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Relato de Caso
Disfunção Sinusal em Paciente com Isomerismo Atrial Esquerdo
Sinus Node Dysfunction in a Patient with Left Atrial Isomerism
Sírio Hassem Sobrinho, Airton Camacho Moscardini, Ulisses Alexandre Croti, Carlos Henrique de Marchi, Moacir
Fernandes de Godoy
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São José do Rio Preto, SP
We report the case of an asymptomatic six-year-old child with left
atrial isomerism and sinus venosus atrial septal defect. The physical
examination revealed several periods of bradycardia. During a 24-
hour electrocardiographic monitoring the patient presented a signifi-
cant sinus node dysfunction with sinus pauses of up to 2.4 seconds. A
permanent pacemaker was implanted, with a satisfactory outcome.
É relatado o caso de uma criança com seis anos de idade,
assintomática, portadora de isomerismo atrial esquerdo e co-
municação interatrial do tipo seio venoso. Ao exame físico,
apresentava vários períodos de ritmo bradicárdico. Durante
monitorização eletrocardiográfica de 24 horas, apresentou
importante disfunção sinusal, com pausas sinusais de até 2,4
segundos. Foi implantado marcapasso definitivo com evolu-
ção satisfatória.
Correspondência: Sírio Hassem Sobrinho •
Rua Siqueira Campos, 2597/13 - 15025-055 • São José do Rio Preto, SP
E-mail: siriohassem@cardiol.br
Recebido em 06/08/05 • Aceito em 08/12/05
O isomerismo dos apêndices atriais é uma rara anomalia
congênita caracterizada pela simetria de órgãos normalmente
assimétricos. Há dois tipos de isomerismo atrial. O isomerismo
atrial direito, também conhecido como síndrome da asplenia
ou síndrome de Ivemark e o isomerismo atrial esquerdo ou
síndrome da poliesplenia.
A primeira descrição conhecida de poliesplenia foi feita
por Abernethy, em 17931
, e apenas em 1967 Moller e cols.2
fizeram a descrição completa da síndrome. No isomerismo
atrial esquerdo as alterações mais prevalentes são: poliesplenia,
presença de dois pulmões morfologicamente esquerdos, dois
apêndices atriais morfologicamente esquerdos, ausência do
segmento hepático da veia cava inferior, fígado em posição
mediana e alta incidência de cardiopatia congênita.
As cardiopatias congênitas mais freqüentes associadas ao
isomerismo dos apêndices atrias esquerdos são: dupla via
de saída do ventrículo direito, átrio único, defeito do septo
atrioventricular, estenose da valva pulmonar e persistência da
veia cava superior esquerda2-4
. Alterações do ritmo cardíaco
também são descritas.
Na revisão feita por Momma e cols.5
, todos os pacientes
com isomerismo atrial esquerdo apresentavam marcapasso
mutável. Outro achado comum é a diminuição da freqüência
cardíaca com o decorrer dos anos. Aos quinze anos de idade,
70% dos pacientes apresentam bradicardia sinusal. O bloqueio
atrioventricular pode estar presente em 50% dos pacientes em
alguma fase da vida, podendo ser progressivo6-8
, sendo maior
a prevalência de bloqueio atrioventricular no feto9
.
Estudos histológicos mostram a ausência do nó sinusal na
junção da veia cava superior com o átrio direito10-12
. Nó sinusal
ectópico e hipoplásico tem sido demonstrado na parede atrial
lateral superior10
, na parede atrial lateral medial11
e na parede
inferior lateral, próximo ao óstio do seio coronário12
. Na
maioria das vezes o nó sinusal não pode ser localizado11
.
Relato do Caso
Criança com seis anos de idade, branca, procedente de
Mirassol do Oeste (MT), com história de sopro cardíaco e
ausência de sintomas. Ao exame físico se mostrava acianótica,
eupneica, hidratada e em bom estado geral. À palpação
apresentava discreto abaulamento precordial, sem frêmito.
Na ausculta cardíaca apresentava sopro sistólico ++/6+ em
foco pulmonar, segunda bulha com desdobramento constante
e fixo e discreta hiperfonese do componente pulmonar. Havia
vários períodos de ritmo bradicárdico.
O eletrocardiograma (ECG) mostrava ritmo sinusal com
frequência de 70 bpm, bloqueio de ramo direito, eixo elétrico
desviado para direita e curtas pausas sinusais.
Ao radiograma de tórax havia discreto aumento da área
cardíaca à custa de cavidades direitas, discreto aumento da trama
vascular pulmonar, proeminência do tronco da artéria pulmonar
e dois brônquios principais morfologicamente esquerdos.
Ao ecocardiograma havia a presença de comunicação
interatrial do tipo seio venoso de tamanho moderado, dois
átrios morfologicamente esquerdos, ausência do segmento
hepático da veia cava inferior e presença de veia ázigos dilatada,
acompanhando posteriormente a aorta descendente.
Ao Holter, o ritmo predominante foi o sinusal, com
freqüência cardíaca (FC) média de 65 bpm, alternado com
ritmo juncional com FC mínima de 31 bpm. Ocorreram
pausas sinusais de até 2,4s (fig. 1), seguidas por escapes
juncionais e 6.114 extra-sístoles supraventriculares isoladas,
e 512 vezes pareadas. Não houve relato de sintomas.
Palavras-chave
Cardiopatia congênita, isomerismo atrial esquerdo,
disfunção sinusal.
e122
Relato de Caso
Sobrinho e cols.
Disfunção Sinusal em Paciente com Isomerismo Atrial Esquerdo
Discussão
Poliesplenia é uma síndrome complexa com alta
variabilidade de achados anatômicos.
Três tipos de alterações do ritmo cardíaco podem ocorrer
do isomerismo dos apêndices atriais esquerdos: disfunção
sinusal5
, bloqueio atrioventricular6-8
e dupla via nodal5
.
O paciente em estudo era uma criança com diagnóstico de
isomerismo atrial esquerdo, associado a comunicação interatrial
do tipo seio venoso e disfunção do nó sinusal com bradicardia
sinusal, pausas sinusais e ritmo juncional. Embora não houvesse
sintomas, decidiu-se pelo implante de marcapasso, levando-se
em consideração a duração das pausas e a evolução desfavorável
das disfunções sinusais na síndrome da poliesplenia5
.
Nos pacientes com disfunção sinusal a evolução é melhor
quando utilizado o marcapasso AAI C/R e DDD C/R para
estimulação elétrica, pois há menor prevalência de fibrilação
atrial, eventos tromboembólicos, e insuficiência cardíaca13
.
Porém, em virtude da presença da comunicação interatrial,
achou-se conveniente implantar o marcapasso somente
no ventrículo. O implante de marcapasso na maioria dos
pacientes com disfunção sinusal não proporciona aumento
na sobrevida13
, e sim na qualidade de vida, por isso não há
indicação de marcapasso em pacientes assintomáticos.
Embora haja poucos estudos na doença do nó sinusal
no isomerismo atrial, não se pode garantir que a evolução
seja benigna sem implante do marcapasso, pois nesse tipo
de paciente a doença é evolutiva, mesmo na ausência de
sintomas5
. Após quatro anos de seguimento, a evolução do
paciente continua satisfatória.
Potencial Conflito de Interesses
Declaro não haver conflitos de interesses pertinentes.
Fig. 1 - Batimentos sinusais seguidos por pausas de 1.6 s e 2.4s, respectivamente, com escapes juncionais.
Referências
1.	 AbernethyJ.Accountoftwoinstancesofuncommonformationintheviscera
of human body. Philos Trans R Soc Lond 1793; 83: 59-66.
2.	 Moller JH, Nakib A, Anderson RC, Edwards JE. Congenital cardiac disease
associated with polysplenia: a developmental complex of bilateral left-
sidedness. Circulation 1967; 36: 789-99.
3.	 Van Mierop LHS, Gessner IH, Schiebler GL. Asplenia and polysplenia
syndromes. Birth Defects: Original Article1972; 8: 36-52.
4.	 Chiu IS, How SW, Wang JK, et al. Clinical implications of atrial isomerism.
Br Heart J 1988; 60: 72-7.
5.	 Momma K, Takao A, Shibata T. Characteristics and natural history of
abnormal atrial rhythms in left isomerism. Am J Cardiol 1990; 65: 231-6.
6.	 Wren C, Macartney F J, Deanfield J E. Cardiac rhythm in atrial isomerism.
Am J Cardiol 1987; 59: 1156-8.
7.	 Garcia OL, Metha AV, Pickoff AS, et al. Left isomerism and complete
atrioventricular block: a report of 6 cases. Am J Cardiol 1981; 48: 1103-7.
8.	 Roguin N, Pelled B, Freundlich E, et al. Atrioventricular block in situs
ambiguus and left isomerism. PACE 1984; 1: 7-18.
9.	 Phoon CK, Villegas MD, Ursell PC, Silverman NH. Left atrial isomerism
detected in fetal life. Am Journal Cardiol 1996; 77: 1083-8.
10.	 Pohanka I, Vitek B. The conduction system of the heart in the syndrome of
visceral symmetry. Folia morphl 1978; 26: 379-88.
11.	 Dickinson DH, Wilkinson JL, Anderson KR, Smith A, Ho SY, Anderson RH.
The cardiac conduction system in situs ambiguus. Circulation 1979; 59:
879-85.
12.	 Bharati S, Lev M. The course of the conduction system in dextrocardia.
Circulation 1978; 57: 163-71.
13.	 Diretrizes sobre Arritmias Cardíacas. Arq Bras Cardiol 2002; 79 (supl. V): 37.
Arq Bras Cardiol 2006; 87 : e122-e123e123

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Disfunção sinusal em iae

  • 1. Relato de Caso Disfunção Sinusal em Paciente com Isomerismo Atrial Esquerdo Sinus Node Dysfunction in a Patient with Left Atrial Isomerism Sírio Hassem Sobrinho, Airton Camacho Moscardini, Ulisses Alexandre Croti, Carlos Henrique de Marchi, Moacir Fernandes de Godoy Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São José do Rio Preto, SP We report the case of an asymptomatic six-year-old child with left atrial isomerism and sinus venosus atrial septal defect. The physical examination revealed several periods of bradycardia. During a 24- hour electrocardiographic monitoring the patient presented a signifi- cant sinus node dysfunction with sinus pauses of up to 2.4 seconds. A permanent pacemaker was implanted, with a satisfactory outcome. É relatado o caso de uma criança com seis anos de idade, assintomática, portadora de isomerismo atrial esquerdo e co- municação interatrial do tipo seio venoso. Ao exame físico, apresentava vários períodos de ritmo bradicárdico. Durante monitorização eletrocardiográfica de 24 horas, apresentou importante disfunção sinusal, com pausas sinusais de até 2,4 segundos. Foi implantado marcapasso definitivo com evolu- ção satisfatória. Correspondência: Sírio Hassem Sobrinho • Rua Siqueira Campos, 2597/13 - 15025-055 • São José do Rio Preto, SP E-mail: siriohassem@cardiol.br Recebido em 06/08/05 • Aceito em 08/12/05 O isomerismo dos apêndices atriais é uma rara anomalia congênita caracterizada pela simetria de órgãos normalmente assimétricos. Há dois tipos de isomerismo atrial. O isomerismo atrial direito, também conhecido como síndrome da asplenia ou síndrome de Ivemark e o isomerismo atrial esquerdo ou síndrome da poliesplenia. A primeira descrição conhecida de poliesplenia foi feita por Abernethy, em 17931 , e apenas em 1967 Moller e cols.2 fizeram a descrição completa da síndrome. No isomerismo atrial esquerdo as alterações mais prevalentes são: poliesplenia, presença de dois pulmões morfologicamente esquerdos, dois apêndices atriais morfologicamente esquerdos, ausência do segmento hepático da veia cava inferior, fígado em posição mediana e alta incidência de cardiopatia congênita. As cardiopatias congênitas mais freqüentes associadas ao isomerismo dos apêndices atrias esquerdos são: dupla via de saída do ventrículo direito, átrio único, defeito do septo atrioventricular, estenose da valva pulmonar e persistência da veia cava superior esquerda2-4 . Alterações do ritmo cardíaco também são descritas. Na revisão feita por Momma e cols.5 , todos os pacientes com isomerismo atrial esquerdo apresentavam marcapasso mutável. Outro achado comum é a diminuição da freqüência cardíaca com o decorrer dos anos. Aos quinze anos de idade, 70% dos pacientes apresentam bradicardia sinusal. O bloqueio atrioventricular pode estar presente em 50% dos pacientes em alguma fase da vida, podendo ser progressivo6-8 , sendo maior a prevalência de bloqueio atrioventricular no feto9 . Estudos histológicos mostram a ausência do nó sinusal na junção da veia cava superior com o átrio direito10-12 . Nó sinusal ectópico e hipoplásico tem sido demonstrado na parede atrial lateral superior10 , na parede atrial lateral medial11 e na parede inferior lateral, próximo ao óstio do seio coronário12 . Na maioria das vezes o nó sinusal não pode ser localizado11 . Relato do Caso Criança com seis anos de idade, branca, procedente de Mirassol do Oeste (MT), com história de sopro cardíaco e ausência de sintomas. Ao exame físico se mostrava acianótica, eupneica, hidratada e em bom estado geral. À palpação apresentava discreto abaulamento precordial, sem frêmito. Na ausculta cardíaca apresentava sopro sistólico ++/6+ em foco pulmonar, segunda bulha com desdobramento constante e fixo e discreta hiperfonese do componente pulmonar. Havia vários períodos de ritmo bradicárdico. O eletrocardiograma (ECG) mostrava ritmo sinusal com frequência de 70 bpm, bloqueio de ramo direito, eixo elétrico desviado para direita e curtas pausas sinusais. Ao radiograma de tórax havia discreto aumento da área cardíaca à custa de cavidades direitas, discreto aumento da trama vascular pulmonar, proeminência do tronco da artéria pulmonar e dois brônquios principais morfologicamente esquerdos. Ao ecocardiograma havia a presença de comunicação interatrial do tipo seio venoso de tamanho moderado, dois átrios morfologicamente esquerdos, ausência do segmento hepático da veia cava inferior e presença de veia ázigos dilatada, acompanhando posteriormente a aorta descendente. Ao Holter, o ritmo predominante foi o sinusal, com freqüência cardíaca (FC) média de 65 bpm, alternado com ritmo juncional com FC mínima de 31 bpm. Ocorreram pausas sinusais de até 2,4s (fig. 1), seguidas por escapes juncionais e 6.114 extra-sístoles supraventriculares isoladas, e 512 vezes pareadas. Não houve relato de sintomas. Palavras-chave Cardiopatia congênita, isomerismo atrial esquerdo, disfunção sinusal. e122
  • 2. Relato de Caso Sobrinho e cols. Disfunção Sinusal em Paciente com Isomerismo Atrial Esquerdo Discussão Poliesplenia é uma síndrome complexa com alta variabilidade de achados anatômicos. Três tipos de alterações do ritmo cardíaco podem ocorrer do isomerismo dos apêndices atriais esquerdos: disfunção sinusal5 , bloqueio atrioventricular6-8 e dupla via nodal5 . O paciente em estudo era uma criança com diagnóstico de isomerismo atrial esquerdo, associado a comunicação interatrial do tipo seio venoso e disfunção do nó sinusal com bradicardia sinusal, pausas sinusais e ritmo juncional. Embora não houvesse sintomas, decidiu-se pelo implante de marcapasso, levando-se em consideração a duração das pausas e a evolução desfavorável das disfunções sinusais na síndrome da poliesplenia5 . Nos pacientes com disfunção sinusal a evolução é melhor quando utilizado o marcapasso AAI C/R e DDD C/R para estimulação elétrica, pois há menor prevalência de fibrilação atrial, eventos tromboembólicos, e insuficiência cardíaca13 . Porém, em virtude da presença da comunicação interatrial, achou-se conveniente implantar o marcapasso somente no ventrículo. O implante de marcapasso na maioria dos pacientes com disfunção sinusal não proporciona aumento na sobrevida13 , e sim na qualidade de vida, por isso não há indicação de marcapasso em pacientes assintomáticos. Embora haja poucos estudos na doença do nó sinusal no isomerismo atrial, não se pode garantir que a evolução seja benigna sem implante do marcapasso, pois nesse tipo de paciente a doença é evolutiva, mesmo na ausência de sintomas5 . Após quatro anos de seguimento, a evolução do paciente continua satisfatória. Potencial Conflito de Interesses Declaro não haver conflitos de interesses pertinentes. Fig. 1 - Batimentos sinusais seguidos por pausas de 1.6 s e 2.4s, respectivamente, com escapes juncionais. Referências 1. AbernethyJ.Accountoftwoinstancesofuncommonformationintheviscera of human body. Philos Trans R Soc Lond 1793; 83: 59-66. 2. Moller JH, Nakib A, Anderson RC, Edwards JE. Congenital cardiac disease associated with polysplenia: a developmental complex of bilateral left- sidedness. Circulation 1967; 36: 789-99. 3. Van Mierop LHS, Gessner IH, Schiebler GL. Asplenia and polysplenia syndromes. Birth Defects: Original Article1972; 8: 36-52. 4. Chiu IS, How SW, Wang JK, et al. Clinical implications of atrial isomerism. Br Heart J 1988; 60: 72-7. 5. Momma K, Takao A, Shibata T. Characteristics and natural history of abnormal atrial rhythms in left isomerism. Am J Cardiol 1990; 65: 231-6. 6. Wren C, Macartney F J, Deanfield J E. Cardiac rhythm in atrial isomerism. Am J Cardiol 1987; 59: 1156-8. 7. Garcia OL, Metha AV, Pickoff AS, et al. Left isomerism and complete atrioventricular block: a report of 6 cases. Am J Cardiol 1981; 48: 1103-7. 8. Roguin N, Pelled B, Freundlich E, et al. Atrioventricular block in situs ambiguus and left isomerism. PACE 1984; 1: 7-18. 9. Phoon CK, Villegas MD, Ursell PC, Silverman NH. Left atrial isomerism detected in fetal life. Am Journal Cardiol 1996; 77: 1083-8. 10. Pohanka I, Vitek B. The conduction system of the heart in the syndrome of visceral symmetry. Folia morphl 1978; 26: 379-88. 11. Dickinson DH, Wilkinson JL, Anderson KR, Smith A, Ho SY, Anderson RH. The cardiac conduction system in situs ambiguus. Circulation 1979; 59: 879-85. 12. Bharati S, Lev M. The course of the conduction system in dextrocardia. Circulation 1978; 57: 163-71. 13. Diretrizes sobre Arritmias Cardíacas. Arq Bras Cardiol 2002; 79 (supl. V): 37. Arq Bras Cardiol 2006; 87 : e122-e123e123