O documento discute a mecanização dos tratos em cafezais no Brasil. Resume que (1) até os anos 1970 a cafeicultura era majoritariamente manual, (2) nos anos 1970-1990 houve grande renovação e mecanização com o desenvolvimento de colhedoras, e (3) atualmente a mecanização é essencial para tornar a atividade competitiva devido à escassez e alto custo da mão-de-obra.
Laércio Favarin Tendências e avanços da pesquisa na nutrição do cafeeiro
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1. MECANIZAÇÃO DOS
TRATOS EM CAFEZAIS
J.B. Matiello – Eng Agr Mapa e Fundação Procafé
2. Por que mecanizar
A lavoura cafeeira no Brasil, até a década de
1970, era quase que totalmente cultivada de
forma manual.
Com o uso de muita mão-de-obra, na execução
dos tratos e na colheita.
Na época havia a necessidade de trabalho
anual de 100-130 homens/dias por hectare de
cafezal, um trabalhador podendo cuidar de
apenas cerca de 2 ha de lavoura.
3. Por que mecanizar
Entre as décadas de 1970 e 1990 houve grande
renovação de cafezais, em novas regiões, mais
planas, como nas áreas de cerrados, em
projetos empresariais.
Foi constatada a ferrugem do cafeeiro, temida
doença, que motivou a abertura dos
espaçamentos de plantio de café, para facilitar
as pulverizações para o seu controle.
Foi importante, ainda, nesse período, o
desenvolvimento da primeira colhedeira de café.
A partir de então, a cafeicultura brasileira veio
crescendo, gradativamente, o seu índice de
mecanização.
4. Por que mecanizar
Nos dias atuais, mecanizar a cafeicultura, como
de resto toda a agricultura, significa o principal
fator para tornar competitiva a atividade no
campo.
A mão-de-obra vem se tornando cada vez mais
escassa, mais cara e com menor rendimento.
O trabalhador rural está se mudando para a
cidade, buscando empregos mais fáceis e mais
remuneradores.
Com maquinário o trabalhador passa a fazer um
trabalho menos árduo e com menor tempo, pelo
maior rendimento.
Isso representa grande redução nos custos do
processo produtivo
5. Cuidados na adoção
Mecanizar não significa, simplesmente, comprar
máquinas.
É preciso combinar as máquinas corretas para
aquela propriedade.
Que represente os menores investimentos e
custos operacionais baixos.
É necessário, ainda, contar com operadores
treinados.
E com bom gerenciamento no seu uso,
incluindo a própria adaptação das lavouras, para
alcançar a boa eficiência do maquinário
6. E para as áreas não
mecanizáveis
Buscar novas soluções para atender às áreas
cafeeiras de montanha.
Representam cerca de 30% de nossa
cafeicultura.
Mecanização é dificultada pela topografia do
terreno.
Adaptar, com sistemas de plantio mais
adensados, com podas e condução em ciclos
curtos e com a adaptação de pequenos
equipamentos mecanizados de operação
manual
7. Mecanização na
implantação de cafezais
Preparo profundo do sulco de plantio.
A abertura e preparo do sulco profundo,
compreende maior volume de solo, 1,0x0,8m.
Maiores quantidades de fertilizantes e corretivos
adicionadas ao sulco, corrigindo camada mais
profunda e oferecendo melhor ambiente ao
desenvolvimento das raízes do cafeeiro.
Plantio mecanizado
Grande rendimento (25-30 mil pés/dia), em
projetos empresariais.
28. Mecanização dos tratos –
Controle do mato
Existem 5 sistemas de controle do mato.
O controle manual, com enxada/foice.
O controle mecânico.
O controle químico
De pequena importância, o controle com
animais e com equipamento de descarga
elétrica.
• Na adoção do controle observar - o tipo e
tamanho do mato, a topografia e o sistema de
espaçamento e idade da lavoura, além do
rendimento e do custo do sistema.
29. Controle do mato
Equipamentos disponíveis -
Grades, cultivadores, enxada-rotativa, vibro-
carpa e roça-carpa, além da roçadeira e, mais
recentemente, a trincha.
• Grades normais, pesadas, o cultivador de
enxadas, a enxada-rotativa e a vibro-carpa
foram abandonados, por desagregar demais o
solo e cortar raízes do cafeeiro, no caso da
grade e da enxada-rotativa, e por funcionarem
bem somente com mato pequeno, para os
casos dos cultivadores e da vibro-carpa.
30. Controle do mato
Equipamentos com uso indicado –
3 equipamentos se mantêm em uso para o
controle do mato nos cafezais e um 4º vem sendo
introduzido mais recentemente.
• O 1º, pouco usado, é a roça-carpa, que funciona
com 2-3 facas, movidas em giro (pela TDF)
paralelo ao solo (como a roçadeira).
• O 2º é a grade carpideira, mais leve, tendo 1 a 2
seções, com 16-20 discos de menor diâmetro (11
polegadas) fazendo capina mais superficial, em
faixa de 1,8 – 2,2m, com trabalho mais eficiente
em mato menor. (corta e enterra ervas).
31. Controle do mato
Equipamentos com uso indicado –
• O 3º, mais usado, é a roçadeira, com 2 facas,
acionada pela TDF do trator, que roça o mato
bem rente ao chão, mantendo o mato baixo, por
isso recomendada no período chuvoso, quando
o mato rasteiro protege o solo contra a erosão e
oferece pouca concorrência. Largura de corte
comum de 1,10 – 1,70m, podendo ser simples
ou dupla.
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34. Controle do mato
Equipamentos com uso indicado –
• O 4º implemento é a “trincha”, constituída por
um conjunto de lâminas, como um moinho de
martelos, que trituram o mato e outros resíduos
vegetais (galhos e folhas do cafeeiro), fazendo
um serviço semelhante à roçadeira.
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38. Controle químico do mato
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Utiliza a aplicação de herbicidas, substâncias
químicas aplicadas sobre o solo, evitando o
nascimento do mato, ou sobre as ervas,
matando-as, para mantê-las controladas.
Esta prática, isolada ou associada a outros
sistemas, vem dominando o uso no controle do
mato em cafezais.
Equipamentos mais usados - 2 tipos:
Pulverizador costal manual
Aplicador tratorizado (modelo PH ou outros)
Ambos com o uso de bicos leque
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46. Quadro 1: Produções, em 4 safras em cafeeiros sob diferentes sistemas
de controle do mato e trato nutricional, Martins Soares-MG, 2010.
Sistemas Produção ( scs/ha)
2007 2008 2009 2010 Média
1-Controle com gliphosate
44,1 71,1 41,0 50,5 51,7 a
2-Controle com roçadeira
48,47 53,2 47,1 41,1 47,5 a
3-Testemunha, com adubo 25,0 51,3 19,6 38,8 33,7 b
4-Testemunha, sem adubo 25,1 24,5 3,1 4,2 14,2 c
Recuperação da Test (t 4), com adubo e
contr. com/ glifos. a partir de 2008 6,0 36,6 -
Fonte – Matiello et alli, Anais do 36º CBPC, Mapa procafé , 2010, p. 25
47. Produtividade em cafeeiros no ensaio sobre sistemas de
controle do mato nas ruas de cafeeiros, no período de
formação, até as 2 primeiras safras. S.S. do Paraíso-MG, 2009.
Tratamento nas ruas (entre Produtividade (scs/ha)
linhas)
2008 2009 Média
1-Roçadeira 8,0 ab 26,0 ab 17,0 e
2-Grade 11,7 ab 20,7 ab 16,2 f
3-Enxada rotativa 17,0 bc 25,7 ab 21,3 b
4-Herb. Pós-emergencia 14,0 ab 25,0 ab 19,5 b
5-Herb. Pré-emergencia 31.4 a 33,0 a 32,2 a
6-Capina manual 17,7 ab 24,0 ab 20,9 c
7-Sem capina 4,0 c 19,0 a 11,5 g
Fonte – Alcantara et alli, Anais do 35º CBPC, Fundação Procafé, 2009, p. 339
48. Aplicação de defensivos
Via pulverização na folhagem ou via solo
Na pulverização são usados equipamentos
• Pulverizador costal-manual
• Pulverizador (atomizador) costal-motorizado
• Pulverizador turbo (“cortina de ar”) tratorizado
• Pulverizador de mangueiras
• Canhão atomizador
• Pulverizador de barras horizontais tratorizado
• Pulverizador de barras verticais, de tração
animal
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56. Equipamentos para adubação
Os equipamentos de adubação tratorizados
apresentam bom rendimento operacional (0,5
h/ha) e precisão nas doses.
Eles podem ser de 2 tipos básicos: o 1º com
distribuição por pêndulo e o 2º por disco.
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58. Equipamentos para sub-solagem
A subsolagem é feita com um equipamento
composto de 1 estrutura superior de barras de
aço, onde são presos de 1 a 3 “garfos” ou
hastes subsoladoras, que penetram o solo.
Ele trabalha, normalmente, aprofundando até
50-70 cm, para quebrar camadas adensadas.
59. Equipamentos para as podas
Para esqueletar/despontar - é acoplado ao
trator, um conjunto de discos de serra circular
ou de facas triangulares, dispostos em uma
haste que caminha lateralmente e em posição
oblíqua à linha de cafeeiros.
A recepadeira/decotadeira, trabalha acoplada
aos 3 pontos do trator, acionada pela TDF. Um
conjunto de polias e correias transmite rotação
para um grande disco de serra circular, que
efetua o corte na altura (regulável) desejada.
A podadeira costal ou lateral motorizada de
operação manual, com discos, corrente ou
segadeira(roçadeira e colhedora)
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65. Equipamentos para arruação
e esparramação
Arruador esparramador mecânico, com lâminas.
Arruador soprador, simples ou duplo.
Arruador soprador, com trincha