2. GEOLOGIA E MÉTODOS
GEOLOGIA E MÉTODOS
― 1.1 Subsistemas terrestres
― 1.2 Ciclo das rochas
― 1.3 Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra
― 1.4 O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de
Placas
3. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
― A ideia de que os continentes não ocuparam sempre a mesma posição surgiu no seculo XVI.
— Segundo a Teoria da Deriva Continental, os continentes atuais estiveram unidos no passado, formando, até há
cerca de 280 Ma a 200 Ma, um único supercontinente – Pangeia. Desde então, este fragmentou-se lentamente
em continentes de menores dimensões, que se foram deslocando até às posições atuais.
― O dados recolhidos pela Teoria da Deriva Continental e pela Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos
culminaram na formulação de uma teoria unificadora da geologia – a Teoria da Tectónica de Placas.
Da Teoria da Deriva Continental à Teoria da Tectónica de Placas
Fig. 1 – Fragmentação da Pangea e movimentação dos continentes até à posição atual.
4. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
― A Teoria da Deriva Continental apesar de se apoiar em diferentes dados – morfológicos, paleoclimáticos,
paleontológicos e geológicos – , caiu em descrédito na comunidade cientifica.
― As hipóteses propostas por Wegener para o movimento dos continentes foram rebatidas pelos físicos da altura,
pois não era conhecido nenhum mecanismo capaz de fazer deslocar as enormes massas continentais.
― O ressurgimento desta teoria ficou associado, anos mais tarde, à formulação da
Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos.
Da Teoria da Deriva Continental à Teoria da Tectónica de Placas
Fig. 2 - Alfred Wegener (1880 – 1930)
5. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
― Wegener fundamentou a Teoria da Deriva
Continental baseando-se em vários tipos de dados.
― A morfologia dos continentes sugere uma
complementaridade entre as suas margens,
nomeadamente nos casos da África e da América do
Sul – dados morfológicos.
― Outros dados, além dos morfológicos, apoiam a ideia
de que os continentes estiveram todos unidos num
continente muito mais extenso – a Pangeia.
― Os dados obtidos a partir do estudo de climas
antigos – dados paleoclimáticos – permitem
evidenciar essa movimentação, nomeadamente,
vestígios de climas muito frios em zonas atualmente
muito quente e vice-versa.
Teoria da Deriva Continental
Fig. 3 – Dados paleoclimáticos e morfológicos.
6. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
― Wegener também utilizou dados obtidos a partir do
estudo de fósseis – dados paleontológicos.
― O caso do Mesosarurus é emblemático. Os fósseis
deste animal aquático foram encontrados em África
e na América do Sul.
― Apesar de se saber que Mesosaurus vivia em água
doce, mesmo que fosse capaz de atravessar o
oceano Atlântico, também deveria ter sido capaz de
atravessar outros oceanos, possibilitando, na
atualidade, o achado de fósseis desta espécie
noutros continentes. Mas tal ainda não aconteceu.
Teoria da Deriva Continental
Fig. 4 – Dados paleontológicos.
7. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
― A descoberta de regiões com conjuntos de rochas
mais antigas, de litologias semelhantes em
continentes diferentes, que atualmente se
encontram separados – dados geológicos – , foi
também utilizada por Wegener para defender a sua
teoria.
Teoria da Deriva Continental
Fig. 5 – Dados geológicos.
8. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
― Durante a Segunda Guerra Mundial ocorreu um impulso no desenvolvimento tecnológico como os sonares,
sismógrafos e magnetómetros.
― Estas tecnologias foram colocadas ao serviço da exploração do fundo oceânico levando a um maior conhecimento
da sua morfologia e do seu relevo.
Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos
Fig. 5 – Morfologia do fundo dos oceanos.
9. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos
Fossa abissal ou oceânica:
depressões profundas
junto aos continentes ou
arquipélagos.
Dorsal oceânica: extensa crista
montanhosa oceânica.
Falha transformante
Planície abissal: regiões
extensas e planas do fundo
dos oceanos. Situadas
entre 3000-5000 m de
profundidade. Formadas
por sedimentos marinhos
sobre crosta oceânica.
Talude continental: zona de transição
entre os continentes e o fundo
oceânicos, com declive muito
acentuado, que se estende até cerca
de 2000 m de profundidade.
Plataforma continental: zona
com pouca inclinação e
profundidade máxima de
200 m.
Fig. 5 – Morfologia do fundo dos oceanos.
Rifte oceânico: fratura por
onde ascende o magma.
10. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
― As perfurações efetuadas no fundo dos oceanos forneceram dados sobre a constituição litológica, a sua idade e
dinamismo.
― Com base nos dados obtidos da exploração dos fundos oceânicos, formulou-se a Teoria da Expansão dos Fundos
Oceânicos.
― Nos riftes, a partir da ascensão de magma, forma-se novo fundo oceânico formado por rocha vulcânica basáltica.
Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos
Fig. 6 – Representação esquemática da datação das rochas
do fundo do oceano Atlântico obtida a partir de perfurações.
11. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
― Segundo a Teoria da Tectónica de placas, a litosfera – zona rochosa mais superficial da Terra – encontra-se
dividida em diversas placas que deslizam, afastam-se ou aproximam-se. Designam-se de placas litosféricas ou
placas tectónicas.
Teoria da Tectónica de Placas
Fig. 7 – Principais placas litosféricas e seus limites.
12. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
― Abaixo da litosfera, encontra-se a astenosfera,
pertencente ao manto superior, uma zona de baixa
rigidez, devido ao facto de ter na sua constituição
material dúctil.
― As forças que provocam o movimento das placas
litosféricas resultam do calor interno do próprio
planeta. Este calor gera correntes de convecção no
manto/astenosfera.
― A ascensão de magma nos riftes leva à formação de
nova crosta oceânica e, consequentemente, à
expansão dos fundos oceânicos.
― As fossas oceânicas são as formas de relevo
submarino que marcam zonas de subducção
existentes em profundidade.
Correntes de convecção
Fig. 8 – Correntes de convecção.
13. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
Tipos de limites entre placas litosféricas – limites divergentes ou construtivos
Fig. 9 – Limite divergente associado a um rifte
oceânico.
Fig. 10 – Limite divergente associado a um rifte
intracontinental.
— A ascensão de magma na zona do rifte oceânico
origina a formação de nova crosta oceânica e
promove o afastamento das placas litosféricas.
— Nas zonas de rifte intracontinental ocorre
fragmentação de uma única placa litosférica.
Este processo geológico poderá originar um
novo oceano. As placas litosféricas resultantes
da fragmentação afastam-se uma da outra.
14. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
Tipos de limites entre placas litosféricas – limites convergentes ou destrutivos
Fig. 11 – Limite convergente entre placa
continental e uma placa oceânica.
Fig. 12 – Limite convergente entre duas placas
oceânicas.
— A colisão de uma placa litosférica oceânica com
uma placa litosférica continental origina a
subducção da primeira, pois é mais densa. Na
margem continental forma-se uma cadeia
montanhosa com arco vulcânico continental.
— A colisão de duas placas litosféricas oceânicas
origina a subducção da mais antiga, pois é
também a mais densa. Este processo geológico
origina um arco vulcânico ou insular.
15. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
Tipos de limites entre placas litosféricas – limites convergentes ou destrutivos
Fig. 13 – Limite convergente entre duas placas
continentais.
— A colisão de duas placas litosféricas continentais origina o espessamento da crosta continental e a formação de
uma cadeia montanhosa e de um planalto.
16. GEOLOGIA E MÉTODOS
O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas
Tipos de limites entre placas litosféricas – limites transformantes ou conservativos
Fig. 15 – Limite transformante que entrecorta
o rifte
Fig. 14 – Limite transformante.
— As placas litosféricas deslizam horizontalmente uma em relação à outra, em sentidos opostos.
Notas do Editor
Aprendizagens essenciais:
Interpretar evidências de mobilismo geológico com base na Teoria da Tectónica de Placas (placa litosférica, limites divergentes, convergentes e transformantes/conservativos, rifte e zona de subducção, dorsais e fossas oceânicas).