Relatorio finalcurso marionetas, objetos e formas para animar
1. Relatório de Reflexão Crítica
(alínea c) do artº 3º do Anexo III ao Regulamento de Avaliação do Centro de Formação)
Ação de Formação:
“Marionetas, objetos e formas para animar”
Código da Ação:
E15.16/17
Modalidade de Formação:
Curso de Formação
Duração:
25 horas presenciais
Formador(es):
Ruben; Clara Ribeiro e Filipa Mesquita
Formando:
Sílvia Rego do Coito de Matos Silva
3. a) Percurso formativo realizado, nas sessões presenciais:
O curso de formação desenvolveu-se em quatro sessões práticas. Teve três formadores em três
momentos específicos do decorrer da formação e que foram abordando conteúdos de grande
importância para irmos tendo noção do que está por detrás de um objecto escultórico/cénico de
grandes dimensões num espaço público.
O formador Ruben fez alguns esclarecimentos em relação aos mecanismos de manipulação dos
objectos cénicos, as ferramentas e materiais passíveis de serem explorados nesta formação.
Foram abordados teoricamente, os conceitos de arte urbana, instalação artística e performance. A
intervenção que o grupo de formandos realizou é um conjunto artístico de grandes dimensões,
que inicialmente ia ocupar um espaço exterior com o objectivo de interferir na paisagem urbana.
Inicialmente a montagem estava prevista para a Rua 19, mas devido às más condições
atmosféricas e proporções dos objectos realizados, foi alterado o local da instalação para o
interior do Centro Multimeios de Espinho.
Foi explicado o porquê da forma ser parecida com uma anemona/medusa, a relação com o
material utilizado e o impacto que o plástico está a ter nos oceanos. Esta forma de levar a arte ao
encontro dos problemas ambientais integrado no próprio festival de Marionetas, fez desta
formação uma manifestação sublime! A utilização da arte como meio de questionar e transformar
a vida urbana.
O formador fez-nos reflectir em alguns critérios que devemos levar em consideração na criação
dos objectos ao longo da formação:
-utilização de materiais para determinadas condições atmosféricas e espaços exteriores;
- alusão à problemática ambiental: os plásticos que se transformam em “lindas” medusas
poluentes no mar;
- como é que a sombra pode valorizar ou prejudicar o nosso objecto;
- prever os imprevistos: sombras e luminosidade, visibilidade do objecto no ambiente exterior,
previsões e condições atmosféricas do espaço exterior, pessoas que andam no espaço e que
poderão interagir com o objecto;
- pensar na unidade versus qualidade;
- perceber a necessidade e importância dos cálculos para que as estruturas sejam bem realizadas e
com o material necessário, sem gastos extra;
- paleta de cores. Quando há um único objecto, pode-se arriscar em trabalhar mais cores. Quando
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4. há aglomerados de objectos, deve-se cingir a um ou duas cores nos objectos que virão a formar o
conjunto;
- pontos-alvo para tirar fotos. Criar ângulos fotográficos para as pessoas tirarem fotos;
- o objecto como fragmento que o público pode alterar e levar “ pedaços” da instalação;
- prever todas as possíveis leituras que o público poderá ter.
É necessária uma definição objectiva, adequada, eficaz do objecto que se quer elaborar para que
aquando da sua execução, não haja desajustes de última hora. É necessário planear bem a forma
para se adequar o mais possível ao espaço escolhido, dando a possibilidade do espectador poder
também fazer parte da obra.
Numa primeira fase, os formandos trabalharam de forma individual. Cada um elaborou
anemonas/medusas de tamanho reduzido para servirem de protótipo à estrutura e introdução ao
manuseamento dos materiais e ferramentas, nomeadamente da pistola aquecedora e dos plásticos.
(Fig.1)
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5. Fig.1- Medusa individual.
Esta fase foi fundamental para percebermos como vai funcionar a estrutura em arame, a
importância de haver uma rentabilização do próprio arame para que o objecto não fique pesado e
a maleabilidade do plástico quando aquecido e derretido e as suas potencialidades artísticas.
Relativamente ao trabalho que realizei, tive alguns problemas com a estrutura ( Fig.2), pois por
não haver espaço para eu pendurar a medusa enquanto trabalhava o plástico, a forma não ficou de
acordo com o planeado.
Notou-se no aspecto final uma diferença no conjunto dos outros objectos, assim como a
colocação de pedaços de plástico parecendo “flores”.
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6. Fig.2 - Estrutura em arame
e respetiva cobertura com plástico fundido.
Após a elaboração do trabalho individual foram criados pequenos grupos de trabalho, com dois a
três elementos, para a criação de uma medusa de maiores dimensões e elaborada exactamente
com a mesma técnica que a inicial. Integrei o grupo de trabalho da Professora Alzira e do
Professor António.
A fase de elaboração da estrutura (Fig.3) seguiu o que o formador planeou, no entanto, ficou mais
larga que as outras, destacando-se um pouco, enquanto as outras medusas eram alongadas, a que
nós realizamos era mais sob o largo.
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7. Fig.3 - Estrutura em arame
da medusa grande.
No que respeita à cobertura com plástico, a selecção das cores foi unânime, transparente, amarelo
e verde e a respectiva colocação ficou de acordo com o que previamente foi desenhado pelo
grupo. O aspecto final estava muito próximo de uma medusa real, com os seus poros e as suas
transparências (Fig.4).
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8. Fig. 4- Medusa finalizada.
Todas as etapas foram realizadas no tempo previsto. Após terminarmos ainda deu tempo para eu
ajudar alguns grupos que estavam mais atrasados, o que me deu muito prazer pois fui partilhando
as minhas experiências e percebendo outras técnicas possíveis.
As formadoras Clara Ribeiro e Filipa Mesquita aquando da sua intervenção, abordaram a
contextualização da marioneta na história de Portugal, a sua integração em contexto educativo e a
importância na comunicação de alguns conceitos a partir desta divertida ferramenta que é a
marioneta. Foi também muito importante a parte da manipulação das medusas pequenas,
explorando o corpo e o objecto, de forma a criar uma performance para a abertura do Festival
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9. Mar-Marionetas (Fig.5). Esta fase foi muito interessante pois foi-nos mostrado alguns exercícios
que podemos fazer com as crianças para se libertarem e explorarem corpo/objeto.
Fig.5 – Grupo de trabalho.
b) Potencialidades pedagógicas e didáticas reveladas no decorrer da ação:
A realização de objectos artísticos utilizando materiais de desperdício e técnicas variadas,
desenvolvem na criança a imaginação, a criatividade, o gosto pela descoberta e uma maior
consciencialização ambiental. Esta formação permitiu desenvolver competências relacionadas com
uma atitude reflexiva de forma a abordar objectos num meio exterior, com dimensões grandes e
com um sentido inovador, transformando o desperdício em material lúdico e pedagógico, numa
perspectiva que alia a ecologia, a arte e o sentido economicista dos materiais.
c) Etapas de aprendizagem pessoal e profissional percorridas e limitações a superar:
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10. A frequência desta acção abriu-me novos horizontes relativamente à exploração do processo
criativo no espaço físico exterior, levando-me a considerar a utilização do plástico na concepção
de estruturas e objectos de grandes dimensões e em espaço exterior.
Em suma, o meu parecer, relativamente a esta acção de formação foi bastante positivo, pois
foram atingidos os objectivos da mesma:
- projectar para o espaço público conhecendo e dominando materiais de expressão plástica
recicláveis e reutilizáveis;
- adquirir conhecimentos sobre todo o processo de construção e organização de um objecto de
grandes dimensões;
- fazer face às novas exigências e características dos alunos, através da construção de
materiais/ferramentas que permitem captar a sua atenção/interesse e proceder à mudança de
atitudes/comportamentos ambientais;
- adquirir maior domínio de algumas técnicas, nomeadamente utilizar a pistola/secador de ar
quente;
d) Autoavaliação fundamentada (focando: assiduidade, nível de participação e nível de consecução
das atividades propostas):
Relativamente à minha participação nesta acção de formação, fui assídua, pontual e integrei no
cortejo e performance da abertura do Festival Mar-Marionetas. Sempre que achei oportuno,
intervim com a minha opinião nas fases de projecção e realização das medusas. Demonstrei
capacidade de iniciativa, cooperação e empenho na elaboração da medusa. Quando o meu grupo
terminou a medusa, fui ajudar outros colegas que estavam mais atrasados, fomentando um maior
relacionamento entre o grande grupo. O trabalho apresentado correspondeu às minhas
espectativas e às do grupo, assim de um modo geral, a minha auto-avaliação é de Muito Bom.
e) Considerações finais:
Queria ainda referir que, a forma como o formador conduziu esta acção de formação, sobretudo a
síntese no início de cada sessão, seguida da partilha de ideias, inicialmente em grande grupo e
depois em pequeno grupo, foi de extrema importância para a prossecução dos objectivos da
formação. Fomentou o trabalho de grupo e permitiu um repensar de novas soluções e métodos
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11. que cada grupo foi explorando.
A metodologia utilizada pelos formadores permitiu aos formandos criar sem restrições,
experimentar e tirarmos as nossas próprias elações, o que se torna muito importante num
qualquer processo criativo onde há sempre espaço para a contínua aprendizagem.
Considero também que a calendarização, duração e o espaço onde decorreu a acção foram
bastante adequados.
O(A) Formando(a)
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