente da Celula Eucarionte Animal - Parte 1.pdf
 
Aula 4 - Centro Cirúrgico -Materiais.pdf
Aula 4 - Centro Cirúrgico -Materiais.pdfAula 4 - Centro Cirúrgico -Materiais.pdf
Aula 4 - Centro Cirúrgico -Materiais.pdf
 
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdfAula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
 
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdfAula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
 
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdfAula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
 
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais - Pacotes -.pdf
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais -  Pacotes -.pdfAula 3- CME - Tipos de Instrumentais -  Pacotes -.pdf
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais - Pacotes -.pdf
 
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdfAula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
 
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
 
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdfAula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdf
 
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdfNutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
 
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdfAula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
 

2021-10-04-11-14-05-57643515-nutricao-basica.pdf

  • 1. SISTEMA DE ENSINO NUTRIÇÃO Nutrição Básica Livro Eletrônico
  • 2. 2 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Sumário Nutrição Básica................................................................................................................................ 3 1. Macronutrientes........................................................................................................................... 3 1.1. Carboidratos............................................................................................................................... 3 1.2. Proteínas................................................................................................................................... 10 1.3. Lipídios...................................................................................................................................... 14 2. Água.............................................................................................................................................. 23 3. Fibras............................................................................................................................................ 23 4. Micronutrientes......................................................................................................................... 25 4.1. Vitaminas.................................................................................................................................. 25 4.2. Minerais....................................................................................................................................34 5. Planejamento Dietético............................................................................................................40 5.1. Necessidades Nutricionais.................................................................................................... 41 5.2. Parâmetros..............................................................................................................................43 5.3. NDPCal%...................................................................................................................................43 6. Características Físicas da Estrutura do Alimento..............................................................44 6.1. Consistência.............................................................................................................................44 6.2. Características Químicas......................................................................................................45 7. Sistema Digestório....................................................................................................................46 Resumo.............................................................................................................................................50 Mapas Mentais................................................................................................................................51 Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 57 Questões de Concurso.................................................................................................................. 59 Gabarito............................................................................................................................................ 77 Gabarito Comentado..................................................................................................................... 78 Referências.................................................................................................................................... 106 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 3. 3 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães NUTRIÇÃO BÁSICA Olá, nutri! Tudo bem com você? Vamos conversar sobre nutrição básica nesse módulo! Preparado para mais um conteúdo importantíssimo da nutrição? Aqui é o Tio Lucas e vou te acompanhar ao longo desse material. Os assuntos abordados irão passar pelos princípios da composição dos alimentos e cami- nharão pelos processos de digestão até chegar a algumas aplicações práticas. Se divirta lendo este material e termine um passo mais próximo da sua aprovação! Bons estudos! 1. Macronutrientes Macronutrientes são os principais grupos fornecedores de calorias da dieta e também que compões os alimentos, compreendendo os carboidratos, proteínas e lipídeos. Na divisão clássica sobre os nutrientes existem dois grupos: os macronutrientes e os mi- cronutrientes. Contudo, devido à função desempenhada pelas fibras e água, algumas vezes acabam também sendo acomodadas no grupo dos macronutrientes. 1.1. Carboidratos Conceito Também chamados de hidratos de carbono ou glicídios, são as moléculas orgânicas mais abundantes na natureza, constituídas de carbono + hidrogênio + oxigênio na proporção 1:2:1 (COMINETTI, COZZOLINO, 2020). Glicose = C6 H12 O6 Sacarose = C12 H22 O11 A pirâmide alimentar (um dos primeiros Guias Alimentares do Brasil, agora já em desuso) apresenta que a base da alimentação deve valer de alimentos fonte de carboidratos, denomi- nado “Grupo dos cereais, tubérculos e raízes”. Na pirâmide esses alimentos são responsáveis pelo fornecimento da energia para o nosso organismo e por isso deveriam ser consumidos em maior quantidade (TUCUNDUVA, 1999). Apesar de estar em desuso, a pirâmide alimentar apresenta a informação de a maior parte das calorias da dieta devem ser provenientes do carboidrato de forma correta, o que popde ser evidenciado pelas recomendações das DRI. Nelas o percentual de caarboidratos relativos ao total de calorias da dieta deve estar na faixa de 45 a 65%. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 4. 4 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Função Os carboidratos são a principal fonte de energia para a maioria das células do organismo. Logo, sua principal função é o fornecimento de energia, com contribuição de 4 Kcal para casa grama de carboidrato (WAITZBERG, 2009). Molecularmente falando, quando se observa as vias metabólicas de produção energética, o carboidrato é o mais utilizado para essa produção. Logo, ele é o nutriente que tem pronta disponibilização para a produção de energia, por isso o carboidrato é conhecido como macro- nutriente produtor energético. Os carboidratos, após digestão e absorção, podem ser armazenados sob a forma de glico- gênio e isso ocorre em maior quantidade no fígado e nos músculos. Contudo a reserva de glico- gênio no fígado é direcionada para manutenção de glicemia, processos de armazenamento, hi- drólise e exportação de glicose (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). Normalmente, são importantes estoques de energia, nos vegetais em formato de amido e nos animais em formato de glicogênio. Assim, carboidratos possuem ação POUPADORA DE ENERGIA, visto que o organismo utili- za o carboidrato como primeira fonte de energia em relação a lipídios e proteínas (WAITZBERG, 2009). Isto impede formação excessiva de cetonas. Obs.: Utilizando os carboidratos como fonte primária de produção energética, terá preserva- da a massa muscular, bem como o tecido adiposo. E isso torna o carboidrato como um macronutriente determinado como poupador de energia. Em humanos, no período pós-prandial a glicose é armazenada especialmente no fígado (cerca de 90 g) e músculos (150 g), na forma de glicogênio. Classificação dos CHO A classificação tradicional dos carboidratos é a classificação química pelo tamanho da molécula, dividida em três grandes classes: açúcares, oligossacarídeos e polissacarídeos (CO- ZZOLINO; COMINETTI, 2020). Açúcares: termo que identifica os carboidratos mais simples, como os mono e dissacaríde- os, também denominados de açúcares solúveis. − Monossacarídeos: − São as unidades básicas do CHO e têm como exemplos clássicos a glicose, a frutose e a galactose. Alimentos em que estão presentes: mel, xarope de milho, doces, frutas, leite e derivados. − Dissacarídeos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 5. 5 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães São açúcares simples compostos de dois monossacarídeos ligados. Alguns exemplos são a sacarose (glicose + frutose), a lactose (glicose + galactose) e a maltose (glicose + glicose). Obs.: A glicose é o único monossacarídeo que irá compor a formação de todos os dis- sacarídeos. • Oligossacarídeos: Consistem em cadeias curtas de unidades de monossacarídeos ou resíduos unidos por ligações glicosídicas. Podem ser divididos em alfaglucanos, não alfaglucanos, fruto-oligossa- carídeos e galacto-oligossacarídeos (FOS e GOS, respectivamente). • Polissacarídeos: São polímeros que contêm mais de 20 unidades na cadeia, macromoléculas formadas por milhares de unidades de monossacarídeos ligadas entre si. São também chamados carboidra- tos complexos. Alguns exemplos incluem o amido, o glicogênio e a celulose. Esses tipos de carboidratos são encontrados em alimentos como trigo, grãos, batatas, er- vilhas, feijões e verduras em geral. Exemplos de amido e polissacarídeos não amido são as fibras (pectina, goma, celulose e hemicelulose). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 6. 6 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Os carboidratos mono e dissacarídeos são também chamados de carboidratos simples e os polissacarídeos são carboidratos complexos, o que influencia o índice glicêmico. • Carboidratos estruturais: São aqueles componentes das membranas biológicas, como as glicoproteínas e os glico- lipídeos, e elementos estruturais de paredes celulares de bactérias e vegetais (celulose). Além disso, compõem a ribose e desoxirribose do RNA e DNA, respectivamente. Tipo de carboidrato Componentes Fontes Alimentares Monossacarídeos Glicose “açúcar” do corpo, hidrólise de sacarose, lactose e maltose Frutose Frutas, sucos e mel Galactose Leites e derivados O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 7. 7 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Tipo de carboidrato Componentes Fontes Alimentares Dissacarídeos Sacarose Açúcar refinado, açúcar mascavo, mel Lactose Leite e derivados Maltose Beterraba, cereais e sementes Oligossacarídeos Maltodextrina Derivado do milho e mandioca Fruto-oligossacarídeos, rafinose e estaquiose Feijão, grão-de-bico, ervilha, lentilha Polissacarídeos Amido Milho, cereais, pães, massas, batatas, feijão, ervilha e raízes • Carboidratos complexos X Carboidratos simples Essa classificação foi criada em 1977 em recomendações alimentares americanas para diferenciar os açúcares dos carboidratos de amido e demais polissacarídeos. Contudo, a FAO considera essa classificação inadequada, visto que existem amidos de rápida absorção e, portanto, elevado índice glicêmico (COZZOLINO; COMINETTI, 2020). Contudo, como alguns livros ainda carregam essa classificação, seguem algumas diferenças entre eles que podem ser abordadas em questões. Fontes alimentares Benéficos à saúde? Justificativa Carboidratos complexos Pães de grãos integrais Cereais em farelo e integrais Vegetais verdes Frutas frescas Trigo Mandioca (aipim) Macarrão Arroz Pão Milho Batata Cará Batata doce Legumes Sim Ricos em Fibras e nutrientes; Baixo índice glicêmico; Ajuda a se sentir completo com menos caloria; Estimulam naturalmente o metabolismo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 8. 8 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Fontes alimentares Benéficos à saúde? Justificativa Carboidratos simples Doces e sobremesas Cereais Açucarados Refrigerante e bebidas doces Pães refinados Frutas Mel Açúcar Balas Refrigerantes Doces concentrados Não Pobre em fibras e nutrientes; Alto índice glicêmico; Calorias vazias convertidas em gordura; Altos níveis de glicose no sangue provocando sentimento de cansaço. O índice glicêmico é a resposta glicêmica produzida pelo organismo após o consumo de um alimento. Para cada item alimentar em análise, ingere-se uma quantidade de 50 g de carboidratos e posteriormente mensuram-se as concentrações de glicose sanguínea por um período de 2 horas. Em seguida, a resposta glicêmica deste alimento é comparada com a obtida por um alimento de referência (geralmente açúcar ou pão). Esse valor normalizado, expresso como uma porcentagem do valor obtido com o alimento de referência, recebe o nome de índice glicêmico (SHILLS, 2016). Fonte: Santos (2014). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 9. 9 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Digestão e absorção dos carboidratos A digestão enzimática dos carboidratos começa pela boca com a ação da amilase salivar. Quando o alimento chega ao duodeno entra em contato com a amilase pancreática. A função das amilases é hidrolisar a molécula de carboidrato, especialmente o amido. O produto resul- tante dessas primeiras hidrólises será clivado por outras enzimas como as glicoamilases e dissacaridases, as últimas presentes na borda em escova (COZZOLINO; COMINETTI, 2020). Após a digestão os monossacarídeos precisam ser absorvidos do lúmen intestinal para a circulação. Para tanto, serão necessários alguns transportadores. Os transportadores passi- vos são os da família GLUT, e os ativos são os cotransporte de sódio e glicose (SGLT). Obs.: A digestão e absorção dos carboidratos têm relação direta com a capacidade de aumentar a glicemia. Órgão Produto Enzima Produto Final Boca Amido Amilase Salivar Maltose Estômago – – – Intestino Delgado Amido Amilase Pancreática Maltose Maltose Maltase Glicose + glicose Sacarose Sacarase Glicose + frutose Lactose Lactase Glicose + Galactose Especialmente sobre a digestão da lactose, é importante lembrar que ela é um dissacarí- deo, um carboidrato simples, formado por glicose + galactose. Durante a digestão desse dissa- carídeo é quebrado pela lactase formando, então, glicose e galactose. Contudo, para aquelas pessoas que não produzem quantidades adequadas de lactase, ou seja, de enzimas que farão a quebra da lactose, esse processo digestivo não ocorre, acarretando desconforto intestinal. Os sintomas desses indivíduos intolerantes à lactose são devido a maior fermentação a lacto- se não digerida e consequente produção de gases, podendo até gerar dores. A seguir estão destacadas algumas etapas importantes do processo digestivo e absortivo dos carboidratos. • A lactose será quebrada em galactose e glicose. • O amido, pela ação da amilase, será quebrado em maltose, maltotriose ou dextrina alfa- -limite. Depois sofrerá ação das alfas-glicosidases formando a glicose. • A sacarose será quebrada em glicose e frutose. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 10. 10 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães • Na membrana apical da célula a glicose e a galactose serão absorvidas pelo SGLT1 e a frutose pelo GLUT5. • Na membrana basolateral, a absorção da galactose, da glicose e da frutose se darão pelo GLUT 2, caindo na circulação sanguínea. • O consumo de lactose e sacarose (carboidratos simples), tendem a precisar de somente uma quebra para se transformar em monossacarídeos. • Se a glicose for consumida em seu estado puro, a glicemia será aumentada rapidamente. EXEMPLO Um indivíduo que consumiu um monossacarídeo terá a absorção bem rápida e, com isso, aumen- tará drasticamente a sua glicemia. Se consumir um dissacarídeo, apesar de ainda precisar ser clivado, ele também aumentará rapidamente a glicemia (não tão rapidamente quanto o monos- sacarídeo). Já ao consumir um polissacarídeo, primeiramente esse alimento precisa ser clivado pela amilase e depois pela ação de outras enzimas. Logo, necessitará de uma segunda clivagem para a liberação de monossacarídeos. Ou seja, a formação dos monossacarídeos a partir de polissacarídeos e, consequentemente, sua absorção são mais lentas. Com isso, o aumento da glicemia ocorrerá em níveis mais moderados, dando tempo também para o organismo utilizar essa glicose de modo a produzir energia, a repor o glicogênio muscular e a desempenhar diver- sas funções para que a glicose não fique em excesso na corrente sanguínea. A adequada homeostase da glicose requer que a ingestão de carboidratos seja adequada, não devendo exceder nem ser insuficiente. A glicose é um dos substratos circulantes mais re- gulados do organismo, principalmente porque o cérebro depende de um suprimento contínuo de glicose (COZZOLINO, COMINETTI, 2020). O consumo elevado de alimentos que são fontes de carboidratos chamados disponíveis (constituídos de amido e açúcares solúveis) mantém a glicemia elevada, o que pode acarretar intolerância à glicose ou resistência à insulina. Dessa forma, o consumo elevado desse grupo de carboidratos pode causar hiperglicemia, glicosúria (um dos sintomas da diabetes mellitus) e favorecimento de armazenamento (em formato de glicogênio e triglicerídeos). Já o consumo baixo de carboidratos, isto é, insuficiente, pode ocasionar em hipoglicemia, com consequente tontura, fraqueza e dores de cabeça, além de depleção de reservas do orga- nismo, podendo levar à desnutrição (do tipo marasmática). 1.2. Proteínas As proteínas são formadas por aminoácidos unidos em longas cadeias por ligações peptí- dicas, que podem se torcer e se dobrar em um espaço tridimensional formando as estruturas proteicas. As proteínas são produzidas e secretadas para agir na sinalização entre células na forma de hormônios, citocinas e enzimas (SHILLS, 2016). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 11. 11 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães A estrutura química é formada por carbono + hidrogênio + oxigênio + nitrogênio, o que con- fere às proteínas a característica de ser um nutriente de primeira importância. As proteínas podem ser formadas por 20 diferentes tipos de aminoácidos, apresentando configuração e tamanhos variados. A sequência dos aminoácidos na cadeia é determinada pelo DNA, a partir dos processos de transcrição e tradução. Qualquer mudança na sequência de um dos aminoácidos da cadeia pode causar uma alteração na proteína, que consequente- mente interfere na sua função, podendo causar doenças. EXEMPLO A anemia falciforme tem como principal problema a má formação da hemoglobina, a partir da mudança de um aminoácido da cadeia. A anemia falciforme ocorre devido a troca da valina pelo ácido glutâmico na cadeia, alterando a configuração da hemoglobina normal, o que levará à mudança da função e da forma da proteína. Classificação dos aminoácidos Os aminoácidos são classificados em essenciais (indispensáveis) e não essenciais (dis- pensáveis). Os essenciais são aqueles oriundos da dieta, que não são produzidos pelo orga- nismo. Estes possuem relação com as proteínas exógenas, que são provenientes de fora do organismo. Já os aminoácidos não essenciais são aqueles em que há síntese pelo próprio corpo, e se relacionam com as proteínas endógenas (de dentro). Obs.: A deficiência ou a ausência da ingestão de aminoácidos indispensáveis pode acarre- tar problemas no desenvolvimento principalmente em crianças, como perda de peso, atraso no crescimento, entre outros. Aminoácidos essenciais Aminoácidos não essenciais Aminoácidos condicionalmente essenciais Aqueles que devem ser fornecidos pela alimentação Aqueles que podem ser sintetizados pelo organismo a partir da presença de aminoácidos essenciais São sintetizados pelo organismo, mas possuem limitação sob condições específicas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 12. 12 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Aminoácidos essenciais Aminoácidos não essenciais Aminoácidos condicionalmente essenciais Treonina Triptofano Histidina Lisina Leucina Isoleucina Metionina Valina Fenilalanina Alanina Ácido glutâmico Asparato Asparagina Serina Arginina Cisteína Glutamina Glicina Prolina Tirosina Existem ainda aqueles aminoácidos considerados condicionalmente essenciais. Estes po- dem se tornar essenciais em condições fisiopatológicas específicas, como para bebês prema- turos, no trauma, na sepse e em grandes queimados. Obs.: A principal diferença entre os essenciais e os não essenciais é de que nos essenciais é preciso consumi-los (adquiridos pela dieta), já os não essenciais não são adquiridos pela dieta, então é possível sintetizá-los a partir da ingestão dos essenciais. Qualidade da proteína A qualidade de uma proteína está relacionada à sua capacidade de fornecer os aminoácidos necessários para o organismo, e uma das formas de expressar essa qualidade é pelo valor bio- lógico. Este é determinado pela medida da quantidade de nitrogênio consumido e o excretado. • Proteína de alto valor biológico – PAVB Contêm todos os aminoácidos essenciais em proporções adequadas, sendo mais bem utilizadas pelo organismo. Normalmente são as proteínas de origem animal, como carnes, ovos, e leites. • Proteína de baixo valor biológico – PBVB Não possuem quantidades adequadas de aminoácidos essenciais. Então presentes em alimentos de origem vegetal, sendo a principal fonte as leguminosas, como feijão e soja. É possível gerar uma correção do chamado “aminograma”, que ocorre quando há dois alimentos de origem vegetal, em que um possui, por exemplo, 15 aminoácidos essenciais e o outro ali- mento consumido possui, por exemplo, 5 aminoácidos que estão faltando no primeiro alimento. Com isso, esse aminograma irá gerar uma cadeia proteica de alto valor biológico. Mas para isso O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 13. 13 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães ocorrer, deve-se fazer a correção em quantidades adequadas. Por exemplo.: 3 porções de arroz para 1 porção de feijão se faz a correção do aminograma e forma uma cadeia de aminoácidos, que gera aminoácidos essenciais, garantindo uma proteína de alto valor biológico. Função Classicamente as proteínas apresentam uma função caracterizada como estrutural, mas também pode função energética e reguladora. • Estrutural: construção e manutenção dos tecidos, formação de hormônios, enzimas e anticorpos; • Energética: fonte de energia, pois cada grama de proteína fornece cerca de 4 kcal; • Reguladora: carreadoras de gorduras, conhecidas como lipoproteínas e contribuem para a homeostase. Fontes alimentares e recomendações As principais fontes alimentares de proteína são as carnes, o leite, os queijos, os ovos, as leguminosas e as oleaginosas. • Fontes de origem animal: carne bovina, peixes, aves, leite e derivados, ovos e vísceras. • Fontes de origem vegetal: leguminosas, feijão, soja, ervilha, lentilha, grão-de-bico. As recomendações para ingestão de proteínas segundo a OMS (2003) devem representar entre 10 e 15% do valor calórico total da dieta. Contudo, essa recomendação pode mudar de acordo com a referência. Por exemplo, as recomendações da ASBRAN das DRI podem chegar até a 25% do valor calórico total. Na prova, a pergunta já irá especificar qual a recomendação direcionada à referência. Digestão e absorção de proteínas O objetivo principal da digestão de proteínas é fornecer aminoácidos, dipeptídeos e tripeptíde- os a partir da proteína fornecida na alimentação. As enzimas responsáveis pela digestão das prote- ínas são as peptidases, que são divididas em endopeptidases (que agem sobre a proteína intacta) e em exopeptidases (atuam no processo final da digestão) (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). A digestão das proteínas inicia-se no estômago, que pela presença do ácido clorídrico tor- na as proteínas mais susceptíveis a ação da pepsina (endopeptidase). A pepsina é liberada na forma de pepsinogênio, que é inativa, mas na presença da acidez gástrica se converte na for- ma ativa. No duodeno há secreção das proteases pancreáticas, que também são inicialmente secretadas na forma inativa. A enteropeptidase presente na membrana apical do enterócito O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 14. 14 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães converte o tripsinogênio (enzima inativa) em tripsina (enzima ativa). Os produtos finais da digestão de proteínas não são exclusivamente aminoácidos livres, mas também alguns peque- nos peptídeos (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). Órgão Produto Enzima Produto Final Boca – – – Estômago Proteína Pepsina Proteoses e peptonas Intestino Delgado Proteoses e peptonas Dipeptídios Aminopeptídios Tripsina Quimiotripsina Carboxipeptidase Dipeptidase Aminopeptidase Dipeptídios Aminopeptídios Aminoácidos O transporte intestinal de oligopeptídeos é realizado pelo PepT-1 presente na membrana apical do enterócito. Turnouver proteico A proteína ingerida diariamente, somada à proteína proveniente do intestino na forma de enzimas digestivas, células descamadas e mucinas, é digerida e absorvida de forma quase completa. Isso garante o pool de aminoácidos do corpo (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). Logo, o turnouver proteico é o contínuo estado de síntese e degradação de proteínas. No turnouver os aminoácidos livres estão em equilíbrio dinâmico na célula e nos fluidos biológicos decorrentes do anabolismo (formação) e catabolismo (quebra). Alguns tecidos apresentam maior responsabilidade por esse processo contínuo como o tecido muscular, a mucosa intestinal, o pâncreas, o fígado e os rins. Tendo em vista a importância da manutenção das quantidades proteicas no corpo, tanto o consumo abaixo quanto elevado podem causar danos ao organismo. No caso do consumo baixo, se em crianças, pode lentificar o crescimento. Em adultos e crianças a baixa ingestão proteica pode levar à desnutrição, baixa resistência a doenças e dificuldade de cicatrização. Já o consumo elevado está mais relacionado ao desenvolvimento de doenças renais e hepáticas. 1.3. Lipídios Oslipídeossãodefinidosquimicamentecomoumaclassedecompostosinsolúveisemágua e solúveis em solventes orgânicos. São também denominados lípides, lipídeos ou gorduras. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 15. 15 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Função Possui função energética, com armazenamento em forma de triacilgliceróis, apresentando uma densidade calórica de 9 kcal por grama de lipídeo. Mas também apresentam função de construção, como componente da membrana plasmática, além de depósito de gordura, que também garante proteção contra lesões traumáticas e choques. Obs.: Mesmo os lipídeos tendo a maior densidade energética (9Kcal/g), o principal fornece- dor de energia dos macronutrientes continua sendo o carboidrato. Abaixo seguem algumas funções importantes dos lipídeos. • fornecer energia; • transportar as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K); • melhorar a palatabilidade dos alimentos; • aumentar o tempo de digestão; • fornecer ácidos graxos essenciais ao organismo; • proteger órgãos e vísceras do corpo; • ser precursor na biossíntese de hormônios e de ácidos biliares. Tendo em vista tantas funções importantes, deve-se manter os níveis adequados de lipíde- os, que também inclui ingestão adequada, tanto para manutenção de níveis hormonais ótimos, quanto para a proteção corporal como um todo. Composição e classificação Os lipídeos podem ser classificados em três grandes grupos: simples, compostos e varia- dos. Os simples englobam os ácidos graxos, os gliceróis e as ceras. Os lipídeos compostos são os fosfolípides e as lipoproteínas. Já os lipídeos variados compreendem os esteróis e as vitaminas lipossolúveis. Em termos de complexidade da molécula, o lipídio seria o mais complexo. Em seguida, o glicerol uma menor complexidade, derivado da quebra do lipídeo inteiro. Já o ácido graxo é a molécula mais simples, importante para facilitar na absorção e no transporte. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 16. 16 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães • Ácidos graxos Os ácidos graxos, unidades fundamentais da maioria dos lipídeos, são ácidos graxos orgâ- nicos possuindo 4 átomos a 24 átomos. Eles podem ser classificados em: – cadeias curtas (4 a 6 átomos de carbono); – cadeias médias (8 a 12 átomos) e – cadeias longas (mais do que 12). Além do tamanho da cadeira de carbono, os ácidos graxos se diferenciam pelo número e pela posição das duplas ligações. E isso faz com que os ácidos graxos sejam definidos em ácidos graxos saturados, insaturados e poli-insaturados. − Ácidos graxos saturados: Não possuem duplas ligações entre os carbonos e são encontrados principalmente em gorduras animais e alimentos derivados. Algumas fontes são carnes gordas, banha de porco, manteiga, palma, cacau, laticínios e óleo de coco. O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde mostram que a banha é rica em ácidos graxos saturados, logo, não é um alimento indicado para o consumo cotidiano, princi- palmente se em quantidades elevadas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 17. 17 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães O consumo de ácidos graxos saturados em grande quantidade, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e o risco de aterosclerose, além do risco da obesidade. − Ácidos graxos insaturados Possuemduplasligaçõesentreoscarbonosesãoencontradasnasgordurasvegetais,divididos em monoinsaturados (única dupla de ligação) e poli-insaturados (duas ou mais ligações duplas). ◦ Ômegas Os ácidos graxos insaturados podem ser classificados de acordo com a posição da primei- ra ligação dupla em relação ao grupo metil terminal do ácido graxo, com utilização da nomen- clatura em ômega (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). O ômega 3 possui 3 duplas ligações, o qual a primeira dupla ligação é na terceira ligação (e por este motivo é denominado ômega 3). É classificado como ácido graxo poli-insaturado, pois contém mais de uma dupla ligação. O ômega 3 é também chamado de ácido linolênico. O ômega 6 possui uma dupla ligação na sexta posição da cadeia. Como ele tem duas du- plas ligações na cadeia é considerado um ácido graxo poli-insaturado. O ômega 6 é também chamado de ácido linoleico. Já o ômega 9, apresenta sua dupla ligação na nona posição da cadeia. E como apresenta apenas uma dupla ligação é um ácido graxo monossaturado. O ômega 9 é também chamado de ácido oleico. Os ácidos graxos insaturados ainda podem ser classificados como essenciais e não essen- ciais. Durante a formação de novo as enzimas humanas só conseguem adicionar duplas liga- ções a partir da nona posição da cadeia. Por esta razão os ácidos graxos ômega 3 e ômega 6 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 18. 18 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães são considerados essenciais. Logo, devem ser obtidos de fontes alimentares. O não consumo desses ácidos graxos pode levar a prejuízos metabólicos. Fontes alimentares dos ácidos graxos insaturados Ômega 3 (linolênico) Ômega 6 (linoleico) Ômega 9 (oleico) Sardinha Arenque Óleo de peixe Salmão Atum Óleo de soja Óleo de girassol Óleo de milho Linhaça Macadâmia Nozes Amêndoa Castanha do Pará Gergelim Abacate Semente de Girassol Linhaça Azeite de Oliva Canola (óleo) DICA É importante lembrar que o ômega 6 é chamado de linoleico e que o ômega 3 é chamado de linolênico, pois, em questões de prova, a banca examinadora pode utilizar esses nomes para tentar confundir o candidato. ÔMEGA 3 EPA (ácido eicosapentaenóico) e o DHA (ácido docosahexaenoico) são considerados dois tipos de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3. São encontrados em maior quantidade em alimentos como peixes, frutos do mar e óleo de peixe. − Lipoproteínas São lipídios (colesterol ou triglicérides) associados a proteínas. Como as gorduras não são capazes de circular livremente em um meio aquoso como o plasma, necessitam de uma molé- cula carreadora que o permitam fazer isso (uma proteína). As diferentes lipoproteínas divergem quanto à sua composição, dando origem a partículas de diferentes densidades. Assim, as lipoproteínas são classificadas de acordo com sua densidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 19. 19 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães ◦ Quilomicrom: contém a maior densidade de todas. Possui pequena quantidade de proteína, fosfolipídeos e colesterol e grande quantidade de triacilgliceróis. ◦ VLDL: lipoproteína de baixa densidade. Possui uma quantidade maior de proteína, um pouco maior de fosfolipídeos, uma quanti- dade considerável de triacilglicerol e uma quantidade boa de colesterol. ◦ IDL: lipoproteína de densidade intermediária (não cai muito em provas). ◦ LDL: lipoproteína de baixa densidade (lipoproteína ruim). Possui uma grande quantidade de proteína, uma boa quantidade de fosfolipídios, uma pe- quena quantidade de triacilglicerol e mais ou menos metade da quantidade de colesterol. ◦ HDL: lipoproteína de alta densidade (considerada boa). Possui uma maior quantidade de proteína, uma porção de fosfolipídios, uma pequena por- ção de triacilglicerol e uma boa porção de colesterol. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 20. 20 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães − Gorduras trans São gorduras que não são sintetizadas no organismo humano. Resultam do processo de hidrogenação parcial ou total de óleos vegetais. Dessa forma, há conversão das gorduras líqui- das em temperatura ambiente para gorduras sólidas. Pra isso, ocorre a modificação da estru- tura molecular da gordura, que antes era cis e passa para a forma trans. Obs.: O ângulo da dupla ligação que mostrará a forma trans. Em comparação com seu isô- mero cis na cadeia carbonada, o ácido graxo trans é mais linear, resultando em uma molécula mais rígida. Isso permite propriedades físicas diferentes, principalmente relacionadas à estabilidade e à termodinâmica. Alimentos que contém gordura trans: bolacha cream cracker, biscoitos recheados, quiche de queijo, wafer, fatia de bolo, prato de yakisoba, 3 colheres de sopa de margarina. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 21. 21 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães O consumo de ácidos graxos trans obtidos industrialmente eleva o risco de doenças coro- narianas. Esse tipo de gordura possui efeitos aterogênicos por ser capaz de reduzir substan- cialmente as lipoproteínas do tipo HDL e aumentar as lipoproteínas LDL (COMINETTI; COZZO- LINO, 2020). Existe uma proposta da OMS de eliminação da gordura trans como suplemento de alimentos até 2023. Necessidades diárias Recomendações para pessoas saudáveis de acordo com as DRI. Nutrientes Ingestão Recomendada Gordura total 25 a 35% das calorias totais Ácidos graxos saturados 7% das calorias totais Ácidos graxos poliinsaturados 10% das calorias totais Ácidos graxos monoinsaturados 20% das calorias totais Colesterol 200 mg/dia O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 22. 22 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Digestão, absorção dos lipídios A digestão dos lipídios se inicia na boca pela ação da lípase lingual. A hidrólise dos lipídeos continua no estômago pela ação da lípase gástrica, com especial hidrólise dos triacilgliceróis de cadeia curta e média em ácidos graxos e em diacilgliceróis. A maior parte da digestão das gorduras ocorre no intestino delgado, que necessita de sais biliares e da lípase pancreática. A presença de gordura no intestino estimula a liberação colecistoquinina, que irá estimular a contração da vesícula biliar. Os produtos finais da digestão de lipídios são ácidos graxos livre e betamonoacilgliceróis, que serão incorporados em micelas para serem transportados até os enterócitos (SHILLS, 2016; COMINETTI; COZZOLINO, 2020). Órgão Enzimas Ação Boca Lipase lingual Clivagem de ácidos graxo na posição sn-3 por hidrólise. Estômago Lipase gástrica Digere as gorduras emulsionadas: leite e gema de ovo. Fígado – A bile emulsiona as gorduras resultantes. Intestino Delgado Lipase pancreática e lipase entérica Decompõem as gorduras já emulsionadas em ácidos graxos e glicerol. A absorção de lipídios parece ocorrer, em grande parte, por meio da difusão passiva. As micelas que contêm produtos de digestão das gorduras mantém um equilíbrio dinâmico entre si, o que permite a separação dos constituintes das micelas que apresentam mais conteúdo das que contêm menos, equilibrando a concentração micelar global dos produtos de digestão. Os ácidos graxos livres são liberados pela ação da lipase pancreática até que a capacidade de saturação das micelas seja atingida (SHILLS, 2016). O sistema exógeno de transporte antão inicia-se com a reorganização de ácidos graxos, fosfolipídios, quantidades menores de glicerol e colesterol absorvidos em quilomícrons dentro dos enterócitos. A síntese de quilomícrons no interior do enterócito intestinal é rigidamente regulada pela produção de apolipoproteína B (Apo-B). A liberação na circulação sistêmica é se- guida pela hidrólise do triglicerídeo na superfície dos capilares dos tecidos pela ação da lipase lipoproteica (LPL). A hidrólise no interior dos quilomícrons resulta em movimento dos ácidos graxos para o interior dos tecidos e a subsequente produção de partículas remanescentes de quilomícron depletadas em triglicerideos. Obs.: Nem todos os ácidos graxos necessitam da incorporação e do transporte de quilomí- crons. Os com menos de catorze carbonos de comprimento, isto é, os TCM, em um grau O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 23. 23 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães variável têm o transporte interno direto via circulação portal, seja como TG ligado à lipo- proteína ou como ácido graxo livre ligado à albumina (não esterificado). A transferência portal libera ácido graxo para o fígado mais rapidamente que o trânsito de quilomícrons. 2. Água Todas as reações metabólicas do organismo necessitam de água para ocorrer. A maioria das reações químicas que ocorrem nas células depende do balanço ou equilíbrio de água e eletrólitos. A água é o maior e mais simples componente do organismo. Funções A água funciona como solvente, o que é fundamental para as trocas metabólicas entre os compartimentos corporais. Ela é também o meio de transporte para movimentar moléculas (como nutrientes). Além disso, ela regula a temperatura corporal, compõe parte de todas as células e participa da digestão, absorção, excreção. Necessidade A necessidade é de aproximadamente 1 ml/kcal/dia. Mas a ingestão adequada pode variar com a idade, a temperatura, nível de atividade física e perdas funcionais. A maior parte da nossa ingestão de água origina-se do consumo de líquidos, mas os seres humanos também ingerem quantidades significativas de água a partir de frutas e legumes. Obs.: Existe também a recomendação genérica de 30 ml de água por Kg de peso corporal (pegar o peso e multiplicar por 30). Por exemplo, uma pessoa que possui 100kg deverá consumir cerca de 3 litros de água por dia. 3. Fibras As fibras são compostas presentes em diversos alimentos que afetam diretamente a quali- dade deles. Além disso, são de extrema necessidade para a saúde do ser humano, interferindo em diversas ações relacionadas ao organismo. A definição de fibras alimentares pode ser relativa às suas características fisiológicas ou pelas químicas. Conceito São polissacarídeos constituintes de todos os alimentos de origem vegetal que não são digeríveis pelo organismo humano. Contudo, também pode ser apresentar com o conceito de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 24. 24 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães ser constituída principalmente de polissacarídeos não amido das plantas, e de lignina, que são resistentes à hidrólise pelas enzimas digestivas humanas (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). De maneira simplificada as fibras podem ser definidas como carboidratos complexos que não são digeríveis. O IOM recomenda um nível de ingestão adequada (AI) de 14 g de fibras por cada 1.000 kcal consumidas para todas as pessoas com mais de 1 ano de idade. Contudo, a recomendação diária também pode ser de 20-38 gramas por dia, sempre se relacionando com a quantidade energética total ingerida pelo indivíduo. A recomendação para pacientes com alguma doença (não somente de fibras, mas de outros nutrientes como carboidratos, proteínas e lipídios) podem ser diferentes das recomendações gerais e apresentadas neste material. Por isso, o Projeto Diretrizes concentra outras recomen- dações específicas, que são distintas entre os grupos e relativas às doenças. Função As fibras possuem diversas funções essenciais ao organismo e a principal delas está re- lacionada à regulação intestinal. As fibras também são muito utilizadas na elaboração de um plano alimentar para redução de peso, pois possuem um papel de extrema importância em geração da saciedade. A fibra pode acelerar ou retardar o processo em qualquer ponto ao longo do trato digesti- vo, e seu papel no trato digestivo pode ser específico para cada tipo de fibra. Exemplificando, algumas fibras viscosas (como a betaglucana) podem absorver grandes volumes de água e formar géis que, por sua vez, aumentam a distensão do estômago e retardam o tempo de esva- ziamento gástrico. Outras fibras (como o farelo de trigo e o amido resistente), todavia, podem não influenciar a distensão gástrica ou o tempo de esvaziamento (SHILLS, 2016). Por influenciarem tanto nos processos digestivos e apresentarem íntima relação com a microbiota intestinal, as fibras ainda podem apresentar várias funções como regularização do trânsito intestinal, controle da obesidade, controle da glicemia (diminuindo ou inibindo a velocidade de absorção dos carboidratos), redução do colesterol (diminuindo na velocidade da quantidade de lipídios que são absorvidos), aumento do bolo fecal, diminuição do pH das fezes e prevenção do câncer de intestino. Obs.: Se o trânsito intestinal for aumentado, o indivíduo tem menos tempo para absorção de carboidratos e lipídios não desejáveis, logo, isso irá gerar controle no peso, além da diminuição na glicemia. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 25. 25 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Especialmente a aveia, uma fibra solúvel, possui um fator muito relevante relacionado ao auxílio de doenças cardiovasculares. Classificação Tipos Fontes Ações Fibras Solúveis Pectina Gomas Mucilagem Frutas Aveia Cevada Leguminosas: feijão, lentilha, soja, grão-de- bico. – Solúveis em água – Retardo na absorção de glicose – Redução no esvaziamento gástrico – Diminuição dos níveis de colesterol sanguíneo Fibras Insolúveis Lignina Celulose Hemicelulose Verduras Farelo de trigo Cereais integrais: arroz, pão e torrada. – Aumento do bolo fecal – Favorece o peritaltismo – Prevenção da constipação – Acelera o esvaziamento gástrico – Redução do risco de câncer de intestino. Obs.: Atualmente, as bancas examinadoras têm cobrado bastante o assunto fibra alimentar. Nesse sentido, é importante que o candidato saiba quais são os alimentos que são fontes dessas fibras. 4. Micronutrientes 4.1. Vitaminas São compostos orgânicos presentes naturalmente em diminutas e diferentes quantidades nos alimentos. São nutrientes essenciais, necessários para o desenvolvimento, manutenção do metabolismo normal e o funcionamento do organismo (Waitzberg, 2009). Não produzem energia, nem contribuem para o aumento da massa corporal, mas regulam os processos energéticos, como o metabolismo dos macronutrientes. E são frágeis, sendo destruídas pelo calor, luz, pH e pelo contato com metais. Classificação das Vitaminas Existem 13 tipos de vitaminas que se dividem em dois grupos, as hidrossolúveis e as li- possolúveis. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 26. 26 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Lipossolúveis São solúveis em lipídios. São absorvidas juntamente com os lipídeos da deita, portanto, requerem a presença de bile e enzimas pancreáticas para este processo. Possuem reservas consideráveis (no fígado, mas também em outros tecidos), por isso podem ser tóxicas (hipervitaminose) quando consumidas em altas doses. Contudo, não são normalmente excretas na urina, o que torna sua deficiência rara. As vitaminas lipossolúveis são: A, D, E, K. • Vitamina A (reinol, beta-caroteno) • Vitamina D (colecalciferol) • Vitamina K (filoquinonas, menaquinonas) • Vitamina E (tococerois) Hidrossolúveis São as solúveis em água. São em maioria componentes dos sistemas enzimáticos. Não são normalmente estocadas em quantidades grandes e são facilmente excretadas na urina. São divididas em dois grupos, as liberadoras de energia (tiamina, riboflavina, niacina, biotina e ácido pantotênico) e as hematopoiéticas (ácido fólico, piridoxina e vitamina B12) (WAITZBERG, 2009). As vitaminas hidrossolúveis são as do complexo B e a vitamina C. Vitamina A – Retinol É uma vitamina lipossolúvel. O termo vitamina A é empregado genericamente para todos os derivados de betaionona que possuam atividade biológica do retinol. Sua função mais conhecida é o papel no processo visual, mas possui outras como cresci- mento e manutenção do tecido epitelial, resistência às infecções, desenvolvimento dos ossos e como antioxidante. Pode ser armazenada no fígado e nos depósitos de gordura, pulmões e rins. • Deficiência: − Cegueira noturna ou cegueira irreversível; − Baixa resistência às infecções; − Retardo do crescimento; − Lesões oculares (Xeroftalmia). • Fontes − Nos alimentos de origem animal: ◦ Encontrada na forma de retinol e ácido retinóico. ◦ Leite e derivados, vísceras, gema de ovo, óleo de fígado de peixes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 27. 27 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães − Nos alimentos de origem vegetal: ◦ Encontrada como betacaroteno (provitamina A ou carotenóides). ◦ Vegetais de cor amarela e verde como cenoura, abóbora, mamão, couve agrião. ◦ Azeite e óleo de dendê. • Necessidades diárias (DRI, 2019) − Homens: 900 μg RAE. − Mulheres: 700 μg RAE. − RAE: equivalente de atividade de retinol Vitamina D – Calciferol É uma vitamina lipossolúvel. Sempre que for falado sobre a vitamina D, relacionam à vitamina proveniente do sol. Mas além de “tomar sol”, deve-se consumir a vitamina D. Existem duas formas de vitamina D no organismo, a vitamina D2 (ergocalciferol) que está presente nos vegetais e suplementos, e a vitamina D3 (colecalciferol) que é sintetizada pelo organismo a partir da exposição solar. Após a ingestão ou síntese pela exposição solar a vi- tamina D precisa ser convertida no fígado à 25-hidroxicolecalciferol [25(OH)D], que é a forma dosada em exames bioquímicos. Contudo, essa não é a forma de atividade biológica da vita- mina, que ainda precisará ser convertida nos rins para sua forma ativa, o calcitriol [1,25(OH)2 D3 ] (WAITZBERG, 2009; COMINETTI; COZZOLINO, 2020). • Funções Está associada ao metabolismo e homeostase do cálcio e do fósforo, promovendo aumen- to da absorção deles no intestino e ossos, conferindo crescimento e mineralização dos ossos. Também está envolvida no crescimento e diferenciação celular (células do sistema imunológi- co e hematopoiéticas) (WAITZBERG, 2009). Existem evidências, a partir de estudos ecológicos, que a deficiência de vitamina D está as- sociada ao desenvolvimento de cânceres como de cólon, de mama e de próstata. Além disso, a deficiência dessa vitamina também parece estar associada à progressão do diabetes do tipo 2 e da sarcopenia (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). • Deficiência − Na criança ◦ Raquitismo: retardo do crescimento e deformidades ósseas nos ossos longos, ba- cia e costelas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 28. 28 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães − No adulto ◦ Osteomalácia • Fontes Alimentares Principalmente de origem animal, como leite, fígado, manteiga, peixes, gema de ovo etc. • Necessidades diária (DRI, 2019) − Para homens e mulheres: 15 μg ou 600 UI − UI: unidades internacionais Vitamina E – Tocoferol É uma vitamina lipossolúvel. Vitamina E é o termo genérico dado à nutrientes naturais lipossolúveis chamadas toco- feróis e tocotrienóis. • Funções A vitamina E é um potente antioxidante, em especial o alfatocoferol, assim, atua na prevenção do estresse oxidativo, na proteção de membranas celulares e regulação da agregação plaquetária. Além disso, essa vitamina destaca-se na função anti-inflamatória, principalmente na atividade de células como macrófagos e neutrófilos (WAITZBERG, 2009; COMINNETI; COZZOLINO, 2020). • Deficiência É rara, mas pode causar alteração do sistema nervoso central levando a disfunções neurológicas. • Fontes Óleo de peixe, oleaginosas (castanhas, nozes, amendoim), óleos vegetais, sementes, cere- ais integrais. • Necessidade diária (DRI, 2019) − Homens e mulheres: 15 mg O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 29. 29 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Vitamina K – Filoquinona Vitamina lipossolúvel. Conhecida pela sua função anti-hemorrágica, apresenta-se sob as formas biologicamente ativas de filoquinona, menaquinona e menadiona. • Funções: Além de sua importante função para a coagulação do sangue, foi evidenciado que a vitami- na K participa como cofator da carboxilação do ácido glutâmico, e como o produto resultante dessa corboxilação está presente em diversos tecidos, sugere-se que a vitamina K tenha outras funções, principalmente relacionadas ao metabolismo ósseo (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). • Deficiência: − Hemorragias, principalmente a doença hemorrágica do recém-nascido. • Fontes − Vegetais de folhas verdes (espinafre, alface, agrião), ervilha, fígado, leite e derivados, ovos etc. • Necessidade diária (DRI, 2019) − Homens: 120 μg. − Mulheres: 90 μg. Vitamina B1 – Tiamina É uma vitamina hidrossolúvel. Importante coenzima dos sistemas enzimáticos e está presente no organismo em sua for- ma livre e derivados fosforilados, como a tiamina pirofosfato (TPP). • Função A tiamina é essencial para reações enzimáticas, como o metabolismo de lipídeos, da glico- se, dos aminoácidos e de neurotransmissores, além de reações não enzimáticas, como regula- ção da função de canais de cloreto, modificação do transporte de sódio e doadora de fosfato. Está especialmente envolvida no metabolismo energético dos carboidratos, com a formação do NADPH. Contudo, a tiamina também é cofator do complexo enzimático PDHC, que cataliza a descarboxilação do piruvato à acetil-CoA, e do complexo DCCR, que promove a entrada de amino- ácidos de cadeia ramificada no ciclo do ácido cítrico. Além disso, colabora na manutenção das concentrações do neurotransmissor GABA, gama-aminobutírico (COMINNETI; COZZOLINO, 2020). É uma vitamina que não possui estoques, isto é, não é armazenada. Logo, deve ser consu- mida diariamente. • Deficiência − Beribéri (neuropatia pariférica) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 30. 30 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães ◦ úmido: presença de edema, insuficiência cardíaca; ◦ seco: perda de massa muscular, perda de memória e desorientação, bem como manchas no corpo. − Encefalopatia de Wernicke (ataxia, confusão mental, nistagmo e oftalmoplegia) • Fontes − Gema de ovo, carnes, peixes e vísceras, sementes, cereais integrais e leguminosas e leite de vaca. • Necessidade diária (DRI, 2019) − Homens: 1,2 mg − Mulheres: 1,1 mg. Vitamina B2 – Riboflavina É uma vitamina hidrossolúvel. Apresenta como principais formas biologicamente ativas a flavina mononucleotídeo (FMN) e a flavina adenina dinucleotídeo (FAD). • Função A riboflavina é cofator de enzimas importantes no metabolismo da produção de energia. Mas também é necessária para a formação dos enterócitos, para a gliconeogênese, regulação das enzimas tireoidianas, reparo do DNA, síntese de ácidos graxos e aminoácidos, ativação do ácido fólico, produção de glutadiona e catabolismo da colina (COMINETTI; COZZOLINO, 2020). • Deficiência − Alterações inflamatórias e degenerativas das mucosas: ◦ glossite; ◦ queilose; ◦ dermatite; ◦ distúrbios oculares. Obs.: Esses sinais são inespecíficos e podem caracterizar a deficiência de outros nutrientes, visto que a riboflavina faz parte da metabolização da vitamina B6, do folato, da niacina e da vitamina K. • Fontes: − cereais integrais; − leite e derivados; − carnes e ovos. • Necessidades diárias (DRI, 2019): − Homens: 1,3 mg − Mulheres: 1,1 mg O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 31. 31 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Vitamina B3 – Niacina É uma vitamina hidrossolúvel. Vitamina B3 é um termo genérico para descrever duas substâncias, a nicotinamida e o ácido nicotínico. A nicotinamida é componente das coenzimas NAD e NADP, envolvidas no metabolismo dos carboidratos. • Função Resumidamente sua função é estar presente nas coenzimas do metabolismo energético. Contudo, inúmeras reações bioquímicas ocorrem utilizando as coenzimas NAD e NADP, tanto catabólicas como anabólicas. • Deficiência: − Pelagra: provoca dermatite fotossensível e ataca o sistema nervoso e os intestinos; − Anorexia; − Fraqueza muscular. Obs.: A pelagra é conhecida como a doença dos 3 D’s: demência, diarreia e dermatite. • Fontes − Cereais integrais. − carnes, aves, peixes e fígado. • Necessidade diária (DRI, 2019) − Homens: 16 mg − Mulheres: 14 mg Vitamina B6 – Piridoxina É uma vitamina hidrossolúvel. O termo vitamina B6 é genericamente utilizado para as substâncias piridoxina, piridoxal e piridoxamina. • Funções Sua principal função é atuar como coenzima. Dessa forma, participa do metabolismo de aminoácidos, de carboidratos e de lipídeos e da síntese de hemoglobina e de neurotransmisso- res. Além disso, participa da manutenção da função imunológica, principalmente a adaptativa, com diminuição do crescimento e maturação dos linfócitos, queda na produção de anticorpos, e da atividade de células T (WAITZBERG, 2009; COMINETTI; COZOLLINO, 2020). • Deficiência: − anemia microcítica; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 32. 32 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães − dermatite seborreica; − glossite; − sintomas neurológicos. • Fontes: − legumes (batata); − feijão; − cereais integrais; − carnes. • Necessidade diária (DRI, 2019): − Homens: 1,7 mg; − Mulheres: 1,5 mg. Vitamina B9 – Ácido fólico (cai muito em prova) É uma vitamina hidrossolúvel. O ácido fólico é a forma sintética da vitamina encontrada em alimentos fortificados, suple- mentos e medicamentos. Nos alimentos, encontra-se predominantemente o L-5-metil-tetra-hi- drofolato. A forma metabolicamente ativa, que sofre conversão dentro da célula, é a tetra-hi- drofolato (THF) (COMINETTI, COZZOLINO, 2020). Em 2002 a Anvisa instituiu a obrigatoriedade do enriquecimento das farinhas de trigo e de milho com ácido fólico, nas quantidades de 140 mcg e 220 mcg, respectivamente, para cada 100g de farinha. • Funções Participa de síntese de DNA e RNA (transferência de grupo metil), remetilação da metioni- na a partir da homocisteína, metabolismo dos aminoácidos, maturação das células sanguíne- as na medula óssea e importante no fechamento do tubo neural em fetos (diretamente ligado à questão da gestação). • Deficiência − Anemia megaloblástica − Retardo no crescimento − Distúrbio gastrintestinal Obs.: Na anemia megaloblástica, o folato não diminui a produção de hemoglobina e sim modifica a estrutura da hemoglobina tornando a célula maior que o normal, caracterís- tica denominada como macrocítica. • Fontes: − folhosos escuros: couve, agrião, espinafre, brócolis; − cereais integrais; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 33. 33 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães − leguminosas; − frutas. • Necessidade diária: − Homens e mulheres: 400 μg. Vitamina B12 – Cobalamina É uma vitamina hidrossolúvel. A cianocobalamina é a forma mais estável da vitamina B12 e possui a característica de ser termoestável. • Funções Participa da síntese de DNA (metabolismo de ácidos nucleicos e transferência de grupos metil) e da reparação e síntese de mielina. Além disso, atua no metabolismo dos lipídios e das proteínas, contribui para a maturação das células sanguíneas na medula óssea. • Deficiência: − Anemia megaloblástica; − Aumento das concentrações de homocisteína; − Encefalopatia e mielopatia. • Fontes: − Somente alimentos de origem animal; − fígado, leite, queijos, peixe, ovos, carnes, aves. • Necessidade diária: − Homens e mulheres: 2,4 μg. Vitamina C – Ácido ascórbico É uma vitamina hidrossolúvel. A vitamina C possui dois compostos bioativos, o ácido ascórbico e o ácido deidroascórbi- co. Possui característica de ser um potente agente redutor (WAITZBERG, 2009). • Funções É cofator de diversos sistemas biológicos, atua na síntese de noradrenalina e dopamina, e também na síntese de colágeno, o que o torna essencial nos processos de cicatrização. Além disso, age na prevenção do estresse oxidativo da derme, como eliminador de radicais livres (antioxidante), auxilia na absorção do ferro, no metabolismo do colesterol. Ainda tem papel no sistema imunológico, estimulando migração de neutrófilos e favorecendo processos de fago- citose (COMINETTI, COZZOLINO, 2020). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 34. 34 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães • Deficiência: − Escorbuto: ◦ Hemorragia nas gengivas; ◦ Perda de dentes; ◦ Dores nas extremidades; ◦ Histeria; − Fraqueza muscular; − Anorexia; − Fadiga. • Fontes − Frutas cítricas; − Hortaliças verde-escuras. • Necessidade diária (DRI, 2019) − Homens: 90 mg − Mulheres: 75 mg. 4.2. Minerais São micronutrientes, elementos com funções orgânicas essenciais que atuam na forma iônica como constituintes de enzimas, hormônios, secreções e proteínas do tecido orgânico. São divididos em dois grupos, relacionados ao tamanho da molécula, os macroelementos (eletrólitos) e os microelementos (sendo elementos traço ou elementos ultratraço). • MACROELEMENTOS: Cálcio, Magnésio, Sódio, Potássio, Fósforo, Cloro e Enxofre. • MICROELEMENTOS: Ferro, Zinco, Cobre, Selênio, Cromo, Manganês, Flúor, Iodo, Arsênio, Boro, Molibdênio, Níquel, Silício, Vanádio, Cobalto, Lítio e Cádmio. Cálcio (Ca) É um dos elementos mais comuns no planeta e o mineral encontrado em maior quantidade no corpo humano, principalmente nos ossos e dentes. Sua homeostase nos fluidos extracelulares é regulada pelo hormônio da paratireoide (PTH), pela calcitonina e pela forma ativa da vitamina D. • Funções Nos processos biológicos atua como estabilizador de estruturas, mas também como se- gundo mensageiro. Logo, ele modula as proteínas-chave biológicas para ativar suas proprieda- des catalíticas e mecânicas. Participa da formação de ossos e dentes, do transporte em nível de membrana celular, da contração muscular (como a famosa câimbra), da transmissão dos impulsos nervosos e da coagulação sanguínea (SHILLS, 2016; WAITZBERG, 2009). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 35. 35 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães • Deficiência − Atraso no crescimento em crianças (Raquitismo). − Osteoporose (descalcificação óssea) principalmente em idosos e mulheres pós-me- nopausa. − Tetania: espasmos (contração involuntária muscular) e dores musculares (como a câimbra). − Hipotenção. − Parestesia de extremidades. • Fontes: − Leite e produtos lácteos; − Brócolis, couve; − Leguminosas; − Gergelim. • Necessidade diária − Homens e mulheres: 1.000 mg. Fósforo (P) É o segundo mineral mais abundante do corpo, estando presente nos ossos e dentes (80 a 85% fosfato de cálcio) e nos fluidos extracelulares e células. • Função Possui diversas funções que variam da transferência de informação genética até a produ- ção de energia (na qual é componente integral do ATP). Compõe ossos e dentes, participa do equilíbrio acidobásico, é componente dos fosfoli- pídios (que formam a bicamada de membranas) e lipoproteínas, participa do metabolismo energético. Além disso, constitui a estrutura do DNA e do RNA e é necessário para a ativação de muitas proteínas, enzimas e açúcares presentes no corpo (SHILLS, 2016). • Deficiência − Fraqueza − Desmineralização óssea − Dores articulares • Fontes: − Principalmente em alimentos proteicos: leite e derivados, carnes, leguminosas, pei- xes, ovos e oleaginosas. − Cereais. • Necessidade diária: − Homens e mulheres: 700 mg O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 36. 36 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Potássio (K) Éomaioremaisabundantecátionintracelular,sendomuitonecessárioàsfunçõescelulares. • Função Possui importante efeito sobre o potencial de membrana, essencial para a transmissão neural, contração muscular e tônus vascular. Além disso, participa da síntese de proteínas e de glicogênio, e está envolvido na alcalose e acidose metabólica. • Deficiência: − Ritmo, frequência e condução cardíaca irregular; − Confusão mental; − Perda de apetite; − Constipação. • Fontes: − Batata, mamão, melão, banana, laticínios, feijão, folhas verdes, frutas secas, tomate, espinafre, brócolis. • Necessidade diária (DRI, 2019) − Homens: 3400 mg − Mulheres: 2600 mg Sódio (Na) É cátion mais abundante do líquido extracelular e essencial para manter o equilíbrio hídrico do organismo. • Função É muito importante para a manutenção da pressão osmótica do sangue, plasma e fluidos extracelulares. O equilíbrio hidroeletrolítico e a distribuição de água no corpo dependem de só- dio. Além disso, atua no equilíbrio ácido-básico, transporte ativo de moléculas pela membrana plasmática e regulação renal. O sódio é de extrema importância, principalmente para pessoas que transpiram muito (caso de atletas, cuja reposição desse sódio está ligada ao bom desempenho relacionada à atividade esportiva), pois compõe diretamente o suor. • Deficiência: − Letargia, fraqueza; − Convulsões; − Apatia mental; − Redução de apetite. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 37. 37 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães • Fontes: − Sal refinado (Cloreto de Sódio – NaCl); − Alimentos industrializados, enlatados, biscoitos salgados, carnes e bacalhau; − Condimentos. • Necessidade diária (DRI, 2019) − Homens e mulheres: 1500 mg Magnésio (Mg) É o segundo cátion intracelular mais abundante no organismo e é cofator de mais de 300 reações enzimáticas. • Função: É ativador de diversas enzimas (como do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipí- dios), participa da mineralização de ossos e dentes junto com o cálcio e fósforo, e do controle na contração da musculatura cardíaca (por participar do potencial de membrana e transmis- são de impulsos nervosos) (SHILLS, 2016; WAITZBERG, 2009; COMINETTI; COZZOLINO, 2020). • Deficiência: − Taquicardia, arritmia cardíaca; − Tremor, espasmo muscular; − Anorexia (também está relacionado com o desenvolvimento de depressão e transtor- nos de imagens); − Predisposição à osteoporose; − Náuseas, vômitos e diarreia. • Fontes: − Feijão; − Cereais integrais, sementes; − Frutos secos, oleaginosas; − Verduras verde-escuras. • Recomendação diária (DRI, 2019) − Homens: 420 mg − Mulheres: 320 mg Iodo (I) O iodo é um elemento traço conhecido pelo seu papel nos hormônios da tireoide. Está pre- sente nos alimentos, mas seu teor depende das concentrações do elemento no solo. • Função Está envolvido na reprodução, função neuromuscular e metabolismo celular. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 38. 38 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães É componente de hormônio da tireoide: o iodo age na glândula da tireoide estimulando-a (síntese) como um combustível, de forma a produzir os hormônios T3 e T4, os quais estão dire- tamente ligados ao metabolismo. Caso ocorra uma carência do mineral iodo, a produção des- ses hormônios será comprometida, resultando no que pode ser chamado de hipotireoidismo. • Deficiência: − Bócio (aumento da tireoide); − Cretinismo; − Aborto espontâneo; − Função mental prejudicada. • Fontes: − Sal iodado (sal de cozinha); − Peixes do mar e crustáceos; − Embutidos e legumes enlatados. Obs.: O sal iodado foi uma estratégia do governo para implementar o iodo no perfil alimentar do povo brasileiro, porquanto havia uma grande incidência de bócio na população. Dessa maneira, houve uma distribuição mais democrática do mineral, uma vez que nem todos os indivíduos, à época, tinham condições financeiras para consumir as outras fontes de iodo. • Recomendação diária (DRI, 2019) − Homens e mulheres: 150μg. Zinco (Zn) É um dos minerais de maior importância para o metabolismo humano, sendo encontrado em todos os tecidos corpóreos. • Função É constituinte de metaloenzimas (mais de 300), portanto apresenta importante ação an- tioxidante. Faz combate direto aos radicais livres, logo, no combate ao envelhecimento. É um receptor de elétrons chamado na química de ácido de Lewis. Além disso, está presente em processos bioquímicos relacionados à imunidade, à forma- ção óssea e à cicatrização. O zinco está envolvido diretamente nas reações metabólicas. • Deficiência: − Apatia; − Diminuição do paladar; − Falta de apetite; − Acrodermatite enteropática; − Queda de cabelo; − Comprometimento do sistema imunológico; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 39. 39 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães − Dificuldade de cicatrização. • Fontes: − Vísceras e carnes; − Ovos, leite; − Grãos integrais e leguminosas (apesar de boas fontes de zinco, possuem alta quanti- dade de fitato, que atrapalha na absorção do zinco). • Recomendação diária: − Homens: 11 mg; − Mulheres: 8 mg. Ferro (Fe) O ferro existe entre dois estados de oxidação, na forma ferrosa (Fe2+) e na forma férrica (Fe3+). Isso confere a ele propriedade catalítica em múltiplas reações redox necessárias à sustentação das funções metabólicas. Na alimentação o ferro heme possui maior absorção e o ferro não-heme, menor absorção. • Função Destaca-se sua função na eritropoese (como componente da hemoglobina), logo, possui importante papel como carreador de oxigênio. É também componente essencial de várias en- zimas, como as envolvidas no metabolismo energético. Obs.: Quando há uma queda nos níveis de ferro, além da ocorrência de anemia, haverá também a diminuição da formação energética. • Deficiência: − Anemia ferropriva (hipocrômica e microcítica) ◦ Fadiga; ◦ redução da função leucocitária e da resistência a infecções; ◦ taquicardia; ◦ palidez. • Fontes − Ferro heme ◦ Carnes vermelhas; − Ferro não-heme ◦ Feijão; ◦ Folhosos. • Necessidade diária (DRI, 2019) − Homens: 8 mg − Mulheres: 18 mg O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 40. 40 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Obs.: A recomendação de ferro é maior para as mulheres, devido a menstruação. Durante este período a mulher tende a perder uma quantidade considerável de sangue, que é mensal, logo, acarretando em necessidade maior de reposição desse micronutriente. Contudo, essa maior recomendação permanece essencialmente entre 18 e 50 anos de idade. Selênio (Se) Na natureza a maior parte do selênio está presente nas proteínas como constituinte de aminoácidos (selenoproteínas). • Função: Por ser constituinte da glutadiona peroxidase, é um excelente antioxidante. Também é con- siderado poupador de vitamina E quando desempenha essa função. Desempenha papel importante no metabolismo da tireoide, catalizando a conversão do hor- mônioT4 emT3. Além disso, age contra a ação de metais pesadões e xenobióticos, bem como na redução do isco de doenças crônicas não transmissíveis e manutenção do sistema imunológico. • Deficiência: − Cardiomiopatia e fibrilação ventricular; − Mialgia; − Doença de Keshan e Doença de Kashin-Beck (na China). • Fontes A quantidade de selênio nos alimentos é muito variável entre países e regiões, pois é intei- ramente dependente do solo. − Castanha-do-brasil (ou castanha-do-pará); − Vísceras e frutos do mar; − Carnes e ovos; − Leites e derivados. • Necessidade diária (DRI, 2019) − Homens e mulheres: 55 μg 5. Planejamento Dietético A partir do conhecimento, propriedades e funções dos nutrientes é possível iniciar o plane- jamento de cardápio adequado, a fim de organizar e equilibrar as relações dos alimentos. Para tanto, algumas etapas são necessárias. Inicialmente, deve-se traçar o diagnóstico nutricional do indivíduo, que será determinado após realização de avaliação nutricional completa. Em seguida, é necessário traçar o objetivo da intervenção nutricional e definir se haverá ma- nutenção, ganho ou perda de peso dentro desse objetivo. Nesse ponto, também é o momento de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 41. 41 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães delinear estratégias de educação alimentar e nutricional para que haja, efetivamente, melhora na alimentação e nas escolhas do paciente. A próxima etapa está relacionada aos parâmetros mais quantitativos do planejamento die- tético. Dessa forma, deve-se estabelecer o peso ideal (PI) do paciente. E então, é preciso cal- cular o aporte energético da dieta. Contudo, o aporte energético da dieta depende de quantidades energéticas individualiza- das, que devem partir do cálculo do gasto energético basal. 5.1. Necessidades Nutricionais Determinação do GEB O Gasto Energético Basal (GEB), assim como a Taxa Metabólica Basal (TMB), equivale à energia gasta em repouso do organismo, para manter as funções vitais necessárias à sobrevi- vência, portanto, corresponde ao quantitativo mínimo diário para que o paciente permaneça vivo. Fornecer dietas abaixo dessa média estabelecida pelo GEB não é normalmente indicado na elaboração diária ambulatorial. Determinação do GET Consecutivamente ao GEB, será determinado o Gasto Energético Total (GET) do indivíduo, que gerado a partir da adição do gasto energético com atividade física ao GEB já calculado. O gasto com atividade física pode ser determinado por meio dos METs ou pelo fator atividade física (FA) das equações. Determinação do VET O Valor energético total (VET) é o valor em calorias que será utilizado para o cálculo da dieta, que pode ser igual ou GET, no caso de manutenção do peso. Recomendações dos macronutrientes Logo após as devidas determinações (GEB, GET, VET), finalmente, serão feitas as recomen- dações dos nutrientes, principalmente, em relação aos macronutrientes, formando a base da dieta a ser realizada. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 42. 42 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Distribuição em percentual do VET As recomendações dos valores quantitativos de macronutrientes são ditadas pelos indica- dores DRI, OMS e SBAN. DRI OMS SBAN CHO (Carboidratos) 45 – 65% 55 – 75% 60 – 70% LIP (Lipídios) 20 – 35% 15 – 30% 20 – 25% PTN (Proteínas) 10 – 35 % 10 – 15 % 10 – 12% DICA As DRIs, geralmente, são as recomendações mais incidentes em provas de concurso, portanto, merecem mais atenção. Partindo dos pressupostos nutricionais de cada recomendação, será possível efetuar cál- culos que disponibilizem os valores pertinentes à distribuição dos macronutrientes. EXEMPLO Supondo um VET de 2000 kcal, e utilizando as recomendações da SBAN. Primeiro passo: fazer regra de três partindo dos percentuais de carboidrato, proteínas e lipíde- os, a fim de determinar o valor calórico de cada nutriente, no que diz respeito à dieta aplicada. Para proteína (10 a 12%), vamos utilizar o valor de 12%: VET: 2000----------100% PTN: X --------------12% Proteína = 240 kcal Para carboidrato (60 a 70%): Carboidrato – 50% = 1000 kcal Para lipídeo total (20 a 25%) Lipídeo – 20% = 400 kcal Segundo passo: transformar as calorias encontradas de cada macronutriente para quantidade em gramas. Proteína (12%) = 240 kcal/4 = 60g Carboidrato – 50% = 1000 kcal/4 = 250g Lipídeo – 20% = 400 kcal/9 = 44,4g O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 43. 43 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Conclusão: diariamente, serão necessárias 60g de proteínas; 250g de carboidratos e 44,4g de lipídeos, para gerar o valor energético total (VET), nessa divisão percentual. 5.2. Parâmetros Os parâmetros da dieta são divididos em: • Quantitativo − cota do que foi ofertado; − totais em kcal e gramas. • Qualitativo − é um parâmetro ligado diretamente ao valor da qualidade do alimento consumido. 5.3. NDPCal% O NDPCal é uma maneira de determinar a quantidade total de proteína dietética ingerida, representada em calorias. Representa o % de calorias oferecidas sob a forma de proteínas to- talmente utilizáveis (PTU), corrigida em função da sua qualidade (NPU). • NPU: Proteína líquida obtida pelos fatores de correção, caracterizando biodisponibili- dade de proteína. É a proporção de nitrogênio ingerido que é retido no organismo sob condições específicas. − Deve-se multiplicar a quantidade de proteína de cada alimento (em gramas) por fatores de correção para cada tipo de alimento. Após, somar todos os valores encontrados. • NPCal: energia da proteína da dieta corrigida pela sua qualidade. − NPU é multiplicado por 4 (porque a proteína fornece 4 kcal/g). − NPCal = NPU*4 • NDpCal: percentual de proteína líquida em relação ao valor energético total. − NDPCal% = NPCal*100/VET − NDPCal% = [(NPU*4) * 100]/VET Obs.: Quanto maior a biodisponibilidade, maior é a qualidade da proteína nos alimentos. Fatores de correção Cereais e outros vegetais Leguminosas Animal Ovo 0,50 0,60 0,70 1,0 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 44. 44 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães EXEMPLO 1º Calcula-se o NPU: Considere-se como base um prato básico do âmbito alimentar brasileiro: PTN Cereais (arroz branco): 2,36g x 0,5 = 1,18g PTN Leguminosas (feijão): 5,54g x 0,60 = 3,32g PTN Animal (filé de frango): 13,25g x 0,70 = 9,27g 2º Calcular o Npcal: PTN Cereais (arroz branco): 2,36g x 0,5 = 1,18g x 4 = 4,72 kcal PTN Leguminosas (feijão): 5,54g x 0,60 = 3,32g x 4 = 13,28 kcal PTN Animal (filé de frango): 13,25g x 0,70 = 9,27g x 4 = 37,1 kcal 3º Por fim, calcular o NDPCal: Almoço = 650kcal NDpCal = 4,72 + 13,28 + 37,1 = 55,1 = 650-------100% 55,1----- X NDpCal = 8,47% Considerando o valor do NDPcal encontrado (8,47%), algumas observações devem ser fei- tas, a partir de valores recomendados, com o intuito de determinar a adequação da dieta. Nes- se sentido, veja-se: Valores de referência 8%: Mínimo Até 10%: ptn de boa qualidade 10%: desperdício para fins energéticos 6%: grupos não vulneráveis = 9%: ótimo crescimento e bom estado nutricional PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) = 6% 6. Características Físicas da Estrutura do Alimento Além das considerações feitas acerca das funções nutricionais dos alimentos, há de se pensar também na estrutura física do que será consumido. 6.1. Consistência • Líquida Restrita • Líquida Completa • Semilíquidas • Pastosa • Branda • Normal O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 45. 45 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães 6.2. Características Químicas Energia • HIPOCALÓRICA: quando a dieta tem um valor energético (VET) abaixo do gasto energé- tico total (GET). • NORMOCALÓRICA: quando a dieta tem um VET igual ao GET. • HIPERCALÓRICA: quando a dieta tem um VET maior que o GET. Carboidratos • HIPOGLICÍDICA: 4g/kg/dia ou 55% VET. • NORMOGLICÍDICA: 4-6/kg/dia ou 55 – 75% VET. • HIPERGLICÍDICA: 6g/kg/dia ou 75% VET. Proteínas • HIPOPROTEICA: 0,8g/kg/dia ou 10% VET • NORMOPROTEICA: 0,8-1g/kg/dia ou 10-15% VET • HIPERPROTEICA: 1g/kg/dia ou 15% VET Lipídeos • HIPOLIPÍDICA: 1g/kg/dia ou 15% VET • NORMOLIPÍDICA: 1-1,5g/kg/dia ou 15 – 30% VET • HIPERLIPÍDICA: 1,5g/kg/dia ou 30% VET 001. (INSTITUTO CONSULPLAN/FUNDAÇÃO SAÚDE DO RIO DE JANEIRO) No envelheci- mento, o cuidado com a nutrição deve ser ampliado com estilo de vida saudáveis e prevenção de doenças. Devido às mudanças das necessidades de nutrientes algumas soluções práticas precisam ser adotadas. São soluções consideradas práticas, EXCETO: a) Ter ingestão de proteína rotineiramente aumentada. b) Aumentar o consumo de fontes de carboidratos complexos. c) Atender à recomendação de potássio com alimentos, especialmente frutas e legumes. d) Incentivar a ingestão de líquidos de 1 mL por caloria ingerida ou pelo menos 1.500 mL/dia. Imagine um idoso. Ao longo da vida, ele terá alterações fisiológicas. Porém, certas alterações devem ser observadas e acompanhadas por um nutricionista. Entre as alterações que devem gerar atenção está a ingestão de proteína rotineiramente aumentada. Para o idoso, o nutricio- nista deve indicar uma ingestão adequada para que haja o aumento dessa massa, de maneira proporcional. Não é possível aumentar a ingestão de proteína maneira progressiva, pois isso O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 46. 46 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães demandaria ainda mais dos órgãos que, por causa da idade, já estão debilitados, prejudicando o idoso de maneira discriminada. Letra a. 002. (INSTITUTO CONSULPLAN/FUNDAÇÃO SAÚDE DO RIO DE JANEIRO) “___________________ e seus agonistas atuam no sistema de controle neural, inibindo o consu- mo alimentar na parte ventromedial do hipotálamo, pois intensificam o poder de saciedade dos alimentos. Além disso, baixos níveis desse neurotransmissor acarretam vários tipos de psicopatologias, incluindo depressão, agressão, ansiedade e bulimia. Níveis desse neurotrans- missor no cérebro são dependentes da ingestão alimentar do triptofano e de carboidratos.” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior. a) Grelina. b) Leptina. c) Serotonina. d) Neuropeptídeo Y. A Grelina: quando houver fome e sempre que se sentir o estômago vazio, haverá produção maior de Grelina, isso gera sensação de fome. A Leptina: sempre que se gera a Ingestão ali- mentar, o organismo produz a leptina, isso dá sensação de saciedade. A Serotonina: Inibe as psicopatologias, e a ingestão alimentar do triptofano e de carboidratos auxilia no aumento da serotonina. O Neuropeptídeo Y: neurotransmissor, exerce a maioria de seus efeitos por meio de proteínas receptoras acopladas à proteína G. Letra c. 7. Sistema Digestório Aqui, serão destacados alguns pontos importantes: • o processo digestivo tem início na boca por meio da mastigação e da amilase salivar; • o estômago produz o suco gástrico e é nele que começa o metabolismo das proteínas, que se dá por meio da enzima conhecida como pepsina; • a gastrina, presente no suco gástrico, auxilia bastante no processo digestivo, pois digere grande parte dos carboidratos; • a bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. Ela atua no processo diges- tivo das gorduras; • as microvilosidades intestinais, bem como o chamado fator intrínseco, auxiliam no pro- cesso de absorção dos nutrientes no intestino; • o processo digestivo leva em torno de 24 horas para ser completado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 47. 47 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães A tabela abaixo é de suma importância para fins de prova, pois mostra quais são as enzi- mas liberadas pelos sucos produzidos durante o processo digestivo. Enzima Substrato Produção Atuação Obs. Suco gástrico Ptialina (amilase salivar) Quebra amido em maltose Glândulas salivares Cavidade bucal Atua em pH neutro a alcalino Pepsina Quebra proteína em peptídeos Estômago Estômago Atua em pH ácido (ácido clorídrico) Renina Quebra caseína do leite materno Estômago Estômago Produzida nos primeiros meses de vida Suco pancreático Tripsina Quebra proteínas em peptídeos Pâncreas Intestino delgado Atua em pH alcalino Quimiotripsina Quebra proteínas em peptídeos Pâncreas Intestino delgado Atua em pH alcalino Lipase pancreática Quebra triglicerídeos Pâncreas Intestino delgado Atua em pH alcalino Amilase pancreática Quebra amido em maltose Pâncreas Intestino delgado Atua em pH alcalino Peptidases pancreáticas Quebra peptídeos em aminoácidos Pâncreas Intestino delgado Atua em pH alcalino Nucleases Quebra ácidos nucleicos em nucleotídeos Pâncreas Intestino delgado Atua em pH alcalino O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 48. 48 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães Enzima Substrato Produção Atuação Obs. Suco entérico Sacarase Quebra sacarose em glicose e frutose Intestino delgado Intestino delgado Atua em pH alcalino Lactase Quebra lactose em galactose e glicose Intestino delgado Intestino delgado Atua em pH alcalino Maltase Quebra maltose em glicose Intestino delgado Intestino delgado Atua em pH alcalino Nucleotidases Quebra nucleotídeos em pentoses, fosfatos e bases nitrogenadas Intestino delgado Intestino delgado Atua em pH alcalino Peptidases entéricas (carboxipeptidase e aminopeptidases) Quebram peptídeos liberando amoniácidos Intestino delgado Intestino delgado Atua em pH alcalino DICA Percebe-se que a maioria das enzimas dispostas na tabela aci- ma está ligada às proteínas. É por isso que elas são as mais cobradas em provas de concursos públicos. Muitas delas, apenas pelo nome, já podem ser relacionadas ao processo em que estão envolvidas. Assim, recomenda-se uma leitura atenta e, se possível, decorar a ação dessas enzimas, pois esse é um tópico que costuma ser muito explorado pelas bancas examinadoras. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
  • 49. 49 de 107 www.grancursosonline.com.br Nutrição Básica NUTRIÇÃO Lucas Guimarães 003. (FUNDEP-GESTÃO DE CONCURSOS/PREFEITURA DE BOM JESUS DO AMPARO- -MG/2018) Digestão é a transformação dos alimentos em substâncias assimiláveis pelo apa- relho digestivo. Em relação ao processo digestivo, considere as afirmativas a seguir. I – A digestão de proteínas começa no estômago, primariamente pela ação da lipase gástrica. II–Asacaroseéumdissacarídeoque,apóshidrólise,seconverteemduasmoléculasdeglicose. III – O bolo alimentar move-se, inicialmente, da boca para o intestino grosso. IV – O intestino delgado é o local principal para a digestão de alimentos e nutrientes. Está (ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): a) II e III, apenas. b) I e IV, apenas. c) IV, apenas. d) I, II, III e IV. I – Errado. A lipase está ligada aos lipídeos. A digestão das proteínas se dá pela ação da pepsina. II – Errado. Na realidade, a sacarose é formada por frutose + glicose. III – Errado. Entre a boca e o intestino grosso há uma série de órgãos por onde transita o bolo alimentar. IV – Certo. O intestino delgado é o órgão em que há maior quantidade de digestão de alimen- tos e nutrientes. Letra c. 004. (FUNDEP-GESTÃO DE CONCURSOS/PREFEITURA DE BOM JESUS DO AMPARO- -MG/2018) Os alimentos para serem absorvidos precisam ser digeridos. Durante o processo de digestão, é incorreto afirmar que: a) A ação do suco gástrico depende do conteúdo de proteoses e ácido clorídrico. b) A amilase salivar é a enzima que inicia a digestão do amido. c) A ptialina hidrolisa o amido cozido formando amilase. d) As dextrinas são produtos intermediários da hidrólise do amido. Na realidade a ptialina é a chamada amilase salivar e hidrolisa o amido cozido formando a maltose. Letra c. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.