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Biografia
Filho de Luiz Antônio Cabral de Melo e de Carmem Carneiro-Leão
Cabral de Melo, o escritor nasceu em Recife, Pernambuco, mas passou
muito tempo em engenhos de açúcar, já que seu pai era um senhor de
engenho. Quando tinha apenas oito anos, João adorava os cordéis e
costumava ler vários para os empregados do engenho.
Em 1940 viaja com a família para o Rio de Janeiro, onde conhece
Murilo Mendes. Esse o apresenta a Carlos Drummond de Andrade e
ao círculo de intelectuais que se reunia no consultório de Jorge de
Lima.
Em 1942 acontece a publicação de seu primeiro livro.
Pedra do Sono.
João Cabral era rigoroso com seus poemas, apresentando uma estrutura mais fixa
e com versos rimados. Seu estilo não é marcado pelo sentimentalismo, é mais
objetivo, racional.
A obra de João Cabral de Melo Neto pode ser considerada construtivista.
Não tinha romantismo em seus escritos, o poeta buscava descrever as percepções
do real, colocando de forma concreta as sensações.
Além disso, o autor buscava as oposições na sua poesia.
O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia (...)
Fábula de um arquiteto
A arquitetura como construir portas
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e teto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até refechar o homem: na capela útero,
com confortos de matriz, outra vez feto.
Num momento à Aspirina
Claramente: o mais prático dos sóis,
o sol de um comprimido de aspirina:
de emprego fácil, portátil e barato,
compacto de sol na lápide sucinta.
Principalmente porque, sol artificial,
que nada limita a funcionar de dia,
que a noite não expulsa, cada noite,
sol imune às leis de meteorologia,
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levanta e vem (sempre num claro dia):
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Biografia de João Cabral de Melo Neto

  • 1.
  • 2. Biografia Filho de Luiz Antônio Cabral de Melo e de Carmem Carneiro-Leão Cabral de Melo, o escritor nasceu em Recife, Pernambuco, mas passou muito tempo em engenhos de açúcar, já que seu pai era um senhor de engenho. Quando tinha apenas oito anos, João adorava os cordéis e costumava ler vários para os empregados do engenho. Em 1940 viaja com a família para o Rio de Janeiro, onde conhece Murilo Mendes. Esse o apresenta a Carlos Drummond de Andrade e ao círculo de intelectuais que se reunia no consultório de Jorge de Lima. Em 1942 acontece a publicação de seu primeiro livro. Pedra do Sono.
  • 3. João Cabral era rigoroso com seus poemas, apresentando uma estrutura mais fixa e com versos rimados. Seu estilo não é marcado pelo sentimentalismo, é mais objetivo, racional. A obra de João Cabral de Melo Neto pode ser considerada construtivista. Não tinha romantismo em seus escritos, o poeta buscava descrever as percepções do real, colocando de forma concreta as sensações. Além disso, o autor buscava as oposições na sua poesia.
  • 4. O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias.
  • 5. Vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue, que usamos tem pouca tinta.
  • 6. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (...)
  • 7. Fábula de um arquiteto A arquitetura como construir portas de abrir; ou como construir o aberto; construir, não como ilhar e prender, nem construir como fechar secretos; construir portas abertas, em portas; casas exclusivamente portas e teto. O arquiteto: o que abre para o homem (tudo se sanearia desde casas abertas) portas por-onde, jamais portas-contra; por onde, livres: ar luz razão certa. Até que, tantos livres o amedrontando, renegou dar a viver no claro e aberto. Onde vãos de abrir, ele foi amurando opacos de fechar; onde vidro, concreto; até refechar o homem: na capela útero, com confortos de matriz, outra vez feto.
  • 8. Num momento à Aspirina Claramente: o mais prático dos sóis, o sol de um comprimido de aspirina: de emprego fácil, portátil e barato, compacto de sol na lápide sucinta. Principalmente porque, sol artificial, que nada limita a funcionar de dia, que a noite não expulsa, cada noite, sol imune às leis de meteorologia, a toda a hora em que se necessita dele levanta e vem (sempre num claro dia): acende, para secar a aniagem da alma, quará-la, em linhos de um meio-dia. ...

Notas do Editor

  1. *primo de Manuel bandeira e Gilberto freyre *É dessa época que vem a preocupação com o povo nordestino, o menino via as diferenças da vida dos mais ricos, senhores de engenho, e dos mais pobres. Pedra do sono-> poemas escritos durante a adolescência em Pernambuco. Com caract. Surrealista como sugere a palavra “sono” do título do livro também o racionalismo e a crostrução trabalhosa” Pedra”
  2. Seu estilo único, marcado pelo racionalismo e pela objetividade, destrói a ideia que muitos de nós temos sobre a poesia: ela não precisa ser sempre sentimental, metafórica, embora a subjetividade quase sempre seja hipervalorizada, como se fosse um pré-requisito para quem quer escrever versos.
  3. Morte e vida Severina em si nos faz pensar nas condições de vida de pessoas que vivem em lugares de miséria sem nenhuma esperança de um mundo melhor, de um futuro. O fato de maria ser um nome comum e ter tantos Severino la. JC quer dizer que existe muitas pessoas que passa pela mesma situação contada no poema.
  4. Cabeça grande ->O fato dele ser um sertanejo subnutrido, magro. Parece ser um cara fraco mas é um cara resistente Sangue-> por ele se alimentar pouco então parece que o sangue não é tão vermelho tão forte e mesmo assim ele resiste
  5. Ele nos conta como é viver no sertão. Como é perigoso, e em relação a vida aos 30-> fala da qualidade de vida 20-> morte matada
  6. Fabula: dar uma lição de moral JC pensa em porta como algo para abrir, ou seja n foi criada para te prender mas p libertar. Amedrontando: vc queria tanto a liberdade q a partir do momento que consegue fica com medo, quer se afastar. Vai se retraindo, fechando (se torna um feto de novo) fechar o homem: a casa fechou o homem ou o próprio homem se fechou matriz: segurança de mãe, casa sossegada
  7. JC tinha dor de cabeça crônica e esse é o poema que ele fez p a aspirina. Ele a iguala ao sol que nos fornece luz e vida, mas diferente do astro a aspirina ao anoitecer continua com ele, independente da meteorologia vai continuar la