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MÃE D’UMBIGO
Y’PYRUÁ SY
~ ~
MÃE D’ÁGUA
Y’SY
As Mães d’Água são as prenhas vestidas que
realizam seus nascimentos em casa,
manifestando o movimento pélvico- ventral, a
coragem, a força, a agressividade e a
liberdade das Olhos d’Água, as prenhas
nuas dos rios amazônicos. As(os) recém
nascidas(os) são recebidas(os) pelas
Mães d’Umbigo.
10ª Mallku Chanez
www.mallkuchanez.com
Facebook: Mallku Chanez
IKA: Instituto Kallawaya de Pesquisa Andino
WhatsApp: 55 11 9 6329 3080
Mallku Chanez Pacha Lea Chanez
Medicina Kallawaya Itinerante
Luquiqaman Tink’u
A transcendência energética
A grande emanação das forças energéticas vibratórias,
a qual se relaciona com os movimentos magnéticos
naturais e sobrenaturais.
Era Luqiqaman Tink’u
o valor energético para uso próprio
Originário da transcendência energética do
Tiowayaku no Kollasuyo, Bolívia.
Jaxy Py’a Hu, novembro de 2019
Y’Guaçu, Anel do Lábio, clitóris
Dimensão: 27x19, 5 cm - Material madeira
Flor d’água eternamente borbulhante, onde brotam as nascentes femininas.
Ao se separar a vulva, revela-se a imagem feminina da Y’Guaçu, órgão transcendental
A DEIDA DA Y’GUAÇU
Anel do Lábio, clitóris, órgão do prazer
transcendental, preventiva e curativa
Y’Guaçu, sensitivamente e instintivamente ativa, fonte de prazer energético,
silenciosa e eternamente em movimento.
Y’Guaçu como uma deidade
sublime e inspiradora tem
Mbará, cadência, no seu ritmo.
A Mãe d’Água sem cadência é uma
5. mulher sem fluidez, sem
harmonia e sem sonoridade.
Y’Guaçu é harmoniosa, é prazerosa.
Quando as águas aromáticas
chegam a sua possível plenitude,
10. atingem a esplendorosa fluidez.
Na Y’Guaçu, pulsa uma sonoridade melodiosa.
Y’Guaçu é sensitiva porque tem
cadência no seu ritmo.
Y’Guaçu é uma concepção energética
15. estimulada através da intensidade de ação
dos seus impulsos energéticos.
O Anel do Lábio, Y’Guaçu, é um deleite
transcendental e imaginativo.
Uma relação sem cadência é
20. uma relação sem toque instintivo.
Como um fluido sem ritmo
é um rio sem fluxo;
como uma árvore sem seiva é
uma árvore sem força, sem vida.
25. O ritmo, a harmonia, o prazer,
traduzem o deleite instintivo de
tudo aquilo que flui
agradavelmente em nosso
organismo sensorial.
30. Y’Guaçu faz fluir as Grandes Águas,
sentimentos vigorosos,
deliciosos, sublimes e
sensações
prazerosos de seu
Anel de Lábio ardente.
A IMAGEM FEMENINA DA Y’GUAÇU
Y’Guaçu é como um pira, uma fogueira
A Y’Guaçu se encontra no centro inferior do campo magnético do ventre feminino no
Kheno da Pacas Mili. Voltar à condição original, do poder da instintividade, da fertilidade, da
fecundidade, da criatividade, da umidade e do prazer, é retornar ao campo magnético do Kheno da
Pacas Mili, o eletromagnetismo da sobrenatureza instintiva profunda.
2. A Y’Guaçu, o Anel do Lábio é umedecida pelas gotas de orvalho, é fascinantemente dominante,
faiscante, energeticamente poderosa e prazerosa. É o único órgão reservado exclusivamente
para um prolongado e profundo deleite feminino.
3. A Y’Guaçu, sensitivamente instintiva, é essencial para as Mães d’Água. As Mães d’Água são
continentes em relação aos fluidos energéticos poderosos e misteriosos. Elas estão dotadas de
sabedoria e de sensíveis instintos necessários para perceber os fluidos e os fluxos da Y’Guaçu.
4. A Y’Guaçu é uma lume de grandes fluidos energéticos. Ela é uma flama de gratidão à
sobrenatureza. Apreciar e desejar esta faísca, a fagulha da Mãe do Fogo, é essencial para
aquecer e acender as Mães d’Água. Além de apreciá-la, devem aprender a lidar com ela e ter
sensitividade para com seus fluidos energéticos.
5. Reconciliadas e harmonizadas, a Y’Guaçu e a Y’Sy,* invocam a luminosidade e as trevas, o
fogo e a águas, elementos essenciais da Mãe d’Água que se acolhem e se complementam
reciprocamente.
6. A Y’Guaçu e a Y’Sy são uma só, são o fluir da vivência instintiva complementar. Uma aquece as
águas e a outra as evapora. Elas desenvolveram uma dimensão para que pudessem se perceber
através do campo magnético do Kheno da Pacas Mili, a sobrenatureza instintiva profunda.
7. A Y’Guaçu é como um pira, uma fogueira. Deve ser ardentemente estimulada e alimentada
dentro do Kheno da Pacas Mili para que o mundo externo não fique em trevas.
8. A Y’Guaçu é um sentimento, uma vivência instintiva de grande poder energético. As Mães
d’Água devem fazer o possível para ficar integradas ao seu lume, à sua chama.
*Y’Sy, Mãe d’Água
9. Quando a Anel do Lábio é esquecida, o eletromagnetismo do ventre feminino se descarrega e o
organismo sensorial fica abandonado, fica às mínguas. Seu declínio se faz evidente e o medo, a
solidão, a frustração, a tensão e a irritação passam a tomar conta do dia e da noite.
10. As dádivas energéticas oferecidas pela sobrenatureza instintiva oculta devem ser aceitas com
grande prazer. Não se pode ignorar o sentimento que flui na Y’Guaçu, pois ela nunca reprimirá os
fluidos energéticos e instintivos.
11. A Y’Guaçu germina em cada menina-mulher, brota em cada Mãe d’Água e atinge seu clímax. É
uma faísca energética em chamas profundas que vem a este mundo para coexistir com o
organismo sensorial feminino. A Y’Guaçu estende sua chama ao assimilar por si só seu prazer
energético.
12. A Y’Guaçu é uma virtude energética. Ainda que ela esteja cheia de energia, sem uma faísca,
ela não se incendeia. Só se acenderá mediante o sentimento de querer sentir os deleites.
13. O deleite e o prazer da Y’Guaçu vem somente quando o oposto complementar, ou seja, a
dádiva da energia estiver presente. Uma força linear associada a uma míngua energética não
apresentará indícios de prazer.
14. Para que o organismo sensorial feminino desperte plenamente à virtude enérgica e o fogo da
Y’Guaçu, terá que adquirir e assimilar a paciência da Mãe Terra, a sensitividade da sobrenatureza
profunda.
15. A instintividade da Mãe d’Água e a confiança energética entre ela e a Y’Guaçu deve ser
constante e secreta. Resistir à vida de prazer fundamentalmente pelo medo adquirido significa não
ter certeza e nem respeito pelo seu organismo sensorial. Isso, consequentemente, acarretará
diversas disfunções e síndromes fisiológicas.
16. A prática da intenção sensível (a prudência) prevenirá das desventuras do campo magnético do
Kheno da Pacas Mili.
17. Existem Mães d’Água que desconhecem os fluidos descendentes da Y’Guaçu apesar de
fazerem parte deste grande fluxo. Elas desconhecem, em sua integridade, esta fonte energética de
prazer que lhes pertence.
18. É importante o emprego da melodiosa força viva em todas as ordens e desordens de nossas
faculdades: nos prazeres do mundo, na imaginação, na sensualidade lúdica e em especial nos
grandiosos prazeres da Y’Guaçu.
19. Medite, pense, reflita um instante sobre o significado da expressão “sensação de prazer”,
“sensação de deleite” e se convencerá de que é possível valer-se deles em todos os sentidos
possíveis, tanto para designar as impressões agradáveis de nossos órgãos como para as
sensações agradáveis de nosso ânimo.
20. Por que isso sucede? Porque a pessoa necessita de sensações energéticas, melodias
sensitivas que expressem a transcendência pessoal, Aliptaña Pachakutij, que estimulem as suas
essências prazerosas da totalidade do seu ser, pois de outro modo não chegaria ao sentimento e
ao conhecimento dos grandes fluxos energéticos.
21. Os princípios são universais. As pessoas tem necessidade das sensações de prazer e de
deleite para que possa conhecer as essências sublimes energéticas.
22. Assim também, a Mãe d’Água necessita da Y’Guaçu para que esta ilumine suas relações em
movimento até que se consiga alcançar os fluidos orgânicos das grandes águas, por cujo meio se
revela a essência do prazer e do deleite.
23. A humanidade civilizada de espírito sistemático reconhece a existência dos gêneros feminino e
masculino. Sendo assim, por que as pessoas do gênero feminino são muitas vezes ignoradas,
exploradas, discriminadas, estupradas, queimadas e mortas no dia-a-dia, e até nos textos, nos
livros e nos dicionários escolares são excluídas, torturadas e mortas nas instituições de saúde? Se
existe o conhecimento da ideia definida do todo, por que não se tem a ideia concreta das partes?
24. Da Y’Guaçu, clitóris, conhece-se a sua fisiologia, porém ignora-se a sua energia e as suas
manifestações; conhece-se a sua matéria, porém ignora-se as suas substâncias e qualidades
energéticas poderosas.
25. Em outros termos, existem as noções de abstração, de energia, de metafísica, de um mundo
indefinido, porém ainda não se conhece a sua forma e o seu fluxo energético, determinados pelos
fenômenos sobrenaturais. Não se conhecem os fatos, as realidades, as práticas, a essência da
sensação do prazer e o deleite da vida através do paraíso da YGuaçu.
26. Há uma ideia vaga e universal do círculo magnético feminino, porém se desconhece a
Y’Guaçu, um órgão externo exclusivamente ligado ao prazer e ao deleite feminino, de onde se
irradia o sentimento, a semente de sensualidade.
27. Como conhecer a Y’Guaçu em suas relações de movimentos magnéticos, se não reconhecer o
órgão real e sua função eneretical originária? Desconhece-se a existência da sensação do prazer
e do deleite deste órgão voluptuosamente feminino.
28. O que é delicioso e prazeroso na Y’Guaçu? Quando se estimula com um toque especial,
delicado, a Y’Guaçu vibra, vibra energeticamente, impressiona-se sensivelmente, agradavelmente
e enlouquecedoramente. Essa impressão sensitiva recebe o nome de deleite.
29. A Mãe d’Água reconhecerá a existência de um prazer sensual valioso, quase dissoluto: o
deleite, o delicioso. O deleite é o prazer mais puro dos sentidos da sensualidade feminina que tem
sua origem na Y’Guaçu.
30. É um prazer que a eleva, que a faz levitar, que a faz vibar, que a relaxa, que a desvanece, que
a descobre energeticamente e a escancara instintivamente, que leva o gosto do aroma natural,
que a faz sentir o prazer, o delicioso, dentro de seus órgãos voluptuosos. Todos esses prazeres
deliciosos vêm através da dança da Mãe do Fogo, a jaguaratê.
JAGUARATÊ
A dança da Mãe do Fogo
Não existe prazer maior que a ‘dança’ da Mãe do Fogo, a irmã íntima.
Quando se alcança a Mãe do Fogo, a Mãe d’ Água sente um prazer indescritível, e as
vibrações, os orgasmos se tornam intensos. A Mãe d’Água despende muita água pelo Anel do
Beiço, ‘pelo canal de nascimento’.
2. Nem todas as Mães d’Água conseguem atingi-la, e nem todas as mulheres e mulheres-mães
reagem com a mesma sensibilidade e prazer até chegar ao sublime, à Mãe do Fogo, energia
originária da Y’Guaçu, Anel do Lábio, localizada dentro do Anel do Beiço.
3. “Sinto muito calor, muito calor. Tudo que se origina dentro de mim é calor, fogo, tudo que sai do
meu peito é fogo. Sai de dentro, fico toda quente, parece que vou explodir ou evaporar com o
calor.
4. Tudo começa no Anel do Lábio, Y’Guaçu, e essa sensação fica mais forte quando chega perto
do pé da barriga.
5. O Anel do Beiço começa a vibrar, começa a se abrir, a se escancarar. Começo a sentir desejo e
fico molhada. A Mãe do Fogo soube do ventre, vai subindo, vai subindo e me esquenta toda.
Quando ela me encosta, o fogo dentro de mim me esquenta, me esquenta. Fico leve. Vem força,
perco força, vem força, perco força. O fogo desce pelas costas. Tudo me arrepia até que o fogo
explode como um vulcão efervescente abrindo o Anel do Beiço.
6. No profundo silêncio, sinto o estalido das ancas e o escancarar do Anel do Beiço como as folhas
secas esparramadas no mato, esperando o acender da chama sublime do encantamento e pegar
fogo o mato.
7. A Mãe do Fogo me oferece seu calor, o fogo, para movimentar a vida, iniciar a renovação e a
germinação do desejo, e reiniciar um novo alento.
8. Os movimentos ardentes da dança da Jaguaratê atraem as forças divinas da
natureza, o fogo da iniciação. A Mãe do Fogo retorna à vida da Mãe d’Água.
9. Em meu interior, a onça, o fogo, dança, dança e gotas d’água cristalina brotam. A
seguir, uma tempestade molha as minhas carnes quentes. Fico sem ar, mas logo me
recupero ao saciar e acalmar os meus desejos e a minha sede de prazer.” (D. Alicia).
A FECUNDAÇÃO E A CONCEPÇÃO DA
OLHO D’ÁGUA
O patuá da concepção da étnia Kallawaya
Através das relações complementares,
acontece uma inter-relação
deleitosa e prazerosa.
A Olho d’Água e o menino-homem se
5. atraem para criarem uma cadência amorosa.
Segundo a sobrenatureza primordial da etnia da Olho d’Água, o fogo-da-mulher e a
água-do-homem, quando se unem pela primeira vez perto de um rio, na floresta, são iluminados
pela Luz Cósmica, de dentro para fora e de fora para dentro. Isso resultará em fluido natural no
qual, como um ‘peixe’, a semente irá nadando entre as águas até sua transformação.
2. A transformação da semente em broto ou embrião será inevitável, ocorrerá espontaneamente. A
Força d’Alento energético da Mãe do Rio aparecerá deslumbrantemente.
3. O Fogo do Alento Universal envolve os fluidos das águas vivas. Desde os primórdios, o ‘Fogo
da Jaguaratê’ precisava levitar nos fluidos das águas do Jaguar. Quando o fogo, tatay e a água,
Y’, se unem e se tornam um só movimento, origina-se a concepção.
4. A sensibilidade, os pensamentos, os sentimentos e a Força de Alento Universal deverão se
harmonizar. Só depois, a Y’Agury Kapi-aí, o embrião, a que está dentro das águas em plenitude
de seu movimento, motivará a Mãe d’Água a despertar sua sensitividade, sua resistência e sua
flexibilidade, as quais suscitarão o movimento do ventre materno, Aí Vyteri.
5. Através da interligação entre o fogo e a água, tudo passa a entrar em constante transformação.
A vontade de ser mama’e deverá ser germinada por ser essencial à continuidade da vida, pois só a
Mãe Sobrenatureza, os ‘grandes encontros com as emanações energéticas e as reações dos
movimentos magnéticos femininos’ são permanentes.
6. A força e o alento universal, duas essências intrínsecas e opostas, nutrem-se mutuamente. Por
isso se diz que quando a Mãe do rio é suficientemente forte, ocorre um crescimento diário da
forma primordial da Y’Agury Kapi-aí.
7. Durante algum tempo, o ventre materno se apresenta incerto, se agita, se esquenta. A Y’Agury
Kapi-aí, a que está dentro das águas, se torna flexível e fortemente impulsiva; logo mais, ela
desencadeia um movimento no pé da barriga, baixo ventre até alcançar o Anel do Beiço, o canal
de nascimento da mama’e.
8. No momento de seu renascimento, a Mãe do Fogo se torna a energia mais preciosa e vital da
Mãe d’Água: sobe e desce, percorrendo toda a coluna vertebral até chegar ao Y’Guaçu, Anel do
Lábio.
A Y’Guaçu é a essência da Mãe d’Água como a menina-mulher é a
essência da mama’e

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ESTADO PLURINACIONAL DE BOLIVIA –KOLLASUYO
 
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MADRE D’ OMBLIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MADRE D’AGUA Y’SY
MADRE D’ OMBLIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MADRE D’AGUA Y’SYMADRE D’ OMBLIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MADRE D’AGUA Y’SY
MADRE D’ OMBLIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MADRE D’AGUA Y’SY
 
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MÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SY

  • 1. MÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SY As Mães d’Água são as prenhas vestidas que realizam seus nascimentos em casa, manifestando o movimento pélvico- ventral, a coragem, a força, a agressividade e a liberdade das Olhos d’Água, as prenhas nuas dos rios amazônicos. As(os) recém nascidas(os) são recebidas(os) pelas Mães d’Umbigo. 10ª Mallku Chanez
  • 2. www.mallkuchanez.com Facebook: Mallku Chanez IKA: Instituto Kallawaya de Pesquisa Andino WhatsApp: 55 11 9 6329 3080
  • 3. Mallku Chanez Pacha Lea Chanez Medicina Kallawaya Itinerante Luquiqaman Tink’u A transcendência energética A grande emanação das forças energéticas vibratórias, a qual se relaciona com os movimentos magnéticos naturais e sobrenaturais.
  • 4. Era Luqiqaman Tink’u o valor energético para uso próprio Originário da transcendência energética do Tiowayaku no Kollasuyo, Bolívia. Jaxy Py’a Hu, novembro de 2019
  • 5. Y’Guaçu, Anel do Lábio, clitóris Dimensão: 27x19, 5 cm - Material madeira Flor d’água eternamente borbulhante, onde brotam as nascentes femininas. Ao se separar a vulva, revela-se a imagem feminina da Y’Guaçu, órgão transcendental
  • 6. A DEIDA DA Y’GUAÇU Anel do Lábio, clitóris, órgão do prazer transcendental, preventiva e curativa Y’Guaçu, sensitivamente e instintivamente ativa, fonte de prazer energético, silenciosa e eternamente em movimento.
  • 7. Y’Guaçu como uma deidade sublime e inspiradora tem Mbará, cadência, no seu ritmo. A Mãe d’Água sem cadência é uma 5. mulher sem fluidez, sem harmonia e sem sonoridade. Y’Guaçu é harmoniosa, é prazerosa. Quando as águas aromáticas chegam a sua possível plenitude, 10. atingem a esplendorosa fluidez. Na Y’Guaçu, pulsa uma sonoridade melodiosa. Y’Guaçu é sensitiva porque tem cadência no seu ritmo. Y’Guaçu é uma concepção energética 15. estimulada através da intensidade de ação dos seus impulsos energéticos. O Anel do Lábio, Y’Guaçu, é um deleite transcendental e imaginativo. Uma relação sem cadência é 20. uma relação sem toque instintivo.
  • 8. Como um fluido sem ritmo é um rio sem fluxo; como uma árvore sem seiva é uma árvore sem força, sem vida. 25. O ritmo, a harmonia, o prazer, traduzem o deleite instintivo de tudo aquilo que flui agradavelmente em nosso organismo sensorial. 30. Y’Guaçu faz fluir as Grandes Águas, sentimentos vigorosos, deliciosos, sublimes e sensações prazerosos de seu Anel de Lábio ardente.
  • 9. A IMAGEM FEMENINA DA Y’GUAÇU Y’Guaçu é como um pira, uma fogueira A Y’Guaçu se encontra no centro inferior do campo magnético do ventre feminino no Kheno da Pacas Mili. Voltar à condição original, do poder da instintividade, da fertilidade, da fecundidade, da criatividade, da umidade e do prazer, é retornar ao campo magnético do Kheno da Pacas Mili, o eletromagnetismo da sobrenatureza instintiva profunda. 2. A Y’Guaçu, o Anel do Lábio é umedecida pelas gotas de orvalho, é fascinantemente dominante, faiscante, energeticamente poderosa e prazerosa. É o único órgão reservado exclusivamente para um prolongado e profundo deleite feminino.
  • 10. 3. A Y’Guaçu, sensitivamente instintiva, é essencial para as Mães d’Água. As Mães d’Água são continentes em relação aos fluidos energéticos poderosos e misteriosos. Elas estão dotadas de sabedoria e de sensíveis instintos necessários para perceber os fluidos e os fluxos da Y’Guaçu. 4. A Y’Guaçu é uma lume de grandes fluidos energéticos. Ela é uma flama de gratidão à sobrenatureza. Apreciar e desejar esta faísca, a fagulha da Mãe do Fogo, é essencial para aquecer e acender as Mães d’Água. Além de apreciá-la, devem aprender a lidar com ela e ter sensitividade para com seus fluidos energéticos. 5. Reconciliadas e harmonizadas, a Y’Guaçu e a Y’Sy,* invocam a luminosidade e as trevas, o fogo e a águas, elementos essenciais da Mãe d’Água que se acolhem e se complementam reciprocamente. 6. A Y’Guaçu e a Y’Sy são uma só, são o fluir da vivência instintiva complementar. Uma aquece as águas e a outra as evapora. Elas desenvolveram uma dimensão para que pudessem se perceber através do campo magnético do Kheno da Pacas Mili, a sobrenatureza instintiva profunda. 7. A Y’Guaçu é como um pira, uma fogueira. Deve ser ardentemente estimulada e alimentada dentro do Kheno da Pacas Mili para que o mundo externo não fique em trevas. 8. A Y’Guaçu é um sentimento, uma vivência instintiva de grande poder energético. As Mães d’Água devem fazer o possível para ficar integradas ao seu lume, à sua chama. *Y’Sy, Mãe d’Água
  • 11. 9. Quando a Anel do Lábio é esquecida, o eletromagnetismo do ventre feminino se descarrega e o organismo sensorial fica abandonado, fica às mínguas. Seu declínio se faz evidente e o medo, a solidão, a frustração, a tensão e a irritação passam a tomar conta do dia e da noite. 10. As dádivas energéticas oferecidas pela sobrenatureza instintiva oculta devem ser aceitas com grande prazer. Não se pode ignorar o sentimento que flui na Y’Guaçu, pois ela nunca reprimirá os fluidos energéticos e instintivos. 11. A Y’Guaçu germina em cada menina-mulher, brota em cada Mãe d’Água e atinge seu clímax. É uma faísca energética em chamas profundas que vem a este mundo para coexistir com o organismo sensorial feminino. A Y’Guaçu estende sua chama ao assimilar por si só seu prazer energético. 12. A Y’Guaçu é uma virtude energética. Ainda que ela esteja cheia de energia, sem uma faísca, ela não se incendeia. Só se acenderá mediante o sentimento de querer sentir os deleites. 13. O deleite e o prazer da Y’Guaçu vem somente quando o oposto complementar, ou seja, a dádiva da energia estiver presente. Uma força linear associada a uma míngua energética não apresentará indícios de prazer. 14. Para que o organismo sensorial feminino desperte plenamente à virtude enérgica e o fogo da Y’Guaçu, terá que adquirir e assimilar a paciência da Mãe Terra, a sensitividade da sobrenatureza profunda.
  • 12. 15. A instintividade da Mãe d’Água e a confiança energética entre ela e a Y’Guaçu deve ser constante e secreta. Resistir à vida de prazer fundamentalmente pelo medo adquirido significa não ter certeza e nem respeito pelo seu organismo sensorial. Isso, consequentemente, acarretará diversas disfunções e síndromes fisiológicas. 16. A prática da intenção sensível (a prudência) prevenirá das desventuras do campo magnético do Kheno da Pacas Mili. 17. Existem Mães d’Água que desconhecem os fluidos descendentes da Y’Guaçu apesar de fazerem parte deste grande fluxo. Elas desconhecem, em sua integridade, esta fonte energética de prazer que lhes pertence. 18. É importante o emprego da melodiosa força viva em todas as ordens e desordens de nossas faculdades: nos prazeres do mundo, na imaginação, na sensualidade lúdica e em especial nos grandiosos prazeres da Y’Guaçu. 19. Medite, pense, reflita um instante sobre o significado da expressão “sensação de prazer”, “sensação de deleite” e se convencerá de que é possível valer-se deles em todos os sentidos possíveis, tanto para designar as impressões agradáveis de nossos órgãos como para as sensações agradáveis de nosso ânimo. 20. Por que isso sucede? Porque a pessoa necessita de sensações energéticas, melodias sensitivas que expressem a transcendência pessoal, Aliptaña Pachakutij, que estimulem as suas essências prazerosas da totalidade do seu ser, pois de outro modo não chegaria ao sentimento e ao conhecimento dos grandes fluxos energéticos.
  • 13. 21. Os princípios são universais. As pessoas tem necessidade das sensações de prazer e de deleite para que possa conhecer as essências sublimes energéticas. 22. Assim também, a Mãe d’Água necessita da Y’Guaçu para que esta ilumine suas relações em movimento até que se consiga alcançar os fluidos orgânicos das grandes águas, por cujo meio se revela a essência do prazer e do deleite. 23. A humanidade civilizada de espírito sistemático reconhece a existência dos gêneros feminino e masculino. Sendo assim, por que as pessoas do gênero feminino são muitas vezes ignoradas, exploradas, discriminadas, estupradas, queimadas e mortas no dia-a-dia, e até nos textos, nos livros e nos dicionários escolares são excluídas, torturadas e mortas nas instituições de saúde? Se existe o conhecimento da ideia definida do todo, por que não se tem a ideia concreta das partes? 24. Da Y’Guaçu, clitóris, conhece-se a sua fisiologia, porém ignora-se a sua energia e as suas manifestações; conhece-se a sua matéria, porém ignora-se as suas substâncias e qualidades energéticas poderosas. 25. Em outros termos, existem as noções de abstração, de energia, de metafísica, de um mundo indefinido, porém ainda não se conhece a sua forma e o seu fluxo energético, determinados pelos fenômenos sobrenaturais. Não se conhecem os fatos, as realidades, as práticas, a essência da sensação do prazer e o deleite da vida através do paraíso da YGuaçu. 26. Há uma ideia vaga e universal do círculo magnético feminino, porém se desconhece a Y’Guaçu, um órgão externo exclusivamente ligado ao prazer e ao deleite feminino, de onde se irradia o sentimento, a semente de sensualidade.
  • 14. 27. Como conhecer a Y’Guaçu em suas relações de movimentos magnéticos, se não reconhecer o órgão real e sua função eneretical originária? Desconhece-se a existência da sensação do prazer e do deleite deste órgão voluptuosamente feminino. 28. O que é delicioso e prazeroso na Y’Guaçu? Quando se estimula com um toque especial, delicado, a Y’Guaçu vibra, vibra energeticamente, impressiona-se sensivelmente, agradavelmente e enlouquecedoramente. Essa impressão sensitiva recebe o nome de deleite. 29. A Mãe d’Água reconhecerá a existência de um prazer sensual valioso, quase dissoluto: o deleite, o delicioso. O deleite é o prazer mais puro dos sentidos da sensualidade feminina que tem sua origem na Y’Guaçu. 30. É um prazer que a eleva, que a faz levitar, que a faz vibar, que a relaxa, que a desvanece, que a descobre energeticamente e a escancara instintivamente, que leva o gosto do aroma natural, que a faz sentir o prazer, o delicioso, dentro de seus órgãos voluptuosos. Todos esses prazeres deliciosos vêm através da dança da Mãe do Fogo, a jaguaratê.
  • 15. JAGUARATÊ A dança da Mãe do Fogo Não existe prazer maior que a ‘dança’ da Mãe do Fogo, a irmã íntima.
  • 16. Quando se alcança a Mãe do Fogo, a Mãe d’ Água sente um prazer indescritível, e as vibrações, os orgasmos se tornam intensos. A Mãe d’Água despende muita água pelo Anel do Beiço, ‘pelo canal de nascimento’. 2. Nem todas as Mães d’Água conseguem atingi-la, e nem todas as mulheres e mulheres-mães reagem com a mesma sensibilidade e prazer até chegar ao sublime, à Mãe do Fogo, energia originária da Y’Guaçu, Anel do Lábio, localizada dentro do Anel do Beiço. 3. “Sinto muito calor, muito calor. Tudo que se origina dentro de mim é calor, fogo, tudo que sai do meu peito é fogo. Sai de dentro, fico toda quente, parece que vou explodir ou evaporar com o calor. 4. Tudo começa no Anel do Lábio, Y’Guaçu, e essa sensação fica mais forte quando chega perto do pé da barriga. 5. O Anel do Beiço começa a vibrar, começa a se abrir, a se escancarar. Começo a sentir desejo e fico molhada. A Mãe do Fogo soube do ventre, vai subindo, vai subindo e me esquenta toda. Quando ela me encosta, o fogo dentro de mim me esquenta, me esquenta. Fico leve. Vem força, perco força, vem força, perco força. O fogo desce pelas costas. Tudo me arrepia até que o fogo explode como um vulcão efervescente abrindo o Anel do Beiço. 6. No profundo silêncio, sinto o estalido das ancas e o escancarar do Anel do Beiço como as folhas secas esparramadas no mato, esperando o acender da chama sublime do encantamento e pegar fogo o mato. 7. A Mãe do Fogo me oferece seu calor, o fogo, para movimentar a vida, iniciar a renovação e a germinação do desejo, e reiniciar um novo alento.
  • 17. 8. Os movimentos ardentes da dança da Jaguaratê atraem as forças divinas da natureza, o fogo da iniciação. A Mãe do Fogo retorna à vida da Mãe d’Água. 9. Em meu interior, a onça, o fogo, dança, dança e gotas d’água cristalina brotam. A seguir, uma tempestade molha as minhas carnes quentes. Fico sem ar, mas logo me recupero ao saciar e acalmar os meus desejos e a minha sede de prazer.” (D. Alicia).
  • 18. A FECUNDAÇÃO E A CONCEPÇÃO DA OLHO D’ÁGUA O patuá da concepção da étnia Kallawaya
  • 19. Através das relações complementares, acontece uma inter-relação deleitosa e prazerosa. A Olho d’Água e o menino-homem se 5. atraem para criarem uma cadência amorosa. Segundo a sobrenatureza primordial da etnia da Olho d’Água, o fogo-da-mulher e a água-do-homem, quando se unem pela primeira vez perto de um rio, na floresta, são iluminados pela Luz Cósmica, de dentro para fora e de fora para dentro. Isso resultará em fluido natural no qual, como um ‘peixe’, a semente irá nadando entre as águas até sua transformação. 2. A transformação da semente em broto ou embrião será inevitável, ocorrerá espontaneamente. A Força d’Alento energético da Mãe do Rio aparecerá deslumbrantemente. 3. O Fogo do Alento Universal envolve os fluidos das águas vivas. Desde os primórdios, o ‘Fogo da Jaguaratê’ precisava levitar nos fluidos das águas do Jaguar. Quando o fogo, tatay e a água, Y’, se unem e se tornam um só movimento, origina-se a concepção. 4. A sensibilidade, os pensamentos, os sentimentos e a Força de Alento Universal deverão se harmonizar. Só depois, a Y’Agury Kapi-aí, o embrião, a que está dentro das águas em plenitude de seu movimento, motivará a Mãe d’Água a despertar sua sensitividade, sua resistência e sua flexibilidade, as quais suscitarão o movimento do ventre materno, Aí Vyteri.
  • 20. 5. Através da interligação entre o fogo e a água, tudo passa a entrar em constante transformação. A vontade de ser mama’e deverá ser germinada por ser essencial à continuidade da vida, pois só a Mãe Sobrenatureza, os ‘grandes encontros com as emanações energéticas e as reações dos movimentos magnéticos femininos’ são permanentes. 6. A força e o alento universal, duas essências intrínsecas e opostas, nutrem-se mutuamente. Por isso se diz que quando a Mãe do rio é suficientemente forte, ocorre um crescimento diário da forma primordial da Y’Agury Kapi-aí. 7. Durante algum tempo, o ventre materno se apresenta incerto, se agita, se esquenta. A Y’Agury Kapi-aí, a que está dentro das águas, se torna flexível e fortemente impulsiva; logo mais, ela desencadeia um movimento no pé da barriga, baixo ventre até alcançar o Anel do Beiço, o canal de nascimento da mama’e. 8. No momento de seu renascimento, a Mãe do Fogo se torna a energia mais preciosa e vital da Mãe d’Água: sobe e desce, percorrendo toda a coluna vertebral até chegar ao Y’Guaçu, Anel do Lábio.
  • 21. A Y’Guaçu é a essência da Mãe d’Água como a menina-mulher é a essência da mama’e