O documento discute vários processos de aprendizagem da língua portuguesa, incluindo a atenção, formação de conceitos, habituação, memória, percepção, raciocínio e solução de problemas. Também aborda diferentes modalidades de aprendizagem e o papel fundamental do professor nesse processo.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
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1. AULA 02
METODOLOGIAS DE ENSINO DA
LÍNGUA PORTUGUESA: UM
PERCURSO “VIVO” PELO E PARA UM
ENSINO SIGNIFICATIVO
PROF. LENIOMAR
2. PROCESSOS GERAIS DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA
• Partindo do princípio de que a escola é vista, hoje, sob uma perspectiva diferente daquela
dos tempos passados e que trabalhar a Língua Portuguesa e sua consequente aquisição
sistematizada deve ter como ponto de partida as necessidades da criança que está inserida
em uma sociedade também carente de elementos consistentes de comunicação, é oportuno
chamar a atenção para este sujeito aprendente dos anos iniciais: é uma criança que entra no
processo pedagógico não mais como objeto, mas sim como sujeito da educação.
• Ou seja, o papel do educando no processo de produção pedagógica não se restringe apenas
à condição de consumidor.
• O educando não está apenas presente, ele também participa das atividades, de forma que o
processo de trabalho não pode se realizar sem sua participação.
3. PROCESSOS GERAIS DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA
• Dessa maneira, sondar esse educando, fazendo um levantamento do que ele traz como bagagem,
analisar as relações existentes entre a família e essa criança pode ser um procedimento bem acertado
para que a prática pedagógica se aproxime do dia a dia vivenciado pelo aluno.
• Nessa direção, é fundamental que o professor conduza suas aulas de modo que todo o planejamento
pedagógico seja estruturado a partir do contexto do qual o aluno faz parte.
• A Língua Portuguesa e a sua prática representam uma forma de expressão de um povo e, assim sendo,
as aulas devem revelar para o aluno que ele já dispõe de um conhecimento que lhe é inerente por ser
falante da língua. Falta-lhe, apenas, compreender que a variação por ele utilizada pertence a um
conjunto de regras; e esse processo requer estudo e adaptação, já que é usada no processo da
comunicação escrita.
4. PROCESSOS GERAIS DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA
• Voltemos agora àquela velha questão: o gosto pela leitura. Há teóricos que levantam questionamentos
como este:
• Como deixar claro que a leitura possui importância tremenda se o próprio professor, por
impossibilidade ou opção, não se profissionaliza como deveria?
• Segundo Emília Ferreiro, psicolinguísta argentina que desvendou os mecanismos pelos quais as
crianças aprendem a ler e escrever, seguidora de Piaget, é muito difícil transmitir o “prazer pela leitura”
se essa não é a sua prática; é igualmente difícil alguém que nunca se perguntou sobre as condições
específicas das diferentes situações de produção de texto possa dar informações sobre tal assunto.
5. PROCESSOS GERAIS DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA
• Outro ponto destacado pela psicolinguista, e bastante pertinente ao nosso subtópico, é o fato de o
professor querer ser visto como alguém superior, que se encontra em um nível mais elevado. Esse fato,
certamente, levará o aluno a se desmotivar, uma vez que a relação que deve ser construída para
aprender as estruturas da língua é uma via de mão dupla: professor e aluno trocam de papel
constantemente.
• Por fim, para a criança se sentir motivada e perceber seu papel na construção do conhecimento da
língua, é preciso fugir dos cadernos e livros que propõem uma série de atividades pré-programadas,
as quais devem ser mecanicamente respondidas. E como forma de dar continuidade ao processo, para
se garantir sua eficácia, é preciso que o professor pense e repense sua prática pedagógica, inserindo
nela as tecnologias, visando evitar “as receitas de bolo” e sua desprofissionalização.
6. MODALIDADES DE APRENDIZAGEM E O PAPEL DO
PROFESSOR
• Aprender é sempre desafiador, e sabemos que cada pessoa tem um modo próprio e singular de entrar em
contato com o conhecimento. Isso significa que cada um de nós, de forma individual e particular, tem sua
modalidade de aprendizagem, pois, desde o nascimento, o indivíduo constrói formas de enfrentar o
conhecer-desconhecer. Então, a modalidade de aprendizagem se constitui em um molde, em um esquema
de se operar, utilizado nas várias situações de aprendizagem.
• No que tange ao aprendizado da linguagem e da língua, de acordo com os Parâmetros Curriculares
Nacionais, o domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, e é
por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista,
partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Assim, um projeto educativo comprometido
com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os
seus alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de
todos.
7. MODALIDADES DE APRENDIZAGEM E O PAPEL DO
PROFESSOR
• E com relação ao aprendizado de leitura e de ser leitor, é essencial lembrar que ninguém nasce leitor;
tal aptidão é desenvolvida, assim como o falar, o andar, o relacionar-se. Nesse contexto, entra o papel
do professor – que, como já dissemos, aquele que será o mediador do conhecimento e não o detentor
dele. Paulo Freire, defensor do direito à leitura, afirma que a leitura é uma das formas mais eficientes
para que haja a inclusão social de toda e qualquer camada da sociedade, visto que um indivíduo que
lê compreende melhor o mundo que o cerca e torna-se capaz de formular suas conclusões.
• É inegável a importância do papel do professor nos contextos e nas modalidades de aprendizagem,
afinal, um dos maiores responsáveis por mediar e conectar a criança (futuro leitor ativo) à obra a ser
lida, se transmite amor pela leitura e pelos livros, certamente, essa energia transcenderá às crianças.
Mas vale lembrar que não só o professor tem esse papel, mas também os familiares, os quais são, na
verdade, os primeiros a estabelecer a conexão entre as histórias, a criança e o mundo.
8. ATENÇÃO, FORMAÇÃO DE CONCEITO, HABITUAÇÃO, MEMÓRIA,
PERCEPÇÃO, RACIOCÍNIO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Atenção: é a manutenção do foco da consciência em uma atividade específica. Existem diferentes tipos
de níveis de atenção, os quais podem ser focados em uma ou mais coisas. A atenção nos é requerida
para vários tipos de atividades, assim como para registrar os fatos e objetos ao nosso redor. Mas, com o
tempo, algumas atividades que exigem grande atenção no início tornam-se tão automáticas que passam
a não nos mobilizar tanto a atenção. A teoria de Donald Broadbent, citado por Santos (2013), propõe
que uma grande quantidade de informações sensoriais pode ser absorvida de uma só vez e que um
filtro seletivo reduz a entrada de determinadas fontes, enquanto o cérebro processa informações de
outras fontes. Broadbent, citado por Santos, mostrou que a mente humana, em um “estado desfocado”,
permite que algumas aprendizagens ocorram, mas que motivação ou interesse podem ser necessários
para ativar essas lembranças. Neste último aspecto, talvez esteja o maior desafio do professor: fazer uso
de estratégias de ensino que minimizem a falta de foco na atenção da criança. Então, fica a dica, no
sentido de que o fator para aprendizagem – a atenção – seja aprofundado com outras leituras.
9. ATENÇÃO, FORMAÇÃO DE CONCEITO, HABITUAÇÃO, MEMÓRIA,
PERCEPÇÃO, RACIOCÍNIO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
• formação de conceito: um conceito é qualquer ideia que inclua a descrição das propriedades
essenciais de uma categoria. Alguém que formou um conceito pode facilmente incluir novas ideias na
categoria a que esse conceito se refere, adquirindo, assim, um instrumento efetivo para o seu
pensamento e, consequentemente, para o seu arsenal de aprendizagem.
• Nesse sentido, podemos considerar eficaz o método de trabalhar com a criança determinados
conteúdos por meio da construção do conceito. Acredita-se que pode haver uma contribuição maior
para que haja uma aprendizagem mais significativa, porque nessa perspectiva informações são
confrontadas e fazer comparações é uma ótima oportunidade de se provocar o desenvolvimento da
habilidade de percepção e análise da criança.
10. ATENÇÃO, FORMAÇÃO DE CONCEITO, HABITUAÇÃO, MEMÓRIA,
PERCEPÇÃO, RACIOCÍNIO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
• Conceituar substantivo, confrontando com o adjetivo e o verbo, por exemplo, leva a criança a não
fazer uso apenas da memorização mecânica quando apenas o define. Um exemplo muito simples é
este: Nas frases – a) A menina jovem chegou. b) A jovem chegou. Em qual das duas frases, a palavra
“jovem” representa a própria menina? ou c) Vou jantar, porque o jantar já está pronto. A “ação de
jantar” está na primeira ou na segunda ocorrência da palavra jantar? Daí, levar a criança deduzir que
“ação” é uma ideia representada pelo verbo, não pelo substantivo.
•
11. ATENÇÃO, FORMAÇÃO DE CONCEITO, HABITUAÇÃO, MEMÓRIA,
PERCEPÇÃO, RACIOCÍNIO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
• Conceituar substantivo, confrontando com o adjetivo e o verbo, por exemplo, leva a criança a não
fazer uso apenas da memorização mecânica quando apenas o define. Um exemplo muito simples é
este: Nas frases – a) A menina jovem chegou. b) A jovem chegou. Em qual das duas frases, a palavra
“jovem” representa a própria menina? ou c) Vou jantar, porque o jantar já está pronto. A “ação de
jantar” está na primeira ou na segunda ocorrência da palavra jantar? Daí, levar a criança deduzir que
“ação” é uma ideia representada pelo verbo, não pelo substantivo.
• A intenção com esse exemplo é ilustrar que provocações conceituais simples como essas podem ser
feitas com a criança estimulando-a e instigando-a a comparar, interpretar para, finalmente, sintetizar e
apresentar uma resposta. É evidente que toda estratégia de ensino deve ser, rigorosamente, adequada
ao nível da criança e do ensino.
12. ATENÇÃO, FORMAÇÃO DE CONCEITO, HABITUAÇÃO, MEMÓRIA,
PERCEPÇÃO, RACIOCÍNIO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
• Habituação: é a diminuição na resposta a estímulo sem importância ou a estímulo que não promovem
resposta apropriada. Em outras palavras, habituação é aprender a não responder a determinados
estímulos. Algumas vezes, quando somos submetidos pela primeira vez a um determinado estímulo, a
resposta é forte e imediata. No entanto, se este se apresenta muitas vezes, a resposta provocada por
ele gradualmente diminui e pode eventualmente desaparecer. Se o estímulo é suspenso por um
período de tempo, após a habituação, a resposta pode reaparecer se ele for reapresentado mais tarde.
Isso se chama ressensibilização. O fato é que a habituação é um importante aspecto da aprendizagem,
na medida em que ela aumenta a probabilidade de nossas ações serem eficientes.
13. ATENÇÃO, FORMAÇÃO DE CONCEITO, HABITUAÇÃO, MEMÓRIA,
PERCEPÇÃO, RACIOCÍNIO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
• Memória: é a habilidade de lembrar algo que tenha sido aprendido ou experimentado. É, também, um
processo vital para a aprendizagem, desde que, se alguém for incapaz de lembrar algo do passado,
não pode aprender nada novo. Embora existam muitos tipos de memória, eles são geralmente
divididos em três principais grupos: memória sensorial(instantânea, dura somente pelo instante em
que algo está sendo experimentado); memória de média duração (armazena a informação pelo tempo
em que se pensa ativamente nela) e memória de longa duração (é fixada pela repetição ou por
emoção intensa).
• Estratégias para trabalhar a memória da criança são sempre muito bem-vindas no contexto da sala de
aula, pois a chamada “boa memória” é uma habilidade que pode ser desenvolvida, tecnicamente, ao
longo da vida. E o professor pode fazer isso tranquilamente em suas aulas. Para tanto, novamente, fica
a sugestão da busca por informação e formação continuada.
14. ATENÇÃO, FORMAÇÃO DE CONCEITO, HABITUAÇÃO, MEMÓRIA,
PERCEPÇÃO, RACIOCÍNIO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
• Percepção: é a forma como recebemos e interpretamos as informações do meio. Nossos órgãos do
sentido são os principais instrumentos da nossa percepção. A luz e a radiação estimulam nossos olhos;
as ondas sonoras e a vibração estimulam nossos ouvidos; sabores estimulam nossa língua e odores,
nosso olfato. Nossa pele também é um órgão dos sentidos que percebe pressão, textura, dor e
temperatura. Por meio da percepção, aprendemos a associar certas coisas como objetos conhecidos,
eventos e pessoas.
• No entanto, a percepção não nos fala dos objetos, eventos ou pessoas em si mesmos. Nosso cérebro
precisa organizar e interpretar o que nossos órgãos dos sentidos percebem, convertendo estímulos
ambientais em informações sobre o mundo. Mais uma vez, percebemos e constatamos que há
inúmeras possibilidades de estratégias que podem trabalhar a percepção com a criança.
15. ATENÇÃO, FORMAÇÃO DE CONCEITO, HABITUAÇÃO, MEMÓRIA,
PERCEPÇÃO, RACIOCÍNIO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
• Raciocínio: é composto de pensamento direcionado. É frequentemente encarado como um processo
que segue as regras da lógica, construindo argumentos formais a partir de condições fixas, com o
objetivo de encontrar uma conclusão válida. Convém registrar que o autor relata que o raciocínio
pode também ser visto como uma combinação livre de processos mentais que estejam se
convergindo para encontrar a visão mais coerente de um assunto ou questão.
• Sentimentos e sensações podem contribuir para esse processo, e os fundamentos lógicos da estrutura
podem ser abandonados se isso for necessário, embora raciocínio esteja ligado à cognição, à
formação de conceito, à solução de problema ou ao pensamento. Ou seja, provocar sensações e
sentimentos à criança pode ser uma maneira de se estimular e desenvolver habilidades de raciocínio
dela.
16. ATENÇÃO, FORMAÇÃO DE CONCEITO, HABITUAÇÃO, MEMÓRIA,
PERCEPÇÃO, RACIOCÍNIO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
• Solução de problemas: um problema existe quando alguém tem um objetivo e uma ideia de como
atingi-lo, mas não sabe como proceder. O matemático Gyorgy Polya introduziu a ideia de que existem
técnicas gerais que podem ser aplicadas à solução de problemas. Ele a chamou de técnicas heurísticas,
as quais são procedimentos que podem ajudar a resolver um problema, mas não podem garantir
sucesso.
• Desde os anos 1960 (e hoje mais ainda), computadores têm sido uma importante contribuição para a
solução de problemas. Assim, uma das possibilidades para diversificar desafios para solução de
problemas, mesmo no universo do ensino fundamental, é o uso do computador.
• Mas é importante registrar que nem mesmo o mais complexo sistema computacional alcança a
complexidade do raciocínio humano ou incorpora a experiência humana aos seus métodos de solução
de problema.
17. CONDIÇÕES PARA A APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA
• Para David Ausubel, citado por Moreira (2011), é aquela em que ideias expressas simbolicamente
interagem de maneira substantiva e não arbitrária com aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer
dizer não literal, não ao pé da letra, e não arbitrária significa que a interação não é com qualquer ideia
prévia, mas, sim, com algum conhecimento especificamente relevante já existente na estrutura
cognitiva do sujeito que aprende.
• Há três tipos de aprendizagens significativas:
• a cognitiva – aquela que resulta do armazenamento organizado no cérebro do indivíduo que aprende;
• a afetiva – resultante de experiências e sensações, tais como a satisfação, o prazer, a ansiedade e a dor;
e, por fim,
• a psicomotora – a que envolve respostas musculares provenientes da prática e do treino.
18. CONDIÇÕES PARA A APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA
• Portanto, a fim de que ocorra uma aprendizagem significativa, é preciso o aluno se
dispor a estabelecer a relação já mencionada e compreender que essa correlação
contribui para a organização dos sentidos pertencentes à estrutura cognitiva e,
também, possui uma conexão com o cotidiano dele. Com isso, maneiras diferentes
de ensinar, como fazer um bolo seguindo uma receita, construir uma horta, promover
uma feira para vender produtos feitos em casa usando notas de dinheiro de
mentirinha, serão associadas ao conteúdo programático de modo bastante natural, o
que facilitará o processo de aprendizagem, que, sem dúvida, foi bastante
significativo.