3. BRASIL COLONIAL: 1500 A 1822
A colonização da América pelos portugueses
Período HIstórico: Século XV (1500)
Contexto: Expansão Marítima e Mercantilismo (séc. XV
a XVIII) - capitalismo comercial - Práticas econômicas
que vigoraram em países da Europa (Trocas comerciais
entre esses países, conquista e exploração de colônias,
metalismo, pau-brasil, açúcar e especiarias (noz
moscada, cravo, canela, pimenta, etc.)
4. Características gerais do mercantilismo
colonial
Economia organizada em função da metrópole: a
colônia devia atender e complementar a produção da
metrópole;
A metrópole tinha exclusividade comercial com a
colônia: comprava produtos com preço menor e
vendia os seus a um valor mais alto;
5. Portugal
Na busca por um novo caminho para as índias,
interessados no comércio de especiarias, os portugueses
chegaram ao Brasil. Inicialmente não encontraram aqui
metais (ouro), as primeiras expedições encontraram
grande quantidade de pau-brasil no litoral que exploraram
(produto de menor valor e menos vantajoso que os
produtos africanos e asiáticos)
6. PERÍODO PRÉ-COLONIAL: 1500 A 1530
As primeiras expedições (primeiros
30 anos) tiveram como objetivo
apenas o reconhecimento da terra
a preservação de sua posse e evitar
o contrabando de pau-brasil.
Só depois se efetivaria o processo
efetivo de colonização.
7.
8. PAU-BRASIL (devido a cor de
brasa no interior de seu tronco)
Os índios chamavam de arabutã
(madeira ou pau vermelho)
9. Exploração do pau-brasil
Monopólio da coroa portuguesa - só
poderia ser retirada com autorização
do governo português e mediante ao
pagamento do tributo correspondente
(o que não foi respeitado por Ingleses,
espanhóis e franceses.
A primeira concessão: Em 1501 ao
comerciante Fernão de Noronha. (Ilha
de São João, hoje Fernando de
Noronha.)
10. Pessoas que tinha como ocupação o comércio de pau-brasil eram
chamadas brasileiros;
Termo que passou a designar depois os colonos nascidos no Brasil.
Mão de obra: Indígena
Meio: Escambo
As toras cortadas com os machados fornecidos pelos portugueses
eram carregados pelo índios para as feitorias e depois para os navio.
Em poucas décadas o pau-brasil começou a escassear.
Não geraram núcleos de povoamento significantes.
13. A Colonização
e o Tratado de Tordesilhas
Esse Tratado estabelecia que as
terras da América eram de Portugal
de Espanha. Contudo, franceses,
ingleses e holandeses não
respeitavam esse tratado e
disputavam a posse de territórios
americanos com portugueses e
espanhóis.
14. Para evitar invasores, combater o contrabando,
principalmente francês e para obtenção de novos
lucros comerciais e para compensar o declínio do
comércio entre Portugal e o Oriente, a Coroa
portuguesa decidiu efetivamente colonizar o
Brasil.
15. Expedição Martim Afonso de Souza (1530)
Objetivos:
Iniciar a ocupação da terra e sua exploração econômica por colonos portugueses;
Combater corsários estrangeiros;
Procurar metais preciosos;
Fazer o melhor reconhecimento geográfico do litoral;
Distribuiu terras (sesmarias) aos colonos;
Começou o cultivo de cana-de-açúcar
Em 22 de janeiro 1532, Martim Afonso fundou a primeira vila do Brasil: São Vicente, e
alguns povoados, como Santo André da Borda do Campo de Piratininga
16. Vila de São Vicente, (Estado de São Paulo)
Santo André da Borda do Campo de Piratininga
17. Colonização: Cultivo da cana-de-açúcar
Implantação da empresa açucareira
(em trechos do litoral), promovendo
o povoamento da colônia.
Montando assim uma organização
produtiva dentro das diretrizes do
sistema colonial. A produção de
açúcar para o mercado europeu.
Primeiro engenho: região de São
Vicente.
21. Escravização dos indígenas
OS NATIVOS RESISTIRAM AO PROCESSO DE COLONIZAÇÃO E FORAM
ESCRAVIZADOS;
SUA ESCRAVIZAÇÃO COMEÇA EM 1530, QUANDO OS PORTUGUESES
PRECISAVAM DE MÃO DE OBRA PARA PRODUÇÃO AÇUCAREIRA;
A ESCRAVIDÃO INDÍGENA NO SÉCULO XVII CONTINUA LIGADA À EXPANSÃO
AÇUCAREIRA MAS SE ESTENDE AOS ATUAIS ESTADOS DE SÃO PAULO,
MARANHÃO, PARÁ, E OUTROS, PARA O CULTIVO DE MILHO, FEIJÃO, ARROZ,
MANDIOCA E DROGAS DO SERTÃO (GUARANÁ, CRAVO, CASTANHA, BAUNILHA,
PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS) E TAMBÉM COMO TRANSPORTE DE
MERCADORIAS EM SEUS OMBROS ENTRE SANTOS E SÃO PAULO.
22. GUERRAS JUSTAS
SUBTERFÚGIO PARA QUE COLONOS PUDESSEM ESCRAVIZAR ÍNDIOS;
QUANDO PODIAM ACONTECER:
QUANDO OS NATIVOS NÃO SE CONVERTIAM À FÉ CRISTÃ OU IMPEDIAM A
DIVULGAÇÃO DESSA RELIGIÃO, OU QUANDO QUEBRAVAM ACORDOS OU AGIAM
COM HOSTILIDADE EM RELAÇÃO AOS PORTUGUESES.
ESSAS NORMAS CONTUDO ERAM BURLADAS PELOS COLONOS SOB A ALEGAÇÃO
DE QUE ERAM ATACADOS OU AMEAÇADOS PELOS INDÍGENAS.
SUCESSIVAS GUERRAS MARCARAM A CONQUISTA DAS REGIÕES LITORÂNEAS
PELOS EUROPEUS NO SÉCULO XVI, CONTRA: CAETÉS, TUPINAMBÁS, CARIJÓS,
TUPINIQUINS, GUARANIS, TABAJARAS E POTIGUARAS.
23. Monopólio comercial português
Início do século XVI: A Coroa concedia terras a portugueses que
tivessem recursos para a instalação de engenhos;
Contudo, com o crescimento da economia açucareira entre 1560 e
1570, em 1571 o governo de portugal, decretou que o comércio
colonial com o Brasil deveria ser feito exclusivamente com navios
portugueses nas transações do açúcar (exclusivo metropolitano).
24.
25. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
ADMINISTRAÇÃO COLONIAL
Na falta de recursos para investir na
colonização do BrasiL o governo
protuguês transfere a tarefa para
particulares.
Em 1534 o rei D. João III ordenou a
divisão do território da Coroa em 15
grandes porções de terra - Capitanias
ou donatárias e as entregou a pessoas
(capitães ou donatários) que se
habilitaram a esse empreendimento.
27. Donatário: autoridade máxima da capitania, nomeado
pelo rei. No caso da morte do donatário, a administração
passava a seus descendentes.
O vínculo jurídico entre o rei de Portugal e os donatários era
estabelecido em dois documentos básicos:
Carta de Doação - Conferia ao donatário a posse hereditária da
capitania. A eles era transferido, o direito de administrar e
explorá-la economicamente.
Carta Foral - Estabelecia os direitos e os deveres dos
donatários, relativos à exploração da terra.
28.
29. As capitanias eram muito extensas, muitos distantes umas das
outras, os meios de transporte eram precários na época, o que
dificultava a comunicação entre as capitanias. Nem todas as
capitanias tinham o solo propício ao cultivo de cana-de-açúcar.
30. Apesar das dificuldades as
capitanias lançaram as bases
da colonização da américa
portuguesa, estimulando a
formação dos primeiros
núcleos de povoamento,
como São Vicente (1532),
Porto Seguro (1535), Ilhéus
(1536), Olinda (1537) e
Santos (1545).
31. Mulheres na Administração
Brites de Carvalho - Assumiu o controle de uma sesmaria (Rio Real) ao norte
da Bahia;
A esposa de Duarte Coelho Brites Mendes, assumiu a capitania de
Pernambuco após a morte do marido: durante o seu governo Pernambuco era
a mais desenvolvida capitania do Brasil (mais de mil colonos, e mais de mil
escravos, produção de 200 mil arrobas de açúcar anuais.
Ana Pimentel participou da administração da Capitania de São Vicente.
Esposa do donatário Martim Afonso de Souza, este retornou a Portugal e Ana
Pimentel tornou-se a responsável pelo governo da capitania. Ela organizou o
cultivo de laranja, arroz, trigo, além de introduzir a criação de gado.
32.
33.
34. Governo Geral (1548)
Busca da centralização administrativa
Governador geral (funcionário português): destinado a
intervir diretamente no processo de colonização e ajudar
aos donatários.
Coexistência com o sistema de capitanias.
Então a colônia passou a ser administrada efetivamente
pelos representantes da Coroa portuguesa.
35. Salvador séc. XVI
O governo português escolheu a
Capitania da Bahia como sede do
governo-geral. A escolha foi
motivada por interesses
administrativos por sua localização,
que facilitava a comunicação com
demais capitanias. Primeira capital
Salvador. As obras de construção
tiveram início em 1 de maio de
1549. (Tomé de Souza - primeiro
governador geral 29/03/1549)
39. Primeiro governo-geral
Tomé de Sousa (1549-1553)
Fundação de Salvador (1549) - Primeira capital e cidade do Brasil;
Primeiro bispado brasileiro (1551);
Implantação da pecuária;
Incentivo ao cultivo da cana-de-açúcar;
Organização de expedições para explorar o território em busca de
metais preciosos.
41. Segundo governo-geral
Duarte Costa (1553-1558)
Destaques:
Jesuítas, dentre estes José de Anchieta;
Colégio de São Paulo (e vila que daria origem a cidade de São Paulo no
planalto de Piratininga);
Franceses com ajuda dos índios tupinambás, invadiram a baía de
Guanabara (Rio de Janeiro) fundando um povoamento de nome França
Antártica (1555-1567);
43. Terceiro governo-geral
Mem de Sá (1558-1572)
Franceses expulsos do Rio de Janeiro (chefe
militar Estácio de Sá);
Luta contra a resistência indígena à
colonização portuguesa (destruição de
centenas de aldeias no litoral brasileiro no
século XVI).
44. Alternâncias na administração
(centralização e descentralização)
Centralizar para controlar e fiscalizar melhor a colônia (governo-geral) e
descentralização quando a metrópole pretendia ocupar regiões despovoadas,
impulsionar o desenvolvimento local e adaptar o governo às necessidades dos
colonos (capitanias hereditárias).
No final do governo de Mem de Sá, o rei de Portugal dividiu a administração da
colônia entre governos do Norte e do Sul.
Governo do Norte, com sede na cidade de Salvador e governo do Sul, com sede
na cidade do Rio de Janeiro. Contudo, em 1578, o rei de Portugal restabeleceu
novamente um único centro administrativo no Brasil com sede em Salvador.
45. Padroado
Um acordo entre o papa e o rei que estabelecia uma
série de deveres e direitos da Coroa portuguesa em
relação a Igreja.
47. Brasil contemporâneo
1% de proprietários
Essa concentração de terras como vimos se
inicia no Brasil colonial quando o governo
português favoreceu poucas pessoas.
45% das
terras cultiváveis
48. O cultivo de cana de açúcar se inicia ainda no período
das sesmarias e capitanias hereditárias inicialmente
cultivadas pelos índios que passaram a ser
escravizados como vimos. (Inicialmente cultivo para
exportação da matéria-prima)
No Brasil a cana de açúcar é cultivada há mais de 400
anos, logo podemos afirmar que nossa história à
história está intimamente ligada a sua agricultura.
Somos o maior produtor mundial de açúcar.
49. Açúcar
A implantação de um negócio lucrativo
As primeiras mudas de cana de açúcar vieram na primeira Expedição de Martim Afonso de
Souza em 1533 - Início do processo ocupação da colônia / exploração econômica.
Implantação da empresa açucareira (em
trechos do litoral), promovendo o
povoamento da colônia.
Montando assim uma organização produtiva
dentro das diretrizes do sistema colonial. A
produção de açúcar para o mercado europeu.
Primeiro engenho: região de São Vicente.
50. A exploração intensa do pau-brasil continuou até o
séc. XVII.
MULTIPLICAÇÃO
DOS ENGENHOS
PELA COSTA
BRASILEIRA:
CONCENTRAÇÃO
NORDESTE:
PERNAMBUCO
E BAHIA
51. MOTIVAÇÕES PARA PARA A PRODUÇÃO
AÇUCAREIRA PELA COROA PORTUGUESA:
➢ Condições naturais favoráveis ao
desenvolvimento da lavoura (clima quente e
úmido e o solo massapê do litoral do
Nordeste;
➢ domínio da tecnologia agrícola pelo
portugueses (Arquipélago dos Açores na ilha
da Madeira);
➢ Produto de alto valor comercial na Europa
nesta época (“ouro” branco);
52. PRODUÇÃO, REFINO E COMERCIALIZAÇÃO
Portugueses: Produção
Holandeses: distribuição
comercial na Europa
(transporte, refino e
venda) - financiadores e
intermediadores. Link: https://www.youtube.com/watch?v=mTVs2DhjFxk
53.
54. Engenho: núcleo econômico e social
Economia: rural agrícola e pecuária;
Engenho: estabelecimentos onde se produzia açúcar
Proprietário: senhores (riqueza, poder, prestígio e
nobreza) - sua autoridade ultrapassava os limites de
suas terras, estendendo-se às vilas e povoados
vizinhos.
58. Casa-grande e senzala
Casa-grande: Moradia do senhor
de engenho e sua família e
também o centro administrativo
do engenho
Senzala: onde viviam os escravos e
seus descendentes, alojados de
maneira precária
60. Mercado interno na colônia
pecuária e produções agrícolas variadas
Pecuaristas: criação de gado para o comércio local (alimentação,
couro, força motriz e meio de transporte);
A pecuária era umas das atividades comerciais mais importantes
da época, destaque para as regiões de: Piauí, Maranhão, Bahia, Rio
de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Pequenos proprietários rurais: produção para o mercado interno
de gêneros alimentícios (mandioca, milho, feijão e arroz).
61. Portanto, a Economia do Brasil
colonial não se reduziu à plantation,
aos escravos, ao açúcar, ao tabaco,
ao ouro e aos diamantes.
plantation: (latifúndio, monocultura,
escravidão e produção para
exportação)
Aquarela de Debret: Carro de boi
transportando carne, 1822
62. Mão de obra
A escravização de milhões de africanos
Principalmente a partir do início do século XVI,
houve o predomínio da escravidão africana em
relação à indígena em áreas agroexportadoras.
Base das principais atividades desenvolvidas
em todo o período colonial, açúcar, mineração
e outros cultivos agrícolas (arroz, tabaco e
algodão), na criação de animais, no transporte,
no comércio e no serviço doméstico.
63. Motivos ou causas:
➢ Barreira cultural indígena;
➢ Epidemias;
➢ Domínio de certas técnicas pelos africanos;
➢ Oposição à escravidão indígena: igreja católica
➢ Lucros do próprio tráfico negreiro (transatlântico, entre
África, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro), e os lucros que
iam para a metrópole, negociantes e a Coroa (impostos);
➢ A escravidão dos africanos foi incentivada, enquanto a dos
indígenas doi desestimulada e até mesmo proibída).
64. COTIDIANO DOS ESCRAVOS NOS ENGENHOS
Teoria da escravaria mencionada por Antonil: três P: pau, pano e pão.
Castigos: Eram mal-alimentados, mal-abrigados, mal-vestidos, sofriam açoites e
torturas, às vezes até a morte.
Vestuário: Homens, usavam ceroulas até os joelhos e uma faixa na testa, às vezes
andavam nus, Mulheres usavam trajes mais completos (saia, anágua, blusa e
corpete), em geral dava-se aos escravos “pano da terra”
Alimentação: pão e cachaça; arroz, toucinho e café; carne seca e legumes e
eventualmente carne fresca; legumes cozidos, farinha de mandioca e frutas.