Resumo de rubricas combinadas do Missal Romano, do Cerimonial dos Bispos e dos Ritos de Batismo e da Cofirmação, complementadas em suas lacunas ou pouca clareza por comentários do rito antigo, porém, sem distorcer a forma ordinária do rito romano.
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Guia para as celebrações da Semana Santa segundo os livros litúrgicos
1.
2. A Semana Santa faz memória dos mais importantes Mistérios de
nossa fé, e o Tríduo Pascal é o coração do ano litúrgico.
Portanto, sabemos dos antiquíssimos e detalhados ritos que
acompanham as celebrações litúrgicas nesses dias, tentando ao
máximo exprimir ao nosso espírito os sentimentos pelos textos,
pelos cantos, pelos gestos e símbolos. Luz, escuridão, fogo, água,
óleo, silêncio e sinos nos acompanham durante estes oito intensos
dias.
Devido à multiplicidade de detalhes encontramos certa
contradição nas orientações dos livros litúrgicos. Portanto, só um
maior estudo do Cerimonial dos Bispos e do Missal Romano e o
conhecimento do rito antigo no que é possível, bem como a prática
das rubricas nas celebrações do Vaticano nos ajudarão a ter os
detalhes melhor esclarecidos. Para tanto, o Direto da Sacristia
apresenta a seguir um guia feito com base nessas referências,
desejando que ele ajude a todos nas comunidades que celebram com
fervor espiritual, decoro e solenidade estes dias do triunfo,
Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor.
Às vezes, o incenso é confundido apenas com dias festivos,
excluindo-o do Advento, da Quarta-feira de Cinzas, da Quaresma
inteira e da Semana Santa. Além da permissão do uso do incenso, na
forma ordinária, em qualquer Missa, também os dias da Semana Santa
são solenes e neles o incenso pode ser usado, exceto na Celebração
da Paixão do Senhor.
De acordo com a tradição litúrgica, o canto das orações e dos
demais textos litúrgicos não devem ser acompanhado por
instrumentos musicais, mas sim a resposta do povo, que pode ser
somada a eles.
O ofício de Mestre de Cerimônias destina-se à correta
preparação e celebração dos ritos segundo os livros litúrgicos, a
sobriedade, a dignidade e o bom andamento da Liturgia. Por isso
que ele deve ser bem preparado teoricamente, saber coordenar com
humildade e segurança desde o Celebrante até o ministro que faz a
mais simples função e exercer tudo por serviço, pois é o servo de
todos para que todos exerçam bem sua função. Este ofício é antigo
na Igreja, mas atualmente só há referência direta no Cerimonial
3. dos Bispos, ainda assim é incompleta em comparação aos livros
precedentes e às necessidades. O número 36 do mencionado livro
restringe-se a prever as vestes apropriadas para o exercício da
função: ou batina e sobrepeliz, amito, alva e amito ou mesmo
dalmática, se for um diácono. Mas não esclarece quanto à cor da
batina e nem ao número de ministros dessa função, uma vez que
sempre houve mais de um e que a prática confirma essa necessidade.
Portanto, como solução voltamo-nos ao bom senso e ao costume na
Igreja: quanto à batina, na forma ordinária, a sua cor deve
acompanhar a dignidade de quem a usa, isto é, preta para leigos,
diáconos e padres sem títulos; preta com contornos vermelhos ou
roxos para monsenhores e inteiramente violácea para monsenhores
Protonotários Apostólicos. Quanto ao número, deve haver apenas um
Mestre de Cerimônias, mas sempre os seus auxiliares foram nomeados
como Cerimoniários e com estes são distribuídas as várias funções,
que se multiplicam de acordo com a solenidade do rito. Porém, aqui
merece um esclarecimento: em resumo, o Cerimonial dos Bispos
prescreve que, além dos diáconos, somente o Mestre de Cerimônias
acompanhe o Celebrante e esteja sempre ao seu lado, isto porque o
mencionado livro é de uso universal. Enquanto isso, na liturgia
papal é visto o Sumo Pontífice auxiliado por seu Mestre de
Cerimônias e o primeiro Cerimoniário, mas isto é próprio do
Vaticano e, como foi dito há pouco, não está previsto no
Cerimonial dos Bispos, comum a toda a Igreja.
Àqueles obrigados à recitação do Ofício Divino, em virtude do
seu estado religioso ou clerical, a Igreja dispensa a recitação
daquelas Horas canônicas que coincidem com as celebrações
litúrgicas. Assim sendo, quem participa da Missa da Ceia do Senhor
é dispensado da obrigatoriedade de recitar as II Vésperas da
Quinta-feira Santa e quem participa da Celebração da Paixão do
Senhor é dispensado de rezar as Vésperas da Sexta-feira Santa. Nos
outros dias, as Horas devem ser recitadas normalmente. Nesse
sentido, a Mãe Igreja recomenda vivamente a participação dos
leigos na recitação do Ofício Divino: “Cuidem os pastores de almas
que nos domingos e festas mais solenes se celebrem em comum na
igreja as Horas principais, especialmente Vésperas. Recomenda-se
também aos leigos que recitem o Ofício divino, quer juntamente com
os sacerdotes, quer uns com os outros, ou mesmo particularmente”
(Sacrosanctum Concilium 100).
Uma regra importante: na ausência de um Presbítero, os Diáconos e
leigos não podem ministrar os ritos da Semana Santa, excluindo
deles apenas as palavras da consagração. Onde não há Presbítero
para celebrar a Semana Santa, outros não podem abençoar os ramos,
fazer o rito do lava-pés, transladar o Santíssimo Sacramento,
fazer a prostração e a adoração da cruz na Sexta-feira Santa e
abençoar o fogo, preparar o Círio no Sábado Santo, entre outros
ritos. Somente os Bispos e Presbíteros podem integralmente
4. realizar esses ritos, como indica o Missal Romano nas primeiras
indicações para a Semana Santa.
DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR
INFORMAÇÕES GERAIS
Só pode haver bênção de ramos se houver procissão, com todo o
rito anterior à Missa, ainda que seja na porta da própria igreja
onde será celebrada a Missa. Esta é a segunda forma do rito, a
entrada solene: todo o rito descrito a seguir é feito pelo
Celebrante fora do altar, enquanto os fiéis estão à porta da
igreja e depois fazem a procissão. Depois, o Celebrante e os
outros ministros caminham até o presbitério, o Celebrante venera o
altar, saudando-o com o beijo e incensa-o. Logo em seguinte,
recita a oração do dia, ao que se segue a Liturgia da Palavra.
A leitura do Evangelho da Paixão pelos leigos é uma concessão
pastoral em vista da falta de ministros ordenados. No rito antigo,
a saber, leigos não podem fazer essa leitura, como vemos no
Vaticano. Sendo assim, se na Missa houver ministro ordenado além
do Celebrante, eles devem ler o texto e reservar ao povo apenas a
parte da multidão. Se for conservado o tradicional costume de
velar as imagens a partir do V Domingo da Quaresma, os tecidos
roxos devem ser substituídos por vermelhos. Durante a semana,
voltam a ser roxos até a Missa da Ceia do Senhor, quando serão
brancos, ao menos o da cruz do altar.
SOBRE A PROCISSÃO, NA FORMA MAIS TRADICIONAL
1. Como a missa é iniciada aqui, convém que seja preparado um
altar com toalha branca: velas e crucifixo, e ambão para a leitura
o Evangelho.
2. Esta é a única celebração da Semana Santa na qual é permitido o
uso do pluvial, mas é facultativo. Portanto, o Celebrante e, se
houver, os Concelebrantes podem usar a alva com estola e pluvial
ou com estola e a casula da Missa, sempre em cor vermelha. O
Diácono sempre usa a dalmática.
3. Enquanto os ministros se aproximam do lugar, todos entoam o
canto de entrada. Depois, o Celebrante inicia a Missa como de
costume, ou seja, com o sinal da cruz e a saudação “A graça de
Nosso Senhor” ou outra prevista. A seguir, com as palavras do
Missal, recebe os fiéis no ofício celebrado. Abençoa os ramos com
uma das 2 orações previstas no Missal e asperge-os em seguida, sem
5. nada dizer. Entrega os ramos aos ministros presentes, tanto
ordenados como leigos, enquanto cantam algo adequado.
4. Em pé, o Celebrante coloca incenso no turíbulo, o abençoa e ou
proclama o Evangelho ou este é proclamado pelo Diácono ou, se não
houver, por um Concelebrante. Se o Celebrante não proclamar o
Evangelho, recebe o ramo enquanto cantam a aclamação; se for ele
quem proclama, um ministro segura o seu ramo.
Esta proclamação do Evangelho é solene, ao contrário da
proclamação do Evangelho da Paixão na Missa. Portanto, levam-se
velas até o ambão, o leitor ordenado saúda a assembleia como de
costume, faz o sinal da cruz sobre o livro e sobre si e o incensa.
5. Embora uma homilia seja prevista, ela geralmente não é feita.
Se for, que seja breve. Após a homilia, se for feita, ou a
proclamação do Evangelho, o Celebrante convida a todos para a
procissão, com as palavras próprias do Missal Romano.
6. A procissão é comum: turiferário à frente (queimando incenso,
que é renovado para a incensação do altar), cruz processional com
velas, o Celebrante, os outros ministros e o povo, todos com ramos
nas mãos. A cruz pode ser ornada com um ramo preso por uma fita
vermelha.
7. Durante o percurso para igreja na qual a Missa continuará a ser
celebrada, devem ser executados cantos apropriados.
8. O rito de bater com a haste da cruz processional na porta da
igreja é exclusivo do rito antigo e da liturgia ambrosiana e não é
previsto e sequer permitido na forma nova.
9. Na igreja, os ministros aguardam todos entrarem e depois
continuam a procissão até o altar.
SOBRE A MISSA
10. Os livros litúrgicos parecem contradizer-se quanto ao momento
de o Celebrante tirar o pluvial e vestir a casula. Contudo, de
acordo com o senso comum, tanto na prática do Vaticano quanto nas
outras celebrações com procissão antes da Missa, o correto é que o
Celebrante vista a casula ao fim da procissão, antes de fazer
reverência ao altar. De modo decoroso e discreto, enquanto todos
entoam o canto de entrada da Missa, os ministros o auxiliam a
vestir outra estola e a casula. Depois, o Celebrante oscula o
altar, o incensa, vai para a cadeira e de lá recita a oração do
dia.
11. Durante a aclamação do Evangelho, não é posto incenso no
turíbulo, nem são levadas velas ao ambão, mas o Celebrante abençoa
o Diácono; se não houver Diácono ou Concelebrante, o Celebrante
6. não abençoa o leigo leitor principal do texto. Se não for possível
que ministros ordenados leiam a história da Paixão, reserve-se ao
Celebrante a parte do Cristo. Contudo, se houver um outro ministro
ordenado, eles podem ler a história e deixar ao povo apenas a
parte da multidão.
O cronista não saúda o povo, não faz o sinal da cruz sobre o livro
e sobre si e não o incensa. Ao fim da leitura, o ministro,
ordenado ou não, não beija o livro.
Os livros litúrgicos só pedem ao Bispo, e não ao Presbítero, que
permaneça sentado tanto para impor incenso quanto para abençoar o
ministro ordenado que proclamará o Evangelho.
12. Pode haver uma breve homilia.
13. A Missa prossegue como de costume.
MISSA CRISMAL
INFORMAÇÕES GERAIS
Embora a Missa Crismal não seja comum a todas as comunidades e
sim da comunidade eclesiástica, é bom que os fiéis leigos
participem e vejam a comunhão do presbitério de sua diocese.
Também temos leitores que preparam essa liturgia episcopal. Além
disso, como parte dos ritos da Semana Santa e dada a sua beleza,
eis alguns comentários.
Os Santos Óleos são abençoados na Missa própria da Quinta-
feira Santa pela manhã porque ela é a última antes da Vigília
Pascal. Portanto, como tradicionalmente o Óleo do Crisma e dos
Catecúmenos são usados pela primeira vez durante o batismo na
Vigília Pascal, o dia mais conveniente de fazer o rito, junto com
da bênção do Óleo dos Enfermos, é antes do início do Tríduo Santo,
ou seja, na manhã da Quinta-feira. Também é prevista renovação das
promessas sacerdotais por parte dos Presbíteros, em memória da
instituição do sacerdócio ministerial durante a Última Ceia.
Nas dioceses nas quais é difícil reunir o clero na manhã desse
dia, as rubricas permitem que a Missa própria seja celebrada em
outro dia, desde que próximo à Páscoa. O prazo conhecido onde isso
acontece é até 1 semana antes da Quinta-feira Santa, na quinta-
feira anterior, mas também no sábado véspera do Domingo de Ramos.
SOBRE A MISSA
14. A menos que os vasos com os óleos a serem abençoados sejam
grandes, uma mesa deve estar em frente ao altar para recebê-los,
7. mas de modo que não atrapalhe a visibilidade do altar pela
assembleia.
15. A Missa decorre normalmente até a proclamação do Evangelho. Na
homilia, o Bispo deve exortar os Presbíteros sobre a sua
fidelidade ao que prometeram e sobre a renovação pública desse
compromisso.
16. Terminada a homilia, o Bispo, de mitra e báculo, sentado, faz
com os Presbíteros o diálogo sobre as promessas sacerdotais
contido no Pontifical Romano e também no Missal.
17. Não há recitação do Credo e nem oração dos fiéis.
18. Outro modo de realizar-se a bênção dos óleos: segundo a
tradição litúrgica latina, a bênção dos Óleos dos Enfermos é feita
antes da doxologia “Por Cristo” da Oração Eucarística, devido ao
costume antigo que abençoava aqui os primeiros frutos das
colheitas. Contudo, ainda que os livros litúrgicos permitam de
outro modo, desconhece-se porque no Brasil essa prática não está
em uso comum. Como trata-se apenas de mudança de lugar dos ritos,
isso não altera o tempo de duração da Missa. Embora seja uma
permissão, unicamente por motivos particulares, é mais comum que o
rito dos Óleos seja feito antes do Ofertório.
19. Se o rito for feito inteiramente antes do Ofertório, seja
assim:
O vaso dos óleos são levados cada um por um ministro, mas ao
menos o do Crisma seja portado por um ordenado e atrás de todos os
outros. À frente de todos, um 4º ministro leva o recipiente com o
perfume para o Crisma, se a mistura o Bispo quiser que seja feita
antes da consagração deste óleo. Enquanto isso, canta-se o hino
“Acolhei, ó Redentor” ou outro apropriado.
O último ministro diz, definindo o uso do óleo que porta: “Eis
o óleo para o Santo Crisma”, apresenta o vaso ao Bispo mitrado e o
põe sobre a mesa. O primeiro ministro também diz: “Eis o Óleo dos
Enfermos” e o segundo diz: “Eis o Óleo dos Catecúmenos”, sempre
apresentando-os ao Bispo e depois os depondo sobre a mesa.
Todos os Concelebrantes aproximam-se da mesa e a cercam
dispostos em forma de coroa, mas só tomam parte na consagração do
Crisma. O Bispo, sem mitra, recita a oração de bênção do Óleo dos
Enfermos, de braços abertos, e traça o sinal da cruz onde
prescreve a fórmula. Depois, de braços abertos, abençoa o Óleo dos
Catecúmenos rezando a fórmula prevista e traçando o sinal da cruz
onde é indicado. Por fim, se não tiver misturado o perfume ao óleo
para o Crisma, o faz agora; convida todos à oração; e, se for
oportuno, assopra sobre o vaso com o óleo, segundo a tradição
litúrgica, em referência ao Espírito Santo. Seguidamente, de
braços abertos, recita a oração de consagração, escolhendo uma das
8. 2 previstas; a primeira faz uma maior referência ao significado do
óleo vindo da oliveira e usado nas consagrações dos sacerdotes
profetas e reis, além de relacioná-lo ao batismo. Enquanto isso,
no trecho indicado, os concelebrantes estendem a mão direita em
direção ao óleo, mas não o Mestre de Cerimônias e Cerimoniários,
pois nem isto é prescrito e, portanto, não deve ser feito; também
eles não devem usar estola em cima da sobrepeliz.
20. Cada vaso pode ser revestido, desde antes das bênçãos, com um
véu de cor específica: roxo para o dos Enfermos, verde para o dos
Catecúmenos e branco (ou outra cor festiva) para o do Santo
Crisma. É uma tradição litúrgica antiga que não contradiz as
rubricas atuais.
21. Se o Bispo quiser manter o costume litúrgico, os vasos são
trazidos da mesma forma em procissão no Ofertório, à frente dos
fiéis que levam o pão, o vinho e a água. Apresentam tudo ao Bispo,
mas os vasos são postos sobre a mesa destinada a isso. Antes da
doxologia da Oração Eucarística, o Prelado abençoa o Óleo dos
Enfermos e, após a Comunhão, abençoa pela forma prescrita o dos
Catecúmenos e, com o perfume, confecciona e consagra o do Crisma.
22. A Missa Crismal é uma das 4 ocasiões (depois da Missa do
Natal, da Ceia do Senhor e de Corpus Christi) na qual a Liturgia
menciona o uso de incenso na procissão final, voltando para a
sacristia, enquanto os vasos são portados logo após a cruz
processional. Na verdade, o incenso na procissão inicial tem a ver
com a incensação do altar; uma vez que não há necessidade de
incenso na procissão final, ele não é prescrito, apesar desse erro
ser um costume em muitos lugares. Na Missa Crismal, o uso do
incenso na procissão final tem a ver com a veneração dos Santos
Óleos.
TRÍDUO PASCAL
Na Missa da Ceia do Senhor encerra-se a Quaresma.
O Tríduo não é uma preparação para a Páscoa. Ao contrário, ele
já é a Páscoa! O Mistério Pascal é a Paixão, Morte e Ressurreição
de Nosso Senhor, memorados em cada celebração dos 3 dias. Essa
unidade de uma única celebração pascal em três ações rituais é
demonstrada pelo início comum na Missa da Ceia do Senhor (“Em nome
do Pai”), que não é visto na Celebração da Paixão do Senhor e o
rito habitual de despedida ao fim da Vigília Pascal, ainda que com
a presença dos dois Aleluias). Portanto, o Mistério Pascal é
celebrado desde a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa e
estende-se até o Domingo de Pentecostes, período no qual
satisfazemos o preceito da Comunhão anual.
9. O Tríduo Pascal não pode ser celebrado se não houver fiéis
participantes e ministros e cantores que contribuem para a
solenidade necessária. Onde não for possível, os fiéis participem
em outra igreja maior e mais liturgicamente bem provida.
MISSA DA CEIA DO SENHOR
INFORMAÇÕES GERAIS
Não é Missa “do Lava-pés”; este é apenas um rito dentro da
Missa da Ceia do Senhor que, embora seja muito eloquente e parte
integrante da memória do que aconteceu na Última Ceia, pode ser
omitido por motivo grave. Isso quer dizer que ele não é
propriamente necessário ao rito da Missa, mas é bom que seja
feito. No rito antigo, ele é uma celebração à parte da Missa, com
a leitura do Evangelho do “Mandato”, ou seja, do mandamento do
Senhor que fosse feito o gesto de serviço, expressado no ato de
lavar os pés dos Apóstolos.
Constitui um erro e até mesmo um abuso litúrgico que o
Celebrante, se for um Presbítero, ou vista a casula sobre a
dalmática ou, depondo a casula para o rito do lava-pés, vista a
dalmática. Isto não é previsto para os Presbíteros, mas apenas
para os Abades e Bispos, aos quais a Liturgia restringiu o uso da
dalmática na Missa sob a casula e, no rito do lava-pés, continuam
vestido somente com ela, quando também tiram a casula. Embora os
Presbíteros também possuam obrigatoriamente o grau do Diaconato,
há séculos não lhes é mais permitido usar a dalmática sob a casula
e somente no rito antigo um Presbítero pode usar somente a
dalmática enquanto exerce a função de Diácono. Por fim, ainda que
o Papa Francisco mude a estola sacerdotal ao modo dos Diáconos, em
uso transversal, isso é uma decisão pessoal e que não altera a
rubrica litúrgica que não permite isso, à cuja obediência todos
estão obrigados até que o Papa decida alterar. Enquanto isso, esse
gesto é restrito à vontade do Papa durante a execução do rito.
Cuide-se que seja consagrado o Sacramento em número suficiente
de hóstia para a Comunhão de toda a comunidade durante a
Celebração da Paixão do Senhor.
O translado do Santíssimo Sacramento não deve ser feito no
ostensório ou com reserva com o Precioso Sangue, e não é solene
exposição eucarística na Capela da Reposição, de modo que o
Santíssimo não fica diretamente exposto, mas somente na âmbula,
coberta por um véu, quando é levada à Capela e, depois, dentro do
tabernáculo até antes da Sagrada Comunhão da Vigília Pascal.
Aos fiéis, em estado de graça e tendo comungado nessa Missa,
concede-se indulgência plenária quando recitar o “Tão sublime
Sacramento”, a fórmula “Do céu lhes destes o pão” e a oração
10. “Senhor Jesus Cristo, neste admirável Sacramento”, conforme o
“Enchiridion Indulgentiarum”.
SOBRE A MISSA
23. Durante o canto do Glória, podem tocar a sineta do altar ou o
sino da igreja, mas não é preciso que eles acompanhem todo o
momento enquanto todos cantam: só são necessários alguns segundos,
senão, um som abafará e atrapalhará o outro e, numa confusão aos
ouvidos, prejudicará a harmonia da Liturgia.
24. Após o fim do canto do Glória, os instrumentos musicais só
devem ser utilizados enquanto todos cantam, evitando arranjos
instrumentais. Convém ainda mais, se for possível, que os cantos
sejam “a cappella”, sem acompanhamento de instrumentos,
reservando-os ao Glória da Vigília Pascal.
25. Convém também que os lugares para os participantes do rito do
lava-pés sejam fora do presbitério, mas de modo que sejam
facilmente vistos pela assembleia. Cuide-se que o rito não seja
uma apresentação teatral e os fiéis sejam instruídos a não verem
nele um ato para pura comoção, mas sim o cumprimento do que Cristo
mandou fazer. Em janeiro de 2016, por vontade do Papa Francisco
expressa num decreto da Congregação para o Culto Divino e a
Disciplina dos Sacramento, foi alterada a resolução clara do
Cerimonial dos Bispos no concernente à admissão apenas de homens
ao lava-pés: o decreto recomenda, se possível, que não só homens,
mas fiéis de todas as realidades eclesiais participem do
mencionado rito.
26. O Celebrante pode retirar a casula, a fim de não molhá-la e
até mesmo sujá-la durante o rito. Somente ao Bispo é previsto que
se cinja com um gremial. Por outro lado, o rito antigo pede que o
Celebrante, sem casula, prenda uma toalha ao seu cíngulo. Os
ministros devem ajudar o Celebrante com a jarra e o recipiente que
recebe a água usada e com as toalhas que secam os pés. O costume
litúrgico também reza que seja o pé direito a ser lavado a cada um
das 12 pessoas. Enquanto isso, entoa-se o canto adequado. Ao fim,
o Celebrante volta para a cadeira, lava as mãos e, discreta e
dignamente, veste de novo a casula.
27. Omite-se o Credo e é feita a oração dos fiéis.
28. Durante o apresentação das oferendas, além das hóstias e das
galhetas com vinho e água, fiéis podem levar ao altar donativos
para os pobres, que são apresentados ao Celebrante e depois
recolhidos para fora do altar.
29. Convém muito usar a Oração Eucarística I, que possui um trecho
próprio e só usado nesta Missa, narrando mais explicitamente que a
11. Eucaristia foi instituída naquele dia, de modo especial enquanto
diz: “Na noite em que ia ser entregue, para padecer pela salvação
de todos, isto é, hoje”. O Celebrante também atente para o “Em
comunhão” próprio da Missa da Ceia do Senhor.
30. Após a Comunhão dos fiéis e purificados o cálice e a patena, a
âmbula com a reserva eucarística é deixada sobre o altar, coberta
por um véu próprio, enquanto também é rezada a oração Depois da
Comunhão. O Celebrante põe incenso no turíbulo, ajoelha-se e
incensa o Santíssimo Sacramento com 2 movimentos por 3 vezes. Não
troca a casula pela capa pluvial. Recebe o véu umeral, com ele
cobre a âmbula e toma o último lugar na procissão até a Capela da
Reposição, após a cruz processional e as velas e imediatamente
atrás do turiferário com incenso fumegando, entre candelabros com
velas, seguido dos outros ministros e dos fiéis, que também levam
velas. Se a comunidade dispor de umbela, o ministro caminha sob
ela; contudo, se só dispor de pálio, que o use. Dois turíbulos
podem ser usados, conforme fala o Cerimonial dos Bispos. Enquanto
isso, entoa-se “Canta, Igreja”, de São Tomás de Aquino, reservando
o trecho “Tão sublime Sacramento” para quando depositar a âmbula
sobre o altar da Capela da Reposição. Outro canto eucarístico
também pode ser entoado, desde que “Tão sublime” seja entoado na
capela. Nela, o Celebrante coloca incenso no turíbulo e, de
joelhos novamente, incensa o Santíssimo Sacramento. Em seguida,
fecha o tabernáculo, faz um pouco de adoração silenciosa e todos
voltam à sacristia, depois de fazerem genuflexão.
Se não for possível deixar numa só âmbula todas as hóstias
suficientes, as outras âmbulas sejam conduzidas veladas atrás do
Celebrante.
31. A adoração eucarística deve ser entendida e feita como
companhia do Senhor em Seu sofrimento. Portanto, o bom senso deve
guiar as orações e os cânticos. Além disso, a adoração só pode ter
solenidade até a meia-noite da Quinta-feira Santa; após isso,
devem-se repensar a forma de fazê-la, excluindo excessos.
32. A Capela da Reposição deve ser mantida até o Rito da Comunhão
da Celebração da Paixão do Senhor e as comunidades devem se
preparar de tal modo que os fiéis se revezem na adoração
eucarística.
SOBRE A DESNUDAÇÃO DOS ALTARES
33. Esse costume evidencia que a Igreja não renova o sacrifício
até a Vigília Pascal.
34. A forma nova do rito romano é mais tímida em como isso deve
ser feito. Ao passo que o rito antigo prescreve que o Celebrante,
após retirar a casula e a estola da Missa, continua de alva e
cíngulo e veste a estola roxa. À medida que lentamente reza o
12. Salmo 21 “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”,
alternando os versículos com os ministros auxiliares, retira as
toalhas do altar, com a ajuda dos demais, que as dobram
respeitosamente e as põem na credência. Se o altar for consagrado
pelo Crisma e tiver mais de uma toalha (conforme a tradição
antiga), mantém sobre ele a toalha menor, chamada de crismal, que
só reveste o cima da mesa do altar. Os acólitos apagam as velas e
retiram os tapetes.
Se a igreja possuir mais de um altar, outros ministros podem
desnudá-lo ou o próprio Celebrante, se achar conveniente.
Se a igreja possuir pias de água benta, os acólitos também a
secam. Elas deverão ser levadas para receberem a água abençoada na
Vigília Pascal.
É também um antigo costume que os altares de pedra sejam
lavados dignamente, mas de modo privado, não à vista dos fiéis.
Esse ato, antiquíssimo e muito louvável, foi prescrito pelo Papa
Bento XIV, na metade do século XVIII, e usa água e vinho na
ablução do altar, limpando-o de qualquer impureza, simbolizando a
imolação do Cordeiro e ensina aos fiéis a pureza com que devem
participar do Santo Sacrifício.
CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR
INFORMAÇÕES GERAIS
O altar deve continuar sem cruz, castiçais e toalhas,
reservando isso ao Rito da Comunhão.
Convém que todos os ministros, ordenados e leigos, permaneçam
fora do presbitério, uma vez que não é celebrada Missa. Somente
após o rito da adoração da cruz, todos devem ascender ao
presbitério.
A celebração deve ocorrer na tarde da Sexta-feira, mas de modo
que se encerre antes do anoitecer.
O incenso não deve ser usado, nem matracas durante a procissão
com o Santíssimo Sacramento até o altar.
O Celebrante não pode usar pluvial, mas sim a casula. Diáconos
usam a dalmática. Sacerdotes outros devem usar ou alva e estola ou
veste talar, sobrepeliz e estola. Todos os paramentos são de cor
vermelha, própria do ofício.
As orações podem ser cantadas.
A adoração não é feita à cruz, mas sim ao Mistério da Paixão.
Só deve haver uma e mesma cruz na celebração; se houver muitos
fiéis e for preocupação o tempo necessário a todos, não se use
mais de uma cruz e sim a adoração pelos fiéis seja feita apenas em
silêncio, de longe, enquanto o Celebrante a ergue por um momento.
13. Aos fiéis em estado de graça e que recebem a Sagrada Comunhão
nesse dia, também adorando a Santa Cruz, é concedida indulgência
plenária, segundo o “Enchiridion Indulgentiarum”.
Se houver procissão ou Via Sacra, os ministros ordenados devem
usar paramentos roxos ou pretos, ainda que já tenha passado a
Quaresma. Essas cores não são apenas de pura tristeza, mas também
de luto.
SOBRE A CELEBRAÇÃO
35. A procissão inicial não deve ter cruz e velas. Todos os
ministros dispõem-se em 2 filas. Perto do altar, ao qual todos
fazem reverência, somente os ministros ordenados devem ou
prostrar-se ou ajoelhar-se; o Mestre de Cerimônias e os
Cerimoniários sempre se ajoelham. Os demais ministros já se
dirigem para os seus lugares. Os fiéis ajoelham-se ao mesmo tempo
que todos os outros.
36. De sua cadeira, o Celebrante diz, de mãos unidas, uma das 2
orações previstas no Missal.
37. Segue-se a Liturgia da Palavra conforme comum.
38. A leitura da história da Paixão segue conforme foi dito no
número 4: sem bênção àquele que fará a leitura, sem incenso, sem
velas, reservando ao Celebrante a parte do Cristo. Se houver outro
ministro ordenado, reservem ao povo somente a parte da multidão.
Após isso, se for oportuno, pode ser feita uma breve homilia.
Convém manter um tempo de silêncio depois.
39. A oração universal pode ter as intenções propostas pelo
diácono, ou por outro Presbítero do ambão, e o Celebrante recita
as orações ou de sua cadeira ou do altar, de braços abertos. Entre
a intenção e a oração, pode ser feito o convite de todos se
ajoelharem e se levantarem após uns segundos de oração. Os fiéis,
contudo, podem permanecer o tempo todo ou de joelhos ou em pé, ou
ajoelham-se durante o convite “Ajoelhemo-nos” do Diácono, com um
instante de silêncio, e ao seguido convite “Levantemo-nos” põem-se
em pé para a oração do Celebrante (Missal Romano, Celebração da
Paixão do Senhor, n. 11). Lembre-se que na menção do nome do Bispo
não se ajunta títulos como “Dom”, “Arcebispo” ou “Cardeal”; se
houver Bispo(s) Auxiliar(es), pode(m) ser mencionados. Se forem
vários, sua menção será apenas dizendo “e seus Auxiliares”. Também
o Bispo Coadjutor faz as vezes de Bispo Auxiliar até o Bispo
residente ter sua renúncia aceita pelo Papa.
40. A cruz pode ser levada, entre 2 velas, pelo centro da igreja
até o altar estando coberta por um véu vermelho e somente o
Celebrante desvelá-la gradualmente: primeiro descobre-se a parte
superior da cruz, depois o seu braço direito e depois a desvela
inteiramente, enquanto, a cada vez, o Celebrante ou o Diácono
14. canta “Eis o lenho da cruz”, conforme o Missal, ou, durante o
percurso, em três momentos, o Diácono ou o próprio Celebrante, com
a cruz desvelada, a ergue e diz o mesmo da outra forma. Após cada
parte, todos se ajoelham por uns segundos.
41. À entrada do presbitério, a cruz é deixada entre os dois
castiçais. O primeiro a adorá-la é o Celebrante: sem casula, sem
barrete e, se oportuno, também sem os sapatos, como é expresso na
edição de 2002 do Missal Romano. Pode apenas fazer genuflexão ou
também oscular os pés do Crucificado. Depois vão os outros
ministros ordenados presentes, os ministros leigos e os demais
fiéis.
42. Terminada a adoração, a cruz é posta no altar ou próximo
deste, como para a Missa.
43. A coleta para a Terra Santa pode ser recebida enquanto os
ministros preparam o altar e a Santa Reserva é buscada na Capela
da Reposição, de modo que todos estejam atentos quando a procissão
estiver chegando ao altar. Ou, ainda, pode acontecer durante o
rito de adoração da Cruz, quando os fiéis são convidados a adorar
o Crucificado.
44. Prepara-se o altar com uma toalha, corporal e o Missal. O
próprio Celebrante ou, se houver, o Diácono ou outro ministro
ordenado deve buscar a reserva eucarística na Capela e conduzi-la
ao altar pelo trajeto mais curto. Se houver outras âmbulas, também
são conduzidas dignamente. Na falta de outros ministros ordenados,
os Ministros Extraordinários da Comunhão podem auxiliar o
Celebrante. Também a procissão deve ter 2 velas, que depois são
postas no altar, ou próximas deste, para o Rito da Comunhão.
Novamente, a umbela (ou, em sua falta, o pálio) é usada para
cobrir o ministro que traz a Santa Reserva.
45. A rubrica do Pai Nosso do Rito de Comunhão é a mais clara que
diz que somente o Celebrante abre os braços enquanto reza com o
povo.
46. Não se reza o embolismo do Pai Nosso e nem oração pela paz. O
Celebrante toma uma hóstia, a apresenta ao povo dizendo a fórmula
do Missal e depois comunga. Terminada a Sagrada Comunhão dos
fiéis, a Eucaristia é portada para o sacrário da igreja, como de
costume.
47. Sem conceder a bênção, o Celebrante reza a Oração sobre o povo
e todos se retiram em silêncio. Os ministros fazem genuflexão à
cruz.
48. Novamente, o altar é desnudado após o término da celebração,
mas sem os ritos da Quinta-feira Santa.
15. VIGÍLIA PASCAL
INFORMAÇÕES GERAIS
A Vigília Pascal é a mãe de todas as vigílias, segundo Santo
Agostinho. Já é Domingo de Páscoa, a solenidade das solenidades.
Antes da reforma litúrgica da Semana Santa feita por Pio XII,
a Vigília Pascal era celebrada durante o dia, destoando da
primitiva tradição litúrgica. Para tanto, proporcionando o escuro
que ainda hoje é requerido, tampavam-se as janelas das igrejas.
Mas agora, tanto na forma nova quanto no rito antigo, é ordenado
que a Vigília só seja celebrada à noite, pelo menos depois que o
sol se ponha e antes de amanhecer o domingo.
Quem participar da Vigília Pascal já cumpre o preceito
dominical. Mesmo assim, também podem comungar nos 2 dias.
São previstas até 9 leituras, contando com a Epístola e o
Evangelho. Contudo, pode-se escolher, por brevidade, até apenas 2
do Antigo Testamento (não excluindo nunca a do capítulo 14 do
Êxodo, a páscoa judaica) e a mesma Epístola e o mesmo Evangelho
citados.
Somente 1 Círio Pascal pode ser preparado: nem pode fazer
outro para outra igreja e nem um leigo pode prepará-lo na
Celebração da Palavra. Deve-se ter em mente isso, com estrita
obediência: ainda que o Círio seja um grande sinal pascal, ele só
pode existir onde tiver sido celebrada a Missa da Vigília de
Páscoa. Por isso, não podemos colocar critérios e justificativas
acima.
Mesmo que não haja um Diácono ou um Concelebrante, o
Evangeliário pode ser usado e já deixado sobre a altar desde antes
da Missa.
Por fim, os Santos Óleos do ano passado podem ser postos em
algodão ou outro tecido e queimados, para darem lugar aos novos.
SOBRE A MISSA
49. O Celebrante deve usar os paramentos brancos próprios da
Missa, excluindo deles o pluvial. De fato, nenhum livro litúrgico
prevê que se use o pluvial durante o início da Missa e a procissão
até o altar.
50. Para o lugar onde o povo está reunido não se levam cruz
processional nem velas acesas.
51. O Celebrante inicia o rito com o sinal da cruz e o saúda como
na Missa. Depois faz a explicação do significado da Vigília,
conforme diz o Missal, e abençoa a fogo. O turiferário põe no
turíbulo brasas também do fogo novo.
16. 52. Enquanto um ministro leigo, se não houver Diácono, segura o
Círio e o Celebrante traça com um estilete (ou mesmo um dos 5
cravos) uma cruz, ainda que ela já esteja desenhada. O mesmo
acontece às letras alfa e ômega e aos algarismos do ano em curso,
respectivamente, acima e abaixo e entre os ângulos da cruz: ainda
que já sejam desenhados no Círio, o Celebrante passa sobre eles o
estilete quanto diz o que é previsto no Missal. Se os cravos já
possuírem grãos de incenso, o Celebrante diz “Pelas suas santas
chagas” sem espetar novos grãos na cruz. Após dizer “A luz de
Cristo que ressuscita”, acende o Círio com o fogo novo.
53. Antes de começar a procissão para a igreja, o Celebrante
coloca incenso no turíbulo. À frente vai o turiferário, seguido do
Celebrante ou do Diácono com o Círio, os outros ministros e os
fiéis. No início do percurso, aquele que está com o Círio canta:
“Eis a luz de Cristo”. Depois segunda vez, à porta da igreja,
todos acendem suas velas depois de cantarem a resposta e entram na
igreja. Por último, diante do altar, canta pela terceira vez e
acendem-se as luzes do altar.
54. O Círio é colocado ou ao lado do ambão ou no centro do
presbitério. O Celebrante ou, se houver, o Diácono incensa o Círio
e faz a Proclamação da Páscoa, pelo texto do Missa ou outro
competentemente aprovado, estando no ambão. O texto também pode
ser cantado por um ministro leigo, mas ele não deve pedir a bênção
ao Celebrante; também se for um leigo, não diz o trecho “E vós,
que estais aqui” nem a saudação “O Senhor esteja convosco”,
próprios de quem é ordenado. Todos se mantêm em pé e com suas
velas acesas, até mesmo o Celebrante.
55. Concluída o Precônio Pascal, apagam-se as velas e todos se
sentam. O Celebrante, antes das leituras, introduz a todos na
Liturgia da Palavra, conforme é descrito no Missal.
56. Após cada leitura e salmo correspondente, o Celebrante
levanta-se e canta a oração própria.
57. Depois da última leitura do Antigo Testamento e de seu salmo,
todos se levantam, um ministro leigo toma o fogo do Círio e com
ele acende as velas do altar, tocam-se os sinos por uns segundos,
enquanto todos cantam o Glória. Evite-se, como na Missa da Ceia do
Senhor, que os sinos sejam tocados durante todo o canto. Após o
Glória, o Celebrante recita a oração do dia.
58. O leitor lê a Epístola.
59. Durante a aclamação do Evangelho, se o Celebrante cantar o
Aleluia nos três tons, conforme a tradição, somente quando todos
estiverem cantando a estrofe é que ele, em pé, coloca incenso no
turíbulo. Se for Bispo, sentado, põe incenso e abençoa quem
proclamará o Evangelho. Ainda que o Círio não esteja ao lado do
17. ambão, não se levam velas. Isso só acontece na Vigília Pascal;
após esta, a solenidade da proclamação do Evangelho volta ao
normal.
Também quem proclama diz a saudação a todos e faz o sinal da
cruz sobre si e sobre o livro, que depois é incensado
60. Após a homilia, inicia-se a liturgia batismal. Se não houver
batismo, deve ser abençoada a água para aspersão.
61. Os ministros caminham até o batistério ou a pia batismal ou um
digno recipiente com água é posto no próprio presbitério. Os
catecúmenos são chamados para diante do altar, apresentados pelos
padrinhos (e pelos pais, se forem crianças). Se a pia batismal
estiver distante do presbitério, faz-se procissão: à frente um
acólito porta o círio pascal, seguido pelos catecúmenos e
padrinhos, diáconos, (concelebrantes, se houver) e pelo
Celebrante, que convida a todos para o canto da Ladainha de Todos
Santos, observando as particularidades se tem ou não batismo.
Mesmo que a pia batismal esteja no presbitério, é feito todo o
rito apenas descrito.
62. Diante da pia batismal ou do recipiente que, devidamente
preparado para que contenha a água, o Celebrante, de mãos
estendidas sobre esta, recita ou canta em tom de Prefácio a
oração. Enquanto diz “Nós vos pedimos, ó Pai”, ele mesmo ou o
Diácono pode mergulhar o Círio por uma ou três vezes, mas em
profundidades crescentes até tocar o fundo na terceira vez, na
qual o mantém, e continua “E todos os que, pelo batismo”.
63. O Celebrante procede ao diálogo sobre a renúncia ao demônio e
a profissão de fé; para os adultos segundo o Ritual da Iniciação
Cristã; para as crianças, seus pais e padrinhos segundo o Ritual
para Batismo de Crianças. Depois, a unção de cada catecúmeno no
peito (nas crianças) ou nas duas mãos (nos adultos) com o Óleo dos
Catecúmenos. Aos adultos, informado dos nomes pelos respectivos
padrinhos, interroga um por um acerca da fé, conforme o Ritual de
Iniciação. Para o batismo de crianças, pede a tríplice profissão
de fé a todos os pais e padrinhos ao mesmo tempo, conforme o
Ritual de Batismo de Crianças. Segue-se ao batismo de cada um dos
eleitos, segundo a fórmula estabelecida.
É feita uma nova unção, mas na testa (se for criança, na cabeça)
com Óleo do Crisma, e a entrega da veste batismal e da vela acesa,
com fogo tomado do Círio. Se o Celebrante for Bispo ou se tiver
delegação episcopal para crismar os neo-batizados, a unção crismal
é feita segundo o rito da Confirmação, simplesmente ajuntando a
fórmula: “N, recebe por este sinal”.
18. 64. Se não houver batismo, com as adaptações feitas desde antes da
Ladainha de Todos os Santos, deve ser abençoada a água a ser
aspergida sobre todos como recordação do batismo.
O Celebrante, então, segue a oração de bênção sobre a água na pia
batismal ou noutro recipiente no presbitério, pergunta a todos, de
velas acesas, sobre a renúncia ao demônio e a profissão de fé,
conforme previsto no Missal, e, a seguir, percorrendo a igreja,
asperge a todos com a água benta, tirada do lugar onde foi
abençoada, depois de ter tocado em sua própria testa com o
aspersório.
65. Omite-se o Credo e é feita a oração dos fiéis.
66. Durante o Ofertório, os fiéis levam ao altar o pão, o vinho e
a água e tudo segue conforme o costume.
67. É muito conveniente rezar a Oração Eucarística I, em vista das
2 partes próprias da Vigília Pascal. Devem aqui ser rezadas
também, no momento apropriado, as orações próprias pelos
batizados, crismados e seus padrinhos, segundo as fórmulas
indicadas no Ritual para Batismo de Crianças e no Ritual da
Iniciação Cristã de Adultos.
68. Os neo-batizados recebem a Sagrada Comunhão sob as 2 Espécies,
diante do altar.
69. Pode-se usar a fórmula própria da bênção solene da Páscoa. Ao
fim da Missa, o Celebrante, ou o Diácono, despede a todos
ajuntando 2 Aleluias, que será feito até o fim da Oitava da
Páscoa.
DOMINGO DE PÁSCOA
Informações gerais
É louvável que o ato penitencial seja substituído pela
aspersão da água abençoada na Vigília Pascal. O uso do pluvial
durante a aspersão da água benta só é requerido e permitido no
rito antigo, uma vez que é feita antes da Missa. Na forma
ordinária, portanto, o Celebrante continua com a casula enquanto
asperge os presentes.
Também as pias nas igrejas recebam a água abençoada na noite
anterior.
70. O Círio Pascal deve permanecer no lugar posto na Vigília
Pascal, não deve ser trazido em procissão.
71. É um erro que o atual Missal Romano, nem na sua edição latina,
tenha uma fórmula própria para usar em aspersão a água abençoada
na Vigília Pascal. Contudo, o Missal permite que o Celebrante
19. convide o povo com outras palavras, diferentes das do Missal.
Portanto, espontânea e brevemente, fale-se aos fiéis do rito a
seguir.
72. Após aspergir a si mesmo e a todos, o Celebrante, em pé diante
de sua cadeira, de mãos unidas, diz “Que Deus todo-poderoso nos
purifique”, conforme está na página 1004 do Missal da edição
brasileira.
73. Canta-se o Glória, mas sem ser acompanhado pelo toque dos
sinos.
74. Após a segunda leitura, ainda sentados, todos entoam a
sequência pascal “Victimae Paschali laudes” ou uma versão
litúrgica aprovada.
75. Durante a aclamação ao Evangelho, é preparado o turíbulo com o
incenso e velas são levadas ao ambão.
76. Convém, novamente, que seja rezada a Oração Eucarística I, com
seus trechos próprios para o Domingo e a Oitava Pascais.
77. Pode-se usar a fórmula própria da bênção solene da Páscoa. Ao
fim da Missa, o Celebrante, ou o Diácono, despede a todos
ajuntando 2 Aleluias, que será feito até o fim da Oitava da
Páscoa.
Detalhes mais conhecidos e comuns não citados aqui estão expressos
no Missal Romano.