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GEOGRAFIA
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
FRENTE A
1. FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessados
nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil.
1.1 Formação do Brasil
Estruturado a partir do modelo colonial de exploração, somente no final do século XIX o espaço brasileiro deixou
de apresentar uma economia fragmentada, dividida em ilhas de exportação, para se constituir como um espaço
integrado com as diversas regiões.
1.2 Características físicas
O Brasil ocupa a posição Centro-Oriental da América do Sul , limitando-se com quase todos países sul-
americanos, exceto Equador , Chile
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FRENTE A
Os limites do Brasil são:
• ao Norte (N) – Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e oceano Atlântico;
• a Noroeste (NO) – Colômbia;
• a Nordeste (NE), a Leste (E) e a Sudeste (SE) – oceano Atlântico;
• a Oeste (O) – Peru e Bolívia; • a Sudoeste (SO) – Paraguai e Argentina;
• ao Sul (S) – Uruguai.
Os pontos extremos são:
Ao norte, a nascente do Rio Ailã, no Monte Caburaí, Estado de Roraima (5º 16' de latitude norte), na fronteira com a
Guiana;
Ao sul, o Arroio Chuí no Rio Grande do Sul (33º 45' de latitude sul), fronteira com o Uruguai;
O extremo leste da parte continental do Brasil é a Ponta do Seixas, em João Pessoa, na Paraíba (34º 47' de
longitude oeste;
A oeste, a serra da Contamana ou do Divisor, no Acre (73º 59' de longitude oeste), na fronteira com o Peru.
É cortado, ao Norte, pela linha do Equador ,corta os estados do Amapá ,Pará , Amazonas e Roraima.
apresenta 7% de suas terras no Hemisfério Norte, ou Setentrional, 93%, no Hemisfério Sul, ou Meridional. Ao sul,
é cortado pelo Trópico de Capricórnio (esta linha imaginária passa em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do
Sul), Apresentando 92% do seu território na zona Intertropical, isto é, entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio.
Os 8% restantes estão na zona Temperada do Sul, entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico.
O Brasil é considerado um país muito grande , é um dos maiores do mundo, ocupando o quinto lugar:
1º-Rússia-17.075.400 Km²
2º-Canadá - 9.970.610 Km²
3º-China- 9.517.300 Km²
4ºEUA - 9.372.614 Km²
5ºBrasil- 8.514.876 km²
A localização geográfica do território brasileiro apresenta-se a 5°16’19" de latitude norte a 33°45’09" latitude sul;
e 34°45’54" de longitude oeste a 73°59’32" de longitude oeste. O Brasil encontra-se totalmente no hemisfério oeste
de Greenwich. Desse modo, podemos concluir que:
Apenas o Sul do país faz parte da zona temperada, apresentado um clima de temperaturas mais amenas; a
quase totalidade do território brasileiro (93%) está ao sul da linha do Equador, ou seja, no hemisfério sul;Possui
três fusos horários diferentes.
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FRENTE A
A maior parte das terras brasileiras está localizada entre os trópicos, o que faz do nosso país uma região
tipicamente tropical, onde predominam climas quentes;
Cortado pela linha do Equador e Trópico de Capricórnio e banhado pelo oceano Atlântico.
2. A CONSTRUÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO
Os grandes descobrimentos dos séculos XV e XVI foram pouco a pouco transformando a imagem que os
europeus tinham do mundo.
A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessados
nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil. A madeira foi a riqueza mais
facilmente encontrada em nosso território. Por muito tempo, a ocupação do território manteve-se apenas no litoral.
Foi somente no século XVII que o interior do país começou a ser explorado mais intensamente possibilitando a
formação de cidade e vilas no interior do país.
O território brasileiro tal qual o reconhecemos hoje, foi se configurando lentamente, a partir das várias atividades
econômicas coloniais.
2.1 Os Tratados assinados entre Portugal e Espanha
A importância dos tratados assinados entre Espanha e Portugal, acabaram por definir, com pequenos acréscimos
posteriores, a área que consideramos hoje como território brasileiro: Tratado de Tordesilhas e Tratado de Madri.
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FRENTE A
3. TRATADO DE TORDESILHAS
E DE MADRI
3.1 Tratado de Tordesilhas
Espanha e Portugal foram os pioneiros na expansão
marítimo-comercial iniciada no século XV, resultando na
conquista de novas terras para os dois países. Essas
“descobertas” geraram tensões e conflitos entre ambos,
e na tentativa de evitar uma guerra foi assinado o Tratado
de Tordesilhas, que passou a definir nosso primeiro
limite territorial.Esse tratado, assinado em 7 de julho de
1494, em Tordesilhas, na Espanha, estabeleceu uma
linha imaginária que passava a 370 léguas a oeste do
arquipélago de Cabo Verde (África). Esse meridiano
dividiu o mundo entre Portugal e Espanha: as terras a
leste seriam portuguesas e as terras a oeste seriam
espanholas.
O Tratado de Madri, assinado em 1750, praticamente
garantiu a atual extensão territorial do Brasil. O novo
acordo anulou o Tratado de Tordesilhas e determinou
que as terras pertenceriam a quem de fato as
ocupassem, princípios de uti possidetis, isto é, uma
solução diplomática que conferia a um Estado o direito
de apropriar-se de um novo território com base na
ocupação, na posse efetiva da área, e não em títulos
anteriores de propriedade. É evidente que esse princípio
foi utilizado apenas entre Portugal e Espanha ou entre o
Brasil e países da América do Sul, sem nunca levar em
consideração a posse das diversas tribos indígenas.
Isso porque o indígena nunca foi considerado pelos
colonizadores um ser humano de pleno direito, mas
apenas um empecilho a ser removido ou a ser
domesticado e disciplinado para o trabalho.
4. A IMPORTÂNCIA DAS
ATIVIDADES ECONÔMICAS
As atividades econômicas foram fator essencial para
a expansão territorial brasileira. Nossa economia
colonial girava em torno da produção de gêneros
primários voltados, em sua maior parte, para a
exportação e para as necessidades da metrópole
portuguesa.
Depois do pau-brasil, a cana-de-açúcar fez do litoral
do Nordeste a mais importante região econômica da
colônia até o início do século XVII, transformando a
atividade açucareira em empresa e o Brasil em colônia
do açúcar. Paralelamente à economia canavieira, a
expansão da pecuária, da mineração, as bandeiras, as
missões jesuítas e a coleta das “drogas do Sertão”
(produtos como cacau, pimenta, sementes oleaginosas,
castanha, entre outros, explorados na Amazônia durante
o período colonial), provocaram a interiorização e o
alargamento do território português em áreas que
pertenciam à Espanha.
A pecuária foi a responsável pelo povoamento do
Sertão nordestino, onde complementou a lavoura de
cana-de-açúcar que dominava o litoral fornecendo a
carne para alimentação e animais de tração para o
trabalho nos engenhos. Mais tarde, as tropas de muares
e o gado foram fundamentais para o povoamento do sul
das regiões dos atuais estados de São Paulo, Paraná e
Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo que forneciam
animais para as áreas de mineração. Em função da
atividade mineradora, várias vilas e cidades foram
fundadas, e o território da Coroa portuguesa ficou maior.
As missões que catequizavam indígenas estiveram
presentes no sul e no norte do território. Com as
missões, outra atividade econômica incorporou grande
parte da Amazônia ao domínio português: a exploração
e a comercialização das drogas do Sertão.
5. O BANDEIRANTISMO
O bandeirismo ou bandeirantismo foi um movimento
de penetração para o interior com origem,
principalmente, em São Paulo e contribuiu para a
expansão dos domínios territoriais portugueses no
continente. Ocorreu basicamente no século XVIII e foi
motivado pela busca de metais preciosos e,
especialmente, pela caça de indígenas para serem
aprisionados e vendidos como escravos. Os
bandeirantes penetraram sertão adentro, atacaram
aldeias, aprisionaram e escravizaram indígenas e
exterminaram enorme número deles.
Do ponto de vista do povoamento, esse fenômeno
foi despovoador e não povoador, pois provocou uma
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FRENTE A
desertificação humana em áreas onde havia inúmeras
aldeias indígenas, sem substitui-las por povoações
brancas. Em todo caso, as bandeiras serviram para que
o europeu conhecesse melhor o território, já que cada
expedição representou uma soma de novos
conhecimentos sobre a terra, que foram importantes para
a penetração posterior rumo ao oeste.
6. A INTEGRAÇÃO DO ESPAÇO
BRASILEIRO
Formalmente, podemos dizer que o espaço brasileiro
surgiu com a independência política do país no início do
século XIX. Nessa época a economia sobrevivia das
exportações de cana-de-açúcar, algodão, couro e peles.
Mas um novo produto agrícola começava a se
desenvolver: o café. Com o avanço do cultivo do café e o
aumento de sua importância econômica para todo o país,
o produto tornou-se o responsável pelo início da
integração territorial brasileira e, portanto, pela formação
de um verdadeiro espaço nacional.
As atividades econômicas brasileiras até o
desenvolvimento da economia cafeeira no século XIX
eram regionais, isoladas uma das outras.
Podia-se dizer que economicamente o Brasil era
formado por “ilhas” desarticuladas entre si e voltadas
para o exterior. Assim ocorria com a cana-de-açúcar no
Nordeste e a mineração no Sudeste.
Esses “arquipélagos” encaixavam-se perfeitamente
no conceito do capitalismo comercial, que visava ao
acúmulo de capital e metais preciosos para fortalecer o
poder real.
A constituição de um mercado consumidor e a grande
acumulação de capitais gerados pelo café foram fatores
decisivos para a instalação de indústrias no país, o que
representou outra etapa no processo de integração
nacional.
Além de aprofundar a integração comercial que havia
se desenvolvido com o café, o processo de
industrialização acentuou a urbanização, dando nova
direção ao povoamento no país.
O governo brasileiro teve papel fundamental no
processo de industrialização. Criou várias políticas
regionais de desenvolvimento, procurando estimular a
transferência de atividades econômicas para outras
regiões. Entre suas principais iniciativas, cabe destacar:
- A inauguração de Brasília em 1960;
- A SUDENE, em 1959;
- SUDAM, em 1966;
- SUDECO, em 1967;
- As rodovias de integração, como Belém-Brasília.
Todas essas medidas tiveram como principal objetivo
aprofundar as relações entre as diversas áreas do país,
levando a consolidação do espaço nacional.
7. AS DIFERENÇAS REGIONAIS
Os contrastes regionais no interior do território
brasileiro originou-se da formação histórico-econômica
do nosso país. Ou seja, devem-se ao modo pelo qual o
Brasil se desenvolveu, desde sua colonização por
Portugal até a independência e posterior industrialização
e urbanização, ocorridas principalmente no século XX.
Durante os três primeiros séculos da colonização o
Nordeste foi a região mais importante, a mais rica e
populosa do país.No século XIX o declínio econômico
do Nordeste em relação ao desenvolvimento de Centro-
Sul acentuou-se ainda mais. Esse fato juntamente com
a enorme concentração da propriedade das terras nas
mãos de poucas famílias nordestinas, fez com que
muitas pessoas saíssem dessa região para o Centro-
Sul do país.
A Amazônia durante séculos foi deixada de lado,
embora nos dias de hoje venha sendo intensamente
ocupada num processo de destruição.
Simplificando um pouco, podemos dizer que o
Nordeste simboliza o “Brasil Velho”, o Brasil colônia, com
enormes plantações monocultoras, mão-de-obra
extremamente mal remunerada e pobreza intensa. O
centro-Sul, por sua vez, representaria o “Brasil Novo”, o
Brasil da indústria e das grandes metrópoles, o país da
imigração e da modernização econômica. A Amazônia
simbolizaria, talvez, o “Brasil do Futuro”, um território com
muitos recursos naturais. Porém, essas riquezas vêm
sendo destruídas pela rápida ocupação da região
amazônica, que beneficia apenas uma minoria
privilegiada.
8. O ESPAÇO RURAL BRASILEIRO
8.1 A questão fundiária brasileira
Cerca de 45% do território brasileiro é ocupado por
propriedades agropecuárias, constituindo-se numa das
maiores áreas agricultáveis do planeta; no entanto
apenas algo em torno de 15% da área destes
estabelecimentos é voltada para a agricultura (o que
corresponde a menos de 10% do território nacional!),
sendo o restante composta de matas e pastagens mas,
freqüentemente, subutilizadas e/ou servindo apenas
como “reserva de valor” (especulação).
Apesar de uma área agrícola tão extensa, há cerca
de 20 milhões de trabalhadores rurais sem terras e pelo
menos 40% da população se alimenta de forma precária,
aquém das necessidades básicas (sendo que metade
destes - em torno de 30 milhões de brasileiros - sofrem
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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
FRENTE A
com a fome!). A base destes e outros problemas do país,
como a urbanização caótica, o desemprego e o
subemprego, está na extrema concentração fundiária
que domina o país a 500 anos, onde 1% dos
proprietários detém aproximadamente 42% das áreas
agrícolas do país, aí incluindo 37 superlatifúndios com
mais de 100 mil hectares cada, perfazendo quase 14%
da área disponível!
É na história em que se encontram as raízes desta
concentração de terras, já que vigorou do século XVI a
1822 o sistema de Sesmarias, em que as terras eram
cedidas em grandes extensões pela coroa aos nobres,
empreendendo assim a ocupação territorial do país de
forma privada e baseada no latifúndio exportador. Com
a Independência extinguiu-se as sesmarias e, não
havendo leis fundiárias até 1850, disseminou-se a
posse pelos empobrecidos do Império (ex-escravos,
imigrantes, trabalhadores rurais...). Como a posse da
terra era o principal sinônimo de poder na época, os
latifundiários viram seu poder político-econômico
ameaçado e instauraram a Lei de Terras em 1850, sob
a qual o acesso à terra somente pode ser feito através
da compra, vedando esse acesso aos despossuídos e
limitando-o aos “coronéis” pecuaristas, cafeicultores,
cacaueiros e canavieiros (aliás enriquecidos devido à
Lei Eusébio de Queirós do mesmo ano e que, ao impedir
o tráfico negreiro, tornou supervalorizado o preço dos
muitos escravos que possuíam e que serviam como
bens junto a empréstimos do governo para adquirir mais
terras).
Em 1962, sob o governo João Goulart, foi criado o
Estatuto do Trabalhador Rural, estendendo os direitos
trabalhistas aos camponeses (carteira assinada, salário
mensal, 13º salário etc.). Apesar de justa a medida, os
latifundiários optaram por modernizar a produção
agrícola e gerando a expulsão de milhares de colonos
que viviam nas grandes propriedades sob regime semi-
assalariado, ampliando significativamente o número de
sem-terras, bóias-frias, da e incrementando a
urbanização do período.
A partir de 1964, com o Estatuto da Terra imposto pela
ditadura militar, a questão agrária passa a ser enfocada
sob a ótica geopolítica, numa perspectiva de intervenção
estatal que desestruturasse os movimentos sociais do
período (rurais e urbanos). A “reforma agrária militar” da
década de 60 constou, num primeiro momento, da
necessidade de uma classificação rural para viabilizar a
distribuição fundiária e mecanismos legais para a
desapropriação das terras improdutivas e latifúndios.
8.2 Estabelecimentos rurais no Brasil
Módulo rural: um tamanho de terra variável conforme a
região inserida (em função da distância de mercado,
fertilidade, infra-estrutura...), mas que fosse o suficiente
para garantir a subsistência e o progresso social a uma
família composta de quatro pessoas.
Minifúndio, em que o a área da propriedade é inferior ao
módulo da região e, portanto, também insuficiente à
subsistência/progresso social;
Latifúndio por exploração é uma propriedade superior
ao módulo em até 600 vezes, e além disso se mantém
mal ou sem exploração da terra (voltada à especulação);
Latifúndio por dimensão Propriedade com área superior
a 600 vezes do módulo regional e, como o anterior, é
voltado à especulação;
Empresa rural Propriedade com área superior ao
módulo em até 600 vezes mas explorada racionalmente.
O segundo momento mais importante do Estatuto
da Terra foi a promoção de projetos de colonização na
fronteira agrícola da Amazônia como tentativa de resposta
aos movimentos camponeses nordestinos e do centro-
sul, mas que em verdade foi uma forma de manter a
estrutura fundiária concentradora intacta nas áreas de
tensão e remeter os excluídos do campo às áreas
marginais do centro econômico. Sob o lema de “levar
os homens sem terra do Nordeste para as terras sem
homens da Amazônia”, promoveu-se o acesso à bacia
dos rios Tocantins e Xingu (leste e sul amazônico) através
da abertura de estradas como a Cuiabá-Santarém e a
Transamazônica, além de projetos oficiais e particulares
de assentamentos no norte matogrossense e Rondônia
(Programa Polonoroeste); sob a perspectiva geopolítica
do “integrar para não entregar” do Projeto de Integração
Nacional (PIN - 1970).
Na franja amazônica os camponeses excluídos da
modernização agrícola do centro-sul, ou os expulsos do
Nordeste pela estrutura fundiária arcaica, instalaram-
se como pequenos proprietários e posseiros, o que
valorizou as terras e posteriormente assistiram à
chegada de falsificadores de títulos de propriedades
(grileiros) e fazendeiros, reconduzindo a uma violenta
reconcentração de terras, tornando as áreas periféricas
da Amazônia nos maiores focos de violência no campo
brasileiro. Violência estimulada pelo próprio governo,
que abandonou os projetos iniciais de colonização e
passou a somente promover megaprojetos
agropecuários a partir de meados dos anos 70 -
especialmente com subsídios da Sudam, no vale do
Tocantins-Araguaia - valorizando ainda mais as terras e
sendo instrumento jurídico dos poderosos locais ao
ignorar a “jagunçagem” e/ou participar de massacres a
camponeses sem-terras ao reprimir manifestações ou
fazer valer mandatos de reintegração de posse aos
latifundiários.
Na década de 80, com o fim da ditadura militar, com
a Nova República a partir de 1985 e a nova Constituição
do Brasil em 1988, a bandeira da reforma agrária foi
novamente bradada politicamente, mas no entanto,
revelou-se um instrumento burocrático limitado, já que,
segundo os termos da lei, só seriam destinadas à
reforma agrária as propriedades comprovadamente
improdutivas, possibilitando entraves burocráticos à
difícil comprovação de que uma terra é ou não produtiva
(além de gerar casos de superfaturamento do valor de
terras para efeito de desapropriação).
Nos governos Fernando Henrique Cardoso a
proposta de alinhamento às condições postas pela
globalização, substituindo o processo de desapropriação
de terras improdutivas por uma reforma agrária “de
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FRENTE A
mercado”, em que o camponês deve financiar (a juros de mercado) a compra de propriedades (dos latifundiários)
junto ao Banco da Terra (por sua vez financiado pelo Banco Mundial). Porém esta tentativa de estabelecer o modelo
da farm norte-americana implica no crescente endividamento e dependência do trabalhador rural ao mercado e, ao
contrário do setor nos EUA e Europa, sem subsídios do Estado, acabando por gerar falência dos agricultores
menos competitivos e reconcentrando a terra.
Este quadro de exclusão social e concentração de terras está na base dos atuais problemas sociais, econômicos
e ambientais do país (na cidade ou no campo), e os movimentos de resistência a este modelo de apropriação do
território existem já com os indígenas - os grandes expropriados/exterminados - e os quilombolas desde o século
XVI, ou ainda gerando distorções como o messianismo e o banditismo (como o cangaço) como alternativa de vida.
Nas décadas de 50 e 60 do século XX importantes movimentos rurais como as Ligas Camponesas se
estruturaram no país, porém sofrendo violenta repressão com a ditadura militar.
Foi nos anos 70, em resposta à violenta concentração fundiária que assolou a região Sul do país com a
modernização agrícola (especialmente com a introdução da soja), que nasceu o Movimento dos Sem-Terra (MST),
assumindo uma difusão e organização nacional, descentralizada com representantes locais e regionais (cerca de
21 líderes) congregando cerca de 4 milhões de famílias (em torno de 20 milhões de pessoas) sob o lema de que
“terra não se ganha, se conquista”.
O MST se opõe à reforma agrária de mercado que visa a instalação da “terra de negócio”, através de uma
constante luta social pela noção de “terra de trabalho”, cujo sentido não é a terra enquanto fonte de lucro capitalista,
mas um meio de vida e de produção de alimentos para uma economia nacional, priorizada ao mercado interno e à
distribuição de renda, através de uma democratização ao acesso à terra desapropriando todos os latifúndios e
estabelecendo um tamanho máximo da propriedade, democratizando o acesso ao capital e à educação no meio
rural, além de alterar o atual padrão tecnológico utilizado (dependente de agrotóxicos e das transnacionais) em
favor da preservação ambiental e da saúde dos camponeses e dos consumidores.
8.3 A Estrutura Fundiária
A estrutura fundiária é a forma como estão organizadas as propriedades agrárias de um país ou região, isto é,
a classificação dos imóveis rurais segundo o número, tamanho e distribuição social.
A estrutura fundiária brasileira representa um dos maiores problemas agrários do país e se caracteriza pela
extrema concentração de terras em mãos de um pequeno número de proprietários. Por outro lado, a maior parte
dos produtores rurais (pequenos proprietários) possuem uma área de terras agrícolas muito reduzida, insuficiente,
na maior parte das vezes, para garantir a sobrevivência de sua própria família.
O gráfico ao lado mostra a desigual distribuição de terras no Brasil, conseqüência do processo histórico-econômico
da formação da sociedade brasileira.
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GEOGRAFIA
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FRENTE A
Os pequenos estabelecimentos rurais, com menos
de 10 habitantes, correspondiam a 52,9% do total,
ocupando, porém, uma área extremamente reduzida
(2,7% da área). Por outro lado, as grandes propriedades
com mais de 1 000 habitantes que correspondiam a
1,2% dos imóveis rurais brasileiros, ocupavam, em
1985, 43,8% da área das propriedades rurais
brasileiras.
Concluindo, podemos afirmar que a estrutura
fundiária brasileira se caracteriza pelo elevado padrão
de concentração da terra, concentração essa que tem
persistido nas últimas décadas.
Nos latifúndios existe um sub-aproveitamento do fator
terra, pois essas propriedades são aproveitadas apenas
parcialmente e, muitas vezes, nem chegam a ser
exploradas, pois são transformadas em objeto de
especulação.
Nos minifúndios ocorre um sub-aproveitamento do
fator trabalho, pois o espaço reduzido é insuficiente para
absorver de forma produtiva toda a força de trabalho,
gerando, com isso, subemprego rural.
Através do gráfico anterior, podemos perceber que
os pequenos estabelecimentos dominam em relação
ao número; entretanto, sua participação na área ocupada
pelas propriedades é irrisória.
Os grandes estabelecimentos, ao contrário, existem
em número reduzido, mas ocupam a maior parte das
terras. A subutilização do espaço rural fica evidente nos
gráficos; a agricultura ocupa uma reduzida área e a
maior parte do espaço agrário é ocupado por pastagens,
onde quase sempre pratica-se uma pecuária extensiva
de baixo rendimento.
3.4 Reforma Agrária
A reforma agrária é vista por vários segmentos da
sociedade brasileira como uma necessidade, face aos
vários problemas socioeconômicos do campo e da
cidade.
Entretanto, esse problema encontra-se fortemente
interligado ao conjunto econômico, político e social do
país e de suas relações com o mercado externo;
nenhuma alteração pode ser pensada isoladamente.
Torna-se necessária a consideração das variáveis que
afetam o conjunto da organização socioeconômica
brasileira. Qualquer proposta para o problema agrário
deve ser colocada em termos globais, considerando
suas repercussões em outros campos.
A reforma agrária visa a aumentar a produtividade do
solo e do trabalho nas atividades rurais, garantindo ao
homem do campo um padrão de vida decente. Além da
distribuição de terras, várias outras medidas devem ser
tomadas, como assistência técnica, educação,
financiamento do custeio e do equipamento, política de
preços mínimos, infra-estrutura de transporte,
armazenagem, telefonia e eletrificação rural.
3.5 Conflitos pela Posse da Terra
Nas duas últimas décadas, ocorreu uma
intensificação nos conflitos pela posse da terra e a
violência no campo. Essa violência é bem mais grave
nas áreas de fronteiras agrícolas, isto é, áreas que estão
sendo incorporadas ao sistema de produção agrícola
do país (Amazônia, por exemplo).
Os trabalhadores rurais, expulsos das antigas áreas
agrícolas pelo grande capital, instalam-se como
posseiros ou pequenos proprietários nas fronteiras
agrícolas, áreas onde a terra é abundante, praticando
uma agricultura de subsistência.
3.6 Posseiros X Grileiros
O maior número de conflitos pela posse da terra
envolve os posseiros e grileiros.
Posseiros são trabalhadores rurais que ocupam um
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FRENTE A
pedaço de terra sem possuir o título de propriedade,
onde passam a praticar uma agricultura de subsistência
utilizando o trabalho da própria família. Os grileiros são,
geralmente, grandes empresas ou fazendeiros que se
utilizam da força e da violência para se apropriar de terras
devolutas ou terras trabalhadas por posseiros.
Contratam jagunços (capangas) para “limpar” o terreno,
ou seja, expulsar índios e posseiros que por ventura
estejam ali fixados. Conseguem a documentação do
imóvel (títulos de propriedade), muitas vezes falsificadas,
transformando a terra em objeto de especulação
imobiliária ou instrumento de negócios.
Os litígios pela posse da terra têm gerado uma
verdadeira guerra no campo, palco de acentuada
violência, causando a morte de muitas pessoas: índios,
posseiros, religiosos, advogados, líderes sindicais, etc.
Grande parte dos crimes são praticados por jagunços e
assassinos de aluguel, contratados pelos grileiros,
fazendeiros e grandes empresas e também por policiais
a serviço dos latifundiários.
3.7 As Relações de Trabalho nas Atividades Rurais
O trabalho assalariado não é a única e nem mesmo
a principal forma de relação trabalhista praticada nas
atividades agrárias. Outras formas de relações não-
capitalistas como a parceria, pequena propriedade
familiar, também se fazem presentes no meio rural.
Pequenos Proprietários
Representam um significativo número de pessoas
ativas, aproximadamente 7 milhões, que correspondem
a cerca de 40% da população ativa do setor primário.
Trata-se de minifundiários ou posseiros que trabalham
em base familiar, praticam policultura de subsistência e
criação de animais domésticos (suínos, aves, bovinos).
O excedente da produção é comercializado,
possibilitando ao trabalhador a aquisição de remédios,
roupas, instrumentos agrícolas, etc.
3.8 Parceiros
A parceria é uma relação trabalhista em que o
trabalhador recebe (em espécies) uma parte da
produção. Não são empregados e não possuem carteira
assinada.
A meiação (meeiros) é a forma mais comum; metade
da produção fica com o dono do imóvel e a outra metade
para o trabalhador. Outras formas existem, como a “terça”
(terceiros) em que o trabalhador fica com a terça parte
do que é produzido; e a “quarta” ou sorte (quarteiro),
Arrendatários
São os trabalhadores rurais que arrendam ou
alugam um imóvel rural, mediante um contrato de
locação, pagando ao proprietário em dinheiro conforme
o estipulado pelo contrato. A maior parcela desse tipo de
trabalhador é representada por pequenos arrendatários
que lavram as terras juntamente com suas famílias,
possuindo baixos rendimentos e baixo padrão de vida.
Assalariados Permanentes
Trata-se de uma relação de trabalho tipicamente
capitalista. Os empregados que trabalham para grandes
proprietários ou empresas rurais, são registrados e
recebem salários. Representam minoria no meio rural
(10% da mão-de-obra rural).
3.9 Assalariados Temporários
São trabalhadores (volantes, posseiros ou pequenos
proprietários) que trabalham nas grandes propriedades
durante um período do ano, épocas de maior
necessidade de mão-de-obra (safra).
Os trabalhadores volantes ou “bóias frias” são
aqueles recrutados na periferia das cidades por
turmeiros ou empreiteiros que servem de intermediários
entre os trabalhadores e os proprietários. Trabalham na
colheita da cana-de-açúcar, algodão, laranja, café, etc. e
recebem pagamento diário ou por tarefa.
O peão, trabalhador volante mais recente que o bóia
fria, é muito utilizado nas regiões de fronteiras agrícolas,
sobretudo em projetos agropecuários da Amazônia. É
“contratado” por um intermediário (gato) para trabalhar
em regiões distantes, com promessas de salários,
alojamento e alimentação. Quando recebe o pagamento,
aparecem os “descontos”: custos de transporte,
alimentação, hospedagem, etc., quase nada restando
do seu salário, chegando, às vezes, a ficar devendo.
Muitas vezes jagunços e pistoleiros são contratados para
evitar a fuga de trabalhadores, reproduzindo uma
situação de escravidão (peonagem). Tornando-se
“presos” pelas dívidas contraídas com transporte,
moradia e alimentação e configurando-se num
verdadeiro trabalho escravo (a chamada “escravidão por
dívida”).
3.10 Principais produtos agrícolas brasileiros
Café - Quando o café chegou ao Brasil era
considerado como uma planta ornamental.
Em 1860 o café tornou-se definitivamente importante
na economia brasileira, ao chegar à região de
Campinas, no Estado de São Paulo. A partir deste fato, o
café encontrou condições físicas favoráveis para o seu
desenvolvimento, tais como: solo fértil, clima tropical de
altitude, planalto ondulado.
10
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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
FRENTE A
Rapidamente, o café atingiu lotes a oeste do Estado, e
posteriormente ocupou o Norte do PR, Sul de Minas e
MS. O Brasil é considerado o maior produtor mundial de
café.
Cacau - O cacau é um produto que nasceu no Brasil,
sendo cultivado primeiramente na Amazônia e atingindo
o sul da Bahia, onde encontrou condições favoráveis
para o seu desenvolvimento, como clima quente e
superúmido, solo espesso e fértil. Atualmente, a Bahia
tem o cacau como o seu principal produto agrícola,
sendo o maior Estado produtor de cacau do país. O
Brasil é um dos maiores produtores mundiais de cacau,
exportando principalmente para a Argentina, Estados
Unidos, Europa e Japão.
Cana-de-açúcar - A cana-de-açúcar chegou ao Brasil no
século XVI através dos portugueses. Inicialmente, este
produto era cultivado principalmente na Zona da Mata
Nordestina e no Recôncavo Baiano. A cana-de-açúcar
representa um importante produto na economia do
Brasil. Em 1930, o cultivo de cana-de-açúcar atingiu o
Estado de São Paulo, que logo tornou-se o maior
produtor brasileiro de cana. O Brasil é considerado o
maior produtor mundial de cana-de-açúcar, exportando
principalmente para os Estados Unidos, Europa e
Rússia. Ultimamente, houve um crescimento do
investimento na mecanização da cultura de cana, pois
esta técnica traz vantagens econômicas e ambientais,
porém o número de trabalhadores da indústria canavieira
deve sofrer uma drástica redução.
Soja - A soja é um produto recente no Brasil, e nas últimas
décadas tem se tornado importante na produção agrícola
brasileira, e nas exportações. No Brasil, as regiões Sul
e Sudeste são as principais produtoras de soja, sendo
o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro. O Brasil
é o segundo maior produtor mundial de soja, o primeiro
é os Estados Unidos.
Milho - O milho é um produto que nasceu na América, e
é muito conhecido no mundo todo. No Brasil, a sua
cultura está presente em todos os Estados, sendo o
Paraná o principal produtor de milho.
Mundialmente, os Estados Unidos é o maior produtor
de milho, seguido da China e do Brasil.
Trigo - É o produto alimentício mais importado pelo
Brasil. Em 1993 foram 5,0 milhões de toneladas de trigo
importado para o Brasil, pois o consumo interno foi de
7,2 milhões de toneladas e a produção interna foi de 2,3
milhões de toneladas. No Brasil, o maior produtor de
trigo é o Estado do Paraná, seguido do Rio Grande do
Sul.
Arroz - No Brasil encontramos a cultura de arroz em
todos os estados, sendo o Rio Grande do Sul o maior
produtor brasileiro, seguido de Minas Gerais e Goiás. O
Brasil é considerado um dos maiores produtores
mundiais de arroz.
Algodão - No Brasil, o algodão começou a ser cultivado
no período colonial. O Brasil ocupa a 6ª colocação dos
maiores produtores mundiais de algodão, sendo
superado pela China, Rússia, EUA, Índia e Paquistão.
9. O ESPAÇO URBANIZADO
9.1 Definição
É o aumento da população urbana em função da
redução da população rural.
9.2 Cidade
Sede do Município ou Núcleo urbano onde há
aglomeração humana e atividades terciárias (comerciais
e serviços) e/ou secundárias.
9.3 Causas e conseqüências da Urbanização:
1) Países desenvolvidos
- Industrialização e Mecanização rural.
- Processo lento e ordenado.
- Cidades com menores problemas urbanos – menor
grau.
2) Países subdesenvolvidos
· Estiagens, ilusão de uma vida melhor nas cidades,
pobreza no campo, concentração fundiária (Êxodo Rural),
Industrialização (Pós 1950)
· Processo rápido e desordenado
10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO
Acompanha em maior ou menor grau a
urbanização.É o crescimento físico das cidades.
10.1 Planejamento Urbano
Sua falta provoca “CAOS URBANO”: trânsito,
enchentes, favelas...
Megacidades: 10milhões+ de habitantes
Cidades Globais: Centraliza as decisões políticas e
econômicas
Megalópoles: extensas áreas urbanizadas resultantes
do encontro de duas ou mais metrópoles.
Ex.: BOSWASH, SANSAN, CHIPITS,TOKAIDO
No Brasil
11
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FRENTE A
MEGALOPOLE EM FORMAÇÃO
Hierarquia Urbana no Mundo
12
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FRENTE A
Tendências
- Redução da Metropolização/Crescimento das cidades
médias e pequenas.
Nos grandes Centros Urbanos:
- Especulação Imobiliária
- Proliferação das “Edge-Cities” (Enclaves Fortificados);
Condomínios; Exemplo: Alphaville
- Favelização – Periferização.
- Aumento na violência
- Deficiência nos transportes
- Congestionamentos
- Conurbação entre cidades
10.2 Histórico sobre a industrialização brasileira
Quando falamos em indústria no Brasil precisamos
lembrar de uma frase que fundamenta o nosso processo
de industrialização de forma efetiva, “TUDO COMEÇOU
COM O CAFÉ”. Embora o Brasil tenha começado a se
industrializar antes do período áureo e da posterior crise
do café, essa frase nunca foi tão consistente. A partir
deste momento trabalharemos um breve histórico sobre
a indústria no Brasil e sua intima ligação com a
agricultura.
10.3 Breve histórico
Fazendo uma análise histórica do desenvolvimento
do setor industrial no Brasil. Inicialmente precisamos
lembrar que durante o período colonial o Brasil sofreu
fortes restrições por parte da Coroa portuguesa que
impedia a instalação de indústrias em nosso país que
concorressem com sua produção ou que ferissem seus
interesses comerciais na Europa e no Mundo de 1500
até 1808 vivemos a fase da proibição. Mesmo após a
independência o desenvolvimento industrial foi
seriamente limitado pelas relações comerciais com os
ingleses, maior potência da época. Em 1844, com a
adoção de tarifas protecionistas mais elevadas, o
Império começa a tomar medidas para promover o
desenvolvimento do setor industrial no Brasil, além disso,
vivemos a ERA MAUÁ que foi um período em que o Barão
e Visconde de Mauá Irineu Evangelista de Sousa, que
ficou conhecido como o verdadeiro imperador do Brasil
investiu na atividade industrial.
Outros fatores trouxeram contribuição ou foram muito
relevantes nesse desenvolvimento:
*A Expansão da Cafeicultura – foi responsável pela
atração dos imigrantes. Parte deles fixou-se em áreas
urbanas constituindo a mão-de-obra assalariada para
a indústria e, ao mesmo tempo, mercado consumidor.
Além disso, a cafeicultura permitiu um acúmulo de
capitais, mais tarde aplicado em atividades
diversificadas, no setor bancário e industrial, e contribuiu
para a expansão da rede ferroviária e melhoria das
instalações portuárias, melhorando a rede de transporte.
*As Guerras Mundiais e a crise de 1929, que coincidiu
com a super-safra de café – durante esses
acontecimentos, como o Brasil tinha grandes
dificuldades de manter o comércio importador com a
Europa, procura se desenvolver aqui no Brasil uma
industrialização para substituição dos produtos
importados e atender o mercado consumidor interno,
essa fase fica conhecida como Fase substitutiva.
Getúlio Vargas nos seus dois governos criou no
Brasil uma fase de forte nacionalismo marcado pela
criação de empresas industriais e mineradoras estatais,
a crise na cafeicultura, as mudanças políticas do período
Vargas (substituição de uma oligarquia exportadora pela
burguesia urbana e industrial) desviam os investimentos
para o setor secundário. Impulsiona-se a indústria de
base com a criação da FNM (Fábrica Nacional de
Motores) em 1938, CVRD (Companhia Vale do Rio Doce)
em 1942, da CSN (Companhia Siderurgia Nacional), em
1946 e da PETROBRAS em 1953. Também após o
término da Segunda Guerra Mundial as importações de
equipamentos industriais apresentam um aumento o
que indica uma fase de crescimento nesse setor o Brasil
passou a contar com certa infra-estrutura industrial.
O governo de JK – através do Plano de Metas onde o
Brasil deveria crescer 50 anos em apenas cinco,
ampliam-se os investimentos na infra-estrutura
necessária para o desenvolvimento da indústria (energia,
rede de transportes). Começa a aumentar a participação
do Estado em setores estratégicos como energia,
mineração, transportes e criam-se estímulos para a
atração dos investimentos estrangeiros tanto no setor
pesado como na indústria de bens de consumo duráveis
(automobilística) esse momento fica conhecido como
Fase da Internacionalização.
Os governos militares de 1964 a 1985 promovem
uma revolução na industria brasileira com o chamado
“Milagre Econômico” trata-se de uma fase que alterna
períodos de estagnação e exceção com outros de forte
crescimento (como no milagre brasileiro entre 1969 e
1973). Amplia-se a diversificação da indústria no Brasil.
Adota-se uma política de incentivos às exportações,
continua a atração do capital estrangeiro setores de
tecnologia mais avançada começam a mostrar uma
maior evolução (setor aeronáutico, bélico, nuclear e
espacial), alem de investimentos em setores
estratégicos como transportes, telecomunicações e
energia. A política salarial adotada é prejudicial aos
trabalhadores e o modelo econômico que é implantado
leva a uma maior concentração de renda no período,
pois “O BOLO cresceu, mas não foi REPARTIDO”.
O período atual conhecido como fase neoliberal ou
das privatizações começa na redemocratização da
década de 1990 – fase em que a economia globalizada
toma força e políticas econômicas neoliberais. Os
governos de Fernando Collor, Fernando Henrique
Cardoso promoveram um processo de privatização de
empresas estatais ditas deficitárias jogando-as nas
mãos da iniciativa privada, gerando maior concorrência
entre as empresas, uma maior e melhor oferta de bens
e serviços, além de aumentar o desemprego e a perda
de patrimônio público, sem grande arrecadação de
capitais. Progressivamente há uma abertura do mercado
interno brasileiro, até então muito protegido, o que eleva
as importações e confirma-se a falta de competitividade
do setor industrial brasileiro no mercado externo. Para
13
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FRENTE A
competir, ou sobreviver, esse setor empreende uma
rápida evolução tecnológica, empreende esforços pela
qualidade e pela redução de custos, o que provoca um
aumento do desemprego e falência ou venda de muitas
empresas incapazes de enfrentar essa nova realidade.
Ao mesmo tempo, as necessidades de diminuir o
tamanho do Estado e de seus gastos (incapaz até
mesmo de atuar com eficiência em setores essenciais
para a sociedade) levam ao desenvolvimento de uma
política de privatização de empresas estatais, como no
setor siderúrgico (processo que leva, ao mesmo tempo,
a uma capitalização para fazer frente ao pagamento de
obrigações financeiras). Desenvolvem-se reformas no
Estado, como no setor previdenciário, processo esse
que foi dado continuidade pelo governo LULA. É criado o
MERCOSUL que, por um lado, expande o mercado de
consumo para a produção industrial brasileira e, por
outro, aumenta a concorrência com as indústrias de
nossos vizinhos.
Podemos concluir que apesar de tudo, chega-se ao
final do século XX e início do século XXI com a certeza de
que o Brasil ainda precisa definir uma política industrial
que permita um fortalecimento das empresas nacionais,
maior criação de empregos, estímulos para o setor
exportador, além da continuidade do processo de
fortalecimento das indústrias para aumentar sua
qualidade e competitividade. Além do mais a Indústria
no nosso país sempre foi muito integrada as atividades
agropecuárias, pois ao longo da história usamos como
matérias-primas cana-de-açúcar, cacau, café, fumo,
carnes, peles, couros, banha animal, soja, milho, dendê,
mamona, girassol,amendoim, algodão, juta, sisal ou
agave dentre outros produtos cultivados neste nosso
imenso espaço agricultável e que são usados no nosso
complexo agro-industrial.
1. Os alunos do CDF VIA DIRETA estavam analisando
com o professor Bosco o processo de urbanização
mundial e fizeram uma viagem imaginária ao Japão.
“De “shinkansen” (trem-bala) para Osaka. De dia
veríamos o monte Fuji à nossa direita, mas viajamos
de noite. Tem-se a impressão que o trem nunca deixa
a cidade, uma longa cidade cheia de anúncios
luminosos e superiluminadas casas de “pachinko”,
jogos eletrônicos ou “fliperamas” em bom português,
que se estende nos dois lados da linha. O
“shinkansen” podia ser um metrô bala atravessando
uma cidade interminável.”
Traçando o Japão. L.F. Verríssimo. Artes e Ofícios.
O texto acima está se referindo a uma:
A) metrópole regional;
B) macrocefalia urbana;
C) rurópolis;
D) megalópole;
2. (UFRN-1997) Com base no texto abaixo, assinale a
alternativa incorreta:
“A favela é ilegal, o que leva também a uma aceitação
de remoções, como na música de Adoniram Barbosa:
‘Saudosa maloca... Vieram os homens com as
ferramentas, o dono mandô derrubá. Os homens
estão com a razão, nós arranja outro lugar’. Ao
mesmo tempo que há resistência para remoções,
há também a aceitação de sair porque a terra é de
outro dono que não o favelado.”
RODRIGUES, Arlete Moysés. Moradia nas cidades
brasileiras. São Paulo: Contexto - Edusp, 1988. p.
38.
A) O Estado tem desenvolvido, prioritariamente, políticas
habitacionais coerentes com as necessidades das
populações mais pobres, no sentido de resolver o
problema da moradia nas grandes cidades
brasileiras.
B) A população pobre, impossibilitada de adquirir terreno
e moradia no mercado imobiliário formal, integra-se
ao espaço urbano através do mercado clandestino
de terras e casas, produzindo o universo da favela.
C) A formação de favelas dá origem à “cidade
clandestina” que não dispõe de serviços públicos
nem de equipamentos necessários à reprodução de
seus moradores, sendo, estes, “cidadãos pela
metade”.
D) A favela não faz parte do mercado imobiliário formal
tampouco da legislação urbana. Porém, no seu
interior, é criado um mercado paralelo de moradia.
E) A favela não é um problema, mas uma “solução” à
necessidade de moradia, sendo, também, um
indicador de uma situação mais complexa,
caracterizada por desemprego e subemprego.
3. Segundo o Professor Agenor Pichinni, no espaço
geográfico, o processo de urbanização não ocorre
de forma homogênea.
Tratando-se especificamente da urbanização nos
países subdesenvolvidos, é correto afirmar:
A) as cidades foram lentamente expandindo seus
territórios e estruturando seus equipamentos
urbanos para receber o migrante vindo do campo.
B) a forma lenta e planejada da urbanização contribuiu
para a melhoria da qualidade de vida da população
das cidades.
C) o crescimento das grandes cidades, de forma não
planejada, deu origem ao fenômeno denominado de
macrocefalia urbana.
D) os fluxos de mercadorias cresceram rapidamente,
provocando a descentralização da economia terciária,
articulada, nacionalmente, em redes de cidades.
4. (CDF2012) Natali e Bia alunas do Pré-Master,
estudavam o processo de urbanização brasileira e
se depara com a letra da seguinte música. Analise
este trecho de música, em que se retratam condições
socioambientais das grandes cidades brasileiras:
14
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FRENTE A
A partir dessa análise, é INCORRETO afirmar que,
nesse trecho de música, o autor
A) considera a exclusão social como uma característica
marcante das sociedades urbanas, que tem
aumentado à medida que se intensifica a
concentração de renda.
B) denuncia a pequena mobilidade econômica das
classes sociais, decorrente da intensificação da
divisão do trabalho que acompanha o processo de
urbanização.
C) exalta o modo de vida urbano ao alegar que, nas
cidades, a posse de bens duráveis – como
automóveis e motocicletas – é traço característico
de seus habitantes.
D) inclui o contingente populacional urbano inserido
no mercado de trabalho informal, comumente
ligado à expansão do subemprego e do
desemprego estrutural.
5. (CDF-2012) Nos países subdesenvolvidos, a
metropolização não repete o processo vivido pela
Europa, pelos Estados Unidos e pelo Japão. Isso
porque, nos países subdesenvolvidos,
I. há um crescimento vegetativo acelerado, que
contribui, em parte, para o ritmo alucinante da
expansão metropolitana.
II. a intensidade do êxodo rural supera a das migrações
rural-urbanas da Revolução Industrial.
III. as metrópoles crescem, principalmente, sobre as
bases de expansão dos empregos do setor terciário,
diferenciando-se das metrópoles que surgiram com
a Revolução Industrial.
Assinale a alternativa que corresponde à(s)
proposição(ões) correta(s):
A) apenas I
B) apenas III
C) I, II e III
D) apenas I e III
6. Airton, Carapurça, Carlos Chacal e Jade, alunos dos
Prés do CDF, debatiam entre si sobre os processo
de GLOBALIZAÇÃO-URBANIZAÇÃO e constataram
que: “A medida que avança a globalização da
economia internacional, as metrópoles que
comandam espaços econômicos maiores tendem a
constituir uma categoria por si mesmas, configurando
um novo tipo de cidade: as cidades globais.”
Com relação às cidades globais, quanto suas
características e diferenças às antigas metrópoles
industriais, assinale a alternativa incorreta:
A) Entre as cidades globais, Nova Iorque talvez seja a
mais representativa, pelo seu caráter polarizador e
financeiro da maior economia do mundo. Isto lhe
confere uma característica cosmopolita,
representada em seu espaço por uma série de
culturas que se organizam de forma particular,
inclusive do ponto de vista territorial - exemplificado
pelos guetos.
B) As chamadas metrópoles industriais caracterizam-
se por uma rede urbana orientada pela produção, ou
seja, sua população está vinculada ao setor
secundário. A saturação fabril, através do
esgotamento de sua infra-estrutura e pelo
acirramento das lutas sindicais, tem gerado um
processo de descentralização das indústrias e a
mudança do caráter metropolitano.
C) As cidades globais caracterizam-se pelo predomínio
do setor terciário altamente especializado, que se
desenvolveu através do setor financeiro, ampliando
seu caráter polarizador. Hoje esses centros se
destacam pela rede urbana extensa e difusa,
caracterizando-se pela rapidez na dispersão de
informações e pelas grandes distorções sócio-
espaciais internas.
D) Apesar do vertiginoso crescimento econômico
japonês no pós Segunda Guerra, Tóquio manteve
limitada influência na Ásia, e mesmo assim,
rivalizando com Pequim e Bombaim. Daí esta
metrópole japonesa ainda não se configurar como
uma metrópole global, além de ser eminentemente
industrial e com estrutura urbana determinada por
este padrão fabril.
7. (UFRN-2005) Observe atentamente a figura abaixo.
Ela representa uma forma de aglomeração urbana
bem característica do mundo atual. O tipo de
aglomeração representado pela figura chama-se
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FRENTE A
A) megalópole, porque apresenta grandes áreas
conurbadas constituídas de cidades globais, com
espaços rurais bem definidos.
B) metrópole, porque concentra grandes áreas
conurbadas, polarizada por grandes e médias
cidades.
C) metrópole, porque expressa uma região conurbada
com intensa concentração de grandes, médias e
pequenas cidades.
D) megalópole, porque apresenta uma grande região
conurbada, sendo esse espaço polarizado por
grandes metrópoles.
8. José e Vinicius alunos do Pré B do CDF estudavam
sobre o período colonial brasileiro e constataram que
a produção de cana-de-açúcar, no Brasil colonial:
A) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo o
território nacional, enriquecendo grande parte da
população;
B) praticada por grandes, médios e pequenos
lavradores, permitiu a formação de uma sólida classe
média rural;
C) consolidou no Nordeste uma economia baseada no
latifúndio monocultor e escravocrata que atendia aos
interesses do sistema colonial português;
D) desde o início garantiu o enriquecimento da Região
Sul do país e foi a base econômica de sua hegemonia
política na República.
9. (UFRN-2003) A produção do espaço no Brasil colônia
teve sua dinâmica econômica, política e social
estruturada segundo os moldes das necessidades
e interesses de exploração de Portugal.
Nesse sentido, é correto afirmar que
A) a produção da cana-de-açúcar deve ser apontada
como o elemento norteador da ocupação territorial,
uma vez que tinha como função básica promover a
acumulação primitiva de capital para a colônia
brasileira, por meio da exportação do açúcar.
B) as decisões de caráter político e econômico ficavam
limitadas ao espaço da colônia, apesar de as práticas
capitalistas serem responsáveis pela estruturação
do sistema global, cuja hegemonia coube aos países
centrais.
C) o Brasil colonial se insere numa lógica espacial que
se expressa numa divisão internacional da produção
desfavorável ao seu desenvolvimento, tendo em vista
a condição de espaço de acumulação primitiva de
capital.
D) o sistema global emergente propiciou condições
para o surgimento de uma pequena produção
mercantil, no âmbito das atividades agrícolas de
subsistência, responsável pela acumulação interna
de capital no espaço colonial.
10. Larissa, Jessica e Raphaela debatiam sobre a
produção aurífera brasileira e chegaram a seguinte
conclusão. No século XVIII a produção de ouro
provocou muitas transformações na colônia. Entre
elas podemos destacar:
A) a urbanização da Amazônia, o início da produção de
tabaco, a introdução do trabalho livre com os
imigrantes;
B) o aumento da produção de alimentos, a integração
de novas áreas por meio da pecuária e do comércio,
a mudança do eixo econômico para o Sul;
C) a industrialização de São Paulo, a produção de café
no Vale do Paraíba,a expansão da criação de ovinos
em Minas Gerais;
D) a preservação da população indígena, a decadência
da produção algodoeira, a introdução de operários
europeus.
11. (CDF 2012) A mais extensa das sub-regiões do
Nordeste brasileiro é uma área de baixa densidade
demográfica e de solos rasos. Sua economia se
baseia na pecuária extensiva de corte e na agricultura
tradicional.
A descrição acima se refere à(ao):
A) Meio-Norte
B) Agreste
C) Sertão
D) Zona de Mata
12. (UFV-MG) No período pré-industrial brasileiro, quando
a economia nacional era dominada basicamente
pelas atividades agrícolas de exportação, a
organização do espaço geográfico era do tipo:
A) centro e periferias, com um espaço nacional
integrado.
B) centro na Zona da Mata nordestina e a periferia em
São Paulo, com fortes relações de troca que
favoreciam o centro.
C) Áreas isoladas ou “arquipélagos”, onde não havia
um espaço nacional integrado.
D) Em que a região amazônica e a Centro Oeste
exerciam papel de centro, juntamente com a região
Nordeste.
13. (UFRN-2010) No Brasil, a estrutura fundiária está
marcada pela concentração de terras, uma das mais
acentuadas do mundo, e pelo latifúndio improdutivo.
A análise do processo histórico indica que as origens
desses problemas, entre outros motivos, relacionam-
se com a
A) forma de ocupação territorial predominante no
período colonial, cuja base foi o sistema sesmarial,
aliada às conseqüências da Lei de Terras.
16
GEOGRAFIA
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FRENTE A
B) distribuição de terras do tipo sesmarial realizada
pelas Câmaras Municipais, após a Independência,
e com os efeitos decorrentes da imigração.
C) estrutura de propriedade decorrente da Lei de Terras,
no Primeiro Reinado, como também com as
facilidades concedidas aos imigrantes para a
aquisição de sesmarias.
D) compra de grandes extensões de terras pelos
senhores de engenho e mineradores, no início da
colonização, e com a atuação desenfreada dos
posseiros.
14.A ocupação dessa região foi induzida pela
mineração, sendo posteriormente substituída pela
pecuária, atividade que perdura até os dias atuais.
Limitações ambientais importantes, como o ciclo
enchente-cheia-vazante-seca, não favorecem a
prática agrícola em grande escala
A) na Campanha Gaúcha.
B) no Pantanal Matogrossense.
C) na Caatinga.
D) nas Matas de Araucária.
15.Com relação ao período colonial, tanto na América
Portuguesa quanto na América Espanhola, considere
as seguintes afirmações:
I. A mão-de-obra escrava africana, empregada nas
atividades econômicas, era a predominante.
II. As Coroas controlavam as economias por intermédio
de monopólios e privilégios.
III. Os nascidos nas Américas não sofriam restrições
para ascender nas administrações civis e religiosas.
IV. A alta hierarquia da Igreja Católica mantinha fortes
laços políticos com as Coroas.
5. As rebeliões manifestavam as insatisfações política
de diferentes grupos sociais.
Das afirmações acima, são verdadeiras apenas
A) 1, 2 e 3
B) 1, 3 e 4
C) 2, 3 e 5
D) 2, 4 e 5
16.(CDF 2012) No Brasil, o setor agroindustrial prevê
aumento significativo da produção de cana-de-açúcar
para os próximos anos. Isso pode ser atribuído
A) à maior flexibilidade da nova regulamentação
ambiental, que implicará uma importante diminuição
de custos.
B) ao atual acréscimo de subsídios governamentais
para a produção de álcool, chegando a valores
semelhantes aos do Pró-álcool na década de
setenta.
C) à diminuição gradativa de áreas de produção da soja
transgênica, aparecendo a cana como alternativa
econômica e ambientalmente viável.
D) à recente ampliação da demanda externa por todos
os subprodutos da cana devido à desvalorização do
real nos últimos dois anos.
E) ao aumento do interesse internacional por fontes
renováveis de energia, em função do Protocolo de
Kyoto.
17.(UFRN-2007) A partir da última década do século XX,
o meio rural brasileiro vem passando por intensas
mudanças no seu processo produtivo, favorecendo
o estabelecimento de novas relações entre o campo
e a cidade. É fator que contribui para esse processo
de mudança:
A) o aumento da produção de subsistência, decorrente
da modernização agroindustrial e da expansão do
capital.
B) o surgimento do agronegócio, devido ao
fortalecimento das atividades agrícolas tradicionais.
C) a expansão da pequena produção agrícola, em virtude
das políticas de combate ao êxodo rural.
D) a expansão de atividades não-agrícolas, promovida
pelo transbordamento do mundo urbano para áreas
rurais.
18.(CDF 2012) O desenvolvimento do capitalismo no
campo e a modernização da agropecuária
provocaram mudanças radicais na organização da
produção agrária e nas relações de trabalho no
campo brasileiro.
Assinale a opção que corresponde a um exemplo de
modificação da organização da produção e das
relações de trabalho, respectivamente.
A) Substituição do trabalho permanente pelo temporário
e mecanização.
B) Compactação do solo e utilização de bóias-frias.
C) Especialização da produção e proletarização do
trabalhador rural.
D) Emprego do trabalho assalariado e utilização de
insumos industriais.
19.(UFRN-2007) Nas últimas duas décadas, têm sido
cada vez mais freqüentes noticiários destacando
conflitos pela posse da terra em diversas regiões do
Brasil. Dentre as causas responsáveis por tais
conflitos, pode-se identificar:
A) ampliação do mercado de terras, promovendo a sua
desvalorização e a modernização do processo
produtivo.
B) expansão da agricultura familiar, tendo em vista as
políticas de crédito agrícolas para a produção
moderna de grãos destinados ao mercado externo.
17
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FRENTE A
C) cumprimento da função social da terra, como
resultante da expansão da fronteira agrícola e das
relações não-capitalistas de produção.
D) maior organização dos trabalhadores rurais, que
buscam soluções para a questão da terra e para a
concretização da reforma agrária.
20. (CDF-2012) Costuma-se dividir os produtos agrícolas
brasileiros em duas categorias: as “culturas de
pobre” (feijão, milho, mandioca, arroz) e “culturas de
rico” ( cana de açúcar, café, soja, algodão, trigo). A
planta leguminosa de elevado valor protéico cultivada
principalmente no Paraná, Mato Grosso, Rio Grande
do Sul, Mato Grosso de Sul e Goiás, a qual vem
alcançando posição de destaque nas exportações
brasileiras nos últimos anos, tornando-se o ramo
mais importante do setor oleaginoso, é a (o)
A) Soja.
B) Trigo.
C) Girassol.
D) Cacau.
21. (CDF-2012) Calcula-se que 78% do desmatamento
na Amazônia tenha sido motivado pela pecuária —
cerca de 35% do rebanho nacional está na região —
e que pelo menos 50 milhões de hectares de pastos
são pouco produtivos. Enquanto o custo médio para
aumentar a produtividade de 1 hectare de pastagem
é de 2 mil reais, o custo para derrubar igual área de
floresta é estimado em 800 reais, o que estimula
novos desmatamentos. Adicionalmente, madeireiras
retiram as árvores de valor comercial que foram
abatidas para a criação de pastagens. Os
pecuaristas sabem que problemas ambientais como
esses podem provocar restrições à pecuária nessas
áreas, a exemplo do que ocorreu em 2006 com o
plantio da soja, o qual, posteriormente, foi proibido
em áreas de floresta.
A) partir da situação-problema descrita, conclui-se que
A o desmatamento na Amazônia decorre
principalmente da exploração ilegal de árvores de
valor comercial.
B) um dos problemas que os pecuaristas vêm
enfrentando na Amazônia é a proibição do plantio de
soja.
C) a mobilização de máquinas e de força humana torna
o desmatamento mais caro que o aumento da
produtividade de pastagens.
D) o superavit comercial decorrente da exportação de
carne produzida na Amazônia compensa a possível
degradação ambiental.
22. O governo de Fernando Henrique Cardoso seguiu
linhas acordadas pelo Consenso de Washington,
realizado em 1989. Tal consenso, de caráter
neoliberal, adotou um conjunto de medidas para
controlar a inflação e modernizar o Estado. Entre
estas medidas estão:
A) ajuste fiscal, redução do tamanho do Estado e
fortalecimento das empresas estatais.
B) privatização, abertura financeira e investimentos em
infra-estrutura básica.
C) fortalecimento do sistema previdenciário atual,
privatização e investimentos em infra-estrutura
básica.
D) ajuste fiscal, restrições econômicas às importações
de gêneros agrícolas e abertura financeira.
23. (CDF-2012) O grande crescimento da economia
brasileira, ocorrido a partir do pós segunda guerra
mundial, não levou a uma maior participação dos
mais pobres na riqueza do país. Atualmente, o Brasil
se situa entre os piores países na distribuição de
renda, pois enquanto os 50% mais pobres da
população concentram apenas 11,2% da renda total
do país, os 10% mais ricos abocanham 49,7%,
quase a metade da renda nacional.
Considerando a informação acima e os seus
conhecimentos sobre os indicadores sócio-
econômicos mundiais, pode-se afirmar que
I. a acentuada desigualdade na distribuição da renda
não ocorre apenas em relação às diferentes
categorias ou classes sociais, também ocorre em
relação ao sexo, à cor e às diferentes regiões do
país.
II. o Banco Mundial considera pobres os indivíduos que
“vivem” com menos de um dólar diário. Nessa
perspectiva, no Brasil, o total de pobres, por exemplo,
no ano 2000, era de 24 milhões.
III. a pobreza é uma característica marcante nos países
subdesenvolvidos, não se verificando tal fenômeno
nos países desenvolvidos.
IV. a pobreza que ocorre no Brasil e nos demais países
subdesenvolvidos está evidenciada no PIB.
V. a maior parte dos indicadores socio-econômicos
indica que o estado de bem-estar social de uma
nação é confortável quando mostra alto PIB e muitas
potencialidades em recursos naturais.
Estão CORRETAS:
A) II e V
B) I e II
C) I, III e IV
D) I, II e V
E) II, IV e V
24. (CDF-2012) Sendo reflexo do movimento neoliberal
que altera a organização da economia e dos
territórios nacionais, o processo de privatização
representa, para o Brasil:
A) Esforço de transferência de capital privado para os
cofres públicos, com o objetivo de fortalecer a figura
do Estado-empresário.
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B) Tentativa de recuperação econômica após os anos
80, caracterizados como década perdida, face ao
desperdício das verbas públicas.
C) Aceleração do esgotamento do modelo de
desenvolvimento em tripé, o qual articulava o capital
nacional, o capital estrangeiro e o Estado.
D) Reestruturação da atividade industrial, movimentada
pelas empresas estatais, responsável pela produção
em massa de bens de consumo.
25.(UFRN-2008) Juscelino Kubitschek governou o Brasil
de 1956 a 1961, época caracterizada pelo nacional-
desenvolvimentismo, que gerou otimismo e euforia
na vida brasileira. No seu governo,
A) a divisão da renda nacional corrigiu as
desigualdades sociais e as disparidades regionais
por meio das reformas estruturais empreendidas.
B) o crescimento acelerado da produção industrial
apoiou-se no capital privado nacional, fechando o
país para o capital estrangeiro.
C) a Companhia Siderúrgica Nacional foi criada,
contribuindo, de forma decisiva, para a posterior
implantação da indústria automobilística.
D) a capital federal foi transferida do Rio de Janeiro para
o Planalto Central, afastando o governo da União
das pressões populares.
26.(CDF-20102) A economia brasileira durante os anos
do regime militar recebeu atenção especial do grupo
que se instalou no poder, pois o desenvolvimento
econômico era um item importante da doutrina de
segurança nacional. Como resultado do modelo
econômico adotado:
I. O Brasil deixou de ser um país agrícola e tornou-se a
sexta economia do mundo em capacidade produtiva.
II. Houve enorme progresso na produção de energia,
no setor de transportes, no de telecomunicações e
na indústria de base.
III. A economia brasileira tornou-se independente dos
capitais e da tecnologia dos países desenvolvidos.
Analisando o texto anterior, assinale:
A) se apenas s proposições I e II forem corretas.
B) se apenas as proposições II e III forem corretas.
C) se apenas as proposições I e III forem corretas.
D) se todas as proposições forem corretas.
27.O processo de industrialização brasileiro acelerou-
se a partir dos anos quarenta impulsionado por vários
fatores. A única alternativa que melhor explica esses
fatores é a de letra:
A) A opção por uma política industrial em larga escala
resultou de um esforço conjunto envolvendo o Estado
brasileiro, setores empresariais nacionais e
estrangeiros e acordos diplomáticos e econômicos
com outros países e instituições financeiras
internacionais.
B) A industrialização brasileira derivou exclusivamente
das transformações no campo, decorrentes de uma
reforma agrária que permitiu a formação de uma
moderna economia de mercado nas zonas rurais.
C) A partir da segunda Guerra Mundial, a burguesia
brasileira já apresentava condições de dirigir,
executar e financiar a industrialização nacional.
D) A industrialização brasileira foi possível graças aos
empréstimos internacionais de grandes bancos à
juros módicos e a existência de um sindicalismo forte
e organizado.
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  • 1. 1 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A 1. FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessados nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil. 1.1 Formação do Brasil Estruturado a partir do modelo colonial de exploração, somente no final do século XIX o espaço brasileiro deixou de apresentar uma economia fragmentada, dividida em ilhas de exportação, para se constituir como um espaço integrado com as diversas regiões. 1.2 Características físicas O Brasil ocupa a posição Centro-Oriental da América do Sul , limitando-se com quase todos países sul- americanos, exceto Equador , Chile
  • 2. 2 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A Os limites do Brasil são: • ao Norte (N) – Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e oceano Atlântico; • a Noroeste (NO) – Colômbia; • a Nordeste (NE), a Leste (E) e a Sudeste (SE) – oceano Atlântico; • a Oeste (O) – Peru e Bolívia; • a Sudoeste (SO) – Paraguai e Argentina; • ao Sul (S) – Uruguai. Os pontos extremos são: Ao norte, a nascente do Rio Ailã, no Monte Caburaí, Estado de Roraima (5º 16' de latitude norte), na fronteira com a Guiana; Ao sul, o Arroio Chuí no Rio Grande do Sul (33º 45' de latitude sul), fronteira com o Uruguai; O extremo leste da parte continental do Brasil é a Ponta do Seixas, em João Pessoa, na Paraíba (34º 47' de longitude oeste; A oeste, a serra da Contamana ou do Divisor, no Acre (73º 59' de longitude oeste), na fronteira com o Peru. É cortado, ao Norte, pela linha do Equador ,corta os estados do Amapá ,Pará , Amazonas e Roraima. apresenta 7% de suas terras no Hemisfério Norte, ou Setentrional, 93%, no Hemisfério Sul, ou Meridional. Ao sul, é cortado pelo Trópico de Capricórnio (esta linha imaginária passa em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul), Apresentando 92% do seu território na zona Intertropical, isto é, entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. Os 8% restantes estão na zona Temperada do Sul, entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico. O Brasil é considerado um país muito grande , é um dos maiores do mundo, ocupando o quinto lugar: 1º-Rússia-17.075.400 Km² 2º-Canadá - 9.970.610 Km² 3º-China- 9.517.300 Km² 4ºEUA - 9.372.614 Km² 5ºBrasil- 8.514.876 km² A localização geográfica do território brasileiro apresenta-se a 5°16’19" de latitude norte a 33°45’09" latitude sul; e 34°45’54" de longitude oeste a 73°59’32" de longitude oeste. O Brasil encontra-se totalmente no hemisfério oeste de Greenwich. Desse modo, podemos concluir que: Apenas o Sul do país faz parte da zona temperada, apresentado um clima de temperaturas mais amenas; a quase totalidade do território brasileiro (93%) está ao sul da linha do Equador, ou seja, no hemisfério sul;Possui três fusos horários diferentes.
  • 3. 3 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A A maior parte das terras brasileiras está localizada entre os trópicos, o que faz do nosso país uma região tipicamente tropical, onde predominam climas quentes; Cortado pela linha do Equador e Trópico de Capricórnio e banhado pelo oceano Atlântico. 2. A CONSTRUÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO Os grandes descobrimentos dos séculos XV e XVI foram pouco a pouco transformando a imagem que os europeus tinham do mundo. A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessados nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil. A madeira foi a riqueza mais facilmente encontrada em nosso território. Por muito tempo, a ocupação do território manteve-se apenas no litoral. Foi somente no século XVII que o interior do país começou a ser explorado mais intensamente possibilitando a formação de cidade e vilas no interior do país. O território brasileiro tal qual o reconhecemos hoje, foi se configurando lentamente, a partir das várias atividades econômicas coloniais. 2.1 Os Tratados assinados entre Portugal e Espanha A importância dos tratados assinados entre Espanha e Portugal, acabaram por definir, com pequenos acréscimos posteriores, a área que consideramos hoje como território brasileiro: Tratado de Tordesilhas e Tratado de Madri.
  • 4. 4 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A 3. TRATADO DE TORDESILHAS E DE MADRI 3.1 Tratado de Tordesilhas Espanha e Portugal foram os pioneiros na expansão marítimo-comercial iniciada no século XV, resultando na conquista de novas terras para os dois países. Essas “descobertas” geraram tensões e conflitos entre ambos, e na tentativa de evitar uma guerra foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que passou a definir nosso primeiro limite territorial.Esse tratado, assinado em 7 de julho de 1494, em Tordesilhas, na Espanha, estabeleceu uma linha imaginária que passava a 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde (África). Esse meridiano dividiu o mundo entre Portugal e Espanha: as terras a leste seriam portuguesas e as terras a oeste seriam espanholas. O Tratado de Madri, assinado em 1750, praticamente garantiu a atual extensão territorial do Brasil. O novo acordo anulou o Tratado de Tordesilhas e determinou que as terras pertenceriam a quem de fato as ocupassem, princípios de uti possidetis, isto é, uma solução diplomática que conferia a um Estado o direito de apropriar-se de um novo território com base na ocupação, na posse efetiva da área, e não em títulos anteriores de propriedade. É evidente que esse princípio foi utilizado apenas entre Portugal e Espanha ou entre o Brasil e países da América do Sul, sem nunca levar em consideração a posse das diversas tribos indígenas. Isso porque o indígena nunca foi considerado pelos colonizadores um ser humano de pleno direito, mas apenas um empecilho a ser removido ou a ser domesticado e disciplinado para o trabalho. 4. A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS As atividades econômicas foram fator essencial para a expansão territorial brasileira. Nossa economia colonial girava em torno da produção de gêneros primários voltados, em sua maior parte, para a exportação e para as necessidades da metrópole portuguesa. Depois do pau-brasil, a cana-de-açúcar fez do litoral do Nordeste a mais importante região econômica da colônia até o início do século XVII, transformando a atividade açucareira em empresa e o Brasil em colônia do açúcar. Paralelamente à economia canavieira, a expansão da pecuária, da mineração, as bandeiras, as missões jesuítas e a coleta das “drogas do Sertão” (produtos como cacau, pimenta, sementes oleaginosas, castanha, entre outros, explorados na Amazônia durante o período colonial), provocaram a interiorização e o alargamento do território português em áreas que pertenciam à Espanha. A pecuária foi a responsável pelo povoamento do Sertão nordestino, onde complementou a lavoura de cana-de-açúcar que dominava o litoral fornecendo a carne para alimentação e animais de tração para o trabalho nos engenhos. Mais tarde, as tropas de muares e o gado foram fundamentais para o povoamento do sul das regiões dos atuais estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo que forneciam animais para as áreas de mineração. Em função da atividade mineradora, várias vilas e cidades foram fundadas, e o território da Coroa portuguesa ficou maior. As missões que catequizavam indígenas estiveram presentes no sul e no norte do território. Com as missões, outra atividade econômica incorporou grande parte da Amazônia ao domínio português: a exploração e a comercialização das drogas do Sertão. 5. O BANDEIRANTISMO O bandeirismo ou bandeirantismo foi um movimento de penetração para o interior com origem, principalmente, em São Paulo e contribuiu para a expansão dos domínios territoriais portugueses no continente. Ocorreu basicamente no século XVIII e foi motivado pela busca de metais preciosos e, especialmente, pela caça de indígenas para serem aprisionados e vendidos como escravos. Os bandeirantes penetraram sertão adentro, atacaram aldeias, aprisionaram e escravizaram indígenas e exterminaram enorme número deles. Do ponto de vista do povoamento, esse fenômeno foi despovoador e não povoador, pois provocou uma
  • 5. 5 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A desertificação humana em áreas onde havia inúmeras aldeias indígenas, sem substitui-las por povoações brancas. Em todo caso, as bandeiras serviram para que o europeu conhecesse melhor o território, já que cada expedição representou uma soma de novos conhecimentos sobre a terra, que foram importantes para a penetração posterior rumo ao oeste. 6. A INTEGRAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO Formalmente, podemos dizer que o espaço brasileiro surgiu com a independência política do país no início do século XIX. Nessa época a economia sobrevivia das exportações de cana-de-açúcar, algodão, couro e peles. Mas um novo produto agrícola começava a se desenvolver: o café. Com o avanço do cultivo do café e o aumento de sua importância econômica para todo o país, o produto tornou-se o responsável pelo início da integração territorial brasileira e, portanto, pela formação de um verdadeiro espaço nacional. As atividades econômicas brasileiras até o desenvolvimento da economia cafeeira no século XIX eram regionais, isoladas uma das outras. Podia-se dizer que economicamente o Brasil era formado por “ilhas” desarticuladas entre si e voltadas para o exterior. Assim ocorria com a cana-de-açúcar no Nordeste e a mineração no Sudeste. Esses “arquipélagos” encaixavam-se perfeitamente no conceito do capitalismo comercial, que visava ao acúmulo de capital e metais preciosos para fortalecer o poder real. A constituição de um mercado consumidor e a grande acumulação de capitais gerados pelo café foram fatores decisivos para a instalação de indústrias no país, o que representou outra etapa no processo de integração nacional. Além de aprofundar a integração comercial que havia se desenvolvido com o café, o processo de industrialização acentuou a urbanização, dando nova direção ao povoamento no país. O governo brasileiro teve papel fundamental no processo de industrialização. Criou várias políticas regionais de desenvolvimento, procurando estimular a transferência de atividades econômicas para outras regiões. Entre suas principais iniciativas, cabe destacar: - A inauguração de Brasília em 1960; - A SUDENE, em 1959; - SUDAM, em 1966; - SUDECO, em 1967; - As rodovias de integração, como Belém-Brasília. Todas essas medidas tiveram como principal objetivo aprofundar as relações entre as diversas áreas do país, levando a consolidação do espaço nacional. 7. AS DIFERENÇAS REGIONAIS Os contrastes regionais no interior do território brasileiro originou-se da formação histórico-econômica do nosso país. Ou seja, devem-se ao modo pelo qual o Brasil se desenvolveu, desde sua colonização por Portugal até a independência e posterior industrialização e urbanização, ocorridas principalmente no século XX. Durante os três primeiros séculos da colonização o Nordeste foi a região mais importante, a mais rica e populosa do país.No século XIX o declínio econômico do Nordeste em relação ao desenvolvimento de Centro- Sul acentuou-se ainda mais. Esse fato juntamente com a enorme concentração da propriedade das terras nas mãos de poucas famílias nordestinas, fez com que muitas pessoas saíssem dessa região para o Centro- Sul do país. A Amazônia durante séculos foi deixada de lado, embora nos dias de hoje venha sendo intensamente ocupada num processo de destruição. Simplificando um pouco, podemos dizer que o Nordeste simboliza o “Brasil Velho”, o Brasil colônia, com enormes plantações monocultoras, mão-de-obra extremamente mal remunerada e pobreza intensa. O centro-Sul, por sua vez, representaria o “Brasil Novo”, o Brasil da indústria e das grandes metrópoles, o país da imigração e da modernização econômica. A Amazônia simbolizaria, talvez, o “Brasil do Futuro”, um território com muitos recursos naturais. Porém, essas riquezas vêm sendo destruídas pela rápida ocupação da região amazônica, que beneficia apenas uma minoria privilegiada. 8. O ESPAÇO RURAL BRASILEIRO 8.1 A questão fundiária brasileira Cerca de 45% do território brasileiro é ocupado por propriedades agropecuárias, constituindo-se numa das maiores áreas agricultáveis do planeta; no entanto apenas algo em torno de 15% da área destes estabelecimentos é voltada para a agricultura (o que corresponde a menos de 10% do território nacional!), sendo o restante composta de matas e pastagens mas, freqüentemente, subutilizadas e/ou servindo apenas como “reserva de valor” (especulação). Apesar de uma área agrícola tão extensa, há cerca de 20 milhões de trabalhadores rurais sem terras e pelo menos 40% da população se alimenta de forma precária, aquém das necessidades básicas (sendo que metade destes - em torno de 30 milhões de brasileiros - sofrem
  • 6. 6 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A com a fome!). A base destes e outros problemas do país, como a urbanização caótica, o desemprego e o subemprego, está na extrema concentração fundiária que domina o país a 500 anos, onde 1% dos proprietários detém aproximadamente 42% das áreas agrícolas do país, aí incluindo 37 superlatifúndios com mais de 100 mil hectares cada, perfazendo quase 14% da área disponível! É na história em que se encontram as raízes desta concentração de terras, já que vigorou do século XVI a 1822 o sistema de Sesmarias, em que as terras eram cedidas em grandes extensões pela coroa aos nobres, empreendendo assim a ocupação territorial do país de forma privada e baseada no latifúndio exportador. Com a Independência extinguiu-se as sesmarias e, não havendo leis fundiárias até 1850, disseminou-se a posse pelos empobrecidos do Império (ex-escravos, imigrantes, trabalhadores rurais...). Como a posse da terra era o principal sinônimo de poder na época, os latifundiários viram seu poder político-econômico ameaçado e instauraram a Lei de Terras em 1850, sob a qual o acesso à terra somente pode ser feito através da compra, vedando esse acesso aos despossuídos e limitando-o aos “coronéis” pecuaristas, cafeicultores, cacaueiros e canavieiros (aliás enriquecidos devido à Lei Eusébio de Queirós do mesmo ano e que, ao impedir o tráfico negreiro, tornou supervalorizado o preço dos muitos escravos que possuíam e que serviam como bens junto a empréstimos do governo para adquirir mais terras). Em 1962, sob o governo João Goulart, foi criado o Estatuto do Trabalhador Rural, estendendo os direitos trabalhistas aos camponeses (carteira assinada, salário mensal, 13º salário etc.). Apesar de justa a medida, os latifundiários optaram por modernizar a produção agrícola e gerando a expulsão de milhares de colonos que viviam nas grandes propriedades sob regime semi- assalariado, ampliando significativamente o número de sem-terras, bóias-frias, da e incrementando a urbanização do período. A partir de 1964, com o Estatuto da Terra imposto pela ditadura militar, a questão agrária passa a ser enfocada sob a ótica geopolítica, numa perspectiva de intervenção estatal que desestruturasse os movimentos sociais do período (rurais e urbanos). A “reforma agrária militar” da década de 60 constou, num primeiro momento, da necessidade de uma classificação rural para viabilizar a distribuição fundiária e mecanismos legais para a desapropriação das terras improdutivas e latifúndios. 8.2 Estabelecimentos rurais no Brasil Módulo rural: um tamanho de terra variável conforme a região inserida (em função da distância de mercado, fertilidade, infra-estrutura...), mas que fosse o suficiente para garantir a subsistência e o progresso social a uma família composta de quatro pessoas. Minifúndio, em que o a área da propriedade é inferior ao módulo da região e, portanto, também insuficiente à subsistência/progresso social; Latifúndio por exploração é uma propriedade superior ao módulo em até 600 vezes, e além disso se mantém mal ou sem exploração da terra (voltada à especulação); Latifúndio por dimensão Propriedade com área superior a 600 vezes do módulo regional e, como o anterior, é voltado à especulação; Empresa rural Propriedade com área superior ao módulo em até 600 vezes mas explorada racionalmente. O segundo momento mais importante do Estatuto da Terra foi a promoção de projetos de colonização na fronteira agrícola da Amazônia como tentativa de resposta aos movimentos camponeses nordestinos e do centro- sul, mas que em verdade foi uma forma de manter a estrutura fundiária concentradora intacta nas áreas de tensão e remeter os excluídos do campo às áreas marginais do centro econômico. Sob o lema de “levar os homens sem terra do Nordeste para as terras sem homens da Amazônia”, promoveu-se o acesso à bacia dos rios Tocantins e Xingu (leste e sul amazônico) através da abertura de estradas como a Cuiabá-Santarém e a Transamazônica, além de projetos oficiais e particulares de assentamentos no norte matogrossense e Rondônia (Programa Polonoroeste); sob a perspectiva geopolítica do “integrar para não entregar” do Projeto de Integração Nacional (PIN - 1970). Na franja amazônica os camponeses excluídos da modernização agrícola do centro-sul, ou os expulsos do Nordeste pela estrutura fundiária arcaica, instalaram- se como pequenos proprietários e posseiros, o que valorizou as terras e posteriormente assistiram à chegada de falsificadores de títulos de propriedades (grileiros) e fazendeiros, reconduzindo a uma violenta reconcentração de terras, tornando as áreas periféricas da Amazônia nos maiores focos de violência no campo brasileiro. Violência estimulada pelo próprio governo, que abandonou os projetos iniciais de colonização e passou a somente promover megaprojetos agropecuários a partir de meados dos anos 70 - especialmente com subsídios da Sudam, no vale do Tocantins-Araguaia - valorizando ainda mais as terras e sendo instrumento jurídico dos poderosos locais ao ignorar a “jagunçagem” e/ou participar de massacres a camponeses sem-terras ao reprimir manifestações ou fazer valer mandatos de reintegração de posse aos latifundiários. Na década de 80, com o fim da ditadura militar, com a Nova República a partir de 1985 e a nova Constituição do Brasil em 1988, a bandeira da reforma agrária foi novamente bradada politicamente, mas no entanto, revelou-se um instrumento burocrático limitado, já que, segundo os termos da lei, só seriam destinadas à reforma agrária as propriedades comprovadamente improdutivas, possibilitando entraves burocráticos à difícil comprovação de que uma terra é ou não produtiva (além de gerar casos de superfaturamento do valor de terras para efeito de desapropriação). Nos governos Fernando Henrique Cardoso a proposta de alinhamento às condições postas pela globalização, substituindo o processo de desapropriação de terras improdutivas por uma reforma agrária “de
  • 7. 7 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A mercado”, em que o camponês deve financiar (a juros de mercado) a compra de propriedades (dos latifundiários) junto ao Banco da Terra (por sua vez financiado pelo Banco Mundial). Porém esta tentativa de estabelecer o modelo da farm norte-americana implica no crescente endividamento e dependência do trabalhador rural ao mercado e, ao contrário do setor nos EUA e Europa, sem subsídios do Estado, acabando por gerar falência dos agricultores menos competitivos e reconcentrando a terra. Este quadro de exclusão social e concentração de terras está na base dos atuais problemas sociais, econômicos e ambientais do país (na cidade ou no campo), e os movimentos de resistência a este modelo de apropriação do território existem já com os indígenas - os grandes expropriados/exterminados - e os quilombolas desde o século XVI, ou ainda gerando distorções como o messianismo e o banditismo (como o cangaço) como alternativa de vida. Nas décadas de 50 e 60 do século XX importantes movimentos rurais como as Ligas Camponesas se estruturaram no país, porém sofrendo violenta repressão com a ditadura militar. Foi nos anos 70, em resposta à violenta concentração fundiária que assolou a região Sul do país com a modernização agrícola (especialmente com a introdução da soja), que nasceu o Movimento dos Sem-Terra (MST), assumindo uma difusão e organização nacional, descentralizada com representantes locais e regionais (cerca de 21 líderes) congregando cerca de 4 milhões de famílias (em torno de 20 milhões de pessoas) sob o lema de que “terra não se ganha, se conquista”. O MST se opõe à reforma agrária de mercado que visa a instalação da “terra de negócio”, através de uma constante luta social pela noção de “terra de trabalho”, cujo sentido não é a terra enquanto fonte de lucro capitalista, mas um meio de vida e de produção de alimentos para uma economia nacional, priorizada ao mercado interno e à distribuição de renda, através de uma democratização ao acesso à terra desapropriando todos os latifúndios e estabelecendo um tamanho máximo da propriedade, democratizando o acesso ao capital e à educação no meio rural, além de alterar o atual padrão tecnológico utilizado (dependente de agrotóxicos e das transnacionais) em favor da preservação ambiental e da saúde dos camponeses e dos consumidores. 8.3 A Estrutura Fundiária A estrutura fundiária é a forma como estão organizadas as propriedades agrárias de um país ou região, isto é, a classificação dos imóveis rurais segundo o número, tamanho e distribuição social. A estrutura fundiária brasileira representa um dos maiores problemas agrários do país e se caracteriza pela extrema concentração de terras em mãos de um pequeno número de proprietários. Por outro lado, a maior parte dos produtores rurais (pequenos proprietários) possuem uma área de terras agrícolas muito reduzida, insuficiente, na maior parte das vezes, para garantir a sobrevivência de sua própria família. O gráfico ao lado mostra a desigual distribuição de terras no Brasil, conseqüência do processo histórico-econômico da formação da sociedade brasileira.
  • 8. 8 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A Os pequenos estabelecimentos rurais, com menos de 10 habitantes, correspondiam a 52,9% do total, ocupando, porém, uma área extremamente reduzida (2,7% da área). Por outro lado, as grandes propriedades com mais de 1 000 habitantes que correspondiam a 1,2% dos imóveis rurais brasileiros, ocupavam, em 1985, 43,8% da área das propriedades rurais brasileiras. Concluindo, podemos afirmar que a estrutura fundiária brasileira se caracteriza pelo elevado padrão de concentração da terra, concentração essa que tem persistido nas últimas décadas. Nos latifúndios existe um sub-aproveitamento do fator terra, pois essas propriedades são aproveitadas apenas parcialmente e, muitas vezes, nem chegam a ser exploradas, pois são transformadas em objeto de especulação. Nos minifúndios ocorre um sub-aproveitamento do fator trabalho, pois o espaço reduzido é insuficiente para absorver de forma produtiva toda a força de trabalho, gerando, com isso, subemprego rural. Através do gráfico anterior, podemos perceber que os pequenos estabelecimentos dominam em relação ao número; entretanto, sua participação na área ocupada pelas propriedades é irrisória. Os grandes estabelecimentos, ao contrário, existem em número reduzido, mas ocupam a maior parte das terras. A subutilização do espaço rural fica evidente nos gráficos; a agricultura ocupa uma reduzida área e a maior parte do espaço agrário é ocupado por pastagens, onde quase sempre pratica-se uma pecuária extensiva de baixo rendimento. 3.4 Reforma Agrária A reforma agrária é vista por vários segmentos da sociedade brasileira como uma necessidade, face aos vários problemas socioeconômicos do campo e da cidade. Entretanto, esse problema encontra-se fortemente interligado ao conjunto econômico, político e social do país e de suas relações com o mercado externo; nenhuma alteração pode ser pensada isoladamente. Torna-se necessária a consideração das variáveis que afetam o conjunto da organização socioeconômica brasileira. Qualquer proposta para o problema agrário deve ser colocada em termos globais, considerando suas repercussões em outros campos. A reforma agrária visa a aumentar a produtividade do solo e do trabalho nas atividades rurais, garantindo ao homem do campo um padrão de vida decente. Além da distribuição de terras, várias outras medidas devem ser tomadas, como assistência técnica, educação, financiamento do custeio e do equipamento, política de preços mínimos, infra-estrutura de transporte, armazenagem, telefonia e eletrificação rural. 3.5 Conflitos pela Posse da Terra Nas duas últimas décadas, ocorreu uma intensificação nos conflitos pela posse da terra e a violência no campo. Essa violência é bem mais grave nas áreas de fronteiras agrícolas, isto é, áreas que estão sendo incorporadas ao sistema de produção agrícola do país (Amazônia, por exemplo). Os trabalhadores rurais, expulsos das antigas áreas agrícolas pelo grande capital, instalam-se como posseiros ou pequenos proprietários nas fronteiras agrícolas, áreas onde a terra é abundante, praticando uma agricultura de subsistência. 3.6 Posseiros X Grileiros O maior número de conflitos pela posse da terra envolve os posseiros e grileiros. Posseiros são trabalhadores rurais que ocupam um
  • 9. 9 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A pedaço de terra sem possuir o título de propriedade, onde passam a praticar uma agricultura de subsistência utilizando o trabalho da própria família. Os grileiros são, geralmente, grandes empresas ou fazendeiros que se utilizam da força e da violência para se apropriar de terras devolutas ou terras trabalhadas por posseiros. Contratam jagunços (capangas) para “limpar” o terreno, ou seja, expulsar índios e posseiros que por ventura estejam ali fixados. Conseguem a documentação do imóvel (títulos de propriedade), muitas vezes falsificadas, transformando a terra em objeto de especulação imobiliária ou instrumento de negócios. Os litígios pela posse da terra têm gerado uma verdadeira guerra no campo, palco de acentuada violência, causando a morte de muitas pessoas: índios, posseiros, religiosos, advogados, líderes sindicais, etc. Grande parte dos crimes são praticados por jagunços e assassinos de aluguel, contratados pelos grileiros, fazendeiros e grandes empresas e também por policiais a serviço dos latifundiários. 3.7 As Relações de Trabalho nas Atividades Rurais O trabalho assalariado não é a única e nem mesmo a principal forma de relação trabalhista praticada nas atividades agrárias. Outras formas de relações não- capitalistas como a parceria, pequena propriedade familiar, também se fazem presentes no meio rural. Pequenos Proprietários Representam um significativo número de pessoas ativas, aproximadamente 7 milhões, que correspondem a cerca de 40% da população ativa do setor primário. Trata-se de minifundiários ou posseiros que trabalham em base familiar, praticam policultura de subsistência e criação de animais domésticos (suínos, aves, bovinos). O excedente da produção é comercializado, possibilitando ao trabalhador a aquisição de remédios, roupas, instrumentos agrícolas, etc. 3.8 Parceiros A parceria é uma relação trabalhista em que o trabalhador recebe (em espécies) uma parte da produção. Não são empregados e não possuem carteira assinada. A meiação (meeiros) é a forma mais comum; metade da produção fica com o dono do imóvel e a outra metade para o trabalhador. Outras formas existem, como a “terça” (terceiros) em que o trabalhador fica com a terça parte do que é produzido; e a “quarta” ou sorte (quarteiro), Arrendatários São os trabalhadores rurais que arrendam ou alugam um imóvel rural, mediante um contrato de locação, pagando ao proprietário em dinheiro conforme o estipulado pelo contrato. A maior parcela desse tipo de trabalhador é representada por pequenos arrendatários que lavram as terras juntamente com suas famílias, possuindo baixos rendimentos e baixo padrão de vida. Assalariados Permanentes Trata-se de uma relação de trabalho tipicamente capitalista. Os empregados que trabalham para grandes proprietários ou empresas rurais, são registrados e recebem salários. Representam minoria no meio rural (10% da mão-de-obra rural). 3.9 Assalariados Temporários São trabalhadores (volantes, posseiros ou pequenos proprietários) que trabalham nas grandes propriedades durante um período do ano, épocas de maior necessidade de mão-de-obra (safra). Os trabalhadores volantes ou “bóias frias” são aqueles recrutados na periferia das cidades por turmeiros ou empreiteiros que servem de intermediários entre os trabalhadores e os proprietários. Trabalham na colheita da cana-de-açúcar, algodão, laranja, café, etc. e recebem pagamento diário ou por tarefa. O peão, trabalhador volante mais recente que o bóia fria, é muito utilizado nas regiões de fronteiras agrícolas, sobretudo em projetos agropecuários da Amazônia. É “contratado” por um intermediário (gato) para trabalhar em regiões distantes, com promessas de salários, alojamento e alimentação. Quando recebe o pagamento, aparecem os “descontos”: custos de transporte, alimentação, hospedagem, etc., quase nada restando do seu salário, chegando, às vezes, a ficar devendo. Muitas vezes jagunços e pistoleiros são contratados para evitar a fuga de trabalhadores, reproduzindo uma situação de escravidão (peonagem). Tornando-se “presos” pelas dívidas contraídas com transporte, moradia e alimentação e configurando-se num verdadeiro trabalho escravo (a chamada “escravidão por dívida”). 3.10 Principais produtos agrícolas brasileiros Café - Quando o café chegou ao Brasil era considerado como uma planta ornamental. Em 1860 o café tornou-se definitivamente importante na economia brasileira, ao chegar à região de Campinas, no Estado de São Paulo. A partir deste fato, o café encontrou condições físicas favoráveis para o seu desenvolvimento, tais como: solo fértil, clima tropical de altitude, planalto ondulado.
  • 10. 10 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A Rapidamente, o café atingiu lotes a oeste do Estado, e posteriormente ocupou o Norte do PR, Sul de Minas e MS. O Brasil é considerado o maior produtor mundial de café. Cacau - O cacau é um produto que nasceu no Brasil, sendo cultivado primeiramente na Amazônia e atingindo o sul da Bahia, onde encontrou condições favoráveis para o seu desenvolvimento, como clima quente e superúmido, solo espesso e fértil. Atualmente, a Bahia tem o cacau como o seu principal produto agrícola, sendo o maior Estado produtor de cacau do país. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de cacau, exportando principalmente para a Argentina, Estados Unidos, Europa e Japão. Cana-de-açúcar - A cana-de-açúcar chegou ao Brasil no século XVI através dos portugueses. Inicialmente, este produto era cultivado principalmente na Zona da Mata Nordestina e no Recôncavo Baiano. A cana-de-açúcar representa um importante produto na economia do Brasil. Em 1930, o cultivo de cana-de-açúcar atingiu o Estado de São Paulo, que logo tornou-se o maior produtor brasileiro de cana. O Brasil é considerado o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, exportando principalmente para os Estados Unidos, Europa e Rússia. Ultimamente, houve um crescimento do investimento na mecanização da cultura de cana, pois esta técnica traz vantagens econômicas e ambientais, porém o número de trabalhadores da indústria canavieira deve sofrer uma drástica redução. Soja - A soja é um produto recente no Brasil, e nas últimas décadas tem se tornado importante na produção agrícola brasileira, e nas exportações. No Brasil, as regiões Sul e Sudeste são as principais produtoras de soja, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, o primeiro é os Estados Unidos. Milho - O milho é um produto que nasceu na América, e é muito conhecido no mundo todo. No Brasil, a sua cultura está presente em todos os Estados, sendo o Paraná o principal produtor de milho. Mundialmente, os Estados Unidos é o maior produtor de milho, seguido da China e do Brasil. Trigo - É o produto alimentício mais importado pelo Brasil. Em 1993 foram 5,0 milhões de toneladas de trigo importado para o Brasil, pois o consumo interno foi de 7,2 milhões de toneladas e a produção interna foi de 2,3 milhões de toneladas. No Brasil, o maior produtor de trigo é o Estado do Paraná, seguido do Rio Grande do Sul. Arroz - No Brasil encontramos a cultura de arroz em todos os estados, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro, seguido de Minas Gerais e Goiás. O Brasil é considerado um dos maiores produtores mundiais de arroz. Algodão - No Brasil, o algodão começou a ser cultivado no período colonial. O Brasil ocupa a 6ª colocação dos maiores produtores mundiais de algodão, sendo superado pela China, Rússia, EUA, Índia e Paquistão. 9. O ESPAÇO URBANIZADO 9.1 Definição É o aumento da população urbana em função da redução da população rural. 9.2 Cidade Sede do Município ou Núcleo urbano onde há aglomeração humana e atividades terciárias (comerciais e serviços) e/ou secundárias. 9.3 Causas e conseqüências da Urbanização: 1) Países desenvolvidos - Industrialização e Mecanização rural. - Processo lento e ordenado. - Cidades com menores problemas urbanos – menor grau. 2) Países subdesenvolvidos · Estiagens, ilusão de uma vida melhor nas cidades, pobreza no campo, concentração fundiária (Êxodo Rural), Industrialização (Pós 1950) · Processo rápido e desordenado 10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO Acompanha em maior ou menor grau a urbanização.É o crescimento físico das cidades. 10.1 Planejamento Urbano Sua falta provoca “CAOS URBANO”: trânsito, enchentes, favelas... Megacidades: 10milhões+ de habitantes Cidades Globais: Centraliza as decisões políticas e econômicas Megalópoles: extensas áreas urbanizadas resultantes do encontro de duas ou mais metrópoles. Ex.: BOSWASH, SANSAN, CHIPITS,TOKAIDO No Brasil
  • 11. 11 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A MEGALOPOLE EM FORMAÇÃO Hierarquia Urbana no Mundo
  • 12. 12 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A Tendências - Redução da Metropolização/Crescimento das cidades médias e pequenas. Nos grandes Centros Urbanos: - Especulação Imobiliária - Proliferação das “Edge-Cities” (Enclaves Fortificados); Condomínios; Exemplo: Alphaville - Favelização – Periferização. - Aumento na violência - Deficiência nos transportes - Congestionamentos - Conurbação entre cidades 10.2 Histórico sobre a industrialização brasileira Quando falamos em indústria no Brasil precisamos lembrar de uma frase que fundamenta o nosso processo de industrialização de forma efetiva, “TUDO COMEÇOU COM O CAFÉ”. Embora o Brasil tenha começado a se industrializar antes do período áureo e da posterior crise do café, essa frase nunca foi tão consistente. A partir deste momento trabalharemos um breve histórico sobre a indústria no Brasil e sua intima ligação com a agricultura. 10.3 Breve histórico Fazendo uma análise histórica do desenvolvimento do setor industrial no Brasil. Inicialmente precisamos lembrar que durante o período colonial o Brasil sofreu fortes restrições por parte da Coroa portuguesa que impedia a instalação de indústrias em nosso país que concorressem com sua produção ou que ferissem seus interesses comerciais na Europa e no Mundo de 1500 até 1808 vivemos a fase da proibição. Mesmo após a independência o desenvolvimento industrial foi seriamente limitado pelas relações comerciais com os ingleses, maior potência da época. Em 1844, com a adoção de tarifas protecionistas mais elevadas, o Império começa a tomar medidas para promover o desenvolvimento do setor industrial no Brasil, além disso, vivemos a ERA MAUÁ que foi um período em que o Barão e Visconde de Mauá Irineu Evangelista de Sousa, que ficou conhecido como o verdadeiro imperador do Brasil investiu na atividade industrial. Outros fatores trouxeram contribuição ou foram muito relevantes nesse desenvolvimento: *A Expansão da Cafeicultura – foi responsável pela atração dos imigrantes. Parte deles fixou-se em áreas urbanas constituindo a mão-de-obra assalariada para a indústria e, ao mesmo tempo, mercado consumidor. Além disso, a cafeicultura permitiu um acúmulo de capitais, mais tarde aplicado em atividades diversificadas, no setor bancário e industrial, e contribuiu para a expansão da rede ferroviária e melhoria das instalações portuárias, melhorando a rede de transporte. *As Guerras Mundiais e a crise de 1929, que coincidiu com a super-safra de café – durante esses acontecimentos, como o Brasil tinha grandes dificuldades de manter o comércio importador com a Europa, procura se desenvolver aqui no Brasil uma industrialização para substituição dos produtos importados e atender o mercado consumidor interno, essa fase fica conhecida como Fase substitutiva. Getúlio Vargas nos seus dois governos criou no Brasil uma fase de forte nacionalismo marcado pela criação de empresas industriais e mineradoras estatais, a crise na cafeicultura, as mudanças políticas do período Vargas (substituição de uma oligarquia exportadora pela burguesia urbana e industrial) desviam os investimentos para o setor secundário. Impulsiona-se a indústria de base com a criação da FNM (Fábrica Nacional de Motores) em 1938, CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) em 1942, da CSN (Companhia Siderurgia Nacional), em 1946 e da PETROBRAS em 1953. Também após o término da Segunda Guerra Mundial as importações de equipamentos industriais apresentam um aumento o que indica uma fase de crescimento nesse setor o Brasil passou a contar com certa infra-estrutura industrial. O governo de JK – através do Plano de Metas onde o Brasil deveria crescer 50 anos em apenas cinco, ampliam-se os investimentos na infra-estrutura necessária para o desenvolvimento da indústria (energia, rede de transportes). Começa a aumentar a participação do Estado em setores estratégicos como energia, mineração, transportes e criam-se estímulos para a atração dos investimentos estrangeiros tanto no setor pesado como na indústria de bens de consumo duráveis (automobilística) esse momento fica conhecido como Fase da Internacionalização. Os governos militares de 1964 a 1985 promovem uma revolução na industria brasileira com o chamado “Milagre Econômico” trata-se de uma fase que alterna períodos de estagnação e exceção com outros de forte crescimento (como no milagre brasileiro entre 1969 e 1973). Amplia-se a diversificação da indústria no Brasil. Adota-se uma política de incentivos às exportações, continua a atração do capital estrangeiro setores de tecnologia mais avançada começam a mostrar uma maior evolução (setor aeronáutico, bélico, nuclear e espacial), alem de investimentos em setores estratégicos como transportes, telecomunicações e energia. A política salarial adotada é prejudicial aos trabalhadores e o modelo econômico que é implantado leva a uma maior concentração de renda no período, pois “O BOLO cresceu, mas não foi REPARTIDO”. O período atual conhecido como fase neoliberal ou das privatizações começa na redemocratização da década de 1990 – fase em que a economia globalizada toma força e políticas econômicas neoliberais. Os governos de Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso promoveram um processo de privatização de empresas estatais ditas deficitárias jogando-as nas mãos da iniciativa privada, gerando maior concorrência entre as empresas, uma maior e melhor oferta de bens e serviços, além de aumentar o desemprego e a perda de patrimônio público, sem grande arrecadação de capitais. Progressivamente há uma abertura do mercado interno brasileiro, até então muito protegido, o que eleva as importações e confirma-se a falta de competitividade do setor industrial brasileiro no mercado externo. Para
  • 13. 13 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A competir, ou sobreviver, esse setor empreende uma rápida evolução tecnológica, empreende esforços pela qualidade e pela redução de custos, o que provoca um aumento do desemprego e falência ou venda de muitas empresas incapazes de enfrentar essa nova realidade. Ao mesmo tempo, as necessidades de diminuir o tamanho do Estado e de seus gastos (incapaz até mesmo de atuar com eficiência em setores essenciais para a sociedade) levam ao desenvolvimento de uma política de privatização de empresas estatais, como no setor siderúrgico (processo que leva, ao mesmo tempo, a uma capitalização para fazer frente ao pagamento de obrigações financeiras). Desenvolvem-se reformas no Estado, como no setor previdenciário, processo esse que foi dado continuidade pelo governo LULA. É criado o MERCOSUL que, por um lado, expande o mercado de consumo para a produção industrial brasileira e, por outro, aumenta a concorrência com as indústrias de nossos vizinhos. Podemos concluir que apesar de tudo, chega-se ao final do século XX e início do século XXI com a certeza de que o Brasil ainda precisa definir uma política industrial que permita um fortalecimento das empresas nacionais, maior criação de empregos, estímulos para o setor exportador, além da continuidade do processo de fortalecimento das indústrias para aumentar sua qualidade e competitividade. Além do mais a Indústria no nosso país sempre foi muito integrada as atividades agropecuárias, pois ao longo da história usamos como matérias-primas cana-de-açúcar, cacau, café, fumo, carnes, peles, couros, banha animal, soja, milho, dendê, mamona, girassol,amendoim, algodão, juta, sisal ou agave dentre outros produtos cultivados neste nosso imenso espaço agricultável e que são usados no nosso complexo agro-industrial. 1. Os alunos do CDF VIA DIRETA estavam analisando com o professor Bosco o processo de urbanização mundial e fizeram uma viagem imaginária ao Japão. “De “shinkansen” (trem-bala) para Osaka. De dia veríamos o monte Fuji à nossa direita, mas viajamos de noite. Tem-se a impressão que o trem nunca deixa a cidade, uma longa cidade cheia de anúncios luminosos e superiluminadas casas de “pachinko”, jogos eletrônicos ou “fliperamas” em bom português, que se estende nos dois lados da linha. O “shinkansen” podia ser um metrô bala atravessando uma cidade interminável.” Traçando o Japão. L.F. Verríssimo. Artes e Ofícios. O texto acima está se referindo a uma: A) metrópole regional; B) macrocefalia urbana; C) rurópolis; D) megalópole; 2. (UFRN-1997) Com base no texto abaixo, assinale a alternativa incorreta: “A favela é ilegal, o que leva também a uma aceitação de remoções, como na música de Adoniram Barbosa: ‘Saudosa maloca... Vieram os homens com as ferramentas, o dono mandô derrubá. Os homens estão com a razão, nós arranja outro lugar’. Ao mesmo tempo que há resistência para remoções, há também a aceitação de sair porque a terra é de outro dono que não o favelado.” RODRIGUES, Arlete Moysés. Moradia nas cidades brasileiras. São Paulo: Contexto - Edusp, 1988. p. 38. A) O Estado tem desenvolvido, prioritariamente, políticas habitacionais coerentes com as necessidades das populações mais pobres, no sentido de resolver o problema da moradia nas grandes cidades brasileiras. B) A população pobre, impossibilitada de adquirir terreno e moradia no mercado imobiliário formal, integra-se ao espaço urbano através do mercado clandestino de terras e casas, produzindo o universo da favela. C) A formação de favelas dá origem à “cidade clandestina” que não dispõe de serviços públicos nem de equipamentos necessários à reprodução de seus moradores, sendo, estes, “cidadãos pela metade”. D) A favela não faz parte do mercado imobiliário formal tampouco da legislação urbana. Porém, no seu interior, é criado um mercado paralelo de moradia. E) A favela não é um problema, mas uma “solução” à necessidade de moradia, sendo, também, um indicador de uma situação mais complexa, caracterizada por desemprego e subemprego. 3. Segundo o Professor Agenor Pichinni, no espaço geográfico, o processo de urbanização não ocorre de forma homogênea. Tratando-se especificamente da urbanização nos países subdesenvolvidos, é correto afirmar: A) as cidades foram lentamente expandindo seus territórios e estruturando seus equipamentos urbanos para receber o migrante vindo do campo. B) a forma lenta e planejada da urbanização contribuiu para a melhoria da qualidade de vida da população das cidades. C) o crescimento das grandes cidades, de forma não planejada, deu origem ao fenômeno denominado de macrocefalia urbana. D) os fluxos de mercadorias cresceram rapidamente, provocando a descentralização da economia terciária, articulada, nacionalmente, em redes de cidades. 4. (CDF2012) Natali e Bia alunas do Pré-Master, estudavam o processo de urbanização brasileira e se depara com a letra da seguinte música. Analise este trecho de música, em que se retratam condições socioambientais das grandes cidades brasileiras:
  • 14. 14 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A A partir dessa análise, é INCORRETO afirmar que, nesse trecho de música, o autor A) considera a exclusão social como uma característica marcante das sociedades urbanas, que tem aumentado à medida que se intensifica a concentração de renda. B) denuncia a pequena mobilidade econômica das classes sociais, decorrente da intensificação da divisão do trabalho que acompanha o processo de urbanização. C) exalta o modo de vida urbano ao alegar que, nas cidades, a posse de bens duráveis – como automóveis e motocicletas – é traço característico de seus habitantes. D) inclui o contingente populacional urbano inserido no mercado de trabalho informal, comumente ligado à expansão do subemprego e do desemprego estrutural. 5. (CDF-2012) Nos países subdesenvolvidos, a metropolização não repete o processo vivido pela Europa, pelos Estados Unidos e pelo Japão. Isso porque, nos países subdesenvolvidos, I. há um crescimento vegetativo acelerado, que contribui, em parte, para o ritmo alucinante da expansão metropolitana. II. a intensidade do êxodo rural supera a das migrações rural-urbanas da Revolução Industrial. III. as metrópoles crescem, principalmente, sobre as bases de expansão dos empregos do setor terciário, diferenciando-se das metrópoles que surgiram com a Revolução Industrial. Assinale a alternativa que corresponde à(s) proposição(ões) correta(s): A) apenas I B) apenas III C) I, II e III D) apenas I e III 6. Airton, Carapurça, Carlos Chacal e Jade, alunos dos Prés do CDF, debatiam entre si sobre os processo de GLOBALIZAÇÃO-URBANIZAÇÃO e constataram que: “A medida que avança a globalização da economia internacional, as metrópoles que comandam espaços econômicos maiores tendem a constituir uma categoria por si mesmas, configurando um novo tipo de cidade: as cidades globais.” Com relação às cidades globais, quanto suas características e diferenças às antigas metrópoles industriais, assinale a alternativa incorreta: A) Entre as cidades globais, Nova Iorque talvez seja a mais representativa, pelo seu caráter polarizador e financeiro da maior economia do mundo. Isto lhe confere uma característica cosmopolita, representada em seu espaço por uma série de culturas que se organizam de forma particular, inclusive do ponto de vista territorial - exemplificado pelos guetos. B) As chamadas metrópoles industriais caracterizam- se por uma rede urbana orientada pela produção, ou seja, sua população está vinculada ao setor secundário. A saturação fabril, através do esgotamento de sua infra-estrutura e pelo acirramento das lutas sindicais, tem gerado um processo de descentralização das indústrias e a mudança do caráter metropolitano. C) As cidades globais caracterizam-se pelo predomínio do setor terciário altamente especializado, que se desenvolveu através do setor financeiro, ampliando seu caráter polarizador. Hoje esses centros se destacam pela rede urbana extensa e difusa, caracterizando-se pela rapidez na dispersão de informações e pelas grandes distorções sócio- espaciais internas. D) Apesar do vertiginoso crescimento econômico japonês no pós Segunda Guerra, Tóquio manteve limitada influência na Ásia, e mesmo assim, rivalizando com Pequim e Bombaim. Daí esta metrópole japonesa ainda não se configurar como uma metrópole global, além de ser eminentemente industrial e com estrutura urbana determinada por este padrão fabril. 7. (UFRN-2005) Observe atentamente a figura abaixo. Ela representa uma forma de aglomeração urbana bem característica do mundo atual. O tipo de aglomeração representado pela figura chama-se
  • 15. 15 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A A) megalópole, porque apresenta grandes áreas conurbadas constituídas de cidades globais, com espaços rurais bem definidos. B) metrópole, porque concentra grandes áreas conurbadas, polarizada por grandes e médias cidades. C) metrópole, porque expressa uma região conurbada com intensa concentração de grandes, médias e pequenas cidades. D) megalópole, porque apresenta uma grande região conurbada, sendo esse espaço polarizado por grandes metrópoles. 8. José e Vinicius alunos do Pré B do CDF estudavam sobre o período colonial brasileiro e constataram que a produção de cana-de-açúcar, no Brasil colonial: A) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo o território nacional, enriquecendo grande parte da população; B) praticada por grandes, médios e pequenos lavradores, permitiu a formação de uma sólida classe média rural; C) consolidou no Nordeste uma economia baseada no latifúndio monocultor e escravocrata que atendia aos interesses do sistema colonial português; D) desde o início garantiu o enriquecimento da Região Sul do país e foi a base econômica de sua hegemonia política na República. 9. (UFRN-2003) A produção do espaço no Brasil colônia teve sua dinâmica econômica, política e social estruturada segundo os moldes das necessidades e interesses de exploração de Portugal. Nesse sentido, é correto afirmar que A) a produção da cana-de-açúcar deve ser apontada como o elemento norteador da ocupação territorial, uma vez que tinha como função básica promover a acumulação primitiva de capital para a colônia brasileira, por meio da exportação do açúcar. B) as decisões de caráter político e econômico ficavam limitadas ao espaço da colônia, apesar de as práticas capitalistas serem responsáveis pela estruturação do sistema global, cuja hegemonia coube aos países centrais. C) o Brasil colonial se insere numa lógica espacial que se expressa numa divisão internacional da produção desfavorável ao seu desenvolvimento, tendo em vista a condição de espaço de acumulação primitiva de capital. D) o sistema global emergente propiciou condições para o surgimento de uma pequena produção mercantil, no âmbito das atividades agrícolas de subsistência, responsável pela acumulação interna de capital no espaço colonial. 10. Larissa, Jessica e Raphaela debatiam sobre a produção aurífera brasileira e chegaram a seguinte conclusão. No século XVIII a produção de ouro provocou muitas transformações na colônia. Entre elas podemos destacar: A) a urbanização da Amazônia, o início da produção de tabaco, a introdução do trabalho livre com os imigrantes; B) o aumento da produção de alimentos, a integração de novas áreas por meio da pecuária e do comércio, a mudança do eixo econômico para o Sul; C) a industrialização de São Paulo, a produção de café no Vale do Paraíba,a expansão da criação de ovinos em Minas Gerais; D) a preservação da população indígena, a decadência da produção algodoeira, a introdução de operários europeus. 11. (CDF 2012) A mais extensa das sub-regiões do Nordeste brasileiro é uma área de baixa densidade demográfica e de solos rasos. Sua economia se baseia na pecuária extensiva de corte e na agricultura tradicional. A descrição acima se refere à(ao): A) Meio-Norte B) Agreste C) Sertão D) Zona de Mata 12. (UFV-MG) No período pré-industrial brasileiro, quando a economia nacional era dominada basicamente pelas atividades agrícolas de exportação, a organização do espaço geográfico era do tipo: A) centro e periferias, com um espaço nacional integrado. B) centro na Zona da Mata nordestina e a periferia em São Paulo, com fortes relações de troca que favoreciam o centro. C) Áreas isoladas ou “arquipélagos”, onde não havia um espaço nacional integrado. D) Em que a região amazônica e a Centro Oeste exerciam papel de centro, juntamente com a região Nordeste. 13. (UFRN-2010) No Brasil, a estrutura fundiária está marcada pela concentração de terras, uma das mais acentuadas do mundo, e pelo latifúndio improdutivo. A análise do processo histórico indica que as origens desses problemas, entre outros motivos, relacionam- se com a A) forma de ocupação territorial predominante no período colonial, cuja base foi o sistema sesmarial, aliada às conseqüências da Lei de Terras.
  • 16. 16 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A B) distribuição de terras do tipo sesmarial realizada pelas Câmaras Municipais, após a Independência, e com os efeitos decorrentes da imigração. C) estrutura de propriedade decorrente da Lei de Terras, no Primeiro Reinado, como também com as facilidades concedidas aos imigrantes para a aquisição de sesmarias. D) compra de grandes extensões de terras pelos senhores de engenho e mineradores, no início da colonização, e com a atuação desenfreada dos posseiros. 14.A ocupação dessa região foi induzida pela mineração, sendo posteriormente substituída pela pecuária, atividade que perdura até os dias atuais. Limitações ambientais importantes, como o ciclo enchente-cheia-vazante-seca, não favorecem a prática agrícola em grande escala A) na Campanha Gaúcha. B) no Pantanal Matogrossense. C) na Caatinga. D) nas Matas de Araucária. 15.Com relação ao período colonial, tanto na América Portuguesa quanto na América Espanhola, considere as seguintes afirmações: I. A mão-de-obra escrava africana, empregada nas atividades econômicas, era a predominante. II. As Coroas controlavam as economias por intermédio de monopólios e privilégios. III. Os nascidos nas Américas não sofriam restrições para ascender nas administrações civis e religiosas. IV. A alta hierarquia da Igreja Católica mantinha fortes laços políticos com as Coroas. 5. As rebeliões manifestavam as insatisfações política de diferentes grupos sociais. Das afirmações acima, são verdadeiras apenas A) 1, 2 e 3 B) 1, 3 e 4 C) 2, 3 e 5 D) 2, 4 e 5 16.(CDF 2012) No Brasil, o setor agroindustrial prevê aumento significativo da produção de cana-de-açúcar para os próximos anos. Isso pode ser atribuído A) à maior flexibilidade da nova regulamentação ambiental, que implicará uma importante diminuição de custos. B) ao atual acréscimo de subsídios governamentais para a produção de álcool, chegando a valores semelhantes aos do Pró-álcool na década de setenta. C) à diminuição gradativa de áreas de produção da soja transgênica, aparecendo a cana como alternativa econômica e ambientalmente viável. D) à recente ampliação da demanda externa por todos os subprodutos da cana devido à desvalorização do real nos últimos dois anos. E) ao aumento do interesse internacional por fontes renováveis de energia, em função do Protocolo de Kyoto. 17.(UFRN-2007) A partir da última década do século XX, o meio rural brasileiro vem passando por intensas mudanças no seu processo produtivo, favorecendo o estabelecimento de novas relações entre o campo e a cidade. É fator que contribui para esse processo de mudança: A) o aumento da produção de subsistência, decorrente da modernização agroindustrial e da expansão do capital. B) o surgimento do agronegócio, devido ao fortalecimento das atividades agrícolas tradicionais. C) a expansão da pequena produção agrícola, em virtude das políticas de combate ao êxodo rural. D) a expansão de atividades não-agrícolas, promovida pelo transbordamento do mundo urbano para áreas rurais. 18.(CDF 2012) O desenvolvimento do capitalismo no campo e a modernização da agropecuária provocaram mudanças radicais na organização da produção agrária e nas relações de trabalho no campo brasileiro. Assinale a opção que corresponde a um exemplo de modificação da organização da produção e das relações de trabalho, respectivamente. A) Substituição do trabalho permanente pelo temporário e mecanização. B) Compactação do solo e utilização de bóias-frias. C) Especialização da produção e proletarização do trabalhador rural. D) Emprego do trabalho assalariado e utilização de insumos industriais. 19.(UFRN-2007) Nas últimas duas décadas, têm sido cada vez mais freqüentes noticiários destacando conflitos pela posse da terra em diversas regiões do Brasil. Dentre as causas responsáveis por tais conflitos, pode-se identificar: A) ampliação do mercado de terras, promovendo a sua desvalorização e a modernização do processo produtivo. B) expansão da agricultura familiar, tendo em vista as políticas de crédito agrícolas para a produção moderna de grãos destinados ao mercado externo.
  • 17. 17 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A C) cumprimento da função social da terra, como resultante da expansão da fronteira agrícola e das relações não-capitalistas de produção. D) maior organização dos trabalhadores rurais, que buscam soluções para a questão da terra e para a concretização da reforma agrária. 20. (CDF-2012) Costuma-se dividir os produtos agrícolas brasileiros em duas categorias: as “culturas de pobre” (feijão, milho, mandioca, arroz) e “culturas de rico” ( cana de açúcar, café, soja, algodão, trigo). A planta leguminosa de elevado valor protéico cultivada principalmente no Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Mato Grosso de Sul e Goiás, a qual vem alcançando posição de destaque nas exportações brasileiras nos últimos anos, tornando-se o ramo mais importante do setor oleaginoso, é a (o) A) Soja. B) Trigo. C) Girassol. D) Cacau. 21. (CDF-2012) Calcula-se que 78% do desmatamento na Amazônia tenha sido motivado pela pecuária — cerca de 35% do rebanho nacional está na região — e que pelo menos 50 milhões de hectares de pastos são pouco produtivos. Enquanto o custo médio para aumentar a produtividade de 1 hectare de pastagem é de 2 mil reais, o custo para derrubar igual área de floresta é estimado em 800 reais, o que estimula novos desmatamentos. Adicionalmente, madeireiras retiram as árvores de valor comercial que foram abatidas para a criação de pastagens. Os pecuaristas sabem que problemas ambientais como esses podem provocar restrições à pecuária nessas áreas, a exemplo do que ocorreu em 2006 com o plantio da soja, o qual, posteriormente, foi proibido em áreas de floresta. A) partir da situação-problema descrita, conclui-se que A o desmatamento na Amazônia decorre principalmente da exploração ilegal de árvores de valor comercial. B) um dos problemas que os pecuaristas vêm enfrentando na Amazônia é a proibição do plantio de soja. C) a mobilização de máquinas e de força humana torna o desmatamento mais caro que o aumento da produtividade de pastagens. D) o superavit comercial decorrente da exportação de carne produzida na Amazônia compensa a possível degradação ambiental. 22. O governo de Fernando Henrique Cardoso seguiu linhas acordadas pelo Consenso de Washington, realizado em 1989. Tal consenso, de caráter neoliberal, adotou um conjunto de medidas para controlar a inflação e modernizar o Estado. Entre estas medidas estão: A) ajuste fiscal, redução do tamanho do Estado e fortalecimento das empresas estatais. B) privatização, abertura financeira e investimentos em infra-estrutura básica. C) fortalecimento do sistema previdenciário atual, privatização e investimentos em infra-estrutura básica. D) ajuste fiscal, restrições econômicas às importações de gêneros agrícolas e abertura financeira. 23. (CDF-2012) O grande crescimento da economia brasileira, ocorrido a partir do pós segunda guerra mundial, não levou a uma maior participação dos mais pobres na riqueza do país. Atualmente, o Brasil se situa entre os piores países na distribuição de renda, pois enquanto os 50% mais pobres da população concentram apenas 11,2% da renda total do país, os 10% mais ricos abocanham 49,7%, quase a metade da renda nacional. Considerando a informação acima e os seus conhecimentos sobre os indicadores sócio- econômicos mundiais, pode-se afirmar que I. a acentuada desigualdade na distribuição da renda não ocorre apenas em relação às diferentes categorias ou classes sociais, também ocorre em relação ao sexo, à cor e às diferentes regiões do país. II. o Banco Mundial considera pobres os indivíduos que “vivem” com menos de um dólar diário. Nessa perspectiva, no Brasil, o total de pobres, por exemplo, no ano 2000, era de 24 milhões. III. a pobreza é uma característica marcante nos países subdesenvolvidos, não se verificando tal fenômeno nos países desenvolvidos. IV. a pobreza que ocorre no Brasil e nos demais países subdesenvolvidos está evidenciada no PIB. V. a maior parte dos indicadores socio-econômicos indica que o estado de bem-estar social de uma nação é confortável quando mostra alto PIB e muitas potencialidades em recursos naturais. Estão CORRETAS: A) II e V B) I e II C) I, III e IV D) I, II e V E) II, IV e V 24. (CDF-2012) Sendo reflexo do movimento neoliberal que altera a organização da economia e dos territórios nacionais, o processo de privatização representa, para o Brasil: A) Esforço de transferência de capital privado para os cofres públicos, com o objetivo de fortalecer a figura do Estado-empresário.
  • 18. 18 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A B) Tentativa de recuperação econômica após os anos 80, caracterizados como década perdida, face ao desperdício das verbas públicas. C) Aceleração do esgotamento do modelo de desenvolvimento em tripé, o qual articulava o capital nacional, o capital estrangeiro e o Estado. D) Reestruturação da atividade industrial, movimentada pelas empresas estatais, responsável pela produção em massa de bens de consumo. 25.(UFRN-2008) Juscelino Kubitschek governou o Brasil de 1956 a 1961, época caracterizada pelo nacional- desenvolvimentismo, que gerou otimismo e euforia na vida brasileira. No seu governo, A) a divisão da renda nacional corrigiu as desigualdades sociais e as disparidades regionais por meio das reformas estruturais empreendidas. B) o crescimento acelerado da produção industrial apoiou-se no capital privado nacional, fechando o país para o capital estrangeiro. C) a Companhia Siderúrgica Nacional foi criada, contribuindo, de forma decisiva, para a posterior implantação da indústria automobilística. D) a capital federal foi transferida do Rio de Janeiro para o Planalto Central, afastando o governo da União das pressões populares. 26.(CDF-20102) A economia brasileira durante os anos do regime militar recebeu atenção especial do grupo que se instalou no poder, pois o desenvolvimento econômico era um item importante da doutrina de segurança nacional. Como resultado do modelo econômico adotado: I. O Brasil deixou de ser um país agrícola e tornou-se a sexta economia do mundo em capacidade produtiva. II. Houve enorme progresso na produção de energia, no setor de transportes, no de telecomunicações e na indústria de base. III. A economia brasileira tornou-se independente dos capitais e da tecnologia dos países desenvolvidos. Analisando o texto anterior, assinale: A) se apenas s proposições I e II forem corretas. B) se apenas as proposições II e III forem corretas. C) se apenas as proposições I e III forem corretas. D) se todas as proposições forem corretas. 27.O processo de industrialização brasileiro acelerou- se a partir dos anos quarenta impulsionado por vários fatores. A única alternativa que melhor explica esses fatores é a de letra: A) A opção por uma política industrial em larga escala resultou de um esforço conjunto envolvendo o Estado brasileiro, setores empresariais nacionais e estrangeiros e acordos diplomáticos e econômicos com outros países e instituições financeiras internacionais. B) A industrialização brasileira derivou exclusivamente das transformações no campo, decorrentes de uma reforma agrária que permitiu a formação de uma moderna economia de mercado nas zonas rurais. C) A partir da segunda Guerra Mundial, a burguesia brasileira já apresentava condições de dirigir, executar e financiar a industrialização nacional. D) A industrialização brasileira foi possível graças aos empréstimos internacionais de grandes bancos à juros módicos e a existência de um sindicalismo forte e organizado. ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________
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