2. Sinopse:
O nosso trabalho final irá retratar através de vinte fotografias o Palácio de
Mateus, localizado em Vila Real. O qual possui belezas interiores e exteriores, estas
últimas serão as quais a que iremos dar mais atenção pois iremo-nos focar
principalmente nas paisagens e jardins deste local.
Guião técnico:
Local:
- Palácio de Mateus
Material:
- Canon 500D
- Objectivas
- Tripé
Luz:
- natural
- semflash
Ângulos:
- Contra-picado
- Normal
- Picado
Planos:
- Grande plano
- Plano médio
- Primeiro Plano
3. Estudos:
História:
A Casa de Mateus foi mandada construir na primeira metade do século XVIII
por António José Botelho Mourão, 3º Morgado de Mateus. Em 1911 é classificada
como Monumento Nacional.
A arquitectura barroca, de gosto italiano, é atribuída a Nicolau Nasoni pela
coerência do estilo e semelhança com outras obras de sua autoria. Segundo Robert
Smith, especialista na sua obra, o arquitecto terá dedicado à construção da Casa, ou
pelo menos à sua fachada central e decoração, cerca de 5 anos.
Para além do esplendor barroco da fachada principal e da riqueza da
decoração, composta por cimalhas curvas, frontões, pináculos e estatuária,
impressiona a racionalidade da planta e o rigor da métrica e da modulação.
A planta inscreve-se num rectângulo, e divide-se em dois quadrados
vazados ao centro, que criam várias alas e compõem dois pátios ligados entre si
por grandes aberturas no piso térreo. O pátio frontal é aberto libertando a vista da
fachada principal recuada e voltada a poente, e o posterior é encerrado, e definem
através dos grandes vãos do rés-do-chão um eixo central de perspectiva que
atravessa toda a construção, e constitui um enfiamento de expressão clássica e
grande harmonia.
O acesso ao piso nobre faz-se por duplas escadarias que se repetem nas fachadas
transversais dos dois pátios, duas a poente e uma a nascente, e acentuam a
simetria e o movimento barroco de toda a ornamentação.
No 1º andar, entre os pátios e com fachadas sobre ambos, ao centro da construção
e definindo a linha de união dos dois quadrados que compõem a planta, localiza-se
o Salão de Entrada. Dá acesso a norte e a sul, respectivamente à Biblioteca e ala de
quartos, e à Sala do Tijolo e ala das salas. As duas alas são ligadas entre si no topo
nascente através de uma ala com quartos que dá acesso ao Coro da Capela.
O granito amarelo constrói as paredes duplas e desenha as cantarias, e a madeira
de castanho aparente compõe as portadas, a talha que trabalha os tectos de
caixotão simples ou abobadado e as sobreportas com motivos da heráldica da
família.
Completam o conjunto a Capela e a Adega, contribuindo para a monumentalidade
da leitura global, com as suas volumetrias de grande harmonia.
Referências em documentos do arquivo da Casa e a análise atenta da planta e
elementos da construção, apontam para a identificação de possíveis pré-
existências da primitiva construção e diferentes campanhas de obras. Diferente
constituição da alvenaria de pedra em paredes e distintas espessuras podem
significar obras sucessivas, sendo nesta hipótese mais recentes as alas frontais do
edifício, tese colocada por Vasco Graça Moura nosseus estudos sobre a Casa.
A partir de 1979 o actual Presidente da Fundação, D. Fernando de Sousa Botelho
de Albuquerque, e sua Mulher D. Maria Amélia, adaptam todo o conjunto às
actividades culturais de sua iniciativa.
No princípio da integração e respeito pelo existente, embora sem prejuízo da
introdução de critérios de modernidade são restaurados e reabilitados a Casa e os
anexos agrícolas. É criado um circuito expositivo alargado e vários novos núcleos
4. de exposição que integram o espólio da Família e complementam o Museu, que é
remodelado.
O Barrão da Eira é recuperado para apoio à realização das actividades da Fundação
sendo construídos, em anexo, camarins de apoio; a Adega sofre obras de
recuperação e é equipada de acordo com as novas exigências técnicas; e o antigo
Lagar de Azeite é reabilitado e ampliado para a instalação da Residência de
Artistas.
A escultura de João Cutileiro, que desde 1981 dorme no Lago, integrou já a imagem
da Casa.
Missão:
A Fundação da Casa de Mateus foi instituída em 3 de Dezembro de 1970 por D.
Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque, Conde de Mangualde, de Vila Real e de
Melo, que doou uma parte substancial do seu património a esta instituição.
Os seus objectivos eram claros: garantir a persistência no tempo de um Património
e partilhar uma Memória que a Casa de Mateus corporiza e simboliza.
Essa preocupação não era exclusivo apanágio do instituidor. Muito tempo antes
dele, ao longo de sucessivas gerações, os seus antepassados foram construindo as
bases e reunindo os meios que permitiram a salvaguarda do património familiar.
D. Francisco soube interpretar este padrão familiar, actualizando-o e criando as
condições necessárias para a sua viabilização no século XXI.
Os fins estatutários da Fundação da Casa de Mateus são a preservação da Casa, o
estudo do seu arquivo e a promoção de actividades culturais, científicas e
pedagógicas.
Hoje a Fundação é uma organização dinâmica, voltada para a Comunidade e ao
promover o conhecimento e a excelência nas suas mais variadas intervenções,
ocupa um lugar de destaque no panorama nacional e internacional, para o qual
aponta o esforço colectivo e individual da família do instituidor.