O trabalho torna-se parte da vida de qualquer profissional. Passamos por momentos difíceis em qualquer empresa, porem estudos já mostram como entender a demissão como um fator e não como a própria continuidade da vida.
Vale a pena ler.
1. Lidar com a Demissão é o Primeiro Passo
para Retomada da Carreira
Entender os motivos que levaram à demissão e lidar com a dor da rejeição
pode ser a porta de entrada para uma nova fase
Mariá Giuliese
Esvaziar as gavetas, ver subtraído o sobrenome corporativo, deixar de conviver diretamente com
os interlocutores habituais, mudar a rotina diária. Para quem perde o emprego, o chão parece sumir
sob os pés. Por mais racional que seja, o indivíduo dificilmente escapa da sensação de ter sido posto de
lado. O sentimento de rejeição cala fundo e mina a auto-estima.
Diante disso há, ainda, a necessidade de lidar com a cobrança social e também individual em se obter logo
uma nova recolocação no mercado, avaliar a defasagem profissional ante ao que é exigido do profissional,
e lidar com eventuais problemas pessoais que podem fatalmente envolver o dinheiro.
É preciso aprender a lidar com a exclusão, que faz parte da vida. A experiência de todos neste campo
é bastante precoce, mas em geral poucos se dão conta disso.
Escolhemos e somos escolhidos desde a nossa primeira infância. É lá que vamos tomar partido de
nossas preferências, e teremos, também, que lidar com os desejos dos outros, que podem invariavelmente
fazer frente aos nossos. Essa seleção é natural, faz parte do convívio humano, talvez o primeiro
do profissional quando é demitido. Tomamos as dores da situação em um âmbito muito pessoal, mas nem
sempre o rompimento acontece por esses motivos.
Ser preterido machuca muito. Ofende, fere, gera mágoa. Não se pode menosprezar essas reações, que são
absolutamente normais e naturais. Afinal, somos seres humanos. Então, como suplantar essas sensações?
Em primeiro lugar, acolhendo com respeito os sentimentos que emergem diante do desconforto causado
pela nova situação, permitindo-se vivenciar a dor. A perda do emprego se assemelha muito ao luto ou à
quebra de uma relação afetiva, demandando um tempo de assimilação. Não há como evitar o padecimento
e ignorá-lo significa negar a realidade – o que, convenhamos, não é a melhor solução.
Esse período, geralmente, também serve para a realização de uma profunda avaliação sobre nós mesmos.
A dor geralmente acaba por aproximar o indivíduo de seu próprio interior. E é essa análise auto-crítica que
pode, inclusive, mostrar novas direções.
Reconhecer o sofrimento dá alívio e ajuda a suportá-lo. A certeza de que a dor será aplacada com o passar
do tempo nos impulsiona a buscar força em outros sentimentos, capazes de abrir novas perspectivas.
Analisar os motivos que deflagraram a demissão, no entanto, é uma tarefa imprescindível – embora
por vezes bastante incômoda. Ser honesto consigo mesmo, avaliando o quanto contribuiu para se tornar
a carta fora do baralho, possibilita construir um novo futuro, com mais chances de sucesso no
redirecionamento da carreira.