SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 19
Baixar para ler offline
Didática Especial para o
Ensino de Ciências e
Biologia II
São Cristóvão/SE
2011
Gláucia da Conceição Lima
Glauber Santana de Sousa
Elaboração de Conteúdo
Gláucia da Conceição Lima
Glauber Santana de Sousa
Lima, Gláucia da Conceição.
	 L732d Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II/
Gláucia da Conceição Lima, Glauber Santana de Sousa --
São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2011.
	 1. Educação. 2. Métodos de ensino. 3. Biologia.
	 4. Ciências. 5. Aprendizem. 6. Ensino. I. Sousa,
Glauber Santana de. II. Título.
CDU 37.02:57
Copyright © 2011, Universidade Federal de Sergipe / CESAD.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada
por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia
autorização por escrito da UFS.
Ficha catalográfica produzida pela Biblioteca Central
Universidade Federal de Sergipe
Didática Especial para o Ensino de
Ciências e Biologia II
Projeto Gráfico
Neverton Correia da Silva
Nycolas Menezes Melo
Capa
Hermeson Alves de Menezes
Diagramação
Neverton Correia da Silva
Copydesk
Flávia Ferreira da Silva
Presidente da República
Dilma Vana Rousseff
Ministro da Educação
Aloízio Mercadante Oliva
Diretor de Educação a Distância
João Carlos Teatini Souza Clímaco
Reitor
Josué Modesto dos Passos Subrinho
Vice-Reitor
Angelo Roberto Antoniolli
Chefe de Gabinete
Ednalva Freire Caetano
Coordenador Geral da UAB/UFS
Diretor do CESAD
Antônio Ponciano Bezerra
coordenador-adjunto da UAB/UFS
Vice-diretor do CESAD
Fábio Alves dos Santos
Diretoria Pedagógica
Clotildes Farias de Sousa (Diretora)
Diretoria Administrativa e Financeira
Edélzio Alves Costa Júnior (Diretor)
Sylvia Helena de Almeida Soares
Valter Siqueira Alves
Coordenação de Cursos
Djalma Andrade (Coordenadora)
Núcleo de Formação Continuada
Rosemeire Marcedo Costa (Coordenadora)
Núcleo de Avaliação
Hérica dos Santos Matos (Coordenadora)
Núcleo de Tecnologia da Informação
João Eduardo Batista de Deus Anselmo
Marcel da Conceição Souza
Raimundo Araujo de Almeida Júnior
Assessoria de Comunicação
Guilherme Borba Gouy
Coordenadores de Curso
Denis Menezes (Letras Português)
Eduardo Farias (Administração)
Paulo Souza Rabelo (Matemática)
Hélio Mario Araújo (Geografia)
Lourival Santana (História)
Marcelo Macedo (Física)
Silmara Pantaleão (Ciências Biológicas)
Coordenadores de Tutoria
Edvan dos Santos Sousa (Física)
Raquel Rosário Matos (Matemática)
Ayslan Jorge Santos da Araujo (Administração)
Carolina Nunes Goes (História)
Viviane Costa Felicíssimo (Química)
Gleise Campos Pinto Santana (Geografia)
Trícia C. P. de Sant’ana (Ciências Biológicas)
Laura Camila Braz de Almeida (Letras Português)
Lívia Carvalho Santos (Presencial)
Adriana Andrade da Silva (Presencial)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Cidade Universitária Prof. “José Aloísio de Campos”
Av. Marechal Rondon, s/n - Jardim Rosa Elze
CEP 49100-000 - São Cristóvão - SE
Fone(79) 2105 - 6600 - Fax(79) 2105- 6474
NÚCLEO DE MATERIAL DIDÁTICO
HermesonAlves de Menezes (Coordenador)
Marcio Roberto de Oliveira Mendonça
Neverton Correia da Silva
Nycolas Menezes Melo
Sumário
AULA 1
Tendências e abordagens do processo de ensino e aprendizagem . 07
AULA 2
Estratégias didáticas ......................................................................... 21
AULA 3
As Reformas educacionais e o ensino de ciências ........................... 29
AULA 4
Aprendizagem significativa................................................................ 47
AULA 5
Mapas conceituais............................................................................. 59
AULA 6
Alfabetização científica...................................................................... 75
AULA 7
Pluralismo metodológico no ensino de ciências ................................103
AULA 8
O ensino de ciências por investigação............................................ 123
AULA 9
Projeto político pedagógico ............................................................. 141
AULA 10
Avaliação da aprendizagem ............................................................ 159
Aula1
Gláucia da Conceição Lima
Glauber Santana de Sousa
TENDÊNCIAS E ABORDAGENS DO
PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM
META
Conhecer as principais abordagens do processo de ensino e aprendizagem.
OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno deverá:
- Conhecer as tendências pedagógicas educacionais;
- Elencar características de cada tendência pedagógica estudada;
- Refletir sobre as diferentes abordagens que podem ser utilizadas em sala de aula.
8
Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II
INTRODUÇÃO
Caro aluno:
A ação do professor em sala de aula pode ser caracterizada dependendo
da ênfase que ele dá ao processo de ensino e aprendizagem. Conhecer as
tendências pedagógicas é importante para o professor que está construindo
sua prática docente, pois cada tendência é marcada por características espe-
cíficas e o professor vai se identificar com alguma tendência de acordo com
suas percepções e concepções de mundo, sociedade, escola, homem, etc.
Para Mizukami (1986), de acordo com cada teoria/proposta ou abordagem
do processo ensino-aprendizagem, privilegia-se um ou outro aspecto do
fenômeno educacional. Vale ressaltar que não é necessário estar preso a
uma única tendência, mas sim buscar o melhor de cada uma fazendo sem-
pre uma reflexão sobre sua utilização para melhor atender aos objetivos
educacionais propostos.
Para esta aula vamos utilizar um artigo que faz uma revisão bibliográfica
sobre as abordagens do processo ensino/aprendizagem.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE AS
ABORDAGENS DO PROCESSO
ENSINO/APRENDIZAGEM
Janete Alves da Silva (PG-UEMS)
Profa. Dra. Doracina Aparecida de Castro Araujo (UEMS)
Ao abordar o processo Ensino/Aprendizagem Mizukami (1986) diz
que o mesmo tem sido analisado sob diferentes aspectos, sendo assim,
várias são as formas de conceber o fenômeno do processo educativo e
diversas são as interações entre eles, levando-se em consideração seus
diversos componentes.
Segundo Bigge (1977 apud PETTENGILL, et al., 1998, p.16), “[...]
toda pessoa que ensina tem uma teoria de aprendizagem”, no pensamento
desse autor a prática educativa não é alheia e autônoma à teoria. Ela está
embasada em estudos científicos, ou em suas próprias concepções, ex-
periências, crenças e valores de vida. Nota-se que as ações de um docente
inerentes ao ensino são desenvolvidas e norteadas pelas representações
que o mesmo tem da realidade, pelos objetivos que pretende atingir, muitas
vezes, orientado pela sua concepção de educação.
O educador precisa de desenvolvimento técnico para aprimorar o seu
trabalho, para isso, é relevante encontrar um método que se adeque às suas
necessidades, assim como, refletir continuamente sobre sua atuação e sua
9
Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1
prática educativa. Destarte, aborda-se nesta pesquisa, mesmo que de forma
sucinta, algumas abordagens pedagógicas, a saber: Tradicional, Comporta-
mentalista, Sócio-Cultural e a Histórico-Crítica, observando as categorias
relação professor/aluno, conteúdo, metodologia e avaliação escolar.
Assim, pretende-se compreender os fundamentos das abordagens
pedagógicas que norteiam o trabalho dos docentes em sala de aula, para
tanto, utilizou-se os estudos de Mizukami (1986), Freire (2003), Saviani
(2000) e Libâneo (1990), dentre outros teóricos, por considerar a relevância
desses estudiosos para a área educacional.
Esta pesquisa bibliográfica se justifica pelo fato de o processo ensino/
aprendizagem ser motivo de discussões, debates e pesquisas na busca de
reforçar esta unidade dialética, tendo como ambiente principal a sala de aula.
De acordo com a história das abordagens uma das escolas precursoras na
sistematização do processo ensino/aprendizagem é a Tradicional.
ABORDAGEM TRADICIONAL
Para iniciar a pesquisa acerca das diversas abordagens, é importante
mencionar a escola em que a literatura especializada tem como precursora
das diversas teorias pedagógicas até então existentes, a denominada de
Tradicional pelos autores. Para Mizukami (1986, p. 17), a missão do pro-
fessor na escola Tradicional é considerada “[...] catequética unificadora da
escola” esse tipo de ensino, para a mesma autora, envolve “[...] programas
minuciosos, rígidos e coercitivos. Exames seletivos, investidos de caráter
sacramental”. Este tipo de ensino é criticado severamente por Paulo Freire
(2003) que o chama de depósito bancário, pois considera que o aluno só
recebe a informação e permanece passivo, pois entende que o saber se
encontra na interação e na descoberta permanente.
Quanto à relação professor/aluno, Mizukami (1986) menciona que na
educação tradicional o aluno é considerado um mero expectador, realiza
somente atividades que o docente, aqui visto como autoridade máxima,
o manda cumprir. Todo o poder está centrado no docente, considerando
assim, que o discente passa a conhecer o mundo a partir das experiências
e da vivência daquele. Na relação professor/aluno impera o domínio do
mestre que exige atitude passiva de seus alunos,
Predomina a autoridade do professor que exige atitude receptiva
dos alunos e impede qualquer comunicação entre eles no decorrer
da aula. O professor transmite o conteúdo na forma de verdade a
ser absorvida; em conseqüência, a disciplina imposta é o meio mais
eficaz para assegurar a atenção e o silêncio (LIBÂNEO, 1990, p. 24).
No mesmo sentido, Mizukami (1986, p. 14) ao comentar a abordagem
Tradicional afirma que “[...] a relação professor-aluno é vertical, sendo que
10
Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II
um dos pólos (professor) detém o poder decisório quanto à metodologia,
conteúdo, avaliação, forma de interação na aula etc”. Na abordagem Tradi-
cional um dos pontos marcantes é a difusão dos conhecimentos acumulados
pela humanidade ao longo dos tempos, deixando pouca abertura ao debate
e ao enfrentamento de novas questões.
Sobre a Escola Tradicional Mizukami (1986, p. 14) oferece importantes
subsídios para confirmar o acima mencionado ao afirmar que “[...] o pro-
fessor detém os meios coletivos de expressão. As relações que se exercem
na sala de aula são feitas longitudinalmente, em função do mestre e de seu
comandado”.
Sob essa perspectiva, o aluno para ser considerado conhecedor do
conteúdo e conseguir aprovação teria que submeter-se às avaliações do
professor, que aconteciam de forma mecânica e decorativa, pois como de-
tentor dos métodos e conteúdo, era ele quem comandava a relação. Outro
ponto relevante no processo ensino/aprendizagem no que tange à Escola
Tradicional diz respeito ao conteúdo.
Para os adeptos desta escola, o que se entendia por conteúdo e conhe-
cimento é sintetizado nas palavras de Libâneo (1990, p. 25),
“[...] o conhecimento resulta da ação a partir dos interesses e
necessidades, os conteúdos de ensino são estabelecidos em função
de experiências que o sujeito vivencia frente a desafios cognitivos e
situações problemáticas”.
A metodologia, indissociável dos elementos relação professor-aluno
e conteúdo, têm, no entanto, como traço marcante a hierarquia, em que o
docente detém a autoridade no desenvolvimento das atividades; exige res-
peito, obediência e atitude passiva de seus alunos sala de aula. A metodologia
empregada por essa escola baseia-se
[...] na exposição verbal da matéria e/ou demonstração. Tanto a
exposição quanto a análise são feitas pelo professor, observados
os seguintes passos: a) preparação do aluno (definição do trabalho,
recordação da matéria anterior, despertar interesse); b) apresentação
(realce de pontos chaves, demonstração); c) associação (combinação do
conhecimento novo com o já conhecido por comparação e abstração);
d) generalização (dos aspectos particulares chega-se ao conceito geral, é
a exposição sistematizada); e) aplicação (explicação de fatos adicionais
e/ou resolução de exercícios). (LIBÂNEO, 1990, p. 24).
A metodologia mantém sintonia com todo o sistema da Escola Tradi-
cional, uma vez que é desenvolvida de forma autoritária e repetitiva com
prevalência da figura do docente. Nessa abordagem dá-se pouca margem
à crítica e questionamentos por parte dos alunos, a maior preocupação é
com o desenvolvimento do conteúdo.
11
Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1
No que diz respeito à avaliação, a metodologia toma contorno próprio,
uma vez que nesta fase há uma interação entre discente e docente, cabendo a
este último a formulação de perguntas, que o primeiro se limitava responder,
assim, a aferição da aprendizagem do aluno transcorria dessa forma.
No dizer de Mizukami (1986, p. 17), “[...] a avaliação é realizada pre-
dominantemente visando à exatidão da reprodução do conteúdo comu-
nicado em sala de aula”. Portanto, media-se o aprendizado do aluno de
acordo com a exatidão com que o mesmo reproduz os conteúdos que o
mestre passa em sala de aula, segundo o modelo autoritário e hierárquico,
com pouca margem de indagações.
De acordo com todo o contexto desta abordagem pode-se concluir que
as ações do professor são orientadas a partir das suas experiências de vida
adquirida ao longo dos anos, ou seja, pela sua ótica pessoal de ver o mundo.
Isso se dá pelo fato de essa escola primar mais pelos processos mentais e
de conhecimento do que pelas atividades organizadas racionalmente.
Em todas as suas vertentes, na relação professor/aluno, metodologia,
conteúdo e avaliação, têm destaque especial à figura do docente, é neste
contexto que surge a Abordagem Comportamentalista.
ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA
Na abordagem comportamentalista, o homem é visto como produto
do meio e está sujeito às eventualidades deste, sendo assim, o conhecimento
surge da realidade externa que já estava presente no mundo (MIZUKAMI,
1986). Neste contexto, o homem é concebido como integrante dessa so-
ciedade e está sujeito a ser manipulado e controlado por meio da recepção
do conhecimento, cujos pilares foram impostos pela parcela da sociedade
que decide os rumos e os objetivos da educação (SANTOS, 2005).
No dizer de Libâneo (1990), o conhecimento, a habilidade e o compor-
tamento devem ser repassados por meio da experimentação e os padrões
devem ser estruturados e controlados visando alcançar os objetivos proposto
pelo sistema comportamentalista.
Para obter êxito neste sistema Pettengill et. al. (1998, p. 21), acentua
que são necessários “[...] reforços que podem ser positivos de forma a se
condicionar o aluno a apresentar respostas ou comportamentos desejáveis,
ou negativos para levar à extinção uma resposta indesejável apresentada
pelo aluno”.
Nessa abordagem o docente é visto como planejador do ensino e
da aprendizagem; ele trabalha no sentido de obter maior produtividade e
eficiência no processo, objetivando maximizar o desempenho do educando.
O educador como analista do processo busca criar ambientes favoráveis
para a aplicação de uma metodologia que pudesse aumentar a chance do
educando repetir o que aprendeu durante o processo ensino/aprendizagem.
12
Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II
Ainda de acordo com essa abordagem em se tratando da relação
professor/aluno Mizukami (1986) afirma que o controle científico da
educação no processo de aprendizagem caberia aos discentes, e aos do-
centes competia a responsabilidade de projetar e desenvolver as normas de
ensino e aprendizagem com o propósito de potencializar o desempenho
dos discentes na tentativa de economizar tempo, esforço e custo.
Para atingir suas metas os docentes usavam estratégias consideradas,
incentivos tais como: elogios por determinado comportamento, por tirar
boas notas, por se sobressair em relação aos colegas e por conseguir deter-
minados prestígios. No tocante aos alunos aquém dos objetivos traçados,
o processo era inverso, ou seja, ficavam excluídos.
A relação professor/aluno na abordagem Comportamentalista pode ser
resumida como estruturada e objetiva; nela os papeis são bem definidos; o
relacionamento é exclusivamente técnico, visando garantir a eficiência e a
eficácia da transmissão de conhecimentos com o menor grau de afetividade
na relação.
Outro ponto relevante no processo ensino/aprendizagem no que
se refere à Abordagem Comportamentalista diz respeito aos conteúdos
pedagógicos que dentro desta teoria são cientificamente explorados,
procuram formar indivíduos competentes para o mercado de trabalho.
Para isso, os educadores buscavam transmitir conteúdos eficientes e
informações precisas, objetivas e eficazes.
Segundo Mizukami (1986), na abordagem Comportamentalista os
conteúdos ministrados pelo docente em sala de aula têm o intuito de apri-
morar os alunos, sendo esses moldados de acordo com os conhecimentos
transmitidos pelos docentes, por meio de informações e reflexões, realizadas
por tecnologias educacionais.
Nessa abordagem, o uso dos recursos tecnológicos no processo ensino/
aprendizagem possibilitava que o docente até certo ponto ficasse livre de
várias tarefas, permitindo que tivesse maior controle das contingências em
sala de aula, uma vez que a sua função seria a de acompanhar e observar
o desenvolvimento dos alunos. Outra questão importante a ser explorada,
ainda que sucintamente, diz respeito à metodologia aplicada na educação
comportamentalista, considerada muito ampla, pois, nesta abordagem é
aplicada a tecnologia educacional como estratégia de ensino utilizando-se
técnicas como formas de reforço na relação professor/aluno.
Por conseguinte, pode-se entender que a metodologia empregada
pela Escola Comportamentalista se baseava em técnicas necessárias para o
controle da qualidade objetivando assegurar a transmissão/recepção de in-
formações. A tecnologia existente era amplamente utilizada em sala de aula.
Ainda a respeito dessa abordagem Mizukami (1986, p. 34), afirma que
na visão dos estudiosos comportamentalistas, “[...] a avaliação consiste, nesta
abordagem, em se constatar se o aluno aprendeu e atingiu os objetivos pro-
13
Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1
postos quando o programa foi conduzido até o final de forma adequada”.
Ainda podem ser notados traços da Escola Tradicional no método avaliativo
da Escola Comportamentalista, uma vez que em ambas a única forma de
se aferir o aprendizado é pelo sistema de avaliação.
A mesma autora constatou que a avaliação ocorria no início do processo
ensino/aprendizagem, como um pré-teste, lembrando que era necessário
conhecer os comportamentos precedentes para planejar e efetuar as etapas
subsequentes. No transcorrer do processo, com os objetivos finais e in-
termediários já definidos, era realizada nova avaliação, com o intuito de
arranjar contingências de reforços para os próximos comportamentos a
serem modelados.
Para se chegar ao entendimento acima pode se dizer que a metodologia
da abordagem Comportamentalista foi criada a partir de princípios derivados
das análises experimentais do comportamento, com grande quantidade de
pesquisas básicas e aplicadas nesse campo. Só por meio desse método foi
possível a elaboração de tecnologias de ensino que também eram alimen-
tadas com dados para a própria análise comportamental.
Pode-se concluir que a rigidez da Escola Tradicional em muitos pontos
foi superada, no entanto, a própria evolução da sociedade estava a exigir
um novo modelo de ensino, que diminuísse ainda mais a distância entre
o contexto histórico cultural bem como entre o professor/aluno. A partir
desta nova perspectiva surgem outros movimentos em prol de uma escola
que atendesse as necessidades dos discentes, dentre eles, têm-se a proposta
da Abordagem Sócio-Cultural.
ABORDAGEM SÓCIO-CULTURAL
A abordagem Sócio-Cultural surgiu a partir de uma análise crítica da
realidade social sustentada pelos fins sociopolíticos da educação. Essa
abordagem abomina toda forma de autoritarismo e dominação, defende
a conscientização como processo a ser conquistado pelo ser humano, por
meio da problematização da sua própria realidade, teve como defensor no
Brasil, o professor Paulo Freire.
Esta ideia revolucionária visava à transformação da sociedade, aprego-
ando que a educação, atuando de forma solitária não conseguiria semelhante
escopo apesar de considerá-la uma ferramenta importante e fundamental
nesse processo. O êxito dessa Escola dependeria da adesão de grande
parcela dos educadores, no entanto, o primeiro passo estava sendo dado.
A abordagem Sócio-cultural, conhecida atualmente também como
Teoria Freireana ou Pedagogia Progressista Libertadora, mesmo que no
pensar de alguns, seja algo ilusório, é uma corrente visionária, sendo possível
de ser concretizada. No entanto, a humanidade terá de adquirir um grau
maior de compreensão e discernimento para aplicação em sua totalidade.
14
Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II
Segundo Freire (2003), o docente e o discente são sujeitos de um processo
em que crescem juntos, porque “[...] ninguém educa ninguém, ninguém se
educa; os homens se educam na relação, na interação uns com os outros inter-
mediados pelo mundo”. O diálogo é a essência dessa educação revolucionária.
E no ensino não é diferente, quando se trata da relação professor/aluno.
A Teoria de Paulo Freire (2003) no que se refere à relação professor/
aluno diz que:
[...] o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto
educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado,
também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo
em que crescem juntos e em que os ‘argumentos de autoridade’
já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se
necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas. Deste
modo, o educador problematizador re-faz, constantemente, seu ato
cognoscente, na cognoscibilidade dos educandos. Estes, em lugar
de serem recipientes dóceis de depósitos, são agora investigadores
críticos, em diálogos com o educador, investigador crítico, também.
(FREIRE, 2003, p. 68- 69).
Para atestar a ideia de Paulo Freire, Libâneo (1990) fala da relação pro-
fessor/aluno, e segundo o autor, é nessa abordagem que se utiliza o diálogo
como método principal e a relação acontece de forma horizontal. Aqui o
docente e o discente se posicionam como sujeitos do ato de conhecimento,
praticando a ideia de que o bom relacionamento proporcionará ao educa-
dor a oportunidade de conhecer o educando e com isso passará a ter maior
identificação com o mesmo, sem perder a consistência da relação pedagógica.
Segundo Freire (2003), no que diz respeito aos conteúdos, no momento
em que o educador estuda sobre um determinado assunto e se apropria
dele com um entendimento crítico, em diálogo com seus educandos apre-
sentando “[...] aos educandos, como objeto de sua “ad-miração”, o conteúdo,
qualquer que ele seja, do estudo a ser feito, “re-ad-mira”, a “ad-miração” que
antes fez, na “ad-miração” que fazem os educandos”(FREIRE, 2003, p. 69).
Nessa Escola os conteúdos tradicionais são ignorados, porque cada
educando, cada grupo envolvido na ação didática traz dentro de si os
conteúdos necessários para se iniciar uma performance educativa. Os
conteúdos previamente desenvolvidos sedem espaço a uma nova forma
de compreensão da realidade.
Essa ideia revolucionária de Paulo Freire de criar um método que visa
o diálogo como prática da liberdade implica em criar uma metodologia que
não pode contradizer nesse universo temático a dialogicidade da educação
libertadora. Desta forma essa abordagem “sendo dialógica e conscientiza-
dora, proporciona não só a apreensão dos temas geradores, mas a consci-
entização desses”. (MIZUKAMI, 1986, p.101).
15
Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1
A metodologia usada por Paulo Freire para propagar o ensino da leitura
inicia-se na codificação que consiste em figuras específicas, desenhos repre-
sentativos de uma situação vivenciada autêntica, ou de um caso criado pelo
educando. “Ao elaborar essa representação, os alunos realizam uma operação
de distanciamento do objeto cognoscível”. (MIZUKAMI, 1986, p. 100).
Desta forma, ao se afastar do objeto cognoscível os educandos se ha-
bilitam e passam a conhecer o seu objeto de estudo e com isso docentes e
discentes poderão analisar e refletir juntos, simultaneamente, de um modo
crítico, os elementos que os mediatizam. Eis então a síntese da base do
método Paulo Freire: no descobrimento conjunto do discente e docente a
partir da realidade social observada.
Na abordagem Sócio-Cultural, a avaliação ou qualquer processo que
exige muita formalidade tais como, notas, exames, avaliação oral e tantas
outras, que para alguns educadores e teóricos de outras escolas são de
extrema importância, para os adeptos da Teoria Libertadora não fazem
sentido, visto que em seu processo avaliativo tanto os discentes como os
docentes terão conhecimento das suas dificuldades e dos seus progressos.
Na abordagem Sócio-Cultural, o ensino é visto como uma analogia de
troca entre discentes e docentes em que ambos aprendem juntos durante
o processo de aprendizagem. Dessa forma, a avaliação formal deixa de
ter sentido, perde seu caráter de cobrança, passando a fazer parte de uma
reflexão problematizadora grupal, quando os feitos retornam para os edu-
candos, para que juntos educador/educando possam retomar o processo
de ensino/aprendizagem.
ABORDAGEM HISTÓRICO-CRÍTICA
A Escola Pedagógica Histórico-Crítica baseia-se na dialeticidade do
conhecimento, ou seja, parte-se da prática, perpassando pela teoria para
novamente retornar à prática. Tem como postulado que a gênese do conhe-
cimento é o mundo real, negando a teoria que defende que este se origina
das ideias (Idealismo).
Nessa visão a Teoria Histórico-Critica apregoa a participação ativa do
discente na sociedade uma vez que “[...] a atuação da escola consiste
na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições,
fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos
e da socialização, para uma participação organizada e ativa na
democratização da sociedade”. (LIBÂNEO, 1990, p. 39).
Buscando acentuar assim, ações na sociedade, avigorando valores e
colaborando com a mesma. De acordo com a tendência Progressista de-
nominada por Libâneo como “Critico-Social-dos-Conteúdos” no que se
refere à relação professor/aluno, acredita que o conhecimento é resultado
16
Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II
do feedback que há na interação entre o meio externo e o discente, sendo
o docente mediador deste processo que abrange o meio natural, social e
cultural.
Sendo assim, na Teoria Histórico-Crítica,
“[...] a relação pedagógica consiste no provimento das condições em
que professores e alunos possam colaborar para fazer progredir essas
trocas. O papel do adulto é insubstituível, mas acentua-se também a
participação do aluno no processo” (LIBÂNEO, 1990, p. 41).
Assim, cabe ao docente decodificar e selecionar os conhecimentos
historicamente conhecidos de acordo com as necessidades dos grupos
estudantis, escolhendo o mais adequado às exigências dos grupos. Os
conteúdos são escolhidos não pelo imediatismo das necessidades de cada
aluno, e elas não devem ser critérios definidores do conteúdo a ser ensina-
dos aos discentes.
Segundo Saviani (2000) a metodologia da escola Histórico-Critica pode
ser organizada em cinco passos, que são: prática social inicial; problematiza-
ção; instrumentalização; catarse (Saviani se inspirou na ideia de Gramsci),
retornando assim à prática social final do conteúdo.
Esse último deve ser ministrado em caráter de generalidade absoluta
de acordo com a especificidade local, ou seja, os conteúdos são escolhidos
e ministrados conforme as necessidades.
Na Abordagem Histórico-Crítica a prática social é vista como o pri-
meiro passo que consiste no contato inicial que o discente mantém com o
conteúdo que será ministrado pelo docente. Segundo esta escola os discentes
têm uma visão empírica, de senso comum, normalmente um tanto confusa,
sincrética, em que todos os acontecimentos são visto por eles como naturais.
O segundo passo na Abordagem Histórico-Crítica é o que se constitui
na ligação entre a Prática Social é a problematização. É quando se iden-
tifica os principais problemas colocados pela prática social. “Trata-se de
detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da Prática Social
e, em conseqüência, que conhecimento é necessário dominar” (SAVIANI,
2000, p. 71).
Em seguida o terceiro passo que é a instrumentalização, etapa que,
segundo Saviani (2000, p. 71) consiste na apreensão “dos instrumentos
teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados
na prática social. [...] Trata-se da apropriação pelas camadas populares das
ferramentas culturais necessárias à luta que travam diuturnamente para se
libertar das condições de exploração em que vivem”.
O quarto passo da Metodologia Histórico-Crítica, a catarse, refere-se ao
momento da expressão elaborada da nova forma de entendimento
da prática social a que se ascendeu. [...] é a passagem da síncrese à
17
Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1
síntese. em conseqüência, manifesta-se nos alunos a capacidade de
expressarem uma compreensão da prática em termos tão elaborados
quanto era possível ao professor (SAVIANI, 2000, p. 72).
O último passo da Metodologia Histórico-Crítica refere-se ao retorno
à prática social final. Assim, [...] a prática social referida no ponto de partida
(primeiro passo) e no ponto de chegada (quinto passo) é e não é a mesma.
É a mesma, uma vez que é ela própria que constitui ao mesmo tempo o
suporte e o contexto, o pressuposto e o alvo, o fundamento e a finalidade
da prática pedagógica. E não é a mesma, se considerarmos que o modo de
nos situarmos em seu interior se alterou qualitativamente pela mediação
da ação pedagógica. (SAVIANI, 2000, p. 72- 73).
Sendo assim pode-se concluir que, de acordo com as circunstâncias, a
avaliação pode ser realizada de maneira informal, ou formal, é neste mo-
mento que são organizados os instrumentos e definidos os critérios que
demonstram o quanto o aluno se apropriou de um conteúdo particular bem
como uma parte do todo social.
CONCLUSÃO
De acordo com o que foi exposto, pode-se perceber o quanto é impor-
tante que o docente tenha o conhecimento teórico das principais abordagens
do processo ensino/aprendizagem, bem como a sensibilidade de saber qual
delas pode potencializar seu trabalho no caso concreto, caso as exigências
para o aprendizado se tornarem imperativas.
Um dos desafios que a educação vem enfrentando atualmente é acom-
panhar e saber lidar com a velocidade das evoluções e as diversidades. O
docente conservador, que servia de referência ao profissional da educação
passa agora a ser repensado para que o novo paradigma possa conjugar
os pontos positivos do antigo modelo somado ao que se vem construindo
nas últimas décadas. Não é o caso de jogar o antigo conceito no lixo, e sim
de saber discernir o que é útil para o desenvolvimento das atividades de
forma produtiva.
Pode-se concluir que o docente deve ter habilidade para não engessar sua
práticaeducativa,masinstigarosdiscentesanãoficaradstritoaosconhecimentos
adquiridos em sala de aula, incentivando-os a criar por meio de questionamentos
e da pesquisa, o senso crítico de sociedade e de mundo.
Desta forma, torna-se cada vez mais necessário ao profissional da
educação o conhecimento teórico das abordagens do processo de ensino/
aprendizagem, como ponto de partida de sua prática educativa, alicerce em
que o educador poderá edificar seu desenvolvimento pedagógico, somando-
se aos conhecimentos práticos que o cotidiano lhe proporciona, podendo
assim, aplicar com a máxima eficiência os conteúdos em sala de aula.
18
Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II
RESUMO
O processo ensino/aprendizagem tem sido motivo de discussões, de-
bates e pesquisas, com a intenção de potencializar a qualidade da educação.
Destarte, esta revisão teórica teve como objetivo compreender as aborda-
gens Tradicional, Comportamentalista, Sócio-Cultural e Histórico-Crítica,
que tem norteado o trabalho dos docentes. Para essa compreensão definiu-se
por elencar e analisar quatro categorias que compõe o processo ensino/
aprendizagem, a saber: relação docente/discente, conteúdo, metodologia
e avaliação escolar. Os resultados obtidos pela pesquisa evidenciaram que
há muito ainda para se conhecer neste campo, pois o profissional da edu-
cação não pode ficar alheio às mudanças ocorridas em seu meio e em seu
entorno, uma vez que o dinamismo universal tem favorecido o repensar
de velhos paradigmas.
É neste contexto que o docente deverá estar inserido, como agente
transformador, oportunidade em que o conhecimento teórico e prático
obtido ao longo dos anos irá repercutir na comunidade acadêmica e na
sociedade.
ATIVIDADES
Após a leitura do capítulo faça reflexões sobre as abordagens apresentadas
e construa um texto explicitando os aspectos positivos e negativos de cada
uma delas.
COMENTÁRIOS SOBRE AS ATIVIDADES
Para aprofundar o conhecimento sobre as abordagens e tendências
do processo de ensino e aprendizagem, pesquisem na internet outros
artigos sobre esta temática.
AUTO-AVALIAÇÃO
Qual a importância do conhecimento das diversas abordagens para o
ensino de Ciências e Biologia?
19
Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1
PRÓXIMA AULA
Na aula seguinte iremos abordar as estratégias didáticas que podem ser
utilizadas para o desenvolvimento da atividade docente.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 36. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2003.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a pedagogia
crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1990.
MIZUKAMI, Maria das Graças Nicoletti. Ensino: as abordagens do pro-
cesso. São Paulo: EPU, 1986.
PETTENGILL, M.A.M. et. al. O professor de enfermagem frente às
tendências pedagógicas. Uma breve reflexão. Rev. Esc. Enf. USP, v.32,
n.1, p.16-26, abr. 1998. Disponível em: <http://www.ee.usp.br/reeusp/
upload/pdf/398.pdf>. Acessado em: 08 dez. 2009.
SANTOS, Roberto Vatan dos. Abordagem do processo de ensino e
aprendizagem. 2005. Disponível em: < ftp://ftp.usjt.br/pub/revint/19_40.
pdf>. Acessado em: 15 jan. 2010.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curva-
tura da vara, onze teses sobre educação e política. 33. ed. Campinas, SP:
Autores Associados, 2000.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Realidade do ensino por investigação na práxis dos professores dos anos inici...
Realidade do ensino por investigação na práxis dos professores dos anos inici...Realidade do ensino por investigação na práxis dos professores dos anos inici...
Realidade do ensino por investigação na práxis dos professores dos anos inici...Ronaldo Santana
 
Caderno da Coord. Dom Bosco - Fund. I
Caderno da Coord. Dom Bosco - Fund. ICaderno da Coord. Dom Bosco - Fund. I
Caderno da Coord. Dom Bosco - Fund. Iblog2012
 
Um relato de experiência no ensino da genética
Um relato de experiência no ensino da genéticaUm relato de experiência no ensino da genética
Um relato de experiência no ensino da genéticaLeonor
 
O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE: DILEMAS, CONFLITOS E APRENDIZAGENS DE ALUNOS C...
O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE: DILEMAS, CONFLITOS E APRENDIZAGENS DE ALUNOS C...O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE: DILEMAS, CONFLITOS E APRENDIZAGENS DE ALUNOS C...
O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE: DILEMAS, CONFLITOS E APRENDIZAGENS DE ALUNOS C...ProfessorPrincipiante
 
41ae1f55da98d0.pdfmet ciencias
41ae1f55da98d0.pdfmet ciencias41ae1f55da98d0.pdfmet ciencias
41ae1f55da98d0.pdfmet cienciasEGLANTINE Andrade
 
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos IniciaisTrabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciaisluciany-nascimento
 
PCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de CiênciasPCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de Ciênciasfimepecim
 
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamentalResumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamentalDaniella Bezerra
 
Ciências naturais no terceiro ciclo
Ciências naturais no terceiro cicloCiências naturais no terceiro ciclo
Ciências naturais no terceiro ciclopibidbio
 
Ciências naturais no quarto ciclo
Ciências naturais no quarto cicloCiências naturais no quarto ciclo
Ciências naturais no quarto ciclopibidbio
 
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações queA aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações quepibidbio
 
Orientações didáticas - terceiro e quarto ciclo de Ciência Naturais
Orientações didáticas -  terceiro e quarto ciclo de Ciência NaturaisOrientações didáticas -  terceiro e quarto ciclo de Ciência Naturais
Orientações didáticas - terceiro e quarto ciclo de Ciência Naturaispibidbio
 
Instrumentação para o Ensino de Biologia I
Instrumentação para o Ensino de Biologia IInstrumentação para o Ensino de Biologia I
Instrumentação para o Ensino de Biologia IMary Carneiro Rezende
 
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de AprendizagemO uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de AprendizagemGeorge Gomes
 
PCN de Ciencias Naturais e Biologia
PCN de Ciencias Naturais e BiologiaPCN de Ciencias Naturais e Biologia
PCN de Ciencias Naturais e BiologiaMario Amorim
 
Pesquisa Formação Online de Professores
Pesquisa Formação Online de ProfessoresPesquisa Formação Online de Professores
Pesquisa Formação Online de ProfessoresValmir Heckler
 
Perspectivas de professores sobre o ensino experimental das ciências no 1º Ciclo
Perspectivas de professores sobre o ensino experimental das ciências no 1º CicloPerspectivas de professores sobre o ensino experimental das ciências no 1º Ciclo
Perspectivas de professores sobre o ensino experimental das ciências no 1º CicloMarisa Correia
 

Mais procurados (19)

Realidade do ensino por investigação na práxis dos professores dos anos inici...
Realidade do ensino por investigação na práxis dos professores dos anos inici...Realidade do ensino por investigação na práxis dos professores dos anos inici...
Realidade do ensino por investigação na práxis dos professores dos anos inici...
 
Caderno da Coord. Dom Bosco - Fund. I
Caderno da Coord. Dom Bosco - Fund. ICaderno da Coord. Dom Bosco - Fund. I
Caderno da Coord. Dom Bosco - Fund. I
 
Um relato de experiência no ensino da genética
Um relato de experiência no ensino da genéticaUm relato de experiência no ensino da genética
Um relato de experiência no ensino da genética
 
Portifólio clicia
 Portifólio clicia Portifólio clicia
Portifólio clicia
 
O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE: DILEMAS, CONFLITOS E APRENDIZAGENS DE ALUNOS C...
O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE: DILEMAS, CONFLITOS E APRENDIZAGENS DE ALUNOS C...O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE: DILEMAS, CONFLITOS E APRENDIZAGENS DE ALUNOS C...
O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE: DILEMAS, CONFLITOS E APRENDIZAGENS DE ALUNOS C...
 
41ae1f55da98d0.pdfmet ciencias
41ae1f55da98d0.pdfmet ciencias41ae1f55da98d0.pdfmet ciencias
41ae1f55da98d0.pdfmet ciencias
 
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos IniciaisTrabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
 
PCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de CiênciasPCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de Ciências
 
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamentalResumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
 
Ciências naturais no terceiro ciclo
Ciências naturais no terceiro cicloCiências naturais no terceiro ciclo
Ciências naturais no terceiro ciclo
 
Ciências naturais no quarto ciclo
Ciências naturais no quarto cicloCiências naturais no quarto ciclo
Ciências naturais no quarto ciclo
 
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações queA aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
 
Orientações didáticas - terceiro e quarto ciclo de Ciência Naturais
Orientações didáticas -  terceiro e quarto ciclo de Ciência NaturaisOrientações didáticas -  terceiro e quarto ciclo de Ciência Naturais
Orientações didáticas - terceiro e quarto ciclo de Ciência Naturais
 
Instrumentação para o Ensino de Biologia I
Instrumentação para o Ensino de Biologia IInstrumentação para o Ensino de Biologia I
Instrumentação para o Ensino de Biologia I
 
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de AprendizagemO uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
 
PCN de Ciencias Naturais e Biologia
PCN de Ciencias Naturais e BiologiaPCN de Ciencias Naturais e Biologia
PCN de Ciencias Naturais e Biologia
 
Pesquisa Formação Online de Professores
Pesquisa Formação Online de ProfessoresPesquisa Formação Online de Professores
Pesquisa Formação Online de Professores
 
Perspectivas de professores sobre o ensino experimental das ciências no 1º Ciclo
Perspectivas de professores sobre o ensino experimental das ciências no 1º CicloPerspectivas de professores sobre o ensino experimental das ciências no 1º Ciclo
Perspectivas de professores sobre o ensino experimental das ciências no 1º Ciclo
 
Pedagogia do movimento humano: pesquisa do ensino e da preparação profissional
Pedagogia do movimento humano: pesquisa do ensino e da preparação profissionalPedagogia do movimento humano: pesquisa do ensino e da preparação profissional
Pedagogia do movimento humano: pesquisa do ensino e da preparação profissional
 

Semelhante a 16573219092012 didatica especial_para_o_ensino_de_ciencias_e_biologia_ii_aula_01

Mudanças nas conceções e práticas de professores. Dois estudos com professore...
Mudanças nas conceções e práticas de professores. Dois estudos com professore...Mudanças nas conceções e práticas de professores. Dois estudos com professore...
Mudanças nas conceções e práticas de professores. Dois estudos com professore...Marisa Correia
 
PIBIDCIÊNCIAS: ANALISANDO OS RESULTADOS DE UM PERCURSO FORMATIVO DE INICIAÇÃO...
PIBIDCIÊNCIAS: ANALISANDO OS RESULTADOS DE UM PERCURSO FORMATIVO DE INICIAÇÃO...PIBIDCIÊNCIAS: ANALISANDO OS RESULTADOS DE UM PERCURSO FORMATIVO DE INICIAÇÃO...
PIBIDCIÊNCIAS: ANALISANDO OS RESULTADOS DE UM PERCURSO FORMATIVO DE INICIAÇÃO...ProfessorPrincipiante
 
Ciências da natureza
Ciências da naturezaCiências da natureza
Ciências da naturezaalaecioramos
 
Portfolio prática morfofisio final
Portfolio prática  morfofisio finalPortfolio prática  morfofisio final
Portfolio prática morfofisio finalRegis Ferreira
 
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamentalResumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamentalDaniella Bezerra
 
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...Valmir Heckler
 
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem químicaA construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem químicaGiseli Capaci
 
O ensino de ciências e suas metodológias
O ensino de ciências e suas metodológiasO ensino de ciências e suas metodológias
O ensino de ciências e suas metodológiasRenato De Souza Abelha
 
Ensinar ciências por investigação. em que estamos de acordo.
Ensinar ciências por investigação. em que estamos de acordo.Ensinar ciências por investigação. em que estamos de acordo.
Ensinar ciências por investigação. em que estamos de acordo.Samuel Robaert
 
Sequencia didatica edu_ambiental_ctsa_doloresalbino_2018
Sequencia didatica edu_ambiental_ctsa_doloresalbino_2018Sequencia didatica edu_ambiental_ctsa_doloresalbino_2018
Sequencia didatica edu_ambiental_ctsa_doloresalbino_2018zetinha
 
Metodologia das ciências naturais
Metodologia das ciências  naturaisMetodologia das ciências  naturais
Metodologia das ciências naturaisIsrael serique
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1sprofessora de geografia
 
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014professora de geografia
 
Modalidade didática
Modalidade didáticaModalidade didática
Modalidade didáticapibidbio
 

Semelhante a 16573219092012 didatica especial_para_o_ensino_de_ciencias_e_biologia_ii_aula_01 (20)

Livro metodologia 29_04_15
Livro metodologia 29_04_15Livro metodologia 29_04_15
Livro metodologia 29_04_15
 
RELA
RELARELA
RELA
 
Portifólio adriana
 Portifólio   adriana Portifólio   adriana
Portifólio adriana
 
Mudanças nas conceções e práticas de professores. Dois estudos com professore...
Mudanças nas conceções e práticas de professores. Dois estudos com professore...Mudanças nas conceções e práticas de professores. Dois estudos com professore...
Mudanças nas conceções e práticas de professores. Dois estudos com professore...
 
PIBIDCIÊNCIAS: ANALISANDO OS RESULTADOS DE UM PERCURSO FORMATIVO DE INICIAÇÃO...
PIBIDCIÊNCIAS: ANALISANDO OS RESULTADOS DE UM PERCURSO FORMATIVO DE INICIAÇÃO...PIBIDCIÊNCIAS: ANALISANDO OS RESULTADOS DE UM PERCURSO FORMATIVO DE INICIAÇÃO...
PIBIDCIÊNCIAS: ANALISANDO OS RESULTADOS DE UM PERCURSO FORMATIVO DE INICIAÇÃO...
 
RBEFE, v. 27, supl. 7, 2013
RBEFE, v. 27, supl. 7, 2013RBEFE, v. 27, supl. 7, 2013
RBEFE, v. 27, supl. 7, 2013
 
Ciências da natureza
Ciências da naturezaCiências da natureza
Ciências da natureza
 
Portfolio prática morfofisio final
Portfolio prática  morfofisio finalPortfolio prática  morfofisio final
Portfolio prática morfofisio final
 
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamentalResumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
Resumo parâmetros curriculares nacionais ciências naturais no ensino fundamental
 
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
 
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem químicaA construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
 
O ensino de ciências e suas metodológias
O ensino de ciências e suas metodológiasO ensino de ciências e suas metodológias
O ensino de ciências e suas metodológias
 
Vt6[1]
Vt6[1]Vt6[1]
Vt6[1]
 
Ensinar ciências por investigação. em que estamos de acordo.
Ensinar ciências por investigação. em que estamos de acordo.Ensinar ciências por investigação. em que estamos de acordo.
Ensinar ciências por investigação. em que estamos de acordo.
 
Sequencia didatica edu_ambiental_ctsa_doloresalbino_2018
Sequencia didatica edu_ambiental_ctsa_doloresalbino_2018Sequencia didatica edu_ambiental_ctsa_doloresalbino_2018
Sequencia didatica edu_ambiental_ctsa_doloresalbino_2018
 
Metodologia das ciências naturais
Metodologia das ciências  naturaisMetodologia das ciências  naturais
Metodologia das ciências naturais
 
Portfólio deiseane
Portfólio deiseanePortfólio deiseane
Portfólio deiseane
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
 
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
 
Modalidade didática
Modalidade didáticaModalidade didática
Modalidade didática
 

Último

Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometriajucelio7
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Vitor Mineiro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.pptErnandesLinhares1
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxssuserf54fa01
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 

Último (20)

Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometria
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 

16573219092012 didatica especial_para_o_ensino_de_ciencias_e_biologia_ii_aula_01

  • 1. Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II São Cristóvão/SE 2011 Gláucia da Conceição Lima Glauber Santana de Sousa
  • 2. Elaboração de Conteúdo Gláucia da Conceição Lima Glauber Santana de Sousa Lima, Gláucia da Conceição. L732d Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II/ Gláucia da Conceição Lima, Glauber Santana de Sousa -- São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2011. 1. Educação. 2. Métodos de ensino. 3. Biologia. 4. Ciências. 5. Aprendizem. 6. Ensino. I. Sousa, Glauber Santana de. II. Título. CDU 37.02:57 Copyright © 2011, Universidade Federal de Sergipe / CESAD. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização por escrito da UFS. Ficha catalográfica produzida pela Biblioteca Central Universidade Federal de Sergipe Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II Projeto Gráfico Neverton Correia da Silva Nycolas Menezes Melo Capa Hermeson Alves de Menezes Diagramação Neverton Correia da Silva Copydesk Flávia Ferreira da Silva
  • 3. Presidente da República Dilma Vana Rousseff Ministro da Educação Aloízio Mercadante Oliva Diretor de Educação a Distância João Carlos Teatini Souza Clímaco Reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho Vice-Reitor Angelo Roberto Antoniolli Chefe de Gabinete Ednalva Freire Caetano Coordenador Geral da UAB/UFS Diretor do CESAD Antônio Ponciano Bezerra coordenador-adjunto da UAB/UFS Vice-diretor do CESAD Fábio Alves dos Santos Diretoria Pedagógica Clotildes Farias de Sousa (Diretora) Diretoria Administrativa e Financeira Edélzio Alves Costa Júnior (Diretor) Sylvia Helena de Almeida Soares Valter Siqueira Alves Coordenação de Cursos Djalma Andrade (Coordenadora) Núcleo de Formação Continuada Rosemeire Marcedo Costa (Coordenadora) Núcleo de Avaliação Hérica dos Santos Matos (Coordenadora) Núcleo de Tecnologia da Informação João Eduardo Batista de Deus Anselmo Marcel da Conceição Souza Raimundo Araujo de Almeida Júnior Assessoria de Comunicação Guilherme Borba Gouy Coordenadores de Curso Denis Menezes (Letras Português) Eduardo Farias (Administração) Paulo Souza Rabelo (Matemática) Hélio Mario Araújo (Geografia) Lourival Santana (História) Marcelo Macedo (Física) Silmara Pantaleão (Ciências Biológicas) Coordenadores de Tutoria Edvan dos Santos Sousa (Física) Raquel Rosário Matos (Matemática) Ayslan Jorge Santos da Araujo (Administração) Carolina Nunes Goes (História) Viviane Costa Felicíssimo (Química) Gleise Campos Pinto Santana (Geografia) Trícia C. P. de Sant’ana (Ciências Biológicas) Laura Camila Braz de Almeida (Letras Português) Lívia Carvalho Santos (Presencial) Adriana Andrade da Silva (Presencial) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Cidade Universitária Prof. “José Aloísio de Campos” Av. Marechal Rondon, s/n - Jardim Rosa Elze CEP 49100-000 - São Cristóvão - SE Fone(79) 2105 - 6600 - Fax(79) 2105- 6474 NÚCLEO DE MATERIAL DIDÁTICO HermesonAlves de Menezes (Coordenador) Marcio Roberto de Oliveira Mendonça Neverton Correia da Silva Nycolas Menezes Melo
  • 4.
  • 5. Sumário AULA 1 Tendências e abordagens do processo de ensino e aprendizagem . 07 AULA 2 Estratégias didáticas ......................................................................... 21 AULA 3 As Reformas educacionais e o ensino de ciências ........................... 29 AULA 4 Aprendizagem significativa................................................................ 47 AULA 5 Mapas conceituais............................................................................. 59 AULA 6 Alfabetização científica...................................................................... 75 AULA 7 Pluralismo metodológico no ensino de ciências ................................103 AULA 8 O ensino de ciências por investigação............................................ 123 AULA 9 Projeto político pedagógico ............................................................. 141 AULA 10 Avaliação da aprendizagem ............................................................ 159
  • 6.
  • 7. Aula1 Gláucia da Conceição Lima Glauber Santana de Sousa TENDÊNCIAS E ABORDAGENS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM META Conhecer as principais abordagens do processo de ensino e aprendizagem. OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: - Conhecer as tendências pedagógicas educacionais; - Elencar características de cada tendência pedagógica estudada; - Refletir sobre as diferentes abordagens que podem ser utilizadas em sala de aula.
  • 8. 8 Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II INTRODUÇÃO Caro aluno: A ação do professor em sala de aula pode ser caracterizada dependendo da ênfase que ele dá ao processo de ensino e aprendizagem. Conhecer as tendências pedagógicas é importante para o professor que está construindo sua prática docente, pois cada tendência é marcada por características espe- cíficas e o professor vai se identificar com alguma tendência de acordo com suas percepções e concepções de mundo, sociedade, escola, homem, etc. Para Mizukami (1986), de acordo com cada teoria/proposta ou abordagem do processo ensino-aprendizagem, privilegia-se um ou outro aspecto do fenômeno educacional. Vale ressaltar que não é necessário estar preso a uma única tendência, mas sim buscar o melhor de cada uma fazendo sem- pre uma reflexão sobre sua utilização para melhor atender aos objetivos educacionais propostos. Para esta aula vamos utilizar um artigo que faz uma revisão bibliográfica sobre as abordagens do processo ensino/aprendizagem. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE AS ABORDAGENS DO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM Janete Alves da Silva (PG-UEMS) Profa. Dra. Doracina Aparecida de Castro Araujo (UEMS) Ao abordar o processo Ensino/Aprendizagem Mizukami (1986) diz que o mesmo tem sido analisado sob diferentes aspectos, sendo assim, várias são as formas de conceber o fenômeno do processo educativo e diversas são as interações entre eles, levando-se em consideração seus diversos componentes. Segundo Bigge (1977 apud PETTENGILL, et al., 1998, p.16), “[...] toda pessoa que ensina tem uma teoria de aprendizagem”, no pensamento desse autor a prática educativa não é alheia e autônoma à teoria. Ela está embasada em estudos científicos, ou em suas próprias concepções, ex- periências, crenças e valores de vida. Nota-se que as ações de um docente inerentes ao ensino são desenvolvidas e norteadas pelas representações que o mesmo tem da realidade, pelos objetivos que pretende atingir, muitas vezes, orientado pela sua concepção de educação. O educador precisa de desenvolvimento técnico para aprimorar o seu trabalho, para isso, é relevante encontrar um método que se adeque às suas necessidades, assim como, refletir continuamente sobre sua atuação e sua
  • 9. 9 Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1 prática educativa. Destarte, aborda-se nesta pesquisa, mesmo que de forma sucinta, algumas abordagens pedagógicas, a saber: Tradicional, Comporta- mentalista, Sócio-Cultural e a Histórico-Crítica, observando as categorias relação professor/aluno, conteúdo, metodologia e avaliação escolar. Assim, pretende-se compreender os fundamentos das abordagens pedagógicas que norteiam o trabalho dos docentes em sala de aula, para tanto, utilizou-se os estudos de Mizukami (1986), Freire (2003), Saviani (2000) e Libâneo (1990), dentre outros teóricos, por considerar a relevância desses estudiosos para a área educacional. Esta pesquisa bibliográfica se justifica pelo fato de o processo ensino/ aprendizagem ser motivo de discussões, debates e pesquisas na busca de reforçar esta unidade dialética, tendo como ambiente principal a sala de aula. De acordo com a história das abordagens uma das escolas precursoras na sistematização do processo ensino/aprendizagem é a Tradicional. ABORDAGEM TRADICIONAL Para iniciar a pesquisa acerca das diversas abordagens, é importante mencionar a escola em que a literatura especializada tem como precursora das diversas teorias pedagógicas até então existentes, a denominada de Tradicional pelos autores. Para Mizukami (1986, p. 17), a missão do pro- fessor na escola Tradicional é considerada “[...] catequética unificadora da escola” esse tipo de ensino, para a mesma autora, envolve “[...] programas minuciosos, rígidos e coercitivos. Exames seletivos, investidos de caráter sacramental”. Este tipo de ensino é criticado severamente por Paulo Freire (2003) que o chama de depósito bancário, pois considera que o aluno só recebe a informação e permanece passivo, pois entende que o saber se encontra na interação e na descoberta permanente. Quanto à relação professor/aluno, Mizukami (1986) menciona que na educação tradicional o aluno é considerado um mero expectador, realiza somente atividades que o docente, aqui visto como autoridade máxima, o manda cumprir. Todo o poder está centrado no docente, considerando assim, que o discente passa a conhecer o mundo a partir das experiências e da vivência daquele. Na relação professor/aluno impera o domínio do mestre que exige atitude passiva de seus alunos, Predomina a autoridade do professor que exige atitude receptiva dos alunos e impede qualquer comunicação entre eles no decorrer da aula. O professor transmite o conteúdo na forma de verdade a ser absorvida; em conseqüência, a disciplina imposta é o meio mais eficaz para assegurar a atenção e o silêncio (LIBÂNEO, 1990, p. 24). No mesmo sentido, Mizukami (1986, p. 14) ao comentar a abordagem Tradicional afirma que “[...] a relação professor-aluno é vertical, sendo que
  • 10. 10 Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II um dos pólos (professor) detém o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula etc”. Na abordagem Tradi- cional um dos pontos marcantes é a difusão dos conhecimentos acumulados pela humanidade ao longo dos tempos, deixando pouca abertura ao debate e ao enfrentamento de novas questões. Sobre a Escola Tradicional Mizukami (1986, p. 14) oferece importantes subsídios para confirmar o acima mencionado ao afirmar que “[...] o pro- fessor detém os meios coletivos de expressão. As relações que se exercem na sala de aula são feitas longitudinalmente, em função do mestre e de seu comandado”. Sob essa perspectiva, o aluno para ser considerado conhecedor do conteúdo e conseguir aprovação teria que submeter-se às avaliações do professor, que aconteciam de forma mecânica e decorativa, pois como de- tentor dos métodos e conteúdo, era ele quem comandava a relação. Outro ponto relevante no processo ensino/aprendizagem no que tange à Escola Tradicional diz respeito ao conteúdo. Para os adeptos desta escola, o que se entendia por conteúdo e conhe- cimento é sintetizado nas palavras de Libâneo (1990, p. 25), “[...] o conhecimento resulta da ação a partir dos interesses e necessidades, os conteúdos de ensino são estabelecidos em função de experiências que o sujeito vivencia frente a desafios cognitivos e situações problemáticas”. A metodologia, indissociável dos elementos relação professor-aluno e conteúdo, têm, no entanto, como traço marcante a hierarquia, em que o docente detém a autoridade no desenvolvimento das atividades; exige res- peito, obediência e atitude passiva de seus alunos sala de aula. A metodologia empregada por essa escola baseia-se [...] na exposição verbal da matéria e/ou demonstração. Tanto a exposição quanto a análise são feitas pelo professor, observados os seguintes passos: a) preparação do aluno (definição do trabalho, recordação da matéria anterior, despertar interesse); b) apresentação (realce de pontos chaves, demonstração); c) associação (combinação do conhecimento novo com o já conhecido por comparação e abstração); d) generalização (dos aspectos particulares chega-se ao conceito geral, é a exposição sistematizada); e) aplicação (explicação de fatos adicionais e/ou resolução de exercícios). (LIBÂNEO, 1990, p. 24). A metodologia mantém sintonia com todo o sistema da Escola Tradi- cional, uma vez que é desenvolvida de forma autoritária e repetitiva com prevalência da figura do docente. Nessa abordagem dá-se pouca margem à crítica e questionamentos por parte dos alunos, a maior preocupação é com o desenvolvimento do conteúdo.
  • 11. 11 Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1 No que diz respeito à avaliação, a metodologia toma contorno próprio, uma vez que nesta fase há uma interação entre discente e docente, cabendo a este último a formulação de perguntas, que o primeiro se limitava responder, assim, a aferição da aprendizagem do aluno transcorria dessa forma. No dizer de Mizukami (1986, p. 17), “[...] a avaliação é realizada pre- dominantemente visando à exatidão da reprodução do conteúdo comu- nicado em sala de aula”. Portanto, media-se o aprendizado do aluno de acordo com a exatidão com que o mesmo reproduz os conteúdos que o mestre passa em sala de aula, segundo o modelo autoritário e hierárquico, com pouca margem de indagações. De acordo com todo o contexto desta abordagem pode-se concluir que as ações do professor são orientadas a partir das suas experiências de vida adquirida ao longo dos anos, ou seja, pela sua ótica pessoal de ver o mundo. Isso se dá pelo fato de essa escola primar mais pelos processos mentais e de conhecimento do que pelas atividades organizadas racionalmente. Em todas as suas vertentes, na relação professor/aluno, metodologia, conteúdo e avaliação, têm destaque especial à figura do docente, é neste contexto que surge a Abordagem Comportamentalista. ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA Na abordagem comportamentalista, o homem é visto como produto do meio e está sujeito às eventualidades deste, sendo assim, o conhecimento surge da realidade externa que já estava presente no mundo (MIZUKAMI, 1986). Neste contexto, o homem é concebido como integrante dessa so- ciedade e está sujeito a ser manipulado e controlado por meio da recepção do conhecimento, cujos pilares foram impostos pela parcela da sociedade que decide os rumos e os objetivos da educação (SANTOS, 2005). No dizer de Libâneo (1990), o conhecimento, a habilidade e o compor- tamento devem ser repassados por meio da experimentação e os padrões devem ser estruturados e controlados visando alcançar os objetivos proposto pelo sistema comportamentalista. Para obter êxito neste sistema Pettengill et. al. (1998, p. 21), acentua que são necessários “[...] reforços que podem ser positivos de forma a se condicionar o aluno a apresentar respostas ou comportamentos desejáveis, ou negativos para levar à extinção uma resposta indesejável apresentada pelo aluno”. Nessa abordagem o docente é visto como planejador do ensino e da aprendizagem; ele trabalha no sentido de obter maior produtividade e eficiência no processo, objetivando maximizar o desempenho do educando. O educador como analista do processo busca criar ambientes favoráveis para a aplicação de uma metodologia que pudesse aumentar a chance do educando repetir o que aprendeu durante o processo ensino/aprendizagem.
  • 12. 12 Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II Ainda de acordo com essa abordagem em se tratando da relação professor/aluno Mizukami (1986) afirma que o controle científico da educação no processo de aprendizagem caberia aos discentes, e aos do- centes competia a responsabilidade de projetar e desenvolver as normas de ensino e aprendizagem com o propósito de potencializar o desempenho dos discentes na tentativa de economizar tempo, esforço e custo. Para atingir suas metas os docentes usavam estratégias consideradas, incentivos tais como: elogios por determinado comportamento, por tirar boas notas, por se sobressair em relação aos colegas e por conseguir deter- minados prestígios. No tocante aos alunos aquém dos objetivos traçados, o processo era inverso, ou seja, ficavam excluídos. A relação professor/aluno na abordagem Comportamentalista pode ser resumida como estruturada e objetiva; nela os papeis são bem definidos; o relacionamento é exclusivamente técnico, visando garantir a eficiência e a eficácia da transmissão de conhecimentos com o menor grau de afetividade na relação. Outro ponto relevante no processo ensino/aprendizagem no que se refere à Abordagem Comportamentalista diz respeito aos conteúdos pedagógicos que dentro desta teoria são cientificamente explorados, procuram formar indivíduos competentes para o mercado de trabalho. Para isso, os educadores buscavam transmitir conteúdos eficientes e informações precisas, objetivas e eficazes. Segundo Mizukami (1986), na abordagem Comportamentalista os conteúdos ministrados pelo docente em sala de aula têm o intuito de apri- morar os alunos, sendo esses moldados de acordo com os conhecimentos transmitidos pelos docentes, por meio de informações e reflexões, realizadas por tecnologias educacionais. Nessa abordagem, o uso dos recursos tecnológicos no processo ensino/ aprendizagem possibilitava que o docente até certo ponto ficasse livre de várias tarefas, permitindo que tivesse maior controle das contingências em sala de aula, uma vez que a sua função seria a de acompanhar e observar o desenvolvimento dos alunos. Outra questão importante a ser explorada, ainda que sucintamente, diz respeito à metodologia aplicada na educação comportamentalista, considerada muito ampla, pois, nesta abordagem é aplicada a tecnologia educacional como estratégia de ensino utilizando-se técnicas como formas de reforço na relação professor/aluno. Por conseguinte, pode-se entender que a metodologia empregada pela Escola Comportamentalista se baseava em técnicas necessárias para o controle da qualidade objetivando assegurar a transmissão/recepção de in- formações. A tecnologia existente era amplamente utilizada em sala de aula. Ainda a respeito dessa abordagem Mizukami (1986, p. 34), afirma que na visão dos estudiosos comportamentalistas, “[...] a avaliação consiste, nesta abordagem, em se constatar se o aluno aprendeu e atingiu os objetivos pro-
  • 13. 13 Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1 postos quando o programa foi conduzido até o final de forma adequada”. Ainda podem ser notados traços da Escola Tradicional no método avaliativo da Escola Comportamentalista, uma vez que em ambas a única forma de se aferir o aprendizado é pelo sistema de avaliação. A mesma autora constatou que a avaliação ocorria no início do processo ensino/aprendizagem, como um pré-teste, lembrando que era necessário conhecer os comportamentos precedentes para planejar e efetuar as etapas subsequentes. No transcorrer do processo, com os objetivos finais e in- termediários já definidos, era realizada nova avaliação, com o intuito de arranjar contingências de reforços para os próximos comportamentos a serem modelados. Para se chegar ao entendimento acima pode se dizer que a metodologia da abordagem Comportamentalista foi criada a partir de princípios derivados das análises experimentais do comportamento, com grande quantidade de pesquisas básicas e aplicadas nesse campo. Só por meio desse método foi possível a elaboração de tecnologias de ensino que também eram alimen- tadas com dados para a própria análise comportamental. Pode-se concluir que a rigidez da Escola Tradicional em muitos pontos foi superada, no entanto, a própria evolução da sociedade estava a exigir um novo modelo de ensino, que diminuísse ainda mais a distância entre o contexto histórico cultural bem como entre o professor/aluno. A partir desta nova perspectiva surgem outros movimentos em prol de uma escola que atendesse as necessidades dos discentes, dentre eles, têm-se a proposta da Abordagem Sócio-Cultural. ABORDAGEM SÓCIO-CULTURAL A abordagem Sócio-Cultural surgiu a partir de uma análise crítica da realidade social sustentada pelos fins sociopolíticos da educação. Essa abordagem abomina toda forma de autoritarismo e dominação, defende a conscientização como processo a ser conquistado pelo ser humano, por meio da problematização da sua própria realidade, teve como defensor no Brasil, o professor Paulo Freire. Esta ideia revolucionária visava à transformação da sociedade, aprego- ando que a educação, atuando de forma solitária não conseguiria semelhante escopo apesar de considerá-la uma ferramenta importante e fundamental nesse processo. O êxito dessa Escola dependeria da adesão de grande parcela dos educadores, no entanto, o primeiro passo estava sendo dado. A abordagem Sócio-cultural, conhecida atualmente também como Teoria Freireana ou Pedagogia Progressista Libertadora, mesmo que no pensar de alguns, seja algo ilusório, é uma corrente visionária, sendo possível de ser concretizada. No entanto, a humanidade terá de adquirir um grau maior de compreensão e discernimento para aplicação em sua totalidade.
  • 14. 14 Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II Segundo Freire (2003), o docente e o discente são sujeitos de um processo em que crescem juntos, porque “[...] ninguém educa ninguém, ninguém se educa; os homens se educam na relação, na interação uns com os outros inter- mediados pelo mundo”. O diálogo é a essência dessa educação revolucionária. E no ensino não é diferente, quando se trata da relação professor/aluno. A Teoria de Paulo Freire (2003) no que se refere à relação professor/ aluno diz que: [...] o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os ‘argumentos de autoridade’ já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas. Deste modo, o educador problematizador re-faz, constantemente, seu ato cognoscente, na cognoscibilidade dos educandos. Estes, em lugar de serem recipientes dóceis de depósitos, são agora investigadores críticos, em diálogos com o educador, investigador crítico, também. (FREIRE, 2003, p. 68- 69). Para atestar a ideia de Paulo Freire, Libâneo (1990) fala da relação pro- fessor/aluno, e segundo o autor, é nessa abordagem que se utiliza o diálogo como método principal e a relação acontece de forma horizontal. Aqui o docente e o discente se posicionam como sujeitos do ato de conhecimento, praticando a ideia de que o bom relacionamento proporcionará ao educa- dor a oportunidade de conhecer o educando e com isso passará a ter maior identificação com o mesmo, sem perder a consistência da relação pedagógica. Segundo Freire (2003), no que diz respeito aos conteúdos, no momento em que o educador estuda sobre um determinado assunto e se apropria dele com um entendimento crítico, em diálogo com seus educandos apre- sentando “[...] aos educandos, como objeto de sua “ad-miração”, o conteúdo, qualquer que ele seja, do estudo a ser feito, “re-ad-mira”, a “ad-miração” que antes fez, na “ad-miração” que fazem os educandos”(FREIRE, 2003, p. 69). Nessa Escola os conteúdos tradicionais são ignorados, porque cada educando, cada grupo envolvido na ação didática traz dentro de si os conteúdos necessários para se iniciar uma performance educativa. Os conteúdos previamente desenvolvidos sedem espaço a uma nova forma de compreensão da realidade. Essa ideia revolucionária de Paulo Freire de criar um método que visa o diálogo como prática da liberdade implica em criar uma metodologia que não pode contradizer nesse universo temático a dialogicidade da educação libertadora. Desta forma essa abordagem “sendo dialógica e conscientiza- dora, proporciona não só a apreensão dos temas geradores, mas a consci- entização desses”. (MIZUKAMI, 1986, p.101).
  • 15. 15 Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1 A metodologia usada por Paulo Freire para propagar o ensino da leitura inicia-se na codificação que consiste em figuras específicas, desenhos repre- sentativos de uma situação vivenciada autêntica, ou de um caso criado pelo educando. “Ao elaborar essa representação, os alunos realizam uma operação de distanciamento do objeto cognoscível”. (MIZUKAMI, 1986, p. 100). Desta forma, ao se afastar do objeto cognoscível os educandos se ha- bilitam e passam a conhecer o seu objeto de estudo e com isso docentes e discentes poderão analisar e refletir juntos, simultaneamente, de um modo crítico, os elementos que os mediatizam. Eis então a síntese da base do método Paulo Freire: no descobrimento conjunto do discente e docente a partir da realidade social observada. Na abordagem Sócio-Cultural, a avaliação ou qualquer processo que exige muita formalidade tais como, notas, exames, avaliação oral e tantas outras, que para alguns educadores e teóricos de outras escolas são de extrema importância, para os adeptos da Teoria Libertadora não fazem sentido, visto que em seu processo avaliativo tanto os discentes como os docentes terão conhecimento das suas dificuldades e dos seus progressos. Na abordagem Sócio-Cultural, o ensino é visto como uma analogia de troca entre discentes e docentes em que ambos aprendem juntos durante o processo de aprendizagem. Dessa forma, a avaliação formal deixa de ter sentido, perde seu caráter de cobrança, passando a fazer parte de uma reflexão problematizadora grupal, quando os feitos retornam para os edu- candos, para que juntos educador/educando possam retomar o processo de ensino/aprendizagem. ABORDAGEM HISTÓRICO-CRÍTICA A Escola Pedagógica Histórico-Crítica baseia-se na dialeticidade do conhecimento, ou seja, parte-se da prática, perpassando pela teoria para novamente retornar à prática. Tem como postulado que a gênese do conhe- cimento é o mundo real, negando a teoria que defende que este se origina das ideias (Idealismo). Nessa visão a Teoria Histórico-Critica apregoa a participação ativa do discente na sociedade uma vez que “[...] a atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade”. (LIBÂNEO, 1990, p. 39). Buscando acentuar assim, ações na sociedade, avigorando valores e colaborando com a mesma. De acordo com a tendência Progressista de- nominada por Libâneo como “Critico-Social-dos-Conteúdos” no que se refere à relação professor/aluno, acredita que o conhecimento é resultado
  • 16. 16 Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II do feedback que há na interação entre o meio externo e o discente, sendo o docente mediador deste processo que abrange o meio natural, social e cultural. Sendo assim, na Teoria Histórico-Crítica, “[...] a relação pedagógica consiste no provimento das condições em que professores e alunos possam colaborar para fazer progredir essas trocas. O papel do adulto é insubstituível, mas acentua-se também a participação do aluno no processo” (LIBÂNEO, 1990, p. 41). Assim, cabe ao docente decodificar e selecionar os conhecimentos historicamente conhecidos de acordo com as necessidades dos grupos estudantis, escolhendo o mais adequado às exigências dos grupos. Os conteúdos são escolhidos não pelo imediatismo das necessidades de cada aluno, e elas não devem ser critérios definidores do conteúdo a ser ensina- dos aos discentes. Segundo Saviani (2000) a metodologia da escola Histórico-Critica pode ser organizada em cinco passos, que são: prática social inicial; problematiza- ção; instrumentalização; catarse (Saviani se inspirou na ideia de Gramsci), retornando assim à prática social final do conteúdo. Esse último deve ser ministrado em caráter de generalidade absoluta de acordo com a especificidade local, ou seja, os conteúdos são escolhidos e ministrados conforme as necessidades. Na Abordagem Histórico-Crítica a prática social é vista como o pri- meiro passo que consiste no contato inicial que o discente mantém com o conteúdo que será ministrado pelo docente. Segundo esta escola os discentes têm uma visão empírica, de senso comum, normalmente um tanto confusa, sincrética, em que todos os acontecimentos são visto por eles como naturais. O segundo passo na Abordagem Histórico-Crítica é o que se constitui na ligação entre a Prática Social é a problematização. É quando se iden- tifica os principais problemas colocados pela prática social. “Trata-se de detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da Prática Social e, em conseqüência, que conhecimento é necessário dominar” (SAVIANI, 2000, p. 71). Em seguida o terceiro passo que é a instrumentalização, etapa que, segundo Saviani (2000, p. 71) consiste na apreensão “dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática social. [...] Trata-se da apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais necessárias à luta que travam diuturnamente para se libertar das condições de exploração em que vivem”. O quarto passo da Metodologia Histórico-Crítica, a catarse, refere-se ao momento da expressão elaborada da nova forma de entendimento da prática social a que se ascendeu. [...] é a passagem da síncrese à
  • 17. 17 Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1 síntese. em conseqüência, manifesta-se nos alunos a capacidade de expressarem uma compreensão da prática em termos tão elaborados quanto era possível ao professor (SAVIANI, 2000, p. 72). O último passo da Metodologia Histórico-Crítica refere-se ao retorno à prática social final. Assim, [...] a prática social referida no ponto de partida (primeiro passo) e no ponto de chegada (quinto passo) é e não é a mesma. É a mesma, uma vez que é ela própria que constitui ao mesmo tempo o suporte e o contexto, o pressuposto e o alvo, o fundamento e a finalidade da prática pedagógica. E não é a mesma, se considerarmos que o modo de nos situarmos em seu interior se alterou qualitativamente pela mediação da ação pedagógica. (SAVIANI, 2000, p. 72- 73). Sendo assim pode-se concluir que, de acordo com as circunstâncias, a avaliação pode ser realizada de maneira informal, ou formal, é neste mo- mento que são organizados os instrumentos e definidos os critérios que demonstram o quanto o aluno se apropriou de um conteúdo particular bem como uma parte do todo social. CONCLUSÃO De acordo com o que foi exposto, pode-se perceber o quanto é impor- tante que o docente tenha o conhecimento teórico das principais abordagens do processo ensino/aprendizagem, bem como a sensibilidade de saber qual delas pode potencializar seu trabalho no caso concreto, caso as exigências para o aprendizado se tornarem imperativas. Um dos desafios que a educação vem enfrentando atualmente é acom- panhar e saber lidar com a velocidade das evoluções e as diversidades. O docente conservador, que servia de referência ao profissional da educação passa agora a ser repensado para que o novo paradigma possa conjugar os pontos positivos do antigo modelo somado ao que se vem construindo nas últimas décadas. Não é o caso de jogar o antigo conceito no lixo, e sim de saber discernir o que é útil para o desenvolvimento das atividades de forma produtiva. Pode-se concluir que o docente deve ter habilidade para não engessar sua práticaeducativa,masinstigarosdiscentesanãoficaradstritoaosconhecimentos adquiridos em sala de aula, incentivando-os a criar por meio de questionamentos e da pesquisa, o senso crítico de sociedade e de mundo. Desta forma, torna-se cada vez mais necessário ao profissional da educação o conhecimento teórico das abordagens do processo de ensino/ aprendizagem, como ponto de partida de sua prática educativa, alicerce em que o educador poderá edificar seu desenvolvimento pedagógico, somando- se aos conhecimentos práticos que o cotidiano lhe proporciona, podendo assim, aplicar com a máxima eficiência os conteúdos em sala de aula.
  • 18. 18 Didática Especial para o Ensino de Ciências e Biologia II RESUMO O processo ensino/aprendizagem tem sido motivo de discussões, de- bates e pesquisas, com a intenção de potencializar a qualidade da educação. Destarte, esta revisão teórica teve como objetivo compreender as aborda- gens Tradicional, Comportamentalista, Sócio-Cultural e Histórico-Crítica, que tem norteado o trabalho dos docentes. Para essa compreensão definiu-se por elencar e analisar quatro categorias que compõe o processo ensino/ aprendizagem, a saber: relação docente/discente, conteúdo, metodologia e avaliação escolar. Os resultados obtidos pela pesquisa evidenciaram que há muito ainda para se conhecer neste campo, pois o profissional da edu- cação não pode ficar alheio às mudanças ocorridas em seu meio e em seu entorno, uma vez que o dinamismo universal tem favorecido o repensar de velhos paradigmas. É neste contexto que o docente deverá estar inserido, como agente transformador, oportunidade em que o conhecimento teórico e prático obtido ao longo dos anos irá repercutir na comunidade acadêmica e na sociedade. ATIVIDADES Após a leitura do capítulo faça reflexões sobre as abordagens apresentadas e construa um texto explicitando os aspectos positivos e negativos de cada uma delas. COMENTÁRIOS SOBRE AS ATIVIDADES Para aprofundar o conhecimento sobre as abordagens e tendências do processo de ensino e aprendizagem, pesquisem na internet outros artigos sobre esta temática. AUTO-AVALIAÇÃO Qual a importância do conhecimento das diversas abordagens para o ensino de Ciências e Biologia?
  • 19. 19 Tendências e Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem Aula 1 PRÓXIMA AULA Na aula seguinte iremos abordar as estratégias didáticas que podem ser utilizadas para o desenvolvimento da atividade docente. REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 36. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1990. MIZUKAMI, Maria das Graças Nicoletti. Ensino: as abordagens do pro- cesso. São Paulo: EPU, 1986. PETTENGILL, M.A.M. et. al. O professor de enfermagem frente às tendências pedagógicas. Uma breve reflexão. Rev. Esc. Enf. USP, v.32, n.1, p.16-26, abr. 1998. Disponível em: <http://www.ee.usp.br/reeusp/ upload/pdf/398.pdf>. Acessado em: 08 dez. 2009. SANTOS, Roberto Vatan dos. Abordagem do processo de ensino e aprendizagem. 2005. Disponível em: < ftp://ftp.usjt.br/pub/revint/19_40. pdf>. Acessado em: 15 jan. 2010. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curva- tura da vara, onze teses sobre educação e política. 33. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2000.