O documento descreve a trajetória do estudante e militante político Eudaldo Gomes da Silva, que foi presidente do Diretório Acadêmico Livre de Agronomia em 1968 na Escola de Agronomia da Bahia. Foi banido do Brasil em 1970 por participar do sequestro do embaixador alemão e morto em 1973 durante a ditadura militar. O texto contextualiza sua atuação no movimento estudantil do Recôncavo Baiano na década de 1960.
O documento descreve o movimento estudantil na Escola Agronômica da Bahia entre as décadas de 1960 e 1970, com foco na trajetória de Eudaldo Gomes da Silva. O movimento estudantil passou por três fases: inicialmente liderado por membros da Frente Nacionalista, depois por estudantes como Eudaldo que se engajaram na política após 1964, e finalmente uma retomada na luta na década de 1970 com foco na anistia política. Eudaldo abandonou seus estudos para se juntar à luta armada e foi
O capítulo descreve o percurso da esquerda brasileira para a luta armada contra o regime militar, abordando o Partido Comunista do Brasil (PCB) e sua fragmentação em grupos dissidentes armados. A primeira parte trata da origem e representatividade do PCB no movimento operário e suas cisões a partir da década de 1960. A segunda parte analisa a opção pela luta armada como postura revolucionária de resistência aos governos militares e os principais grupos que agiram violentamente contra o regime.
O documento descreve como a educação foi afetada durante a ditadura militar no Brasil entre 1964-1985. O regime reprimiu estudantes e professores, censurou ideias, e usou a educação para promover seus próprios objetivos autoritários, como profissionalização e controle social. Apesar da repressão, os estudantes continuaram a se mobilizar pela democracia.
Caderno do Aluno História 3 ano vol 2 2014-2017Diogo Santos
Este documento apresenta um caderno de história para alunos do 3o ano do ensino médio no estado de São Paulo. O caderno aborda temas históricos do século XX após a Segunda Guerra Mundial, como a Guerra Fria, a bipolaridade mundial, a Revolução Cubana e os regimes ditatoriais na América Latina.
O documento resume um livro sobre o movimento estudantil brasileiro entre 1950-1975. Ele descreve como o livro usa depoimentos de estudantes da época para explorar a história do movimento, os grupos políticos envolvidos e como a ditadura militar reprimiu e desestruturou o movimento após 1968.
Plano de ensino - Proposta curricular do Estado de São Paulo-Históriafgomes42 Lima
Este documento apresenta o plano de ensino para a disciplina de História no ensino médio da Escola Estadual Prof. Pedro Madóglio em Diadema, São Paulo. O plano descreve a localização e composição física da escola, sua comunidade estudantil, as competências e habilidades que serão desenvolvidas, os conteúdos programáticos por bimestre e série, atividades propostas e conclusão do professor sobre seu trabalho pedagógico.
O documento discute o Pan-Americanismo, ideal de integração entre os países americanos defendido por Simon Bolívar no século XIX. A primeira Conferência Internacional dos Estados Americanos em 1890 resultou na criação do Dia Pan-Americano em 14 de abril, embora sob a visão norte-americana do tema. Conhecer a história desse processo de integração e o papel do Brasil pode ajudar a refletir sobre as relações continentais.
O documento descreve o movimento estudantil na Escola Agronômica da Bahia entre as décadas de 1960 e 1970, com foco na trajetória de Eudaldo Gomes da Silva. O movimento estudantil passou por três fases: inicialmente liderado por membros da Frente Nacionalista, depois por estudantes como Eudaldo que se engajaram na política após 1964, e finalmente uma retomada na luta na década de 1970 com foco na anistia política. Eudaldo abandonou seus estudos para se juntar à luta armada e foi
O capítulo descreve o percurso da esquerda brasileira para a luta armada contra o regime militar, abordando o Partido Comunista do Brasil (PCB) e sua fragmentação em grupos dissidentes armados. A primeira parte trata da origem e representatividade do PCB no movimento operário e suas cisões a partir da década de 1960. A segunda parte analisa a opção pela luta armada como postura revolucionária de resistência aos governos militares e os principais grupos que agiram violentamente contra o regime.
O documento descreve como a educação foi afetada durante a ditadura militar no Brasil entre 1964-1985. O regime reprimiu estudantes e professores, censurou ideias, e usou a educação para promover seus próprios objetivos autoritários, como profissionalização e controle social. Apesar da repressão, os estudantes continuaram a se mobilizar pela democracia.
Caderno do Aluno História 3 ano vol 2 2014-2017Diogo Santos
Este documento apresenta um caderno de história para alunos do 3o ano do ensino médio no estado de São Paulo. O caderno aborda temas históricos do século XX após a Segunda Guerra Mundial, como a Guerra Fria, a bipolaridade mundial, a Revolução Cubana e os regimes ditatoriais na América Latina.
O documento resume um livro sobre o movimento estudantil brasileiro entre 1950-1975. Ele descreve como o livro usa depoimentos de estudantes da época para explorar a história do movimento, os grupos políticos envolvidos e como a ditadura militar reprimiu e desestruturou o movimento após 1968.
Plano de ensino - Proposta curricular do Estado de São Paulo-Históriafgomes42 Lima
Este documento apresenta o plano de ensino para a disciplina de História no ensino médio da Escola Estadual Prof. Pedro Madóglio em Diadema, São Paulo. O plano descreve a localização e composição física da escola, sua comunidade estudantil, as competências e habilidades que serão desenvolvidas, os conteúdos programáticos por bimestre e série, atividades propostas e conclusão do professor sobre seu trabalho pedagógico.
O documento discute o Pan-Americanismo, ideal de integração entre os países americanos defendido por Simon Bolívar no século XIX. A primeira Conferência Internacional dos Estados Americanos em 1890 resultou na criação do Dia Pan-Americano em 14 de abril, embora sob a visão norte-americana do tema. Conhecer a história desse processo de integração e o papel do Brasil pode ajudar a refletir sobre as relações continentais.
Texto 8 goodman d e sorj b wilkinson j agroindústrias políticas públicas e es...Igor Bulhões
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera avançada, bateria de longa duração e processador rápido para competir no mercado. O aparelho tem preço competitivo e estará disponível em versões de 64GB, 128GB e 256GB de armazenamento. Os consumidores poderão comprar o novo smartphone a partir de outubro nas principais varejistas online e lojas físicas.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive functioning. Exercise causes chemical changes in the brain that may help boost feelings of calmness, happiness and focus.
El documento habla sobre el estado de la virtualización en la UTPL en el año 2007, incluyendo estadísticas sobre el uso y nuevos proyectos relacionados a la implementación de herramientas web 2.0 en la biblioteca, plataforma EVA y canal de YouTube de la universidad, con el propósito de actualizar los modelos educativos.
El obispo de Loja da la bienvenida al Congreso Mariano sobre "Latinoamérica Siglo XXI: Raíces Marianas". En su discurso, divide la espiritualidad cristiana en dos partes: la espiritualidad cristiana en general y María y los valores evangélicos. Explica que la espiritualidad cristiana se centra en hacer experiencia de Dios a través de Jesucristo y cultivar la vida interior, la fraternidad y el compromiso con el Reino de Dios.
O documento fornece uma retrospectiva histórica da Universidade Federal de Viçosa (UFV) desde sua fundação em 1926 como Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa (ESAV) até os dias atuais. Ele destaca marcos importantes como a criação dos primeiros cursos de graduação e pós-graduação, a expansão para outros campi, e as obras de infraestrutura realizadas nas últimas décadas para apoiar o crescimento da instituição.
Este documento descreve os eventos da crise acadêmica de 1969 em Coimbra, Portugal, através de fotografias tiradas por fotógrafos amadores e profissionais. As fotos mostram manifestações estudantis em 17 de abril contra a visita do presidente Américo Tomás, assembleias gerais de estudantes decretando greve às aulas, e eventos culturais de apoio ao movimento estudantil, como shows de Zeca Afonso. O documento culmina com uma grande assembleia de estudantes em 28 de maio que vota pela greve aos ex
Esta dissertação analisa o movimento estudantil secundarista em São Paulo entre 1977 e 1985 no contexto do crescimento dos movimentos de oposição ao regime militar. O movimento estudantil secundarista se reorganizou nesse período, com a reconstrução de entidades representativas e surgimento de novos grupos internos. Porém, não foi o único movimento a crescer, com grupos sociais como operários e ligados à igreja também enfraquecendo a ditadura. O movimento estudantil secundarista passou então a seguir os
La objeción de conciencia es la negativa de una persona a cumplir o aplicar una norma por motivos de conciencia. Para que sea válida, la objeción debe basarse en motivos de convicción íntima que tengan la relevancia, seriedad, sinceridad y consistencia suficientes. La objeción de conciencia es un derecho que permite oponerse a una norma por motivos éticos o religiosos.
Este documento describe el largo proceso de investigación y consulta que condujo al desarrollo del texto "Bautismo, Eucaristía, Ministerio". La Comisión de Fe y Constitución del Consejo Ecuménico de las Iglesias ha estado estudiando estos tres temas durante 50 años para avanzar hacia la unidad visible entre las Iglesias. El documento presenta las convergencias teológicas significativas encontradas en estos temas y fue enviado a las Iglesias para su respuesta oficial como parte del proceso ecuménico.
Este documento descreve os eventos da crise acadêmica de 1969 em Coimbra, Portugal, através de fotografias tiradas por fotógrafos amadores e profissionais. As fotos mostram manifestações estudantis em 17 de abril contra a visita do presidente Américo Tomás, assembleias gerais de estudantes decretando greve às aulas, e shows de apoio ao movimento estudantil. A crise culminou em uma grande assembleia em 28 de maio que votou a favor de uma greve de exames.
El documento describe el sistema de evaluación de cursos con apoyo tecnológico de la Universidad del Rosario en Colombia. La universidad fue fundada en 1653 y cuenta con más de 11,000 estudiantes. Su modelo de aseguramiento de calidad incluye la autoevaluación, acreditación voluntaria y procesos de mejora continua. El sistema evalúa la calidad didáctica, tecnológica y organizacional de los cursos con apoyo tecnológico y busca mejorar la pertinencia, eficiencia y efectividad de la enseñ
Este documento fornece um guia de melhores práticas de governança para fundações e institutos empresariais. Foi desenvolvido pelo GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) e pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) em parceria com associados dessas organizações e com consultoria jurídica. O guia tem como objetivo tornar mais abrangente o escopo de atuação do IBGC no que se refere a governança de fundações e institutos.
Caderno do Aluno História 7 série vol 2 2014-2017Diogo Santos
Este documento apresenta o caderno do aluno de História para o 7o ano do Ensino Fundamental dos Anos Finais no Estado de São Paulo. Ele contém atividades sobre a Revolta dos Malês, o romance Germinal de Émile Zola, a expansão territorial dos Estados Unidos no século XIX e outros temas históricos do período.
Esta tese investiga o movimento estudantil da Universidade Federal da Bahia durante a ditadura militar brasileira entre 1964 e 1968. Analisa a heterogeneidade do comportamento político estudantil, desde a colaboração com o golpe de 1964 até as múltiplas formas de resistência que emergiram a partir de 1965. Influenciado pelo contexto nacional mas com dinâmica própria, o movimento estudantil da UFBA se caracterizou pela aliança com os estudantes secundaristas e sofreu forte repressão após o Ato Institucional
Dissertação de mestrado em História unirio fabricio gomesFabrício Gomes
Este documento apresenta o agradecimento do autor a várias pessoas e instituições que contribuíram para sua pesquisa sobre o ISEB. O autor agradece a professores, colegas e amigos que o apoiaram ao longo de sua jornada acadêmica, fornecendo informações, textos e incentivo. Ele também agradece sua orientadora e sua família pelo apoio constante.
O documento resume a ditadura militar no Brasil de 1964 a 1985, período em que os militares governaram o país após um golpe que derrubou o governo democraticamente eleito de João Goulart. O documento descreve os principais governos militares e as políticas repressivas e de censura impostas, além das tentativas de resistência da população, especialmente dos estudantes.
Canudos multiplos olhares, permanência e ruptuira nos discursosUNEB
Este capítulo apresenta as primeiras interpretações sobre Canudos feitas por testemunhas oculares contemporâneas ao conflito, como militares, jornalistas, políticos e membros da Igreja Católica. A maioria destes primeiros autores apresentou uma visão extremamente negativa de Belo Monte, seus moradores e principalmente do líder Conselheiro, acusando-os de serem uma ameaça ao governo republicano. No entanto, esses relatos iniciais fornecem informações valiosas para entender a história de Antô
O documento analisa depoimentos de ex-militantes da Ação Popular Marxista Leninista (APML) no Brasil sobre a história e memória da organização. A APML surgiu na década de 1960 a partir da Juventude Universitária Católica (JUC) e se voltou para o socialismo democrático e a revolução brasileira, o que gerou conflito com a hierarquia católica. Posteriormente, adotou o marxismo-leninismo. Os depoimentos abordam as alianças com outros grupos de esquerda,
Este trabalho analisa a Corrente Revolucionária de Minas Gerais, um grupo de esquerda armada que resistiu ao regime militar brasileiro entre 1967-1969 no estado de Minas Gerais. O documento descreve a evolução da esquerda brasileira rumo à luta armada após 1964 e traça a formação e atuação da Corrente por meio de depoimentos de membros e documentos do DOPS/MG. O trabalho busca recuperar a memória deste grupo de resistência a partir de diferentes perspectivas sobre o período repressivo no Brasil.
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The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive functioning. Exercise causes chemical changes in the brain that may help boost feelings of calmness, happiness and focus.
El documento habla sobre el estado de la virtualización en la UTPL en el año 2007, incluyendo estadísticas sobre el uso y nuevos proyectos relacionados a la implementación de herramientas web 2.0 en la biblioteca, plataforma EVA y canal de YouTube de la universidad, con el propósito de actualizar los modelos educativos.
El obispo de Loja da la bienvenida al Congreso Mariano sobre "Latinoamérica Siglo XXI: Raíces Marianas". En su discurso, divide la espiritualidad cristiana en dos partes: la espiritualidad cristiana en general y María y los valores evangélicos. Explica que la espiritualidad cristiana se centra en hacer experiencia de Dios a través de Jesucristo y cultivar la vida interior, la fraternidad y el compromiso con el Reino de Dios.
O documento fornece uma retrospectiva histórica da Universidade Federal de Viçosa (UFV) desde sua fundação em 1926 como Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa (ESAV) até os dias atuais. Ele destaca marcos importantes como a criação dos primeiros cursos de graduação e pós-graduação, a expansão para outros campi, e as obras de infraestrutura realizadas nas últimas décadas para apoiar o crescimento da instituição.
Este documento descreve os eventos da crise acadêmica de 1969 em Coimbra, Portugal, através de fotografias tiradas por fotógrafos amadores e profissionais. As fotos mostram manifestações estudantis em 17 de abril contra a visita do presidente Américo Tomás, assembleias gerais de estudantes decretando greve às aulas, e eventos culturais de apoio ao movimento estudantil, como shows de Zeca Afonso. O documento culmina com uma grande assembleia de estudantes em 28 de maio que vota pela greve aos ex
Esta dissertação analisa o movimento estudantil secundarista em São Paulo entre 1977 e 1985 no contexto do crescimento dos movimentos de oposição ao regime militar. O movimento estudantil secundarista se reorganizou nesse período, com a reconstrução de entidades representativas e surgimento de novos grupos internos. Porém, não foi o único movimento a crescer, com grupos sociais como operários e ligados à igreja também enfraquecendo a ditadura. O movimento estudantil secundarista passou então a seguir os
La objeción de conciencia es la negativa de una persona a cumplir o aplicar una norma por motivos de conciencia. Para que sea válida, la objeción debe basarse en motivos de convicción íntima que tengan la relevancia, seriedad, sinceridad y consistencia suficientes. La objeción de conciencia es un derecho que permite oponerse a una norma por motivos éticos o religiosos.
Este documento describe el largo proceso de investigación y consulta que condujo al desarrollo del texto "Bautismo, Eucaristía, Ministerio". La Comisión de Fe y Constitución del Consejo Ecuménico de las Iglesias ha estado estudiando estos tres temas durante 50 años para avanzar hacia la unidad visible entre las Iglesias. El documento presenta las convergencias teológicas significativas encontradas en estos temas y fue enviado a las Iglesias para su respuesta oficial como parte del proceso ecuménico.
Este documento descreve os eventos da crise acadêmica de 1969 em Coimbra, Portugal, através de fotografias tiradas por fotógrafos amadores e profissionais. As fotos mostram manifestações estudantis em 17 de abril contra a visita do presidente Américo Tomás, assembleias gerais de estudantes decretando greve às aulas, e shows de apoio ao movimento estudantil. A crise culminou em uma grande assembleia em 28 de maio que votou a favor de uma greve de exames.
El documento describe el sistema de evaluación de cursos con apoyo tecnológico de la Universidad del Rosario en Colombia. La universidad fue fundada en 1653 y cuenta con más de 11,000 estudiantes. Su modelo de aseguramiento de calidad incluye la autoevaluación, acreditación voluntaria y procesos de mejora continua. El sistema evalúa la calidad didáctica, tecnológica y organizacional de los cursos con apoyo tecnológico y busca mejorar la pertinencia, eficiencia y efectividad de la enseñ
Este documento fornece um guia de melhores práticas de governança para fundações e institutos empresariais. Foi desenvolvido pelo GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) e pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) em parceria com associados dessas organizações e com consultoria jurídica. O guia tem como objetivo tornar mais abrangente o escopo de atuação do IBGC no que se refere a governança de fundações e institutos.
Caderno do Aluno História 7 série vol 2 2014-2017Diogo Santos
Este documento apresenta o caderno do aluno de História para o 7o ano do Ensino Fundamental dos Anos Finais no Estado de São Paulo. Ele contém atividades sobre a Revolta dos Malês, o romance Germinal de Émile Zola, a expansão territorial dos Estados Unidos no século XIX e outros temas históricos do período.
Esta tese investiga o movimento estudantil da Universidade Federal da Bahia durante a ditadura militar brasileira entre 1964 e 1968. Analisa a heterogeneidade do comportamento político estudantil, desde a colaboração com o golpe de 1964 até as múltiplas formas de resistência que emergiram a partir de 1965. Influenciado pelo contexto nacional mas com dinâmica própria, o movimento estudantil da UFBA se caracterizou pela aliança com os estudantes secundaristas e sofreu forte repressão após o Ato Institucional
Dissertação de mestrado em História unirio fabricio gomesFabrício Gomes
Este documento apresenta o agradecimento do autor a várias pessoas e instituições que contribuíram para sua pesquisa sobre o ISEB. O autor agradece a professores, colegas e amigos que o apoiaram ao longo de sua jornada acadêmica, fornecendo informações, textos e incentivo. Ele também agradece sua orientadora e sua família pelo apoio constante.
O documento resume a ditadura militar no Brasil de 1964 a 1985, período em que os militares governaram o país após um golpe que derrubou o governo democraticamente eleito de João Goulart. O documento descreve os principais governos militares e as políticas repressivas e de censura impostas, além das tentativas de resistência da população, especialmente dos estudantes.
Canudos multiplos olhares, permanência e ruptuira nos discursosUNEB
Este capítulo apresenta as primeiras interpretações sobre Canudos feitas por testemunhas oculares contemporâneas ao conflito, como militares, jornalistas, políticos e membros da Igreja Católica. A maioria destes primeiros autores apresentou uma visão extremamente negativa de Belo Monte, seus moradores e principalmente do líder Conselheiro, acusando-os de serem uma ameaça ao governo republicano. No entanto, esses relatos iniciais fornecem informações valiosas para entender a história de Antô
O documento analisa depoimentos de ex-militantes da Ação Popular Marxista Leninista (APML) no Brasil sobre a história e memória da organização. A APML surgiu na década de 1960 a partir da Juventude Universitária Católica (JUC) e se voltou para o socialismo democrático e a revolução brasileira, o que gerou conflito com a hierarquia católica. Posteriormente, adotou o marxismo-leninismo. Os depoimentos abordam as alianças com outros grupos de esquerda,
Este trabalho analisa a Corrente Revolucionária de Minas Gerais, um grupo de esquerda armada que resistiu ao regime militar brasileiro entre 1967-1969 no estado de Minas Gerais. O documento descreve a evolução da esquerda brasileira rumo à luta armada após 1964 e traça a formação e atuação da Corrente por meio de depoimentos de membros e documentos do DOPS/MG. O trabalho busca recuperar a memória deste grupo de resistência a partir de diferentes perspectivas sobre o período repressivo no Brasil.
O documento descreve um plano de aula para discutir a ditadura militar no Brasil com alunos do 3o ano do ensino médio. O plano inclui uma problematização, objetivos gerais e específicos, uma justificativa e uma metodologia na forma de um jogo didático utilizando recursos como cartolina e imagens do período. O conteúdo programático aborda a ditadura militar no Brasil e seu impacto na sociedade e política.
O documento é um planejamento didático para uma aula sobre a ditadura militar no Brasil. A aula usará a música "Para não dizer que não falei das flores" de Geraldo Vandré para discutir a repressão política no período e promover uma reflexão crítica sobre os direitos humanos e cidadania. Os alunos analisarão recortes de jornais e fotos do período e debaterão sobre ganhos e perdas da participação popular.
O documento apresenta um planejamento didático para uma aula sobre a ditadura militar no Brasil utilizando a música como ferramenta. A aula tem como objetivo fazer com que os alunos conheçam e reflitam sobre a luta pela cidadania durante a ditadura através da análise da música "Para não dizer que não falei das flores". A aula também inclui debates e análise de materiais sobre o período para promover uma leitura crítica do tema.
Este documento descreve uma pesquisa sobre a Escola Rural da Faxina, atual Escola Municipal Dr. Vieira da Cunha, localizada em Piratini no Rio Grande do Sul. O estudo analisa as ações do governo de Leonel Brizola entre 1959-1962 em relação à educação, incluindo a construção da escola como parte do projeto "Nenhuma criança sem escola no Rio Grande do Sul". A pesquisa utiliza fontes históricas e entrevistas para compreender as características iniciais da escola.
O documento descreve alguns eventos ocorridos em Pernambuco no ano de 1968, incluindo protestos estudantis contra aumento nas passagens de ônibus e repressão policial durante um trote universitário. Também relata lutas de trabalhadores rurais contra a exploração patronal que piorou após o golpe militar de 1964.
Educação Amordaçada as Universidades em Mogi das Cruzes, durante a Ditadura M...Glauco Ricciele
1. O documento descreve a atuação das universidades de Mogi das Cruzes durante a ditadura militar na década de 1970, quando o governo reprimiu manifestações estudantis e ideologias contrárias ao regime. 2. O DOPS instaurou inquéritos contra estudantes das universidades e houve censura nas instituições. 3. Apesar da repressão, os estudantes realizaram protestos pedindo melhores condições de ensino e liberdade de expressão.
Este documento fornece orientações para professores sobre um material didático para o 3o bimestre do ensino médio sobre Ciências Humanas e Sociais Aplicadas no estado de Goiás. O material é organizado de acordo com o Documento Curricular para Goiás e abrange competências, habilidades e objetos de conhecimento da área. O primeiro módulo trata dos Direitos Humanos e da sociedade e propõe atividades interdisciplinares integrando Filosofia, Geografia, História e Sociologia.
Vocês não estão entendendo nada! uma análise do discurso de caetano veloso no...Guilherme Werner
1) O documento analisa o discurso de Caetano Veloso no Festival Internacional da Canção de 1968.
2) Na época, havia forte repressão pela ditadura militar, mas os festivais musicais eram um espaço de expressão política.
3) O discurso de Caetano foi alvo de críticas por sua estética provocativa e ideias da Tropicália, que misturava estilos musicais diferentes.
Este plano de aula aborda a ditadura militar no Brasil entre 1964-1985. Os alunos analisarão charges sobre este período para refletir sobre a falta de democracia e direitos civis. Eles escreverão um texto relacionando as charges ao tema da ditadura e como ela impactou o país.
Este plano de aula aborda a ditadura militar no Brasil entre 1964-1985. Os alunos analisarão charges sobre este período para refletir sobre a falta de democracia e direitos civis. Eles escreverão um texto relacionando as charges ao tema da ditadura e expressando suas opiniões sobre esta época de opressão e censura no país.
O documento descreve a história dos movimentos estudantis no Brasil, desde a lei de 1985 que regulamentou as entidades estudantis até a ditadura militar entre 1964-1985, quando os movimentos foram proibidos e atuaram na clandestinidade, defendendo uma sociedade mais justa e democrática.
A educação brasileira durante o período da ditadura militarLara Utzig
O documento descreve como a educação brasileira foi afetada durante a ditadura militar de 1964 a 1985, com foco na implementação do ensino técnico-profissionalizante e nas restrições impostas a professores, alunos e conteúdo educacional através de decretos como o Decreto-Lei 477/1969. A reforma educacional de 1971 unificou o ensino fundamental e médio e reduziu o foco em disciplinas como filosofia.
Intolerancia religiosa em salvador da bahiaIgor Bulhões
Este documento discute a intolerância religiosa entre as igrejas neopentecostais e as religiões de matriz africana em Salvador da Bahia. As igrejas neopentecostais, principalmente a Igreja Universal do Reino de Deus, acusam as religiões africanas como Candomblé de bruxaria e demonolatria, atualizando uma "cruzada contra o diabo". Isso leva a atos de discriminação contra os adeptos das religiões africanas.
Este livro apresenta a experiência do Programa Residência Agrária, um programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário que oferece estágios para estudantes universitários em assentamentos rurais. O programa teve início em 2008 e busca promover o diálogo entre universidades, movimentos sociais e assentados rurais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável destas áreas.
O documento critica aqueles que negam o conhecimento à juventude e exploram o povo para benefício próprio. Defende que a juventude deve se unir e lutar contra a opressão por meio da revolução, a fim de construir uma sociedade justa e igualitária.
O poema descreve a vida como uma jaula na qual todos estão presos e da qual não podem escapar. Apesar das dificuldades e armadilhas do mundo, as pessoas precisam continuar vivendo e lutando para sobreviver e cuidar de suas famílias. O poema também aponta para as desigualdades sociais, com alguns tendo muito mais do que precisam enquanto outros mal conseguem se alimentar.
Na primeira noite, alguém roubou uma flor do jardim e nada foi dito. Na segunda noite, pisaram nas flores, mataram o cão e ainda assim nada foi dito. Até que um dia, o mais frágil entrou sozinho, roubou a luz e arrancou a voz da garganta, e nada continuou a ser dito.
Este documento discute agitação e propaganda no processo de transformação social. Explica que agitação e propaganda são táticas utilizadas para agitar as massas, denunciar e fomentar indignação, visando a politização e a luta de classes. Detalha origens históricas destas táticas na Rússia pré-revolucionária e em outros países, e discute objetivos, meios, instrumentos e formas utilizados, bem como sua relação com processos revolucionários.
1) O documento discute os desafios do desenvolvimento nos assentamentos de reforma agrária na Bahia, com base em uma pesquisa realizada pelo INCRA em 2010.
2) A pesquisa revelou grandes déficits de infraestrutura e acesso a crédito nos assentamentos brasileiros. Na Bahia, as famílias assentadas tinham baixa renda agropecuária e produção, apesar de situação relativamente melhor de infraestrutura.
3) Fatores como clima, IDH e idade dos assentamentos não explicam so
1) O documento discute a inserção da questão agrária nas estratégias de desenvolvimento do Brasil.
2) Analisa como o desenvolvimentismo histórico do país não abordou adequadamente a questão agrária e a necessidade de uma reforma crítica.
3) Reflete sobre debates recentes em torno da reforma agrária e sua importância para o tipo de desenvolvimento que o Brasil deseja alcançar.
[1] This thesis examines the institutionalization of agronomy as a scientific field in Bahia, Brazil between 1832-1911.
[2] It analyzes how agronomy was constructed as a project through institutions like the Society of Agriculture, Commerce and Industry of Bahia Province and the Imperial Bahian Institute of Agriculture.
[3] It also examines agronomy as an action through the Bahia Agricultural School, the Department of Agriculture of Bahia, and the Bahia Society of Agriculture, seeking to reconstruct the practices and representations of social groups involved, especially agronomists.
Este documento analisa a criação e atuação da Escola Agrícola da Bahia entre 1877 e 1930. A escola formou os primeiros profissionais de nível superior em agricultura no Brasil e contribuiu para a institucionalização da agronomia. Sua criação esteve ligada aos esforços das elites do Recôncavo Baiano para promover o desenvolvimento da agricultura na região através do uso da ciência.
O documento descreve como a agricultura na Região do Litoral Norte do Rio Grande do Sul mudou com o uso intensivo de tratores, adubos e agrotóxicos, deixando os pequenos agricultores vulneráveis. Ele também discute técnicas para tornar a agricultura mais sustentável e independente de insumos, como plantio em curvas de nível e adubação verde.
La crisis del sistema de representación política en Ecuador, que degeneró en un representativismo político personalista, combinada con una concentración creciente del poder en el Ejecutivo, han dado lugar a una democracia caudillista. Los movimientos sociales que protagonizaron conflictos en las décadas de 1980 y 1990 se han desmovilizado parcialmente debido a su conversión en fuerzas políticas, su cooptación por los gobiernos o el agotamiento de sus reivindicaciones. Este fenómeno refleja la penetración del mercado en la política que ha privat
El documento critica la idea de que el libre comercio siempre beneficia a todos, señalando que esta idea es más cercana a una religión que a la ciencia. Argumenta que una liberalización comercial extrema entre economías con grandes diferencias en productividad probablemente destruirá la base productiva de los países menos desarrollados y aumentará el desempleo y la reprimarización de sus economías. Finalmente, sugiere que los países en desarrollo deben integrarse inteligentemente a la globalización buscando criterios de equidad que compensen sus menores n
Este documento apresenta um estudo sobre o impacto da cooperação ecumênica no apoio às comunidades quilombolas no Brasil de 1996 a 2009. O estudo analisa cinco casos de comunidades quilombolas e identifica os principais impactos da cooperação, incluindo a afirmação da identidade quilombola, o direito à terra e território, a organização do movimento quilombola, a incidência em políticas governamentais e o acesso a serviços. O estudo também reflete sobre as contribuições das organizações da Aliança ACT e a sust
Nota de solidariedade aos estudantes de cundinamarcaIgor Bulhões
A Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil declara solidariedade aos estudantes de engenharia agronômica da Universidade de Cundinamarca na Colômbia, cujo curso corre o risco de fechar devido ao Ministério da Educação colombiano impedir novas matrículas. A FEAB defende a educação pública, gratuita e de qualidade como um direito do povo e exige que o governo colombiano zele pela qualidade da educação pública e não penalize os estudantes de agronomia.
O documento descreve a criação do Imperial Instituto Bahiano de Agricultura e da Escola Agrícola da Bahia no século XIX. A escola foi fundada para formar operários agrícolas e engenheiros agrônomos, visando modernizar a agricultura e resolver problemas da economia açucareira, como falta de mão-de-obra e tecnologia atrasada. No entanto, o curso para operários enfrentou dificuldades e teve pouca adesão, enquanto o curso superior formou várias turmas de engenhe
Tese a formacao de saberes profissionais da agronomia em contexto de atuacaoIgor Bulhões
O documento descreve uma tese de doutorado sobre a formação de saberes de profissionais da agronomia que atuam junto à agricultura familiar. O estudo identificou novos conhecimentos, habilidades e atitudes adquiridos pelos engenheiros agrônomos ao aplicarem seus conhecimentos universitários na realidade dos agricultores. As condições que levaram ao desenvolvimento desses saberes incluem a atuação em realidades complexas e imprevisíveis.
Este documento discute a formação do engenheiro agrônomo no Brasil. Analisa a evolução histórica da agricultura e do meio rural brasileiro, identificando as novas demandas deste setor. Questiona se a formação atual do engenheiro agrônomo está preparando-o para atender estas demandas. Defende que é necessário repensar a formação de forma pedagógica e política, incorporando os avanços das ciências da educação.
- A violência contra a mulher é um fenômeno social, histórico e multiforme, que viola os direitos humanos das mulheres.
- A violência é fruto do modelo patriarcal e capitalista que naturaliza a dominação masculina sobre as mulheres e seu corpo.
- Convenções internacionais tratam da violência contra a mulher, mas os países raramente cumprem seus compromissos, faltando políticas públicas efetivas.
1. EUDALDO GOMES DA SILVA: UM CASO DE REPRESSÃO POLÍTICA NO
CORAÇÂO DO RECÔNCAVO BAIANO (1960/1970).
Lucileide CostaCardoso∗ ∗
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
e-mail: lucileidecardoso terra.com.br
Resumo:
A pesquisa busca recuperar a história singular do estudante Eudaldo Gomes da Silva,
Presidente do Diretório Acadêmico Livre de Agronomia, em 1968 (DALA), pertencente
à antiga Escola de Agronomia da Bahia (EAB), hoje conhecida como UFRB. Além de
grande líder estudantil, Eudaldo foi militante da VPR, banido do Brasil em 15 de junho
de 1970, por ocasião do seqüestro do embaixador da Alemanha, Von Holleben, com
mais 39 presos políticos. Retornando ao Brasil clandestinamente, foi morto no dia 7 de
janeiro de 1973 juntamente com Pauline Reichstul, Evaldo L. F. de Souza, Jarbas P.
Marques, José M. da Silva e Soledad B. Viedma, em uma chácara no município de
Paulista, Pernambuco. O caso é conhecido como “Massacre da Chácara São Bento”.
Traídos pelo Cabo Anselmo, todos foram presos pela equipe do delegado Sérgio
Paranhos Fleury, que os torturou até a morte, na própria chácara. A intenção da pesquisa
é mapear os diversos interlocutores ainda vivos que militaram no movimento estudantil
junto com Eudaldo e que até hoje conservam suas lembranças. Para tal fim, inserimos a
sua história no contexto do ME do recôncavo baiano, especialmente as contestações na
conjuntura do pré-golpe de 64, no ano emblemático de 1968 e no processo de
reorganização estudantil em meados dos anos 70.
Palavra-chave: Estudantes, Luta Armada, Recôncavo Baiano
Texto
Nas cidades do interior do país as notícias sobre as atrocidades
cometidas pela ditadura militar sempre foram escassas, bem como os impactos da
∗
Pesquisadora em História do Brasil, notadamente do período da Ditadura Militar. Líder do Grupo de
Pesquisa Cultura, Memória e Política Contemporânea (UFRB/CNPq). Tese de Doutorado (USP),
Dissertação de Mestrado (PUC/SP). Professora Adjunta de História Contemporânea da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB e Professora colaboradora do Programa de Pós-graduação em
História Social da UFBA.
∗
Esta pesquisa recebeu a contribuição inestimável dos alunos do curso de graduação de História da
UFRB, Heber José Fernandes de Oliveira e Adriano Batista Paixão Lago no processo de coleta e
tratamento das fontes.
1
2. ideologia e das políticas dos governos militares não foram tão visíveis nem tão intensos.
Através do cruzamento de fontes diversas pretendemos traçar um panorama histórico
dos principais acontecimentos do período de maior repressão política do Brasil e seu
grau de repercussão na região do Recôncavo Baiano. Neste sentido, a historiografia
sobre a ditadura militar brasileira é bastante lacunar quando se trata das particularidades
locais, portanto justifica-se a necessidade emergencial de resgatarmos a história do
Movimento Estudantil da antiga EAB (Escola Agronômica da Bahia), situada na cidade
de Cruz das Almas.
Para uma visão mais abrangente deste processo, procuramos analisar
os documentos referentes à luta estudantil da antiga Escola na conjuntura do golpe de
64. Ademais, membros da Direção da Escola posicionaram-se a favor das medidas
tomadas pelo Comando Supremo da Revolução, especialmente a edição do AI-1 que
estabelecia punições aos membros do Governo Jango e demais suspeitos. Durante uma
reunião da Congregação, os professores e demais representações, aprovaram o envio de
um telegrama ao General Presidente Castelo Branco parabenizando-o pelo
estabelecimento de uma nova ordem regida pela democracia contra o comunismo. Os
termos destacados na Ata de 13 de Abril de 1964/ Congregação da E.A.B evidenciam
as atitudes da Direção da Escola de apoio incondicional ao regime militar. A seguir
descrição de um dos trechos:
“(...) com a presença dos professores (...), o senhor presidente José de
Vasconcelos Sampaio (...) declarou que no intervalo compreendido entre a
reunião passada e o presente houve uma revolução nacional, em que as
classes armadas visaram reintegrar o país na órbita democrática e na linha
da evolução cristã. Teceu entusiásticos elogios as classes armadas pelo seu
alto espírito democrático e pelo modo decisivo e patriótico com que
procuraram eliminar o comunismo ateu do organismo pátrio. Disse que a
diretoria da Escola se manteve serena e vigilante, em contexto com as
autoridades, com docentes e discentes e em consonância com as medidas
tomadas pelo Comando Revolucionário, para solver a guarda do regime
democrático brasileiro, tendo baixado portarias destituindo a direção do
Diretório Acadêmico Landulfo Alves e dissolvendo a Associação Beneficente
dos Trabalhadores da E.A.B. por suspeição de infiltração comunista no seu
seio, lendo cópias das citadas portarias. (...) Por proposta do professor
Gilberto da Mota, a congregação, por unanimidade, resolveu fosse passado
um telegrama de apoio e congratulações ao Presidente da República, eleito,
General Castelo Branco. Tratando-se dos reflexos, na Escola, da atual
situação nacional o professor Geraldo Pinto disse do compromisso
patriótico que se deve assumir com a pátria ameaçada pelo comunismo e a
necessidade de se passar da fase do aplauso à colaboração com as Forças
Armadas, no sentido de descomunização do país. Que a Escola não fugiu a
2
3. regra e estava na hora de se proceder a um expurgo, perguntando ao senhor
presidente quais as providências que estavam sendo tomadas, no particular,
pois se tornava necessária uma limpeza, para não sofrermos nova ameaça de
comunização, sendo conhecido todos os elementos que aqui catequizavam e
propalavam os ideais comunistas, sendo o momento da congregação e da
diretoria expurgar a Escola destes elementos.”
No confronto com a implantação das novas políticas educacionais por
parte da Direção da Escola, especialmente o Acordo MEC-USAID, vários professores e
estudantes manifestaram atitudes de resistências contrárias aos golpistas e na defesa do
ensino público com autonomia.. Indícios de alianças entre o movimento universitário da
EAB e o movimento secundarista do Colégio Alberto Torres, espécie de colégio modelo
da cidade, aparecem nos depoimentos orais já coletadas, demonstrando a inserção da
EAB no quadro mais amplo de atuação na comunidade cruzalmansense.
Nossa pesquisa constatou que a história do ME na EAB nos anos
sessenta e setenta pode ser dividida em três momentos significativos. O primeiro
marcado pela influência da Frente Nacionalista em Cruz das Almas. Seus principais
líderes de 1962 a 1964 foram José Alberto Bandeira Ramos, presidente do Diretório
Acadêmico em 1962, Ciro Mascarenhas e Amílcar Baiardi. Este último tentou organizar
uma resistência armada logo após a notícia do golpe, mas tal empreitada logo se revelou
impossível e foi frustrada. Este período foi marcado também por uma luta para manter
no interior da Escola a autonomia do Diretório frente às diversas tentativas de controle
por parte da Direção.
A segunda fase foi no pós-64 até 1969 com a geração participante e
dirigente do DALA, formado pelos estudantes Ygor Coelho, Abdon Jordão Filho,
Eudaldo Gomes, Armando Rosa, Joelito entre outros. Neste período, greves e diversas
mobilizações para manter a qualidade do ensino agronômico na Bahia se fizeram sentir.
Após a edição do AI-5 em 13 de dezembro de 1969, presenciamos um refluxo no ME
no Recôncavo, fenômeno também presente em várias partes do Brasil, principalmente
pela escalada da repressão, culminando com prisões, assassinatos e exílios.
A terceira fase se caracteriza por uma necessidade de reorganização
do ME no plano nacional, fazendo ressurgir na EAB as lutas estudantis por volta de
3
4. 1977, naturalmente dentro de um contexto de luta pela Anistia Política. A Campanha
pela Anistia alcançou na Bahia um papel de destaque com a realização do Congresso
Prol Anistia no Brasil. Nos poucos documentos restantes do DALA nesta fase,
encontramos menção ao grupo denominado de “Tupamaros” e levantam-se dúvidas
sobre a destruição da residência estudantil por parte dos militares, centro de resistência e
apelidada pelos estudantes de “Hospício”. Temos também neste período um forte
movimento grevista que paralisou a Escola por alguns meses e a presença de policiais
acampados no campus.
Após este contexto mais geral sobre o ME da antiga EAB - talvez nem
tão ativo e combativo quanto o da cidade de Salvador, mas hoje relegado ao
esquecimento – apresentamos o objetivo deste texto que é o de realizar um estudo de
caso, destacando a singularidade da trajetória do estudante Eudaldo Gomes da Silva,
nascido a 1 de outubro de 1947, no Estado da Bahia, filho de João Gomes da Silva e
Izaura Gomes da Silva. Foi participante ativo do movimento estudantil no Recôncavo
Baiano nos anos sessenta e posteriormente membro da luta armada impetrada contra a
ditadura militar no Brasil. Ao recuperar sua trajetória, mapeamos os diversos
interlocutores ainda vivos que militaram na antiga EAB e que até hoje, conservam suas
lembranças1. Inicialmente, inserimos sua trajetória no contexto de sua formação
política, ainda no Colégio 02 de julho na cidade de Salvador, depois no ME do
recôncavo baiano, especialmente as contestações na conjuntura do pós- 64, no ano
emblemático de 1968 até o seu ingresso na militância política armada no período de
1969 a 1973. Não podemos deixar de pontuar que o ano de 68 foi emblemático do ponto
de vista das contradições advindas do início da década de sessenta em vários países da
Europa, Ásia, América. No Brasil assume um contorno próprio liderado por uma
explosão de manifestações estudantis e pelas grandes greves de Osasco e Contagem
Eudaldo Gomes da Silva foi Presidente do Diretório Acadêmico Livre
de Agronomia em 1968 (DALA), pertencente à antiga Escola Agronômica da Bahia
(EAB), hoje conhecida como UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia).
1
Nos limites deste texto, não analisamos as entrevistas realizadas com os senhores Amilcar Baiardi, Ciro
Mascarenhas Rodrigues, Abdon Jordão Filho, Ygor Coelho, Hermes Peixoto e Armando Rosa. O
conteúdo dos seus depoimentos serão temas de outros artigos, bem como entrevistas ainda não
concluídas.
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5. Além de líder estudantil, Eudaldo foi militante da VPR, banido do Brasil em 15 de
junho de 1970, por ocasião do seqüestro do embaixador da Alemanha, Von Holleben,
com mais 39 presos políticos. Retornando ao Brasil clandestinamente, foi morto no dia
7 de janeiro de 1973 juntamente com Pauline Reichstul, Evaldo L. F. de Souza, Jarbas
P. Marques, José M. da Silva e Soledad B. Viedma, em uma chácara no município de
Paulista, Pernambuco. O caso é conhecido como “Massacre da Chácara São Bento”.
Traídos pelo Cabo Anselmo, todos foram presos pela equipe do delegado Sérgio
Paranhos Fleury, que os torturou até a morte, na própria chácara.
Eudaldo fez parte da história das esquerdas no Brasil, formada em sua
maioria por jovens oriundos do movimento estudantil que ingressarem na luta armada.
Ele viveu a experiência da clandestinidade, da prisão, da tortura e do exílio, sempre
generoso e sensível aos problemas sociais abraçou de imediato determinados projetos de
revolução que visavam derrubar a ditadura. Como já foi dito, nasceu em Salvador e foi
um, entre os vários filhos de uma família marcada pela pobreza. Para sua sorte, o seu
tio, que era vigia do Colégio Dois de Julho, escola bastante conceituada na época,
conseguiu para ele uma vaga que garantiu sua boa formação nos estudos. Para muitos
dos seus companheiros ela já veio de Salvador para cursar engenharia agronômica na
EAB com uma sensibilidade particular para questões sociais e políticas. Muito
simpático e simples, tocava violão e jogava futebol. Era bastante popular na cidade,
freqüentava festas e tinha boas relações com os moradores.
Tais registros que caracterizam seu jeito leve, amigo e solidário estão
presentes no LIVRO de Atas do DALA (1962 a 1968) e nos ofícios, telegramas,
correspondências, poemas, textos, programa de teatro que abrangem o período de 1963
a 1978. Alguns desses documentos foram assinados por Eudaldo Gomes e endereçados
a Direção da Escola. O conteúdo remete ao cotidiano dos estudantes e dificuldades com
bolsas de estudos, problemas relacionados a reprovação de alunos, falta de livros na
biblioteca, pois grande parte da verba do Diretório era consumida com apostilas. Para
exemplificar este apoio as demandas internas dos estudantes, citamos o ofício, datado de
27/05/1968, em que Eudaldo solicita que um aluno Raymundo Santos Barros fosse
incluído entre os estagiários universitários da Secretaria da Escola. ~
5
6. Preocupações com a dinâmica externa também preocupavam o
estudante que revela uma grande sensibilidade com a situação dos alunos da Escola de
Agronomia do Médio São Francisco. Em comunicação oficial a Direção da Escola
indica a necessidade de uma visita dos alunos da EAB a esta Escola. De fato, bem antes
do golpe de 64, a EAB começou a liderar um Movimento Pró-melhoramento do Ensino
Agronômico da Bahia e do Brasil. Contudo, no final da década de sessenta notamos um
recuo nesta posição quando ocorre o abandono da Escola do Médio São Francisco.
Vejamos a matéria publicada no Jornal da Bahia de 15/08/66 “Estudantes de
Agronomia Lutam: Melhorar Escolas Existentes, Não Vir Nova” . A matéria se refere a
discussão sobre a necessidade que os estudantes tinham que o governo estadual
concentrasse esforços em uma única escola, no caso a EAB. Começa uma luta pela
federalização da escola, concretizada durante o governo Castelo Branco, 1967 e, deste
modo, a proposta de incorporação da Escola Agronômica do Médio S. Francisco que
vivia numa grande precariedade foi deixada de lado.
Além dos ofícios, existe uma a prestação de contas da FESTA DE
CALAOUROS em 1968, assinado por Eudaldo e um telegrama enviado ao Sr. Ministro
da Agricultura em protesto ao corte de verba destinada a Escola no valor de$20.000,00
cruzeiros proveniente do Acordo Lei 2044 de 23/10/1953. O Diretório solicita também a
liberação de verbas existentes no Fundo Federal Agropecuário para melhorar o ensino
agronômico superior brasileiro.
Estes fragmentos demonstram que o movimento estudantil não se
preocupava apenas com questões de natureza política, mas tinha uma inserção muito
grande no cotidiano escolar, estabelecia ações para garantir a sobrevivência de
estudantes sem recursos financeiros e administrava as relações cordiais ou conflituosas
entre professores e alunos e a comunidade em geral. A luta pela melhoria da qualidade
do ensino passava necessariamente por uma crítica a proposta de Reforma Universitária
do governo federal. Neste particular, Eudaldo junto com seus colegas Abdon Jordão,
Ygor Coelho, Armando Rosa entre outros, exercia uma liderança genuína com maestria
e sensibilidade. No gesto simbólico de ruptura com “objetivos menores” frente à tarefa
de “fazer a Revolução”, Eudaldo desistiu de receber o diploma universitário faltando
apenas quinze dias para se formar e partiu para a luta armada. Podemos afirmar que
6
7. vários jovens desta geração viveram o ápice do romantismo revolucionário, isto é, a
utopia de que outro mundo era possível através do emprego das estratégias de guerrilha
urbana e rural.
Eudaldo também foi membro do Diretório Central dos Estudantes e
redigia junto com outros colegas o BOLETIM do DCEAB (Diretório Central dos
Estudantes de Agronomia do Brasil) Em uma de suas edições (1967), os estudantes
denunciam o acordo MEC/USAID e proclama que os alunos deviam está preparados
para a discussão da Reforma Universitários proposta pelo governo2. Em outro
comunicado encontramos indícios da posse da nova direção do DALA, tendo como
presidente Eudaldo (27/05/1968), além do e 2º. Secretário – Joselito Matos Vieira,
Secretário de Intercâmbio e Cultura; Abdon Jordão Filho, Secretario de Imprensa e
Propaganda; Moacir Omena de Oliveira e Irene Ramos assumindo a Secretaria
Feminina.
No LIVRO de ATAS da Congregação da EAB/E.A.UFBA 1964-
1972, precisamente a Ata da 5ª sessão: 7 de Agosto de 1968, consta referências a
atuação de Eudaldo como Presidente do DALA. Segue descrição:
“(...) sob a presidência do professor Zinaldo Figueirôa de Sena, diretor da
Escola, (...) professores e os representantes do corpo discente Eudaldo
Gomes da Silva e Eduardo José Nascimento. (...) O estudante Eudaldo
procurou saber da presidência, se em virtude da greve que motivou o não
funcionamento das aulas, se o curso seria prorrogado para atender a
exigência curricular dos 180 dias. O senhor presidente respondeu que iria se
entender com o Magnífico Reitor, que as providências sobre a matéria
tomará de um modo geral a Universidade. O professor Geraldo Pinto disse
que as provas de junho, na sua cadeira, não foram totalmente realizadas, em
conseqüência da greve estudantil, sendo interessante que o calendário para
as provas restantes, seja organizado de modo a não haver acúmulo.”
Encontramos ainda, uma literatura que apresenta Eudaldo como
símbolo do movimento de resistência a ditadura militar no Brasil. No livro de Gilney
2
MEC/Diretoria do Ensino Superior – DECRETO – LEI assinado Pelo Presidente Castelo Branco, 28 de
fevereiro de 1967 reformula a representação estudantil.
7
8. Viana Massacre da Chácara São Bento. (Mortos e desaparecidos II). Brasília,
29/02/1996, o autor faz uma breve homenagem às vítimas do episódio conhecido como
"Massacre da Chácara São Bento". Traz uma pequena biografia de Soledad, Evaldo
Luiz Ferreira, Eudaldo Gomes da Silva, Pauline Reichstul, José Manuel da Silva e
Jarbas Pereira Marques, vítimas do referido episódio. Outro livro mais denso e
importante, organizado por Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio, intitulado Dos Filhos
deste solo. Mortos e Desaparecidos políticos durante a ditadura militar: a
responsabilidade do Estado, publicado pela Fundação Perseu Abramo em 2008. Neste
livro, encontramos a reconstituição das diversas versões elaboradas pela polícia política
liderada pelo Delegado Sérgio Paranhos Fleury para encobrir a “verdade”. Novas
versões surgiram por parte dos militantes e parentes que viveram a época, elucidando o
caráter bárbaro da aplicação das torturas que os levaram a morte.
Para completar citamos o livro POEMAS DO CÁRCERE de Ciro
Mascarenhas Rodrigues,.onde consta um Poema em homenagem a Eudaldo. São
reunidos neste livrete 15 poemas e um soneto escrito, em sua maioria, em 1964 quando
o autor com apenas 20 anos, foi preso político na Fortaleza de Monte Serrat, em
Salvador, Bahia. O primeiro poema, "Desperta povo", publicado pouco antes do golpe,
teria sido um dos motivos da reclusão. A cópia que fora publicada em jornal local de
Cruz das Almas, Bahia, estava no dossiê em poder dos seus inquisidores. Segundo Ciro,
o cárcere improvisado era um grande barracão da oficina de material bélico do Exército,
naquele Quartel. Fora adaptado às pressas para receber prisioneiros e as instalações
eram muito precárias:
“Não existiam camas, apenas colchões espalhados pelo chão, um banheiro
coletivo de dimensões limitadas para servir a uma população flutuante de
uns 50 homens. Mas em meio a tanta privação, um privilégio inconteste: o
portão de acesso ao barracão era um gradeado de aproximadamente três
metros de largura por dois de altura. A vista para o mar era impressionante,
pois estávamos no alto de um monte”.
Em meio a tudo isso, um soneto, por sinal o primeiro composto pelo
autor em homenagem ao seu grande amigo.
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9. UM SONHO
Para Eudaldo, um amigo guerrilheiro
Nossa escola... minha memória
um porão... meu inconsciente
Agronomia... Biblioteca,
de repente entre livros e panfletos
a tua boina e tua mochila.
E dentro de empoeirados escaninhos
novos despojos do herói guerrilheiro
calça Lee, camisa cáqui
e uma bota de campanha
envolta no verde de uma jaqueta
do Ipanema Futebol Clube.
E atrás daquela estante
cheia de livros em alemão
a arma que não te deram
a chance de disparar
em tua defesa.
Reúno, surpreso, teus despojos
penso usá-los
e sair por ai
perpetuando a tua lembrança.
Mas como caber meu corpo franzino
na roupa que vestiu teu corpo forte?
E os meus pés frágeis
em tuas botas de andarilho?
Restam a boina, a arma e a mochila.
Na mochila guardarei os sonhos
alimento do meu dia a dia;
a boina até que me pega bem
porei a estrela Che.
Enquanto da arma, penso o que fazer,
ela escorrega-me das mãos
e dispara rajadas de rosas
alternadas com pão e vinho
que inundam a Biblioteca,
saindo por portas e janelas
ganhando ruas
de todas as cidades
transfigurando a nação.
Nas palavras de Cyro Mascarenhas Rodrigues, “Liberdade é um
lamento solene que reverencia a deusa guardiã desse direito inalienável do cidadão.
Uma condição que só parece devidamente valorizada quando nos é cerceada ou nos
sentimos ameaçados por sua falta”.
9
10. Para finalizar este texto buscamos sistematizar algumas informações
presentes em jornais, sites e documentação coletada no DEOSP/SP referente ao
militante político Eudado. Não podemos esquecer que a Vanguarda Popular
Revolucionária (VPR), foi uma das organizações que mais se destacou na luta armada
contra a ditadura militar, abrigou em seu seio duas personalidades que jamais serão
esquecidas na História do Brasil. Uma, por sua bravura, por ter deixado uma promissora
carreira militar para se entregar à luta pela democracia e pelo socialismo, o capitão
Carlos Lamarca (A Verdade, nº 28). Outra, por ter traído essa luta da forma mais vil que
se pode conceber, entregando dezenas, talvez centenas de companheiros à sanha de
repressão, entre estes, difícil de acreditar em tamanha sordidez, a própria mulher
grávida; trata-se de José Anselmo dos Santos, o tristemente famoso cabo Anselmo.
Através das manchetes dos jornais publicadas no dia 11 de janeiro de
1973, podemos perceber a construção de versões sobre o episódio do Massacre da
Chácara São Bento. Vejamos algumas delas: “Segurança Acaba com Terror no Grande
Recife” (Diário de Pernambuco); “6 Terroristas Mortos em Paulista” (Jornal do
Commercio); “Desarticulado um reduto terrorista em Pernambuco” (Folha de São
Paulo). Os jornais publicavam a nota oficial dos órgãos de segurança, segundo a qual a
polícia teria descoberto que um grupo da VPR estaria realizando um congresso na
chácara de São Bento, localizada no Município do Paulista (hoje, Abreu e Lima, na
Região Metropolitana do Recife). Chegando ao local, os policiais deram voz de prisão
aos militantes, que reagiram, travando-se uma troca de tiros. No final, cinco
participantes da reunião haviam morrido e um sexto escapara, mas foi localizado no dia
seguinte em Olinda, resistiu à prisão e também foi morto.
Os nomes dos mortos: Soledad Barret Viedma3, Pauline Reichstul4,
Eudaldo Gomes da Silva, Evaldo Luiz Ferreira de Souza5, Jarbas Pereira Marques6 e
3
Nascida no Paraguai no dia 6 de janeiro de 1945, era uma jovem cativante e bela. Dela, disse o poeta
uruguaio Mário Benedetti “Pudiste ser modelo, actriz, miss Paraguay, Almanaque, quién sabe, quántas
cosas”. Filha de um intelectual de esquerda, aos 17 anos já fora vítima da extrema direita. Um grupo de
neonazistas a seqüestrou e marcou-a com uma cruz gamada (símbolo do nazismo). Para fugir à
perseguição foi para Cuba, onde conheceu José Maria Ferreira de Araújo, o Araribóia, e casou com ele.
Araribóia, militante da VPR, voltou clandestinamente para o Brasil em 1970 e é um dos desaparecidos
10
11. José Manoel da Silva7. O Jornal do Comércio editado no Recife em 11 de Janeiro de
1973, apresenta uma breve biografia de Pauline, diz que ela participou de um curso de
Guerrilha em Cuba, integrante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e da
Amnesty Internacional, banida do Brasil, juntamente com Eudaldo Gomes da Silva.. A
reportagem publica a sua ficha pessoal que se encontra na Delegacia de Segurança
Social da Secretaria da Segurança Pública de Pernambuco. O documento está pouco
legível. Outro artigo do mesmo jornal, datado de 11/01/1973, sob o título “Desbaratado
Congresso do Terror Paulista”, refere-se as circunstâncias em que se deram a morte de
Eudaldo Gomes da Silva e dos outros participantes, considerando todos terroristas da
Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Nos acervos do DEOPS/SP, consta um Relatório do Serviço de
Informações de 02/05/73 que apresenta um artigo publicado no n. 5 do jornal
Campanha, publicado em Santiago do Chile pela Vanguarda Popular Revolucionária
(VPR), em protesto pela morte de Eudaldo Gomes da Silva, Evaldo Luiz Ferreira de
políticos. Soledad continuou ligada à organização e em 1972 recebeu a missão de transferir-se para o
Recife, junto com o cabo Anselmo, com a finalidade de reorganizar a base guerrilheira desse Estado.
4
Nasceu em Praga (Checoslováquia), em 18 de julho de 1947. Seus pais, judeus poloneses, eram
sobreviventes da Segunda Guerra Mundial. Migraram para Paris, onde viveram até 1955, e daí vieram
para o Brasil. Na juventude, Pauline voltou para a Europa, tendo concluído o curso de Psicologia na
Universidade de Genebra (Suíça) em 1970. Mantinha contato com estudantes brasileiros e denunciava as
violações dos direitos humanos no Brasil. Foi esposa de Ladislau Dowbor, dirigente da VPR, banido do
país em junho de 1970, na troca de presos políticos pelo embaixador alemão seqüestrado pela guerrilha.
5
Nasceu em Pelotas (RS) em 5 de junho de 1942. Foi companheiro do cabo Anselmo na Associação dos
Marinheiros e Fuzileiros Navais, tendo participado ativamente das mobilizações de 1964. Após o golpe,
foi expulso da Marinha e ficou preso por 9 meses. Em 1966, retomou sua militância política no
Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR). Condenado a cinco anos de prisão optou por fugir do
país. Passou oito anos no exterior, cinco deles em Cuba, onde reencontrou cabo Anselmo, treinou
guerrilha e se integrou à VPR. Regressou clandestinamente ao Brasil para retomar a luta.
6
Nascido no Recife, no dia 27 de agosto de 1948, foi preso pela primeira vez em 1968, quando distribuía
panfletos convocando os estudantes para o congresso da UBES. Foi torturado, contraiu tuberculose na
prisão. Libertado, casou com Tércia Maria Rodrigues em dezembro de 1970 e viajou com ela para São
Paulo. Retornou ao Recife no final de 1971, com a tarefa de reorganizar a VPR no Nordeste, juntamente
com o cabo Anselmo.
7
Nasceu no dia 2 de dezembro de 1940 em Toritama (PE). Era cabo da Marinha, tendo sido expulso após
o golpe de 1964, por ter participado das mobilizações dos marinheiros. Era militante da VPR e vivia
legalmente. Foi preso em Toritama no dia 7 de janeiro de 1973 e apontado pela repressão como tendo
informado a realização do congresso da VPR na chácara São Bento, o que teria possibilitado o cerco. Essa
informação foi apenas para desviar as atenções do cabo Anselmo, de cuja atuação como agente policial a
organização já vinha suspeitando.
11
12. Souza, Soledad Barret Viedma, Pauline Reichstul, José Manuel da Silva e Jarbas Pereira
Marques. O artigo também acusa José Anselmo, o Cabo Anselmo, de traição. Outro
Relatório da Divisão de Informações do DEOPS/SP, de 17/07/78, informa que Eudaldo
foi banido do Território Nacional, foi preso em 1970, era membro da Vanguarda
Popular Revolucionária da Guanabara (VPR) e da Vanguarda Armada Revolucionária
Palmares (VAR-Palmares), ganhou a liberdade em troca do embaixador da Alemanha.
Existe também uma Relação com os nomes das pessoas banidas do Território Nacional
em troca do embaixador da Alemanha Ocidental, que foi seqüestrado em 11/06/70.
Entre eles, Eudaldo Gomes da Silva.
Ainda, em termos de documentos produzidos pela repressão policial
encontramos um Relatório da Delegacia de Segurança Social de Recife, PE, à Auditoria
da 7ª. CJM, de 24/04/73 que informa sobre as circunstâncias em que se deram a morte
de Eudaldo Gomes da Silva, Evaldo Luiz Ferreira de Souza, Soledad Barret Viedna,
Pauline Reichstul, José Manuel da Silva e Jarbas Pereira Marques, membros da
Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), a localização de outros “aparelhos” desta
organização, traz algumas informações prestadas por Jorge Barret Viedma, irmão de
Soledad, e alerta sobre "o quão é perigosa a organização citada". Além deste, mais um
Relatório produzido pelo Comitê de Solidariedade aos Presos Políticos do Brasil em
02/73, denuncia mortes de presos políticos aos Bispos do Brasil. Documento apreendido
pelo DOPS em poder de Ronaldo Mouth Queiroz.
No sentido de desconstruir a versão oficial produzida no interior dos
órgãos repressivos sobre a militância de Eudaldo e seus compannheiros, numa próxima
etapa da pesquisa, iremos analisar os depoimentos orais como forma de contraponto e
destacando a sua trajetória política no quadro de uma memória social mais ampla de
luta de resistência a ditadura militar ou, como querem alguns, projetos de revolução que
buscavam alternativas ao regime implantado em 1964.
Ultrapassando uma mera busca de sentindo para o passado, a pesquisa
contribui para uma reflexão sobre o presente, denunciando mais uma vez os crimes
cometidos pela Comunidade de Segurança e Informação e indagando-se sobre os
acervos da repressão que, no caso específico do estado da Bahia, pouco ou nada se
12
13. conhece do seu destino. No confronto, a memória estudantil do Recôncavo da Bahia
evidencia o grau de resistência daqueles que ousaram lutar e desafiar o poder instituído.
Referências Bibliográficas:
ALVES, Maria Helena Moreira. Estado e Oposição no Brasil: 1964-1984. Trad. de
Clóvis Marques. Petrópolis, Vozes, 1984.
BENEVIDES, Silvio C. S. Proibido proibir – Uma geração na contramão do poder.
Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais. Salvador, UFBA, 1999.
BRITO, Antonio Mauricio F. Capítulos de uma história do Movimento Estudantil na
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