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FACUDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO
RICARDO ROGER CORREA DA SILVA
LIGIDIANOR DO SANTOS AVILA
DRENAGEM URBANA
GUARULHOS
2021
RICARDO ROGER CORREA DA SILVA
LIGIDIANOR DO SANTOS AVILA
DRENAGEM URBANA
GUARULHOS
2021
Trabalho Técnico apresentado à Faculdade de
Tecnologia de São Paulo, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Tecnólogo
em Hidráulica e Saneamento Orientador: Prof.ª
Regina Pacca Costa
RESUMO
O Sistema de drenagem refere-se ao conjunto de medidas que tem
como objetivo o gerenciamento das águas das chuvas que ecoa no meio
urbano, possibilitando seu desenvolvimento de forma harmônica, criando
maneiras para minimizar ou até evitar prejuízos causados pelas inundações,
que ocorrem principalmente em períodos de grandes precipitações.
Nas últimas décadas a gestão dos sistemas de drenagem não consegue
acompanhar o crescimento desordenado das áreas urbanas, principalmente
nas áreas periféricas das grandes cidades, na qual vem produzindo
impactos significativos na infraestrutura dos recursos hídricos. Um dos
exemplos que podemos citar são a impermeabilização dos solos com as
pavimentações, assoreamentos de rios através do descarte de resíduos
pelas indústrias, sem mencionar a quantidade de lixos que são produzidos
nas grandes cidades, que são descartados de forma irregular, que acabam
criando pontos de lixos viciados consequentemente obstruindo bocas de
lobos e a passagem das águas.
Porém podemos perceber que estamos presenciando nas últimas
décadas um momento de transição para critério de gerenciamento de
drenagem urbana que tinha como princípio remover as águas das chuvas
para jusante, executar projetos e obras, como medida estrutural para
resolver os problemas e a base de análise era somente econômica, como
por exemplo canalização e desassoreamento de córregos.
O novo método moderno é sustentável consiste na busca a
compreensão integrada ao meio ambiente, social, legal, institucional e
tecnológica, visando resolver os problemas de forma sustentável.
SUMÁRIO
LISTAS DE IMAGENS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
1.0 INTRODUÇÃO............................................................................1
2.0 REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO
2.1 Conceitos.....................................................................................4
2.2 Sistemas de Drenagem...............................................................4
2.3 Desassoreamento de Córrego.....................................................5
2.4. Apresentando um caso: Guarulhos...........................................09
2.5 Telhados Verdes........................................................................11
3.0 CONCLUSÃO.............................................................................18
4.0 REFERÊNCIAS BILIOGRAFICAS..............................................19
LISTA DE FIGURAS
Imagem 1 – Escavadeira Hidráulica......................................8
Imagem 2 – Dragline..............................................................9
Imagem 3 – Draga de Sucção e Recalque............................9
Imagem 4 – Limpeza de Vias de Guarulhos .........................12
Imagem 5 – Limpeza de Vias de Guarulhos .........................12
Imagem 6 – Limpeza de Vias de Guarulhos .........................13
Imagem 7 – Limpeza de Vias de Guarulhos .........................13
Imagem 8 – Telhado Verde Fonte.........................................14
Imagem 9 – Comparação de Escoamento............................16
Imagem 10 – Telhado Verde Intensivo..................................17
Imagem 11: Telhado Verde Extensivo...................................18
Imagem 11: Elementos de composição do telhado verde…..19
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Zeladoria urbana de Guarulhos..............................12
1
1.0 INTRODUÇÃO
O termo Drenagem Urbana refere-se ao conjunto de medidas
que tem como o objetivo minimizar os riscos que a população está sujeita,
diminuir os prejuízos causados pelas inundações e possibilitar o
desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e sustentável. A
drenagem urbana nada mais é do que o gerenciamento de águas das
chuvas que escoa no meio urbano.
Nas últimas décadas o crescimento desordenado das áreas
urbanizadas, dos pólos regionais e a expansão irregular das periferias vem
produzindo impactos significativos na infraestrutura dos recursos hídricos.
A Urbanização produz um grande impacto nas drenagens urbanas,
pois produz grande impermeabilização do solo.
Com a falta de planejamento na urbanização dos grandes polos
regionais pressionada por aspectos econômicos como a falta de moradias, o
êxodo rural e a industrialização acabou resultando em uma alta taxa de
impermeabilidade do solo e como consequência a anulação dos espaços
urbanos, como parques e jardins que possibilitam a permeabilidade do solo
e a recarga do lençol freático.
As áreas urbanas são cada vez mais impermeabilizadas, gramados e
áreas verdes são substituídos por calçadas e pavimentos e o grande
aumento das áreas de telhado são expandidos cada vez mais, fazendo que
grandes volumes de águas que escoam para a ruas tenham um aumento
significativo.
Além da impermeabilidade do solo há também um grande impacto na
qualidade da água por vários aspectos como a poluição existente no ar que
se precipita juntamente com a água, a lavagem das superfícies urbanas
contaminadas com diferentes componentes orgânicos, metais, resíduos
sólidos, lixos urbano depositado ou transportado para a drenagem o esgoto
cloacal que não é coletado e escoa através da drenagem.
2
Todo esse processo traz grandes impactos para a população, para a
própria urbanização como as inundações que causam prejuízos de perdas
materiais, humanas, econômicas a contaminação por doenças de veiculação
hídrica como leptospirose, cólera entre outras.
Também há o aumento de despejo de produtos químicos utilizados
pela agricultura, indústria e no ambiente geral fazendo com que os recursos
hídricos retornem a sua origem totalmente contaminados.
A consequência da falta de visão ambiental causa a deterioração dos
mananciais e a redução de quantidade e qualidade de água para a
população.
Os antigos critérios para a drenagem urbana tinha como princípio
remover as águas das chuvas para jusante, executar projetos e obras, como
medida estrutural para resolver os problemas e a base de análise era
somente econômica.
Mas o conceito de escoar a água precipitada o mais rápido possível
foi abandonado pelos países desenvolvidos no início da década de 1970,
pois esse conceito trouxe o aumento das inundações a jusante devido a
canalização, pois a medida que a precipitação ocorre e a água não é
infiltrada a ordem de grandeza desse aumento é de seis vezes o que escoa
para os dutos. E para transportar todo esse volume é necessário ampliar a
capacidade dos condutores e canais ao longo de todo o seu trajeto dentro da
cidade até a um local onde seu efeito de ampliação não atinge a população,
o que torna os custos insustentáveis, podendo chegar a ser dez vezes maior
do que o custo de amortecer o pico dos hidrogramas e diminuir a vazão
máxima para a jusante através de uma detenção, tornando claro que o custo
para a canalização e condutos são muito altos e trazem muitos impactos
negativos, tudo esse estudo levou ao abandono dessa solução pelos países
desenvolvidos no início de 1970.
O novo método moderno é sustentável consiste na busca a
compreensão integrada ao meio ambiente, social, legal, institucional e
tecnológica, visando resolver os problemas de forma sustentável.
3
As medidas de controle pode ser classificadas de acordo com o
componente da drenagem em medidas:
Na fonte: que envolve o controle em nível de lote ou qualquer área
primária de desenvolvimento.
Umas das principais medidas na fonte tem sido a detenção de lote
que consiste em um pequeno reservatório, que controla apenas a vazão
máxima, o uso de áreas de infiltração para receber a água de áreas
impermeáveis e recuperar a capacidade de infiltração da bacia que a
utilização de pavimentos permeáveis. Medidas que também minimizam os
impactos da poluição.
Na Microdrenagem e Macrodrenagem são respectivamente detenções
e retenção.
Detenções: Reservatórios urbanos mantidos secos com o uso do
espaço integrado à paisagem urbana.
Retenções: Reservatórios com lâmina de água utilizados não somente
para o controle do pico e volume do escoamento, como também a qualidade
da água, mas atualmente a maior dificuldade no projeto e implementação
dos reservatórios é a grande quantidade de lixo transportado pela drenagem
o que obstrui a entrada de reservatórios.
E para a implementação de medidas sustentáveis é necessário que
as cidades desenvolvam um Plano Diretor referente a Drenagem Urbana
que irá estipular os seguintes princípios:
1º - Os novos desenvolvimentos não podem aumentar a vazão
máxima da justante;
2º - O planejamento e o desenvolvimento devem levar em
consideração o controle dos impactos existentes devem ser elaborados
considerando a bacia como um todo:
3º O horizonte de planejamento deve ser integrado ao Plano de
Diretor da Cidade;
4º O controle de Efluentes deve ser avaliado de forma integrada como
esgotamento sanitário e os resíduos sólidos.
4
2.0 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
2.1 Conceitos
Para uma melhor compreensão dos assuntos abordados é necessário
a compreensão de alguns tópicos que seguem abaixo:
 Rio é uma corrente de água natural que se dirige para o mar, para um
lago ou para outro rio.
 Córrego, riacho, regato ou ribeirão são rios mais estreitos, mais rasos
ou com menor volume de água ou extensão.
 Vala de drenagem é uma estrutura escavada no solo, em geral
revestida por concreto, que tem como função drenar, escoar e dar
destinação às águas pluviais de locais e regiões sujeitos a
alagamentos.
 Desassoreamento: é a remoção de areia, lodo e outros sedimentos
do fundo de rios e lagos, causados por ações humanas ou pelo
desbarrancamento de terra decorrentes de fenômenos naturais.
2.2 Sistema de Drenagem
De acordo com o Engenheiro civil Dante Larentis, Dr. em Recursos
Hídricos e Saneamento Ambiental e sócio da Rhama Consultoria Ambiental
a drenagem urbana é um termo que representa com fidelidade a prática de
décadas passadas em que o problema de águas pluviais nas cidades era
resolvido apenas tratando de fazer com que os volumes gerados pelas
chuvas fossem drenados o mais rapidamente possível para jusante. O
princípio era impermeabilizar o solo com pavimentação e canalizar córregos
o máximo possível, para que a água da chuva, uma vez no solo, fosse
afastada da cidade rapidamente. Quando as cidades não eram tão grandes,
5
esta técnica funcionava razoavelmente bem. Na medida em que foram
surgindo grandes áreas urbanizadas ao longo de córregos, os efeitos
nocivos da prática adotada começaram a ser notados. A impermeabilização
do solo faz com que diminua a infiltração da água da chuva e, desta forma,
aumente o volume de escoamento superficial. Assim, eventos de chuva que
anteriormente à impermeabilização eram parcialmente infiltrados no solo,
passam a gerar vazões maiores, ou seja, volumes maiores de escoamento
superficial. Em conjunto com a canalização, retificação e revestimento de
córregos, o efeito de impermeabilização aumenta e transfere para jusante os
problemas de inundação. Se o problema não for resolvido para um
determinado bairro ou cidade situado a jusante, aquilo que poderia ser uma
chuva sem grandes consequências pode passar a ser um evento prejudicial.
Podemos citar diversos pontos que torna – se medidas como uma
forma emergencial e não uma melhoria no sistema de gestão em si.
2. 3 Desassoreamento de Córregos
Para que os serviços de manutenção do sistema de drenagem
obtenham bom resultado, é essencial que haja um processo de gestão
operacional, envolvendo o planejamento dos serviços necessários, através
de um plano anual de trabalho que envolva todas as ações requeridas e uma
destas ações é o desassoreamento de córregos.
Conforme já mencionado anteriormente, desassoreamento pode ser
considerado como a ação de remover resíduos do leito do córrego, com o
objetivo de aumentar a vazão, e assim evitando que ocorra inundações com
os grandes volumes de precipitação das chuvas.
O desassoreamento de córregos pode ser feito de diferentes formas e
com a utilização de diversos mecanismos e tecnologias. Normalmente, os
equipamentos mais utilizados são as escavadeiras hidráulica, dragline e as
dragas de sucção e recalque.
6
Imagem 1 – Escavadeira Hidráulica
Fonte: https://pmemaquinas.com.br/ Data de Acesso : 21/04/2021
Imagem 2 – Dragline
Fonte : https://mining.komatsu/ Data de Acesso : 21/04/2021
Imagem 3 – Draga de Sucção e Recalque
Fonte : https://www.lfambiental.com.br/ Data de Acesso : 21/04/2021
7
O desassoreamento de rios, geralmente, é resolvido através da
dragagem dos sedimentos depositados em seu leito, utilizando diversas
técnicas. Tratando de um caso concreto, objetiva-se expor a falta de critérios
técnicos para a execução de tal intervenção, os impactos para o rio, biota
aquática e a sua real necessidade. São apresentados aspectos da
dissociação entre entendimentos consagrados na engenharia e seu
descompasso com as teorias ecológicas.
O desassoreamento, portanto, é um procedimento de dragagem ou limpeza
do leito do rio. A causa, porém, das enchentes não se resume ao rio e está
associada também ao volume de chuvas, ao escoamento superficial, à
impermeabilização do solo, entre outros.
Mas para realizar a dragagem é necessário estar alinhado às leis e
normas ambientais do país e a empresa responsável deve possuir licença
ambiental para fazê-lo. Pois, em alguns casos, a dragagem pode alterar o
curso das águas. Além disso, existe a necessidade do tratamento e descarte
correto do material retirado do fundo dos rios, portos e lagos.
RESOLUÇÃO CONJUNTA SMA/SAA 02 - DE
07-04-1997 dispõe sobre os procedimentos de
licenciamento ambiental, em áreas de
preservação permanente, de obras,
empreendimentos e atividades de
desassoreamento, construções, reforma e
ampliação de tanques, açudes e barramentos de
corpos d’água.
Resolução SMA 33/05 – Dispõe sobre
procedimentos para o gerenciamento e
licenciamento ambiental de sistemas de
tratamento e disposição final de resíduos de
8
serviços de saúde humana e animal no Estado
de São Paulo
CONAMA n° 454/2012 estabelece diretrizes e
procedimentos para o gerenciamento do material
a ser dragado em águas nacionais
Resolução CONAMA n° 420/2009 traz valores
orientadores de qualidade do solo quanto à
presença de substâncias químicas para auxiliar
no processo de gerenciamento
O rigor e a necessidade de preservar os recursos naturais, tornam ainda
mais importante o desenvolvimento de projetos muito bem detalhados, para
não colocar em risco o meio ambiente e os negócios que serão gerados a
partir do uso daquele espaço.
No Brasil ainda é incipiente a preocupação com a qualidade das
águas superficiais, sendo estas lançadas nos corpos hídricos ou infiltradas
no solo, sem nenhum pré-tratamento dos contaminantes carreados pela
água do escoamento. Esses contaminantes vão desde areia, até
hidrocarbonetos provenientes dos combustíveis fósseis, incluindo metais
pesados, agrotóxicos, dentre outros.
Desassoreamento é equivocadamente apontado como a solução para as
repetidas ocorrências de inundações, uma medida a ser tomada em caráter
emergencial como forma de evitar maiores danos e riscos.
Oliveira & Mello (2016) salientam que a extração de materiais dos rios incide
em efeitos imediatos na dinâmica fluvial, uma vez que ocasiona mudanças
nos padrões ligados ao fluxo de sedimentos, bem como o seu transporte. Os
autores reforçam ainda que essas modificações no canal do corpo hídrico
podem ser propagadas na porção a jusante e a montante, impactando
negativamente os ecossistemas aquáticos e alterando os parâmetros físicos
e químicos da água.
9
2.4 Apresentando um caso: Guarulhos
Guarulhos é a 2° cidade com maior população no estado de SP,
aproximadamente 1.392.121 pessoas, possui o 4° maior PIB de São Paulo e
o 12° do Brasil, de acordo com o levantamento do IBGE de 2018. É a cidade
onde está localizado o maior aeroporto internacional da américa Latina.
Mesmo sendo uma cidade com grande arrecadação de impostos, não possui
um aterro sanitário e nem local para recebimento de material retirados dos
desassoreamentos de córregos. Todo material retirado é depositado para
decantação nas margens dos córregos, e posteriormente com o decorrer do
tempo este material retorna para o leito do córrego.
Como não possui local para despejo adequado dos resíduos dos
desassoreamentos, não consegui a liberação ambiental e pedi uma
solicitação emergencial para Defesa Civil para realizar o desassoreamento
de córregos.
Apenas no ano de 2019, foi retirado do leito dos córregos uma
quantidade de 134.079,00 m³, equivalente a aproximadamente 53 vezes o
volume de uma piscina olímpica.
Tabela 01 – Zeladoria urbana de Guarulhos
Fonte – Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos
10
A cidade possui mapeado 85 córregos, distribuídos em 318,675 km².
Só em 2019 foram registrados mais de 2000 pontos de alagamentos na
cidade. Segue abaixo um relatório fotográfico de alguns pontos de
alagamentos na cidade.
Todos os anos Guarulhos é afetada por enchentes em seu território,
fazendo que muitos munícipes percam praticamente tudo que conquistaram
em suas vidas. É evidente que grande parte da população tem
Imagem 04 vias de Guarulhos
Fonte autoria própria
Imagem 05 – Vias de Guarulhos
Fonte autoria própria
Imagem 06 – Vias de Guarulhos
Fonte autoria própria
Imagem 07 – Vias de Guarulhos
Fonte autoria própria
11
responsabilidade nestes episódios de enchentes, mas também fica evidente
que uma cidade com uma estrutura do sistema de drenagem não
consolidada, acarretara perdas todos os anos para seus munícipes.
2.5 Telhados Verdes
As utilizações dos telhados verdes iniciam-se ainda na pré-história,
desde do surgimento dos primeiros seres humanos na África a
aproximadamente 5000 mil anos atrás.
Durante esse período as sociedades humanas passaram por
profundas transformações em sua interação com a natureza. Ao longo do
tempo todas as regiões dos planetas foram ocupadas e os diferentes grupos
passaram a explorar os recursos naturais disponíveis como a pesca, a caça
e a coleta de vegetais. Esta interação permitiu o acúmulo de conhecimentos
sobre a natureza, suas relações, funções e potencial uso (CHILDE, 1986). E
a aproximadamente 10000 anos atrás, mudanças climáticas atingiram o
planeta e promoveram a estabilização das estações do ano. E a
previsibilidade do clima foi de grande importância para que as sociedades
pudessem expandir a produção de alimentos através da prática agrícola.
Nesta época, em muitos lugares os grupos humanos tornaram-se
sedentários e, por isso, passaram a investir mais esforços na construção de
moradias duradoras. Surgem então as primeiras cabanas, edificações
projetadas mentalmente e construídas com a intenção expressa de
proporcionar abrigo e conforto a seus usuários (PEREIRA, 2010).
Os primeiros telhados verdes estão atribuídos a esse contexto que
cobriam essas cabanas de agricultores, pescadores e caçadores em
diferentes locais do mundo. Essas cabanas eram construídas aproveitando a
declividade dos terrenos. A cobertura vegetal utilizada era composta de
plantas disponíveis no entorno. E o objetivo destas estruturas era manter os
interiores das edificações mais aquecidos ou frescos conforme exigia o clima
local.
12
Na Europa estas habitações são conhecidas como Sad Houses ou
casas de turfas). Já nas Américas a expressão utilizada para designar estas
edificações é Casa Subterrânea (Rebollar, 2017).
Imagem 08 – Telhado Verde Fonte
(fonte: http://plasmaengenharia.com) . Data de Acesso 20/04/2021
Já no mundo moderno os telhados verdes surgem como uma
tendência mundial, para encontrar soluções construtivas adequadas aos
problemas contemporâneos, especialmente aqueles relacionados com a
exploração, o uso e o descarte de materiais não renováveis ou com alto
impacto ambiental associado à sua produção (MINKS, 2013).
Os telhados verdes apresentam várias vantagens pois através do
emprego da vegetação em coberturas das edificações é possível reduzir o
uso de materiais empregados, garantir o conforto térmico e acústico e
reduzir o consumo de energia para climatização de espaços interiores
(REBOLLAR, 2017).
13
Além das vantagens apresentadas acima os telhados verdes surgem
como uma proposta interessante para redução do escoamento superficial e
o gerenciamento das contribuições pluviais, já que os projeto de drenagem
urbana são desenvolvidos dentro de premissas estruturais onde os impactos
são transferidos de montante para jusante sem nenhum controle de suas
fontes contribuintes. No escoamento superficial esse processo de
desenvolvimento tem provocado o aumento frequente das enchentes e o
entupimento de galerias de águas pluviais em virtude de sedimentos
arrastados e também comprometendo qualidade da água (TUCCI, 1996).
Imagem 9 – Comparação de Escoamento de um telhado verde para um telhado normal
(Fonte: Laar, 2001).
O cultivo de plantas tropicais de espécies que apresentam melhores
condições de adaptação, tendo em vista a construção de telhados verdes
extensivos cujas as espécies de plantas que não sejam exigentes nas
rotinas de manutenção periódicas e que apresentam custo baixo em função
de camadas estreitas e leves de substratos, com impermeabilização e
drenagem bem executados, é uma alternativa capas de reduzir os
14
problemas ambientais relacionados à má gestão dos recursos hídricos, que
fazem parte da rotina dos grandes centros urbanos, bem como enchentes e
inundações (KOELLER, 2000).
Existem dois tipos principais de telhados verdes:
- Intensivo: mais espessos e suportam uma maior variedade de plantas. No
entanto é mais pesada e exige maior manutenção. A espessura mínima de
instalação é de 20 cm. Deve existir um cuidado especial na consideração de
cálculos estruturais, que considera nos edifícios em concreto armado uma
carga média de 300 Kg/m2 (https://www.ugreen.com.br/telhado-verde/).
- Extensivo: mais fino e leve, com no máximo 8 cm de espessura e coberta
tipicamente com forração. É mais viável financeiramente, no entanto não
suporta tanta carga de águas pluviais (https://www.ugreen.com.br/telhado-
verde/).
Imagem 10 – Telhado Verde Intensivo
(fonte: http://plasmaengenharia.com) . Data de Acesso 20/04/2021
15
Imagem 11: Telhado Verde Extensivo
(fonte: http://plasmaengenharia.com) Data de acesso 20/04/2021
Os principais elementos para a composição da estrutura de um
telhado verde são:
1 – Laje: Elemento estrutural onde deve-se considerar as cargas
permanentes e as cargas acidentais, também podem ser utilizados
um outro suporte estrutural.
2- Camada Impermeabilizante: A função é proteger o elemento
estrutural de infiltrações, pode ser utilizado materiais diferentes
como betuminosos e sintéticos.
3 – Isolamento térmico: Utilizado de acordo com a incidência de
energia solar que a cobertura absorve, poliestireno extrudado pode
ser utilizado como material isolante térmico.
4 – Camada drenante: A função principal é dar vazão ao excesso de
água no solo, pode ser constituída de argila expandida, brita ou
seixos de diâmetro semelhantes, sendo fundamental para o sistema.
Sua espessura pode variar de 7 cm a 10 cm, elementos
16
industrializados a base de poliestireno são frequentemente utilizados
na Europa por também terem características de isolantes térmicos.
5 – Camada Filtrante: Evita que a água das chuvas e das regas
arraste as partículas de solo do telhado verde, utiliza-se
normalmente uma manta geotêxtil.
6 – Solo: Substrato orgânico que deve possuir boa drenagem, de
preferência um solo não argiloso que apresente uma boa
composição mineral de nutrientes para o sucesso das plantas, a
espessura varia de acordo com o tamanho das plantas, quanto
maior for as plantas mais profundo será a camada do solo.
7 – Vegetação: Para a escolha correta é necessário conhecer o
clima do local, o tipo de substrato a ser utilizado, tipo de manutenção
que será adotada no telhado, no caso de irrigações, o ideal é a
escolha de plantas que não exijam a umidade bem resistentes ao
estresse hídrico.
17
Imagem 11: Elementos de composição do telhado verde
(fonte: http://plasmaengenharia.com) Data de Acesso 20/04/2021
Etapas de construção do telhado verde:
Primeira etapa: Construção das muretas de proteção no entorno da laje,
sendo rebocadas com argamassa impermeabilizante já com os drenos
instalados.
Segunda etapa: Aplicação do material impermeabilizante tanto na laje
quanto nas muretas, conforme a recomendação do fornecedor.
Terceira etapa: Introdução do material drenante obedecendo a espessura
conforme o porte da vegetação a ser instalada.
Quarta etapa: Instalação do material filtrante, o recomendado é uma manta
geotêxtil.
18
Quinta etapa: Introdução do solo, a espessura varia de acordo com a
vegetação a ser instalada.
Sexta etapa: Implantação da vegetação que irá compor o telhado verde.
3.0 CONCLUSÃO
Fica evidente que com o crescimento desordenado das grandes
cidades, não houve um acompanhamento do desenvolvimento do sistema
de drenagem urbano, no que acarreta todos os anos perdas materiais e até
de vidas humanas, consequências das inundações, principalmente no
período de dezembro a abril, onde há grandes precipitações de chuvas.
Com o passar do tempo, a forma de gerir a estrutura do sistema de
drenagem tem mudado, onde há preocupação financeira tem dado lugar aos
problemas ambientais, como por exemplo, os procedimentos de
desassoreamentos, tem sido considerado mais uma medida paliativa, do que
um procedimento adequado, tecnologias como telhado verde, pisos
permeáveis, entre outros mais, tem cada vez mais tornando-se alternativas
predominantes, principalmente em ações desenvolvidas.
19
4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
CHILDE, V.G. A revolução urbana: modos de produção na
Antiguidade. São Paulo: Global, 1986
LAAR, M. Et. al. Estudo de aplicação de plantas em telhados vivos
extensivos em cidades de clima tropical. In. ENCONTRO NACIONAL
DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO-ENCAC, 6.
Anais...São Pedro, São Paulo, 2001
MINKS, V. A Rede de Design Verde Urbano – uma alternativa
sustentável para megacidades? Revista LAB VERDE, V. 7, p. 23-44,
2013.
OLIVEIRA, F. L.; MELLO, E. F. A mineração de areia e os impactos
ambientais na bacia do rio São João, RJ. Revista Brasileira de
Geociências
PEREIRA, J. R. A. Introdução a história da arquitetura. Porto Alegre:
Bookman Editora, 2010.
REBOLLAR, Nora Alejandra Patricia et al (Org.). Telhados Verdes –
uma abordagem multidisciplinar. Florianopolis: Ledix, 2017, 1
Edição, p. 17-23.
TUCCI, C. E. M. Estudos Hidrologicos-Hidrodinamicos do rio Iguaçu
na Região Metropolitana de Curitiba. Prosan – Suceam Curitiba 2
volumes, 1996.
https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sp/guarulhos.html Data de acesso
https://www.ecivilnet.com/ Data de Acesso 24/04/2020
Fonte: https://pmemaquinas.com.br/ Data de Acesso 24/04/2020
https://ecotelhado.com/wp-content/uploads/2015/03/Funcoes-dos-Telhados-
Verdes-no-Meio-Urbano.pdf
https://www.ugreen.com.br/telhado-verde/
http://www.plasmaengenharia.com/post/telhado-verde-vantagens-e-desvantagens

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  • 1. FACUDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO RICARDO ROGER CORREA DA SILVA LIGIDIANOR DO SANTOS AVILA DRENAGEM URBANA GUARULHOS 2021
  • 2. RICARDO ROGER CORREA DA SILVA LIGIDIANOR DO SANTOS AVILA DRENAGEM URBANA GUARULHOS 2021 Trabalho Técnico apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Tecnólogo em Hidráulica e Saneamento Orientador: Prof.ª Regina Pacca Costa
  • 3. RESUMO O Sistema de drenagem refere-se ao conjunto de medidas que tem como objetivo o gerenciamento das águas das chuvas que ecoa no meio urbano, possibilitando seu desenvolvimento de forma harmônica, criando maneiras para minimizar ou até evitar prejuízos causados pelas inundações, que ocorrem principalmente em períodos de grandes precipitações. Nas últimas décadas a gestão dos sistemas de drenagem não consegue acompanhar o crescimento desordenado das áreas urbanas, principalmente nas áreas periféricas das grandes cidades, na qual vem produzindo impactos significativos na infraestrutura dos recursos hídricos. Um dos exemplos que podemos citar são a impermeabilização dos solos com as pavimentações, assoreamentos de rios através do descarte de resíduos pelas indústrias, sem mencionar a quantidade de lixos que são produzidos nas grandes cidades, que são descartados de forma irregular, que acabam criando pontos de lixos viciados consequentemente obstruindo bocas de lobos e a passagem das águas. Porém podemos perceber que estamos presenciando nas últimas décadas um momento de transição para critério de gerenciamento de drenagem urbana que tinha como princípio remover as águas das chuvas para jusante, executar projetos e obras, como medida estrutural para resolver os problemas e a base de análise era somente econômica, como por exemplo canalização e desassoreamento de córregos. O novo método moderno é sustentável consiste na busca a compreensão integrada ao meio ambiente, social, legal, institucional e tecnológica, visando resolver os problemas de forma sustentável.
  • 4. SUMÁRIO LISTAS DE IMAGENS LISTA DE TABELAS RESUMO 1.0 INTRODUÇÃO............................................................................1 2.0 REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO 2.1 Conceitos.....................................................................................4 2.2 Sistemas de Drenagem...............................................................4 2.3 Desassoreamento de Córrego.....................................................5 2.4. Apresentando um caso: Guarulhos...........................................09 2.5 Telhados Verdes........................................................................11 3.0 CONCLUSÃO.............................................................................18 4.0 REFERÊNCIAS BILIOGRAFICAS..............................................19
  • 5. LISTA DE FIGURAS Imagem 1 – Escavadeira Hidráulica......................................8 Imagem 2 – Dragline..............................................................9 Imagem 3 – Draga de Sucção e Recalque............................9 Imagem 4 – Limpeza de Vias de Guarulhos .........................12 Imagem 5 – Limpeza de Vias de Guarulhos .........................12 Imagem 6 – Limpeza de Vias de Guarulhos .........................13 Imagem 7 – Limpeza de Vias de Guarulhos .........................13 Imagem 8 – Telhado Verde Fonte.........................................14 Imagem 9 – Comparação de Escoamento............................16 Imagem 10 – Telhado Verde Intensivo..................................17 Imagem 11: Telhado Verde Extensivo...................................18 Imagem 11: Elementos de composição do telhado verde…..19
  • 6. LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Zeladoria urbana de Guarulhos..............................12
  • 7. 1 1.0 INTRODUÇÃO O termo Drenagem Urbana refere-se ao conjunto de medidas que tem como o objetivo minimizar os riscos que a população está sujeita, diminuir os prejuízos causados pelas inundações e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e sustentável. A drenagem urbana nada mais é do que o gerenciamento de águas das chuvas que escoa no meio urbano. Nas últimas décadas o crescimento desordenado das áreas urbanizadas, dos pólos regionais e a expansão irregular das periferias vem produzindo impactos significativos na infraestrutura dos recursos hídricos. A Urbanização produz um grande impacto nas drenagens urbanas, pois produz grande impermeabilização do solo. Com a falta de planejamento na urbanização dos grandes polos regionais pressionada por aspectos econômicos como a falta de moradias, o êxodo rural e a industrialização acabou resultando em uma alta taxa de impermeabilidade do solo e como consequência a anulação dos espaços urbanos, como parques e jardins que possibilitam a permeabilidade do solo e a recarga do lençol freático. As áreas urbanas são cada vez mais impermeabilizadas, gramados e áreas verdes são substituídos por calçadas e pavimentos e o grande aumento das áreas de telhado são expandidos cada vez mais, fazendo que grandes volumes de águas que escoam para a ruas tenham um aumento significativo. Além da impermeabilidade do solo há também um grande impacto na qualidade da água por vários aspectos como a poluição existente no ar que se precipita juntamente com a água, a lavagem das superfícies urbanas contaminadas com diferentes componentes orgânicos, metais, resíduos sólidos, lixos urbano depositado ou transportado para a drenagem o esgoto cloacal que não é coletado e escoa através da drenagem.
  • 8. 2 Todo esse processo traz grandes impactos para a população, para a própria urbanização como as inundações que causam prejuízos de perdas materiais, humanas, econômicas a contaminação por doenças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera entre outras. Também há o aumento de despejo de produtos químicos utilizados pela agricultura, indústria e no ambiente geral fazendo com que os recursos hídricos retornem a sua origem totalmente contaminados. A consequência da falta de visão ambiental causa a deterioração dos mananciais e a redução de quantidade e qualidade de água para a população. Os antigos critérios para a drenagem urbana tinha como princípio remover as águas das chuvas para jusante, executar projetos e obras, como medida estrutural para resolver os problemas e a base de análise era somente econômica. Mas o conceito de escoar a água precipitada o mais rápido possível foi abandonado pelos países desenvolvidos no início da década de 1970, pois esse conceito trouxe o aumento das inundações a jusante devido a canalização, pois a medida que a precipitação ocorre e a água não é infiltrada a ordem de grandeza desse aumento é de seis vezes o que escoa para os dutos. E para transportar todo esse volume é necessário ampliar a capacidade dos condutores e canais ao longo de todo o seu trajeto dentro da cidade até a um local onde seu efeito de ampliação não atinge a população, o que torna os custos insustentáveis, podendo chegar a ser dez vezes maior do que o custo de amortecer o pico dos hidrogramas e diminuir a vazão máxima para a jusante através de uma detenção, tornando claro que o custo para a canalização e condutos são muito altos e trazem muitos impactos negativos, tudo esse estudo levou ao abandono dessa solução pelos países desenvolvidos no início de 1970. O novo método moderno é sustentável consiste na busca a compreensão integrada ao meio ambiente, social, legal, institucional e tecnológica, visando resolver os problemas de forma sustentável.
  • 9. 3 As medidas de controle pode ser classificadas de acordo com o componente da drenagem em medidas: Na fonte: que envolve o controle em nível de lote ou qualquer área primária de desenvolvimento. Umas das principais medidas na fonte tem sido a detenção de lote que consiste em um pequeno reservatório, que controla apenas a vazão máxima, o uso de áreas de infiltração para receber a água de áreas impermeáveis e recuperar a capacidade de infiltração da bacia que a utilização de pavimentos permeáveis. Medidas que também minimizam os impactos da poluição. Na Microdrenagem e Macrodrenagem são respectivamente detenções e retenção. Detenções: Reservatórios urbanos mantidos secos com o uso do espaço integrado à paisagem urbana. Retenções: Reservatórios com lâmina de água utilizados não somente para o controle do pico e volume do escoamento, como também a qualidade da água, mas atualmente a maior dificuldade no projeto e implementação dos reservatórios é a grande quantidade de lixo transportado pela drenagem o que obstrui a entrada de reservatórios. E para a implementação de medidas sustentáveis é necessário que as cidades desenvolvam um Plano Diretor referente a Drenagem Urbana que irá estipular os seguintes princípios: 1º - Os novos desenvolvimentos não podem aumentar a vazão máxima da justante; 2º - O planejamento e o desenvolvimento devem levar em consideração o controle dos impactos existentes devem ser elaborados considerando a bacia como um todo: 3º O horizonte de planejamento deve ser integrado ao Plano de Diretor da Cidade; 4º O controle de Efluentes deve ser avaliado de forma integrada como esgotamento sanitário e os resíduos sólidos.
  • 10. 4 2.0 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 2.1 Conceitos Para uma melhor compreensão dos assuntos abordados é necessário a compreensão de alguns tópicos que seguem abaixo:  Rio é uma corrente de água natural que se dirige para o mar, para um lago ou para outro rio.  Córrego, riacho, regato ou ribeirão são rios mais estreitos, mais rasos ou com menor volume de água ou extensão.  Vala de drenagem é uma estrutura escavada no solo, em geral revestida por concreto, que tem como função drenar, escoar e dar destinação às águas pluviais de locais e regiões sujeitos a alagamentos.  Desassoreamento: é a remoção de areia, lodo e outros sedimentos do fundo de rios e lagos, causados por ações humanas ou pelo desbarrancamento de terra decorrentes de fenômenos naturais. 2.2 Sistema de Drenagem De acordo com o Engenheiro civil Dante Larentis, Dr. em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental e sócio da Rhama Consultoria Ambiental a drenagem urbana é um termo que representa com fidelidade a prática de décadas passadas em que o problema de águas pluviais nas cidades era resolvido apenas tratando de fazer com que os volumes gerados pelas chuvas fossem drenados o mais rapidamente possível para jusante. O princípio era impermeabilizar o solo com pavimentação e canalizar córregos o máximo possível, para que a água da chuva, uma vez no solo, fosse afastada da cidade rapidamente. Quando as cidades não eram tão grandes,
  • 11. 5 esta técnica funcionava razoavelmente bem. Na medida em que foram surgindo grandes áreas urbanizadas ao longo de córregos, os efeitos nocivos da prática adotada começaram a ser notados. A impermeabilização do solo faz com que diminua a infiltração da água da chuva e, desta forma, aumente o volume de escoamento superficial. Assim, eventos de chuva que anteriormente à impermeabilização eram parcialmente infiltrados no solo, passam a gerar vazões maiores, ou seja, volumes maiores de escoamento superficial. Em conjunto com a canalização, retificação e revestimento de córregos, o efeito de impermeabilização aumenta e transfere para jusante os problemas de inundação. Se o problema não for resolvido para um determinado bairro ou cidade situado a jusante, aquilo que poderia ser uma chuva sem grandes consequências pode passar a ser um evento prejudicial. Podemos citar diversos pontos que torna – se medidas como uma forma emergencial e não uma melhoria no sistema de gestão em si. 2. 3 Desassoreamento de Córregos Para que os serviços de manutenção do sistema de drenagem obtenham bom resultado, é essencial que haja um processo de gestão operacional, envolvendo o planejamento dos serviços necessários, através de um plano anual de trabalho que envolva todas as ações requeridas e uma destas ações é o desassoreamento de córregos. Conforme já mencionado anteriormente, desassoreamento pode ser considerado como a ação de remover resíduos do leito do córrego, com o objetivo de aumentar a vazão, e assim evitando que ocorra inundações com os grandes volumes de precipitação das chuvas. O desassoreamento de córregos pode ser feito de diferentes formas e com a utilização de diversos mecanismos e tecnologias. Normalmente, os equipamentos mais utilizados são as escavadeiras hidráulica, dragline e as dragas de sucção e recalque.
  • 12. 6 Imagem 1 – Escavadeira Hidráulica Fonte: https://pmemaquinas.com.br/ Data de Acesso : 21/04/2021 Imagem 2 – Dragline Fonte : https://mining.komatsu/ Data de Acesso : 21/04/2021 Imagem 3 – Draga de Sucção e Recalque Fonte : https://www.lfambiental.com.br/ Data de Acesso : 21/04/2021
  • 13. 7 O desassoreamento de rios, geralmente, é resolvido através da dragagem dos sedimentos depositados em seu leito, utilizando diversas técnicas. Tratando de um caso concreto, objetiva-se expor a falta de critérios técnicos para a execução de tal intervenção, os impactos para o rio, biota aquática e a sua real necessidade. São apresentados aspectos da dissociação entre entendimentos consagrados na engenharia e seu descompasso com as teorias ecológicas. O desassoreamento, portanto, é um procedimento de dragagem ou limpeza do leito do rio. A causa, porém, das enchentes não se resume ao rio e está associada também ao volume de chuvas, ao escoamento superficial, à impermeabilização do solo, entre outros. Mas para realizar a dragagem é necessário estar alinhado às leis e normas ambientais do país e a empresa responsável deve possuir licença ambiental para fazê-lo. Pois, em alguns casos, a dragagem pode alterar o curso das águas. Além disso, existe a necessidade do tratamento e descarte correto do material retirado do fundo dos rios, portos e lagos. RESOLUÇÃO CONJUNTA SMA/SAA 02 - DE 07-04-1997 dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental, em áreas de preservação permanente, de obras, empreendimentos e atividades de desassoreamento, construções, reforma e ampliação de tanques, açudes e barramentos de corpos d’água. Resolução SMA 33/05 – Dispõe sobre procedimentos para o gerenciamento e licenciamento ambiental de sistemas de tratamento e disposição final de resíduos de
  • 14. 8 serviços de saúde humana e animal no Estado de São Paulo CONAMA n° 454/2012 estabelece diretrizes e procedimentos para o gerenciamento do material a ser dragado em águas nacionais Resolução CONAMA n° 420/2009 traz valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas para auxiliar no processo de gerenciamento O rigor e a necessidade de preservar os recursos naturais, tornam ainda mais importante o desenvolvimento de projetos muito bem detalhados, para não colocar em risco o meio ambiente e os negócios que serão gerados a partir do uso daquele espaço. No Brasil ainda é incipiente a preocupação com a qualidade das águas superficiais, sendo estas lançadas nos corpos hídricos ou infiltradas no solo, sem nenhum pré-tratamento dos contaminantes carreados pela água do escoamento. Esses contaminantes vão desde areia, até hidrocarbonetos provenientes dos combustíveis fósseis, incluindo metais pesados, agrotóxicos, dentre outros. Desassoreamento é equivocadamente apontado como a solução para as repetidas ocorrências de inundações, uma medida a ser tomada em caráter emergencial como forma de evitar maiores danos e riscos. Oliveira & Mello (2016) salientam que a extração de materiais dos rios incide em efeitos imediatos na dinâmica fluvial, uma vez que ocasiona mudanças nos padrões ligados ao fluxo de sedimentos, bem como o seu transporte. Os autores reforçam ainda que essas modificações no canal do corpo hídrico podem ser propagadas na porção a jusante e a montante, impactando negativamente os ecossistemas aquáticos e alterando os parâmetros físicos e químicos da água.
  • 15. 9 2.4 Apresentando um caso: Guarulhos Guarulhos é a 2° cidade com maior população no estado de SP, aproximadamente 1.392.121 pessoas, possui o 4° maior PIB de São Paulo e o 12° do Brasil, de acordo com o levantamento do IBGE de 2018. É a cidade onde está localizado o maior aeroporto internacional da américa Latina. Mesmo sendo uma cidade com grande arrecadação de impostos, não possui um aterro sanitário e nem local para recebimento de material retirados dos desassoreamentos de córregos. Todo material retirado é depositado para decantação nas margens dos córregos, e posteriormente com o decorrer do tempo este material retorna para o leito do córrego. Como não possui local para despejo adequado dos resíduos dos desassoreamentos, não consegui a liberação ambiental e pedi uma solicitação emergencial para Defesa Civil para realizar o desassoreamento de córregos. Apenas no ano de 2019, foi retirado do leito dos córregos uma quantidade de 134.079,00 m³, equivalente a aproximadamente 53 vezes o volume de uma piscina olímpica. Tabela 01 – Zeladoria urbana de Guarulhos Fonte – Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos
  • 16. 10 A cidade possui mapeado 85 córregos, distribuídos em 318,675 km². Só em 2019 foram registrados mais de 2000 pontos de alagamentos na cidade. Segue abaixo um relatório fotográfico de alguns pontos de alagamentos na cidade. Todos os anos Guarulhos é afetada por enchentes em seu território, fazendo que muitos munícipes percam praticamente tudo que conquistaram em suas vidas. É evidente que grande parte da população tem Imagem 04 vias de Guarulhos Fonte autoria própria Imagem 05 – Vias de Guarulhos Fonte autoria própria Imagem 06 – Vias de Guarulhos Fonte autoria própria Imagem 07 – Vias de Guarulhos Fonte autoria própria
  • 17. 11 responsabilidade nestes episódios de enchentes, mas também fica evidente que uma cidade com uma estrutura do sistema de drenagem não consolidada, acarretara perdas todos os anos para seus munícipes. 2.5 Telhados Verdes As utilizações dos telhados verdes iniciam-se ainda na pré-história, desde do surgimento dos primeiros seres humanos na África a aproximadamente 5000 mil anos atrás. Durante esse período as sociedades humanas passaram por profundas transformações em sua interação com a natureza. Ao longo do tempo todas as regiões dos planetas foram ocupadas e os diferentes grupos passaram a explorar os recursos naturais disponíveis como a pesca, a caça e a coleta de vegetais. Esta interação permitiu o acúmulo de conhecimentos sobre a natureza, suas relações, funções e potencial uso (CHILDE, 1986). E a aproximadamente 10000 anos atrás, mudanças climáticas atingiram o planeta e promoveram a estabilização das estações do ano. E a previsibilidade do clima foi de grande importância para que as sociedades pudessem expandir a produção de alimentos através da prática agrícola. Nesta época, em muitos lugares os grupos humanos tornaram-se sedentários e, por isso, passaram a investir mais esforços na construção de moradias duradoras. Surgem então as primeiras cabanas, edificações projetadas mentalmente e construídas com a intenção expressa de proporcionar abrigo e conforto a seus usuários (PEREIRA, 2010). Os primeiros telhados verdes estão atribuídos a esse contexto que cobriam essas cabanas de agricultores, pescadores e caçadores em diferentes locais do mundo. Essas cabanas eram construídas aproveitando a declividade dos terrenos. A cobertura vegetal utilizada era composta de plantas disponíveis no entorno. E o objetivo destas estruturas era manter os interiores das edificações mais aquecidos ou frescos conforme exigia o clima local.
  • 18. 12 Na Europa estas habitações são conhecidas como Sad Houses ou casas de turfas). Já nas Américas a expressão utilizada para designar estas edificações é Casa Subterrânea (Rebollar, 2017). Imagem 08 – Telhado Verde Fonte (fonte: http://plasmaengenharia.com) . Data de Acesso 20/04/2021 Já no mundo moderno os telhados verdes surgem como uma tendência mundial, para encontrar soluções construtivas adequadas aos problemas contemporâneos, especialmente aqueles relacionados com a exploração, o uso e o descarte de materiais não renováveis ou com alto impacto ambiental associado à sua produção (MINKS, 2013). Os telhados verdes apresentam várias vantagens pois através do emprego da vegetação em coberturas das edificações é possível reduzir o uso de materiais empregados, garantir o conforto térmico e acústico e reduzir o consumo de energia para climatização de espaços interiores (REBOLLAR, 2017).
  • 19. 13 Além das vantagens apresentadas acima os telhados verdes surgem como uma proposta interessante para redução do escoamento superficial e o gerenciamento das contribuições pluviais, já que os projeto de drenagem urbana são desenvolvidos dentro de premissas estruturais onde os impactos são transferidos de montante para jusante sem nenhum controle de suas fontes contribuintes. No escoamento superficial esse processo de desenvolvimento tem provocado o aumento frequente das enchentes e o entupimento de galerias de águas pluviais em virtude de sedimentos arrastados e também comprometendo qualidade da água (TUCCI, 1996). Imagem 9 – Comparação de Escoamento de um telhado verde para um telhado normal (Fonte: Laar, 2001). O cultivo de plantas tropicais de espécies que apresentam melhores condições de adaptação, tendo em vista a construção de telhados verdes extensivos cujas as espécies de plantas que não sejam exigentes nas rotinas de manutenção periódicas e que apresentam custo baixo em função de camadas estreitas e leves de substratos, com impermeabilização e drenagem bem executados, é uma alternativa capas de reduzir os
  • 20. 14 problemas ambientais relacionados à má gestão dos recursos hídricos, que fazem parte da rotina dos grandes centros urbanos, bem como enchentes e inundações (KOELLER, 2000). Existem dois tipos principais de telhados verdes: - Intensivo: mais espessos e suportam uma maior variedade de plantas. No entanto é mais pesada e exige maior manutenção. A espessura mínima de instalação é de 20 cm. Deve existir um cuidado especial na consideração de cálculos estruturais, que considera nos edifícios em concreto armado uma carga média de 300 Kg/m2 (https://www.ugreen.com.br/telhado-verde/). - Extensivo: mais fino e leve, com no máximo 8 cm de espessura e coberta tipicamente com forração. É mais viável financeiramente, no entanto não suporta tanta carga de águas pluviais (https://www.ugreen.com.br/telhado- verde/). Imagem 10 – Telhado Verde Intensivo (fonte: http://plasmaengenharia.com) . Data de Acesso 20/04/2021
  • 21. 15 Imagem 11: Telhado Verde Extensivo (fonte: http://plasmaengenharia.com) Data de acesso 20/04/2021 Os principais elementos para a composição da estrutura de um telhado verde são: 1 – Laje: Elemento estrutural onde deve-se considerar as cargas permanentes e as cargas acidentais, também podem ser utilizados um outro suporte estrutural. 2- Camada Impermeabilizante: A função é proteger o elemento estrutural de infiltrações, pode ser utilizado materiais diferentes como betuminosos e sintéticos. 3 – Isolamento térmico: Utilizado de acordo com a incidência de energia solar que a cobertura absorve, poliestireno extrudado pode ser utilizado como material isolante térmico. 4 – Camada drenante: A função principal é dar vazão ao excesso de água no solo, pode ser constituída de argila expandida, brita ou seixos de diâmetro semelhantes, sendo fundamental para o sistema. Sua espessura pode variar de 7 cm a 10 cm, elementos
  • 22. 16 industrializados a base de poliestireno são frequentemente utilizados na Europa por também terem características de isolantes térmicos. 5 – Camada Filtrante: Evita que a água das chuvas e das regas arraste as partículas de solo do telhado verde, utiliza-se normalmente uma manta geotêxtil. 6 – Solo: Substrato orgânico que deve possuir boa drenagem, de preferência um solo não argiloso que apresente uma boa composição mineral de nutrientes para o sucesso das plantas, a espessura varia de acordo com o tamanho das plantas, quanto maior for as plantas mais profundo será a camada do solo. 7 – Vegetação: Para a escolha correta é necessário conhecer o clima do local, o tipo de substrato a ser utilizado, tipo de manutenção que será adotada no telhado, no caso de irrigações, o ideal é a escolha de plantas que não exijam a umidade bem resistentes ao estresse hídrico.
  • 23. 17 Imagem 11: Elementos de composição do telhado verde (fonte: http://plasmaengenharia.com) Data de Acesso 20/04/2021 Etapas de construção do telhado verde: Primeira etapa: Construção das muretas de proteção no entorno da laje, sendo rebocadas com argamassa impermeabilizante já com os drenos instalados. Segunda etapa: Aplicação do material impermeabilizante tanto na laje quanto nas muretas, conforme a recomendação do fornecedor. Terceira etapa: Introdução do material drenante obedecendo a espessura conforme o porte da vegetação a ser instalada. Quarta etapa: Instalação do material filtrante, o recomendado é uma manta geotêxtil.
  • 24. 18 Quinta etapa: Introdução do solo, a espessura varia de acordo com a vegetação a ser instalada. Sexta etapa: Implantação da vegetação que irá compor o telhado verde. 3.0 CONCLUSÃO Fica evidente que com o crescimento desordenado das grandes cidades, não houve um acompanhamento do desenvolvimento do sistema de drenagem urbano, no que acarreta todos os anos perdas materiais e até de vidas humanas, consequências das inundações, principalmente no período de dezembro a abril, onde há grandes precipitações de chuvas. Com o passar do tempo, a forma de gerir a estrutura do sistema de drenagem tem mudado, onde há preocupação financeira tem dado lugar aos problemas ambientais, como por exemplo, os procedimentos de desassoreamentos, tem sido considerado mais uma medida paliativa, do que um procedimento adequado, tecnologias como telhado verde, pisos permeáveis, entre outros mais, tem cada vez mais tornando-se alternativas predominantes, principalmente em ações desenvolvidas.
  • 25. 19 4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS CHILDE, V.G. A revolução urbana: modos de produção na Antiguidade. São Paulo: Global, 1986 LAAR, M. Et. al. Estudo de aplicação de plantas em telhados vivos extensivos em cidades de clima tropical. In. ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO-ENCAC, 6. Anais...São Pedro, São Paulo, 2001 MINKS, V. A Rede de Design Verde Urbano – uma alternativa sustentável para megacidades? Revista LAB VERDE, V. 7, p. 23-44, 2013. OLIVEIRA, F. L.; MELLO, E. F. A mineração de areia e os impactos ambientais na bacia do rio São João, RJ. Revista Brasileira de Geociências PEREIRA, J. R. A. Introdução a história da arquitetura. Porto Alegre: Bookman Editora, 2010. REBOLLAR, Nora Alejandra Patricia et al (Org.). Telhados Verdes – uma abordagem multidisciplinar. Florianopolis: Ledix, 2017, 1 Edição, p. 17-23. TUCCI, C. E. M. Estudos Hidrologicos-Hidrodinamicos do rio Iguaçu na Região Metropolitana de Curitiba. Prosan – Suceam Curitiba 2 volumes, 1996. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sp/guarulhos.html Data de acesso https://www.ecivilnet.com/ Data de Acesso 24/04/2020 Fonte: https://pmemaquinas.com.br/ Data de Acesso 24/04/2020 https://ecotelhado.com/wp-content/uploads/2015/03/Funcoes-dos-Telhados- Verdes-no-Meio-Urbano.pdf https://www.ugreen.com.br/telhado-verde/ http://www.plasmaengenharia.com/post/telhado-verde-vantagens-e-desvantagens