2. rasil
do B
Arco
Real
s do
Remédios, nós os temos de todo jeito.
açon
Como a fábula, que à alma se destina.
de M
Se para o tolo e o arrogante não faz efeito,
Para o humilde e sábio conforta e ensina.
ítulo
Cap
nde
Gra
i
remo
Sup
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3. Era a décima segunda hora em Jerusalém e os
Obreiros se retiravam de seu trabalho sob o calor
meridiano. Desciam a montanha sagrada em bandos,
apressados para chegarem ao descanso. O sábio Caldeu,
cuja vida dedicara à busca da sabedoria através dos
mistérios da Natureza ou dos segredos da Ciência,
caminhava calmamente. Sua testa, marcada pelas rugas,
rasil
dava-lhe o testemunho das muitas horas de estudo à luz
insuficiente da lamparina. Mais adiante, Mestres da Arte
do B
Real, elevados pela amizade de seu chefe ou por seus
próprios méritos daquela distinta posição, retribuíam, com
Arco
cortesia solene, a saudação respeitosa dos Obreiros mais
humildes. Esses, em grupos diversos e em diferentes
Real
pontos da montanha, discutiam assuntos de interesse
profissional, ou absorviam-se na contemplação do
s do
majestoso edifício que pouco a pouco tomava forma diante
deles.
açon
O Templo, o tributo mais orgulhoso do engenho
de M
humano, para cuja construção foram tirados da Terra os
seus tesouros e da Ciência os seus segredos, aproximava-se
ítulo
da tão desejada conclusão. O Arco, que guardaria em seu
recesso o mais Sagrado dos Sagrados, precisava apenas da
Cap
Pedra Chave para completá-lo. E já fora marcado o dia em
que o real Salomão, como Grão-Mestre dos Filhos da Luz,
nde
deveria encaixar a pedra perfeita na presença das tribos de
Gra
Israel, reunidas em orgulho e contentamento.
remo
O que vamos contar se passou no próprio dia em que
o Monarca marcara a data. Os obreiros achavam-se
Sup
insatisfeitos com uma injustiça cometida contra Honestas,
um dos mais hábeis Supervisores. Ele havia preparado, com
muito trabalho, uma Chave perfeita para o fechamento do
Arco, de excelência, originalidade e beleza singulares. Mas
tivera seu trabalho rejeitado por Salomão, por razões tão
tolas que tornavam aparente os motivos verdadeiros –
inveja de sua perfeição e ciúme do entusiasmo com que foi
recebida.
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4. Naquele dia, toda a Loja reuniu-se e o trabalho de
Honestas foi mostrado aos seus irmãos. Foi recebido com
aclamação pelos Obreiros, pelos Mestres experientes e por
alguns Chefes independentes da Ordem, pois tinha as
proporções perfeitas de um cubo, esquadrada pelo Cinzel
das intenções e de acordo com a escala da mais estrita
integridade.
rasil
Salomão olhou a Pedra friamente, pois a inveja entrara
do B
em seu coração e o amargor apossou-se de sua língua.
Depois de tentar em vão encontrar defeitos no trabalho
Arco
sem falhas, questionou se seria adequada, duvidando que
se harmonizasse com os demais ornamentos do Arco.
Real
Afortunadamente, os modelos em que se basearam os
ornamentos estavam à mão. Constituíam em relevos de
s do
mármore, representando figuras de um homem e de uma
mulher, vulneráveis frente ao destino. Maravilhosos no
açon
desenho e quase perfeitos na execução. O trabalho de
de M
Honestas foi colocado entre eles e muitos Irmãos
exclamaram com alegria pelo efeito harmonioso do
conjunto, porque esculpido no cubo estava à figura de um
ítulo
Construtor idoso, curvado pelo trabalho e pela
Cap
enfermidade, recebendo o apoio dos fortes e saudáveis da
Ordem.
nde
- “É verdade,” declarou o Mestre Real, olhando a todos
Gra
desdenhoso, “que a intenção foi boa. Não há como não
remo
aprovar a criação, embora tenha que lamentar sua
impraticabilidade. O Arco é incapaz de sustentar o peso do
Sup
trabalho proposto e, ao invés de constituir-se na Pedra
Chave para cimentar o tudo, causaria sua destruição.”
Em vão Honestas provou, demonstrando na prática, o
poder de sustentação do Arco. Em vão, os Obreiros
ofereceram-se para aumentar a resistência do Arco, com
seu trabalho voluntário, até que as dúvidas de Salomão fos-
sem satisfeitas. A razão e a justiça falharam.
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5. Ao fim, Salomão usou de sua prerrogativa e o trabalho de
Honestas foi desdenhosamente rejeitado, em meio às
expressões de escárnio dos invejosos e ignorantes e
lástima dos honestos e sinceros.
Foi na hora do crepúsculo, naquele mesmo dia, que
Salomão deixou o palácio para desfrutar do ar fresco do
rasil
anoitecer. Insatisfeito consigo mesmo, pensativo, seus
passos levaram-no às margens do riacho de Kedrom. Ao
do B
longe, podiam ser vistos os túmulos dos reais de Israel,
suas formas brancas e graciosas elevando-se entre os
Arco
cedros e ciprestes que os rodeavam. Caminhando pela
margem, ouvindo o murmúrio incessante da correnteza, ou
Real
perdido na amargura das reflexões que sempre
acompanham a doença, Salomão encontrou um Irmão idoso
s do
chamado Veritas, cuja voz há muito se tornara estranha aos
seus ouvidos, mas cujas palavras até mesmo seu real Pai
açon
havia escutado com atenção e temor. Fora notável pelas
de M
intervenções ocasionais entre os obreiros, invariavelmente
acompanhadas de felizes conseqüências.
ítulo
Severo na aparência e majestoso no porte, sem ligar
Cap
ou para o cenho franzido do Rei ou para o seu ar de
impaciência, Veritas assim lhe falou:
nde
- “Diante das tumbas de teus predecessores, como
Gra
podes estar determinado a cometer esta injustiça? Não te
remo
diz o verme humilde que como todos, tu és terra somente?
Lembra-te: na Loja Eterna, a realeza de Salomão e a
Sup
humildade de Honestas serão iguais, e que o grande
Arquiteto decidirá sobre ambos. Olha!”
E apontou para um pelicano solitário, empoleirado
numa rocha, observando a correnteza, pacientemente
esperando sua presa. O pássaro ficou imóvel por alguns
momentos, com uma estátua. De repente, mergulhou seu
pescoço comprido nas águas e trouxe o peixe preso no
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6. bico. Alçou voo pesadamente em direção ao bosque, onde,
certamente, filhotes impacientes aguardavam sua comida.
Mal o pássaro carregado deixou a água, quando uma
águia, que tinha observado o paciente pescador do alto das
nuvens, mergulhou sobre ele. Com um grito de medo, o
pelicano soltou sua presa, que o tirano pegou ainda no ar e
rasil
lá se foi, majestosamente, para seu ninho distante. O
pelicano desapontado e roubado, voltou à sua rocha para
do B
olhar e olhar novamente, para pescar e quem sabe, para ser
novamente privado do fruto do seu trabalho.
Arco
- “Será que este incidente não te faz pensar?”
Real
perguntou Veritas, olhando severamente a expressão
confusa de Salomão. “Tu não te convences de que as leis
s do
do direito e do poder estão em desacordo? O homem,
quando investido com o poder, se não o usa para a justiça,
açon
acaba usando apenas os instintos animais de sua natureza,
de M
surdo à voz da razão e da verdade.”
- “Mas Aquele que deu à águia poderes sobre os outros
ítulo
pássaros, deu aos Reis da terra o domínio sobre os
Cap
homens.”
nde
- “É verdade, Majestade, respondeu o sábio, “mas o
domínio de um difere do domínio do outro, porque
Gra
enquanto a águia não faz mais do que seguir o instinto
remo
bruto de sua natureza, o homem, por sua vez, tem a razão
como seu guia.”
Sup
- “Então quando, a águia devolver sua presa,”
respondeu o Monarca, irritado, “eu curvarei meu cetro ao
direito de Honestas, mas só então.”
Ao que respondeu calmamente o velho:
- “Isso é o mesmo que dizer que somente quando o
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7. instinto bruto alcançar a inteligência do homem. O Real
Salomão,
por assim dizer, seguirá apenas os impulsos do instinto,
desprezando o dom e a preeminência concedidos pelo
Altíssimo, ao curvar sua razão aos impulsos de suas
paixões.”
rasil
“Eu bem sei,” continuou o sábio, “que a verdade não é
bem-vinda aos ouvidos dos príncipes. Mas pensa no
do B
julgamento Daquele cuja palavra é a Verdade, cuja essência
é o Amor e cujo atributo é a Justiça. Aceitará Ele a
Arco
dedicação do teu trabalho? Ou sorrirá ao teu reinado, se
cometeres esta injustiça com Honestas? Toma cuidado,
Real
pois as palavras deste teu servo Veritas podem ser
sucedidas pelos aguilhões daquele “verme que nunca
s do
dorme, a Consciência.”
açon
r
r
de M
ítulo
Cap
Naquela noite, o Mestre Real novamente presidiu a
nde
Assembléia de Obreiros. Sua expressão era límpida, pois o
espírito da justiça transbordava em seu coração. O
Gra
Trabalho do fiel Honestas foi aprovado, e jamais esteve o
remo
Monarca mais digno da ordem. Porque, naquela noite, ele
mostrou que a mágoa da injustiça pode dissipar-se na
Sup
beleza da reconciliação.
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