O documento discute como o pecado criou divisões entre as pessoas através da acusação em vez do diálogo. Aponta Maria como modelo por fazer a vontade de Deus e formar uma nova família com aqueles que seguem seu exemplo de amor e compaixão. Defende que o verdadeiro caminho é o diálogo entre indivíduos, famílias e comunidades para superar os problemas de forma igualitária.
2. A Liturgia, através das leituras bíblicas,
vai nos introduzindo nos Mistérios de Deus
e iluminando a realidade humana.
No Mundo em que vivemos, existem muitos males.
Nasce espontânea a pergunta:
"Qual é a sua origem?"
3. Na busca de um responsável,
somos levados a ACUSAR
alguém como culpado.
A Bíblia tem uma resposta clara:
a origem e a causa
dessa situação
DE TODOS OS MUROS
QUE SEPARAM E OPRIMEM,
é o pecado.
O homem rompeu a sua relação
amorosa com Deus
e surgiu uma mudança essencial
em sua vida.
Pretendeu libertar-se de Deus
e tornou-se escravo
de suas paixões e egoísmos.
4. A 1ª Leitura
fala do primeiro Pecado no mundo,
com Adão e Eva. (Gn 3,9-15))
Esses capítulos da Bíblia
não querem mostrar
como aconteceu no início...
mas sim levar a refletir
sobre o caos social em que
viviam os homens no tempo
em que o autor sagrado escreveu.
Deus fez todas as coisas perfeitas.
Por isso, esse mundo conturbado
não poderia ser o que Deus queria...
Então como deveria ter sido?
- Qual é a origem de tudo isso?
A "serpente" seduziu
e continua seduzindo o homem
para se apropriar
dos frutos proibidos...
5. Consequência: surge a desarmonia
na natureza, com os homens, com Deus...
- O HOMEM não se encontra mais no lugar
que lhe foi designado na Criação.
- Teve medo e se escondeu... "Onde estás?"
- Adão acusa Eva, Eva acusa a serpente...
- Sente-se "Nu", despojado da dignidade
com que foi criado...
- Abala a ordem da natureza:
Perde a fertilidade e produz espinhos
e ervas daninhas...
- Mas a narrativa termina com uma
Mensagem de Esperança:
a luta entre a "serpente" e o homem
continuará até o fim dos tempos.
Mas a descendência de uma mulher
conquistará a vitória final,
esmagará a cabeça da "serpente".
6. * O PECADO
é a origem do mal:
rompeu a harmonia
da criação de Deus.
E ergueu muitos muros,
que separam e oprimem
os homens...
Na 2ª Leitura,
Paulo manifesta seu interesse
pela Comunidade de Corinto
e expõe os motivos
pelos quais sofre com paciência:
a esperança da ressurreição
gloriosa e a fé no prêmio
que espera. (2 Cor 4,13-5,1)
7. No Evangelho, Jesus aponta
o caminho para lutar contra o mal:
Convida aos que formam
a "sua família", como Maria,
a fazer sempre a vontade de Deus.
(Mc 3, 20-35)
Os familiares de Jesus chegam
e, de fora, mandam chamá-lo.
Não entram; ele que deve sair:
querem levá-lo de volta a Nazaré.
Estão preocupados...
julgam que ele "está fora de si".
Os próprios familiares ergueram
um muro de descrédito...
Os Mestres da lei pretendem
desprestigiar o Mestre
e o acusam de endemoniado.
Jesus contesta com duas imagens:
"O reino dividido e a família dividida
não poderão manter-se de pé".
8. E indica a Nova família de Jesus.
"Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?"
A verdadeira família de Jesus, agora, é formada pelos que estão ao redor dele,
numa atitude de companheiros na ação libertadora, e que fazem a vontade de Deus.
É a Ponte que supera os muros para unir as pessoas em laços de fraternidade...
A relação mais intima com Jesus não se faz através do parentesco de sangue,
mas na sintonia com sua prática libertadora.
Quem faz a vontade de Deus será considerado irmão, irmã e mãe de Jesus.
9. * Maria era "Mãe" duplamente:
porque gerou a Jesus e
porque mais do que ninguém soube
fazer sempre a vontade de Deus.
O pecado nasce e é fruto do orgulho
e constroi muros...
- Adão acusa Eva...
Eva acusa a serpente...
- Os judeus não aceitaram a conversão
e acusaram Cristo de endemoniado...
- Os familiares de Jesus o acusam
de louco... Querem levá-lo pra casa...
Quem acusa está se autodefendendo.
Quem acusa está querendo
se esconder atrás da acusação.
Quem acusa quer ser superior,
quer dominar, quer destruir.
10. - Quanto esposo acusando a esposa e vice-versa.
Quantos filhos acusando os pais e vice-versa.
Quantos adultos acusando os jovens e jovens acusando os adultos.
Quantas pessoas acusando parente, vizinho...
A acusação e as fofocas acabam com o diálogo entre as pessoas.
São a morte do diálogo. Quem acusa se acha maior.
Há uma necessidade de busca de diálogo e não acusação.
11. Diálogo entre as comunidades.
Sentar e conversar em pé de igualdade.
Colocar as questões e juntos buscar
as soluções para os problemas.
- Diálogo em família.
Pais e filhos em pé de igualdade.
Sentir juntos os problemas, conversar
e encontrar maneiras melhores
de convivência e de realização.
- Diálogo entre o casal.
Os dois vivendo a experiência
da diferença e da igualdade.
Os dois comunicando-se
e não se acusando.
É a ponte que restabelece
o verdadeiro espírito de família...
Pe.AntônioGeraldoDallaCostaCS-
06.06.2021