O documento apresenta os resultados de um inventário das árvores viárias do bairro Cambuí em Campinas, SP realizado em 2017, comparando com dados de 2007 e 2012. O estudo identificou um aumento de 36,3% no número de árvores, com espécies como ipê amarelo e rosa sendo mais frequentes. No entanto, observou-se também uma redução no porte médio das árvores devido a plantios priorizando espécies de pequeno porte.
1. Campinas, 27 de abril de 2017
Flávio Henrique Mendes
(Mestre em Ciências - Eng. Florestal e Licenciado em Ciências Agrárias
friquemendes@usp.br
Renata Fragoso Potenza
(Mestra em Ciências - Eng. Florestal)
renata.potenza@usp.br
José Hamilton de Aguirre Junior
(Mestre em Agronomia/Arborização Urbana - Eng. Florestal)
jhaguirr@gmail.com
4. Dimensões do Cambuí
- 47 mil habitantes
- 10 mil imóveis residenciais
- 500 edifícios
- 9 hotéis (2000 hóspedes)
- 26 prédios comerciais
- 109 ruas (42 km de extensão)
- 82 km de calçadas
- Arbusto Myrciaria tenella (cambuí)
- Área muito verticalizada e impermeabilizada
- Muitos veículos, tráfego, poluição e “ilha de calor”
Fonte: GUIA RAIOX DO CAMBUÍ, 2007
Fonte: e-jardim
8. Cambuí
Censo das plantas viárias (árvores, arbustos e palmeiras), exceto praças e
canteiro centrais. Atualização dos dados obtidos em 2007 e 2012;
Materiais:
mapa do bairro;
smartphone (cadastro das informações,
fotos e coordenadas) e
fita métrica.
Inventário:
identificação das espécies;
avaliação dendrométrica;
avaliação fitossanitária;
recomendações sugeridas.
Armazenamento dos dados (MS Access)
11. Plantios
Espécies mais frequentes:
Ipê branco (18,7%)
Ipê amarelo (18,6%) - ?
Ipê rosa (14,1%)
Oiti (6,5%)
Resedá (5,9%) - ?
Corresponde a 38,4% total
(1028 indivíduos)
Estado geral ótimo/bom -
86,5%
12. Poder público Sociedade civil (Proj. Cambuí Verde)
Plantios
Canteiro 2x1 m
Grama amendoim
(nutrição e umidade)
Créditos das imagens: MRC
Diferenças no plantio:
Poder Público x
Sociedade Civil
(Pequeno porte,
canteiros pequenos
sem forração x
Análise Técnica de
cada local, canteiros
grandes forrados
(realizados com a
comunidade sob
orientação)
13.
14. Diversidade
Índice de Shannon-Weaver: 3,65
Novos plantios redução e concentração no número de espécies
- Poder Público: poucas espécies - concentradas no pequeno porte - ipê amarelo e resedá)
- Programa Cambuí Verde: 18 espécies - potencial local
Santamour Jr (1990): 10% espécie ipê amarelo: 9,3%
Olmo - Ulmus americana (leste dos EUA - Nova Iorque, Chicago e Washington DC)
Fonte: Cavender Farms
15. Valoração 2012: R$ 8.375.895,18
Média / árv: R$ 2.981,27
Valoração 2017: R$ 7.977.869,21
Média / árv: R$ 2.981,27
Mais valiosas:
- Cinnamomum camphora
Canforeira: R$ 21.371,96 (acima)
- Poincianella pluviosa
Sibipiruna: R$ 20.926.71 (abaixo)
Queda 4,7%
Perda das árvores grandes e de
seu volume de copas (serviços
ambientais), se agravará no
tempo pela priorização do porte
pequeno
16. SBAU e Lei Municipal de Arborização Urbana 11.571/03: 100 árv./km calçada
82.880 m calçada 8.288 árvores déficit de 5.612 árvores 32,3 plantas/km
Calçadas estreitas alternativas de desenho urbano e leis alocação em ruas (Lisboa)
Áreas ocupadas pelo comércio e serviços sem árvores e guias completamente rebaixadas Lei
Municipal 8.232/94: “imóveis com mais de 10m de testada não poderão rebaixar mais do que 50% da
mesma”
Créditos das imagens: Flávio H. Mendes
20. Respectivamente, raiz enovelando (anel de concreto), poda U/V e poda lateral. Fiação
Multiplexada, mas manejo convencional para fiação exposta desprotegida.
Fonte: os autores.
Atenção!
21. Anel de concreto com raiz enovelando e
provocando dano ao colo
Restos de entulho no canteiro
Problemas Raiz exposta, deslocamento de
solo
Colo pavimentado
23. Poda em furo para fiação
convencional realizada na
cidade de Sumaré – SP. Boa
técnica, preservando a
estrutura, a arquitetura e o
equilíbrio da árvore.
Fonte: José Hamilton de Aguirre Junior
Manejo Correto que precisa ser feito no Cambuí e em
Campinas-SP
27. - 2017 2676 plantas (aumentou 36,3% - 2012); 316 remoções ou quedas e 1028 plantios
- Diversidade satisfatória (caso dos olmos nos EUA!)
- Planejamento das espécies potencialidade do local alteração no porte: ipê amarelo e resedá (existentes e plantios) -> copa
baixa e obstrução da vista. Diferenças claras entre os plantios comunitários (Maior porte técnico possível, estudo, canteiros grandes
forrados com grama amendoim, alta diversidade) e o realizado pelo poder público (priorização do pequeno porte, canteiros
pequenos sem forração, baixa diversidade). Ausência de política de manejo adequado e de planejamento da arborização local.
- Valoração: R$ 8 milhões queda 4,7% em relação a 2012: devido à diminuição do porte das árvores
- Conflito fiação elétrica: 33,0%, sendo 12,5% com podas U/V ou lateral (mesmo com a rede multiplexada no bairro) fiação
subterrânea no centro do leito carroçável
- Programa Quantum GIS planejamento urbano mapas!
- Ruas estreitas leis e desenho urbano específicos árvores na rua (Lisboa) grande potencial de plantio em áreas de
comércio e de guias rebaixadas, cumprimento da Lei Municipal 8.232/94
- Envolvimento direto do poder público com entidades civis (ONG MRC):
* fomento de estudos pioneiros da arborização local
* atividades de conscientização
* educação ambiental
* plantio comunitário nas calçadas – moradores e cuidados
- Problemas continuam: colos pavimentados, podas com tocos, plantios de spp. Inadequadas, supressões
- Artigos submetidos - SEMINÁRIO Interação Universidade e Sociedade: Contribuições para o Plano Diretor de Campinas
Inventário e diagnóstico da arborização urbana do bairro Cambuí, em Campinas/SP;
Avaliação econômica das árvores viárias situadas no bairro Cambuí, Campinas (SP).
28. OBRIGADO!
Flávio Henrique Mendes
friquemendes@usp.br
Renata Fragoso Potenza
renata.potenza@usp.br
José Hamilton de Aguirre Junior
jhaguirr@gmail.com
Agradecimentos pelo suporte:
- Tereza Penteado (ONG MRC)
- Prof. Dr. Demóstenes
Ferreira da Silva Filho
(ESALQ/USP)
- Jefferson Lordello Polizel
(ESALQ/USP