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Atresia tricúspide: do diagnóstico fetal ao neonatal
AUTORES: Gisele C. P. Leite (gisele_leite@cardiol.br), Nathália M. Alves, Pedro H. M. Campos,
Mariana C. Costa, Kaio C. A. N. Silva, Emanuel L. S. Leite, Aline G. C. Feliciano.
INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL).
INTRODUÇÃO
A atresia tricúspide (AT) é patologia que varia de 0,3% a 5,3% entre
todas as cardiopatias congênitas e é a terceira causa mais comum de
cardiopatia congênita cianótica. O diagnóstico e seguimento
ecocardiográfico é fundamental na evolução destes pacientes, pois esta
evolução depende da magnitude do fluxo sanguíneo pulmonar e das
anomalias associadas.
BIBLIOGRAFIA
1. JUANEDA , L.; et al. Absent pulmonary valve, tricuspid atresia, and congenital heart block. World J
Pediatr Congenit Heart Surg. 2015 Jan;6(1):98-10. Disponível em
<http://pch.sagepub.com/content/6/1/98.long>. Acesso em 09 Mar. 2015.
2. DEEG, K, H; Echocardiographic Differential Diagnosis of the Cyanotic Newbor, Ultraschall Med. 2014
Dec 4. Disponível em <https://www.thieme-connect.com/DOI/DOI?10.1055/s-0034-1385493>Acesso em
09 Mar. 2015.
3. CROTI, U.A; MATTOS, S.S; PINTO JR, V.C; AIELLO, V.D. Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular
Pediátrica. 1ª edição. São Paulo: Roca, 2008.
DESCRIÇÃO DO CASO
Gestante de 16 anos de idade compareceu para realização de
ecocardiograma fetal (ECOF) com 28 semanas e 05 dias de idade
gestacional (IG), devido IgM positivo para citomegalovirose. ECOF
(vide imagens 01 a 05) evidenciou AT tipo IC e comunicação interatrial
ostium secundum ampla. Orientado à gestante acompanhamento no
pré-natal do alto risco, na cardiologia fetal, e explicado sobre o
diagnóstico e necessidade de seguimento cardiológico com controle
posterior por ECOF. A mesma não conseguiu realizar o ECOF de
controle, tendo evoluído para parto com IG de 32 semanas e 03 dias.
Neonato pesando 1.780 kg, com APGAR 8/8, necessitou de suporte
ventilatório ao nascimento. Foi encaminhado à unidade de terapia
intensiva (UTI) neonatal. Ecocardiograma no 12° dia de vida (vide
imagens 06 a 12) confirmou a AT tipo IC, e evidenciou forame oval
patente, colaterais sistêmico-pulmonares e sinais de hiperfluxo
pulmonar. Otimizado terapêutica clínica. Evoluiu com sepse precoce.
Ecocardiograma de controle no 1° mês de vida manteve o diagnóstico
cardiológico. Recebeu alta da UTI com 33 dias de vida, sendo
encaminhado para avaliação da cirurgia cardíaca e seguimento com
pediatria geral e cardiologia pediátrica.
CONCLUSÕES
Descreve-se caso de cardiopatia com apresentação e evolução
favorável no período fetal e neonatal. Destaca-se aqui a importância
do ECOF em avaliar a estabilidade hemodinâmica durante a vida
intrauterina, permitindo acompanhamento, tratamento e indicação de
interrupção da gestação para terapêutica neonatal, quando
necessária. O diagnóstico pré-natal é extremamente valioso também
para oferecer ao pediatra condições de atendimento ideais a esses
neonatos, a partir da realização do parto.
ECODOPPLERCARDIOGRAMA
Imagem 01. Imagem 02. Imagem 03.
Ecocardiograma realizado em aparelho Philips HD11.XE. Legendas: AD = átrio direito, AE = átrio esquerdo, VD
= ventrículo direito, VE = ventrículo esquerdo, VT = valva tricúspide, CIA = Comunicação Inter Atrial, CIV =
Comunicação Interventricular, PULM = pulmonar. Imagem 01: VT atrésica e predomínio das câmaras cardíacas
esquerdas, caracterizando a atresia tricúspide (AT). Imagem 02: Além dos achados da imagem 01, observa-se CIA
e CIV muscular. Imagem 03: Color evidenciando os shunts interatrial e interventricular. Imagem 04 e 05: fluxo
pulmonar anterógrado com velocidade sistólica dentro dos parâmetros da normalidade. Achados de AT tipo IC.
ECODOPPLERCARDIOGRAMA FETAL
Imagem 04. Imagem 05.
ECODOPPLERCARDIOGRAMA PEDIÁTRICO
Imagem 06. Imagem 07. Imagem 08.
Imagem 10. Imagem 11.
Imagem 09.
Ecocardiograma realizado em aparelho Philips HD11.XE. Legendas: AD = átrio direito, AE = átrio esquerdo, VD
= ventrículo direito, VE = ventrículo esquerdo, VT = valva tricúspide, Arco Ao = arco aórtico, CIA = Comunicação
Inter Atrial, CIV = Comunicação Interventricular, CSP = colateral sistêmico-pulmonar, PULM = pulmonar. Imagem
06: Aneurisma da Fossa Oval ocasionando Forame Oval Patente de 3,5 mm, com shunt importante esquerda-
direita e gradiente interatrial de 3,0 mmHg. Imagem 07: VT atrésica e predomínio das câmaras cardíacas
esquerdas, caracterizando a atresia tricúspide (AT). Imagem 08: Além dos achados da imagem 07, observa-se a
CIV muscular. Imagem 09: Presença de fluxos com origem na Aorta descendente correspondentes a Colaterais
Sistêmico-Pulmonares (CSP). Imagem 10: CIV muscular de 4,0 mm (Diâmetro Raiz Aorta = 7,0 mm), com
significativo shunt esquerda-direita e gradiente interventricular de 17 mmHg, ocasionando hiperfluxo pulmonar.
Imagem 10 e 11: Fluxo anterógrado pulmonar turbulento estimando gradiente instantâneo máximo de 18,0 mmHg
e médio de 11,5 mmHg, caracterizando o hiperfluxo pulmonar. Achados de AT tipo IC.
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  • 1. Atresia tricúspide: do diagnóstico fetal ao neonatal AUTORES: Gisele C. P. Leite (gisele_leite@cardiol.br), Nathália M. Alves, Pedro H. M. Campos, Mariana C. Costa, Kaio C. A. N. Silva, Emanuel L. S. Leite, Aline G. C. Feliciano. INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). INTRODUÇÃO A atresia tricúspide (AT) é patologia que varia de 0,3% a 5,3% entre todas as cardiopatias congênitas e é a terceira causa mais comum de cardiopatia congênita cianótica. O diagnóstico e seguimento ecocardiográfico é fundamental na evolução destes pacientes, pois esta evolução depende da magnitude do fluxo sanguíneo pulmonar e das anomalias associadas. BIBLIOGRAFIA 1. JUANEDA , L.; et al. Absent pulmonary valve, tricuspid atresia, and congenital heart block. World J Pediatr Congenit Heart Surg. 2015 Jan;6(1):98-10. Disponível em <http://pch.sagepub.com/content/6/1/98.long>. 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Neonato pesando 1.780 kg, com APGAR 8/8, necessitou de suporte ventilatório ao nascimento. Foi encaminhado à unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal. Ecocardiograma no 12° dia de vida (vide imagens 06 a 12) confirmou a AT tipo IC, e evidenciou forame oval patente, colaterais sistêmico-pulmonares e sinais de hiperfluxo pulmonar. Otimizado terapêutica clínica. Evoluiu com sepse precoce. Ecocardiograma de controle no 1° mês de vida manteve o diagnóstico cardiológico. Recebeu alta da UTI com 33 dias de vida, sendo encaminhado para avaliação da cirurgia cardíaca e seguimento com pediatria geral e cardiologia pediátrica. CONCLUSÕES Descreve-se caso de cardiopatia com apresentação e evolução favorável no período fetal e neonatal. Destaca-se aqui a importância do ECOF em avaliar a estabilidade hemodinâmica durante a vida intrauterina, permitindo acompanhamento, tratamento e indicação de interrupção da gestação para terapêutica neonatal, quando necessária. 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