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Não nos libertamos de um hábito, atirando-o
pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau a degrau.
Mark Twain

Quando Procuramos a Felicidade
Nos Sítios Errados
O desejo de “ser feliz” é, atrevo-me a dizer, universal.
Embora a felicidade se mascare de diferentes formas, consoante a cultura e as tradições de cada um,
quase todos nós procuramos sentirmo-nos bem,
em equilíbrio – connosco e com os outros.
Existem muitos factores que influenciam este nosso “equilíbrio fundamental”, que nos faz sentir com
“saúde”, “vigorosos” e “activos”. Por exemplo: queremos viver de acordo com as nossas crenças, com os
15
nossos sentimentos, mas também queremos viver em
consonância com os outros, com o grupo. Queremos
atingir as nossas próprias ambições e aspirações, mas
também queremos conquistar metas semelhantes às
das outras pessoas, para nos identificarmos e nos
podermos comparar com elas. São, no fim, paradoxos
atrás de paradoxos que justificam e embelezam a
complexidade da nossa existência.
Quando não conseguimos equilibrar as «balanças
da vida» (ou, nos casos mais graves, quando não temos nada para pôr em cima das mesmas), a nossa
sensação de “felicidade” começa a dissipar-se – e, a
todo custo, tentamos recuperá-la; ou pelo menos
temos o desejo, bem lá no nosso íntimo, de sermos
felizes, de nos sentirmos novamente equilibrados.
Mas nem sempre as nossas acções ou reacções são
positivas, adequadas e adaptadas ao objectivo a que
nos propomos ou queremos atingir – neste caso, a
felicidade ou o “equilíbrio”.
Nem sempre aceitamos também que as dificuldades fazem parte da vida e que estas são motivos de
aprendizagem e preparação para o Futuro. Em vez de
aceitarmos o que não é de todo mutável, buscamos
incessante e obcessivamente a felicidade, pelos mais
16
variados meios e, às vezes, a todo o custo. E, assim,
tantas vezes cegos pelo desejo, deixamos que estes
meios nos conduzam a comportamentos, pensamentos e emoções negativas, como a frustração e a ansiedade, simplesmente porque não criámos um momento para pensar e ponderar.
É a partir, então, de um ciclo vicioso de procura,
busca e frustração constantes que chegamos a comportamentos de dependência, como forma de obter
estados de bem-estar e «alívio». Muitas pessoas já
ouviram falar ou conhecem pessoas que se “perderam” no vício do jogo, que não conseguem parar de
gastar dinheiro em compras desnecessárias, que
usam o álcool para “afogar” as mágoas, ou que parecem verdadeiras chaminés ambulantes e compulsivas.
Todas estas situações têm, muitas vezes,
um ponto em comum: há uma motivação intrínseca
para satisfazer uma determinada necessidade, neste
caso, a de se sentir bem, “feliz”, eliminando um problema ou tensão – mas esta necessidade surge mascarada ou é erradamente confundida, provocando
em nós uma tendência para agir de forma pouco
adaptativa e meramente impulsiva.
17
A não satisfação da necessidade real acaba por
prolongar em nós o vazio interior e a tensão que nos
impele para a resolução da descompensação ou da
perda que sentimos. É aqui que entra em acção o
ciclo dos comportamentos dependentes. O ciclo funciona da seguinte maneira: o nosso impulso conduznos a um comportamento que a curto-prazo funciona
como uma “solução” para preencher o vazio interior
que sentimos e eliminar a nossa tensão. Este vazio
pode estar relacionado, por exemplo, com a falta de
auto-estima, falta de autoconfiança, escassez de relações interpessoais, existência de ansiedade e frustrações pessoais – em suma, ausência de emoções e
avaliações cognitivas positivas.
Esta situação bloqueiaSugestão
nos e lesa-nos, em maior
ou menor grau, ao nível
Realize exercício
das nossas emoções, bem
n.º1 do conjunto de
como ao nível da qualidade
actividades que se
encontram no final
dos nossos pensamentos e
deste livro, na seccomportamentos. As “solução “ACTIVIDADES
ções fáceis” (e.g. comida
PARA CRESCER”.
para compensar experiências negativas) e mais impulsivas podem, portanto, acarretar, por vezes, con18
sequências negativas, atraindo mais problemas, já
que o seu “efeito atenuante” dura pouco tempo. Para
evitar o ciclo vicioso da dependência, é importante
que sejamos capazes de analisar as nossas reacções, emoções e acções, momento a momento, de forma não crítica – só assim poderemos, sem
culpa, esboçar soluções viáveis e positivas para nós.
Será que o facto de não conseguirmos comer sem
parar se deve a uma disfunção neurológica, a um desequilíbrio do nosso organismo, ou a uma reacção
não adaptativa a um problema ou obstáculo na nossa
vida? Será que o desejo de nos embriagarmos para
esquecer é um motivo para atingir um certo prazer e
relaxamento, ou um sinal de que algo na nossa vida
está fora do nosso controlo e que, por isso, sentimos
uma grande tensão interior, a qual queremos fazer
desparecer?
Mantenha-se alerta e faça um rastreio constante
de si mesmo. O que pensa? O que sente? Como se
comporta?

19
O passado serve para evidenciar as nossas falhas e
dar-nos indicações para o progresso do futuro.
Henry Ford

Fazer as Pazes Com o Passado
Se calhar quase todos nós, em algum momento, tivemos o desejo de apagar certos episódios ou cenas
do teatro, mais ou menos aberto, que é a nossa vida.
Com o tempo aprendemos a aceitar que isso não é
possível - simplesmente não podemos eliminar nada
do que quer que já tenha acontecido. E, curiosamente, são as coisas que queremos apagar que mais vezes nos vêm à memória, em certas ocasiões e com
tão pequenas pistas.
Mas do compreender que tal possibilidade não
existe ao encarar os "erros" ou os acontecimentos
que pretendemos esquecer com uma certa leveza,
com um certo jogo de cintura e de espírito, ainda
20
demora o seu tempo. Requer maturação, muitas reflexões, novas formas de ver e de aceitar; em suma,
requer que sejamos capazes de “largar” os ressentimentos e as emoções negativas que nos vão consumindo a cada dia que passa.
É preciso estarmos dispostos e ter vontade para
realmente fazer as pazes com o passado, para nos
soltarmos das amarras e das emoções negativas associadas às memórias que desejamos não recordar.
Este é o passo, talvez, mais difícil, mas também o
mais gratificante. Faz com que seja necessário perdoarmos - a nossa pessoa e os outros. Não será tão simples como dizer cara a cara ou frente a um espelho
"eu perdoo-te" ou "eu perdoo-me"... Não! É algo que
tem um tempo próprio e é
pessoal.
Sugestão

Primeiro de tudo, é importante internalizarmos.
É preciso sentirmos, construirmos diariamente o
perdão dentro de nós; é
preciso viver cá dentro
uma realidade que nos diz
«Tu já não precisas de

Realize o exercício
n.º2 do conjunto de
actividades que se
encontram no final
deste livro, na secção
“ACTIVIDADES PARA
CRESCER”.

21
sentir mágoa ou ressentimento - tu fizeste o que
achaste ser certo na altura devida. És humano e, por
isso, tens o direito de errar e o dever de aprender
com isso, para depois poderes seguir em frente».
Em segundo lugar, devemos externalizar, sobretudo quando sabemos que o facto de reconhecermos
que perdoamos alguém tem um significado importante e sentido para outra pessoa. Comunicar o perdão
pode ser, inclusivamente, uma forma de nos libertarmos e de tornarmos válida a decisão de “deixar ir”
toda a bagagem negativa que nos bloqueia.
À medida que vamos aprendendo a perdoar, seja a
nós próprios, a outros ou a determinados acontecimentos de vida, experimentamos paz e bem-estar.
Retiramos de dentro de nós a culpa, a vergonha e a
raiva que tanta energia nos retiram, para agir e nos
adaptarmos de forma equilibrada às exigências do
nosso dia-a-dia e das relações com os outros. No fundo… perdoar vem essencialmente de dentro e da
nossa decisão de abrir mão dos ressentimentos.

22

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2 Capítulos do livro Estilo de Vida Positivo

  • 1. Não nos libertamos de um hábito, atirando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau a degrau. Mark Twain Quando Procuramos a Felicidade Nos Sítios Errados O desejo de “ser feliz” é, atrevo-me a dizer, universal. Embora a felicidade se mascare de diferentes formas, consoante a cultura e as tradições de cada um, quase todos nós procuramos sentirmo-nos bem, em equilíbrio – connosco e com os outros. Existem muitos factores que influenciam este nosso “equilíbrio fundamental”, que nos faz sentir com “saúde”, “vigorosos” e “activos”. Por exemplo: queremos viver de acordo com as nossas crenças, com os 15
  • 2. nossos sentimentos, mas também queremos viver em consonância com os outros, com o grupo. Queremos atingir as nossas próprias ambições e aspirações, mas também queremos conquistar metas semelhantes às das outras pessoas, para nos identificarmos e nos podermos comparar com elas. São, no fim, paradoxos atrás de paradoxos que justificam e embelezam a complexidade da nossa existência. Quando não conseguimos equilibrar as «balanças da vida» (ou, nos casos mais graves, quando não temos nada para pôr em cima das mesmas), a nossa sensação de “felicidade” começa a dissipar-se – e, a todo custo, tentamos recuperá-la; ou pelo menos temos o desejo, bem lá no nosso íntimo, de sermos felizes, de nos sentirmos novamente equilibrados. Mas nem sempre as nossas acções ou reacções são positivas, adequadas e adaptadas ao objectivo a que nos propomos ou queremos atingir – neste caso, a felicidade ou o “equilíbrio”. Nem sempre aceitamos também que as dificuldades fazem parte da vida e que estas são motivos de aprendizagem e preparação para o Futuro. Em vez de aceitarmos o que não é de todo mutável, buscamos incessante e obcessivamente a felicidade, pelos mais 16
  • 3. variados meios e, às vezes, a todo o custo. E, assim, tantas vezes cegos pelo desejo, deixamos que estes meios nos conduzam a comportamentos, pensamentos e emoções negativas, como a frustração e a ansiedade, simplesmente porque não criámos um momento para pensar e ponderar. É a partir, então, de um ciclo vicioso de procura, busca e frustração constantes que chegamos a comportamentos de dependência, como forma de obter estados de bem-estar e «alívio». Muitas pessoas já ouviram falar ou conhecem pessoas que se “perderam” no vício do jogo, que não conseguem parar de gastar dinheiro em compras desnecessárias, que usam o álcool para “afogar” as mágoas, ou que parecem verdadeiras chaminés ambulantes e compulsivas. Todas estas situações têm, muitas vezes, um ponto em comum: há uma motivação intrínseca para satisfazer uma determinada necessidade, neste caso, a de se sentir bem, “feliz”, eliminando um problema ou tensão – mas esta necessidade surge mascarada ou é erradamente confundida, provocando em nós uma tendência para agir de forma pouco adaptativa e meramente impulsiva. 17
  • 4. A não satisfação da necessidade real acaba por prolongar em nós o vazio interior e a tensão que nos impele para a resolução da descompensação ou da perda que sentimos. É aqui que entra em acção o ciclo dos comportamentos dependentes. O ciclo funciona da seguinte maneira: o nosso impulso conduznos a um comportamento que a curto-prazo funciona como uma “solução” para preencher o vazio interior que sentimos e eliminar a nossa tensão. Este vazio pode estar relacionado, por exemplo, com a falta de auto-estima, falta de autoconfiança, escassez de relações interpessoais, existência de ansiedade e frustrações pessoais – em suma, ausência de emoções e avaliações cognitivas positivas. Esta situação bloqueiaSugestão nos e lesa-nos, em maior ou menor grau, ao nível Realize exercício das nossas emoções, bem n.º1 do conjunto de como ao nível da qualidade actividades que se encontram no final dos nossos pensamentos e deste livro, na seccomportamentos. As “solução “ACTIVIDADES ções fáceis” (e.g. comida PARA CRESCER”. para compensar experiências negativas) e mais impulsivas podem, portanto, acarretar, por vezes, con18
  • 5. sequências negativas, atraindo mais problemas, já que o seu “efeito atenuante” dura pouco tempo. Para evitar o ciclo vicioso da dependência, é importante que sejamos capazes de analisar as nossas reacções, emoções e acções, momento a momento, de forma não crítica – só assim poderemos, sem culpa, esboçar soluções viáveis e positivas para nós. Será que o facto de não conseguirmos comer sem parar se deve a uma disfunção neurológica, a um desequilíbrio do nosso organismo, ou a uma reacção não adaptativa a um problema ou obstáculo na nossa vida? Será que o desejo de nos embriagarmos para esquecer é um motivo para atingir um certo prazer e relaxamento, ou um sinal de que algo na nossa vida está fora do nosso controlo e que, por isso, sentimos uma grande tensão interior, a qual queremos fazer desparecer? Mantenha-se alerta e faça um rastreio constante de si mesmo. O que pensa? O que sente? Como se comporta? 19
  • 6. O passado serve para evidenciar as nossas falhas e dar-nos indicações para o progresso do futuro. Henry Ford Fazer as Pazes Com o Passado Se calhar quase todos nós, em algum momento, tivemos o desejo de apagar certos episódios ou cenas do teatro, mais ou menos aberto, que é a nossa vida. Com o tempo aprendemos a aceitar que isso não é possível - simplesmente não podemos eliminar nada do que quer que já tenha acontecido. E, curiosamente, são as coisas que queremos apagar que mais vezes nos vêm à memória, em certas ocasiões e com tão pequenas pistas. Mas do compreender que tal possibilidade não existe ao encarar os "erros" ou os acontecimentos que pretendemos esquecer com uma certa leveza, com um certo jogo de cintura e de espírito, ainda 20
  • 7. demora o seu tempo. Requer maturação, muitas reflexões, novas formas de ver e de aceitar; em suma, requer que sejamos capazes de “largar” os ressentimentos e as emoções negativas que nos vão consumindo a cada dia que passa. É preciso estarmos dispostos e ter vontade para realmente fazer as pazes com o passado, para nos soltarmos das amarras e das emoções negativas associadas às memórias que desejamos não recordar. Este é o passo, talvez, mais difícil, mas também o mais gratificante. Faz com que seja necessário perdoarmos - a nossa pessoa e os outros. Não será tão simples como dizer cara a cara ou frente a um espelho "eu perdoo-te" ou "eu perdoo-me"... Não! É algo que tem um tempo próprio e é pessoal. Sugestão Primeiro de tudo, é importante internalizarmos. É preciso sentirmos, construirmos diariamente o perdão dentro de nós; é preciso viver cá dentro uma realidade que nos diz «Tu já não precisas de Realize o exercício n.º2 do conjunto de actividades que se encontram no final deste livro, na secção “ACTIVIDADES PARA CRESCER”. 21
  • 8. sentir mágoa ou ressentimento - tu fizeste o que achaste ser certo na altura devida. És humano e, por isso, tens o direito de errar e o dever de aprender com isso, para depois poderes seguir em frente». Em segundo lugar, devemos externalizar, sobretudo quando sabemos que o facto de reconhecermos que perdoamos alguém tem um significado importante e sentido para outra pessoa. Comunicar o perdão pode ser, inclusivamente, uma forma de nos libertarmos e de tornarmos válida a decisão de “deixar ir” toda a bagagem negativa que nos bloqueia. À medida que vamos aprendendo a perdoar, seja a nós próprios, a outros ou a determinados acontecimentos de vida, experimentamos paz e bem-estar. Retiramos de dentro de nós a culpa, a vergonha e a raiva que tanta energia nos retiram, para agir e nos adaptarmos de forma equilibrada às exigências do nosso dia-a-dia e das relações com os outros. No fundo… perdoar vem essencialmente de dentro e da nossa decisão de abrir mão dos ressentimentos. 22