Este documento discute infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo candidíase e AIDS. Ele explica que ISTs são transmitidas principalmente através de atividade sexual e lista várias ISTs comuns. O documento também descreve os tipos de micróbios que causam ISTs, como bactérias, vírus, fungos e protozoários, e fornece detalhes sobre a transmissão, sintomas e tratamento de candidíase e AIDS.
2. Infecções sexualmente transmissíveis
Abreviatura: IST
Principal via de transmissão: actividade sexual, mas podem eventualmente ter outros meios
de transmissão
São IST’s:
- Candidíase
- Cervicite Mucopurulenta
- Pediculose do Púbis
- Clamídia
- Condiloma
- Donovanose
- Gardnerella
- Gonorréia
- Hepatite B
- Herpes Genital
- Linfogranuloma
- Sífilis
- Tricomoníase
- Ureaplasma
- Sida
4. O que está na base das IST’s?
• BACTÉRIAS
• VÍRUS
• FUNGOS
• PROTOZOÁRIOS PATOGÉNICOS
5. Bactérias
As bactérias são micróbios que podem sobreviver no corpo
humano, no ar, na água, no solo, mas não necessitam de
células vivas para a sua sobrevivência. As bactérias podem
multiplicar-se (dividir-se) muito rapidamente. Os
antibióticos podem, no entanto, matar essas bactérias.
6. Vírus
Os vírus são muito menores que as bactérias e precisam de
células humanas vivas para sobreviverem (como um
parasita). Para se multiplicarem precisam de penetrar numa
célula viva. Como? Ao forçar a célula a fazer uma cópia do
vírus. Posteriormente, a célula do hospedeiro é destruída e
o vírus começa a espalhar-se dentro do corpo humano. Os
antibióticos não são activos contra os vírus.
7. Fungos
O ambiente está carregado de esporos. De entre a ampla variedade de
esporos que caem sobre a pele ou são inalados para os pulmões, só alguns
produzem infecções menores e só raramente se propagam a outras partes
do organismo. Alguns tipos de fungos podem viver normalmente sobre a
superfície do corpo ou dentro do intestino. Os fungos têm tendência para
causar infecções em indivíduos com o sistema imunitário deficiente.
Actualmente existem vários fármacos que actuam com acção antifúngica.
8. Protozoários Patogénicos
A maioria dos protozoários é de vida livre e aquática. No
entanto algumas espécies levam vida parasitária nos
organismos de diversos hospedeiros. A reprodução dos
protozoários geralmente é assexuada, acontecendo por
divisão mitótica. Alguns produzem esporos para se
disseminarem pelo ambiente, como os fungos, e às vezes
também apresentam reprodução sexual havendo nítida
troca de material genético entre um micro-organismo e
outro.
9. Candidíase
A candidíase é uma infecção sexualmente transmissível,
causada pelo fungo candida albicans, candida tropicalis e
outros tipos de candida. O fungo normalmente reside na
pele e nos intestinos. A partir destas zonas pode propagar-
se para os órgãos genitais. Afecta em maior número as
mulheres e pode surgir aquando de várias situações que
não somente a relação sexual.
10. Tipos de candidíase
Oral ou muget (sapinho)
• Região bucal e palato
Intertrigo
• Dobras cutâneas (virilhas, axilas, etc)
Genital/anal
• Região genital e ânus
Onicomicose
• Inclui a paroníquia e a oníquia. A paroníquia envolve a região
em redor das unhas, e a oníquia relaciona-se com as unhas.
11. Causas
Os 4 grandes factores que favorecem o desenvolvimento do fungo e consequentes
manifestações de infecção são:
- temperatura (o fungo desenvolve-se preferencialmente na presença de calor e de
humidade)
- alterações hormonais
• gravidez
• início da toma de pílulas anticoncepcionais
• aparecimento da menstruação
• administração de alguns medicamentos
- alterações na flora genital e seu pH (Fungos proliferam melhor em ambiente ácido. A
alimentação do homem moderno é predominantemente acidificante, isso significa que as
secreções corporais, incluindo suor e muco vaginal, por exemplo, podem apresentar um pH
levemente mais ácido do que o normal, predispondo o aparecimento de focos de candidíase)
- fraco sistema imunitário (candidíase como doença oportunista)
• diabetes
• obesidade
• SIDA
• leucemia
• outros
13. Sintomas
• Geralmente:
- secreção de uma espécie de pus
- irritação e inflamação
- formação de gretas
- dor
- pequenas úlceras
• A nível genital:
- Nas mulheres:
- secreção de uma espécie de pus
- prurido (comichão)
- cor avermelhada da vulva
- ardor ao urinar
- irritação e inflamação na vagina e vulva que pode gretar ou a ficar coberta por uma secreção esbranquiçada
- Nos homens:
- a glande e o prepúcio podem irritar-se
- cor avermelhada da glande
- dor durante o coito ou durante a urina
- libertação um secreção
- pequenas úlceras na extremidade do pénis com crostas que podem estar cobertas por uma secreção
esbranquiçada
14. Transmissão
A candidíase, em todas as suas variações, transmite-se pelo
contacto com a mucosa lesionada ou através do contacto
com a secreção de pele dos portadores. Na candidíase
genital, a infecção transmite-se pela relação sexual e pelo
contacto genital (não é exclusivamente pela penetração).
De um modo geral, o uso do preservativo pode prevenir a
transmissão, mas não é 100% seguro. Na candidíase oral, a
transmissão pode dar-se pelo beijo.
15. Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico deve ser feito por um profissional de saúde. Deve
ser feito o mais rápido possível para que o tratamento possa ser
eficaz. Caso não seja devidamente tratado, o problema tem
tendência para se tornar crónico, tornando-se assim sistemáticas
as manifestações da infecção.
• Nas mulheres, a candidíase é tratada com boa higiene, um
creme antimicótico que contenha clotrimazol, miconazol,
butoconazol ou tioconazol e terconazol e alternativamente
quetoconazol, fluconazol ou itraconazol por via oral. Em certos
casos, as mulheres que usam contraceptivos devem deixá-los
vários meses durante o tratamento, devido às alterações
hormonais que estes possam provocar.
• Nos homens, o pénis deve ser lavado e seco antes de se
colocar um creme antifúngico (que contenha, por exemplo,
nistatina).
16. Medidas de prevenção
Há diversas atitudes que constituem a segurança e a garantia de
uma boa saúde.
- Boa higiene
- Deve evitar-se a toma excessiva de medicamentos que possam
alterar o sistema hormonal.
- O suor pode também ser um factor relevante, por isso devem
usar-se roupas adequadas ao meio ambiente.
- Deve ainda promover-se uma boa saúde geral, evitando os
níveis altos de açúcar no sangue e a obesidade, entre outras
condições, através de uma alimentação equilibrada, prática de
exercício físico e idas regulares a um especialista de saúde,
para manter o sistema hormonal e imunitário em bom
funcionamento.
- Sexo protegido
17. SIDA
Síndrome da Imunodeficiência adquirida.
É uma doença não hereditária causada pelo vírus da
imunodeficiência humana (VIH ou HIV - na língua inglesa)
que enfraquece o sistema imunitário do nosso organismo,
destruindo a capacidade de defesa em relação a muitas
doenças.
18. A sigla explicada
• Síndrome
Constituído por um grupo de sinais e sintomas
• Imunodeficiência
O sistema imunitário fica cada vez mais deficiente, com
menos capacidade de resposta ao longo da evolução da
doença
• Adquirida
Adquirida porque ao contrário de algumas doenças de
imunodeficiência que são congénitas, ou seja, os indivíduos
já as têm à nascença, esta doença surge depois de uma
infecção por um vírus, o vírus VIH
22. VIH
O VIH (vírus da imunodeficiência humana) é um vírus que,
ao entrar no organismo, dirige-se ao sistema sanguíneo,
onde começa de imediato a replicar-se, atacando o sistema
imunológico, destruindo as células defensoras do
organismo e deixando a pessoa mais debilitada e sensível a
outras doenças, as chamadas infecções oportunistas que
são provocadas por micróbios e que não afectam as
pessoas cujo sistema imunológico funciona
convenientemente.
Um seropositivo é um individuo que é portador do vírus da
SIDA, porém o vírus não se manifesta.
25. Causas da SIDA
Sendo a SIDA uma síndrome adquirida, a sua causa é
naturalmente a transmissão da mesma. A SIDA não tem
causa biológica ou de qualquer outra natureza. Qualquer
indivíduo, independentemente dos seus hábitos
alimentares, desportivos, da sua boa saúde ou não pode
adquirir a síndrome.
26. Fases da SIDA
- Infecção aguda - surge algumas semanas após a
contaminação
- Infecção assintomática - tem duração variável, de meses a
anos;
- Doença sintomática - manifestação mais grave da doença,
a pessoa vai perdendo a sua imunidade e vão surgindo
doenças oportunistas, tumores raros e formas graves de
outras doenças.
27. Sintomas
A SIDA é assintomática. Os sintomas observáveis são os das
doenças oportunistas. Os sinais iniciais são geralmente:
febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta,
falta de apetite, perda de peso, náuseas, vómitos, diarreia,
dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas por
baixo do braço, no pescoço ou na virilha e que podem
levar muito tempo para desaparecer. Com o avançar do
tempo começam a surgir doenças oportunistas, tais como:
tuberculose, pneumonia, alguns tipos de cancro, candidíase
e infecções do sistema nervoso (toxoplasmose e as
meningites, por exemplo).
28. Transmissão da SIDA
O VIH é transmitido pelos fluidos corporais, incluindo o sangue,
esperma, secreções vaginais e leite materno, que contêm uma
grande quantidade de vírus.
Modos de transmissão com um elevado risco de infecção:
- Relações sexuais não protegidas (preservativo);
- Consumo de drogas com partilha do material para preparação
ou material não esterilizado (tatuagens, por exemplo);
- Durante a gravidez, o parto ou pela amamentação;
- Administração de sangue ou de derivados do sangue quando
não há controlo adequado dos produtos (por exemplo,
transfusões sanguíneas a partir de dadores não testados para
esta infecção – actualmente já quase não acontece)
29. Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por todos, para despiste.
Especialmente se existem dúvidas sobre a possibilidade de
estar infectado pelo VIH, se pensa engravidar ou está
grávida, se teve relações sexuais sem preservativo, se houve
partilha de seringas, agulhas ou outro material cortante na
injecção de drogas ou noutra qualquer situação, se fez uma
tatuagem ou um piercing e o material não estava
devidamente desinfectado, se teve contacto directo com o
sangue de outra pessoa é fundamental que faça o teste da
SIDA.
30. Tratamento
A SIDA não tem cura! Actualmente o que existe são
tratamentos para reduzir a replicação do vírus, são os
antiretrovirais. Outros medicamentos disponíveis, que se
usam em associação com estes, são os inibidores das
protéases. Também muito importante é ajudar o doente e a
família a lidar com a seropositividade primeiro e com a
SIDA depois e principalmente a educação dos doentes para
evitarem comportamentos que possam pôr em risco outras
pessoas.
31. Medidas de prevenção
Uma só vez é suficiente para adquirir o vírus, por isso é
sempre necessário tomar precauções. Na lista de medidas
de prevenção consta:
• Usar sempre preservativo nas relações sexuais (inclusive
em sexo anal e oral)
• Não partilhar agulhas, seringas, material usado na
preparação de drogas injectáveis e objectos cortantes
(agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer
tatuagens e piercings, de cabeleireiro, manicura).
• Evitar o aleitamento natural, no caso da progenitora ser
seropositiva