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Histórico da
psicomotricidade
Segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade, historicamente, o termo "psicomotricidade"
aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início
do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras.
Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se que há diferen-
tes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente
localizada. São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica. Portanto, o "esque-
ma anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não po-
dia explicar alguns fenômenos patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encon-
trar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra
psicomotricidade, no ano de 1870.
As primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminen-
temente neurológico. A figura de Dupré, neuropsiquiatra, em 1909, é de fundamental importância
para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade motora (ante-
cedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato neurológico.
Em 1925, Henri Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano, dando-lhe uma catego-
ria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacio-
nar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo.
Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como uma motricidade de relação.
Começa, então, a ser delimitada uma diferença entre uma postura reeducativa e uma terapêutica
que, ao se despreocupar da técnica instrumentalista e ao se ocupar do "corpo de um sujeito“, vai
dando, progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional. Para o psico-
motricista, a criança constitui sua unidade a partir das interações com o mundo externo e nas ações
do outro (mãe e substitutos).
A especificidade do psicomotricista se situa, assim, na compreensão da gênese do psiquismo e dos
elementos fundadores da construção da imagem e da representação de si. O sintoma psicomotor se
instala quando ocorre um fracasso na integração somatopsíquica, consequente de fatores diversos,
seja na origem do processo de constituição do psiquismo ou posteriormente em função de disfun-
ções orgânicas e/ou psíquicas. A patologia psicomotora é, portanto, uma patologia do continente psí-
quico, dos distúrbios da representação de si, cuja sintomatologia pode se apresentar no somático
e/ou no psíquico.
Psicomotricidade
Fonseca (1988) informa que, etimologicamente, podemos definir o termo "psicomotricidade" como
oriundo do grego psyqué (alma/mente) e do verbo latino moto (mover frequentemente/agitar forte-
mente). A terminologia está ligada ao movimento corporal e sua intencionalidade.
A psicomotricidade é sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.
Sua estrutura é composta por três pilares: o querer fazer (emocional) – sistema límbico; o poder fazer
(motor) – sistema reticular; e o saber fazer (cognitivo) – córtex cerebral. É importante que haja equi-
líbrio entre eles, caso contrário pode acarretar uma desestruturação no processo de aprendizagem da
criança.
O movimento não é puramente um deslocamento no espaço, nem uma simples contração muscular, e
sim um significado de relação afetiva com o mundo. Assim, para o autor, o movimento é a única ex-
pressão e o primeiro instrumento do psiquismo. Neste contexto, pode-se dizer que o desenvolvimen-
to motor é precursor de todas as demais áreas (Wallon, 1995).
O que mais tarde será visto por Ferreira (1998), afirma que "não existe aprendizagem sem que seja
registrado no corpo", destacando a importância dos movimentos nas ações de construção do conhe-
cimento.
De Meur e Staes (1984) assinalam, em seus estudos, que "o intelecto se constrói a partir da ativi-
dade física". As funções motoras (movimento) não podem ser separadas do desenvolvimento inte-
lectual (memória, atenção, raciocínio) nem da afetividade (emoções e sentimentos). Para que o ato de
ler e escrever se processe adequadamente, é indispensável o domínio de habilidades a ele relacio-
nado, considerando que as habilidades são fundamentais manifestações psicomotoras.
No enfoque das pesquisas de Levin (1995): Wallon considera que o movimento está relacionado ao
afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos das crianças. Para Dupré, a motricidade está rela-
cionada à inteligência. Assim, é possível observar que, no início, a psicomotricidade tinha seus estu-
dos voltados à patologia. Porém, Wallon, Piaget e Ajuriaguerra aprofundaram seus estudos voltados
para o campo do desenvolvimento.
Nesta perspectiva: Wallon se preocupou com a relação psicomotora, afeto e emoção. Piaget se preo-
cupou com a relação evolutiva da psicomotricidade com a inteligência. Julian de Ajuriaguerra consoli-
da as bases da evolução psicomotora de forma mais específica para o corpo e sua relação com o meio;
para ele, a evolução da criança está na conscientização do seu corpo.
Tipos de psicomotricidade
Na psicomotricidade funcional, a criança depende das escolhas feitas pelo profissional e raramen-
te tem contato corporal. Na psicomotricidade funcional, as atividades são dirigidas pelo psicomo-
tricista, seguindo um enfoque dualista. Na psicomotricidade relacional, o brincar é livre, buscando
um prazer no movimento.
Psicomotricista é o profissional que age na interface de saúde, educação e cultura, avaliando, preve-
nindo, cuidando e pesquisando o indivíduo na relação com o ambiente e processos de desenvolvi-
mento. Tem por objetivo atuar nas dimensões do esquema e da imagem corporal, em conformidade
com o movimento, a afetividade e a cognição.
Áreas de atuação: Educacional, institucional e clínica. Eixos de atendimento: Educacional (ensino
básico e ensino superior, incluindo educação especial e outras modalidades); hospitalar (UTI, ambula-
tórios, enfermarias e brinquedotecas); empresarial (ergomotricidade, psicomotricidade aquática); te-
rapia psicomotora (saúde mental e gerontopsicomotricidade). A prática psicomotora se dá de forma
individual ou em grupo, da concepção à terceira idade, compreendendo as necessidades de adapta-
ção sensoriais, sociais, comportamentais e de crescimento pessoal.
Referências
• ABP. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. Quem é o
psicomotricista? Disponível em: < https://psicomotricidade.com.br/
sobre/quem-e-o-psicomotricista/ >. Acessado em: 10 de março de
2023.
• AJURIAGUERRA, J. Manual de psiquiatria infantil. São Paulo: Mas-
son, 1980
• AJURIAGUERRA, J. Psicologia y epistemologia genéticas. Buenos
Aires: Proteo, 1970.
• DE MEUR, A.; STAES, L. Psicomotricidade: educação e reeduca-
ção. Rio de Janeiro: Manole, 1984
• FONSECA, V. Psicomotricidade. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes,
1988.
• LEVIN, E. História da psicomotricidade. A clínica psicomotora: o
corpo na linguagem. 3ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1995.
• WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições,
v. 70, p. 224, 1995.
• WALLON, H. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difusão
Europeia, 1971
• WALLON, H. Do ato ao pensamento. Porto Alegre: Artes Médicas,
1947.
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  • 1.
  • 3. Segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade, historicamente, o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se que há diferen- tes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica. Portanto, o "esque- ma anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não po- dia explicar alguns fenômenos patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encon- trar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra psicomotricidade, no ano de 1870.
  • 4. As primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminen- temente neurológico. A figura de Dupré, neuropsiquiatra, em 1909, é de fundamental importância para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade motora (ante- cedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato neurológico. Em 1925, Henri Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano, dando-lhe uma catego- ria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacio- nar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo.
  • 5. Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como uma motricidade de relação. Começa, então, a ser delimitada uma diferença entre uma postura reeducativa e uma terapêutica que, ao se despreocupar da técnica instrumentalista e ao se ocupar do "corpo de um sujeito“, vai dando, progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional. Para o psico- motricista, a criança constitui sua unidade a partir das interações com o mundo externo e nas ações do outro (mãe e substitutos).
  • 6. A especificidade do psicomotricista se situa, assim, na compreensão da gênese do psiquismo e dos elementos fundadores da construção da imagem e da representação de si. O sintoma psicomotor se instala quando ocorre um fracasso na integração somatopsíquica, consequente de fatores diversos, seja na origem do processo de constituição do psiquismo ou posteriormente em função de disfun- ções orgânicas e/ou psíquicas. A patologia psicomotora é, portanto, uma patologia do continente psí- quico, dos distúrbios da representação de si, cuja sintomatologia pode se apresentar no somático e/ou no psíquico.
  • 7. Psicomotricidade Fonseca (1988) informa que, etimologicamente, podemos definir o termo "psicomotricidade" como oriundo do grego psyqué (alma/mente) e do verbo latino moto (mover frequentemente/agitar forte- mente). A terminologia está ligada ao movimento corporal e sua intencionalidade.
  • 8. A psicomotricidade é sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Sua estrutura é composta por três pilares: o querer fazer (emocional) – sistema límbico; o poder fazer (motor) – sistema reticular; e o saber fazer (cognitivo) – córtex cerebral. É importante que haja equi- líbrio entre eles, caso contrário pode acarretar uma desestruturação no processo de aprendizagem da criança.
  • 9. O movimento não é puramente um deslocamento no espaço, nem uma simples contração muscular, e sim um significado de relação afetiva com o mundo. Assim, para o autor, o movimento é a única ex- pressão e o primeiro instrumento do psiquismo. Neste contexto, pode-se dizer que o desenvolvimen- to motor é precursor de todas as demais áreas (Wallon, 1995).
  • 10. O que mais tarde será visto por Ferreira (1998), afirma que "não existe aprendizagem sem que seja registrado no corpo", destacando a importância dos movimentos nas ações de construção do conhe- cimento. De Meur e Staes (1984) assinalam, em seus estudos, que "o intelecto se constrói a partir da ativi- dade física". As funções motoras (movimento) não podem ser separadas do desenvolvimento inte- lectual (memória, atenção, raciocínio) nem da afetividade (emoções e sentimentos). Para que o ato de ler e escrever se processe adequadamente, é indispensável o domínio de habilidades a ele relacio- nado, considerando que as habilidades são fundamentais manifestações psicomotoras.
  • 11. No enfoque das pesquisas de Levin (1995): Wallon considera que o movimento está relacionado ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos das crianças. Para Dupré, a motricidade está rela- cionada à inteligência. Assim, é possível observar que, no início, a psicomotricidade tinha seus estu- dos voltados à patologia. Porém, Wallon, Piaget e Ajuriaguerra aprofundaram seus estudos voltados para o campo do desenvolvimento. Nesta perspectiva: Wallon se preocupou com a relação psicomotora, afeto e emoção. Piaget se preo- cupou com a relação evolutiva da psicomotricidade com a inteligência. Julian de Ajuriaguerra consoli- da as bases da evolução psicomotora de forma mais específica para o corpo e sua relação com o meio; para ele, a evolução da criança está na conscientização do seu corpo.
  • 12. Tipos de psicomotricidade Na psicomotricidade funcional, a criança depende das escolhas feitas pelo profissional e raramen- te tem contato corporal. Na psicomotricidade funcional, as atividades são dirigidas pelo psicomo- tricista, seguindo um enfoque dualista. Na psicomotricidade relacional, o brincar é livre, buscando um prazer no movimento.
  • 13. Psicomotricista é o profissional que age na interface de saúde, educação e cultura, avaliando, preve- nindo, cuidando e pesquisando o indivíduo na relação com o ambiente e processos de desenvolvi- mento. Tem por objetivo atuar nas dimensões do esquema e da imagem corporal, em conformidade com o movimento, a afetividade e a cognição. Áreas de atuação: Educacional, institucional e clínica. Eixos de atendimento: Educacional (ensino básico e ensino superior, incluindo educação especial e outras modalidades); hospitalar (UTI, ambula- tórios, enfermarias e brinquedotecas); empresarial (ergomotricidade, psicomotricidade aquática); te- rapia psicomotora (saúde mental e gerontopsicomotricidade). A prática psicomotora se dá de forma individual ou em grupo, da concepção à terceira idade, compreendendo as necessidades de adapta- ção sensoriais, sociais, comportamentais e de crescimento pessoal.
  • 14. Referências • ABP. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. Quem é o psicomotricista? Disponível em: < https://psicomotricidade.com.br/ sobre/quem-e-o-psicomotricista/ >. Acessado em: 10 de março de 2023. • AJURIAGUERRA, J. Manual de psiquiatria infantil. São Paulo: Mas- son, 1980 • AJURIAGUERRA, J. Psicologia y epistemologia genéticas. Buenos Aires: Proteo, 1970. • DE MEUR, A.; STAES, L. Psicomotricidade: educação e reeduca- ção. Rio de Janeiro: Manole, 1984 • FONSECA, V. Psicomotricidade. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988. • LEVIN, E. História da psicomotricidade. A clínica psicomotora: o corpo na linguagem. 3ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1995. • WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições, v. 70, p. 224, 1995. • WALLON, H. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difusão Europeia, 1971 • WALLON, H. Do ato ao pensamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1947.
  • 15. Este material está protegido por lei de direitos autorais e não deve ser co- mercializado, distribuído, copiado, editado, alugado, transmitido ou reprodu- zido, integral ou parcialmente, em quaisquer veículos de comunicação, mídia ou distribuição. Mediante autorização expressa do retentor e proprietário do material, tais permissões podem ser concedidas. Qualquer tipo de violação dos direitos autorais estará sujeito a ações legais. Todos os direitos estão reservados à Academia do Autismo Ltda. Material de uso exclusivo e restrito para alunos e colaboradores da referida instituição. Colaborador: Carolina Quedas. Equipe técnica: Fábio Coelho, Chaloê Comim e Guilherme Baptista. Revisão e edição: Débora Araujo e Victor Cardoso. Design e layout: Agência B42 e Academia do Autismo. © 2023 Academia do Autismo Ltda. www.academiadoautismo.com.br contato@academiadoautismo.com.br