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5 passos para
TRIPLICAR A PRODUTIVIDADE
DO SEU PASTO
Para sua fazenda se
tornar mais lucrativa!
Um MÉTODO
SOBRE O E-BOOK
Este e-book vai te mostrar de forma simples 5 passos
para triplicar a produtividade do seu pasto. Estas informações
são importantes para quem deseja obter mais resultado com a
atividade pecuária.
Autor
Danilo Fonseca Peres Guimarães
Engenheiro Agrônomo, pela Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” – Unesp – Ilha Solteira-SP
Especialista em Produção de ruminantes pela Escola Superior
de Agricultura “ Luiz de Queiroz” Esalq-USP – Piracicaba-SP
Especialista em Gestão no Agronegócio com ênfase em
Administração Rural pela Universidade Federal de Lavras –
UFLA – Lavras-MG
Cursando especialização em Irrigação e gestão dos recursos
hídricos – Uniube – Uberaba-MG
PREFÁCIO
Durante mais de 10 anos venho me perguntando, através
de exemplos vividos, problemas encontrados no manejo de
pastagens, cursos, troca de informações com colegas, com
produtores rurais, como conseguiria ajudar as pessoas e
aplicarem melhor os recursos existentes nas propriedades
rurais a seu favor e multiplicar os resultados de forma eficaz.
Foi quando resolvi elencar alguns itens baseados na
experiência, em erros (reconheço que não foram poucos, mas
muito válidos) e acertos ao longo desse período e escrever
este material.
Espero que você goste e que utilize na sua propriedade
rural ou para contribuir com alguém e melhorar os resultados
do negócio pecuário.
Um forte abraço!
Danilo Fonseca
1º PASSO
IDENTIFICAÇÃO E ESCOLHA DA ÁREA DE
PASTAGEM PARA INTENSIFICAÇÃO
É comum nas propriedades rurais que trabalham com
pecuária de corte ou leite, o desconhecimento de
características importantes que são o primeiro passo para
intensificarmos a produtividade do pasto e consequentemente
a produção animal a pasto. Estamos falando de conhecer cada
área de pastagem considerando os seguintes itens: tamanho
da área, fonte de água, espécie forrageira presente, estande
de plantas, distância do curral, topografia.
A escolha da área adequada considerando estes itens é
a chave para iniciar de forma eficiente o sistema de
intensificação do pasto.
2º PASSO
CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DO SOLO DA
PASTAGEM
Quando conversamos sobre o aumento da produtividade
do pasto ou o uso do pastejo rotacionado ou rotativo como
forma de otimizar a produção, não raramente somos
questionados sobre o custo elevado dos insumos, ou que
sempre se conseguiu conduzir a propriedade com baixa ou
nenhuma utilização de corretivos e fertilizantes. Quando
analisamos a situação da comercialização de fertilizantes
direcionados para pastagens essa variável é confirmada e nos
mostram que menos de 2% do total de fertilizantes
comercializados são utilizados em áreas de pastagens. Isso
mesmo.... menos de 2% de fertilizantes utilizados em
aproximadamente 78% da área agricultável, que representa o
componente pastagem. Mas o fato é que o uso racional dos
recursos existentes nas propriedades, associado à utilização
de corretivos e fertilizantes potencializa a produção e multiplica
a lotação animal, e muitas propriedades tem utilizado com
sucesso.
Vários aspectos devem ser considerados na correção e
adubação do solo da pastagem, como tipo de corretivo utilizar,
quantidade a ser utilizada, forma de aplicação, época de
aplicação, eficiência e custo.
Fato que me chama a atenção quando sou questionado
sobre o investimento na correção e adubação da pastagem é
que se aplicarmos as técnicas corretas, podemos multiplicar a
lotação via aumento da produtividade e manejo correto da área
escolhida no 1º passo e além disso proporcionar a melhoria de
áreas adjacentes que não foram corrigidas.
Como exemplo imaginemos a escolha de 1 ha (um
hectare) de pastagem e que a utilização destes passos fez com
que a área de pastagem no período de novembro a março
chegou a lotação de 7 UA/ha (unidades animais por hectare).
Considerando a lotação média das pastagens de 0,7 UA/ha,
significa dizer que a escolha de uma área, recuperação,
correção e adubação liberaria ou recuperaria de forma indireta
outros 10 hectares de pastagem.
Em outras palavras é dizer que temos um pasto de 11
hectares, e que ao longo do período (6 meses = Novembro a
Abril) fica com 7,7 UA (aproximadamente 11 animais de 10,5
@), escolhemos 1 ha e fazemos da maneira correta, e assim
deixamos de utilizar 10 hectares durante 6 meses.
O esquema abaixo ilustra mais facilmente:
Pasto 11 ha = lotação atual de 11animais de 10@ de
peso vivo, ou seja cada animal = 0,7 UA (1 UA = 450 Kg de
peso vivo) = lotação atual de 0,7 UA/ha
Legenda:
Animal em pastejo
Área de pastagem
Bebedouro
Pasto 1 ha = lotação atual de 11animais de 10@ de peso
vivo, ou seja cada animal = 0,7 UA (1 UA = 450 Kg de peso
vivo) = lotação média atual de 7,7 UA/ha.
Pasto 10 ha = sem a presença de animais ou em
descanso
Área de lazer ou área de descanso
Lote de 11 animais
Área de 10 ha de pasto
Bebedouro
Pasto de 1 ha com subdivisões (rotativo ou
rotacionado)
Note que os números são hipotéticos porém que ocorrem
exatamente desta forma na prática e que é possível de se fazer
em qualquer propriedade rural, independente do tamanho da
mesma. O planejamento definirá como fazer. Na área de 1 ha
que chamamos de rotacionado fazem-se necessárias
adubações e correções com maior frequência, sempre
baseado no resultado da análise de solo e na lotação
planejada.
Observe ainda que foi utilizada 9,1% da área para colocar
100% dos animais em um período de 6 meses. E ficamos com
90,9% da área em descanso, nesse mesmo período.
Como mencionado agora a pouco o planejamento de
cada sistema é que norteará a forma de fazer, mas apenas
como outro exemplo, podemos ter situações em que
utilizaremos apenas 5% da área e intensificaremos o uso do
pasto para apascentar 55% dos animais, entre outros
exemplos e variações, conforme cada realidade.
Você deve estar perguntando..... Danilo você estava
falando no início de triplicar a produtividade do pasto, mas esta
relação é muito maior do que isso! Exatamente e é isso que
me surpreende até hoje em muitas situações de início de
trabalho e com certeza isso acontecerá também com você.
Devemos lembrar que outros fatores que veremos adiante
também são importantes e que a tecnologia mencionada não
é para aplicação em todas as áreas de pastagens da
propriedade, pois assim causaríamos um problema no
apascentamento desses animais no período do inverno.
3º PASSO
MANEIRAS OU FORMAS DE MANEJAR O PASTO
Dentre as formas de manejar pasto que estamos
acostumados a trabalhar com mais frequência, temos o pastejo
contínuo, também chamado de extensivo. Temos o pastejo
rotacionado, que possui duas variações, o semi-intensivo e o
pastejo rotacionado intensivo.
Pastejo contínuo
É normalmente caracterizado por áreas sem divisões e
com permanência de animais na área o ano todo, sem um
período de descanso próprio. Esta forma de manejo é muito
prejudicial ao pasto, pois em alguns locais temos o famoso
pasto “rapado” (áreas super-pastejadas) e em outras temos o
pasto “duro” (áreas sub-pastejadas). É frequente encontrarmos
situações de áreas super-pastejadas mais próximos a aguadas
ou cochos de sal e áreas sub-pastejadas em locais mais
distantes, no mesmo pasto. Nas áreas super-pastejadas a
rebrota fica comprometida e os animais não conseguem ingerir
a quantidade de pasto suficiente, além do aparecimento de
plantas daninhas ou invasoras. Nas áreas sub-pastejadas
encontramos o pasto com muita haste (“talo”), com menor valor
nutritivo e não preferido pelos animais.
Pastejo rotacionado
O pastejo rotacionado é conhecido como o manejo pelo
qual os animais permanecem parte do tempo no pasto em
questão e ficam fora deste pasto por outra parte do tempo.
Chamamos isso de período de ocupação e período de
descanso. As duas variações no método de pastejo
rotacionado que mais utilizamos são o pastejo rotacionado
semi-intensivo e o pastejo rotacionado intensivo.
a. Semi-intesivo
Neste sistema são realizadas adubações corretivas, as
adubações de manutenção ou reposição acontecem a cada 3
anos. Acontece um período de descanso e ocupações
específicos neste método, que variam de 22 dias de descanso
e 6 dias de ocupação até 44 dias de descanso a 22 dias de
ocupação, a depender do número de piquetes, que veremos
adiante. São comuns lotações de 1,5 a 1,8 UA/ha.
b. Intensivo
Neste outro sistema o período de ocupação dos animais
é menor, no máximo 3 (três) dias e as adubações de
manutenção são frequentes. Lotações entre 4 e 12 UA/ha são
comuns. Aqui se concentra o grande segredo da produção
animal a pasto, pois, podemos multiplicar a produção do pasto
e consequentemente a produção animal por hectare, além de
“liberar” ou vedar outras áreas para serem utilizadas em outros
períodos e até mesmo no período seco do ano. Se tomarmos
como exemplo, o anterior, faríamos a adubação corretiva e de
reposição na área de 1 ha e estaríamos recuperando mais 10
ha, sem nenhum investimento nesta área maior.
É muito frequente utilizar o mesmo recurso para
investimento em 1 ha, no 11 ha, ou seja não aproveitamos o
potencial da planta, os insumos utilizados não são bem
aproveitados pois são diluídos em uma área muito maior e não
aproveitamos o benefício da divisão de pastagens e manejo
intensivo do pasto.
Vamos imaginar um investimento de R$ 1.800,00/ha
naquele exemplo de 1 ha de pasto a ser intensificado. Se
considerarmos 8 UA/ha teríamos os 14 animais em uma área
com subdivisões durante 180 dias do ano. Quando
consideramos o custo diário deste pasto por cabeça
encontramos o valor de R$ 0,71/dia ou R$ 21,00/cabeça/mês.
Ou seja intensificar o uso do pasto é mais barato que alugar
pasto. Além disso se calcularmos o benefício de deixarmos
uma área que será utilizada no inverno por mais tempo vedada,
temos ainda mais resultado. Ou então pense o seguinte que os
10 ha que não vou utilizar durante 6 meses, se alugá-los para
alguém ou colocar outra categoria animal nesta área durante o
período, não estaria multiplicando os ganhos? Pagaria
inclusive o investimento feito em 1 ha? Compreendeu que
podemos fazer uma verdadeira transformação na fazenda,
praticamente sem investimento? Ou com investimento
baixíssimo?
É possível que você que esteja lendo este e-book tenha
como atividade a pecuária leiteira, então consideremos o
seguinte:
Realizando o processo de intensificação na produção de
leite teremos também benefícios extremamente importantes.
Como exemplo vamos considerar que em cada área de 1 ha
intensificados colocaríamos 7 vacas em lactação, partindo do
valor de investimento (correções e adubação) em 1 ha que já
esteja formado e o período de utilização de 180 dias (novembro
a abril), teríamos o valor de R$ 1,43/vaca/dia de investimento.
Com o preço do leite a R$ 1,00 teríamos menos de 1,5 litros
de leite por vaca por dia para pagar o investimento. Com o
pasto nas condições ideais de manejo teríamos produção de
12 kg de leite por vaca/dia. Logo a receita menos custo com a
alimentação desta vaca seria de 10,5 litros ou R$ 10,5 por vaca
por dia, com o preço do leite considerado a R$ 1,00.
É comum encontrarmos situações em que o pasto na
quantidade que é disponibilizado aos animais e também com o
nível nutricional que possui, por si só seria suficiente para uma
produção de apenas 6 Kg de leite/vaca/dia apenas e que para
atingir a produção dos mesmos 12 kg de leite são utilizados
mais 2,0 kg de concentrado/vaca/dia.
Como estamos falando em 7 vacas em 1 ha, o valor de
economia de concentrado por dia seria de 14 kg ou 2520 kg de
concentrado a menos no período de 180 dias. Em valores
atuais o concentrado deste período equivale a R$ 2.800,00
aproximadamente que seriam economizados. Assim ficou fácil
compreender a importância, certo?. Você pode estar se
perguntando, mas a média dos meus animais é bem maior que
isso. Certo, o benefício será o mesmo, porém a resposta
depende de cada sistema produtivo. Lembra-se dos benefícios
indiretos? Valem também para este último exemplo.
4º PASSO
DIVISÃO DE PASTAGENS
No passo número 2 você observou que exemplificamos
uma área que foi escolhida e dividida para se realizar o
processo de intensificação. O objetivo da divisão é permitir um
período de descanso para que a planta recupere a área foliar
e a reestabeleça a massa de forragem. O período em que os
animais permanecem no piquete pastejando, chamamos de
período de ocupação. O ciclo de pastejo é compreendido pela
soma entre período de descanso e período de ocupação. No
sistema de pastejo rotacionado, uma das formas de
intensificação do sistema a pasto, podemos ter diversas
combinações entre período de descanso e período de
ocupação e são estes que definem o número de piquetes (NP)
que pode ser calculado por:
NP= Período de descanso/Período de ocupação + 1
Vamos considerar o Braquiarão (B. brizantha cv.
Marandu) como exemplo e definirmos que o período de
ocupação (pastejo) será de 2 dias. Como o período de
descanso varia de 28 a 42 (depende de vários fatores), vamos
considerar 30 dias.
Logo o número de piquetes seria:
NP = 30/2 + 1 = 16 piquetes
A área dividida, quando composta por maior número de
piquetes, como é o caso acima, é interessante que tenha um
corredor de acesso aos piquetes e também uma área de lazer
para descanso dos animais e onde se encontra cocho saleiro
e também bebedouro. O cuidado no dimensionamento dos
piquetes consiste em largura, sentido de localização (em nível
ou o mais próximo do nível possível). A área de lazer deve ter
sombra em quantidade e qualidade (evitar a formação de lama
e possibilitar que os animais deitem).
O plantio de espécies arbóreas na área de lazer deve
permitir que a sombra altere sua posição conforme o sentido
do sol. Portanto o plantio deve ser feito no sentido norte-sul,
possibilitando menor formação de lama. Na escolha da espécie
arbórea devem ser evitadas as que possuem copa muito
densa.
5º PASSO
MANEJO DE PASTAGENS
Chegamos ao 5º passo e você já deve estar ansioso para
aplicar os passos anteriores e talvez até por obter mais
informações sobre o assunto, visto que não é possível detalhar
todas informações neste material e também não é nossa
pretensão.
O manejo de pastagem para mim consiste em garantir
quantidade de pasto suficiente aos animais em quantidade e
qualidade, sem comprometer a vida útil do pasto, ou sem
degradar o pasto.
Sabemos que o pasto tem uma fase de crescimento lenta
após o corte, depois uma fase exponencial de crescimento e
caso nenhuma intervenção (pastejo) seja feita se acentua a
formação de colmo (“hastes”) e folhas mortas.
Então nosso desafio é aproveitar o potencial produtivo do
pasto evitando que entre em processo e degradação, além
disso garantindo o desempenho animal.
O manejo estratégico de pastagem parte do pressuposto
que a oferta de forragem esteja em equilíbrio com a demanda
dos animais, para isso é necessário conhecer os fatores
mencionados anteriormente para que a gestão do processo de
pastejo possa ser feita da melhor maneira possível. Existe um
ponto em que a planta forrageira (de acordo com cada espécie
ou cultivar) apresenta máxima capacidade de resposta,
produzindo menor quantidade de folhas mortas e hastes
possível. Esse é o ponto utilizado para manejo de pastejos com
lotação variável ou intensivos, no qual a disponibilidade de
forragem, necessidade de folhas pelos animais e necessidade
de folhas pela própria planta, para que a nova rebrota não seja
prejudicada são itens essenciais.
Danilo Fonseca Peres Guimarães
danilo@pastointensivo.com.br

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E book triplicar-produtividade_pasto

  • 1. 5 passos para TRIPLICAR A PRODUTIVIDADE DO SEU PASTO Para sua fazenda se tornar mais lucrativa! Um MÉTODO
  • 2. SOBRE O E-BOOK Este e-book vai te mostrar de forma simples 5 passos para triplicar a produtividade do seu pasto. Estas informações são importantes para quem deseja obter mais resultado com a atividade pecuária.
  • 3. Autor Danilo Fonseca Peres Guimarães Engenheiro Agrônomo, pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp – Ilha Solteira-SP Especialista em Produção de ruminantes pela Escola Superior de Agricultura “ Luiz de Queiroz” Esalq-USP – Piracicaba-SP Especialista em Gestão no Agronegócio com ênfase em Administração Rural pela Universidade Federal de Lavras – UFLA – Lavras-MG Cursando especialização em Irrigação e gestão dos recursos hídricos – Uniube – Uberaba-MG
  • 4. PREFÁCIO Durante mais de 10 anos venho me perguntando, através de exemplos vividos, problemas encontrados no manejo de pastagens, cursos, troca de informações com colegas, com produtores rurais, como conseguiria ajudar as pessoas e aplicarem melhor os recursos existentes nas propriedades rurais a seu favor e multiplicar os resultados de forma eficaz. Foi quando resolvi elencar alguns itens baseados na experiência, em erros (reconheço que não foram poucos, mas muito válidos) e acertos ao longo desse período e escrever este material. Espero que você goste e que utilize na sua propriedade rural ou para contribuir com alguém e melhorar os resultados do negócio pecuário. Um forte abraço! Danilo Fonseca
  • 5. 1º PASSO IDENTIFICAÇÃO E ESCOLHA DA ÁREA DE PASTAGEM PARA INTENSIFICAÇÃO É comum nas propriedades rurais que trabalham com pecuária de corte ou leite, o desconhecimento de características importantes que são o primeiro passo para intensificarmos a produtividade do pasto e consequentemente a produção animal a pasto. Estamos falando de conhecer cada área de pastagem considerando os seguintes itens: tamanho da área, fonte de água, espécie forrageira presente, estande de plantas, distância do curral, topografia. A escolha da área adequada considerando estes itens é a chave para iniciar de forma eficiente o sistema de intensificação do pasto.
  • 6. 2º PASSO CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DO SOLO DA PASTAGEM Quando conversamos sobre o aumento da produtividade do pasto ou o uso do pastejo rotacionado ou rotativo como forma de otimizar a produção, não raramente somos questionados sobre o custo elevado dos insumos, ou que sempre se conseguiu conduzir a propriedade com baixa ou nenhuma utilização de corretivos e fertilizantes. Quando analisamos a situação da comercialização de fertilizantes direcionados para pastagens essa variável é confirmada e nos mostram que menos de 2% do total de fertilizantes comercializados são utilizados em áreas de pastagens. Isso mesmo.... menos de 2% de fertilizantes utilizados em aproximadamente 78% da área agricultável, que representa o componente pastagem. Mas o fato é que o uso racional dos recursos existentes nas propriedades, associado à utilização de corretivos e fertilizantes potencializa a produção e multiplica a lotação animal, e muitas propriedades tem utilizado com sucesso. Vários aspectos devem ser considerados na correção e adubação do solo da pastagem, como tipo de corretivo utilizar,
  • 7. quantidade a ser utilizada, forma de aplicação, época de aplicação, eficiência e custo. Fato que me chama a atenção quando sou questionado sobre o investimento na correção e adubação da pastagem é que se aplicarmos as técnicas corretas, podemos multiplicar a lotação via aumento da produtividade e manejo correto da área escolhida no 1º passo e além disso proporcionar a melhoria de áreas adjacentes que não foram corrigidas. Como exemplo imaginemos a escolha de 1 ha (um hectare) de pastagem e que a utilização destes passos fez com que a área de pastagem no período de novembro a março chegou a lotação de 7 UA/ha (unidades animais por hectare). Considerando a lotação média das pastagens de 0,7 UA/ha, significa dizer que a escolha de uma área, recuperação, correção e adubação liberaria ou recuperaria de forma indireta outros 10 hectares de pastagem. Em outras palavras é dizer que temos um pasto de 11 hectares, e que ao longo do período (6 meses = Novembro a Abril) fica com 7,7 UA (aproximadamente 11 animais de 10,5 @), escolhemos 1 ha e fazemos da maneira correta, e assim deixamos de utilizar 10 hectares durante 6 meses. O esquema abaixo ilustra mais facilmente: Pasto 11 ha = lotação atual de 11animais de 10@ de peso vivo, ou seja cada animal = 0,7 UA (1 UA = 450 Kg de peso vivo) = lotação atual de 0,7 UA/ha
  • 8. Legenda: Animal em pastejo Área de pastagem Bebedouro Pasto 1 ha = lotação atual de 11animais de 10@ de peso vivo, ou seja cada animal = 0,7 UA (1 UA = 450 Kg de peso vivo) = lotação média atual de 7,7 UA/ha. Pasto 10 ha = sem a presença de animais ou em descanso Área de lazer ou área de descanso Lote de 11 animais Área de 10 ha de pasto Bebedouro Pasto de 1 ha com subdivisões (rotativo ou rotacionado)
  • 9. Note que os números são hipotéticos porém que ocorrem exatamente desta forma na prática e que é possível de se fazer em qualquer propriedade rural, independente do tamanho da mesma. O planejamento definirá como fazer. Na área de 1 ha que chamamos de rotacionado fazem-se necessárias adubações e correções com maior frequência, sempre baseado no resultado da análise de solo e na lotação planejada. Observe ainda que foi utilizada 9,1% da área para colocar 100% dos animais em um período de 6 meses. E ficamos com 90,9% da área em descanso, nesse mesmo período. Como mencionado agora a pouco o planejamento de cada sistema é que norteará a forma de fazer, mas apenas como outro exemplo, podemos ter situações em que utilizaremos apenas 5% da área e intensificaremos o uso do pasto para apascentar 55% dos animais, entre outros exemplos e variações, conforme cada realidade. Você deve estar perguntando..... Danilo você estava falando no início de triplicar a produtividade do pasto, mas esta relação é muito maior do que isso! Exatamente e é isso que me surpreende até hoje em muitas situações de início de trabalho e com certeza isso acontecerá também com você. Devemos lembrar que outros fatores que veremos adiante também são importantes e que a tecnologia mencionada não é para aplicação em todas as áreas de pastagens da propriedade, pois assim causaríamos um problema no apascentamento desses animais no período do inverno.
  • 10. 3º PASSO MANEIRAS OU FORMAS DE MANEJAR O PASTO Dentre as formas de manejar pasto que estamos acostumados a trabalhar com mais frequência, temos o pastejo contínuo, também chamado de extensivo. Temos o pastejo rotacionado, que possui duas variações, o semi-intensivo e o pastejo rotacionado intensivo. Pastejo contínuo É normalmente caracterizado por áreas sem divisões e com permanência de animais na área o ano todo, sem um período de descanso próprio. Esta forma de manejo é muito prejudicial ao pasto, pois em alguns locais temos o famoso pasto “rapado” (áreas super-pastejadas) e em outras temos o pasto “duro” (áreas sub-pastejadas). É frequente encontrarmos situações de áreas super-pastejadas mais próximos a aguadas ou cochos de sal e áreas sub-pastejadas em locais mais distantes, no mesmo pasto. Nas áreas super-pastejadas a rebrota fica comprometida e os animais não conseguem ingerir a quantidade de pasto suficiente, além do aparecimento de plantas daninhas ou invasoras. Nas áreas sub-pastejadas
  • 11. encontramos o pasto com muita haste (“talo”), com menor valor nutritivo e não preferido pelos animais. Pastejo rotacionado O pastejo rotacionado é conhecido como o manejo pelo qual os animais permanecem parte do tempo no pasto em questão e ficam fora deste pasto por outra parte do tempo. Chamamos isso de período de ocupação e período de descanso. As duas variações no método de pastejo rotacionado que mais utilizamos são o pastejo rotacionado semi-intensivo e o pastejo rotacionado intensivo. a. Semi-intesivo Neste sistema são realizadas adubações corretivas, as adubações de manutenção ou reposição acontecem a cada 3 anos. Acontece um período de descanso e ocupações específicos neste método, que variam de 22 dias de descanso e 6 dias de ocupação até 44 dias de descanso a 22 dias de ocupação, a depender do número de piquetes, que veremos adiante. São comuns lotações de 1,5 a 1,8 UA/ha. b. Intensivo Neste outro sistema o período de ocupação dos animais é menor, no máximo 3 (três) dias e as adubações de manutenção são frequentes. Lotações entre 4 e 12 UA/ha são comuns. Aqui se concentra o grande segredo da produção animal a pasto, pois, podemos multiplicar a produção do pasto e consequentemente a produção animal por hectare, além de “liberar” ou vedar outras áreas para serem utilizadas em outros períodos e até mesmo no período seco do ano. Se tomarmos
  • 12. como exemplo, o anterior, faríamos a adubação corretiva e de reposição na área de 1 ha e estaríamos recuperando mais 10 ha, sem nenhum investimento nesta área maior. É muito frequente utilizar o mesmo recurso para investimento em 1 ha, no 11 ha, ou seja não aproveitamos o potencial da planta, os insumos utilizados não são bem aproveitados pois são diluídos em uma área muito maior e não aproveitamos o benefício da divisão de pastagens e manejo intensivo do pasto. Vamos imaginar um investimento de R$ 1.800,00/ha naquele exemplo de 1 ha de pasto a ser intensificado. Se considerarmos 8 UA/ha teríamos os 14 animais em uma área com subdivisões durante 180 dias do ano. Quando consideramos o custo diário deste pasto por cabeça encontramos o valor de R$ 0,71/dia ou R$ 21,00/cabeça/mês. Ou seja intensificar o uso do pasto é mais barato que alugar pasto. Além disso se calcularmos o benefício de deixarmos uma área que será utilizada no inverno por mais tempo vedada, temos ainda mais resultado. Ou então pense o seguinte que os 10 ha que não vou utilizar durante 6 meses, se alugá-los para alguém ou colocar outra categoria animal nesta área durante o período, não estaria multiplicando os ganhos? Pagaria inclusive o investimento feito em 1 ha? Compreendeu que podemos fazer uma verdadeira transformação na fazenda, praticamente sem investimento? Ou com investimento baixíssimo? É possível que você que esteja lendo este e-book tenha como atividade a pecuária leiteira, então consideremos o seguinte: Realizando o processo de intensificação na produção de leite teremos também benefícios extremamente importantes.
  • 13. Como exemplo vamos considerar que em cada área de 1 ha intensificados colocaríamos 7 vacas em lactação, partindo do valor de investimento (correções e adubação) em 1 ha que já esteja formado e o período de utilização de 180 dias (novembro a abril), teríamos o valor de R$ 1,43/vaca/dia de investimento. Com o preço do leite a R$ 1,00 teríamos menos de 1,5 litros de leite por vaca por dia para pagar o investimento. Com o pasto nas condições ideais de manejo teríamos produção de 12 kg de leite por vaca/dia. Logo a receita menos custo com a alimentação desta vaca seria de 10,5 litros ou R$ 10,5 por vaca por dia, com o preço do leite considerado a R$ 1,00. É comum encontrarmos situações em que o pasto na quantidade que é disponibilizado aos animais e também com o nível nutricional que possui, por si só seria suficiente para uma produção de apenas 6 Kg de leite/vaca/dia apenas e que para atingir a produção dos mesmos 12 kg de leite são utilizados mais 2,0 kg de concentrado/vaca/dia. Como estamos falando em 7 vacas em 1 ha, o valor de economia de concentrado por dia seria de 14 kg ou 2520 kg de concentrado a menos no período de 180 dias. Em valores atuais o concentrado deste período equivale a R$ 2.800,00 aproximadamente que seriam economizados. Assim ficou fácil compreender a importância, certo?. Você pode estar se perguntando, mas a média dos meus animais é bem maior que isso. Certo, o benefício será o mesmo, porém a resposta depende de cada sistema produtivo. Lembra-se dos benefícios indiretos? Valem também para este último exemplo.
  • 14. 4º PASSO DIVISÃO DE PASTAGENS No passo número 2 você observou que exemplificamos uma área que foi escolhida e dividida para se realizar o processo de intensificação. O objetivo da divisão é permitir um período de descanso para que a planta recupere a área foliar e a reestabeleça a massa de forragem. O período em que os animais permanecem no piquete pastejando, chamamos de período de ocupação. O ciclo de pastejo é compreendido pela soma entre período de descanso e período de ocupação. No sistema de pastejo rotacionado, uma das formas de intensificação do sistema a pasto, podemos ter diversas combinações entre período de descanso e período de ocupação e são estes que definem o número de piquetes (NP) que pode ser calculado por: NP= Período de descanso/Período de ocupação + 1 Vamos considerar o Braquiarão (B. brizantha cv. Marandu) como exemplo e definirmos que o período de ocupação (pastejo) será de 2 dias. Como o período de descanso varia de 28 a 42 (depende de vários fatores), vamos considerar 30 dias. Logo o número de piquetes seria:
  • 15. NP = 30/2 + 1 = 16 piquetes A área dividida, quando composta por maior número de piquetes, como é o caso acima, é interessante que tenha um corredor de acesso aos piquetes e também uma área de lazer para descanso dos animais e onde se encontra cocho saleiro e também bebedouro. O cuidado no dimensionamento dos piquetes consiste em largura, sentido de localização (em nível ou o mais próximo do nível possível). A área de lazer deve ter sombra em quantidade e qualidade (evitar a formação de lama e possibilitar que os animais deitem). O plantio de espécies arbóreas na área de lazer deve permitir que a sombra altere sua posição conforme o sentido do sol. Portanto o plantio deve ser feito no sentido norte-sul, possibilitando menor formação de lama. Na escolha da espécie arbórea devem ser evitadas as que possuem copa muito densa.
  • 16. 5º PASSO MANEJO DE PASTAGENS Chegamos ao 5º passo e você já deve estar ansioso para aplicar os passos anteriores e talvez até por obter mais informações sobre o assunto, visto que não é possível detalhar todas informações neste material e também não é nossa pretensão. O manejo de pastagem para mim consiste em garantir quantidade de pasto suficiente aos animais em quantidade e qualidade, sem comprometer a vida útil do pasto, ou sem degradar o pasto. Sabemos que o pasto tem uma fase de crescimento lenta após o corte, depois uma fase exponencial de crescimento e caso nenhuma intervenção (pastejo) seja feita se acentua a formação de colmo (“hastes”) e folhas mortas. Então nosso desafio é aproveitar o potencial produtivo do pasto evitando que entre em processo e degradação, além disso garantindo o desempenho animal. O manejo estratégico de pastagem parte do pressuposto que a oferta de forragem esteja em equilíbrio com a demanda dos animais, para isso é necessário conhecer os fatores mencionados anteriormente para que a gestão do processo de pastejo possa ser feita da melhor maneira possível. Existe um ponto em que a planta forrageira (de acordo com cada espécie ou cultivar) apresenta máxima capacidade de resposta,
  • 17. produzindo menor quantidade de folhas mortas e hastes possível. Esse é o ponto utilizado para manejo de pastejos com lotação variável ou intensivos, no qual a disponibilidade de forragem, necessidade de folhas pelos animais e necessidade de folhas pela própria planta, para que a nova rebrota não seja prejudicada são itens essenciais. Danilo Fonseca Peres Guimarães danilo@pastointensivo.com.br