O documento descreve o crescimento populacional, econômico e social de Portugal entre os séculos XII-XIV. Avanços agrícolas e melhorias nos transportes levaram a um aumento da produção, que por sua vez estimulou o comércio e o crescimento das cidades. Isso fortaleceu o poder senhorial e régio. Neste período, floresceram as culturas monástica, cortesã e popular, assim como as universidades e as artes, notadamente os estilos românico e gótico.
2. O Crescimento Demográfico Séculos XII-XIV
FIM DAS INVASÕES
(CLIMA DE PAZ)
ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS
AUMENTO DA PRODUÇÃO
AGRÍCOLA
MELHORIA DA ALIMENTAÇÃO
(AUMENTO DEMOGRÁFICO)
3. Os Progressos Agrícolas
O aumento da produção agrícola está ligado à aplicação das seguintes técnicas:
• Arroteias – Aproveitamento de terras através do derrube de
florestas e drenagem de pântanos.
• Utilização do ferro – Substituição da madeira pelo ferro nas
alfaias agrícolas (arado).
• Adubação – Utilização de estrume animal para fertilização dos
campos.
• Construção de moinhos de vento e de água – moer cereal.
• Afolhamento trienal – Divisão da terra em três folhas, das quais
duas eram cultivadas, alternadamente, e a terceira ficava em
pousio (descanso).
6. Os Progressos nos Transportes
• Ferradura – Aplicação da ferradura nos cascos
(impedia o desgaste).
• Atrelagem em fila – Facilitava a deslocação de
cargas pesadas.
• Uso da Coelheira – Colocação de uma coleira nas
omoplatas facilitando a tração.
• Leme fixo à popa – facilitava a manobra dos
navios.
• Instrumentos de orientação no mar alto -
astrolábio, bússola, cartas de marear e portulanos.
A – Atrelagem Tradicional
B – Atrelagem com Coelheira
7. A Reanimação do Comércio
AUMENTO DA
PRODUÇÃO AGRÍCOLA
PROGRESSOS NOS
TRANSPORTES
+
CLIMA DE PAZ
EXCEDENTES
DE
PRODUÇÃO
MAIOR SEGURANÇA
DE
DESLOCAÇÕES
REANIMAÇÃO DO COMÉRCIO
(MERCADOS E FEIRAS)
+
REAPARECIMENTO DA MOEDA
8. A Reanimação do Comércio: Mercados e Feiras
MERCADOS – Realizavam-se com
frequência (semanalmente/mensalmente)
e apenas envolviam mercadores locais
ou regionais.
FEIRAS – Realizavam-se uma vez por
ano e envolviam mercadores de lugares
muito distantes (estavam associadas a
festas religiosas e peregrinações).
CRIADAS PELA CARTA DE FEIRA
CARTA DE FEIRA – Documento passado
pelo rei que estabelecia as regras da feira
e os direitos e deveres dos mercadores
9.
10. A Reanimação das Cidades
REALIZAÇÃO DE FEIRAS E MERCADOS
NA PROXIMIDADE DAS CIDADES
CRESCIMENTO DOS CENTROS URBANOS
APARECIMENTO
DE NOVAS CIDADES
ALARGAMENTO DAS
CIDADES EXISTENTES
BURGOS
(Novos Bairros em que os
habitantes deram origem a uma
nova classe – BURGUESIA)
12. Os Centros do Comércio Internacional
No século XIII as rotas
terrestres, fluviais e
marítimas colocavam em
contacto quatro grandes
centros do comércio
internacional europeu:
Liga Hanseática
Feiras da
Champagne
Cidades Italianas
Flandres
13.
14. Lisboa nos Circuitos Comerciais do Século XIII
O transporte terrestre continuava problemático pois
era muito caro devido à sua lentidão e ao
pagamento de peagens e de portagens.
O transporte preferido era o fluvial e
marítimo porque era mais rápido e barato
Lisboa tornou-se porto de escala das rotas
europeias o que tornou a cidade centro da
vida económica, política e social do país
17. O Reforço do Poder Senhorial
RECONQUISTA CRISTÃ
DOAÇÕES DE TERRAS FEITAS PELOS REIS
PORTUGUESES AO CLERO E NOBREZA PELOS
SERVIÇOS PRESTADOS
SENHORIOS DA NOBREZA
(HONRAS)
SENHORIOS DO CLERO
(COUTOS)
REFORÇO DO PODER SENHORIAL
18.
19. Honras – Domínios da nobreza (Norte do País)
Coutos – Domínios do Clero (Sul do País)
20. Os Benefícios dos Senhorios
• JEIRAS e JUGADOS – Serviços
gratuitos prestados pelos camponeses
do domínio senhorial.
• RENDAS– Pagamento feito pelos
camponeses pelo uso e exploração dos
casais (mansos).
• DÍZIMO – Imposto pago pelos
camponeses nos domínios senhoriais
do clero (1/10 da produção).
• ISENÇÃO FISCAL – Isentos de
impostos ao rei.
• APLICAÇÃO DA JUSTIÇA – Direito de
aplicar a justiça nos seus domínios.
Quem atravessava o domínio senhorial pagava
Portagem
21. Os Concelhos
AVANÇO DA RECONQUISTA PARA SUL
(NECESSIDADE DE POVOAR E DEFENDER
AS ÁREAS RECONQUISTADAS)
CRIAÇÃO DE CONCELHOS
(CARTA DE FORAL)
CONCELHOS
CARTA DE FORAL – Documento através do qual
o rei criava os concelhos e onde estavam definidos
os direitos e deveres dos seus habitantes.
22. Os Símbolos dos Concelhos
SELO
PELOURINHO
CONCELHOS – Comunidade de homens
livres que tinham autonomia administrativa e
judicial.
HABITANTES DOS CONCELHOS
• Cavaleiros-vilãos ou Homens-bons
(tinham rendimentos suficientes
para servir a cavalo no exército do
rei).
• Peões (pequenos proprietários e
rendeiros que trabalhavam em troca
de salário).
23. A Centralização do Poder Régio
Entre os séculos XIII-XIV os reis
em Portugal vão criar medidas
para limitar os poderes das
ordens privilegiadas e
centralizar o poder em si
próprios:
Medidas a
partir do século
XIII
Inquirições
Inquéritos feitos
pelo poder central
no sentido de
recuperar terras
usurpadas pelos
senhores à coroa
Confirmações
Confirmação de
bens doados pela
coroa aos
senhores e às
povoações
Leis de
Desamortização
Impedir a
concentração de
terras pelo clero.
Proibição de
adquirir bens
fundiários
25. Religião
As Ordens Mendicantes
A decadência dos costumes e do
clero e a riqueza crescente da
Igreja provocaram a fundação
de ordens mendicantes, nos
séculos XII e XIII.
Com estas ordens renasciam os
ideais de pobreza, de amor ao
próximo e de simplicidade.
Ordem dos Franciscanos, fundada por S. Francisco de
Assis
Ordem dos Dominicanos,
fundada por S. Domingos de
Gusmão
26. Culturamonástica
O clero era, na Idade
Média, o grupo social
mais culto.
A cultura
monástica promovida,
sobretudo, nos
mosteiros foi uma
cultura religiosa e
erudita, ligada à
oração, ao ensino
(escolas monásticas e
episcopais) e à
cópia de livros.
Monge copista Iluminura
Escola monástica
27. CulturaCortesã
A cultura cortesã
desenvolveu-se nas
cortes régias.
As principais
manifestações da
cultura cortesã eram
as representações
teatrais, a poesia
trovadoresca, os
romances de cavalaria
e os livros de montaria,
a música, os torneios,
as festas e os
banquetes.
CantigadeAmigo
Ayflores,ayfloresdoverdepyno,
Sesabedes novasdomeu amigo!
AyDeus,ehué?
Ayflores,ayfloresdoverderamo,
Sesabedes novasdomeu amado!
AyDeus,ehué?
(…)
D.Dinis
Ambiente cortesão
28. Cultura Popular
Nos campos e nas
cidades
desenvolveu-se a
cultura popular.
A maior parte do
povo era
analfabeta, por
isso esta cultura
transmitia-se
oralmente,
através de
lendas, poesias e
músicas.
Nas festas e romarias actuavam os
saltimbancos e momos, os jograis e
os bobos.
As festas populares incluíam quase
sempre celebrações religiosas.
Camponeses a dançar
29.
30. As Universidades
Com o desenvolvimento urbano, a
partir do século XII, as escolas
episcopais e monásticas
tornaram-se incapazes de
responder às necessidades das
elites urbanas.
Nalgumas cidades começaram a
surgir associações de estudantes
e professores, que promoviam o
ensino de matérias como a
Medicina e o Direito, entre
outras.
Assim, surgiram as Universidades –
ou Estudos Gerais -, por toda a
Europa.
Estudantes universitários
31.
32. ARTE
Estilo Românico
Entre os século XII e
XIII, o estilo artístico
predominante foi o
românico, aplicado
sobretudo às
construções religiosas.
Na arte românica a
escultura e a pintura
estavam subordinadas à
arquitectura
Igreja de S.Pedro de Rates (Póvoa de Varzim)
33. Estilo Românico
Principais
características:
- Aspecto pesado (tipo
fortaleza), com poucas
aberturas
- Janelas em forma de
seteiras
- Planta de cruz latina
- Grossas paredes com
contrafortes exteriores
Sé de Coimbra
34. Estilo Românico
Principais
características:
- Grossas colunas
interiores
- Arcos de volta perfeita
e abóbadas de berço
- Decoração com
esculturas de figuras
bíblicas e outras
figuras simbólicas
Tímpano da Igreja de S.Pedro de Rates
Mosteiro de Castro de Avelãs (Bragança)
35. Estilo Românico
Outro tipo de Edifícios:
-Os castelos
Marcam o poder da nobreza fundiária e
simbolizam a segurança.
Castelo de Guimarães
Escultura, pintura e
ourivesaria:
A escultura românica está muito
dependente da arquitectura.
Começa a ganhar importância a
escultura tumular.
É pouco conhecida a pintura românica
sobre pedra, em Portugal. Mas são
conhecidas algumas iluminuras.
A ourivesaria teve um notável
desenvolvimento, essencialmente
ligada à religião.
Túmulo de Egas Moniz
Cálice(mostero de
Refojos de Basto)
Relicário (mosteiro de
Arouca)
36. Estilo Gótico
Entre finais do século XII e meados do século
XV desenvolveu-se na Europa a arte gótica.
O estilo gótico é reflexo de uma época de
renovação económica e urbana. O gótico é
uma arte urbana e de catedrais.
Em Portugal, o gótico difundiu-se tardiamente.
Por isso coexistiram, durante bastante
tempo, o românico e o gótico.
No nosso país o gótico é sobretudo, uma arte
de mosteiros e não de catedrais.
O Mosteiro da Batalha é a obra prima do
gótico português, mas podem-se destacar,
também, o Mosteiro de Alcobaça, a Igreja
de s. Francisco, no Porto ou a Igreja da
graça em Santarém.
Mosteiro da Batalha
Mosteiro da Alcobaça
37. Estilo Gótico
Principais características:
- Grande altura dos edifícios
- Verticalidade das linhas dos
edifícios
- Utilização do arco em ogiva
- Abóbada sobre o
cruzamento de ogivas
- Emprego dos arcobotantes
- Intensa luminosidade
interior proporcionada pelas
janelas e vitrais
- Decoração das fachadas
Interior do Mosteiro da Batalha
38. Estilo Gótico
Outro tipo de Edifícios:
- Castelos
Reduz-se o perímetro da cerca. A
torre de menagem torna-se mais
alta e aparatosa e até mais
habitável, deixando livre a praça
de armas para os guerreiros.
- Paços reais
- Paços episcopais
- Paços senhoriais
Castelo de Bragança
Solar dos Pinheiros Barcelos
39. Estilo Gótico
Escultura:
A afirmação do Gótico ficou
marcada pelo regresso em
força da escultura devocional.
A escultura no interior dos
templos generaliza-se.
A escultura tumular também
cresce.
Virgem com o Menino
Esculturas do Apostolado, Sé
de Évora
Túmulo de D. Inês de Castro
40. Estilo Gótico
Pintura e ourivesaria:
- Embora a maioria das peças
se destinam-se a uma
utilização religiosa, começam
a surgir cada vez mais peças
para uso pessoal e doméstico.
- Da pintura gótica em Portugal,
pouco se conhece.
Colar da Rainha Santa
Fresco, Domus Municipalis de
Monsaraz