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Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Licenciatura em História da Arte
Seminário de Projeto II
2003-2004
Subsídios Para o Estudo
da Arquitetura
Sacra Privada de Gondomar
– Tipologia de Fachadas –
Discente: Tânia Raquel Ferreira Ribeiro
Orientador Científico: Professor Manuel Joaquim Moreira da Rocha
2
Agradecimentos
3
Agradecimentos
Iniciamos esta apresentação agradecendo aos que nos prestaram o seu auxílio,
quer através do fornecimento de informações, quer possibilitando o acesso a
determinados documentos, quer ainda incentivando em épocas de desânimo.
Assim, agradecemos à Dra. Natércia França, do gabinete de Património Cultural da
Câmara Municipal de Gondomar, por ter facultado informação bibliográfica, de outro
modo inacessível. Agradecemos ainda aos técnicos do Arquivo Histórico Episcopal do
Porto, Dr. Belmiro Costa e Dr. João Paz, pela atenção e paciência dispensadas na leitura
documental. Em geral, aos proprietários e funcionários das quintas, pela simpatia, e em
especial à senhora Maria da Luz Silva, da Quinta da Bouça, em Valbom, e ao Frei Júlio
Ramos, pertencente à Ordem dos Capuchinhos de Gondomar que são os proprietários
da Quinta da Bouça-Cova, em S. Cosme, pela atenção e tempo disponibilizados e
informação oral fornecida. Agradecemos ainda ao pai e mãe pela disponibilidade e por
despender de dias de descanso face à nossa necessidade de fotografar e tomar contacto
com o objeto em estudo, à Sandra Senra pela amizade e apoio incondicional, à Maria
Teresa Fernandes pela atenção e disponibilização das fotografias das capelas
particulares das freguesias de Rio Tinto, Baguim do Monte e Fânzeres, e ao orientador,
Manuel Joaquim Moreira da Rocha, pelo estímulo à inteligência e pelo incentivo em horas
de esmorecimento.
A todos o nosso sincero agradecimento.
4
Índice Geral
5
Índice Geral Páginas
Agradecimentos 2
Índice Geral 5
Índice de Imagens 6
Índice de Quadros 8
Siglas e Abreviaturas 9
Introdução 11
1 – Caracterização Geral da Arquitetura Sacra Privada 14
1.1 - Tipologias de Fachada 31
Conclusão 40
Apêndice
- Geral 42
Anexo
- Proposta de Valorização Identitária 50
Fontes e Bibliografia 52
6
Índice de Imagens Páginas
Fig.1 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição
(1708), Jovim
14
Fig. 2 - Tímpano do frontão triangular 14
Fig.3 - Sineira 15
Fig.4 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição
(1703), Fânzeres
15
Fig. 5 - Sineira 15
Fig. 6 - Pilastra de canto 16
Fig. 7 - Fachada da capela de Santa Eulália (1711),
Fânzeres
16
Fig. 8 - Fachada da capela de Santo Apolinário
(1717), Lomba
17
Fig. 9 - Pilastra de canto e pináculo piramidal de
base quadrangular
17
Fig. 10 - Fachada da capela de N. Sr.ª Mãe dos
Homens (1726), S. Cosme
18
Fig. 11 - Nicho com imagem de S. Manuel 18
Fig. 12 - Fachada da capela de S.ta Ana (1732), 18
Fig. 13 - Pormenor da Fachada de S.ta Ana 18
Fig. 14 - Fachada e empena da capela de N. Sr.ª do
Rosário (1736), Valbom
19
Fig. 15 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição
(1741), S. Cosme
20
Fig. 16 - Revestimento azulejar 20
Fig. 17 - Fachada da capela de N. Sr.ª da
Apresentação, Valbom
20
7
Fig. 18 - Fachada da capela de S. Paulo,
Valbom
21
Fig. 19 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição,
Valbom
21
Fig. 20 - Portal rematado por cornija 21
Fig. 21 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Vitória,
Melres
22
Fig. 22 - Remate do Portal 22
Fig. 23 - Frontão Circular Contracurvado 22
Fig. 24 - Fachada da capela de S. Nicolau de
Tolentino, Covelo
22
Fig. 25 - Pedra de armas da família Carneiros e
Albuquerque
22
Fig. 26 - Fachada da capela de Santo Inácio de
Loyola, Baguim do Monte
23
Fig. 27 - Fachada da capela de N. Sr.ª do Amparo,
Rio Tinto
23
Fig. 28 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Lapa,
Rio Tinto
24
Fig. 29 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição,
Rio Tinto
24
Fig. 30 - Janela da capela de N. Sr.ª da Lapa 24
Fig. 31 - Janela da capela de N. Sr.ª da Conceição 24
Fig. 32 - Fachada da capela da Sagrada Família
(1786), S. Cosme
25
Fig. 33 - Pormenor 25
Fig.34 - Fachada da capela de Santa Luzia, Covelo 25
Fig. 35 - Remate do Portal 25
8
Fig. 36 - Fachada da capela de N. Sr.ª do Amparo,
Foz do Sousa
26
Fig. 37 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Liberação,
Foz do Sousa
26
Fig. 38 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição,
Valbom
27
Fig. 39 - Fachada da capela d a Sagrada Família
(1854), Valbom
27
Fig. 40 - Janela rematada por cornija 27
Fig. 41 - Fachada da capela de N. Sr.ª das Dores
(1857), Jovim
28
Fig. 42 - Torre 28
Fig. 43 - Fachada da capela de S. Joaquim (1864),
Rio Tinto
29
Índice Quadros Páginas
Quadro 1 - Remate de fachadas 33
Quadro 2 - Figuras Geométricas 35
Quadro 3 - Figuras resultantes do cruzamento de
tipologias de remates e dos tipos de corpo de fachada 36
Quadro 4 - Cruzamento das diferentes tipologias de
fachadas com o tipo de vãos, das suas situações e
da composição. Desenhos e figuras geométricas
resultantes 37
9
Siglas e Abreviaturas
10
Siglas e Abreviaturas
A.H.P.E.P. – Arquivo Histórico do Paço Episcopal do Porto
Ap. – Apêndice
cit. – citado
cf. – confronte
col. – colecção
Doc./Docs. – Documento/Documentos
Ed. /ed. – Editor/edição
Fasc. – Fascículo
n.º - número
N. – Nossa
o.c. – obra citada
p. – página/páginas
s/d. – Publicação sem indicação da data de edição
s/e. – Publicação sem indicação da editora
s/l. – Publicação sem indicação do local de edição
séc./sécs. – século/séculos
segs. – seguintes
Sr.ª - Senhora
St.ª - Santa
Trad. – Tradução
Vol. – Volume/Volumes
11
Introdução
12
Introdução
Sendo o tema geral a Arquitetura Religiosa Privada, o que nos remete para as
capelas associadas a quintas, pretendemos realizar uma caracterização geral, de modo
a entendermos o conjunto da arquitetura sacra privada de Gondomar, e criar tipologias
de fachadas. Assim, surgiu o título Subsídios para o Estudo da Arquitetura Sacra Privada
de Gondomar – Tipologia de Fachadas, já que é um tema pouco abordado e de particular
interesse para uma melhor perceção deste tipo de arquitetura no concelho.
O espaço geográfico é caracterizado por uma grande tradição agrícola conservando-
se em certas zonas uma forte ruralidade.
A construção de uma capela particular, para além de ser a edificação da felicidade
sempiterna do céu, servia também para exibir perante a sociedade as posses económicas
de quem a mandava erigir e, perante a Igreja, a fé. Para além deste existiam outros
motivos, como nos foi possível averiguar aquando da consulta das Constituições Sinodais
do Bispado do Porto.
O objeto de estudo é o conjunto de vinte e cinco capelas. É com base na
documentação existente, no fator tempo – que limita o aprofundamento do estudo – e
nas características comuns, que direcionamos o nosso estudo. Deste modo, os fatores
dirigem-nos para a caracterização geral desta arquitetura no âmbito gondomarense e
para a conceção de tipologias de fachadas.
No que se refere à metodologia de pesquisa, empregamos o método positivista –
através da análise de documentos presentes no Arquivo Histórico do Paço Episcopal do
Porto, que nos permitem chegar a uma data precisa. Utilizamos ainda o método
formalista, através da leitura analítica do objeto de estudo que, juntamente com
informações fornecidas pela bibliografia adequada à pesquisa, nos permite caracterizar,
de um modo geral, a arquitetura religiosa privada de Gondomar.
O corpo de desenvolvimento deste estudo encontra-se reunido num único capítulo
onde é feita a caracterização geral da arquitetura sacra privada de Gondomar com o
objetivo de perceber quais os aspetos que caracterizam este tipo de arquitetura num
concelho de âmbito rural. Esta caracterização serve-nos para a construção do subponto
onde se procede à conceção de tipologias de fachadas. Este será baseado no estímulo
recebido a partir da leitura da dissertação de doutoramento do professor José César
Vasconcelos Quintão.
Em seguida surge a conclusão onde pretendemos fazer uma síntese do trabalho
desenvolvido no capítulo e subponto anteriores e tirar ilações que contribuam para um
mais profundo conhecimento e entendimento deste tipo de arquitetura em Gondomar.
Neste ponto é nosso objetivo também deixar em aberto questões e possíveis abordagens
que não cabem no âmbito do nosso trabalho e que, se espera, alguém retome, algum
dia, de modo a dar-lhes resposta e a aprofundar o tema em estudo, já que este é de
extrema importância para o estudo da cidade e contribuí para um melhor conhecimento
da zona em vários aspetos. O texto surge acompanhado de fotos e desenhos, de modo
a completá-lo e a torná-lo mais inteligível. Temos depois os apêndices: geral – onde se
encontram quadros e o mapa; documental – onde transcrevemos as fontes manuscritas
consultadas mas não exploradas na totalidade e que deixam em aberto outras
abordagens; fotográfico – onde apresentamos um complemento de material visual que
permite ter acesso a outros pontos de vista dos edifícios para além da fachada e que
auxilia o entendimento global do edifício e da sua envolvência. A este ponto segue-se o
anexo, onde apresentamos uma proposta de valorização deste tipo de arquitetura
gondomarense com o objetivo de fazer com que a Câmara Municipal de Gondomar se
aperceba, a tempo, do seu valor e se interesse em estudá-la. Por fim, surgem as fontes
13
e bibliografia, onde se encontram as referências documentais e bibliográficas usadas no
âmbito do trabalho.
Mapa do Concelho de Gondomar e divisão em freguesias
14
1 – Caracterização Geral da Arquitetura Sacra Privada
Através deste estudo pretendemos detetar formas comuns e diferenciais que nos
conduzam a uma caracterização geral desta arquitetura no âmbito gondomarense e à
conceção de tipologias de fachadas.
A abrangência de todo o concelho permitiu-nos verificar que em duas das doze
freguesias que compõem o concelho de Gondomar, não existe qualquer capela
particular, mas, em compensação, nas restantes foi possível localizar vinte e cinco, sendo
a freguesia de Valbom a que tem mais exemplares.
O nosso objeto de estudo é a fachada principal de cada capela, já que é esta que
distingue os espaços civil e religioso, que representa o principal papel no exterior do
edifício, é a sua cara e o início do percurso do crente.
Seria interessante realizar um estudo não só formal mas também espacial dos
edifícios, mas para se cruzar dados sobre o interior e o exterior, teríamos que ter tido
acesso ao interior de modo a entender a espacialidade, o que não foi possível.
“A vontade aparente de permanecer no adro sem entrar (…) não é um ato de defesa
(…) é uma opção deliberada (…)”pelo facto de a fachada principal ser um elemento de
extrema importância para a “(…) representatividade do sentimento religioso e, como tal,
é a única parte do todo a que este trabalho se vai dedicar.”
Os edifícios em estudo encontram-se inseridos numa cronologia que abarca o
século XVIII e o XIX, notando-se uma certa persistência decorativa no final de um
período e inícios de outro. Assim, “os primeiros anos do século XVIII são ainda em
grande parte uma sobrevivência do século XVII”, como é exemplo a capela de N. Sr.ª
da Conceição (1708), em Jovim, cuja decoração geométrica austera presente no tímpano
do frontão triangular – dois triângulos retângulo, e na sineira – quadrângulos que se
repetem, remete para a permanência do gosto, sóbrio e quase despojado de
ornamentos, maneirista ainda dominante na primeira década de setecentos.
Fig. 2 - Tímpano do frontão
Fig. 1 – Fachada da capela de N. Sr.ª triangular
da Conceição (1708), Jovim
15
Fig. 3 – Sineira
Apesar de o barroco ter iniciado o seu período de
experimentação já durante o último quartel do século XVII as
suas manifestações estão ainda muito presas ao passado. Só a
partir da segunda década do século XVIII “se inicia
verdadeiramente a grande renovação”, até aí a arquitetura
manteve-se “fiel por muito tempo às formas do Maneirismo”. A
linguagem barroca esboçou-se mais pela via decorativa do que
arquitetónica. Nas pequenas capelas particulares de Gondomar,
construídas de um modo estático, surge em elementos
decorativos da fachada principal, onde também se encontram
elementos ornamentais e estruturais de permanência clássica.
A capela de N. Sr.ª da Conceição (1703), da Casa de Montezelo, em Fânzeres, é
um pouco anterior à de Jovim e em comparação apenas se aproximam no aspeto muito
semelhante da sineira.
Fig. 5 - Sineira
Fig. 4 – Fachada da capela de N. Sr.ª
da Conceição (1703), Fânzeres
São também de salientar os elementos presentes no seguimento das pilastras de
canto. Estes assemelham-se a pilastras em miniatura que elevam uma esfera, são muito
altos e sobressaem de tal maneira que a fachada é projetada ascensionalmente por eles,
tornando-os quase no centro das atenções do conjunto da fachada – de eixo axial
vincado por portal e um pequeno óculo oval de moldura granítica simples – terminada
em empena angular interrompida pela sineira.
16
Fig. 6 – Pilastra de canto
Na de Jovim a fachada termina em empena angular
cortada, onde assenta a sineira rematada por um pequeno
elemento decorativo, muito semelhante ao terminar das
pilastras da capela de Montezelo, que não é mais do que o
culminar do eixo axial composto pelos vãos: portal e
pequena janela gradeada com molduras de granito
simples.
O caso da capela de Santa Eulália (1711), em
Fânzeres, é considerado como tendo um eixo axial, formado
pelo portal, pequena abertura retangular e cruz, no cima da
empena, mas, na verdade, a minúscula abertura acima do
portal está descentrada, encontrando-se ligeiramente mais
para a esquerda do eixo. É uma fachada sem decoração,
ostentando apenas pilastras de canto e pináculos
terminados em elementos cónicos.
Fig. 7 – Fachada da capela de Santa Eulália
(1711), Fânzeres
Na Lomba temos a capela de Santo Apolinário (1717), de portal com moldura em
granito, rematado com um saliente frontão triangular interrompido, de onde surge um
elemento oval elevado por segmentos curvos convexos. Com óculo chanfrado a formar
o eixo axial que termina na cruz de pedra sobre a empena cuja base tem a forma de
duas volutas. A fachada é moldurada por pilastras de canto, com uma faixa esculpida
em baixo-relevo que lembra ainda a rigidez geométrica da decoração maneirista, as
quais culminam em pináculos piramidais de base quadrangular.
17
Fig. 8 – Fachada da capela de Fig. 9 – Pilastra de canto e pináculo
Santo Apolinário (1717), piramidal de base quadrangular
Lomba
É uma fachada cujos elementos decorativos mostram já um crescente cuidado
nesse aspeto, ou seja, é a paulatina entrada do barroco a partir da primeira década de
setecentos e o consequente afastamento das formas maneiristas. Todos estes elementos
graníticos presentes na fachada são de grande qualidade em termos de traço e
realização, o que implica a mão de um bom desenhador e canteiro. Apesar de ser de
pequenas dimensões esta tem uma certa elegância conferida pelo facto de se encontrar
em bom estado de conservação, pela qualidade do desenho e feitura dos ornamentos e
ainda pelos altos pináculos.
A capela de N. Sr.ª Mãe dos Homens (1726), em S. Cosme, tem uma fachada
marcada pelo eixo axial: portal, de verga lisa e sem qualquer tipo de remate; nicho, com
uma estrutura em arco de volta perfeita assente em pilastras, com uma faixa esculpida
em baixo-relevo que mostra ainda a presença do gosto austero da ornamentação
geométrica maneirista. Este alberga a imagem de São Manuel esculpida também com
linhas duras; óculo, grande e de moldura simples; e, por fim, a pequena cruz que se
eleva de um cubo de granito que sobrepuja o vértice da empena. As pilastras terminam
em pináculos piramidais com estrias sobre base quadrada.
18
Fig. 11 – Nicho com imagem
de S. Manuel
Fig. 10 – Fachada da capela de N. Sr.ª
Mãe dos Homens (1726), S. Cosme
A capela de Santa Ana lembra a de S. Paulo pelo
aspeto nu da pedra. Esta ostenta uma fachada muito
original – marcada pelo eixo axial: portal e óculo, sem a
típica cruz no vértice da empena – pelo facto de
apresentar um portal protegido por um pequeno
alpendre sustentado por pilares tão simples que
remetem para os esteios de granito usados nas vinhas
para segurar as videiras.
Fig. 12 – Fachada da capela de
S.ta Ana (1732)
Fig. 13 – Pormenor da fachada de S.ta Ana
Em seguida há o facto de o remate do
portal ter a forma de um frontão triangular
interrompido por um elemento vertical, aspeto
dado pelo desenho produzido pela disposição
das pedras, que serve de eixo aos dois
triângulos retângulo, de desenho geométrico
rigoroso e austero, que lembram os presentes
no tímpano da capela de N. Sr.ª da Conceição,
em Jovim. A grande diferença é que esta era de
1708, enquanto que a de Santa Ana é já de 1732, o que indica, mais uma vez a
permanência dos gostos ao longo do tempo.
19
Quatro anos depois é construída a capela de N. Sr.ª do Rosário, em Valbom e
continuamos com a axialidade: portal, rematado por cornija, óculo e cruz. Esta encontra-
se em mau estado – apresentando parte da pedra à vista e aparentando já sinais de
entrada de humidades – necessitando de uma intervenção de restauro e conservação.
Fig. 14 – Fachada e empena da capela de N. Sr.ª do Rosário (1736), Valbom
A base da cruz que encima a empena é semelhante à da capela de Santo
Apolinário – com a forma de duas volutas. A moldura da empena e a ornamentação das
pilastras é muito saliente. Na continuação destas crescem esferas cuja base é um cubo
– recordando as esferas da capela de N. Sr.ª da Conceição, de Fânzeres, salvo no facto
do suporte do cubo e na questão cronológica. É uma capela de pequenas dimensões
mas com uma fachada que ostenta elementos ornamentais e arquitetónico de grande
qualidade.
Novamente em S. Cosme temos a capela de N. Sr.ª da Conceição (1741). Esta
encontra-se em avançado estado de ruína, tendo já ruído parte da cobertura, Felizmente
a fachada continua de pé, a única observação é o facto de ter caído o pináculo do lado
da epístola e, presumimos, o culminar da cruz. A fachada encontra-se revestida a
azulejos, em azul e branco com motivos florais de padrão, da empena até à verga do
portal, dai até ao solo está cimentada, mostrando que foi alvo de intervenções –
Quando? – Não sabemos! Os vãos encontram-se distribuídos de uma forma que lembra
de imediato uma habitação: uma porta, rematada por cornija, no rés-do-chão, e duas
janelas, no andar superior, sem qualquer ornamentação.
20
Fig. 16 – Revestimento azulejar
Fig. 15 – Fachada da capela de N. Sr.ª
Da Conceição (1741), S. Cosme
Para as capelas que trataremos a seguir não encontramos datação exata, sendo
apenas possível afirmar a sua existência antes de 1758, data das «Memórias
Paroquiais».
A capela de N. Sr.ª da Apresentação, em Valbom, exibe uma fachada sóbria em
termos decorativos. Não ostenta pináculos na continuação das pilastras nem qualquer
outra decoração. É marcada axialmente pelo portal e óculo circular de moldura reta e
simples de granito e é rematada com frontão triangular de moldura evidenciada –
remetendo para as formas clássicas que persistiram ao longo dos tempos como modelos
de equilíbrio e rigor matemático – que culmina numa cruz.
Próximo desta, em termos geográficos, temos a capela
de S. Paulo. De eixo axial marcado, mais uma vez, por portal,
rematado por uma saliente cornija, e óculo, de moldura
chanfrada, em granito. A fachada termina em empena angular
e sobre o seu vértice cresce uma cruz em granito sobre base
quadrada igual às dos pináculos piramidais que surgem na
continuação das pilastras de canto. Esta capela foi
intervencionada tendo sido retirada toda a argamassa que
cobria a pedra e as suas juntas foram ainda cimentadas e
pintadas de branco, resultando na alteração do aspeto
contrastante entre o branco da cal e o escuro granito dos
remates.
Fig. 17 – Fachada da capela
de N. Sr.ª da Apresentação, Valbom
21
Ainda na mesma freguesia temos a capela de N. Sr.ª da
Conceição, da quinta da Bouça. A sua fachada é marcada
pontualmente pela única abertura constituída pelo portal
rematado por cornija, sendo desprovida de pilastras e pináculos
e terminando simplesmente com uma singela cruz de granito
no vértice da empena. Temos uma fachada extremamente
simplificada a nível arquitetónico e decorativo, o que a torna
atemporal.
Fig. 18 – Fachada da capela
de S. Paulo, Valbom
Fig. 20 – Portal rematado por cornija
Fig. 19 – Fachada da capela de
N. Sr.ª da Conceição, Valbom
A capela de N. Sr.ª da Vitória, em Melres, apresenta uma fachada onde foi
utilizada uma linguagem mais erudita, dentro do espaço rural, com portal rematado com
frontão curvo interrompido, por um elemento com dois segmentos convexos que se
unem para sustentar e elevar elegantemente uma pequena esfera, e janela de verga
curva a marcar o eixo axial. Todas as molduras são bastante proeminentes, recordando
as da capela de N. Sr.ª do Rosário e levando-nos a questionar – Será esta capela da
década de trinta ou quarenta do século XVIII? A fachada termina em frontão circular
contracurvado, com entablamento que acompanha a forma curva da verga da janela, o
que dá um certo movimento à fachada. A elegância e o sentido ascensional são-nos
transmitidos pela sua altura, frontão e a cruz que o encima e pelos ângulos sublinhados
pelas pilastras de granito que emolduram e contrastam com o branco do pano caiado.
22
Fig. 21 – Fachada da capela de N. Sr.ª da Vitória, Melres
Fig. 22 – Remate do portal Fig. 23 – Frontão circular
contracurvado
A capela de S. Nicolau de Tolentino, em Covelo, tem como única abertura, na
fachada principal, o portal rematado por cornija. Esta é coroada por frontão triangular
cortado que ostenta a pedra de armas da família (Carneiros e Albuquerques), a qual só
poderia ser utilizada como elemento decorativo na fachada de uma capela particular com
uma autorização especial do Bispado. Não sabemos se foi esse o caso da capela de mas
sem dúvida que é um elemento usado como dignificação da sua fachada principal e
como afirmação da família perante a vizinhança. Sobre o frontão eleva-se a sineira e no
prolongamento das pilastras de canto os pináculos piramidais de base quadrada.
Fig. 25 – Pedra de Armas da família
Carneiros e Albuquerque
Fig. 24 – Fachada da capela de
S. Nicolau de Tolentino, Covelo
23
Fig. 26 – Fachada da capela
de Santo Inácio de Loyola,
Baguim do Monte
Da segunda metade do século XVIII, dentro de uma
linguagem mais erudita, temos a capela de Santo Inácio de
Loyola, em Baguim do Monte e N. Sr.ª do Amparo, em Rio Tinto,
que, apesar de serem cronologicamente muito próximas,
apresentam características bastante diferentes. A grande
diferença encontra-se na decoração e no número de aberturas,
enquanto a fachada da primeira é detentora de janelas
devocionais, com moldura granítica de desenho ondulante, portal de verga lisa com
remate em “frontão de duas volutas, interrompido por dois
segmentos convexos que elevam e suportam uma concha” e
óculo que “segue o esquema das aberturas polilobadas de
Pozzo”, a segunda não apresenta janelas devocionais, somente
um portal de verga lisa rematado por “frontão em arco de volta
perfeita com extremos retos, interrompido por dois segmentos
convexos que sustentam um ornamento ondulante” e um óculo
circular interrompido, por uma flor-de-lis estilizada, na nona
superior.
Fig. 27 – Fachada da capela
de N. Sr.ª do Amparo, Rio Tinto
O mesmo já não acontece com as capelas de N. Sr.ª da Lapa e de N. Sr.ª da
Conceição, ambas em Rio Tinto. Estas são realmente muito semelhantes, com portal
sobrepujado por remate em “frontão triangular interrompido por um elemento” que se
ergue. Ambas têm janelas devocionais “polilobadas, retiradas do tratado de Pozzo”,
encontrando-se as diferenças na situação da sineira – enquanto na primeira esta se
localiza do lado do Evangelho, na segunda está do lado da epístola – na decoração da
janela, tendo a da N. Sr.ª da Lapa “enrolamentos que lembram uma cartela ”e uma
concha espalmada a remeter-nos para o gosto vigente na época, a decoração rocaille. A
decoração de N. Sr.ª da Conceição é ainda de pendor barroco, com saliências e
reentrâncias na moldura pétrea.
24
Fig. 28 – Fachada da capela de Fig. 29 – Fachada da capela de
N. Sr.ª da Lapa, Rio Tinto N. Sr.ª da Conceição, Rio Tinto
Fig.30 – Janela da capela de Fig. 31 – Janela da capela
N. Sr.ª da Lapa de N. Sr.ª da Conceição
Na capela da Sagrada Família, em S. Cosme, já do último quartel do século XVIII,
a aproximação à vernacularidade pela ausência de ornamentos é ainda maior. O seu
eixo axial, marcado pelo portal, de moldura simples, óculo, de moldura granítica lisa, e
cruz no cimo da empena, não ostenta qualquer tipo de decoração, encontrando-se um
simples apontamento nas saliências das pilastras.
25
Fig. 33 - Pormenor
Fig. 32 – Fachada da capela da
Sagrada Família (1786), S. Cosme
Este é mais um caso de arquitetura atemporal, o que nos levaria a localizá-lo no
tardo-barroco ou nos inícios do neoclassicismo seria a data da edificação (1786), mas a
sua imagem leva-nos a dizer que poderia ter sido edificada em qualquer época, tem uma
imagem atemporal, à semelhança das capelas de N. Sr.ª da Conceição, da quinta da
Bouça, e de N. Sr.ª da Apresentação, ambas em Valbom.
Da segunda metade de setecentos é ainda a capela de Santa Luzia, em Covelo,
com uma fachada que tende já para uma decoração muito mais simplificada, cingindo-
se somente ao remate do portal – cornija sobrepujada por frontão curvo interrompido,
formado por elementos pétreos proeminentes. De resto, todas as aberturas são
molduradas por granito sem qualquer ornamento e são chanfradas, tanto as pequenas
janelas que se encontram ao nível do remate do portal como o óculo de pequenas
proporções que o encima. A fachada termina em empena e tem uma cruz no seu vértice.
É ainda de referir a inexistência de pilastras, distanciando-se ainda mais de uma
linguagem decorativa erudita, mesmo que de cariz rural.
Fig. 34 – Fachada da capela de Fig. 35 – Remate do portal
S.ta Luzia, Covelo
26
Ainda da segunda metade do século XVIII temos a capela de N. Sr.ª do Amparo,
em Foz do Sousa, sobre a qual há a salientar o facto de ter uma única abertura – o
portal, não ter pilastras e pináculos – apenas uma cruz sobre base quadrada no vértice
da empena, a total inexistência de qualquer ornato, e ainda o facto de se encontrar ao
abandono. Esta fachada é de tal modo parca em ornamentação que não permite situá-
la cronologicamente, sendo este mais um caso de atemporalidade e de forte pendor
vernacular a juntar aos anteriores.
Fig. 36 – Fachada da capela de
N. Sr.ª do Amparo, Foz do Sousa
Para estas duas capelas que acabamos de analisar não existe datação precisa,
apenas, e mais uma vez, a referência cronológica das «Memórias Paroquiais» de 1758,
às quais já nos referimos anteriormente – sendo portanto posteriores à data do inquérito
na medida em que não surgem na resposta à pergunta número treze.
Quanto ao século XIX, temos um único caso que cabe na primeira metade, a
capela de N. Sr.ª da Liberação (1849), também em Foz do Sousa, na qual, apesar das
alterações sofridas, é ainda possível apercebermo-nos das suas linhas gerais. Mais uma
vez sem ornamentos nem pilastras, a sua fachada, resultando num eixo axial composto
por portal e postigo de moldura simples em granito, transmite sobriedade.
Fig. 37 – Fachada da capela de
N. Sr.ª da Liberação (1849), Foz do Sousa
27
A capela de N. Sr.ª da Conceição, da Quinta da Vinha, em Valbom, será de
meados do século XIX. È marcada axialmente por portal de arco infletido e óculo oval,
ambos de moldura simples de granito, num recordar da arquitetura gótica traduzido para
uma linguagem vernacular. A sua sineira encontra-se colocada num arco que une a
capela à casa e lembra as das capelas de N. Sr.ª da Conceição em Jovim e em Fânzeres.
Fig. 38 – Fachada da capela de
N. Sr.ª da Conceição, Valbom
Assim, partimos para a segunda metade de oitocentos, durante a qual se vive,
no Porto, uma mudança de gosto através da influência do neopalladianismo trazido por
ingleses e através do retorno à preferência por formas históricas, clássicas e medievais.
Mais uma vez, esses revivalismos vão ser visíveis em Gondomar de um modo mais
simplificado, mais vernacular. Mas, como nas épocas anteriores, há ainda a perduração
do gosto precedente. A capela da Sagrada Família, em Valbom (1854), é bem reflexo
disso, apresentando uma fachada de pendor classicizante, pelo uso de frontão triangular
com medalhão de granito ao centro, e barroquizante, através do uso de verga arqueada
na janela, fazendo lembrar a da capela de N. Sr.ª da Vitória, em Melres. A localização
da sua fachada face à orientação do altar é também original – esta é lateral face ao altar
– as suas aberturas formam um eixo axial: portal, rematado por cornija, e janela de
grandes dimensões sobrepujada por cornija, encontrando-se em bom estado de
conservação, apesar de ser necessário restaurar a cruz que caiu do topo do frontão e a
urna que culmina a pilastras do lado da epístola que se encontra caída no telhado.
Fig. 39 – Fachada da capela da Fig. 40 – Janela rematada
Sagrada Família (1854), Valbom por cornija
28
A capela de N. Sr.ª das Dores (1857), em Jovim, é um exemplo de revivalismo
de formas góticas, no caso do remate trilobado do portal principal e do coroamento do
frontão trilobado da fachada. A forma trilobada destes elementos remete para os arcos
com este formato usados nas aberturas de edifícios góticos. Será uma reminiscência
medieval do formato das aberturas reproduzido em frontão? Esta mesma forma surge
na torre – realizada posteriormente - criando uma miniatura de um templo onde o
elemento estrutural descarrega o peso suportado para pilastras. Esta capela é um caso
único, na medida em que os seus vãos formam um duplo eixo axial. A fachada é
composta por dois panos formados por uma pilastra central e por uma em cada canto.
Cada pano é marcado por um eixo axial formado por portal e óculo. O portal principal e
o maior óculo ocupam o maior pano que é rematado pelo frontão trilobado, sendo o
outro pano mais pequeno composto por portal sem remate e óculo de menor dimensão
mas é encimado pela torre, que tenta compensar a largura da fachada com a altura da
agulha que a remata. Esta capela encontra-se em avançado estado de degradação,
restando apenas a estrutura mural.
Fig. 42 - Torre
Fig. 41 – Fachada da capela de N. Sr.ª das Dores (1857), Jovim
A capela de S. Joaquim (1864), em Rio Tinto, tem uma fachada marcada por
janelas devocionais com moldura quadrilobada que ladeiam o portal, por uma janela de
moldura granítica simples e por um frontão triangular bastante saliente, remetendo para
o classicismo, que termina numa cruz. É revestida por azulejos de padrão floral em tons
de amarelo e azul e moldurada por pilastras.
29
Fig. 43 – Fachada da capela de
S. Joaquim (1864), Rio Tinto
Durante o século XIX há uma enorme variedade de formas
baseadas em modelos pré-existentes que leva à inexistência de
uma linha base, de um foi condutor, transformando a fachada de
cada capela num caso único no concelho.
“Artisticamente conservador, o Porto permanece fiel às
formas de um passado que no entanto se vão modernizando
lentamente”. Tal como na cidade do Porto, também em Gondomar
se preserva o passado, embora atualizando-o paulatinamente
segundo os cânones estéticos coevos.
A consciência histórica não está ausente da arquitetura
privada religiosa da época barroca, o peso das formas do passado
está presente, principalmente nos edifícios dos inícios do século
XVIII, mas vai sendo atenuado com o decorrer das décadas de
forma a chegar cada vez mais próximo da realidade artística
portuguesa.
Na segunda metade de setecentos deparámo-nos com uma arquitetura tardo-
barroca com influências rocaille. As fachadas são de base barroca mas apresentam já
uma maior carga decorativa em comparação com as da primeira metade da centúria.
Mantém-se o “princípio organizativo das fachadas barrocas, obtido a partir de um eixo
central pontuado por cruz (...), óculo circular, porta”. Assim, as formas do período
anterior permanecem embora se assista já à introdução de elementos ornamentais
modernizantes.
No século XIX deu-se um regresso ao passado clássico, medieval e barroco o que
resultou na construção de capelas particulares com fachadas únicas de reminiscência
clássica, gótica ou barroca. Assim, das poucas capelas oitocentistas de Gondomar cada
fachada é um caso único, acumulando, por vezes, formas de diferentes épocas.
Gondomar sempre foi um concelho de terras férteis e, por consequência, de uma
enorme atividade agrícola. Esta característica reflete-se na sua arquitetura religiosa
privada que se caracteriza, no geral, como uma arquitetura moldada à dimensão rural
do concelho e às necessidades particulares de uma quinta e da sua vizinhança,
resultando no uso de uma linguagem decorativa – ao nível da fachada principal - de
pendor vernacular, ou seja, é uma arquitetura sóbria, de semblante parco em
ornamentação, por vezes de tal modo desornada que passa praticamente despercebida.
É uma arquitetura que reflete a sua contemporânea no Porto, ou seja, que se encontra
situada entre o conservadorismo e o moderno, mas que, por se situar na periferia, tem
maior liberdade na reelaboração de modelos. Sendo uma arquitetura ajustada ao meio
rural e local, espelha o poder económico do proprietário e proporciona a afirmação
social.
Assim, temos fachadas onde são usadas formas ruralizantes – na medida em que
são adaptadas à ambiência rural e a uma visão local, mas que apresentam uma
ornamentação que lhe confere uma aparência imponente tendo em conta a envolvente
agrícola, mas temos outras de tal modo reduzidas ao essencial que só se destacam pela
presença da cruz no culminar da empena ou frontão e pelos pináculos no seguimento
30
das pilastras, não apresentando qualquer tipo de decoração que a localize numa época,
o que resulta em capelas de semblante atemporal. Esta é uma arquitetura que se
caracteriza pelo uso de um vocabulário coevo mas simplificado e adaptado ao gosto local
e rural, que se desenvolve com uma força própria, quase pitoresca.
Será esta linguagem também a tradução ornamental de uma menor exigência
por parte do fundador devido à sua localização, longe do espaço urbano e, por isso, a
suficiente para se afirmar socialmente? Não sabemos. De qualquer modo, existem
também capelas em que na epiderme facial é usada uma linguagem mais erudita, de
ornatos mais túrgidos, ilustrando um bom traço a nível de desenho e uma execução de
boa qualidade. É uma arquitetura ostensiva, que se impõe ao olhar, convence, atrai,
domina, seduz e é até exorbitante, no contexto rural que a envolve.
Podemos então destacar três tipos de linguagens decorativas usadas nas fachadas
da arquitetura sacra privada gondomarense:
Elevada, ou seja, mais erudita, verificável nas capelas:
 N. Sr.ª da Vitória - Anterior a 1758
 S.to Inácio de Loyola - 1754
 N. Sr.ª do Amparo (Rio Tinto) - 1755
 N. Sr.ª da Lapa - 1764
 N. Sr.ª da Conceição (Rio Tinto) - 1765
 Sagrada Família (Valbom) - 1854
 N. Sr.ª das Dores – 1857
Média e Baixa, ou seja, mais sóbria, como é possível observar nas capelas:
 N. Sr.ª da Conceição (Fânzeres) - 1703
 N. Sr.ª da Conceição (Jovim) - 1708
 S.ta Eulália - 1711
 S.to Apolinário - 1717
 N. Sr.ª Mãe dos Homens - 1726
 Santa Ana - 1732
 N. Sr.ª do Rosário - 1736
 N. Sr.ª da Conceição (S. Cosme) - 1741
 N. Sr.ª da Apresentação – Anterior a 1758
 S. Paulo – Anterior a 1758
 S. Nicolau de Tolentino – Anterior a 1758
 S.ta Luzia – Posterior a 1758
 N. Sr.ª da Conceição (Vinha; Valbom) – Meados século XIX
 S. Joaquim – 1864
Muito Reduzida ou mesmo Inexistente, como é possível averiguar nas
capelas:
 N. Sr.ª da Conceição (Bouça; Valbom) – Anterior a 1758
 Sagrada Família (S. Cosme) - 1786
 N. Sr.ª do Amparo (Foz do Sousa) – Posterior a 1758
 N. Sr.ª da Liberação - 1849
31
1.1 – Tipologias de fachadas
Para atingir o nosso objetivo vamos recorrer a uma análise formal dos
componentes da fachada principal das capelas particulares de Gondomar e sintetizá-los
de modo a conseguir uma classificação sistematizada, apresentada em quadros, que nos
levará à tipificação da fachada.
Vamos utilizar imagens e desenhos que julgamos necessário, ou mesmo
indispensáveis, cuja finalidade é o auxílio visual do texto explicativo, visando o seu
entendimento mais facilitado.
É de relevar a importância que o trabalho de Tese de Doutoramento do Professor
Doutor José César Vasconcelos Quintão teve como base para a formação das tipologias
a seguir apresentadas.
A observação das fachadas conduziu-nos à conclusão que havia disparidade entre
algumas, mas também similitude entre outras. Este estudo visa tentar encontrar um foi
condutor que as ligue de uma maneira lógica em grupos, de modo a formar tipologias.
A sistematização tipológica das fachadas vai traduzir-se em texto, quadros e
desenhos.
Serão considerados e analisados para a conceção de tipologias de fachadas os
remates, o tipo de vãos, a sua situação e composição.
Em relação ao desenho das fachadas, este vai ser em alçado, ou seja, os
elementos tridimensionais vão ser representados bidimensionalmente.
O portal é parte integrante de uma fachada principal e é o principal vão desta já
que, por vezes, é o único elemento que a anima, como acontece na fachada das capelas
de Nossa Senhora do Amparo, em Foz do Sousa, e S. Nicolau de Tolentino, em Covelo.
Este é, geralmente, de forma retangular, mas também existem exceções como é o
exemplo único da capela de Nossa Senhora da Conceição, em Valbom, cujo portal tem
a verga em arco quebrado.
O nosso objetivo primordial é realçar as características do conjunto como
manifestação arquitetónica da cidade, com o intuito de contribuir para o aprofundamento
do estudo da arquitetura religiosa privada de Gondomar.
A diversidade é desequilibrada já que encontramos casos únicos ao confrontar
desenhos distintos.
32
Pretendemos formar tipologias de fachada, utilizando o desenho para a sua
sistematização, de maneira a atingirmos o nosso objetivo, determinar tipologias de
leitura de fachada. Para tal, dividimos a fachada em dois campos de análise:
 Remate
 Corpo
Remate das Fachadas
O remate das fachadas ocupa um lugar de relevo na leitura destas, na medida
em que é a zona superior limítrofe do corpo e a zona de quebra entre o céu e a terra.
A categoria de remate vai ser dividida em empena e em frontão, distinção
realizada com base na existência, ou não, de entablamento. Assim, temos um remate
em empena quando não há entablamento e em frontão quando existe o elemento de
quebra na leitura da fachada entre o corpo e o remate.
A aplicação à nossa realidade resultou na seguinte subdivisão tipológica:
 Remate em empena
A - Angular – quando a zona superior da fachada é formada por duas rampantes
que se encontram no vértice, formando um ângulo obtuso.
A’ - Este dá origem à variante cujo coroamento é também em empena angular
mas com a diferença de as rampantes não chegarem a unir-se no vértice, o que
dá origem a um ângulo obtuso de vértice cortado.
 Remate em frontão
B - Triangular – quando a zona superior da fachada é formada pelo elemento
reto horizontal do entablamento e por duas rampantes que se encontram no
vértice, formando uma figura triangular.
B’ - A sua variante tem a diferença de as rampantes não se unirem no vértice
do ângulo, formando uma figura trapezoidal.
C - Circular contracurvado – quando a zona superior da fachada é formada pelo
entablamento e por uma figura de base circular cujas extremidades são
alongadas, provocando uma contracurva no arco original.
D - Trilobado – quando a zona superior da fachada é formada pelo entablamento
e por uma figura composta por três lóbulos.
33
Estas encontram-se traduzidas no seguinte quadro:
Tipo A Remate em empena Angular
Tipo A’ Remate em empena Angular Cortada
Tipo B Remate em frontão Triangular
Tipo B’ Remate em frontão Triangular cortado
Tipo C Remate em frontão Circular contracurvado
Tipo D Remate em frontão Trilobado
Quadro 1 – Remate de fachadas
34
Corpo das Fachadas
Neste campo analisaremos os vãos (tipo e situação que nos conduzirão à
determinação da sua composição), que vai permitir formar tipologias de leitura de uma
fachada.
Vãos
Denominamos vãos os elementos que por fenestração constituem as reentrâncias
de uma fachada como:
 Nicho
 Óculo
 Janela; Janela devocional; Postigo
Temos o portal como vão seguramente presente e como elemento de referência
para a determinação da situação dos restantes vãos.
Assim, distinguimos três tipos de situações:
 Alta – Quando o vão se situa ao nível do entablamento ou acima deste;
 Média – Quando o vão se situa abaixo do entablamento e acima do portal;
 Baixa – Quando o vão se situa abaixo da linha marcada pela verga do portal.
Estas são relevantes para a realização do passo seguinte, a determinação da
composição dos vãos, cujo objetivo é a construção de diferentes figuras geométricas
através da união dos seus centros, usando o portal como elemento arquitetónico base:
 Pontual – Quando o único vão é o portal;
 Axial – Quando existe um vão sobre o portal;
 Axial composta – Quando existem dois vãos, alinhados na vertical, sobre o portal;
 Em Triângulo – Quando existe um vão superior, ao centro, e dois, um de cada
lado, abaixo da verga do portal;
 Em Triângulo Invertido – Quando existem dois vãos, alinhados na horizontal,
acima do portal;
35
 Em Losango – Quando existe um vão superior, ao centro, e dois, um de cada
lado, acima do portal.
A sua tradução em figuras geométricas é a seguinte:
Pontual ٠
Axial ‫ا‬
Axial composta ‫ا‬ ‫ا‬
Em Triângulo
Em Triângulo Invertido
Em Losango
Quadro 2 – Figuras Geométricas
Tal como o remate, também o desenho do corpo é determinado pela existência,
ou inexistência, de entablamento, resultando numa figura quadrangular quando existe
entablamento e num quadrângulo interrompido quando não existe o elemento estrutural
horizontal que completaria a figura geométrica. Assim, existem dois tipos de corpo de
uma fachada:
A - quadrângulo B - quadrângulo interrompido
As tipologias de remates somadas aos dois tipos de corpo de fachada resulta na
seguinte tipologia de fachadas:
A – Constituída por fachada com remate em empena angular que em união com
o corpo resulta numa figura geométrica pentagonal.
A’ – Constituída por fachada com remate em empena angular cortada que em
união com o corpo resulta num hexágono irregular.
B – Constituída por fachada com remate em frontão triangular que em união
com o corpo resulta em duas figuras geométricas: um quadrângulo sobreposto por um
triângulo.
B´– Constituída por fachada com remate em frontão triangular cortado que em
união com o corpo resulta num quadrângulo sobreposto por uma figura geométrica
trapezoidal.
C – Constituída por fachada com remate em frontão circular contracurvado que
ao ser unido com o corpo resulta num quadrângulo sobreposto por uma figura
geométrica composta.
36
D – Constituída por fachada com remate em frontão trilobado que em união com
o corpo resulta num quadrângulo sobreposto por uma figura geométrica composta.
Estas traduzem-se nas seguintes figuras:
A B´
A´ C
B D
Quadro 3 – Figuras resultantes do cruzamento de tipologias de remates e dos tipos
de corpo de fachada.
O cruzamento das diferentes tipologias de fachadas com o tipo de vãos, das suas
situações e da composição, aplicados à nossa realidade, resultou nos seguintes desenhos
e figuras geométricas:
Designação Desenhos Figura geométrica
S. Paulo ‫ا‬
N. Sra. Rosário ‫ا‬
N. Sra. Apresentação ‫ا‬
N. Sra. Conceição (Vinha-Valbom) ‫ا‬
N. Sra. Conceição (Bouça-Valbom) ٠
Sagrada Família (Valbom) ‫ا‬
St.º Apolinário ‫ا‬
N. Sra. Amparo
(Foz do Sousa)
٠
37
N. Sra. Liberação ‫ا‬
S. Nicolau Tolentino ٠
St.ª Luzia
N. Sra. Vitória ‫ا‬
N. Sra. Mãe dos Homens ‫ا‬
Sagrada Família
(S. Cosme)
‫ا‬
N. Sra. Conceição
(S. Cosme)
N. Sra. Conceição
(Jovim)
‫ا‬
N. Sra. Dores ‫ا‬ ‫ا‬
N. Sra. Conceição
(Fânzeres)
‫ا‬
St.ª Eulália ‫ا‬
St.ª Ana ‫ا‬
St.º Inácio de Loyola
S. Joaquim
Sra. da Lapa
N. Sra. Amparo
(Rio Tinto)
‫ا‬
N. Sra. Conceição
(Rio Tinto)
38
Quadro 4 - Cruzamento das diferentes tipologias de fachadas com o tipo de vãos,
das suas situações e da composição. Desenhos e figuras geométricas resultantes.
O cruzamento deste com o Quadro 1 permite-nos concluir que a maioria das
capelas de Gondomar são de coroamento em empena angular e que é no seu vértice, o
ponto mais elevado e de maior prestígio, que se implanta a cruz.
A divisão em empena e em frontão conduz-nos ainda à determinação de duas
tipologias de leitura de uma fachada:
A – Contínua – quando o coroamento da fachada é em empena, não existindo
qualquer obstáculo arquitetónico estrutural que a interrompa ou desvie a atenção.
B – Interrompida – quando o coroamento da fachada é em frontão, o que leva a
uma leitura condicionada pelo elemento estrutural horizontal, ou seja, pelo
entablamento.
A análise do quadro conduziu-nos à determinação das seguintes tipologias de
fachada:
A - Caracteriza-se por coroamento em empena angular e em frontão triangular cujos
vãos formam uma composição axial ou axial composta, como são exemplo as capelas:
 S. Paulo
 Nossa Senhora do Rosário
 Nossa Senhora da Conceição (Vinha-Valbom)
 Santo Apolinário
 Nossa Senhora da Livração
 Sagrada Família (S. Cosme)
 Nossa Senhora da Conceição (Fânzeres)
 Santa Eulália
 Santa Ana
 Nossa Senhora Mãe dos Homens
 Nossa Senhora da Apresentação
 Sagrada Família (Valbom)
 Nossa Senhora do Amparo (Rio Tinto)
 Nossa Senhora da Vitória
 Nossa Senhora das Dores (axial dupla)
 Nossa Senhora da Conceição (Jovim)
B - Caracteriza-se por coroamento em empena angular e em frontão triangular cujos
vãos formam uma composição pontual, como são exemplo as capelas:
 Nossa Senhora da Conceição (Bouça-Valbom)
 Nossa Senhora do Amparo (Foz do Sousa)
 São Nicolau de Tolentino
C - Caracteriza-se por coroamento em empena angular e em frontão triangular cujos
vãos formam um triângulo, como são exemplo as capelas:
 Santo Inácio de Loyola
 Nossa Senhora da Conceição (Rio Tinto)
 São Joaquim
 Nossa Senhora da Lapa
 Nossa Senhora da Conceição (S. Cosme) – triângulo invertido
39
D - Caracteriza-se por coroamento em empena angular e em frontão triangular cujos
vãos formam um losango, como são exemplo as capelas:
 Santa Luzia
A análise dos resultados conduziu-nos a dois tipos possíveis de leitura de uma
fachada:
A - Direcionada – Quando o conjunto de vãos formam um visionamento vertical
conduzido, ou seja, quando um vão nos leva, quase obrigatoriamente, ao
visionamento de outro, numa direção ascendente. São de leitura direcionada as
fachadas cujos vãos são axiais ou axiais compostos.
B - Aparentemente Dispersa ou Semi-direcionada – Quando o conjunto de vãos
causam um visionamento aparentemente disperso, num primeiro impacto, mas que
acaba por ser visualmente direcionado no sentido ascendente, que abre na
horizontal, no caso das fachadas cujos vãos são em triângulo, mas que depois conduz
o olhar para um vão em específico, no caso das fachadas cujos vãos são em triângulo
invertido e em losango.
Assim, a leitura de uma fachada cujos vãos são axiais ou axiais compostos,
permite-nos a seguinte direção visual:
- Portal N/O/J Cruz/Sineira
No caso das fachadas com coroamento em empena.
- Portal N/O/J Frontão Cruz/Sineira
No caso das fachadas com coroamento em frontão.
É uma leitura ascendente que poderá ser vista, subconscientemente, como
direcionada para o céu.
A leitura das fachadas cujos vão são em triângulo, triângulo invertido e em
losango, permitem uma direção visual aparentemente não sequencial, o que resulta
numa certa desorientação causada pela inicial dispersão do olhar. Esta aparente falta de
objetividade pode causar, inconscientemente, uma certa insegurança e inquietação.
40
Conclusão
Em Gondomar, antes de 1758, o panorama geral da arquitetura privada do campo
religioso é caracterizado por uma arquitetura que seguiu os seus próprios caminhos,
adaptando o que de novo ia surgindo ao seu tamanho, à sua medida, usando uma
linguagem decorativa de pendor vernacular ou rural, que se traduz maioritariamente em
edifícios de decoração muito sóbria, ou seja, as fachadas apresentam uma ruralização
acentuada.
Deparámo-nos então com a seguinte realidade:
As fachadas dos primórdios de setecentos denotam ainda a sobrevivência de
formulários do período precedente, o Maneirismo.
Nota-se o uso de singelas aberturas – óculos circulares (chanfrados ou retos) e
pequenas aberturas retangulares. A sua organização é obtida a partir de um eixo axial
composto por: portal e óculo circular ou pequenas aberturas retangulares, culminando
no elemento que marca a religiosidade do edifício, a cruz.
Em termos ornamentais as fachadas apresentam uma enorme decantação e, em
alguns casos, é notória a inexistência de elementos decorativos. Nos poucos casos onde
existe alguma preocupação ornamental esta é confinada à zona superior das pilastras
de canto através de elementos retilíneos proeminentes, aos elementos piramidais,
bolbosos e esféricos que surgem no seu enfiamento e ao remate do portal através de
frontões – triangulares, triangulares e curvos interrompidos por elemento com dois
segmentos convexos que se unem para sustentar e elevar um outro de forma esférica.
É claro que existem sempre exceções: casos em que há um único vão, sendo a
abertura pontual e não axial, em que existe um nicho na fachada, o que a torna axial
composta, e em que a fachada apresenta duas janelas ao mesmo nível, por cima do
portal, transformando a sua composição em triangular invertida. Existem também
fachadas rematadas em empena angular cortada e em frontão triangular, triangular
cortado e circular contracurvado.
A partir de 1758 o panorama é outro. As fachadas ostentam aberturas maiores
e/ou mais realçadas através das molduras decoradas com desenho com menor rigidez
geométrica e com maior movimentação. Diminui a predominância da sua composição
axial, verificando-se a existência de um maior número de vãos, na sua maioria janelas
devocionais a ladear o portal. Há também uma maior variedade de formas de aberturas
– janela retangular, óculos circulares, janelas devocionais com molduras polilobadas e
de verga curva, e portal de verga lisa.
As zonas que recebem ornamentação são as mesmas só que agora esta é mais
intensa e mais erudita do que antes, ou seja, surgem formas de maior plasticidade. Os
elementos que surgem no seguimento das pilastras de canto são mais túrgidos, mais
bolbosos e menos piramidais e geométricos, mas ao mesmo tempo mais elegantes
devido à sua maior elevação, o que causa uma maior movimentação no registo superior.
As fachadas são todas rematadas em empena angular, ostentando uma cruz de
pedra no vértice.
Mais uma vez existem as exceções e deparámo-nos com casos em que a
composição dos vãos é pontual e em que as aberturas são ainda pequenas, mas o mais
flagrante é aparecer neste meio, onde a ornamentação parece ter ganho maior destaque
do que antes, dois casos em que a fachada é isenta de ornamentos.
No que se refere ao século XIX, deparámo-nos com cinco capelas, todas com
datação próxima e localizadas nos meados do século – de 1849 a 1864.
41
O universo é muito diferente do século anterior, cada fachada é um caso único.
Temos fachadas extremamente depuradas em termos decorativos, notando-se um
regresso ao passado onde se buscam valores clássicos – visíveis nos remates em frontão
triangular, janela de grande dimensão sobre o portal e fachadas de grande dimensão,
quase monumental para uma capela de espaço rural, e medievais – aplicados em forma
de arco infletido num portal e de remates em frontão trilobado. Há ainda o caso de uma
fachada totalmente desguarnecida de ornatos e com uma pequena janela, dando a ideia
de uma fachada atemporal.
Das cinco só duas têm decoração no enfiamento das pilastras, mas mesmo esta
é diferente num caso e no outro, sendo que a de pendor mais classicista tem urnas e a
outra tem fogaréus. Três são de composição axial, duas são de remate em frontão
triangular e uma em frontão trilobado, sendo que as outras duas têm remate em empena
angular.
Neste caso as exceções encontram-se maioritariamente na capela de N. Sr.ª das
Dores, em Jovim - no frontão trilobado, único em todo o concelho; na simetria biaxial
da fachada marcada por: portal principal e óculo, culminando na cruz que se encontra
sobre o remate em frontão trilobado; porta (de verga arqueada) e óculo, culminando na
cruz de metal com as pontas trilobadas da torre sineira. Nota-se uma procura de
equilíbrio nesta dupla axialidade.
Em todas as capelas desde o início de setecentos à segunda metade do século
XIX, existe uma característica que é global, é o facto de todos os vãos serem guarnecidos
com molduras de pedra de granito. Na maioria também as linhas de estrutura são
acentuadas através do granito, o material ditado pela geografia e por isso o mais usado
na arquitetura sacra privada de Gondomar.
É notória uma combinação entre o vernacular e o erudito mas sempre numa
arquitetura de escala modesta e de tímidas soluções decorativas. É o uso da arquitetura,
em especial da fachada, como exteriorização do poder económico e como afirmação
social - “o enfase é posto na parte pública, prestigiante do seu promotor”.
O trio de valores-base, usado pelo classicismo para a construção de um bom
edifício – Firmitas, Utilitas, Venustas – pode ser encontrado nas nossas capelas, só
que de um modo vernacular, ou seja, aplicado à dimensão rural do concelho.
42
Apêndice
Geral
43
Cronologia
Freguesia
Local
1ª met. Séc. XVIII
2ª met. Séc.
XVIII
1ª met.
Séc. XIX
2ª met. Séc.
XIX
S. Cosme
(Ermentão)
Stº André
(anterior a 1623) •
Foz de Sousa
(Gens)
S. Roque
(anterior a 1623) •
Lomba
(Pé-de-Moura)
St.ª Eufémia1
(anterior a 1623) •
Fânzeres
(Montezelo)
N. Sr.ª da Conceição
(1703) *
Jovim
(Atães)
N. Sr.ª da Conceição
(1708) *
Fânzeres
(Santa Eulália)
Santa Eulália
(1711) *
Lomba
St.º Apolinário
(1717) *
S. Cosme
(Bouça Cova)
N. Sr.ª Mãe dos
Homens (1726) *
Baguim
(Paço)
Santa Ana
(1732) *
Valbom
(Cumieira)
N. Sr.ª do Rosário
(1736) *
S. Cosme
(Carregais)
N. Sr.ª da Conceição
(1741) *
Medas
(Vila Cova)
N. Sr.ª de Oliveira2
(1742) *
Jovim
(Bulha)
St.ª Ana (1744) *
Baguim
St.º Inácio de
Loyola (1754) *
Rio Tinto
(Venda Nova)
N. Sra.ª do
Amparo (1755) *
Rio Tinto
(Medancelhe)
N. Sr.ª da Lapa
(1764) *
Rio Tinto
(Campainha)
N. Sr.ª da
Conceição
(1765) *
S. Cosme
Sagrada Família
(1786) *
Foz do Sousa
N. Sr.ª da
Livração
(1849) *
1
Capela pertencente à Casa de Sante, uma das casas mais antigas da Lomba. Localiza-se junto ao rio Douro. “Referida
no Foral da Vila de Melres, 1514, a Quinta de Sante deu, no entender dos historiadores, o nome ao lugar. Esta quinta
era formada pela maioria dos terrenos do atual lugar. Um ribeiro dividia este lugar em duas partes: Sante de Além e
Sante. Este morgado foi fundado por João Ferreira, um rico comerciante, com quatro filhos. Em 1934, a Casa de Sante
pertencia ao Sr. Manuel dos Santos Moreira, descendente do primeiro fundador. Atualmente, esta antiga Casa Senhorial
é considerada património histórico-cultural do concelho de Gondomar.” In https://jf-lomba.pt/patrimonio/.
2
Oratório.
44
Valbom
(Lagoa)
Sagrada
Família
(1854) *
Jovim
(Pinheiro)
N. Sr.ª da
Dores
(1857) *
Melres
(Branzelo)
N. Sr.ª da
Aflição (1862)
*
Rio Tinto
(Medancelhe)
S. Joaquim
(1864) *
Valbom
(Vinha)
N. Sr.ª da
Apresentação Ф
Melres N. Sr.ª da Vitória Ф
Valbom
(Valbom de Baixo)
São Paulo Ф
Covelo
S. Nicolau de
Tolentino Ф
Valbom
(Ribeira de Abade
/ Vinha)
N. Sr.ª da Conceição
Ф
Foz do Sousa N. Sr.ª do Carmo Ф
Foz do Sousa
N. Sr.ª do
Amparo Ф
Covelo
(Boialvo)
Santa Luzia Ф
• Surge informação da sua existência no rol de capelas de 16233
* Datas baseadas na documentação existente no A.H.P.E.P.
Ф Localização no tempo conseguida através das «Memórias Paroquiais» de 1758. As capelas
situadas na segunda metade do século XVIII devem ser lidas, com maior rigor, após 1758, já que
é a partir desta data que nos baseamos para uma aproximação cronológica.
3
No Catalogo e historia dos bispos do Porto / por D. Rodrigo da Cunha … (1623) in
https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=gri.ark:/13960/t1gj4bw64&view=1up&seq=631&q1=gondomar p. 420.
45
Motivos Fundacionais
Designação
Distância
da Igreja
Tempo
(Chuva,
Sol)
Inexistência
de outra
capela
próxima
Utilidade
para o
povo
Maus
Caminhos/Rio
Doença
e
Idade
Promessa
N. Sra.
Rosário
X X X
Sagrada
Família
(Valbom)
X
N. Sra.
Livração
X X X X X
N. Sra. Mãe
dos
Homens
X X
Sagrada
Família
(S.
Cosme)
N. Sra.
Conceição
(S.
Cosme)
X X X
N. Sra.
Dores
X X
St.ª Ana
(Jovim)
X X
N. Sra.
Carmo (Foz
do Sousa)
X X X X
Stº.
António
(S. Pedro
Cova)
X X X
N. Sra.
Amparo
(Valbom)
X X
N. Sra.
Conceição
(Fânzeres)
St.ª
Eulália
St.ª Ana X X X
Sra. da
Lapa
N. Sra.
Amparo
(Rio Tinto)
X
N. Sra.
Conceição
(Rio Tinto)
46
Remate das Fachadas
Designação Remate em Empena Remate em Frontão
S. Paulo Angular
N. Sra. Rosário Angular
N. Sra. Apresentação Triangular
N. Sra. Conceição (Vinha-Valbom) Angular
N. Sra. Conceição (Bouça-Valbom) Angular
Sagrada Família (Valbom) Triangular
St.º Apolinário Angular
N. Sra. Amparo (Foz do Sousa) Angular
N. Sra. Livração Angular
S. Nicolau Tolentino Triangular Cortado
St.ª Luzia Angular
N. Sra. Vitória Circular Contracurvado
N. Sra. Mãe dos Homens Angular
Sagrada Família (S. Cosme) Angular
N. Sra. Conceição (S. Cosme) Angular
N. Sra. Conceição (Jovim) Angular Cortada
N. Sra. Dores Trilobado
N. Sra. Conceição (Fânzeres) Angular
St.ª Eulália Angular
St.ª Ana Angular
St.º Inácio de Loyola Angular
S. Joaquim Triangular
Sra. da Lapa Angular
N. Sra. Amparo (Rio Tinto) Triangular
N. Sra. Conceição (Rio Tinto) Angular
Total – Remate das Fachadas
Remate em Empena Angular 17
Angular Cortada 1
Remate em Frontão Triangular 4
Triangular Cortado 1
Circular Contracurvado 1
Trilobado 1
47
Tipo de vãos
Designação Nicho Óculo Janela Janela
Devocional
Postigo
S. Paulo 1
N. Sra. Rosário 1
N. Sra. Apresentação 1
N. Sra. Conceição (Vinha-
Valbom)
1
N. Sra. Conceição (Bouça-
Valbom)
- - - - -
Sagrada Família (Valbom) 1
St.º Apolinário 1
N. Sra. Amparo (Foz do Sousa) - - - - -
N. Sra. Livração 1
S. Nicolau Tolentino - - - - -
St.ª Luzia 1 2
N. Sra. Vitória 1
N. Sra. Mãe dos Homens 1 1
Sagrada Família (S. Cosme) 1
N. Sra. Conceição (S. Cosme) 2
N. Sra. Conceição (Jovim) 1
N. Sra. Dores 2
N. Sra. Conceição (Fânzeres) 1
St.ª Eulália 1
St.ª Ana 1
St.º Inácio de Loyola 1 2
S. Joaquim 1 2
Sra. da Lapa 1 2
N. Sra. Amparo (Rio Tinto) 1
N. Sra. Conceição (Rio Tinto) 1 2
Total
Tipo de Vãos N.º de aberturas Quantidade
Nicho 1
Óculo 1 13
2 1
Janela 1 6
2 1
Janela Devocional 4
Postigo 1 1
2 1
Sem vãos 3
48
Situação dos vãos
Designação Alta Média Baixa
S. Paulo X
N. Sra. Rosário X
N. Sra. Apresentação X
N. Sra. Conceição (Vinha-Valbom) X
N. Sra. Conceição (Bouça-Valbom) - - -
Sagrada Família (Valbom) X
St.º Apolinário X
N. Sra. Amparo (Foz do Sousa) - - -
N. Sra. Livração X
S. Nicolau Tolentino - - -
St.ª Luzia X X
N. Sra. Vitória X
N. Sra. Mãe dos Homens X
Sagrada Família (S. Cosme) X
N. Sra. Conceição (S. Cosme) X
N. Sra. Conceição (Jovim) X
N. Sra. Dores X
N. Sra. Conceição (Fânzeres) X
St.ª Eulália X
St.ª Ana X
St.º Inácio de Loyola X X
S. Joaquim X X
Sra. da Lapa X X
N. Sra. Amparo (Rio Tinto) X
N. Sra. Conceição (Rio Tinto) X X
Total
Situação dos Vãos Quantidade
Alta 16
Média 7
Baixa 4
49
Composição dos vãos
Designação
Axial
Axial
Composta
Triângulo
Triângulo
Invertido
Losango
S. Paulo X
N. Sra. Rosário X
N. Sra. Apresentação X
N. Sra. Conceição
(Valbom)
X
N. Sra. Conceição
(Bouça-Valbom)
- - - - -
Sagrada Família
(Valbom)
X
St.º Apolinário X
N. Sra. Amparo
(Foz do Sousa)
- - - - -
N. Sra. Livração X
S. Nicolau Tolentino - - - - -
St.ª Luzia X
N. Sra. Vitória X
N. Sra. Mãe dos
Homens
X
Sagrada Família
(S. Cosme)
X
N. Sra. Conceição
(S. Cosme)
X
N. Sra. Conceição
(Jovim)
X
N. Sra. Dores Dupla
N. Sra. Conceição
(Fânzeres)
X
St.ª Eulália X
St.ª Ana X
St.º Inácio de Loyola X
S. Joaquim X
Sra. da Lapa X
N. Sra. Amparo
(Rio Tinto)
X
N. Sra. Conceição
(Rio Tinto)
X
Total
Composição dos Vãos Quantidade de capelas
Axial 14
Axial Dupla 1
Axial Composta 1
Triângulo 4
Triângulo Invertido 1
Losango 1
Sem vãos 3
50
Anexo
Proposta de Valorização Identitária
51
Proposta de Valorização Identitária
Arquitetura Religiosa Privada de Gondomar
Através desta proposta pretendemos apelar à necessidade do estudo e
preservação da arquitetura sacra privada gondomarense.
O aprofundar do estudo deste tipo de arquitetura é relevante como contribuição
para um maior conhecimento da identidade gondomarense a vários níveis – histórico,
social, cultural e formação da comunidade.
Encontram-se já sumariamente estudadas as quintas de Montezelo, em Fânzeres,
a de Campainha, em Rio Tinto, e a de Bouça-Cova, em S. Cosme, mas urge um estudo
mais aprofundado de todas as outras que sejam detentoras de capela de modo a realizar
uma análise que permita uma visão geral do tema englobando o conjunto habitacional
e agrícola, jardins, fontes, tanques, chafarizes, estatuária, alamedas, pomares, etc.
Temos ainda conhecimento do estudo realizado pelo Orfeão de Rio Tinto, o qual aborda
o assunto mas de uma maneira superficial. Este estudo apesar de representar um
começo, uma vontade de dar início a um tema, tem que ser orientado para dar resposta
a certas questões. Também os apontamentos monográficos acerca de Gondomar são
parcos no campo artístico.
O estudo destas quintas com edifício religioso pode ser precioso no que se refere
à história local na medida em que ao ser efetuada uma análise de fontes, ou seja, de
documentos ligados à quinta e a tudo o que esta inclui, poderá ser possível dar resposta
a questões de grande interesse local, como:
Quem foram os seus proprietários; quem erigiu e viveu na habitação; quem
mandou erigir a capela e os motivos fundacionais; qual o modo de sobrevivência desses
proprietários; qual a sua origem e descendência; qual o seu estatuto socio-profissional;
quando foi construída a habitação, as dependências agrícolas e a capela – entre outras
questões que aparentemente são secundárias e de pequena dimensão, mas que se
tornam essenciais para aprofundar o conhecimento e para o enriquecimento da
historiografia local a todos os níveis.
Assim, e sendo o nosso interesse centrado no patamar artístico, propomos uma
caracterização geral desta arquitetura ao nível das fachadas e a formação de tipologias
como ponto de arranque para um posterior aprofundamento do assunto. A conceção de
tipologias permite realizar um tipo de leitura que contribui de um modo sistemático para
uma panorâmica dos “rostos” que espelham a circulação das formas e que representam
o peso da ruralidade identitária do concelho de Gondomar. É de extrema importância
estudar este tipo de arquitetura enquanto está de pé. Algumas capelas encontram-se
em bom estado de conservação, mas outras estão já em ruínas ou para lá caminham.
Urge então a necessidade de querer saber mais acerca de uma assunto muito pouco
abordado, num concelho onde existem vinte e cinco exemplares – um número que só
por si já demonstra a importância da religiosidade ao longo dos séculos no concelho – e
o facto de pretendermos que estes edifícios, que até então foram unicamente
identificados pela sua função, se tornem objetos de saber, suportes históricos e de
memória identitária da comunidade, que importa conhecer e preservar, senão pela
Câmara Municipal de Gondomar, então pelos proprietários, incentivando através da sua
importância como herança dos antepassados e como parte da história da família que, se
conservada, será legada às gerações vindouras.
A preservação é uma tarefa inadiável e de importância histórica na definição da
identidade concelhia, ou seja, a Câmara ao promover o estudo da arte e arquitetura
local deixa a sua marca, lega mais um subsídio para o avanço do conhecimento
histórico-artístico do concelho – um feito inesquecível.
52
Fontes e Bibliografia
53
Fontes e Bibliografia
A. Fontes
I. Manuscritas e Dactilografadas
Consultadas no Arquivo Histórico do Paço Episcopal do Porto (A. H. P. E. P.) – Processos:
PT/AEP/IGC/GDM/02/001 – Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora
do Carmo a favor de Maria Teresa de Crasto da freguesia da Foz do Sousa;
PT/AEP/IGC/GDM/02/003 – Auto de património da capela de Nossa Senhora do Carmo
a favor de Maria Teresa de Crasto da freguesia da Foz do Sousa;
PT/AEP/IGC/GDM/02/004 – Auto de património da capela de Nossa Senhora da Livração
a favor de José Francisco da Cunha da freguesia de Foz do Sousa;
PT/AEP/IGC/GDM/03/002 – Auto de petição para património da capela de Santa Ana a
favor de Francisco Martins da Luz da freguesia de Jovim;
PT/AEP/IGC/GDM/03/003 – Auto de património da capela de Nossa Senhora das Dores
a favor de Manuel Martinho da Anunciação da freguesia de Jovim;
PT/AEP/IGC/GDM/05/001 – Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora
Mãe dos Homens a favor de José Crasto Pereira da freguesia de S. Cosme (1726);
PT/AEP/IGC/GDM/05/002 – Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora
da Conceição a favor de Domingos Ribeiro Guimarães da freguesia de S. Cosme (1741);
PT/AEP/IGC/GDM/05/004 – Auto de património da capela de Jesus, Maria, José a favor
de António Alves da Cruz e Sousa da freguesia de S. Cosme;
PT/AEP/IGC/GDM/06/001 – Auto de património da capela de Santo António a favor de
Francisco Vicente Jorge da freguesia de S. Pedro da Cova;
PT/AEP/IGC/GDM/07/002 – Auto de património da capela de Jesus, Maria, José a favor
de Tomaz José Pinto da Silva da freguesia de Valbom;
Pasta VII:
 Auto de bênção da capela de Nossa Senhora da Livração a favor de José
Francisco da Cunha da freguesia de Foz do Sousa (1852);
 Auto de bênção da capela de Jesus , Maria, José a favor de Tomaz José Pinto da
Silva da freguesia de Valbom (1854);
 Auto de património da capela de S. José da Boavista a favor do Capitão Manoel
Pedro Coimbra e de Margarida Roza Espírito Santo da freguesia de Valbom
(1753);
 Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora do Rosário a favor de
Freitas Mendes da freguesia de Valbom (1736);
 Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora do Amparo a favor do
padre José Vicente de Sousa da freguesia de Valbom (1806);
 Auto petição de demolição da capela de Santo António a favor de Manuel
Fernandes da freguesia da Lomba (1721);
 Auto de bênção da capela de Nossa Senhora das Dores a favor de Rodrigo de
Sousa Moreno da freguesia de Jovim (1917);
 Auto de petição para o exercício do culto na capela de Nossa Senhora da Aflição
a favor de Armanda da Silva Pereira da freguesia de Melres (1956);
 Auto de renovação da petição para o exercício do culto na capela de Nossa
Senhora da Aflição a favor de Armanda da Silva Pereira da freguesia de Melres
(1999);
54
II. Impressas
Constitvições Synodaes do Bispado do Porto Novamente Feitas, e Ordenadas pelo
Ilustríssimo e Reverendíssimo Dom Joam de Sovsa Bispo do Dito Bispado, do Conselho
de Sua Majestade & seu Sumilher de Cortina Propostas e Aceitas em o Synodo Diocesano
que o dito Senhor Celebrou em 18 de Mayo do Anno de 1687. Porto: Joseph Ferreira
Impressor da Universidade de Coimbra. 1690. p. 361-372.
B. Bibliografia
I. Livros
ALARCÃO, Jorge de – Introdução ao Estudo da História e do Património Locais. Coimbra:
Institutos de Arqueologia e de História da Arte da Faculdade de Letras de Coimbra. 1982.
ANACLETO, Regina - História da Arte em Portugal – Neoclassicismo e Romantismo. 2ª ed.
Vol. 10. Lisboa: Alfa, 1993.
AZEVEDO, Carlos de - Solares Portugueses. Introdução ao estudo da Casa Nobre. Lisboa:
Livros Horizonte. 1988.
BORGES, Nelson Correia – História da Arte em Portugal – Do Barroco ao Rococó. Vol. 9.
Lisboa: Alfa, 1993.
CHAVES, Agostinho; MAGALHÃES, Edmundo – Gondomar: Um Coração Rendilhado.
Gondomar: Câmara Municipal de Gondomar, 1999.
CORREIA, José Eduardo Horta – Arquitectura Portuguesa: Renascimento, Maneirismo,
Estilo Chão. Lisboa: Editorial Presença, 1991.
FERREIRA, Natália Maria Fauvrelle da Costa – Quintas do Douro – As Arquitecturas do
Vinho do Porto. Porto: GEHVID – Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e
do Vinho do Porto, 2001.
FERREIRA ALVES, Joaquim Jaime B. – A Casa Nobre no Porto na Época Moderna. Lisboa:
INAPA, 2001.
GONÇALVES, Flávio – A arte no Porto na época do Marquês de Pombal. Porto: Faculdade
de Letras, Instituto de História da Arte, 1984.
LEAL, Pinho – Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Ed. Tavares Cardoso & Irmão.1874.
MOURA, Carlos - História da Arte em Portugal – O limiar do Barroco. Vol. 8. Lisboa: Alfa,
1993.
PACHECO, Hélder – Porto: Gondomar, Maia, Matosinhos, Valongo, Vila Nova de Gaia.
Lisboa: Ed. Presença. 1996.
55
PEREIRA, José Fernandes – Arquitectura Barroca em Portugal. Lisboa: Instituto de Cultura
e Língua Portuguesa, Ministério da Educação. Biblioteca Breve. N.º103. 1992.
PEREIRA, Paulo (dir.) – História da Arte Portuguesa – Do «modo» Gótico ao Maneirismo.
Vol.2. Lisboa: Temas e Debates, 1995.
PEREIRA, Paulo (dir.) – História da Arte Portuguesa – Do Barroco à Contemporaneidade.
2ª ed. Vol.3. Lisboa: Temas e Debates, 1999. ISBN 972-759-010-1
SERRÃO, Vítor – História da Arte em Portugal. O Renascimento e o Maneirismo. Lisboa:
Editorial Presença. 2002.
SERRÃO, Vítor – História da Arte em Portugal. O Barroco. Lisboa: Editorial Presença. 2003.
SILVA, Diana Maria Soares Gomes da; MOURA, Paula Cristina Marinho – Inventário e Estudo
das Igrejas e Capelas do Concelho de Gondomar. Gondomar: Orfeão de Rio Tinto. 1998.
(não editada).
SUMMERSON, John – A linguagem clássica da arquitectura. São Paulo: Livraria Martins
Fontes Editora L.da
.1999.
II. Artigos
ARAUJO, Ilídio de - Quintas de Recreio. In Bracara Augusta – Actas do Congresso: A arte
em Portugal no século XVIII. Vol. 27. I Tomo. Fasc. 63 (75). Braga: Câmara Municipal,
1973. p.321-331.
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de Almeida – Património: Riegl e Hoje. In Revista da
Faculdade de Letras. 2ª Série. Vol. 10. Porto: Faculdade de Letras, 1993. p.407-416.
CALADO, Margarida – Barroco do Norte, Barroco do Sul - Algumas Reflexões. In Separatas
Carlos Alberto Ferreira de Almeida: In memoriam. Porto: F.L.U.P., 1999.
FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime B. - A casa nobre no Porto nos séculos XVII e XVIII
- Introdução ao seu estudo. In Revista Poligrafia. n.º4. Porto: Faculdade de Letras,
1995.
OLIVEIRA, Aurélio de – Elementos para a História do Barroco no Noroeste Português. In
Separata da Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Série de História.
Vol. 3. Porto: Faculdade de Letras, 1973.
ROCHA, Manuel Joaquim Moreira da – Espaços de Culto Público e Privado nas Margens do
Douro: uma abordagem. In Separata da Revista Poligrafia. n.º 5. Porto: Faculdade de
letras, 1996.
SILVA, Francisco Ribeiro – Porto e Ribadouro no século XVII: A Complementaridade
Imposta Pela Natureza. In Revista de História da Universidade do Porto, II Série, Vol. 7.
Porto: Universidade do Porto. p. 145-153.
56
III. Dicionários
PEREIRA, José Fernandes e PEREIRA, Paulo (dir.) – Dicionário da Arte Barroca em Portugal.
Lisboa: Editorial Presença. 1989.
COSTA, Américo – Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular. Porto: Vol.
XII.1949.
SILVA, Isabel (coord. geral); GOMES, Paulinho (introd.) – Dicionários Enciclopédicos das
Freguesias – Braga, Porto, Viana do Castelo). 2ª ed. Vol. 1. Matosinhos: Minhaterra,
1997. ISBN 972-96087-2-3
IV. Teses e Trabalhos Não Editados
FERNANDES, Maria Teresa Gonçalves de Sá P. - 2002/2003. Trabalho no âmbito da
disciplina de Seminário de Projecto I e II.
FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime B. – O Porto na Época dos Almadas. Arquitectura. Obras
Públicas. Vol. I. Porto: Câmara Municipal, 1988. Dissertação de Doutoramento em
História da Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
GOMES, Maria de Fátima Isidro Martins – Temendo a Morte: Alguns Aspectos da Vida em
Gondomar (1834-1893). Dissertação de Mestrado em História Moderna e
Contemporânea. Porto: Faculdade de Letras. 1996.
MOUTINHO, Ana Paula Pombinho – Reedificando o Céu: Nomes de Baptismo em Gondomar
(1583-1799). Dissertação de Mestrado. Porto: Faculdade de Letras, 1990.
QUINTÃO, José César Vasconcelos – Fachadas de Igrejas Portuguesas de Referente
Clássico – Uma Sistematização Classificativa. Porto: [Ed. Do Autor], 2000. 2 Vols.
Dissertação de Doutoramento em Arquitectura apresentada à Faculdade de Arquitectura
da Universidade do Porto.
ROCHA, Manuel Joaquim Moreira da – Das Construções e das Desconstruções – A memória
de um Mosteiro: Santa Maria de Arouca – século XVII-XX. Porto: [Ed. Do Autor], 2003.
3 Vols. Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de
Letras da Universidade do porto.
V. Monografias
FIGUEIRAS, Paulo de Passos – São Veríssimo de Valbom: Subsídios para uma Monografia.
1ª ed. Valbom: Centro Social e Cultural da Paróquia de São Veríssimo de Valbom, 1998.
OLIVEIRA, Camilo de – O Concelho de Gondomar: Apontamentos Monográficos. Porto: Ed.
Imprensa Moderna, Lda., 1931-1938. 4 Vol.
RAMOS, José da Rocha – Covelo Ontem e Hoje: Breves Apontamentos para uma
Monografia. Porto: Imprensa Portuguesa, 1996.

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Caracterização da Arquitetura Sacra Privada de Gondomar e suas Tipologias de Fachada

  • 1. Faculdade de Letras da Universidade do Porto Licenciatura em História da Arte Seminário de Projeto II 2003-2004 Subsídios Para o Estudo da Arquitetura Sacra Privada de Gondomar – Tipologia de Fachadas – Discente: Tânia Raquel Ferreira Ribeiro Orientador Científico: Professor Manuel Joaquim Moreira da Rocha
  • 3. 3 Agradecimentos Iniciamos esta apresentação agradecendo aos que nos prestaram o seu auxílio, quer através do fornecimento de informações, quer possibilitando o acesso a determinados documentos, quer ainda incentivando em épocas de desânimo. Assim, agradecemos à Dra. Natércia França, do gabinete de Património Cultural da Câmara Municipal de Gondomar, por ter facultado informação bibliográfica, de outro modo inacessível. Agradecemos ainda aos técnicos do Arquivo Histórico Episcopal do Porto, Dr. Belmiro Costa e Dr. João Paz, pela atenção e paciência dispensadas na leitura documental. Em geral, aos proprietários e funcionários das quintas, pela simpatia, e em especial à senhora Maria da Luz Silva, da Quinta da Bouça, em Valbom, e ao Frei Júlio Ramos, pertencente à Ordem dos Capuchinhos de Gondomar que são os proprietários da Quinta da Bouça-Cova, em S. Cosme, pela atenção e tempo disponibilizados e informação oral fornecida. Agradecemos ainda ao pai e mãe pela disponibilidade e por despender de dias de descanso face à nossa necessidade de fotografar e tomar contacto com o objeto em estudo, à Sandra Senra pela amizade e apoio incondicional, à Maria Teresa Fernandes pela atenção e disponibilização das fotografias das capelas particulares das freguesias de Rio Tinto, Baguim do Monte e Fânzeres, e ao orientador, Manuel Joaquim Moreira da Rocha, pelo estímulo à inteligência e pelo incentivo em horas de esmorecimento. A todos o nosso sincero agradecimento.
  • 5. 5 Índice Geral Páginas Agradecimentos 2 Índice Geral 5 Índice de Imagens 6 Índice de Quadros 8 Siglas e Abreviaturas 9 Introdução 11 1 – Caracterização Geral da Arquitetura Sacra Privada 14 1.1 - Tipologias de Fachada 31 Conclusão 40 Apêndice - Geral 42 Anexo - Proposta de Valorização Identitária 50 Fontes e Bibliografia 52
  • 6. 6 Índice de Imagens Páginas Fig.1 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição (1708), Jovim 14 Fig. 2 - Tímpano do frontão triangular 14 Fig.3 - Sineira 15 Fig.4 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição (1703), Fânzeres 15 Fig. 5 - Sineira 15 Fig. 6 - Pilastra de canto 16 Fig. 7 - Fachada da capela de Santa Eulália (1711), Fânzeres 16 Fig. 8 - Fachada da capela de Santo Apolinário (1717), Lomba 17 Fig. 9 - Pilastra de canto e pináculo piramidal de base quadrangular 17 Fig. 10 - Fachada da capela de N. Sr.ª Mãe dos Homens (1726), S. Cosme 18 Fig. 11 - Nicho com imagem de S. Manuel 18 Fig. 12 - Fachada da capela de S.ta Ana (1732), 18 Fig. 13 - Pormenor da Fachada de S.ta Ana 18 Fig. 14 - Fachada e empena da capela de N. Sr.ª do Rosário (1736), Valbom 19 Fig. 15 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição (1741), S. Cosme 20 Fig. 16 - Revestimento azulejar 20 Fig. 17 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Apresentação, Valbom 20
  • 7. 7 Fig. 18 - Fachada da capela de S. Paulo, Valbom 21 Fig. 19 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição, Valbom 21 Fig. 20 - Portal rematado por cornija 21 Fig. 21 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Vitória, Melres 22 Fig. 22 - Remate do Portal 22 Fig. 23 - Frontão Circular Contracurvado 22 Fig. 24 - Fachada da capela de S. Nicolau de Tolentino, Covelo 22 Fig. 25 - Pedra de armas da família Carneiros e Albuquerque 22 Fig. 26 - Fachada da capela de Santo Inácio de Loyola, Baguim do Monte 23 Fig. 27 - Fachada da capela de N. Sr.ª do Amparo, Rio Tinto 23 Fig. 28 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Lapa, Rio Tinto 24 Fig. 29 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição, Rio Tinto 24 Fig. 30 - Janela da capela de N. Sr.ª da Lapa 24 Fig. 31 - Janela da capela de N. Sr.ª da Conceição 24 Fig. 32 - Fachada da capela da Sagrada Família (1786), S. Cosme 25 Fig. 33 - Pormenor 25 Fig.34 - Fachada da capela de Santa Luzia, Covelo 25 Fig. 35 - Remate do Portal 25
  • 8. 8 Fig. 36 - Fachada da capela de N. Sr.ª do Amparo, Foz do Sousa 26 Fig. 37 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Liberação, Foz do Sousa 26 Fig. 38 - Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição, Valbom 27 Fig. 39 - Fachada da capela d a Sagrada Família (1854), Valbom 27 Fig. 40 - Janela rematada por cornija 27 Fig. 41 - Fachada da capela de N. Sr.ª das Dores (1857), Jovim 28 Fig. 42 - Torre 28 Fig. 43 - Fachada da capela de S. Joaquim (1864), Rio Tinto 29 Índice Quadros Páginas Quadro 1 - Remate de fachadas 33 Quadro 2 - Figuras Geométricas 35 Quadro 3 - Figuras resultantes do cruzamento de tipologias de remates e dos tipos de corpo de fachada 36 Quadro 4 - Cruzamento das diferentes tipologias de fachadas com o tipo de vãos, das suas situações e da composição. Desenhos e figuras geométricas resultantes 37
  • 10. 10 Siglas e Abreviaturas A.H.P.E.P. – Arquivo Histórico do Paço Episcopal do Porto Ap. – Apêndice cit. – citado cf. – confronte col. – colecção Doc./Docs. – Documento/Documentos Ed. /ed. – Editor/edição Fasc. – Fascículo n.º - número N. – Nossa o.c. – obra citada p. – página/páginas s/d. – Publicação sem indicação da data de edição s/e. – Publicação sem indicação da editora s/l. – Publicação sem indicação do local de edição séc./sécs. – século/séculos segs. – seguintes Sr.ª - Senhora St.ª - Santa Trad. – Tradução Vol. – Volume/Volumes
  • 12. 12 Introdução Sendo o tema geral a Arquitetura Religiosa Privada, o que nos remete para as capelas associadas a quintas, pretendemos realizar uma caracterização geral, de modo a entendermos o conjunto da arquitetura sacra privada de Gondomar, e criar tipologias de fachadas. Assim, surgiu o título Subsídios para o Estudo da Arquitetura Sacra Privada de Gondomar – Tipologia de Fachadas, já que é um tema pouco abordado e de particular interesse para uma melhor perceção deste tipo de arquitetura no concelho. O espaço geográfico é caracterizado por uma grande tradição agrícola conservando- se em certas zonas uma forte ruralidade. A construção de uma capela particular, para além de ser a edificação da felicidade sempiterna do céu, servia também para exibir perante a sociedade as posses económicas de quem a mandava erigir e, perante a Igreja, a fé. Para além deste existiam outros motivos, como nos foi possível averiguar aquando da consulta das Constituições Sinodais do Bispado do Porto. O objeto de estudo é o conjunto de vinte e cinco capelas. É com base na documentação existente, no fator tempo – que limita o aprofundamento do estudo – e nas características comuns, que direcionamos o nosso estudo. Deste modo, os fatores dirigem-nos para a caracterização geral desta arquitetura no âmbito gondomarense e para a conceção de tipologias de fachadas. No que se refere à metodologia de pesquisa, empregamos o método positivista – através da análise de documentos presentes no Arquivo Histórico do Paço Episcopal do Porto, que nos permitem chegar a uma data precisa. Utilizamos ainda o método formalista, através da leitura analítica do objeto de estudo que, juntamente com informações fornecidas pela bibliografia adequada à pesquisa, nos permite caracterizar, de um modo geral, a arquitetura religiosa privada de Gondomar. O corpo de desenvolvimento deste estudo encontra-se reunido num único capítulo onde é feita a caracterização geral da arquitetura sacra privada de Gondomar com o objetivo de perceber quais os aspetos que caracterizam este tipo de arquitetura num concelho de âmbito rural. Esta caracterização serve-nos para a construção do subponto onde se procede à conceção de tipologias de fachadas. Este será baseado no estímulo recebido a partir da leitura da dissertação de doutoramento do professor José César Vasconcelos Quintão. Em seguida surge a conclusão onde pretendemos fazer uma síntese do trabalho desenvolvido no capítulo e subponto anteriores e tirar ilações que contribuam para um mais profundo conhecimento e entendimento deste tipo de arquitetura em Gondomar. Neste ponto é nosso objetivo também deixar em aberto questões e possíveis abordagens que não cabem no âmbito do nosso trabalho e que, se espera, alguém retome, algum dia, de modo a dar-lhes resposta e a aprofundar o tema em estudo, já que este é de extrema importância para o estudo da cidade e contribuí para um melhor conhecimento da zona em vários aspetos. O texto surge acompanhado de fotos e desenhos, de modo a completá-lo e a torná-lo mais inteligível. Temos depois os apêndices: geral – onde se encontram quadros e o mapa; documental – onde transcrevemos as fontes manuscritas consultadas mas não exploradas na totalidade e que deixam em aberto outras abordagens; fotográfico – onde apresentamos um complemento de material visual que permite ter acesso a outros pontos de vista dos edifícios para além da fachada e que auxilia o entendimento global do edifício e da sua envolvência. A este ponto segue-se o anexo, onde apresentamos uma proposta de valorização deste tipo de arquitetura gondomarense com o objetivo de fazer com que a Câmara Municipal de Gondomar se aperceba, a tempo, do seu valor e se interesse em estudá-la. Por fim, surgem as fontes
  • 13. 13 e bibliografia, onde se encontram as referências documentais e bibliográficas usadas no âmbito do trabalho. Mapa do Concelho de Gondomar e divisão em freguesias
  • 14. 14 1 – Caracterização Geral da Arquitetura Sacra Privada Através deste estudo pretendemos detetar formas comuns e diferenciais que nos conduzam a uma caracterização geral desta arquitetura no âmbito gondomarense e à conceção de tipologias de fachadas. A abrangência de todo o concelho permitiu-nos verificar que em duas das doze freguesias que compõem o concelho de Gondomar, não existe qualquer capela particular, mas, em compensação, nas restantes foi possível localizar vinte e cinco, sendo a freguesia de Valbom a que tem mais exemplares. O nosso objeto de estudo é a fachada principal de cada capela, já que é esta que distingue os espaços civil e religioso, que representa o principal papel no exterior do edifício, é a sua cara e o início do percurso do crente. Seria interessante realizar um estudo não só formal mas também espacial dos edifícios, mas para se cruzar dados sobre o interior e o exterior, teríamos que ter tido acesso ao interior de modo a entender a espacialidade, o que não foi possível. “A vontade aparente de permanecer no adro sem entrar (…) não é um ato de defesa (…) é uma opção deliberada (…)”pelo facto de a fachada principal ser um elemento de extrema importância para a “(…) representatividade do sentimento religioso e, como tal, é a única parte do todo a que este trabalho se vai dedicar.” Os edifícios em estudo encontram-se inseridos numa cronologia que abarca o século XVIII e o XIX, notando-se uma certa persistência decorativa no final de um período e inícios de outro. Assim, “os primeiros anos do século XVIII são ainda em grande parte uma sobrevivência do século XVII”, como é exemplo a capela de N. Sr.ª da Conceição (1708), em Jovim, cuja decoração geométrica austera presente no tímpano do frontão triangular – dois triângulos retângulo, e na sineira – quadrângulos que se repetem, remete para a permanência do gosto, sóbrio e quase despojado de ornamentos, maneirista ainda dominante na primeira década de setecentos. Fig. 2 - Tímpano do frontão Fig. 1 – Fachada da capela de N. Sr.ª triangular da Conceição (1708), Jovim
  • 15. 15 Fig. 3 – Sineira Apesar de o barroco ter iniciado o seu período de experimentação já durante o último quartel do século XVII as suas manifestações estão ainda muito presas ao passado. Só a partir da segunda década do século XVIII “se inicia verdadeiramente a grande renovação”, até aí a arquitetura manteve-se “fiel por muito tempo às formas do Maneirismo”. A linguagem barroca esboçou-se mais pela via decorativa do que arquitetónica. Nas pequenas capelas particulares de Gondomar, construídas de um modo estático, surge em elementos decorativos da fachada principal, onde também se encontram elementos ornamentais e estruturais de permanência clássica. A capela de N. Sr.ª da Conceição (1703), da Casa de Montezelo, em Fânzeres, é um pouco anterior à de Jovim e em comparação apenas se aproximam no aspeto muito semelhante da sineira. Fig. 5 - Sineira Fig. 4 – Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição (1703), Fânzeres São também de salientar os elementos presentes no seguimento das pilastras de canto. Estes assemelham-se a pilastras em miniatura que elevam uma esfera, são muito altos e sobressaem de tal maneira que a fachada é projetada ascensionalmente por eles, tornando-os quase no centro das atenções do conjunto da fachada – de eixo axial vincado por portal e um pequeno óculo oval de moldura granítica simples – terminada em empena angular interrompida pela sineira.
  • 16. 16 Fig. 6 – Pilastra de canto Na de Jovim a fachada termina em empena angular cortada, onde assenta a sineira rematada por um pequeno elemento decorativo, muito semelhante ao terminar das pilastras da capela de Montezelo, que não é mais do que o culminar do eixo axial composto pelos vãos: portal e pequena janela gradeada com molduras de granito simples. O caso da capela de Santa Eulália (1711), em Fânzeres, é considerado como tendo um eixo axial, formado pelo portal, pequena abertura retangular e cruz, no cima da empena, mas, na verdade, a minúscula abertura acima do portal está descentrada, encontrando-se ligeiramente mais para a esquerda do eixo. É uma fachada sem decoração, ostentando apenas pilastras de canto e pináculos terminados em elementos cónicos. Fig. 7 – Fachada da capela de Santa Eulália (1711), Fânzeres Na Lomba temos a capela de Santo Apolinário (1717), de portal com moldura em granito, rematado com um saliente frontão triangular interrompido, de onde surge um elemento oval elevado por segmentos curvos convexos. Com óculo chanfrado a formar o eixo axial que termina na cruz de pedra sobre a empena cuja base tem a forma de duas volutas. A fachada é moldurada por pilastras de canto, com uma faixa esculpida em baixo-relevo que lembra ainda a rigidez geométrica da decoração maneirista, as quais culminam em pináculos piramidais de base quadrangular.
  • 17. 17 Fig. 8 – Fachada da capela de Fig. 9 – Pilastra de canto e pináculo Santo Apolinário (1717), piramidal de base quadrangular Lomba É uma fachada cujos elementos decorativos mostram já um crescente cuidado nesse aspeto, ou seja, é a paulatina entrada do barroco a partir da primeira década de setecentos e o consequente afastamento das formas maneiristas. Todos estes elementos graníticos presentes na fachada são de grande qualidade em termos de traço e realização, o que implica a mão de um bom desenhador e canteiro. Apesar de ser de pequenas dimensões esta tem uma certa elegância conferida pelo facto de se encontrar em bom estado de conservação, pela qualidade do desenho e feitura dos ornamentos e ainda pelos altos pináculos. A capela de N. Sr.ª Mãe dos Homens (1726), em S. Cosme, tem uma fachada marcada pelo eixo axial: portal, de verga lisa e sem qualquer tipo de remate; nicho, com uma estrutura em arco de volta perfeita assente em pilastras, com uma faixa esculpida em baixo-relevo que mostra ainda a presença do gosto austero da ornamentação geométrica maneirista. Este alberga a imagem de São Manuel esculpida também com linhas duras; óculo, grande e de moldura simples; e, por fim, a pequena cruz que se eleva de um cubo de granito que sobrepuja o vértice da empena. As pilastras terminam em pináculos piramidais com estrias sobre base quadrada.
  • 18. 18 Fig. 11 – Nicho com imagem de S. Manuel Fig. 10 – Fachada da capela de N. Sr.ª Mãe dos Homens (1726), S. Cosme A capela de Santa Ana lembra a de S. Paulo pelo aspeto nu da pedra. Esta ostenta uma fachada muito original – marcada pelo eixo axial: portal e óculo, sem a típica cruz no vértice da empena – pelo facto de apresentar um portal protegido por um pequeno alpendre sustentado por pilares tão simples que remetem para os esteios de granito usados nas vinhas para segurar as videiras. Fig. 12 – Fachada da capela de S.ta Ana (1732) Fig. 13 – Pormenor da fachada de S.ta Ana Em seguida há o facto de o remate do portal ter a forma de um frontão triangular interrompido por um elemento vertical, aspeto dado pelo desenho produzido pela disposição das pedras, que serve de eixo aos dois triângulos retângulo, de desenho geométrico rigoroso e austero, que lembram os presentes no tímpano da capela de N. Sr.ª da Conceição, em Jovim. A grande diferença é que esta era de 1708, enquanto que a de Santa Ana é já de 1732, o que indica, mais uma vez a permanência dos gostos ao longo do tempo.
  • 19. 19 Quatro anos depois é construída a capela de N. Sr.ª do Rosário, em Valbom e continuamos com a axialidade: portal, rematado por cornija, óculo e cruz. Esta encontra- se em mau estado – apresentando parte da pedra à vista e aparentando já sinais de entrada de humidades – necessitando de uma intervenção de restauro e conservação. Fig. 14 – Fachada e empena da capela de N. Sr.ª do Rosário (1736), Valbom A base da cruz que encima a empena é semelhante à da capela de Santo Apolinário – com a forma de duas volutas. A moldura da empena e a ornamentação das pilastras é muito saliente. Na continuação destas crescem esferas cuja base é um cubo – recordando as esferas da capela de N. Sr.ª da Conceição, de Fânzeres, salvo no facto do suporte do cubo e na questão cronológica. É uma capela de pequenas dimensões mas com uma fachada que ostenta elementos ornamentais e arquitetónico de grande qualidade. Novamente em S. Cosme temos a capela de N. Sr.ª da Conceição (1741). Esta encontra-se em avançado estado de ruína, tendo já ruído parte da cobertura, Felizmente a fachada continua de pé, a única observação é o facto de ter caído o pináculo do lado da epístola e, presumimos, o culminar da cruz. A fachada encontra-se revestida a azulejos, em azul e branco com motivos florais de padrão, da empena até à verga do portal, dai até ao solo está cimentada, mostrando que foi alvo de intervenções – Quando? – Não sabemos! Os vãos encontram-se distribuídos de uma forma que lembra de imediato uma habitação: uma porta, rematada por cornija, no rés-do-chão, e duas janelas, no andar superior, sem qualquer ornamentação.
  • 20. 20 Fig. 16 – Revestimento azulejar Fig. 15 – Fachada da capela de N. Sr.ª Da Conceição (1741), S. Cosme Para as capelas que trataremos a seguir não encontramos datação exata, sendo apenas possível afirmar a sua existência antes de 1758, data das «Memórias Paroquiais». A capela de N. Sr.ª da Apresentação, em Valbom, exibe uma fachada sóbria em termos decorativos. Não ostenta pináculos na continuação das pilastras nem qualquer outra decoração. É marcada axialmente pelo portal e óculo circular de moldura reta e simples de granito e é rematada com frontão triangular de moldura evidenciada – remetendo para as formas clássicas que persistiram ao longo dos tempos como modelos de equilíbrio e rigor matemático – que culmina numa cruz. Próximo desta, em termos geográficos, temos a capela de S. Paulo. De eixo axial marcado, mais uma vez, por portal, rematado por uma saliente cornija, e óculo, de moldura chanfrada, em granito. A fachada termina em empena angular e sobre o seu vértice cresce uma cruz em granito sobre base quadrada igual às dos pináculos piramidais que surgem na continuação das pilastras de canto. Esta capela foi intervencionada tendo sido retirada toda a argamassa que cobria a pedra e as suas juntas foram ainda cimentadas e pintadas de branco, resultando na alteração do aspeto contrastante entre o branco da cal e o escuro granito dos remates. Fig. 17 – Fachada da capela de N. Sr.ª da Apresentação, Valbom
  • 21. 21 Ainda na mesma freguesia temos a capela de N. Sr.ª da Conceição, da quinta da Bouça. A sua fachada é marcada pontualmente pela única abertura constituída pelo portal rematado por cornija, sendo desprovida de pilastras e pináculos e terminando simplesmente com uma singela cruz de granito no vértice da empena. Temos uma fachada extremamente simplificada a nível arquitetónico e decorativo, o que a torna atemporal. Fig. 18 – Fachada da capela de S. Paulo, Valbom Fig. 20 – Portal rematado por cornija Fig. 19 – Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição, Valbom A capela de N. Sr.ª da Vitória, em Melres, apresenta uma fachada onde foi utilizada uma linguagem mais erudita, dentro do espaço rural, com portal rematado com frontão curvo interrompido, por um elemento com dois segmentos convexos que se unem para sustentar e elevar elegantemente uma pequena esfera, e janela de verga curva a marcar o eixo axial. Todas as molduras são bastante proeminentes, recordando as da capela de N. Sr.ª do Rosário e levando-nos a questionar – Será esta capela da década de trinta ou quarenta do século XVIII? A fachada termina em frontão circular contracurvado, com entablamento que acompanha a forma curva da verga da janela, o que dá um certo movimento à fachada. A elegância e o sentido ascensional são-nos transmitidos pela sua altura, frontão e a cruz que o encima e pelos ângulos sublinhados pelas pilastras de granito que emolduram e contrastam com o branco do pano caiado.
  • 22. 22 Fig. 21 – Fachada da capela de N. Sr.ª da Vitória, Melres Fig. 22 – Remate do portal Fig. 23 – Frontão circular contracurvado A capela de S. Nicolau de Tolentino, em Covelo, tem como única abertura, na fachada principal, o portal rematado por cornija. Esta é coroada por frontão triangular cortado que ostenta a pedra de armas da família (Carneiros e Albuquerques), a qual só poderia ser utilizada como elemento decorativo na fachada de uma capela particular com uma autorização especial do Bispado. Não sabemos se foi esse o caso da capela de mas sem dúvida que é um elemento usado como dignificação da sua fachada principal e como afirmação da família perante a vizinhança. Sobre o frontão eleva-se a sineira e no prolongamento das pilastras de canto os pináculos piramidais de base quadrada. Fig. 25 – Pedra de Armas da família Carneiros e Albuquerque Fig. 24 – Fachada da capela de S. Nicolau de Tolentino, Covelo
  • 23. 23 Fig. 26 – Fachada da capela de Santo Inácio de Loyola, Baguim do Monte Da segunda metade do século XVIII, dentro de uma linguagem mais erudita, temos a capela de Santo Inácio de Loyola, em Baguim do Monte e N. Sr.ª do Amparo, em Rio Tinto, que, apesar de serem cronologicamente muito próximas, apresentam características bastante diferentes. A grande diferença encontra-se na decoração e no número de aberturas, enquanto a fachada da primeira é detentora de janelas devocionais, com moldura granítica de desenho ondulante, portal de verga lisa com remate em “frontão de duas volutas, interrompido por dois segmentos convexos que elevam e suportam uma concha” e óculo que “segue o esquema das aberturas polilobadas de Pozzo”, a segunda não apresenta janelas devocionais, somente um portal de verga lisa rematado por “frontão em arco de volta perfeita com extremos retos, interrompido por dois segmentos convexos que sustentam um ornamento ondulante” e um óculo circular interrompido, por uma flor-de-lis estilizada, na nona superior. Fig. 27 – Fachada da capela de N. Sr.ª do Amparo, Rio Tinto O mesmo já não acontece com as capelas de N. Sr.ª da Lapa e de N. Sr.ª da Conceição, ambas em Rio Tinto. Estas são realmente muito semelhantes, com portal sobrepujado por remate em “frontão triangular interrompido por um elemento” que se ergue. Ambas têm janelas devocionais “polilobadas, retiradas do tratado de Pozzo”, encontrando-se as diferenças na situação da sineira – enquanto na primeira esta se localiza do lado do Evangelho, na segunda está do lado da epístola – na decoração da janela, tendo a da N. Sr.ª da Lapa “enrolamentos que lembram uma cartela ”e uma concha espalmada a remeter-nos para o gosto vigente na época, a decoração rocaille. A decoração de N. Sr.ª da Conceição é ainda de pendor barroco, com saliências e reentrâncias na moldura pétrea.
  • 24. 24 Fig. 28 – Fachada da capela de Fig. 29 – Fachada da capela de N. Sr.ª da Lapa, Rio Tinto N. Sr.ª da Conceição, Rio Tinto Fig.30 – Janela da capela de Fig. 31 – Janela da capela N. Sr.ª da Lapa de N. Sr.ª da Conceição Na capela da Sagrada Família, em S. Cosme, já do último quartel do século XVIII, a aproximação à vernacularidade pela ausência de ornamentos é ainda maior. O seu eixo axial, marcado pelo portal, de moldura simples, óculo, de moldura granítica lisa, e cruz no cimo da empena, não ostenta qualquer tipo de decoração, encontrando-se um simples apontamento nas saliências das pilastras.
  • 25. 25 Fig. 33 - Pormenor Fig. 32 – Fachada da capela da Sagrada Família (1786), S. Cosme Este é mais um caso de arquitetura atemporal, o que nos levaria a localizá-lo no tardo-barroco ou nos inícios do neoclassicismo seria a data da edificação (1786), mas a sua imagem leva-nos a dizer que poderia ter sido edificada em qualquer época, tem uma imagem atemporal, à semelhança das capelas de N. Sr.ª da Conceição, da quinta da Bouça, e de N. Sr.ª da Apresentação, ambas em Valbom. Da segunda metade de setecentos é ainda a capela de Santa Luzia, em Covelo, com uma fachada que tende já para uma decoração muito mais simplificada, cingindo- se somente ao remate do portal – cornija sobrepujada por frontão curvo interrompido, formado por elementos pétreos proeminentes. De resto, todas as aberturas são molduradas por granito sem qualquer ornamento e são chanfradas, tanto as pequenas janelas que se encontram ao nível do remate do portal como o óculo de pequenas proporções que o encima. A fachada termina em empena e tem uma cruz no seu vértice. É ainda de referir a inexistência de pilastras, distanciando-se ainda mais de uma linguagem decorativa erudita, mesmo que de cariz rural. Fig. 34 – Fachada da capela de Fig. 35 – Remate do portal S.ta Luzia, Covelo
  • 26. 26 Ainda da segunda metade do século XVIII temos a capela de N. Sr.ª do Amparo, em Foz do Sousa, sobre a qual há a salientar o facto de ter uma única abertura – o portal, não ter pilastras e pináculos – apenas uma cruz sobre base quadrada no vértice da empena, a total inexistência de qualquer ornato, e ainda o facto de se encontrar ao abandono. Esta fachada é de tal modo parca em ornamentação que não permite situá- la cronologicamente, sendo este mais um caso de atemporalidade e de forte pendor vernacular a juntar aos anteriores. Fig. 36 – Fachada da capela de N. Sr.ª do Amparo, Foz do Sousa Para estas duas capelas que acabamos de analisar não existe datação precisa, apenas, e mais uma vez, a referência cronológica das «Memórias Paroquiais» de 1758, às quais já nos referimos anteriormente – sendo portanto posteriores à data do inquérito na medida em que não surgem na resposta à pergunta número treze. Quanto ao século XIX, temos um único caso que cabe na primeira metade, a capela de N. Sr.ª da Liberação (1849), também em Foz do Sousa, na qual, apesar das alterações sofridas, é ainda possível apercebermo-nos das suas linhas gerais. Mais uma vez sem ornamentos nem pilastras, a sua fachada, resultando num eixo axial composto por portal e postigo de moldura simples em granito, transmite sobriedade. Fig. 37 – Fachada da capela de N. Sr.ª da Liberação (1849), Foz do Sousa
  • 27. 27 A capela de N. Sr.ª da Conceição, da Quinta da Vinha, em Valbom, será de meados do século XIX. È marcada axialmente por portal de arco infletido e óculo oval, ambos de moldura simples de granito, num recordar da arquitetura gótica traduzido para uma linguagem vernacular. A sua sineira encontra-se colocada num arco que une a capela à casa e lembra as das capelas de N. Sr.ª da Conceição em Jovim e em Fânzeres. Fig. 38 – Fachada da capela de N. Sr.ª da Conceição, Valbom Assim, partimos para a segunda metade de oitocentos, durante a qual se vive, no Porto, uma mudança de gosto através da influência do neopalladianismo trazido por ingleses e através do retorno à preferência por formas históricas, clássicas e medievais. Mais uma vez, esses revivalismos vão ser visíveis em Gondomar de um modo mais simplificado, mais vernacular. Mas, como nas épocas anteriores, há ainda a perduração do gosto precedente. A capela da Sagrada Família, em Valbom (1854), é bem reflexo disso, apresentando uma fachada de pendor classicizante, pelo uso de frontão triangular com medalhão de granito ao centro, e barroquizante, através do uso de verga arqueada na janela, fazendo lembrar a da capela de N. Sr.ª da Vitória, em Melres. A localização da sua fachada face à orientação do altar é também original – esta é lateral face ao altar – as suas aberturas formam um eixo axial: portal, rematado por cornija, e janela de grandes dimensões sobrepujada por cornija, encontrando-se em bom estado de conservação, apesar de ser necessário restaurar a cruz que caiu do topo do frontão e a urna que culmina a pilastras do lado da epístola que se encontra caída no telhado. Fig. 39 – Fachada da capela da Fig. 40 – Janela rematada Sagrada Família (1854), Valbom por cornija
  • 28. 28 A capela de N. Sr.ª das Dores (1857), em Jovim, é um exemplo de revivalismo de formas góticas, no caso do remate trilobado do portal principal e do coroamento do frontão trilobado da fachada. A forma trilobada destes elementos remete para os arcos com este formato usados nas aberturas de edifícios góticos. Será uma reminiscência medieval do formato das aberturas reproduzido em frontão? Esta mesma forma surge na torre – realizada posteriormente - criando uma miniatura de um templo onde o elemento estrutural descarrega o peso suportado para pilastras. Esta capela é um caso único, na medida em que os seus vãos formam um duplo eixo axial. A fachada é composta por dois panos formados por uma pilastra central e por uma em cada canto. Cada pano é marcado por um eixo axial formado por portal e óculo. O portal principal e o maior óculo ocupam o maior pano que é rematado pelo frontão trilobado, sendo o outro pano mais pequeno composto por portal sem remate e óculo de menor dimensão mas é encimado pela torre, que tenta compensar a largura da fachada com a altura da agulha que a remata. Esta capela encontra-se em avançado estado de degradação, restando apenas a estrutura mural. Fig. 42 - Torre Fig. 41 – Fachada da capela de N. Sr.ª das Dores (1857), Jovim A capela de S. Joaquim (1864), em Rio Tinto, tem uma fachada marcada por janelas devocionais com moldura quadrilobada que ladeiam o portal, por uma janela de moldura granítica simples e por um frontão triangular bastante saliente, remetendo para o classicismo, que termina numa cruz. É revestida por azulejos de padrão floral em tons de amarelo e azul e moldurada por pilastras.
  • 29. 29 Fig. 43 – Fachada da capela de S. Joaquim (1864), Rio Tinto Durante o século XIX há uma enorme variedade de formas baseadas em modelos pré-existentes que leva à inexistência de uma linha base, de um foi condutor, transformando a fachada de cada capela num caso único no concelho. “Artisticamente conservador, o Porto permanece fiel às formas de um passado que no entanto se vão modernizando lentamente”. Tal como na cidade do Porto, também em Gondomar se preserva o passado, embora atualizando-o paulatinamente segundo os cânones estéticos coevos. A consciência histórica não está ausente da arquitetura privada religiosa da época barroca, o peso das formas do passado está presente, principalmente nos edifícios dos inícios do século XVIII, mas vai sendo atenuado com o decorrer das décadas de forma a chegar cada vez mais próximo da realidade artística portuguesa. Na segunda metade de setecentos deparámo-nos com uma arquitetura tardo- barroca com influências rocaille. As fachadas são de base barroca mas apresentam já uma maior carga decorativa em comparação com as da primeira metade da centúria. Mantém-se o “princípio organizativo das fachadas barrocas, obtido a partir de um eixo central pontuado por cruz (...), óculo circular, porta”. Assim, as formas do período anterior permanecem embora se assista já à introdução de elementos ornamentais modernizantes. No século XIX deu-se um regresso ao passado clássico, medieval e barroco o que resultou na construção de capelas particulares com fachadas únicas de reminiscência clássica, gótica ou barroca. Assim, das poucas capelas oitocentistas de Gondomar cada fachada é um caso único, acumulando, por vezes, formas de diferentes épocas. Gondomar sempre foi um concelho de terras férteis e, por consequência, de uma enorme atividade agrícola. Esta característica reflete-se na sua arquitetura religiosa privada que se caracteriza, no geral, como uma arquitetura moldada à dimensão rural do concelho e às necessidades particulares de uma quinta e da sua vizinhança, resultando no uso de uma linguagem decorativa – ao nível da fachada principal - de pendor vernacular, ou seja, é uma arquitetura sóbria, de semblante parco em ornamentação, por vezes de tal modo desornada que passa praticamente despercebida. É uma arquitetura que reflete a sua contemporânea no Porto, ou seja, que se encontra situada entre o conservadorismo e o moderno, mas que, por se situar na periferia, tem maior liberdade na reelaboração de modelos. Sendo uma arquitetura ajustada ao meio rural e local, espelha o poder económico do proprietário e proporciona a afirmação social. Assim, temos fachadas onde são usadas formas ruralizantes – na medida em que são adaptadas à ambiência rural e a uma visão local, mas que apresentam uma ornamentação que lhe confere uma aparência imponente tendo em conta a envolvente agrícola, mas temos outras de tal modo reduzidas ao essencial que só se destacam pela presença da cruz no culminar da empena ou frontão e pelos pináculos no seguimento
  • 30. 30 das pilastras, não apresentando qualquer tipo de decoração que a localize numa época, o que resulta em capelas de semblante atemporal. Esta é uma arquitetura que se caracteriza pelo uso de um vocabulário coevo mas simplificado e adaptado ao gosto local e rural, que se desenvolve com uma força própria, quase pitoresca. Será esta linguagem também a tradução ornamental de uma menor exigência por parte do fundador devido à sua localização, longe do espaço urbano e, por isso, a suficiente para se afirmar socialmente? Não sabemos. De qualquer modo, existem também capelas em que na epiderme facial é usada uma linguagem mais erudita, de ornatos mais túrgidos, ilustrando um bom traço a nível de desenho e uma execução de boa qualidade. É uma arquitetura ostensiva, que se impõe ao olhar, convence, atrai, domina, seduz e é até exorbitante, no contexto rural que a envolve. Podemos então destacar três tipos de linguagens decorativas usadas nas fachadas da arquitetura sacra privada gondomarense: Elevada, ou seja, mais erudita, verificável nas capelas:  N. Sr.ª da Vitória - Anterior a 1758  S.to Inácio de Loyola - 1754  N. Sr.ª do Amparo (Rio Tinto) - 1755  N. Sr.ª da Lapa - 1764  N. Sr.ª da Conceição (Rio Tinto) - 1765  Sagrada Família (Valbom) - 1854  N. Sr.ª das Dores – 1857 Média e Baixa, ou seja, mais sóbria, como é possível observar nas capelas:  N. Sr.ª da Conceição (Fânzeres) - 1703  N. Sr.ª da Conceição (Jovim) - 1708  S.ta Eulália - 1711  S.to Apolinário - 1717  N. Sr.ª Mãe dos Homens - 1726  Santa Ana - 1732  N. Sr.ª do Rosário - 1736  N. Sr.ª da Conceição (S. Cosme) - 1741  N. Sr.ª da Apresentação – Anterior a 1758  S. Paulo – Anterior a 1758  S. Nicolau de Tolentino – Anterior a 1758  S.ta Luzia – Posterior a 1758  N. Sr.ª da Conceição (Vinha; Valbom) – Meados século XIX  S. Joaquim – 1864 Muito Reduzida ou mesmo Inexistente, como é possível averiguar nas capelas:  N. Sr.ª da Conceição (Bouça; Valbom) – Anterior a 1758  Sagrada Família (S. Cosme) - 1786  N. Sr.ª do Amparo (Foz do Sousa) – Posterior a 1758  N. Sr.ª da Liberação - 1849
  • 31. 31 1.1 – Tipologias de fachadas Para atingir o nosso objetivo vamos recorrer a uma análise formal dos componentes da fachada principal das capelas particulares de Gondomar e sintetizá-los de modo a conseguir uma classificação sistematizada, apresentada em quadros, que nos levará à tipificação da fachada. Vamos utilizar imagens e desenhos que julgamos necessário, ou mesmo indispensáveis, cuja finalidade é o auxílio visual do texto explicativo, visando o seu entendimento mais facilitado. É de relevar a importância que o trabalho de Tese de Doutoramento do Professor Doutor José César Vasconcelos Quintão teve como base para a formação das tipologias a seguir apresentadas. A observação das fachadas conduziu-nos à conclusão que havia disparidade entre algumas, mas também similitude entre outras. Este estudo visa tentar encontrar um foi condutor que as ligue de uma maneira lógica em grupos, de modo a formar tipologias. A sistematização tipológica das fachadas vai traduzir-se em texto, quadros e desenhos. Serão considerados e analisados para a conceção de tipologias de fachadas os remates, o tipo de vãos, a sua situação e composição. Em relação ao desenho das fachadas, este vai ser em alçado, ou seja, os elementos tridimensionais vão ser representados bidimensionalmente. O portal é parte integrante de uma fachada principal e é o principal vão desta já que, por vezes, é o único elemento que a anima, como acontece na fachada das capelas de Nossa Senhora do Amparo, em Foz do Sousa, e S. Nicolau de Tolentino, em Covelo. Este é, geralmente, de forma retangular, mas também existem exceções como é o exemplo único da capela de Nossa Senhora da Conceição, em Valbom, cujo portal tem a verga em arco quebrado. O nosso objetivo primordial é realçar as características do conjunto como manifestação arquitetónica da cidade, com o intuito de contribuir para o aprofundamento do estudo da arquitetura religiosa privada de Gondomar. A diversidade é desequilibrada já que encontramos casos únicos ao confrontar desenhos distintos.
  • 32. 32 Pretendemos formar tipologias de fachada, utilizando o desenho para a sua sistematização, de maneira a atingirmos o nosso objetivo, determinar tipologias de leitura de fachada. Para tal, dividimos a fachada em dois campos de análise:  Remate  Corpo Remate das Fachadas O remate das fachadas ocupa um lugar de relevo na leitura destas, na medida em que é a zona superior limítrofe do corpo e a zona de quebra entre o céu e a terra. A categoria de remate vai ser dividida em empena e em frontão, distinção realizada com base na existência, ou não, de entablamento. Assim, temos um remate em empena quando não há entablamento e em frontão quando existe o elemento de quebra na leitura da fachada entre o corpo e o remate. A aplicação à nossa realidade resultou na seguinte subdivisão tipológica:  Remate em empena A - Angular – quando a zona superior da fachada é formada por duas rampantes que se encontram no vértice, formando um ângulo obtuso. A’ - Este dá origem à variante cujo coroamento é também em empena angular mas com a diferença de as rampantes não chegarem a unir-se no vértice, o que dá origem a um ângulo obtuso de vértice cortado.  Remate em frontão B - Triangular – quando a zona superior da fachada é formada pelo elemento reto horizontal do entablamento e por duas rampantes que se encontram no vértice, formando uma figura triangular. B’ - A sua variante tem a diferença de as rampantes não se unirem no vértice do ângulo, formando uma figura trapezoidal. C - Circular contracurvado – quando a zona superior da fachada é formada pelo entablamento e por uma figura de base circular cujas extremidades são alongadas, provocando uma contracurva no arco original. D - Trilobado – quando a zona superior da fachada é formada pelo entablamento e por uma figura composta por três lóbulos.
  • 33. 33 Estas encontram-se traduzidas no seguinte quadro: Tipo A Remate em empena Angular Tipo A’ Remate em empena Angular Cortada Tipo B Remate em frontão Triangular Tipo B’ Remate em frontão Triangular cortado Tipo C Remate em frontão Circular contracurvado Tipo D Remate em frontão Trilobado Quadro 1 – Remate de fachadas
  • 34. 34 Corpo das Fachadas Neste campo analisaremos os vãos (tipo e situação que nos conduzirão à determinação da sua composição), que vai permitir formar tipologias de leitura de uma fachada. Vãos Denominamos vãos os elementos que por fenestração constituem as reentrâncias de uma fachada como:  Nicho  Óculo  Janela; Janela devocional; Postigo Temos o portal como vão seguramente presente e como elemento de referência para a determinação da situação dos restantes vãos. Assim, distinguimos três tipos de situações:  Alta – Quando o vão se situa ao nível do entablamento ou acima deste;  Média – Quando o vão se situa abaixo do entablamento e acima do portal;  Baixa – Quando o vão se situa abaixo da linha marcada pela verga do portal. Estas são relevantes para a realização do passo seguinte, a determinação da composição dos vãos, cujo objetivo é a construção de diferentes figuras geométricas através da união dos seus centros, usando o portal como elemento arquitetónico base:  Pontual – Quando o único vão é o portal;  Axial – Quando existe um vão sobre o portal;  Axial composta – Quando existem dois vãos, alinhados na vertical, sobre o portal;  Em Triângulo – Quando existe um vão superior, ao centro, e dois, um de cada lado, abaixo da verga do portal;  Em Triângulo Invertido – Quando existem dois vãos, alinhados na horizontal, acima do portal;
  • 35. 35  Em Losango – Quando existe um vão superior, ao centro, e dois, um de cada lado, acima do portal. A sua tradução em figuras geométricas é a seguinte: Pontual ٠ Axial ‫ا‬ Axial composta ‫ا‬ ‫ا‬ Em Triângulo Em Triângulo Invertido Em Losango Quadro 2 – Figuras Geométricas Tal como o remate, também o desenho do corpo é determinado pela existência, ou inexistência, de entablamento, resultando numa figura quadrangular quando existe entablamento e num quadrângulo interrompido quando não existe o elemento estrutural horizontal que completaria a figura geométrica. Assim, existem dois tipos de corpo de uma fachada: A - quadrângulo B - quadrângulo interrompido As tipologias de remates somadas aos dois tipos de corpo de fachada resulta na seguinte tipologia de fachadas: A – Constituída por fachada com remate em empena angular que em união com o corpo resulta numa figura geométrica pentagonal. A’ – Constituída por fachada com remate em empena angular cortada que em união com o corpo resulta num hexágono irregular. B – Constituída por fachada com remate em frontão triangular que em união com o corpo resulta em duas figuras geométricas: um quadrângulo sobreposto por um triângulo. B´– Constituída por fachada com remate em frontão triangular cortado que em união com o corpo resulta num quadrângulo sobreposto por uma figura geométrica trapezoidal. C – Constituída por fachada com remate em frontão circular contracurvado que ao ser unido com o corpo resulta num quadrângulo sobreposto por uma figura geométrica composta.
  • 36. 36 D – Constituída por fachada com remate em frontão trilobado que em união com o corpo resulta num quadrângulo sobreposto por uma figura geométrica composta. Estas traduzem-se nas seguintes figuras: A B´ A´ C B D Quadro 3 – Figuras resultantes do cruzamento de tipologias de remates e dos tipos de corpo de fachada. O cruzamento das diferentes tipologias de fachadas com o tipo de vãos, das suas situações e da composição, aplicados à nossa realidade, resultou nos seguintes desenhos e figuras geométricas: Designação Desenhos Figura geométrica S. Paulo ‫ا‬ N. Sra. Rosário ‫ا‬ N. Sra. Apresentação ‫ا‬ N. Sra. Conceição (Vinha-Valbom) ‫ا‬ N. Sra. Conceição (Bouça-Valbom) ٠ Sagrada Família (Valbom) ‫ا‬ St.º Apolinário ‫ا‬ N. Sra. Amparo (Foz do Sousa) ٠
  • 37. 37 N. Sra. Liberação ‫ا‬ S. Nicolau Tolentino ٠ St.ª Luzia N. Sra. Vitória ‫ا‬ N. Sra. Mãe dos Homens ‫ا‬ Sagrada Família (S. Cosme) ‫ا‬ N. Sra. Conceição (S. Cosme) N. Sra. Conceição (Jovim) ‫ا‬ N. Sra. Dores ‫ا‬ ‫ا‬ N. Sra. Conceição (Fânzeres) ‫ا‬ St.ª Eulália ‫ا‬ St.ª Ana ‫ا‬ St.º Inácio de Loyola S. Joaquim Sra. da Lapa N. Sra. Amparo (Rio Tinto) ‫ا‬ N. Sra. Conceição (Rio Tinto)
  • 38. 38 Quadro 4 - Cruzamento das diferentes tipologias de fachadas com o tipo de vãos, das suas situações e da composição. Desenhos e figuras geométricas resultantes. O cruzamento deste com o Quadro 1 permite-nos concluir que a maioria das capelas de Gondomar são de coroamento em empena angular e que é no seu vértice, o ponto mais elevado e de maior prestígio, que se implanta a cruz. A divisão em empena e em frontão conduz-nos ainda à determinação de duas tipologias de leitura de uma fachada: A – Contínua – quando o coroamento da fachada é em empena, não existindo qualquer obstáculo arquitetónico estrutural que a interrompa ou desvie a atenção. B – Interrompida – quando o coroamento da fachada é em frontão, o que leva a uma leitura condicionada pelo elemento estrutural horizontal, ou seja, pelo entablamento. A análise do quadro conduziu-nos à determinação das seguintes tipologias de fachada: A - Caracteriza-se por coroamento em empena angular e em frontão triangular cujos vãos formam uma composição axial ou axial composta, como são exemplo as capelas:  S. Paulo  Nossa Senhora do Rosário  Nossa Senhora da Conceição (Vinha-Valbom)  Santo Apolinário  Nossa Senhora da Livração  Sagrada Família (S. Cosme)  Nossa Senhora da Conceição (Fânzeres)  Santa Eulália  Santa Ana  Nossa Senhora Mãe dos Homens  Nossa Senhora da Apresentação  Sagrada Família (Valbom)  Nossa Senhora do Amparo (Rio Tinto)  Nossa Senhora da Vitória  Nossa Senhora das Dores (axial dupla)  Nossa Senhora da Conceição (Jovim) B - Caracteriza-se por coroamento em empena angular e em frontão triangular cujos vãos formam uma composição pontual, como são exemplo as capelas:  Nossa Senhora da Conceição (Bouça-Valbom)  Nossa Senhora do Amparo (Foz do Sousa)  São Nicolau de Tolentino C - Caracteriza-se por coroamento em empena angular e em frontão triangular cujos vãos formam um triângulo, como são exemplo as capelas:  Santo Inácio de Loyola  Nossa Senhora da Conceição (Rio Tinto)  São Joaquim  Nossa Senhora da Lapa  Nossa Senhora da Conceição (S. Cosme) – triângulo invertido
  • 39. 39 D - Caracteriza-se por coroamento em empena angular e em frontão triangular cujos vãos formam um losango, como são exemplo as capelas:  Santa Luzia A análise dos resultados conduziu-nos a dois tipos possíveis de leitura de uma fachada: A - Direcionada – Quando o conjunto de vãos formam um visionamento vertical conduzido, ou seja, quando um vão nos leva, quase obrigatoriamente, ao visionamento de outro, numa direção ascendente. São de leitura direcionada as fachadas cujos vãos são axiais ou axiais compostos. B - Aparentemente Dispersa ou Semi-direcionada – Quando o conjunto de vãos causam um visionamento aparentemente disperso, num primeiro impacto, mas que acaba por ser visualmente direcionado no sentido ascendente, que abre na horizontal, no caso das fachadas cujos vãos são em triângulo, mas que depois conduz o olhar para um vão em específico, no caso das fachadas cujos vãos são em triângulo invertido e em losango. Assim, a leitura de uma fachada cujos vãos são axiais ou axiais compostos, permite-nos a seguinte direção visual: - Portal N/O/J Cruz/Sineira No caso das fachadas com coroamento em empena. - Portal N/O/J Frontão Cruz/Sineira No caso das fachadas com coroamento em frontão. É uma leitura ascendente que poderá ser vista, subconscientemente, como direcionada para o céu. A leitura das fachadas cujos vão são em triângulo, triângulo invertido e em losango, permitem uma direção visual aparentemente não sequencial, o que resulta numa certa desorientação causada pela inicial dispersão do olhar. Esta aparente falta de objetividade pode causar, inconscientemente, uma certa insegurança e inquietação.
  • 40. 40 Conclusão Em Gondomar, antes de 1758, o panorama geral da arquitetura privada do campo religioso é caracterizado por uma arquitetura que seguiu os seus próprios caminhos, adaptando o que de novo ia surgindo ao seu tamanho, à sua medida, usando uma linguagem decorativa de pendor vernacular ou rural, que se traduz maioritariamente em edifícios de decoração muito sóbria, ou seja, as fachadas apresentam uma ruralização acentuada. Deparámo-nos então com a seguinte realidade: As fachadas dos primórdios de setecentos denotam ainda a sobrevivência de formulários do período precedente, o Maneirismo. Nota-se o uso de singelas aberturas – óculos circulares (chanfrados ou retos) e pequenas aberturas retangulares. A sua organização é obtida a partir de um eixo axial composto por: portal e óculo circular ou pequenas aberturas retangulares, culminando no elemento que marca a religiosidade do edifício, a cruz. Em termos ornamentais as fachadas apresentam uma enorme decantação e, em alguns casos, é notória a inexistência de elementos decorativos. Nos poucos casos onde existe alguma preocupação ornamental esta é confinada à zona superior das pilastras de canto através de elementos retilíneos proeminentes, aos elementos piramidais, bolbosos e esféricos que surgem no seu enfiamento e ao remate do portal através de frontões – triangulares, triangulares e curvos interrompidos por elemento com dois segmentos convexos que se unem para sustentar e elevar um outro de forma esférica. É claro que existem sempre exceções: casos em que há um único vão, sendo a abertura pontual e não axial, em que existe um nicho na fachada, o que a torna axial composta, e em que a fachada apresenta duas janelas ao mesmo nível, por cima do portal, transformando a sua composição em triangular invertida. Existem também fachadas rematadas em empena angular cortada e em frontão triangular, triangular cortado e circular contracurvado. A partir de 1758 o panorama é outro. As fachadas ostentam aberturas maiores e/ou mais realçadas através das molduras decoradas com desenho com menor rigidez geométrica e com maior movimentação. Diminui a predominância da sua composição axial, verificando-se a existência de um maior número de vãos, na sua maioria janelas devocionais a ladear o portal. Há também uma maior variedade de formas de aberturas – janela retangular, óculos circulares, janelas devocionais com molduras polilobadas e de verga curva, e portal de verga lisa. As zonas que recebem ornamentação são as mesmas só que agora esta é mais intensa e mais erudita do que antes, ou seja, surgem formas de maior plasticidade. Os elementos que surgem no seguimento das pilastras de canto são mais túrgidos, mais bolbosos e menos piramidais e geométricos, mas ao mesmo tempo mais elegantes devido à sua maior elevação, o que causa uma maior movimentação no registo superior. As fachadas são todas rematadas em empena angular, ostentando uma cruz de pedra no vértice. Mais uma vez existem as exceções e deparámo-nos com casos em que a composição dos vãos é pontual e em que as aberturas são ainda pequenas, mas o mais flagrante é aparecer neste meio, onde a ornamentação parece ter ganho maior destaque do que antes, dois casos em que a fachada é isenta de ornamentos. No que se refere ao século XIX, deparámo-nos com cinco capelas, todas com datação próxima e localizadas nos meados do século – de 1849 a 1864.
  • 41. 41 O universo é muito diferente do século anterior, cada fachada é um caso único. Temos fachadas extremamente depuradas em termos decorativos, notando-se um regresso ao passado onde se buscam valores clássicos – visíveis nos remates em frontão triangular, janela de grande dimensão sobre o portal e fachadas de grande dimensão, quase monumental para uma capela de espaço rural, e medievais – aplicados em forma de arco infletido num portal e de remates em frontão trilobado. Há ainda o caso de uma fachada totalmente desguarnecida de ornatos e com uma pequena janela, dando a ideia de uma fachada atemporal. Das cinco só duas têm decoração no enfiamento das pilastras, mas mesmo esta é diferente num caso e no outro, sendo que a de pendor mais classicista tem urnas e a outra tem fogaréus. Três são de composição axial, duas são de remate em frontão triangular e uma em frontão trilobado, sendo que as outras duas têm remate em empena angular. Neste caso as exceções encontram-se maioritariamente na capela de N. Sr.ª das Dores, em Jovim - no frontão trilobado, único em todo o concelho; na simetria biaxial da fachada marcada por: portal principal e óculo, culminando na cruz que se encontra sobre o remate em frontão trilobado; porta (de verga arqueada) e óculo, culminando na cruz de metal com as pontas trilobadas da torre sineira. Nota-se uma procura de equilíbrio nesta dupla axialidade. Em todas as capelas desde o início de setecentos à segunda metade do século XIX, existe uma característica que é global, é o facto de todos os vãos serem guarnecidos com molduras de pedra de granito. Na maioria também as linhas de estrutura são acentuadas através do granito, o material ditado pela geografia e por isso o mais usado na arquitetura sacra privada de Gondomar. É notória uma combinação entre o vernacular e o erudito mas sempre numa arquitetura de escala modesta e de tímidas soluções decorativas. É o uso da arquitetura, em especial da fachada, como exteriorização do poder económico e como afirmação social - “o enfase é posto na parte pública, prestigiante do seu promotor”. O trio de valores-base, usado pelo classicismo para a construção de um bom edifício – Firmitas, Utilitas, Venustas – pode ser encontrado nas nossas capelas, só que de um modo vernacular, ou seja, aplicado à dimensão rural do concelho.
  • 43. 43 Cronologia Freguesia Local 1ª met. Séc. XVIII 2ª met. Séc. XVIII 1ª met. Séc. XIX 2ª met. Séc. XIX S. Cosme (Ermentão) Stº André (anterior a 1623) • Foz de Sousa (Gens) S. Roque (anterior a 1623) • Lomba (Pé-de-Moura) St.ª Eufémia1 (anterior a 1623) • Fânzeres (Montezelo) N. Sr.ª da Conceição (1703) * Jovim (Atães) N. Sr.ª da Conceição (1708) * Fânzeres (Santa Eulália) Santa Eulália (1711) * Lomba St.º Apolinário (1717) * S. Cosme (Bouça Cova) N. Sr.ª Mãe dos Homens (1726) * Baguim (Paço) Santa Ana (1732) * Valbom (Cumieira) N. Sr.ª do Rosário (1736) * S. Cosme (Carregais) N. Sr.ª da Conceição (1741) * Medas (Vila Cova) N. Sr.ª de Oliveira2 (1742) * Jovim (Bulha) St.ª Ana (1744) * Baguim St.º Inácio de Loyola (1754) * Rio Tinto (Venda Nova) N. Sra.ª do Amparo (1755) * Rio Tinto (Medancelhe) N. Sr.ª da Lapa (1764) * Rio Tinto (Campainha) N. Sr.ª da Conceição (1765) * S. Cosme Sagrada Família (1786) * Foz do Sousa N. Sr.ª da Livração (1849) * 1 Capela pertencente à Casa de Sante, uma das casas mais antigas da Lomba. Localiza-se junto ao rio Douro. “Referida no Foral da Vila de Melres, 1514, a Quinta de Sante deu, no entender dos historiadores, o nome ao lugar. Esta quinta era formada pela maioria dos terrenos do atual lugar. Um ribeiro dividia este lugar em duas partes: Sante de Além e Sante. Este morgado foi fundado por João Ferreira, um rico comerciante, com quatro filhos. Em 1934, a Casa de Sante pertencia ao Sr. Manuel dos Santos Moreira, descendente do primeiro fundador. Atualmente, esta antiga Casa Senhorial é considerada património histórico-cultural do concelho de Gondomar.” In https://jf-lomba.pt/patrimonio/. 2 Oratório.
  • 44. 44 Valbom (Lagoa) Sagrada Família (1854) * Jovim (Pinheiro) N. Sr.ª da Dores (1857) * Melres (Branzelo) N. Sr.ª da Aflição (1862) * Rio Tinto (Medancelhe) S. Joaquim (1864) * Valbom (Vinha) N. Sr.ª da Apresentação Ф Melres N. Sr.ª da Vitória Ф Valbom (Valbom de Baixo) São Paulo Ф Covelo S. Nicolau de Tolentino Ф Valbom (Ribeira de Abade / Vinha) N. Sr.ª da Conceição Ф Foz do Sousa N. Sr.ª do Carmo Ф Foz do Sousa N. Sr.ª do Amparo Ф Covelo (Boialvo) Santa Luzia Ф • Surge informação da sua existência no rol de capelas de 16233 * Datas baseadas na documentação existente no A.H.P.E.P. Ф Localização no tempo conseguida através das «Memórias Paroquiais» de 1758. As capelas situadas na segunda metade do século XVIII devem ser lidas, com maior rigor, após 1758, já que é a partir desta data que nos baseamos para uma aproximação cronológica. 3 No Catalogo e historia dos bispos do Porto / por D. Rodrigo da Cunha … (1623) in https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=gri.ark:/13960/t1gj4bw64&view=1up&seq=631&q1=gondomar p. 420.
  • 45. 45 Motivos Fundacionais Designação Distância da Igreja Tempo (Chuva, Sol) Inexistência de outra capela próxima Utilidade para o povo Maus Caminhos/Rio Doença e Idade Promessa N. Sra. Rosário X X X Sagrada Família (Valbom) X N. Sra. Livração X X X X X N. Sra. Mãe dos Homens X X Sagrada Família (S. Cosme) N. Sra. Conceição (S. Cosme) X X X N. Sra. Dores X X St.ª Ana (Jovim) X X N. Sra. Carmo (Foz do Sousa) X X X X Stº. António (S. Pedro Cova) X X X N. Sra. Amparo (Valbom) X X N. Sra. Conceição (Fânzeres) St.ª Eulália St.ª Ana X X X Sra. da Lapa N. Sra. Amparo (Rio Tinto) X N. Sra. Conceição (Rio Tinto)
  • 46. 46 Remate das Fachadas Designação Remate em Empena Remate em Frontão S. Paulo Angular N. Sra. Rosário Angular N. Sra. Apresentação Triangular N. Sra. Conceição (Vinha-Valbom) Angular N. Sra. Conceição (Bouça-Valbom) Angular Sagrada Família (Valbom) Triangular St.º Apolinário Angular N. Sra. Amparo (Foz do Sousa) Angular N. Sra. Livração Angular S. Nicolau Tolentino Triangular Cortado St.ª Luzia Angular N. Sra. Vitória Circular Contracurvado N. Sra. Mãe dos Homens Angular Sagrada Família (S. Cosme) Angular N. Sra. Conceição (S. Cosme) Angular N. Sra. Conceição (Jovim) Angular Cortada N. Sra. Dores Trilobado N. Sra. Conceição (Fânzeres) Angular St.ª Eulália Angular St.ª Ana Angular St.º Inácio de Loyola Angular S. Joaquim Triangular Sra. da Lapa Angular N. Sra. Amparo (Rio Tinto) Triangular N. Sra. Conceição (Rio Tinto) Angular Total – Remate das Fachadas Remate em Empena Angular 17 Angular Cortada 1 Remate em Frontão Triangular 4 Triangular Cortado 1 Circular Contracurvado 1 Trilobado 1
  • 47. 47 Tipo de vãos Designação Nicho Óculo Janela Janela Devocional Postigo S. Paulo 1 N. Sra. Rosário 1 N. Sra. Apresentação 1 N. Sra. Conceição (Vinha- Valbom) 1 N. Sra. Conceição (Bouça- Valbom) - - - - - Sagrada Família (Valbom) 1 St.º Apolinário 1 N. Sra. Amparo (Foz do Sousa) - - - - - N. Sra. Livração 1 S. Nicolau Tolentino - - - - - St.ª Luzia 1 2 N. Sra. Vitória 1 N. Sra. Mãe dos Homens 1 1 Sagrada Família (S. Cosme) 1 N. Sra. Conceição (S. Cosme) 2 N. Sra. Conceição (Jovim) 1 N. Sra. Dores 2 N. Sra. Conceição (Fânzeres) 1 St.ª Eulália 1 St.ª Ana 1 St.º Inácio de Loyola 1 2 S. Joaquim 1 2 Sra. da Lapa 1 2 N. Sra. Amparo (Rio Tinto) 1 N. Sra. Conceição (Rio Tinto) 1 2 Total Tipo de Vãos N.º de aberturas Quantidade Nicho 1 Óculo 1 13 2 1 Janela 1 6 2 1 Janela Devocional 4 Postigo 1 1 2 1 Sem vãos 3
  • 48. 48 Situação dos vãos Designação Alta Média Baixa S. Paulo X N. Sra. Rosário X N. Sra. Apresentação X N. Sra. Conceição (Vinha-Valbom) X N. Sra. Conceição (Bouça-Valbom) - - - Sagrada Família (Valbom) X St.º Apolinário X N. Sra. Amparo (Foz do Sousa) - - - N. Sra. Livração X S. Nicolau Tolentino - - - St.ª Luzia X X N. Sra. Vitória X N. Sra. Mãe dos Homens X Sagrada Família (S. Cosme) X N. Sra. Conceição (S. Cosme) X N. Sra. Conceição (Jovim) X N. Sra. Dores X N. Sra. Conceição (Fânzeres) X St.ª Eulália X St.ª Ana X St.º Inácio de Loyola X X S. Joaquim X X Sra. da Lapa X X N. Sra. Amparo (Rio Tinto) X N. Sra. Conceição (Rio Tinto) X X Total Situação dos Vãos Quantidade Alta 16 Média 7 Baixa 4
  • 49. 49 Composição dos vãos Designação Axial Axial Composta Triângulo Triângulo Invertido Losango S. Paulo X N. Sra. Rosário X N. Sra. Apresentação X N. Sra. Conceição (Valbom) X N. Sra. Conceição (Bouça-Valbom) - - - - - Sagrada Família (Valbom) X St.º Apolinário X N. Sra. Amparo (Foz do Sousa) - - - - - N. Sra. Livração X S. Nicolau Tolentino - - - - - St.ª Luzia X N. Sra. Vitória X N. Sra. Mãe dos Homens X Sagrada Família (S. Cosme) X N. Sra. Conceição (S. Cosme) X N. Sra. Conceição (Jovim) X N. Sra. Dores Dupla N. Sra. Conceição (Fânzeres) X St.ª Eulália X St.ª Ana X St.º Inácio de Loyola X S. Joaquim X Sra. da Lapa X N. Sra. Amparo (Rio Tinto) X N. Sra. Conceição (Rio Tinto) X Total Composição dos Vãos Quantidade de capelas Axial 14 Axial Dupla 1 Axial Composta 1 Triângulo 4 Triângulo Invertido 1 Losango 1 Sem vãos 3
  • 51. 51 Proposta de Valorização Identitária Arquitetura Religiosa Privada de Gondomar Através desta proposta pretendemos apelar à necessidade do estudo e preservação da arquitetura sacra privada gondomarense. O aprofundar do estudo deste tipo de arquitetura é relevante como contribuição para um maior conhecimento da identidade gondomarense a vários níveis – histórico, social, cultural e formação da comunidade. Encontram-se já sumariamente estudadas as quintas de Montezelo, em Fânzeres, a de Campainha, em Rio Tinto, e a de Bouça-Cova, em S. Cosme, mas urge um estudo mais aprofundado de todas as outras que sejam detentoras de capela de modo a realizar uma análise que permita uma visão geral do tema englobando o conjunto habitacional e agrícola, jardins, fontes, tanques, chafarizes, estatuária, alamedas, pomares, etc. Temos ainda conhecimento do estudo realizado pelo Orfeão de Rio Tinto, o qual aborda o assunto mas de uma maneira superficial. Este estudo apesar de representar um começo, uma vontade de dar início a um tema, tem que ser orientado para dar resposta a certas questões. Também os apontamentos monográficos acerca de Gondomar são parcos no campo artístico. O estudo destas quintas com edifício religioso pode ser precioso no que se refere à história local na medida em que ao ser efetuada uma análise de fontes, ou seja, de documentos ligados à quinta e a tudo o que esta inclui, poderá ser possível dar resposta a questões de grande interesse local, como: Quem foram os seus proprietários; quem erigiu e viveu na habitação; quem mandou erigir a capela e os motivos fundacionais; qual o modo de sobrevivência desses proprietários; qual a sua origem e descendência; qual o seu estatuto socio-profissional; quando foi construída a habitação, as dependências agrícolas e a capela – entre outras questões que aparentemente são secundárias e de pequena dimensão, mas que se tornam essenciais para aprofundar o conhecimento e para o enriquecimento da historiografia local a todos os níveis. Assim, e sendo o nosso interesse centrado no patamar artístico, propomos uma caracterização geral desta arquitetura ao nível das fachadas e a formação de tipologias como ponto de arranque para um posterior aprofundamento do assunto. A conceção de tipologias permite realizar um tipo de leitura que contribui de um modo sistemático para uma panorâmica dos “rostos” que espelham a circulação das formas e que representam o peso da ruralidade identitária do concelho de Gondomar. É de extrema importância estudar este tipo de arquitetura enquanto está de pé. Algumas capelas encontram-se em bom estado de conservação, mas outras estão já em ruínas ou para lá caminham. Urge então a necessidade de querer saber mais acerca de uma assunto muito pouco abordado, num concelho onde existem vinte e cinco exemplares – um número que só por si já demonstra a importância da religiosidade ao longo dos séculos no concelho – e o facto de pretendermos que estes edifícios, que até então foram unicamente identificados pela sua função, se tornem objetos de saber, suportes históricos e de memória identitária da comunidade, que importa conhecer e preservar, senão pela Câmara Municipal de Gondomar, então pelos proprietários, incentivando através da sua importância como herança dos antepassados e como parte da história da família que, se conservada, será legada às gerações vindouras. A preservação é uma tarefa inadiável e de importância histórica na definição da identidade concelhia, ou seja, a Câmara ao promover o estudo da arte e arquitetura local deixa a sua marca, lega mais um subsídio para o avanço do conhecimento histórico-artístico do concelho – um feito inesquecível.
  • 53. 53 Fontes e Bibliografia A. Fontes I. Manuscritas e Dactilografadas Consultadas no Arquivo Histórico do Paço Episcopal do Porto (A. H. P. E. P.) – Processos: PT/AEP/IGC/GDM/02/001 – Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora do Carmo a favor de Maria Teresa de Crasto da freguesia da Foz do Sousa; PT/AEP/IGC/GDM/02/003 – Auto de património da capela de Nossa Senhora do Carmo a favor de Maria Teresa de Crasto da freguesia da Foz do Sousa; PT/AEP/IGC/GDM/02/004 – Auto de património da capela de Nossa Senhora da Livração a favor de José Francisco da Cunha da freguesia de Foz do Sousa; PT/AEP/IGC/GDM/03/002 – Auto de petição para património da capela de Santa Ana a favor de Francisco Martins da Luz da freguesia de Jovim; PT/AEP/IGC/GDM/03/003 – Auto de património da capela de Nossa Senhora das Dores a favor de Manuel Martinho da Anunciação da freguesia de Jovim; PT/AEP/IGC/GDM/05/001 – Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens a favor de José Crasto Pereira da freguesia de S. Cosme (1726); PT/AEP/IGC/GDM/05/002 – Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora da Conceição a favor de Domingos Ribeiro Guimarães da freguesia de S. Cosme (1741); PT/AEP/IGC/GDM/05/004 – Auto de património da capela de Jesus, Maria, José a favor de António Alves da Cruz e Sousa da freguesia de S. Cosme; PT/AEP/IGC/GDM/06/001 – Auto de património da capela de Santo António a favor de Francisco Vicente Jorge da freguesia de S. Pedro da Cova; PT/AEP/IGC/GDM/07/002 – Auto de património da capela de Jesus, Maria, José a favor de Tomaz José Pinto da Silva da freguesia de Valbom; Pasta VII:  Auto de bênção da capela de Nossa Senhora da Livração a favor de José Francisco da Cunha da freguesia de Foz do Sousa (1852);  Auto de bênção da capela de Jesus , Maria, José a favor de Tomaz José Pinto da Silva da freguesia de Valbom (1854);  Auto de património da capela de S. José da Boavista a favor do Capitão Manoel Pedro Coimbra e de Margarida Roza Espírito Santo da freguesia de Valbom (1753);  Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora do Rosário a favor de Freitas Mendes da freguesia de Valbom (1736);  Auto de petição para erecção da capela de Nossa Senhora do Amparo a favor do padre José Vicente de Sousa da freguesia de Valbom (1806);  Auto petição de demolição da capela de Santo António a favor de Manuel Fernandes da freguesia da Lomba (1721);  Auto de bênção da capela de Nossa Senhora das Dores a favor de Rodrigo de Sousa Moreno da freguesia de Jovim (1917);  Auto de petição para o exercício do culto na capela de Nossa Senhora da Aflição a favor de Armanda da Silva Pereira da freguesia de Melres (1956);  Auto de renovação da petição para o exercício do culto na capela de Nossa Senhora da Aflição a favor de Armanda da Silva Pereira da freguesia de Melres (1999);
  • 54. 54 II. Impressas Constitvições Synodaes do Bispado do Porto Novamente Feitas, e Ordenadas pelo Ilustríssimo e Reverendíssimo Dom Joam de Sovsa Bispo do Dito Bispado, do Conselho de Sua Majestade & seu Sumilher de Cortina Propostas e Aceitas em o Synodo Diocesano que o dito Senhor Celebrou em 18 de Mayo do Anno de 1687. Porto: Joseph Ferreira Impressor da Universidade de Coimbra. 1690. p. 361-372. B. Bibliografia I. Livros ALARCÃO, Jorge de – Introdução ao Estudo da História e do Património Locais. Coimbra: Institutos de Arqueologia e de História da Arte da Faculdade de Letras de Coimbra. 1982. ANACLETO, Regina - História da Arte em Portugal – Neoclassicismo e Romantismo. 2ª ed. Vol. 10. Lisboa: Alfa, 1993. AZEVEDO, Carlos de - Solares Portugueses. Introdução ao estudo da Casa Nobre. Lisboa: Livros Horizonte. 1988. BORGES, Nelson Correia – História da Arte em Portugal – Do Barroco ao Rococó. Vol. 9. Lisboa: Alfa, 1993. CHAVES, Agostinho; MAGALHÃES, Edmundo – Gondomar: Um Coração Rendilhado. Gondomar: Câmara Municipal de Gondomar, 1999. CORREIA, José Eduardo Horta – Arquitectura Portuguesa: Renascimento, Maneirismo, Estilo Chão. Lisboa: Editorial Presença, 1991. FERREIRA, Natália Maria Fauvrelle da Costa – Quintas do Douro – As Arquitecturas do Vinho do Porto. Porto: GEHVID – Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e do Vinho do Porto, 2001. FERREIRA ALVES, Joaquim Jaime B. – A Casa Nobre no Porto na Época Moderna. Lisboa: INAPA, 2001. GONÇALVES, Flávio – A arte no Porto na época do Marquês de Pombal. Porto: Faculdade de Letras, Instituto de História da Arte, 1984. LEAL, Pinho – Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Ed. Tavares Cardoso & Irmão.1874. MOURA, Carlos - História da Arte em Portugal – O limiar do Barroco. Vol. 8. Lisboa: Alfa, 1993. PACHECO, Hélder – Porto: Gondomar, Maia, Matosinhos, Valongo, Vila Nova de Gaia. Lisboa: Ed. Presença. 1996.
  • 55. 55 PEREIRA, José Fernandes – Arquitectura Barroca em Portugal. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Ministério da Educação. Biblioteca Breve. N.º103. 1992. PEREIRA, Paulo (dir.) – História da Arte Portuguesa – Do «modo» Gótico ao Maneirismo. Vol.2. Lisboa: Temas e Debates, 1995. PEREIRA, Paulo (dir.) – História da Arte Portuguesa – Do Barroco à Contemporaneidade. 2ª ed. Vol.3. Lisboa: Temas e Debates, 1999. ISBN 972-759-010-1 SERRÃO, Vítor – História da Arte em Portugal. O Renascimento e o Maneirismo. Lisboa: Editorial Presença. 2002. SERRÃO, Vítor – História da Arte em Portugal. O Barroco. Lisboa: Editorial Presença. 2003. SILVA, Diana Maria Soares Gomes da; MOURA, Paula Cristina Marinho – Inventário e Estudo das Igrejas e Capelas do Concelho de Gondomar. Gondomar: Orfeão de Rio Tinto. 1998. (não editada). SUMMERSON, John – A linguagem clássica da arquitectura. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora L.da .1999. II. Artigos ARAUJO, Ilídio de - Quintas de Recreio. In Bracara Augusta – Actas do Congresso: A arte em Portugal no século XVIII. Vol. 27. I Tomo. Fasc. 63 (75). Braga: Câmara Municipal, 1973. p.321-331. ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de Almeida – Património: Riegl e Hoje. In Revista da Faculdade de Letras. 2ª Série. Vol. 10. Porto: Faculdade de Letras, 1993. p.407-416. CALADO, Margarida – Barroco do Norte, Barroco do Sul - Algumas Reflexões. In Separatas Carlos Alberto Ferreira de Almeida: In memoriam. Porto: F.L.U.P., 1999. FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime B. - A casa nobre no Porto nos séculos XVII e XVIII - Introdução ao seu estudo. In Revista Poligrafia. n.º4. Porto: Faculdade de Letras, 1995. OLIVEIRA, Aurélio de – Elementos para a História do Barroco no Noroeste Português. In Separata da Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Série de História. Vol. 3. Porto: Faculdade de Letras, 1973. ROCHA, Manuel Joaquim Moreira da – Espaços de Culto Público e Privado nas Margens do Douro: uma abordagem. In Separata da Revista Poligrafia. n.º 5. Porto: Faculdade de letras, 1996. SILVA, Francisco Ribeiro – Porto e Ribadouro no século XVII: A Complementaridade Imposta Pela Natureza. In Revista de História da Universidade do Porto, II Série, Vol. 7. Porto: Universidade do Porto. p. 145-153.
  • 56. 56 III. Dicionários PEREIRA, José Fernandes e PEREIRA, Paulo (dir.) – Dicionário da Arte Barroca em Portugal. Lisboa: Editorial Presença. 1989. COSTA, Américo – Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular. Porto: Vol. XII.1949. SILVA, Isabel (coord. geral); GOMES, Paulinho (introd.) – Dicionários Enciclopédicos das Freguesias – Braga, Porto, Viana do Castelo). 2ª ed. Vol. 1. Matosinhos: Minhaterra, 1997. ISBN 972-96087-2-3 IV. Teses e Trabalhos Não Editados FERNANDES, Maria Teresa Gonçalves de Sá P. - 2002/2003. Trabalho no âmbito da disciplina de Seminário de Projecto I e II. FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime B. – O Porto na Época dos Almadas. Arquitectura. Obras Públicas. Vol. I. Porto: Câmara Municipal, 1988. Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto. GOMES, Maria de Fátima Isidro Martins – Temendo a Morte: Alguns Aspectos da Vida em Gondomar (1834-1893). Dissertação de Mestrado em História Moderna e Contemporânea. Porto: Faculdade de Letras. 1996. MOUTINHO, Ana Paula Pombinho – Reedificando o Céu: Nomes de Baptismo em Gondomar (1583-1799). Dissertação de Mestrado. Porto: Faculdade de Letras, 1990. QUINTÃO, José César Vasconcelos – Fachadas de Igrejas Portuguesas de Referente Clássico – Uma Sistematização Classificativa. Porto: [Ed. Do Autor], 2000. 2 Vols. Dissertação de Doutoramento em Arquitectura apresentada à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. ROCHA, Manuel Joaquim Moreira da – Das Construções e das Desconstruções – A memória de um Mosteiro: Santa Maria de Arouca – século XVII-XX. Porto: [Ed. Do Autor], 2003. 3 Vols. Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do porto. V. Monografias FIGUEIRAS, Paulo de Passos – São Veríssimo de Valbom: Subsídios para uma Monografia. 1ª ed. Valbom: Centro Social e Cultural da Paróquia de São Veríssimo de Valbom, 1998. OLIVEIRA, Camilo de – O Concelho de Gondomar: Apontamentos Monográficos. Porto: Ed. Imprensa Moderna, Lda., 1931-1938. 4 Vol. RAMOS, José da Rocha – Covelo Ontem e Hoje: Breves Apontamentos para uma Monografia. Porto: Imprensa Portuguesa, 1996.