O documento discute a importância da assistência de enfermagem sistematizada (SAE) no contexto da oncologia e cuidados paliativos, destacando os desafios de sua implementação devido à complexidade dos casos e limitações de recursos. A SAE é uma exigência atual para qualificar a assistência, apesar de não garantir sozinha uma abordagem ética e holística, principalmente em cuidados paliativos. Sua prática tem demonstrado melhoria na qualidade do atendimento quando aplicada corretamente.
2. Aspectos Legais
• O Instituto Nacional de Câncer e o processo
de acreditação hospitalar.
– Política Nacional de Atenção Oncológica (Portaria
nº 2.439, de 08 de dezembro de 2005)
• Institui a PNAO: Promoção, Prevenção, Diagnóstico,
Tratamento, Reabilitação e Cuidados Paliativos, a ser
implementada em todas as unidades federadas,
respeitadas as competências das três esferas de gestão
– Portaria número 62 do Ministério da Sáude
– UNACON e CACON
3. UNACON E CACON
• UNACON: hospital que possua condições técnicas,
instalações físicas, equipamentos e recursos
humanos adequados à prestação de assistência
especializada de alta complexidade para o
diagnóstico definitivo e tratamento dos cânceres
mais prevalentes no Brasil.
• CACON: o hospital que possua as condições técnicas,
instalações físicas, equipamentos e recursos
humanos adequados à prestação de assistência
especializada de alta complexidade para o
diagnóstico definitivo e tratamento de todos os tipos
de câncer.
4. • Necessidade de sistematização da assistência
para atender as necessidades das pessoas
assistidas e para obtenção do certificado da
acreditação hospitalar.
• Movimento marcado pelas estratégias que
envolvem os tipos de planejamento:
– Planejamento estratégico
– Planejamento tático
– Planejamento operacional
5. • O planejamento estratégico é o planejamento no
nível global, institucional, correspondendo às ações
do enfermeiro nos aspectos administrativos na
determinação da metodologia assistencial a ser
aplicada no serviço.
• O planejamento tático é mais detalhado que o
anterior, pois corresponde a decisões relativas a
adaptações da metodologia assistencial para os
diferentes perfis de clientelas assistidos na unidade.
• O planejamento operacional compreende o
planejamento da assistência de enfermagem de
forma individualizada. Constitui-se na aplicação do
processo de enfermagem de acordo com a filosofia
institucional e do enfermeiro (CIANCIARULLO, 2002).
6. Planejamento operacional
• Aplicação das fases do processo de
enfermagem (Resolução COFEN 358/2009),
bem como do(s) referencial(is) teórico(s) da
enfermagem.
• Gerenciamento do cuidado de enfermagem.
• Articulação das duas dimensões do processo
de trabalho do enfermeiro:
– Dimensão gerencial
– Dimensão assistencial
7. A SAE na oncologia
• Condição crônica de saúde, caracterizada como um
problema de saúde pública, visto os elevados índices
de morbi-mortalidade.
• O Câncer é responsável pela 2ª causa de morte por
doença.
• O INCA é o órgão responsável pelas publicações que
direcionam as práticas assistenciais, bem como os
dados epidemiológicos.
• Estimativas para 2011: aproximadamente 500.000
novos casos.
• Mútiplas demandas de cuidado, incluindo a família,
que abrangem os aspectos biológicos, sociais,
espirituais, emocionais e culturais.
8. Ações de Enfermagem
• Histórico de enfermagem: variação de acordo
com o nível de atenção, proposta terapêutica
e referencial teórico.
– Abordagem interdisciplinar
– Importância do enfermeiro como elo da equipe,
visando o direcionamento do atendimento das
necessidades de cuidado das pessoas.
– Aplicação de instrumentos para coleta de dados,
que devem ser construídos de forma conjunta.
9. Ações de Enfermagem
• Diagnósticos de enfermagem
• Planejamento
• Implementação
• Avaliação
– Importância dos registros.
– Aspecto legal: Lei 7.498/86 que regulamenta o
exercício profissional da enfermagem.
10. Para a Organização Mundial de Saúde o conceito
de Cuidados Paliativos é definido como uma
abordagem que tem como objetivo promover a
qualidade de vida, dos clientes e famílias que
enfrentam problemas associados com doenças que
põem em risco a vida, através da prevenção e alívio
do sofrimento, por meio de identificação precoce,
avaliação correta e tratamento da dor e outros
problemas de ordem física, psicossocial e espiritual
(WHO, 2005).
SAE na oncologia – cuidados
paliativos
11. SAE na oncologia – cuidados
paliativos
• Principais fatores restritivos que requerem
planejamento estratégico:
– Déficit de recursos humanos e materiais
– Déficit de conhecimento
– Deficiência da abordagem na graduação
– Pouca valorização da SAE
– Política institucional desfavorável
– Grande demanda de ações administrativas
– Falta de liderança da equipe
– Insegurança
– Descontinuidade da implementação nas mudanças de turnos
– Questões salariais
– Complexidade do cenário e do perfil da clientela
12. Núcleos de sentido Unidades Temáticas
Desejo futuro de implantação da SAE e valorização da prática de
enfermagem organizada e sistematizada;
Fases incompletas do processo de enfermagem;
Dificuldades para colocar a SAE em prática;
Falta de conhecimento.
O reconhecimento da situação
atual: uma visão compartilhada
da fase de implantação da SAE
Complexidade da SAE e do perfil dos clientes;
Déficit de recursos humanos;
Acúmulo de funções;
Necessidade de envolvimento e compromisso de todas as
pessoas;
Falta de credibilidade na SAE;
Déficit na formação com relação à SAE e às bases teóricas de
enfermagem.
Os desafios à implantação da
SAE: a complexidade do
processo e do contexto de
atuação
Curso como uma estratégia inicial da fase de implantação da
SAE;
Educação permanente;
Levantamento dos problemas e dos principais diagnósticos de
enfermagem em cuidados paliativos;
Escolha do referencial teórico;
Capacitação em exame físico;
Aplicação do processo de enfermagem em uma pequena amostra
de clientes.
O aprendizado em equipe como
uma estratégia organizacional à
implantação da SAE
13. Incertezas da
vida e da
proximidade da
morte
Contexto complexo
de atenção à saúde
das pessoas
Reavaliações que
fogem às regras
e padrões
Instabilidade do
quadro clínico.
Múltiplas demandas
de cuidado
Ação e decisão
diante da
urgência e
incerteza
Realidade que precisa ser
gerenciada pelo
enfermeiro
Atenção paliativa oncológica: contexto da internação
hospitalar
15. Gerenciando o cuidado de enfermagem na atenção paliativa oncológica no
atendimento das necessidades da pessoa hospitalizada e do seu cuidador,
valorizando o cuidar e sua complexidade
FENÔMENO CENTRAL
Os enfermeiros gerenciam o cuidado de enfermagem na atenção paliativa
oncológica no atendimento das necessidades da pessoa hospitalizada e do
seu cuidador, por meio da valorização do desenvolvimento de aptidões para
alcance dos objetivos de cuidado, para compor a nova ordem no cenário,
diante das relações dialógicas ordem/desordem, vida/morte, e para vencer
as dificuldades relacionadas com os limites pessoais, coletivos e
institucionais.
TESE DEFENDIDA
16. Numa época de mudanças velozes a
enfermagem busca acompanhar os avanços
técnico-científicos da área de saúde de modo
a qualificar a assistência aos clientes. Nesse
contexto, a SAE é uma exigência atual no
âmbito da organização das instituições de
saúde em decorrência dos sistemas de
avaliação dos serviços, promovendo maior
visibilidade da profissão.
17. Vale ressaltar que a aplicação de uma
metodologia assistencial, por si só, não
garante a assistência ética e holística,
principalmente nas situações de atendimento
a clientes em cuidados paliativos em
oncologia. Mas, a prática da enfermagem
sistematizada tem demonstrado a melhoria da
qualidade da assistência e do atendimento das
necessidades das pessoas. Está em nossas
decisões a possibilidade de fazer o melhor.