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Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
                                  Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
                                         Pastor Presidente: Aílton José Alves
                         Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000             Fone: 3084 1524

                    LIÇÃO 03 – A LONGA SECA SOBRE ISRAEL - 1º TRIMESTRE 2013
INTRODUÇÃO
         A seca é um fenômeno climático e como tal é imprevisível a sua ocorrência. Todavia, no contexto do reinado de Acabe, ela
ocorreu não somente como algo previsível, mas também anunciado. Não era um fenômeno simplesmente meteorológico, mas
profético. Veremos como se deu esse fato e como ele revela a soberania de Deus não somente sobre a história, mas também sobre os
fenômenos naturais e como eles podem atender aos seus propósitos. A vida do profeta Elias girou em torno do conflito entre a
adoração do Senhor de Israel e a de Baal. Sua missão era levar os israelitas a reconhecerem sua apostasia e reconduzi-los à fidelidade
ao Deus verdadeiro. A historicidade dessa longa seca é atestada no NT (Tg 5.17).

I – CONTEXTO POLÍTICO E RELIGIOSO DO TEMPO DE ELIAS
        É em meio a uma crise social, moral e espiritual que Deus levanta o profeta Elias para combater o pecado, proclamar o juízo
e chamar o povo ao arrependimento. Elias foi sem dúvida alguma, um dos maiores profetas que o Senhor Deus levantou em sua
época. Sua vida constitui-se de um notável exemplo para nós, de como Deus opera na vida daqueles que se colocam em suas mãos.
Vejamos qual era a situação de Israel nesta época:

1.1 Era um período de sucessão de reis ímpios. Nos dias de Elias, Israel estava sendo governado por reis maus e idólatras. A Bíblia
diz que Onri “… fez o que era mau aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele” (I Rs 16.25,26). Quando
Onri morreu, em seu lugar reinou seu filho Acabe (I Rs 16.28), que teve a capacidade de fazer pior do que todos os reis que lhe
antecederam. A Bíblia diz acerca de Acabe: “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do SENHOR, mais do que todos
os que foram antes dele…” (I Rs 16.30,31).

1.2 Era um período de idolatria. O rei Acabe destaca-se nas Escrituras como um rei idólatra, pois ele andou nos caminhos de
Jeroboão (I Rs 16.31); serviu a Baal e o adorou (I Rs 16.31); conduzindo toda a nação à idolatria. Como se não bastasse, Acabe casou-
se com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; casamento este, jamais aprovado por Deus. Tudo isto fez Israel mergulhar no mais
profundo paganismo, sem nenhuma pretensão de preservar o culto a Jeová, tornando-se uma nação idólatra, como as demais nações.

1.3 Era um período de crise. Quando Acabe, influenciado por sua esposa Jezabel, substituiu o culto à Jeová pela adoração à Baal (I
Rs 16.31-33), Elias apareceu repentinamente perante o rei para anunciar a ausência de chuva e orvalho sobre a terra (I Rs 17.1). Como
a chuva é um dos principais elementos de sustentação da natureza, a falta dela provocou seca, fome e miséria. As Escrituras dizem
que “… a fome era extrema em Samaria” (I Rs 18.2). Isto fez com que Acabe se irasse ainda mais com Elias, pois achava que ele era
o culpado daquela calamidade.

1.4 Era um período de inversão de valores. Em meio a crise e à miséria, o rei Acabe parece estar mais preocupado com os cavalos e
as mulas do que com os súditos do seu reino; pois ele chama Obadias, e ambos saem à procura de água para “preservar a vida dos
animais” (I Rs 18.5,6).

1.5 Era um período de idolatria e perseguição aos profetas. Jezabel, esposa do rei Acabe, ocupa o lugar de esposa mais ímpia da
Bíblia. Além de controlar o seu esposo (I Rs 21.25), ela levou a nação de Israel a adorar seus deuses (I Rs 18.19,20). Como se não
bastasse, intentou matar a todos os profetas do Senhor (I Rs 18.4). Foi nessa ocasião que Obadias, um homem temente a Deus e servo
do rei Acabe (possivelmente um mordomo ou camareiro do palácio), conseguiu esconder cem profetas do Senhor e os sustentou com
pão e água, pondo em risco a sua própria vida, pois, caso fosse descoberto, tanto ele como os cem profetas, seriam mortos à mando de
Jezabel.


II - O QUE MOTIVOU DEUS ENVIAR A SECA EM ISRAEL
         O Senhor nosso Deus tem diversas maneiras de disciplinar os seus filhos. No AT, uma delas era provocando longos períodos
de seca sobre seu povo. As advertências sobre este método disciplinar podem ser lidas em alguns textos bíblicos (Dt 28.15,23-24; 2 Cr
7.13-14). Elias afirmava que tudo o que estava acontecendo em Israel era resultado do pecado do povo. A longa seca sobre o Reino
do Norte agiu como um instrumento de juízo e disciplina. O culto a Baal financiado pelo Reino do Norte (Israel-Samaria) afastou o
povo da adoração ao Senhor de Abraão, Isaque e Jacó. O profeta Elias estava consciente disso e quando confrontou os profetas de
Baal, logo percebeu que o povo não mantinha mais fidelidade ao Deus de Israel (1 Rs 18.21). Vejamos o que motivou a grande seca:
     • Disciplina e correção para o povo desobediente. A idolatria havia dividido o coração do povo. Para corrigir um coração
         dividido somente um remédio amargo surtiria efeito (Lv 26.18-26; 1 Rs 18.37). Do mesmo modo como um pai castiga seu
         filho a quem ama, Deus castiga a Israel (Pv 3. 11-12; Hb 12.5-11);
     • Mostrar que só o Senhor Deus de Israel é verdadeiro. O culto ao Senhor foi substituído pela adoração a Baal e Aserá,
         principais divindades dos sidônios (1 Rs 16.30-33). A consequência desse ato foi uma total decadência moral e espiritual.
         Baal era o deus do trovão, do raio e da fertilidade, e supostamente possuía poder sobre os fenômenos naturais. A longa seca
         sobre o Reino do Norte criou as condições necessárias para que Elias desafiasse os profetas de Baal e provasse que o mesmo
         não passava de um deus falso (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 18.1,2; 21.39);
     • Mostrar a impotência de Baal em sua “própria pátria”. Essa foi uma maneira de dizer que os deuses das nações pagãs são
uma ilusão, que eles não têm poder e que, na verdade, nada podem fazer (Sl 115.1-8), pois o Deus de Israel, também reinava
         na pátria do pai de Jezabel.


III - OS EFEITOS E AS REAÇÕES FRENTE A SECA
         A Escritura afirma que “a fome era extrema em Samaria” (1 Rs 18.2). A seca já havia provado que Baal era um deus
impotente frente aos fenômenos naturais e a fome demonstrou à nação que somente o Senhor é a fonte de toda provisão. Sem Ele não
haveria chuva e consequentemente não haveria alimentos (Dt 28.23-24). Podemos ver que até mesmo os cavalos da montaria real
estavam sendo dizimados (1 Reis 18.5) e o desespero era geral. Vejamos:
     • Os efeitos - Seca, fome e miséria. Elias entra no cenário profético quando o reinado de Acabe e sua esposa Jezabel,
         experimentava relativa prosperidade (1 Rs 17.1; 1Reis 18.1-8). Não haveria chuva e consequentemente não haveria
         alimentos;
     • As reações - Endurecimento do coração. É interessante observarmos que o julgamento de Deus produziu efeitos diferentes
         sobre à casa real e o povo. Percebemos que à semelhança de Faraó (Êx 9.7), o rei Acabe e sua esposa, Jezabel, não
         responderam favoravelmente ao juízo divino (1 Rs 18.17-21).

         Os israelitas achavam que podiam adorar o Deus verdadeiro e ao mesmo tempo adorar a Baal. Eles tinham o coração
dividido e por esta razão queriam servir a dois senhores. Jesus, no seu ministério terreno advertiu contra essa atitude fatal: “Ninguém
pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6.24).


IV – ATRIBUTOS DE DEUS NA PREDIÇÃO DA GRANDE SECA SOBRE ISRAEL
         O Deus de Israel, é quem envia a chuva sobre justos e injustos (Mt 5.45); ele também poderia facilmente retê-la. Se
prestarmos atenção aos detalhes dessa passagem (1 Rs 17), descobriremos que três dos principais atributos de Deus são revelados na
narrativa da predição da grande seca sobre Israel. Analisemos:

    •    O Deus Onipotente. A crença cananeia dizia que Baal era o deus que controlava a natureza, inclusive as estações e as
         plantações. Baal e Aserá eram deidades da natureza, suspeitos de controlar as chuvas e a fertilidade da terra. Ao anunciar
         uma estiagem no nome do Senhor, Elias demonstrou conclusivamente que Yahweh, e não Baal, é Supremo. O Senhor
         demonstrou total controle sobre os fenômenos naturais (1 Rs 17.1; Mc 14.36);
    •    O Deus Onisciente. A profecia de Elias demonstra essa visão sobre Deus, pois o profeta previu que por um espaço de três
         anos e meio não choveria sobre Israel (1 Rs 17.1; Tg 5.17). Como o profeta saberia que a chuva voltaria somente após três
         anos e meio? Deus o havia revelado porque somente Ele conhece o futuro. Vimos Deus Onisciente, quando demonstrou a sua
         capacidade para conhecer o futuro;
    •    O Deus Onipresente. Deus pode estar ao mesmo tempo em todos os lugares. Para a teologia cristã isso é confortador, pois
         jamais estaremos a sós. Deus mostrou a sua Onipresença durante esses fatos. “Tão certo como vive o Senhor, Deus de
         Israel, perante cuja face estou” (1 Rs 17.1).


V – DEUS E A SUA PROVISÃO NA SECA
         Enquanto a nação começava sentir os efeitos da seca, Elias recebia as bênçãos de água e alimentos que Deus havia prometido
para a nação obediente (Lv 26.3-5). Aprendemos que Deus é um Deus provedor. Durante o longo período de estiagem de três anos e
meio Reino do Norte (Tg 5.17), observamos o cuidado pessoal do Senhor com o profeta. Há sempre uma provisão de Deus para
aquele que o serve obedientemente em tempos de crise. Embora houvesse uma escassez generalizada em Israel, Deus cuidou de Elias
de uma forma especial que nada lhe faltou. Reflitamos no cuidado do Senhor para com seu servo:
    • Primeiramente Deus o afasta do local onde o julgamento seria executado: “Retira-te daqui” (1 Rs 17.3);
    • Em segundo lugar, o Senhor o orienta a se esconder: “Esconde-te junto a torrente de Querite” (1 Rs 17.3);
    • Em terceiro lugar, Elias deveria ser suprido com aquilo que o Senhor providenciasse: “Os corvos lhe traziam pão e carne”
         (1 Rs 17.6).
    • Em quarto lugar, Deus não abandonou seu servo, antes, forneceu o necessário, da mesma forma como fez com israel no
         deserto na época de Moisés (Êx 17; Nm 11.20).


CONCLUSÃO
          Observamos que a longa seca sobre o Reino do Norte agiu como um instrumento de juízo e disciplina. Embora o coração do
rei não tenha dado uma resposta favorável ao chamamento divino, os propósitos do Senhor foram alcançados. A fome revelou como é
vão adorar os deuses falsos e ao mesmo tempo demonstrou que o Senhor é Soberano! Ele age como quer e quando quer. Fica, pois a
lição que até mesmo em uma escassez violenta a graça de Deus se revela de forma maravilhosa.


REFERÊNCIAS
    •    DILLARD, Raymond B. Fé em face da apostasia: o evangelho segundo Elias e Eliseu. CULTURA CRISTÃ.
    •    GONÇALVES, José. Porção dobrada: uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu.
         CPAD.
    •    STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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A longa seca sobre Israel e os atributos de Deus

  • 1. Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais Pastor Presidente: Aílton José Alves Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524 LIÇÃO 03 – A LONGA SECA SOBRE ISRAEL - 1º TRIMESTRE 2013 INTRODUÇÃO A seca é um fenômeno climático e como tal é imprevisível a sua ocorrência. Todavia, no contexto do reinado de Acabe, ela ocorreu não somente como algo previsível, mas também anunciado. Não era um fenômeno simplesmente meteorológico, mas profético. Veremos como se deu esse fato e como ele revela a soberania de Deus não somente sobre a história, mas também sobre os fenômenos naturais e como eles podem atender aos seus propósitos. A vida do profeta Elias girou em torno do conflito entre a adoração do Senhor de Israel e a de Baal. Sua missão era levar os israelitas a reconhecerem sua apostasia e reconduzi-los à fidelidade ao Deus verdadeiro. A historicidade dessa longa seca é atestada no NT (Tg 5.17). I – CONTEXTO POLÍTICO E RELIGIOSO DO TEMPO DE ELIAS É em meio a uma crise social, moral e espiritual que Deus levanta o profeta Elias para combater o pecado, proclamar o juízo e chamar o povo ao arrependimento. Elias foi sem dúvida alguma, um dos maiores profetas que o Senhor Deus levantou em sua época. Sua vida constitui-se de um notável exemplo para nós, de como Deus opera na vida daqueles que se colocam em suas mãos. Vejamos qual era a situação de Israel nesta época: 1.1 Era um período de sucessão de reis ímpios. Nos dias de Elias, Israel estava sendo governado por reis maus e idólatras. A Bíblia diz que Onri “… fez o que era mau aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele” (I Rs 16.25,26). Quando Onri morreu, em seu lugar reinou seu filho Acabe (I Rs 16.28), que teve a capacidade de fazer pior do que todos os reis que lhe antecederam. A Bíblia diz acerca de Acabe: “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele…” (I Rs 16.30,31). 1.2 Era um período de idolatria. O rei Acabe destaca-se nas Escrituras como um rei idólatra, pois ele andou nos caminhos de Jeroboão (I Rs 16.31); serviu a Baal e o adorou (I Rs 16.31); conduzindo toda a nação à idolatria. Como se não bastasse, Acabe casou- se com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; casamento este, jamais aprovado por Deus. Tudo isto fez Israel mergulhar no mais profundo paganismo, sem nenhuma pretensão de preservar o culto a Jeová, tornando-se uma nação idólatra, como as demais nações. 1.3 Era um período de crise. Quando Acabe, influenciado por sua esposa Jezabel, substituiu o culto à Jeová pela adoração à Baal (I Rs 16.31-33), Elias apareceu repentinamente perante o rei para anunciar a ausência de chuva e orvalho sobre a terra (I Rs 17.1). Como a chuva é um dos principais elementos de sustentação da natureza, a falta dela provocou seca, fome e miséria. As Escrituras dizem que “… a fome era extrema em Samaria” (I Rs 18.2). Isto fez com que Acabe se irasse ainda mais com Elias, pois achava que ele era o culpado daquela calamidade. 1.4 Era um período de inversão de valores. Em meio a crise e à miséria, o rei Acabe parece estar mais preocupado com os cavalos e as mulas do que com os súditos do seu reino; pois ele chama Obadias, e ambos saem à procura de água para “preservar a vida dos animais” (I Rs 18.5,6). 1.5 Era um período de idolatria e perseguição aos profetas. Jezabel, esposa do rei Acabe, ocupa o lugar de esposa mais ímpia da Bíblia. Além de controlar o seu esposo (I Rs 21.25), ela levou a nação de Israel a adorar seus deuses (I Rs 18.19,20). Como se não bastasse, intentou matar a todos os profetas do Senhor (I Rs 18.4). Foi nessa ocasião que Obadias, um homem temente a Deus e servo do rei Acabe (possivelmente um mordomo ou camareiro do palácio), conseguiu esconder cem profetas do Senhor e os sustentou com pão e água, pondo em risco a sua própria vida, pois, caso fosse descoberto, tanto ele como os cem profetas, seriam mortos à mando de Jezabel. II - O QUE MOTIVOU DEUS ENVIAR A SECA EM ISRAEL O Senhor nosso Deus tem diversas maneiras de disciplinar os seus filhos. No AT, uma delas era provocando longos períodos de seca sobre seu povo. As advertências sobre este método disciplinar podem ser lidas em alguns textos bíblicos (Dt 28.15,23-24; 2 Cr 7.13-14). Elias afirmava que tudo o que estava acontecendo em Israel era resultado do pecado do povo. A longa seca sobre o Reino do Norte agiu como um instrumento de juízo e disciplina. O culto a Baal financiado pelo Reino do Norte (Israel-Samaria) afastou o povo da adoração ao Senhor de Abraão, Isaque e Jacó. O profeta Elias estava consciente disso e quando confrontou os profetas de Baal, logo percebeu que o povo não mantinha mais fidelidade ao Deus de Israel (1 Rs 18.21). Vejamos o que motivou a grande seca: • Disciplina e correção para o povo desobediente. A idolatria havia dividido o coração do povo. Para corrigir um coração dividido somente um remédio amargo surtiria efeito (Lv 26.18-26; 1 Rs 18.37). Do mesmo modo como um pai castiga seu filho a quem ama, Deus castiga a Israel (Pv 3. 11-12; Hb 12.5-11); • Mostrar que só o Senhor Deus de Israel é verdadeiro. O culto ao Senhor foi substituído pela adoração a Baal e Aserá, principais divindades dos sidônios (1 Rs 16.30-33). A consequência desse ato foi uma total decadência moral e espiritual. Baal era o deus do trovão, do raio e da fertilidade, e supostamente possuía poder sobre os fenômenos naturais. A longa seca sobre o Reino do Norte criou as condições necessárias para que Elias desafiasse os profetas de Baal e provasse que o mesmo não passava de um deus falso (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 18.1,2; 21.39); • Mostrar a impotência de Baal em sua “própria pátria”. Essa foi uma maneira de dizer que os deuses das nações pagãs são
  • 2. uma ilusão, que eles não têm poder e que, na verdade, nada podem fazer (Sl 115.1-8), pois o Deus de Israel, também reinava na pátria do pai de Jezabel. III - OS EFEITOS E AS REAÇÕES FRENTE A SECA A Escritura afirma que “a fome era extrema em Samaria” (1 Rs 18.2). A seca já havia provado que Baal era um deus impotente frente aos fenômenos naturais e a fome demonstrou à nação que somente o Senhor é a fonte de toda provisão. Sem Ele não haveria chuva e consequentemente não haveria alimentos (Dt 28.23-24). Podemos ver que até mesmo os cavalos da montaria real estavam sendo dizimados (1 Reis 18.5) e o desespero era geral. Vejamos: • Os efeitos - Seca, fome e miséria. Elias entra no cenário profético quando o reinado de Acabe e sua esposa Jezabel, experimentava relativa prosperidade (1 Rs 17.1; 1Reis 18.1-8). Não haveria chuva e consequentemente não haveria alimentos; • As reações - Endurecimento do coração. É interessante observarmos que o julgamento de Deus produziu efeitos diferentes sobre à casa real e o povo. Percebemos que à semelhança de Faraó (Êx 9.7), o rei Acabe e sua esposa, Jezabel, não responderam favoravelmente ao juízo divino (1 Rs 18.17-21). Os israelitas achavam que podiam adorar o Deus verdadeiro e ao mesmo tempo adorar a Baal. Eles tinham o coração dividido e por esta razão queriam servir a dois senhores. Jesus, no seu ministério terreno advertiu contra essa atitude fatal: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6.24). IV – ATRIBUTOS DE DEUS NA PREDIÇÃO DA GRANDE SECA SOBRE ISRAEL O Deus de Israel, é quem envia a chuva sobre justos e injustos (Mt 5.45); ele também poderia facilmente retê-la. Se prestarmos atenção aos detalhes dessa passagem (1 Rs 17), descobriremos que três dos principais atributos de Deus são revelados na narrativa da predição da grande seca sobre Israel. Analisemos: • O Deus Onipotente. A crença cananeia dizia que Baal era o deus que controlava a natureza, inclusive as estações e as plantações. Baal e Aserá eram deidades da natureza, suspeitos de controlar as chuvas e a fertilidade da terra. Ao anunciar uma estiagem no nome do Senhor, Elias demonstrou conclusivamente que Yahweh, e não Baal, é Supremo. O Senhor demonstrou total controle sobre os fenômenos naturais (1 Rs 17.1; Mc 14.36); • O Deus Onisciente. A profecia de Elias demonstra essa visão sobre Deus, pois o profeta previu que por um espaço de três anos e meio não choveria sobre Israel (1 Rs 17.1; Tg 5.17). Como o profeta saberia que a chuva voltaria somente após três anos e meio? Deus o havia revelado porque somente Ele conhece o futuro. Vimos Deus Onisciente, quando demonstrou a sua capacidade para conhecer o futuro; • O Deus Onipresente. Deus pode estar ao mesmo tempo em todos os lugares. Para a teologia cristã isso é confortador, pois jamais estaremos a sós. Deus mostrou a sua Onipresença durante esses fatos. “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1 Rs 17.1). V – DEUS E A SUA PROVISÃO NA SECA Enquanto a nação começava sentir os efeitos da seca, Elias recebia as bênçãos de água e alimentos que Deus havia prometido para a nação obediente (Lv 26.3-5). Aprendemos que Deus é um Deus provedor. Durante o longo período de estiagem de três anos e meio Reino do Norte (Tg 5.17), observamos o cuidado pessoal do Senhor com o profeta. Há sempre uma provisão de Deus para aquele que o serve obedientemente em tempos de crise. Embora houvesse uma escassez generalizada em Israel, Deus cuidou de Elias de uma forma especial que nada lhe faltou. Reflitamos no cuidado do Senhor para com seu servo: • Primeiramente Deus o afasta do local onde o julgamento seria executado: “Retira-te daqui” (1 Rs 17.3); • Em segundo lugar, o Senhor o orienta a se esconder: “Esconde-te junto a torrente de Querite” (1 Rs 17.3); • Em terceiro lugar, Elias deveria ser suprido com aquilo que o Senhor providenciasse: “Os corvos lhe traziam pão e carne” (1 Rs 17.6). • Em quarto lugar, Deus não abandonou seu servo, antes, forneceu o necessário, da mesma forma como fez com israel no deserto na época de Moisés (Êx 17; Nm 11.20). CONCLUSÃO Observamos que a longa seca sobre o Reino do Norte agiu como um instrumento de juízo e disciplina. Embora o coração do rei não tenha dado uma resposta favorável ao chamamento divino, os propósitos do Senhor foram alcançados. A fome revelou como é vão adorar os deuses falsos e ao mesmo tempo demonstrou que o Senhor é Soberano! Ele age como quer e quando quer. Fica, pois a lição que até mesmo em uma escassez violenta a graça de Deus se revela de forma maravilhosa. REFERÊNCIAS • DILLARD, Raymond B. Fé em face da apostasia: o evangelho segundo Elias e Eliseu. CULTURA CRISTÃ. • GONÇALVES, José. Porção dobrada: uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu. CPAD. • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.