19. Apresentam-se dois novelistas — o idealista e o naturalista. Tu dás-lhe o teu assunto: uma menina que se chama Virgínia e que habita ali defronte. O idealista não a quer ver nem ouvir; não quer saber mais detalhes: Toma imediatamente a sua boa pena ..., recorda durante um momento os seus autores, e, num relance, cria-te a Virgínia. [...] TRECHO DE EÇA DE QUEIRÓS
20. Mas voltemos à nossa Virgínia... É agora o escritor naturalista que a vai pintar. Este homem começa por fazer uma coisa extraordinária: vai vê-la!... Não se riam: o simples fato de ir ver Virgínia quando se pretende descrever Virgínia, é uma revolução na Arte! É toda a filosofia cartesiana: significa que só a observação dos fenômenos dá à ciência das coisas. QUEIRÓS. Eça de. Cartas inéditas a Fradique Mendes. In: “Obras inéditas de Eça de Queirós”, v. III, págs. 913-916. Porto, 1958).
23. Gustave Courbet expressam nenhuma emoção e mais parecem parte de uma paisagem do que seus personagens. Courbet se manteve, nesta etapa realista, muito longe do co-lorismo romântico, aproximando-se, em compen-sação, do realismo tenebroso espanhol do barroco, com uma profusão de pretos, ocres e marrons, banhados por uma pátina cinza.