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DANÚBIO GONÇALVES
"ESTÂNCIA“ - DESENHO ORIGINAL EM NANQUIN
Danúbio Vilamil Gonçalves
• Nasceu em Bagé, no dia 30 de Janeiro de 1925.
• Com apenas 10 anos de idade, vai para o Rio de Janeiro e ali
permanece durante 14 anos.
• Com 14 anos, a convite dos editores, faz caricaturas e
ilustrações para revistas cariocas de circulação nacional.
•Desenhou modelo vivo com um grupo de artistas, entre os
quais Iberê Camargo e Athos Bulcão, sob orientação de
Cândido Portinari.
• Em 1945, aos 20 anos, estuda na Sociedade Brasileira de
Belas Artes.
•No mesmo ano ele retorna a Bagé, onde conhece Glauco Rodrigues e
Glênio Bianchetti, jovens artistas da época, fundando o “Grupo de
Bagé”.
• Em 1950, aos 25 anos, viaja a Paris onde faz contato com Carlos
Scliar, e reencontram-se com Iberê Camargo e Portinari.
• Em 1951 retorna ao Brasil.
Danúbio Gonçalves é conhecido principalmente por sua atuação
como gravurista. Co-fundador do Clube de Gravura de Bagé, sua
atividade artística e seu engajamento político são indissociáveis.
Helena
Óleo s/tela, 59x44 cm, 1948.
(Humanismo)
Aída
Aguada s/papel, 63,5 x45 cm, 1948
(Humanismo)
Eloá
Óleo e resina de damora s/tela
45 x 37 cm, 1951
(Humanismo)
Com outros artistas, visita países do bloco comunista, rejeita a Bienal
de São Paulo e o abstracionismo, e defende uma arte regional, de
cunho social, próxima do Realismo Socialista.
Sua produção mais característica são xilogravuras, sobretudo dos
anos 1950. Retrata camponeses e trabalhadores, seu cotidiano e
suas festas. Algumas obras enfatizam os eventos, instrumentos,
danças e roupas típicas.
Pescador de São Franscisco, xilogravura
24 x20,5 cm, 1954
Xarqueadas – Salga
Xilogravura de topo, 16 x 21 cm, 1953
Xarqueadas – Lingueiro
Xilogravura de topo, 18 x 22 cm,
1953
Em outras, há um traço mais expressionista e anguloso, que traduz a
violência da atividade dos trabalhadores. As mais conhecidas são as
séries Charqueadas e Mineiros de Butiá. A primeira apresenta as
etapas da produção do charque, da matança dos bois à secagem da
carne.
Xarqueadas – Zorra
Xilografa de topo, 18 x 25 cm,
1953
Xarqueadas – Zorreiros
Xilografia de topo, 18 x 25 cm, 1953.
Em todas, exprime a angústia e
a miséria, através de contrastes
marcados, a força e o
movimento.
Aos poucos, Danúbio deixa o regionalismo e o traço expressionista e,
durante os anos 1960, faz pinturas mais abstratas, com tons
rebaixados e formas que são às vezes reconhecíveis, mas não
realistas como plantas, insetos e animais. Não há profundidade ou
textura. Os comentadores falam de "...imagem do homem universal,
sua deformação e sobressalto..." e de "...expressão de um cosmo
ambíguo..."
Sugestão I – Litografia c/serigrafia, 48 x 66 cm, 1968
Desintegração da estrutura
Litografia, 48 x 66 cm, 1968.
Convêrgencia
Litografia, 50 x 68 cm, 1968
Nos anos seguintes, passa por uma fase mais pop.
Conquista Espacial
Acrílica s/tela, 110 x 200 cm, 1973
Cai pela 3ª vez
Acrílica e colagem, 110 x 200 cm, 1973
Painéis.
Memorial da Epopeia Rio-Grandense Missioneira e Farroupilha
Painel de azulejos, 2007
Painel
Mosaico vidrotil
183m2, 1963
Ultimamente, além dos temas eróticos, pinta cenas de balonismo,
em que tira proveito das grandes áreas de cor dos balões, da grama e
do céu.
Licorosa
Gravura em metal
50 x 35 cm, 1990.
Inquilina do 719
Litografia, 37,5 x 52,5 cm, 1985
Qualquer semelhança é mera
coincidência
Xerox e aquarela s/papel
50 x 70 cm, 1994.
Balonismo
Acrílica s/tela, 70 x 90 cm, 1997.
Depois de percorrer os dois andares repletos de suas obras na Galeria
Espaço Cultural Duque (2013), no centro de Porto Alegre, Danúbio
Gonçalves parece pronto para conversar sobre a exposição em sua
homenagem. O artista senta, encosta a bengala e diz:
– Tem coisas que nem lembrava mais, tem tanto tempo. São muitas
fases, uns trabalhos tocam mais, outros menos.
Ao longo das últimas sete décadas, seguiu alternando, de
forma nem sempre regular, técnicas e materiais,
trabalhando com litografia, pintura, desenho, escultura,
mosaicos e arte pública. Como professor, ajudou a formar
gerações de artistas que passaram pelo Instituto de Artes
da UFRGS e pelo Atelier Livre de Porto Alegre.

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Retrato do artista Danúbio Gonçalves e sua trajetória artística

  • 1. DANÚBIO GONÇALVES "ESTÂNCIA“ - DESENHO ORIGINAL EM NANQUIN
  • 2. Danúbio Vilamil Gonçalves • Nasceu em Bagé, no dia 30 de Janeiro de 1925. • Com apenas 10 anos de idade, vai para o Rio de Janeiro e ali permanece durante 14 anos. • Com 14 anos, a convite dos editores, faz caricaturas e ilustrações para revistas cariocas de circulação nacional. •Desenhou modelo vivo com um grupo de artistas, entre os quais Iberê Camargo e Athos Bulcão, sob orientação de Cândido Portinari. • Em 1945, aos 20 anos, estuda na Sociedade Brasileira de Belas Artes.
  • 3. •No mesmo ano ele retorna a Bagé, onde conhece Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti, jovens artistas da época, fundando o “Grupo de Bagé”. • Em 1950, aos 25 anos, viaja a Paris onde faz contato com Carlos Scliar, e reencontram-se com Iberê Camargo e Portinari. • Em 1951 retorna ao Brasil.
  • 4. Danúbio Gonçalves é conhecido principalmente por sua atuação como gravurista. Co-fundador do Clube de Gravura de Bagé, sua atividade artística e seu engajamento político são indissociáveis. Helena Óleo s/tela, 59x44 cm, 1948. (Humanismo)
  • 5. Aída Aguada s/papel, 63,5 x45 cm, 1948 (Humanismo) Eloá Óleo e resina de damora s/tela 45 x 37 cm, 1951 (Humanismo)
  • 6. Com outros artistas, visita países do bloco comunista, rejeita a Bienal de São Paulo e o abstracionismo, e defende uma arte regional, de cunho social, próxima do Realismo Socialista. Sua produção mais característica são xilogravuras, sobretudo dos anos 1950. Retrata camponeses e trabalhadores, seu cotidiano e suas festas. Algumas obras enfatizam os eventos, instrumentos, danças e roupas típicas. Pescador de São Franscisco, xilogravura 24 x20,5 cm, 1954
  • 7. Xarqueadas – Salga Xilogravura de topo, 16 x 21 cm, 1953 Xarqueadas – Lingueiro Xilogravura de topo, 18 x 22 cm, 1953
  • 8. Em outras, há um traço mais expressionista e anguloso, que traduz a violência da atividade dos trabalhadores. As mais conhecidas são as séries Charqueadas e Mineiros de Butiá. A primeira apresenta as etapas da produção do charque, da matança dos bois à secagem da carne. Xarqueadas – Zorra Xilografa de topo, 18 x 25 cm, 1953
  • 9. Xarqueadas – Zorreiros Xilografia de topo, 18 x 25 cm, 1953. Em todas, exprime a angústia e a miséria, através de contrastes marcados, a força e o movimento.
  • 10. Aos poucos, Danúbio deixa o regionalismo e o traço expressionista e, durante os anos 1960, faz pinturas mais abstratas, com tons rebaixados e formas que são às vezes reconhecíveis, mas não realistas como plantas, insetos e animais. Não há profundidade ou textura. Os comentadores falam de "...imagem do homem universal, sua deformação e sobressalto..." e de "...expressão de um cosmo ambíguo..." Sugestão I – Litografia c/serigrafia, 48 x 66 cm, 1968
  • 11. Desintegração da estrutura Litografia, 48 x 66 cm, 1968. Convêrgencia Litografia, 50 x 68 cm, 1968
  • 12. Nos anos seguintes, passa por uma fase mais pop. Conquista Espacial Acrílica s/tela, 110 x 200 cm, 1973
  • 13. Cai pela 3ª vez Acrílica e colagem, 110 x 200 cm, 1973
  • 14. Painéis. Memorial da Epopeia Rio-Grandense Missioneira e Farroupilha Painel de azulejos, 2007
  • 16. Ultimamente, além dos temas eróticos, pinta cenas de balonismo, em que tira proveito das grandes áreas de cor dos balões, da grama e do céu. Licorosa Gravura em metal 50 x 35 cm, 1990.
  • 17. Inquilina do 719 Litografia, 37,5 x 52,5 cm, 1985 Qualquer semelhança é mera coincidência Xerox e aquarela s/papel 50 x 70 cm, 1994.
  • 19.
  • 20. Depois de percorrer os dois andares repletos de suas obras na Galeria Espaço Cultural Duque (2013), no centro de Porto Alegre, Danúbio Gonçalves parece pronto para conversar sobre a exposição em sua homenagem. O artista senta, encosta a bengala e diz: – Tem coisas que nem lembrava mais, tem tanto tempo. São muitas fases, uns trabalhos tocam mais, outros menos.
  • 21. Ao longo das últimas sete décadas, seguiu alternando, de forma nem sempre regular, técnicas e materiais, trabalhando com litografia, pintura, desenho, escultura, mosaicos e arte pública. Como professor, ajudou a formar gerações de artistas que passaram pelo Instituto de Artes da UFRGS e pelo Atelier Livre de Porto Alegre.