O documento discute os diferentes tipos de amor de acordo com filósofos como Platão. Platão via o amor como uma escada com sete degraus que vão do amor físico até o amor pelas realidades superiores. Ele dividia o amor em eros, philia e ágape. O texto também discute a definição de amor segundo crianças, que enfatizam os pequenos atos de carinho no dia a dia.
3. Etimologia
• Na origem remota a raiz do verbo que designa o amor é a
mesma para cavar a terra e plantar. O homem planta
sementes na mulher e na terra, este é o ato de amor
primordial. Mas resumamos assim: é o latim amor. Amore,
em italiano; amour, em francês; amor, em espanhol. Todas as
línguas neolatinas apenas variam um pouco o amor original.
No alemão, é uma palavra de origem grega, Liebe, presente
em libido, que em latim tem como sinônimo desiderium,
desejo. Menos impreciso, o alemão diz Lust para desejo,
prazer, vontade, tesão, mas Lust etimologicamente significa
inclinar-se. E ainda tem Wunsch (desejo) e Begierde
(rachadura, abertura).
4. Mini -Dicionário
Amor platônico: Para o filósofo grego Platão, o amor era algo essencialmente
puro e desprovido de paixões, ao passo em que estas são essencialmente
cegas, materiais, efêmeras e falsas. O amor platônico, não se fundamenta
num interesse, e sim na virtude. Platão criou também a teoria do mundo das
idéias, onde tudo era perfeito e que no mundo real tudo era uma cópia
imperfeita desse mundo das idéias. Portanto amor platônico, ou qualquer
coisa platônica, se refere a algo que seja perfeito, mas que não existe no
mundo real, apenas no mundo das idéias.
Eros: é o amor carnal, o amor entre homem e mulher, o amor que aproxima
duas pessoas que possuem sede de se conquistar. É o amor que pode ser
repleto de paixões inebriantes. É também o amor dos amigos, o amor pelos
doentes e pobres: ali a dimensão erótica expressa o amor carnal em seu
sentido pleno de amar a natureza humana.
5. Mini -Dicionário
Philia: é o amor de amizade. É o
amor que não monopoliza, não
escraviza, não cria dependentes.
É o amor que vive a alegria de se
comunicar com alguém do jeito
que a pessoa é. Esse amor
culmina na disposição de expor
a vida em benefício do outro.
6. Ágape: é o amor divino, o amor em
estado puro. É o amor que é
fundado na fé e por ela plasmado. É
um benquerer de coração não só ao
amigo, mas a todas as pessoas. Não
se limita às nossas relações
cotidianas e habituais: se estende e
prolonga-se até mesmo com aqueles
que não temos contato direto. É
também o amor de Deus por nós e o
nosso amor por Deus. O ágape não
quer nada dos outros nem de Deus,
não é interesseiro e não espera
recompensas e premiações por seus
gestos, ama os outros por causa
deles mesmos. O ágape não se
mistura com os desejos de posse e
vontade de dominar e explorar, não
é um amor por “piedade” ou por
comprimento de deveres
morais/religiosos mas, nasce da
disponibilidade para ir ao encontro
do próximo e demonstrar-lhe o
amor que nos torna sensíveis
também diante de Deus.
7. Aplicação da ética e estética
• Só a ética do amor é absoluta
• É comum dizer-se que a ética(no sentido de moral) é
relativa, pois, em diferentes situações em que nos
encontramos, somos obrigados a moldar os nossos
comportamentos de acordo com as exigências de
cada uma delas
• Isto resulta facilmente verificável, pois, na condição de
seres complexos, corporais e espirituais, importa que,
ao agir, tenhamos de satisfazer diferentes apelos,
sensíveis e racionais, o que nos coloca na condição de
seres multi-éticos, submetidos pelas diferentes
naturezas das situações que por nós são vividas, o que
faz da ética humana uma interdisciplinaridade.
8. Não obstante, a partir do universo quase que
infinito das diferentes situações em que possamos
nos encontrar, será possível sistematizá-las, tendo
em vista aquele bem melhor que se persegue,
conforme uma ênfase paradigmática de ação; assim,
geralmente agimos:
1) para a obtenção de um prazer (sensibilidade,
desejo)
2) com vistas a uma utilidade (eficácia)
3) no cumprimento de uma obrigação (dever)
4) para manifestar amor (concupiscência, caridade)
9. A procura do prazer sensível chama-se hedonismo. O
recomendável é que os prazeres sejam usufruídos com
moderação, pois qualquer excesso será sempre prejudicial. A ética
da eficácia chama-se utilitarismo, que consiste em considerar
como verdadeiramente valiosas apenas as coisas quando referidas
à sua utilidade. Por sua vez, o agir preocupado com o
cumprimento dos deveres tende a afastar os mesmos de suas
finalidades, para se dedicar apenas com o formalismo da ação (o
dever pelo dever, de Kant). Dessa forma, fica afastada uma ética
de interesses (Aristóteles). Por fim, a ética do amor consiste na
sublimidade da convivência, da felicidade e da doação.
Contudo, como se pode facilmente verificar, cada modelo de ética
escolhida não se realiza de forma autônoma, mas entra
necessariamente em intercâmbio de dependência com os demais
aspectos paradigmáticos, de tal forma que podem ocorrer
inúmeras combinações, por exemplo, da utilidade com o prazer,
do dever com o amor etc.
10. • Essas premissas nos levam a crer como se não
houvesse um princípio absoluto que pudesse guiar
nossas decisões quando referidas à dicotomia entre
o bem e o mal.
• No entanto, podemos encontrar uma saída. Se
dermos preferência à ética do amor. Se é difícil
conceituar o amor, muito mais difícil ainda será
praticá-lo, pois há amor egoísta (concupiscência) e
amor de benevolência (caridade), há amor próprio
e amor desprendido, há amor erótico e amor
platônico etc. Se a época atual conquistou muito
em amor erótico, importa que estas liberdades
conquistadas sejam transformadas em mais amor
fraterno, compromisso e tolerância.
11. • Não obstante, podemos concluir que, sob todas as
formas em que ele se apresente, o essencial
caracterizador do amor chama-se doação, perdão e
renúncia, quando amar é justamente preocupar-se com
a felicidade do ser amado, pois o amor se identifica
plenamente com o bem que o inspira.
“Ama e faze o que quiseres”, expressão de S.Agostinho que
reflete bem a idéia cristã de que o verdadeiro pecado é
não-amar, não ter no coração a benevolência, a
caridade, o zelo para com a felicidade do ser amado. É
por isso que o amor transforma a ética de negativa em
positiva, do não- fazer para a alegria do agir, da
frustração para a auto- estima. Do isolamento para a
vida em comum.
12. Estética: Amor Platônico + Filosofia
de Platão + Divisão do amor
• Amor Platônico, muitas vezes achamos que é o amor não correspondido, que
normalmente o ser não sabe da nossa existência ou não faz idéia do que sentimos,
como amor ascético ou assexuado. Porém quando nós estudamos sobre a filosofia
de Platão, mudamos nosso conceito e encaramos de outra forma sobre o amor.
• Platão, apresenta em O BANQUETE o amor sexual como um ato natural, com raízes
infinitas mais profundas. Ele afirmou que o amor é uma escada com sete degraus,
que vão do amor por uma pessoa até o amor pelas realidades superiores do
universo. Platão deu exemplos para explicar seus pensamentos, em seu mito o ser
humano era dividido em três tipos de figura: homem/homem, mulher/mulher e
andrógina - masculino/feminino. Segunda a teoria, os seres duplos cometeram
transgressões contra os deuses e como castigo foram divididos ao meio, ou seja,
sentimos falta da nossa alma gêmea... assim, buscamos nossa outra metade.
Sim, o amor e beleza estão ligados, afinal, você vê beleza quando está amando. À
medida que progride, você sente por todas as formas belas a espécie de exaltação
quando se apaixona, mesmo que a pessoa não seja tão graciosa, isso acontece sob
influência do amor.
13. • O primeiro degrau do amor, ele diz que, mesmo que se apaixone por uma pessoa,
a pessoa é atraída por qualidades e o amor físico. O ser humano busca a
imortalidade através da pessoa amada, por meio da procriação.
• O passo número dois é amar todas as formas físicas belas.
• O terceiro passo é amar a beleza da mente, independente da forma física à qual
ela está associada.
• O quarto passo da escada do amor é a ética - o amor pelas práticas belas. Envolve
integridade, justiça, bondade, consideração - características que também contêm
beleza e impelem ao amor. É um passo mais abrangente e universal. Ele conduz ao
degrau número cinco, que é o amor pelas instituições belas. Esse quinto estágio
diz respeito ao modo como a sociedade funciona quando suas instituições estão
em equilíbrio e harmonia.
• Desse ponto, a alma ascende para o sexto degrau da escada do amor. Ele é uma
curva gigantesca para o alto, em direção ao universal e ao abstrato. A isso Platão
chama "ciência", ou seja, conhecimento e compreensão. No sexto passo você se
apaixona pela ciência, que articula não só as leis que governam o indivíduo, a
família e a sociedade, mas algo que transcende o meio local. Depois de passarmos
por todos os degraus, ocorre, no sétimo passo, uma diferença de gradação; você
já não vê a manifestação da beleza, mas a beleza em si. Esse é o ponto alto dos
sagrados mistérios.
14. DEFINIÇÃO DO TEMA
O QUE É O AMOR ?
Esta foi uma pesquisa feita por profissionais de educação e
psicologia com um grupo de crianças de 4 a 8 anos.
"Amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito
magoado, não grita, porque sabe que isso fere seus
sentimentos" - Mathew, 6 anos
"Quando minha avó pegou artrite, ela não podia se debruçar
para pintar as unhas dos dedos do pé. Meu avô, desde então,
pinta as unha para ela. Mesmo quando ele tem artrite" -
Rebecca, 8 anos
"Eu sei que minha irmã mais velha me ama, porque ela me dá
todas as suas roupas velhas e tem que sair para comprar
outras" - Lauren, 4 anos
"Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito
amigos, mesmo conhecendo há muito tempo" - Tommy, 6 anos
15. "Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente"
- Billy, 4 anos
"Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas
fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas
dela" - Chrissy, 6 anos
"Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um
gole antes, para ter certeza que está do gosto dele" - Danny, 6
anos
"Se você quer aprender a amar melhor, você deve começar com
um amigo que você não gosta. - Nikka 6 anos.
"Quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo e
sente medo que essa pessoa não venha a te amar por causa
disso, aí você se surpreende, já que não só continuam te amando,
como agora te amam mais ainda" - Samantha , 7 anos
16. “Quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo
e sente medo que essa pessoa não venha a te amar por
causa disso, aí você se surpreende, já que não só continuam
te amando, como agora te amam mais ainda" - Samantha , 7
anos
"Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo
depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro" - Mary
Ann, 4 anos
"Deus poderia ter dito palavras mágicas para que os pregos
caíssem do crucifixo, mas ele não disse isso. Isso é amor" -
Max, 5 anos".
Para que você possa viver o amor não é preciso procurar
muito, ele está nas pequenas coisas... Apenas ame como
criança, e será muito feliz.
17. • O que é realmente o amor, sendo que existem tantas formas de
um só sentimento e como decifrá-lo?
O amor é um enigma por si só, algo difícil de ser classificado,
entendido e por muitas pessoas difícil de ser expressado. Este
sentimento existe em suas diversas formas desde o começo de
vida na terra. Sendo vivido tanto por homens quanto por
animais. Não existe uma interpretação única para tal
sentimento, duas pessoas podem compreender de formas
totalmente diferente o mesmo sentimento.
18. “Platão recorda que o amor é a expressão de uma carência.
Descobrimos então, que para atingirmos a felicidade ou
eudaimonia, nos falta o verdadeiro amor. Com efeito, o
egoísmo, o cálculo, a ansiedade, sintomas de um egocentrismo
excessivo, põem em evidência essa falta de amor. Quando
tomamos
procuramos
consciência disso, apaixonados pelo
preencher essa falta. Isso traduz-se por
amor,
uma
necessidade de beleza interior, de uma harmonia em que
entre os deuses
Apolo é a imagem mais representativa
gregos.”
Fernand Schwarz, Antropólogo.
19. Há muitos tipos de amor;
Há amores que acendem a noite,
Outros que sacodem as emoções e
Outros que serenam o espírito, mas
O amor que honra a vida,
esse sim é o melhor.
Henry Van Dike