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"Identidade Móvel: Juventude, Identidade e Meios de Comunicação Móvel"
1. Universidade Aberta
Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia
Unidade Curricular: Meios Digitais e Socialização
Professoras: Maria João Silva e Lúcia Amante
Actividade 3
Actividades Sociais e Desenvolvimento da
Identidade nos Jovens
“Identidade Móvel: Juventude,
Identidade e Meios de Comunicação
Móvel”
Estudo apresentado por Gitte Stald
Isabel Bernardo / 2 de Maio de 2010
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Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia
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Professoras: Maria João Silva e Lúcia Amante
Síntese do conteúdo do texto 4 de Stald, G. (2008).
Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In
Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.
A – Apresentação do estudo
Gitte Stald do Departamento de Comunicação Inovadora, da Universidade
de Copenhaga, apresenta um estudo sobre a “Identidade Móvel: Juventude,
Identidade e Meios de Comunicação Móvel”.
O conteúdo do texto tem quatro grandes temáticas: o que significa
disponibilidade no âmbito da utilização do telemóvel; o que significa
“presença” durante as comunicações; o telemóvel como um instrumento
de “registo” pessoal; a contribuição do telemóvel para a aprendizagem
das normas sociais.
Antes das grandes temáticas identificadas faz-se a abordagem do papel
do telemóvel no contexto da cultura juvenil contemporânea.
O estudo foi dirigido a jovens dinamarqueses, com idades
compreendidas entre os 15 e os 24 anos. Foi efectuado em séries,
em 2004 e 2006 e incluíram como instrumentos de recolha de
informação, questionários, entrevistas individuais, observações e
algumas composições sobre “o meu telemóvel e eu”.
Este estudo não se pode considerar com representativo de todos os jovens
dinamarqueses relativamente à utilização que fazem do telemóvel. Contudo,
em outros estudos e pesquisas que foram efectuadas, incluindo noutros
contextos nacionais e culturais, estão reflectidos os resultados e as
conclusões deste estudo.
O conceito de identidade móvel, para a autora, engloba duas ideias: a
identidade é influenciada pelo uso dos média, particularmente pelo
telemóvel; esta influência implica a visão por parte do adolescente, como
havendo algo de móvel, que muda e se desenvolve a cada momento.
O conceito, entre outros factores, é sensível às mudanças nas relações
entre amigos e família, e nas mudanças intelectuais e emocionais mediadas
pelo uso do telemóvel.
B - Objectivos
O estudo teve como objectivo estudar e observar a utilização do
telemóvel por parte dos jovens, na sua vida quotidiana, na
companhia dos outros e constatar a influência na sua identidade e
na aprendizagem social.
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C - Principais resultados
A mobilidade e os jovens
Os jovens movimentam-se no espaço real(físico) e virtual. Transformam,
digerem, trocam informação, escolhem e pensam quando utilizam o
telemóvel. A informação é móvel e acede-se a ela através do telemóvel,
onde este estiver.
O telemóvel na cultura jovem contemporânea
De uma forma geral, tal como é referido por Harper e Taylor, os estudos
efectuados sobre a utilização do telemóvel por parte dos jovens, abordam
muitas questões comuns e têm chegado às mesmas conclusões.
O telemóvel permite:
estar disponível para os que os amam e necessitam deles;
aceder a informação necessária, de ordem pessoal e profissional;
permite trabalhar onde se quer, com acessibilidade à informação;
permite estar em contacto, com amigos e colegas;
permite estabelecimento e manutenção de relações sociais.
As pesquisas também levantam questões relacionadas com cidadania, riscos
e confiança. Os adolescentes dinamarqueses não conseguem imaginar a sua
vida sem o telemóvel, necessitam de estar em contacto, estarem
contactáveis e informados. Não conseguem fazer a sua rotina quotidiana,
sem telemóvel.
A importância do telemóvel
A pesquisa efectuada demonstrou que 7 em cada 10 jovens, considerou
como factor relevante na utilização do telemóvel, a importância da
mobilidade. Esta avaliação situou-se entre 8 e 10, numa escala de 0 a 10.
Apenas 4% não relevou este aspecto.
O telemóvel é mais importante para os mais velhos do que para os mais
novos. É igualmente relevante para o trabalho e não só para as relações
sociais. Permite a coordenação com a família e também de encontros
amorosos. Os utilizadores femininos são em maior número do que os
masculinos, embora a diferença seja diminuta.
De acordo com as respostas dos inquiridos, existem dois grandes
argumentos para a relevância do telemóvel:
a utilização na coordenação da vida social e a possibilidade de estar
actualizado;
a possibilidade de conjugação com outros meios, facto que
possibilita ultrapassar as condicionantes da falta de proximidade
física e mobilidade espacial.
Esta argumentação e caracterização, dá a ideia de estar-se sempre em
movimento. A utilização da comunicação digital e de diversos meios de
informação associados, reflecte o fluxo que existe entre as várias esferas da
vida moderna; entre o tempo de trabalho e o de lazer; entre o espaço
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privado e o público; entre o virtual e o físico/real que é independente do
tempo e espaço.
Uso e adaptação
Os jovens dinamarqueses utilizam o telemóvel essencialmente para
comunicar. Utilizam a voz, as mensagens de texto em número significativo,
e alguns serviços adicionais. Algumas das funcionalidades práticas do
telemóvel são utilizadas por muitos, tais como o relógio, o bloco de notas e
a agenda. Os serviços utilizados são a internet, mms, jogos, música e rádio,
sendo a internet e os jogos os menos populares entre os jovens estudantes
por terem no computador estes serviços, e este ter maior capacidade.
Existe também uma preferência por parte dos mais novos em tirarem fotos.
O telemóvel é visto como fazendo parte de um amplo conjunto de meios de
comunicação.
Na pesquisa efectuada em 2006 constatou-se que houve mais jovens do
que em 2004 a utilizarem o bluetooth e as portas USB para transferirem
dados do telemóvel para o pc e vice-versa.
Existem várias condições que afectam o tipo de adaptação e o tipo de uso
que se faz do telemóvel. Está relacionado com os diferentes contextos
nacionais e culturais, aspectos sociais, profissionais e infra-estruturas.
O uso e a adaptação que fazem depende da usabilidade e das necessidades
e também da mobilidade e das tendências da moda. Muitos dos jovens
interessam-se por ter os modelos de telemóvel mais recentes e alguns
interessam-se também pela qualidade. Uma minoria, quando não pode ter
telemóveis actualizados prefere não utilizá-los. As meninas gostam de os
decorar de acordo com a auto-representação de si mesmas. Um grupo,
embora fosse uma minoria, tinha modelos de telemóvel simples, trocava
poucas mensagens e efectuava poucas chamadas. Um outro grupo,
pequeno, tinha uma relação com o telemóvel descontraída e não
dependente, inclusive deixavam-no em casa. Um outro grupo, também
pequeno, não considerou o telemóvel como algo indispensável. Todos os
inquiridos tinham telemóvel. Estes grupos não estão fora do contexto social,
estabelecem na mesma comunicação, porque esta é essencialmente feita
com quem estão todos os dias.
Estas diferentes formas de utilização, permitem ver como se desenvolvem
as relações ao nível social, como se identificam, como estabelecem as redes
sociais, os interesses individuais e como os factores contextuais e as
atitudes são afectadas. Nas composições efectuadas, foi referido que o uso
do telemóvel é quase incontrolável, que têm receio de ficar sem este, que
receiam ficar desligados da rede social e que sentem alguma incapacidade
de controlar o fluxo de informação e comunicação nos tempos livres.
Todos concordam que o telemóvel isolado ou em combinação com outros
meios é útil e necessário. Consideram-no como um bom meio para a
manutenção de todos os tipos de relacionamento.
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São quatro, os grandes temas relacionados com a identidade:
disponibilidade, presença, diário pessoal e aprendizagem social.
Disponibilidade
A pesquisa de 2006 mostrou que 80% não desligam o telemóvel e 20%
desliga entre 4 a 12 horas (sono, cinema, trabalho..). Os adolescentes
raramente desligam o telemóvel, colocam-no em silêncio e acompanham as
mensagens quando este vibra. Estão sempre disponíveis para comunicar
com outros, através de informação, entretenimento, etc. Inclusive quando
dormem, muitos ficam com ele junto ao travesseiro porque não querem
estar indisponíveis para as suas redes sociais, não querem perder uma
mensagem ou chamada e querem estar disponíveis para as suas relações
mais próximas e eleitas no livro de endereços.
Phatic Comunicação
As comunicações phatic são um exemplo claro da envolvência que sentem e
necessitam de ter através do telemóvel. De acordo com os contextos
culturais, os jovens em vários países utilizam diferentes formas de
comunicação de “mensagens” breves, expressas por exemplo por toque.
Desta forma expressam o que estão a sentir, a situação que estão a viver,
etc. O conhecimento destas regras, são de extrema importância para
permitir a interpretação correcta da situação contextual da comunicação e
do seu conteúdo.
A manutenção do contacto, deve-se a motivos que vão para além da mera
comunicação, são de ordem social, poderão estar relacionados com o facto
de pertencerem a um grupo, com o seu reconhecimento, com o
entretenimento etc. Estes motivos estão interligados com a importância do
reconhecimento da sua própria identidade em relação ao grupo.
Stress
Uma forma de diminuir o stress, de acordo com os questionados, seria
“descobrir” a forma de pelo menos em espaços públicos/situações sociais,
estarem off. De facto, este tipo de comentário demonstra que os jovens
fazem reflexão sobre a utilização dos média e particularmente do telemóvel,
embora possa existir distanciamentos entre a reflexão e a sua prática.
Presença
A percepção da presença no espaço partilhado
A presença social é um estado que varia com o meio utilizado, com o
conhecimento do outro contexto, com o conteúdo da comunicação e com o
meio ambiente e social. Ao estar-se num outro espaço, proporcionado pelos
meios tecnológicos, este é vivido como sendo real. O sentimento de
presença não é vinculado a um meio específico. Se os meios utilizados
apelarem a vários sentidos, maior será a sensação de presença. Este facto
influência a forma como se utilizam os meios tecnológicos, o que se pode
comunicar e até onde se vai na comunicação. Os jovens estão em condições
de avaliar as potencialidades e as limitações nesta área: o que se comunica
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pelo telefone (voz e escrita) e o que se comunica presencialmente. Como foi
referido a experiência de presença, varia em função do conhecimento das
pessoas, do conteúdo, das características da situação e das intenções de
comunicação. O telemóvel aumenta o sentimento de presença, de
proximidade psicológica e de intimidade ou poderá ser percebido como algo
alienante, dependendo do contexto da comunicação.
Os jovens consideram que o envio de mensagens escritas é importante para
sustentar e consolidar as relações. Quando não podem estar fisicamente
juntos, sentem-se igualmente perto dos amigos porque estão em contacto,
via voz ou via mensagem. Consideram que os problemas graves devem ser
tratados e resolvidos presencialmente, no mesmo espaço físico, para não
haver incorrectas interpretações. Consideram que a linguagem corporal é
importante nestas situações. O recurso ao vídeo não se apresenta como
alternativa às relações presenciais, na resolução de problemas. Para
transmitirem estados de tristeza utilizam as mensagens de texto, por estas
serem mais fáceis de usar nestas situações, do que a voz. Nas
comunicações correntes preferem as mensagens escritas ou a voz, sem
recurso à câmara. Alguns colocam no telemóvel fotos das pessoas com as
quais comunicam mais e quando estão em contacto com estas, ou recebem
e enviam mensagens, a imagem, fá-los sentirem-se mais próximos do
outro.
Estar presente em vários espaços simultaneamente
De acordo com Erving Goffman, citado pela autora, existe um fosso entre
as actividades principais e as secundárias. A actividade principal, envolve o
indivíduo na acção, num determinado momento. Muitas vezes, podem-se
desenvolver em simultâneo os dois tipos de actividade sem perturbações.
O telemóvel permite o contacto com alguém num outro espaço e possibilita
a ausência da situação de “contacto físico” em que estava no seu espaço
físico. O “parceiro” da situação física é excluído e torna-se assistente da
troca interpessoal que passa a estar em decurso. Gergen, também citado
pela autora, faz a diferença entre a “conversa interior” e a dos que estão
por fora. Os que estão presentes fisicamente não participam. Estes poderão
sentir frustração. Para o da “conversa interior” também pode causar
frustração, porque está a comunicar “em linha” e não pode estar presente
fisicamente em pleno, onde está. Gergen, descreve este fenómeno de estar
fisicamente num lugar e mentalmente presente em outro, como “Presença
ausente”.
O telemóvel também pode ser utilizado como auxiliar noutras situações, por
exemplo, numa festa em que nos sentimos por fora do contexto, é um
auxílio, permite estar ligado a outro lugar, é o salvador da situação social.
Proporciona segurança e alerta para o facto de se estar num contexto que
não agrada. Permite também demonstrar que “está-se ligado” quando se
está em situações hostis e solitárias, cria sentimento de segurança. Hans
Geser, citado pela autora, designa este “serviço” como guarda-costas,
está-se fisicamente sozinho, mas num outro espaço, está-se com alguém.
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O telemóvel como um diário pessoal
O telemóvel é utilizado como uma agenda pessoal, onde estão registados
contactos, experiências, memórias, pensamentos com imagem e texto,
fotos, vídeos, música entre outros. Esta informação poderá depois ser
carregada para o PC. O cartão SIM tem a história de vida de um indivíduo.
O telemóvel regista os acontecimentos na hora, serve para documentar
acontecimentos quotidianos e experiências e permite partilhar com os
outros. O tipo de conteúdos (estados de espírito, pensamentos,
sentimentos, experiências anteriores, reflexões efectuadas…) registados,
está de acordo com a identidade pessoal do seu proprietário.
O telemóvel e a dupla “representação/informação”
O telemóvel é uma espécie de diário que pode ser partilhado com os
amigos mas também pode ser entendido como uma extensão do corpo e
da mente. É visto como uma tábua de salvação, é a representação da auto-
percepção, é uma forma de documentar a vida social, manifestar as suas
preferências, criar redes e partilhar experiências. Os telemóveis
representam significados pessoais e de identidade. O facto de dormirem
com o telemóvel ao lado do travesseiro, significa que para além de
monitorarem a actividade, não têm coragem de o colocarem em outro sítio
mais afastado de si, porque ele representa a sua vida social, as suas
experiências íntimas, o seu network social. O telemóvel é uma continuação
da sua representação física e é a representação de uma ferramenta útil. O
objecto em si, pode ser trocado por outro. O conteúdo e as suas
representações é que são importantes e têm o seu significado. A
identificação quanto ao objecto, está essencialmente ligada ao número do
telemóvel. Este é muito importante. O número, é o código para a vida
social, para as relações, para as redes sociais e permite a comunicação ao
longo do tempo.
Aprendizagem social
No que respeita à aprendizagem das normas sociais, a pesquisa demonstra
que as regras e as normas sociais estão de forma contínua a serem
testadas e modificadas pelos jovens. A modificação ocorre com os padrões
de uso e com o significado do telemóvel, na mudança e no desenvolvimento
da vida quotidiana. As normas estão sempre a mudar e não são as mesmas
para todos os grupos sociais.
Os jovens objecto deste estudo poderão representar a média dos jovens
dinamarqueses, mas não de todos os contextos culturais, sendo que em
alguns, o telemóvel poderá ser utilizado com outros fins.
O telemóvel é visto muitas vezes como sendo um intruso para as situações
de comunicação presencial, por exemplo, no restaurante e no cinema,
particularmente quando recorrem a alta-voz, ou quando utilizam phones e
colocam o som demasiado alto. Esta situação varia de cultura para cultura.
As normas dos jovens no espaço social, espelham na sua maioria as normas
que estão institucionalizadas e as pessoais. Existe também moderação e
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ensino de comportamentos nas redes sociais. Todas as comunicações
envolvem negociação das normas sociais na procura da identidade do
grupo. Isto não é o resultado de uma reflexão consciente sobre a interacção
estabelecida, embora por vezes, o comportamento de uma pessoa ou
grupo, provoque reacção ou reformulação de atitude, por exemplo o
atendimento do telefone à mesa durante a refeição. Poderão ainda copiar
regras de outros contextos, mas a aceitação é feita por concordância. A
auto-regulação é necessária e esperada, as normas variam de grupo para
grupo, as normas estão de acordo com o que cada um “tem para si” e com
as normas colectivas que veiculam nos contextos a que pertence. O
telemóvel é um sinal de identidade colectiva e individual, e como foi
referido, a sua utilização espelha aspectos particulares da cultura e das
normas institucionalizadas. A negociação das normas sociais é uma
qualidade fundamental da identidade de grupo. Os códigos colectivos
também são feitos por indivíduos que espelham as identidades individuais
no grupo e vice-versa, este é um processo contínuo e isto é evidente no uso
dos telemóveis.
O ritmo de mudanças, que resulta em comportamentos, atitudes e
significados, e as suas implicações na formação da identidade, tem sido
enorme. Mesmo havendo lacunas entre o que dizem sobre a utilização do
telemóvel e a prática, constata-se que cada vez mais se reflecte na
utilização da tecnologia e existe um maior debate sobre normas e valores
sociais.
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D - Principais conclusões
Muitos de nós guardamos o telemóvel junto do corpo, por exemplo no
bolso, está tão junto de nós que até parece uma extensão do nosso corpo.
Através dele ultrapassamos a distância física na comunicação.
A noção de “identidade móvel” sugere uma identidade fluida em que existe
constantemente negociação por parte dos jovens sobre o que são e com
quem adquirem a identidade. O telemóvel facilita esta mudança e permite a
actualização constante, o acesso a informação e documentação e possibilita
a coordenação. O telemóvel é importante para o estabelecimento da rede
social, para o reforço do grupo e da sua identidade e consequentemente
para a construção da identidade individual.
Identificam-se de seguida as principais conclusões do estudo:
A disponibilidade que o telemóvel proporciona e a sua constante
presença, torna-o muito importante (incluindo para os que o utilizam
de forma mais moderada);
O telemóvel permite ao jovem ligar várias redes sociais a si,
representado este instrumento uma relevância importante na
coordenação da sua vida quotidiana, na actualização das relações
sociais e na partilha de experiências colectivas. É um meio relevante
no âmbito das emoções e significados, contribuindo para a formação
da identidade dos jovens;
O telemóvel suporta e reforça a manutenção dos grupos sociais e o
sentimento de pertença ao grupo;
O jovem aprende a gerir e a desenvolver a sua identidade pessoal e a
identidade social. A constante negociação com valores e
representações, e a necessidade de se identificar com os outros,
resulta numa fluidez que vai para além da formação da identidade e
abrange a negociação constante das normas e valores e também dos
processos de reflexão;
A linguagem, a forma de interagir nos diálogos, os elementos
adicionais de comunicação e os serviços que utiliza, também revelam
aspectos relacionados com a sua auto-representação pessoal;
O telemóvel impõe um ritmo acelerado de comunicação, experiência
intelectual e emocional;
Através do telemóvel o jovem faz a gestão da sua vida quotidiana
(utiliza-o para tipos de registos diversificados);
O telemóvel pode também causar stress e frustrações;
A forma como o jovem “embala” o telemóvel (toque, aparência,
decoração, alertas, fundo do seu telemóvel…) está associada à sua
identidade ou auto-representação;
O telemóvel permite ao jovem o controlo e é importante que este
saiba controlar o telemóvel.
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