1. 16 maio 2014
ESTRATÉGIAS LOGÍSTICAS
Transformando
a cultura
Com investimentos em tecnologia, Ambev implementa mudanças em
sua unidade fabril e muda a forma de trabalho
O
sistema WMS (“Wa-
rehouse management
system”, sistema de
gerenciamento de ar-
mazém) surgiu da ne-
cessidade de melhorar o fluxo de dados
e de materiais dentro da cadeia logísti-
ca. Implementá-lo, algumas vezes, não
é garantia de eficiência em uma ope-
ração, pois é necessário fazer a gestão
prévia das informações, além de ofere-
cer treinamento a todos os envolvidos.
A Ambev produz seus próprios insu-
mos para cada item que fabrica, como
refrigerantes,cervejas,bebidasalcoólicas
e não carbonatadas. Por isso, mantém
32 fábricas apenas no Brasil. Devido a
necessidade de aperfeiçoar a logística
da fabricação, a companhia escolheu
o WMS Highjump, representado pela
Otimis, para um projeto em sua fábrica
em Jacareí (SP), cujo modelo de operação
é híbrido (próprio e terceirizado).
“Em 2009, fizemos um levanta-
mento de infraestrutura para escolher
a planta mais adequada. Escolhemos
Jacareí devido ao seu índice de SKU
(“Stock keeping unit”, unidade distinta
mantida em estoque). Queríamos uma
implementação com sistema 25% custo-
mizado, já que nosso fluxo de logística
reversa é grande e temos operações
terceirizadas para movimentação”,
explicou Fernanda Mazzi, gerente de
projetos logísticos da Ambev.
A companhia não trabalha com
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2. RFID (radiofrequência), pois essa tecno-
logia não funciona adequadamente para
líquidos. “Os códigos de barras e outras
ferramentas manuais são utilizados nos
produtos, já o hardware é fornecido
pela Intermec. Já o WMS, é intuitivo
e customizável”, comentou a gerente.
Como a implementação foi traumá-
tica inicialmente, a companhia voltou
a trabalhar em 2011 com o projeto. Por
isso, um levantamento sobre o quadro
de colaboradores foi feito para traçar
um perfil. O resultado da pesquisa
indicou que, a maioria, tinha entre
20 e 35 anos, estava há cerca de dois
anos na empresa e tinha formação em
Nível Médio. Tais dados, após a fase
de implementações, facilitou a criação
de um programa de treinamentos mais
adequado a realidade e que oferecia
certificação aos colaboradores.
“Quem faz o sistema dar certo é
a equipe operacional, que trabalha
diretamente com ele. A tecnologia é a
melhor opção, mesmo que haja falta de
mão de obra qualificada, já que em boa
parte das empresas os colaboradores
não estão devidamente qualificados.
Em contrapartida, não podemos ignorar
que as empresas líderes são justamente
aquelas que investem em tecnologia”,
disse a gerente.
Após implementar o WMS na
unidade de Jacareí, o tempo de aten-
dimento foi reduzido em 26%; redução
na disponibilidade logística de 38%;
nenhuma ocorrência de inversão de
carregamento desde 2012; rastrea-
bilidade total dos produtos; 40% de
aumento na produtividade de esto-
cagem; acuracidade e diminuição de
perdas e eliminação da necessidade
de interromper o carregamento para
fazer inventário.
No total foram investidos R$ 3
milhões e ouve retorno de R$ 900 mil
em 2013. Depois da implantação, a
maior dificuldade foi a estabilização
do sistema. “Enfrentamos problemas
de adaptação das pessoas que utili-
zavam sistemas e sete meses após a
implementação já haviam gaps (di-
ferenças). No início optamos por um
modelo mais aberto para tomada de
decisão. Ainda não temos previsão
de implementar o sistema em nossos
centros de distribuição, pois isso de-
penderá do desempenho ao longo de
2014”, afirmou Mazzi.
Fernanda Mazzi: “A mudança no modelo
operacional diminuiu perdas”
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